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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Iceberg gigante desprende-se de geleira na Antártica

Um iceberg do tamanho de Luxemburgo desprendeu-se de uma geleira da Antártica após ser atingido por outro iceberg gigante, disseram cientistas nesta sexta-feira, numa ocorrência que poderá afetar os padrões das correntes oceânicas. O iceberg de 2.500 quilômetros quadrados partiu-se neste mês da língua de gelo de 160 quilômetros da Geleira Mertz que se estende pelo Oceano Antártico.

A colisão, desde então, reduziu pela metade o tamanho da língua que drena o gelo do vasto manto de gelo da Antártica Oriental.

"A fragmentação em si não esteve diretamente ligada à mudança climática, mas está relacionada aos processos naturais que ocorrem no manto de gelo", disse Rob Massom, cientista sênior da Divisão Antártica Australiana e do Centro de Pesquisas Cooperativas de Ecossistemas e Clima da Antártida em Hobart, na Tasmânia.

As duas organizações, junto com cientistas franceses, vinham estudando as fendas gigantes existentes na língua de gelo e monitoravam a colisão provocada pelo segundo iceberg, o B-9B.

Essa placa de gelo de 97 quilômetros de extensão é um remanescente de um iceberg de mais de 5 mil quilômetros quadrados que se partiu em 1987, tornando-se um dos maiores icebergs já registrados na Antártica.

O iceberg da Geleira Mertz está entre os maiores já registrados nos últimos anos. Em 2002, um iceberg de aproximadamente 200 quilômetros de extensão se desprendeu da Plataforma de Gelo Ross. Em 2007, um iceberg quase do tamanho de Cingapura partiu-se da Geleira de Pine Island, na Antártica Ocidental.

Massom afirmou que a fragmentação da língua de gelo e a presença dos icebergs Mertz e B-9B poderiam afetar a circulação global dos oceanos.

A área é uma zona importante para a criação de água densa e salgada, propulsor chave para a circulação das correntes oceânicas. Ela é produzida em parte pela rápida produção de gelo marinho que é continuamente lançada para o oeste.

"A remoção dessa língua de gelo flutuante deve reduzir o tamanho daquela área de águas abertas, o que reduzirá a taxa de produção de salinidade para o oceano e poderá reduzir essa taxa de formação de águas profundas da Antártica", afirmou ele.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Adultos de 30 a 39 anos também serão vacinados contra nova gripe

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (25), a inclusão dos adultos que têm entre 30 e 39 anos entre os grupos que receberão a vacina contra a gripe A (H1N1). A campanha de imunização, que começa no dia 8 de março, já incluía profissionais da saúde, povos indígenas, crianças pequenas, pessoas com problemas crônicos e jovens entre 20 e 29 anos de idade.

Esses grupos foram escolhidos por serem os mais vulneráveis ou os que apresentam sintomas mais graves quando são infectados pela vírus da nova gripe. O ministério não recomenda que pessoas fora desse público tomem a vacina.

A vacinação será gratuita e dividida em cinco etapas, conforme o público-alvo. O Ministério da Saúde tem 83 milhões de doses da vacina e terá que comprar mais 30 milhões para conseguir vacinar mais uma faixa etária. Para a aquisição da medicação extra serão gastos R$ 300 milhões, que serão liberados por Medida Provisória.

Estima-se que pelo menos 91 milhões de pessoas sejam vacinadas contra a nova gripe. Parte do medicamento adquirido pelo governo será mantido como reserva técnica caso seja necessário vacinar outros grupos.

O calendário é o mesmo em todo o Brasil, e os locais de vacinação serão definidos pelas secretarias de saúde de cada estado. Para ser vacinado, é necessário pertencer a algum grupo indicado pelo ministério. É preciso levar ao posto de vacinação o RG e a carteirinha de vacinação. O medicamento é contra-indicado a quem tem alergia a ovo.

(Fonte: G1)

Mais soro contra aranhas

A aranha-marrom (gênero Loxosceles) é pequena (cerca de 1 centímetro de comprimento) e pouco agressiva. Suas picadas ocorrem geralmente como forma de defesa, quando entram inadvertidamente em roupas ou calçados, por exemplo. Apesar disso, está longe de ser inofensiva.

No ato da picada, na maioria das vezes não há dor. Mas depois de cerca de 12 horas ocorre um inchaço na região afetada e febre. Com o avanço, e sem tratamento, o veneno pode causar necrose do tecido atingido, falência renal e até mesmo morte.

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, em 2009 foram registrados 85.718 casos de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, dos quais 17.474 com aranhas. Dos acidentes com aranhas, os casos envolvendo espécies de aranha-marrom responderam por um terço (5.728) do total.

O Butantan produz um soro para picadas de aranha-marrom, mas há considerável dificuldade para se obter o veneno usado na produção. “Como as aranhas são pequenas, o que se consegue de veneno é pouco. São necessárias centenas de exemplares para se produzir o soro”, disse Denise Vilarinho Tambourgi, diretora técnica do Laboratório de Imunoquímica do Instituto Butantan, à Agência FAPESP.

Pesquisadores do instituto acabam de dar um importante passo para tentar diminuir o problema, ao isolar o gene responsável pela fabricação da toxina esfingomielinase D, principal componente tóxico do veneno da aranha-marrom.

Estudos conduzidos desde 1997 no Butantan haviam conseguido avançar na decifração dos principais componentes do veneno e como ele atua no organismo infectado. Agora, a equipe do Laboratório de Imunoquímica conseguiu inserir um gene da aranha em Escherichia coli, desenvolvendo um processo para a produção, em larga escala, da esfingomielinase D, por meio da bactéria – e não da própria aranha. A novidade poderá facilitar a produção do soro antiloxoscélico, empregado contra o veneno de aranha-marrom.

“Vários resultados mostram que o veneno da aranha-marrom tem um componente central, a esfingomileinase D, responsável pelos principais sintomas clínicos. Com base nisso, conseguimos isolar e introduzir o gene que codifica para essa toxina em bactéria. Para outros venenos, tal processo talvez não seja aplicável, uma vez que os venenos animais são, em geral, misturas complexas contendo várias toxinas, responsáveis pelos sintomas clínicos apresentados nos diferentes envenenamentos”, disse Denise, que atualmente também desenvolve o projeto “Erucismo decorrente do contato com lagartas de Premolis semirufa (Lepidotera, Arctiidae)”, que tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Os soros utilizados atualmente neutralizam as toxinas em circulação no organismo humano, mas não são muito eficazes para tratar lesões na pele – o veneno da aranha-marrom causa, na maioria dos casos, lesão local. “Essa lesão é de difícil resolução e pode levar meses para cicatrizar. Em alguns casos, os pacientes chegam a precisar de implantes”, apontou.

Como a picada da aranha-marrom é indolor e a reação local não se manifesta imediatamente, as vítimas só procuram ajuda quando a lesão na pele está instalada. “A necrose dos tecidos não é mais uma consequência do veneno, mas de uma cascata de reações do próprio organismo, acionadas pelas esfingomielinases D”, explicou Denise.

Fora a lesão local, há também a possibilidade de o paciente desenvolver um quadro sistêmico, que acomete um número menor de pacientes, mas que quando ocorre pode ser extremamente grave, levando inclusive à morte.

“O indivíduo pode ter hemólise intravascular e, em casos muito graves, isso pode causar danos renais e, em última instância, o óbito. Mas os quadros variam de acordo com a espécie e idade de aranha, local da picada ou se foi macho ou fêmea. Há ainda as características da vítima, como características genéticas e nutricionais ou idade. Tudo isso influencia”, disse.

As três espécies de aranhas-marrons (L. gaucho, L. intermedia, L. laeta) estão bem adaptadas ao cenário intradomiciliar. A L. gaucho é mais comum em São Paulo, enquanto as outras duas ocorrem mais no Sul do país, no Paraná e em Santa Catarina, respectivamente. O soro produzido utilizando as esfingomielinases D obtidas por meio da E. coli é eficaz contra o veneno das três espécies.

Testes em humanos - Após isolar o gene responsável pela produção da toxina esfingomielinase D, os pesquisadores do Butantan inseriram anéis de DNA (plasmídeos) com o gene da aranha em bactérias Escherichia coli, que começaram a produzir a toxina.

A esfingomielinase D foi inicialmente administrada em camundongos e coelhos, para a produção de anticorpos que serviriam como matéria-prima do soro. Em seguida, os testes foram feitos em cavalos.

“Isolamos os anticorpos produzidos pelo animal para a produção do soro. Em seguida, comparamos esse soro experimental com o que se utiliza na terapêutica humana e vimos que tal soro era capaz de neutralizar o veneno total”, disse Denise.

No novo processo as bactérias substituem as aranhas para a obtenção das toxinas. Os pesquisadores clonaram, na E. coli, os genes responsáveis pela toxina de duas das espécies de aranha-marrom: a L. intermedia, comum no Paraná, onde ocorre a maior parte dos acidentes no país, e a L. laeta, mais venenosa e presente em vários países latino-americanos.

A próxima etapa da pesquisa é o teste do soro em humanos. Para isso, será necessário produzir três lotes consecutivos de soro antiloxoscélico. “Para a última fase, o ensaio clínico, precisaremos da autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Nossa expectativa é que até o fim do ano esses três lotes de soro estejam prontos”, disse.

Um dos estudos relacionados à aranha-marrom e realizado no âmbito do projeto coordenado por Denise é o de Daniel Manzoni de Almeida, intitulado “Análise do potencial neutralizante de um novo soro antiloxoscélico produzido contra esfingomielinases recombinantes dos venenos de aranhas Loxosceles e que teve apoio da FAPESP na modalidade Bolsa de Mestrado.

(Fonte: Agência Fapesp)

Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm temperaturas mais baixas do ano

Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram as temperaturas mais baixas de 2010 na madrugada desta quinta-feira (25).

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a cidade de São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, teve mínima de 8,1ºC. Em Santa Catarina, os termômetros chegaram a marcar 8,5ºC no município de São Joaquim.

O meteorologista Gil Russo, do Inmet, explicou que as temperaturas caíram por causa da chegada de uma massa de ar polar. Segundo ele, é comum a chegada dessas massas na Região Sul no mês de fevereiro. O tempo deve voltar a esquentar a partir de sábado (27).

(Fonte: G1)

Frio na Europa e EUA não desmente aquecimento global, dizem cientistas

O avanço do aquecimento global permanece incólume, disseram cientistas nesta quinta-feira (25), apesar das impressionantes imagens recentes da Europa e dos Estados Unidos paralisados pelo gelo.

O frio intenso no Hemisfério Norte - com previsão de se manter durante março em parte dos EUA - levou alguns a questionarem se o aquecimento global teria parado. Entender a tendência climática geral é crucial para as estimativas sobre consumo energético e produção agrícola, por exemplo.

"(O mundo) não está se aquecendo por igual em todo lugar, mas é realmente bastante desafiador encontrar lugares que não se aqueceram nos últimos 50 anos", disse o veterano climatologista australiano Neville Nichols numa entrevista coletiva online.

"Janeiro, segundo os satélites, foi o janeiro mais quente que já vimos", disse Nicholls, da Escola de Geografia e Ciência Ambiental da Universidade Monash, de Melbourne.

"O último novembro foi o novembro mais quente que já vimos, novembro-janeiro como um todo foi o novembro-janeiro mais quente que o mundo já viu", completou, citando dados registrados desde 1979 por satélites.

A Organização Meteorológica Mundial disse em dezembro que o período de 2000-2009 foi a década mais quente desde o início dos registros, em 1850, e que 2009 deve ser o quinto ano mais quente da história. Oito dos dez anos mais quentes ocorreram desde 2000.

O UK Met Office, departamento de meteorologia do governo britânico, disse que invernos rigorosos como o deste ano - um dos mais frios nas últimas três décadas - podem se tornar cada vez mais raros por causa da mudança climática global.

Cientistas dizem que o aquecimento global não é uniforme, e que os modelos climáticos preveem maiores extremos de frio e calor, secas e inundações.

"O aquecimento global é uma tendência superposta à variabilidade natural, à variabilidade que ainda existe apesar do aquecimento global", disse Kevin Walsh, professor de Meteorologia na Universidade de Melbourne.

"Seria muito mais surpreendente se a temperatura média global continuasse subindo, ano após ano, sem alguns anos de temperaturas ligeiramente mais frias," disse ele em resposta por escrito aos jornalistas.

(Fonte: G1)

Uma força para a reciclagem

"A primeira mudança que o crédito presumido de IPI para a indústria que usar matéria-prima reciclada de cooperativas de catadores deve desencadear é um movimento de profissionalização no setor. Isso porque, para ter direito ao crédito do IPI, as empresas recicladoras terão de estar legalizadas e comprar de cooperativas de catadores que estejam na mesma situação"

Discuti esta semana o impacto que a a edição feita pelo presidente Lula de MP que prevê crédito presumido de IPI para a indústria que usar matéria-prima reciclada de cooperativas de catadores provocará na cadeia de reciclagem. Lembrando que a MP foi anunciada no final de dezembro e, antes de entrar em vigor, precisará ser regulamentada pelo Ministério da Fazenda nos próximos meses.

Pois bem, segundo o executivo Fernando von Zuben, que é diretor de meio ambiente da Tetra Pak, fabricante de embalagens longa vida, e um entusiasta da reciclagem, a primeira mudança que a medida deve desencadear é um movimento de profissionalização no setor. Isso porque, para ter direito ao crédito do IPI, as empresas recicladoras terão de estar legalizadas e comprar de cooperativas de catadores que estejam na mesma situação. Ou seja, os recicladores só vão se beneficiar da redução do imposto, e as cooperativas de um aumento na venda dos resíduos, se saírem da informalidade. Atualmente, somente filiadas ao Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), uma associação sem fins lucrativos mantida pela iniciativa privada que se dedica a promover a correta gestão dos resíduos, existem cerca de 600 cooperativas de catadores no país. Von Zuben estima que dentro desse universo, apenas 10% já sejam formais. A realidade é parecida além dos muros do Cempre.

Para que a mudança no IPI realmente impulsione a profissionalização e o desenvolvimento da cadeia de reciclagem, o executivo frisa que é importante que a regulamentação da MP seja bem feita. “Não podemos criar um monstrengo, que possa vir, por exemplo, a beneficiar um tipo de resíduo em detrimento de outro”, diz ele. Outra questão delicada se refere à maneira como os benefícios serão divididos dentro da cadeia. Da maneira como está escrita hoje, a MP não beneficia, por exemplo, uma empresa que fabrica camisetas a partir de embalagens PET, mas apenas a empresa recicladora que compra a embalagem das cooperativas para transformá-las em fibras – que então serão vendidas à indústria têxtil. “O correto é que todos que impulsionam a reciclagem sejam premiados”, afirma Von Zuben.

Por Ana Luiza Herzog
fonte: www.eletrobras.com

Latinhas de aluminio

Catadores de materiais recicláveis do Distrito Federal se espalharam por todos os pontos de carnaval de rua da cidade, em busca de um precioso tesouro: a latinha de alumínio. Apesar do negócio já ter sido bem mais lucrativo, ainda há quem passa o dia todo em busca das latas na expectativa de um dinheiro extra. O quilo que já chegou a custar até R$ 4, e hoje não passa de R$ 1,80.

Para conseguir um quilo do alumínio é necessário recolher cerca de 70 latas de bebidas, uma tarefa árdua para quem vai atrás do trio. Ainda assim, essa foi a forma encontrada por inúmeras pessoas para conseguir uma fonte de renda extra durante a folia. Além de tirarem seu “trocado”, os catadores ajudam na limpeza dos pontos de festa no DF como o Ceilambódramo, a concentração e percurso do Pacotão e a Baratona. Onde há foliões com latinhas, lá estão os catadores.

Cada catador chega a recolher, em média, cinco quilos de latinhas por dia, sendo que em épocas como o carnaval essa quantia pode se multiplicar. O quilo pode ser vendido a R$ 1,50 nas cidades satélites e até R$ 1,80 no Plano Piloto.

Segundo a Associação Brasileira de Alumínio, a atividade é exercida principalmente por crianças e idosos. A indústria de reciclagem ganha força nas ruas, sobretudo em épocas como o carnaval.
O exército de catadores é eclético, já que não há restrição de idade, escolaridade nem habilidade física. O que importa é a disposição de passar horas a fio catando as latinhas. O melhor horário, requer ainda mais disposição dos catadores, que é pela madrugada.

Ainda segundo a Associação Brasileira de Alumínio, o Brasil é o campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio. Cerca de 90% da produção é reaproveitada, o que representa 8,2 bilhões de latinhas reutilizadas. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, a reciclagem é uma importante fonte de renda para milhares de catadores em todo o País.
A organização é fundamental para os bons resultados. O DF tem 12 associações de coleta seletiva organizadas (veja box). As mais bem-sucedidas chegam a recolher 400 quilos do metal por mês.

O lucro do alumínio
Atualmente catar latinhas não é mais um trabalho lucrativo. Com a queda do dólar nos últimos anos, o preço das commodites metálicas também caiu. O preço do quilo das latinhas que no ano retrasado era equivalente a R$ 4,00 agora é comprado por apenas R$ 1,60. Até para quem comprava o alumínio dos catadores não compensa mais.

“Hoje eu compro o quilo da lata por R$ 1,60 e vendo em média de R$ 1,80 á R$ 2,00. O preço sobe e desce quase todo dia, o lucro é quase nada, nem compensa mais”, reclama Helivan Santos, dono do Sucatão de Taguatinga.
Uma latinha de alumínio vazia pesa em média 13,5 gramas. Para obter lucro, os catadores precisam ajuntar pelo menos um quilo, o total de 74 latinhas. Conforme dados da Associação Brasileira de Alumínio (ABAL) em 2009 houve uma queda de produção do alumínio, o que pode ser justificado pela queda de preço do produto. Segundo estatísticas divulgadas, a produção de alumínio primário no Brasil em 2009 foi de 1535,9 mil toneladas no ano, registrando queda de 7,5% em relação ao ano de 2008, quando foram produzidos 1661,1 mil toneladas.

Hoje, para cada quilo de alumínio são produzidas aproximadamente 74 latinhas, enquanto que em 1992, 64 latas e em 1972, apenas 49 latas eram produzidas. No entanto, atualmente as latinhas são 32% mais leve do que as produzidas há 25 anos atrás.

A venda de latas nos últimos anos proporcionou 165 mil empregos diretos, por meio das cooperativas, e indiretos, o trabalho de catadores que trabalham por conta própria. O faturamento anual do alumínio no Brasil é em média de R$ 3 bilhões. Atualmente já existem 13 fábricas de reciclagem em todo o país.

fonte: www.tribunadobrasil.com.br

Empresa galesa faz casa com 18 toneladas de plástico reciclado

Uma empresa do País de Gales, na Grã-Bretanha, construiu uma casa com 18 toneladas de plástico reciclado.

A companhia Affresol desenvolveu uma tecnologia que transforma plástico e minerais em um material batizado de Thermo Poly Rock, que poderia revolucionar a indústria de construção.


O projeto, apoiado pelo governo galês e por organizações ambientais, já lançou uma linha de casas verdes e construções modulares portáteis de quatro toneladas.

O secretário da Economia do país de Gales, Ieuan Wyn Jones, disse que "o novo processo sustentável" tem muito potencial e pode gerar uma grande quantidade de empregos.

Patente - A empresa diz que o processo tem baixo consumo de energia e transforma plástico em um material durável e resistente.

As placas de Thermo Poly Rock formam as paredes de sustentação da casa, que pode ser coberta externamente com tijolos ou pedra, enquanto o interior pode ganhar uma camada de isolamento térmico e ficar com a mesma aparência de uma casa tradicional. As telhas também são feitas de material reciclado.

O diretor-gerente da Affresol, Ian McPherson, diz que o novo material é mais leve e resistente que concreto, é térmico, impermeável, não-inflamável e não apodrece.

A empresa estima que a vida útil das casas seja de cerca de 60 anos, mas diz que os elementos do Thermo Poly Rock podem ser novamente reciclados ao fim deste período.

"Todos os países do mundo têm problemas com lixo e agora temos a oportunidade de transformar este lixo em um recurso de construção de moradias 100% reciclável", diz McPherson.

Agora a empresa aguarda aprovação para construir 19 casas em Merthyr, no País de Gales, como parte de um projeto-piloto.

(Fonte: G1)

Dengue: vigilância Sanitária de Porto Alegre/RS emite alerta para "grande risco epidemiológico"

A Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde emitiu na tarde desta terça-feira (23) um alerta epidemiológico à rede de saúde da capital gaúcha devido ao surto de dengue em Ijuí. Segundo o documento, "a situação é de grande risco epidemiológico para todos os municípios onde há presença do vetor".

O objetivo, segundo o site da prefeitura de Porto Alegre, é alertar os profissionais de saúde para que fiquem atentos a sinais e sintomas compatíveis com dengue de pessoas provenientes de Ijuí e de Estados onde há epidemia.

Na manhã desta terça-feira coordenadores e técnicos da Vigilância estiveram em reunião com os oito gerentes distritais de Saúde, para que reforcem as medidas a serem tomadas pelos profissionais no devido diagnóstico e notificação dos casos suspeitos.

Nesta quarta-feira (24), a coordenação do Programa Municipal de Prevenção à Dengue fará reunião com a direção da Estação Rodoviária para a adoção de medidas de controle.

(Fonte: Zero Hora/RS)

Brasil sedia Conferência Internacional do Clima

Fortaleza (CE) recebe em agosto a 2ª Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas (Icid 2010). O evento reúne representantes de vários países para discutir ações focadas nos desafios e oportunidades que enfrentam as regiões áridas e semiáridas do planeta, principalmente dentro dos aspectos ambientais e climáticos, vulnerabilidades, impactos, respostas de adaptação e desenvolvimento sustentável.

A programação também tem foco voltado para o aceleramento do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG) para reduzir vulnerabilidade, pobreza e desigualdade e melhoria da qualidade dos recursos naturais. Estudos de políticas comparativas e de síntese já são preparados, dentro de três principais temas: Informação climática e ambiental; Segurança humana, bem-estar e desenvolvimento humano e Processos de políticas públicas.

Destinada a governos, sociedade civil e especialistas, a Icid 2010 ocorre no Centro de Convenções do Ceará, numa realização do governo do Estado, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e Banco do Nordeste (BNB).

Apóiam a iniciativa o Banco Mundial (Bird), Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização Meteorológica Mundial (OMM), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Rede Clima, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento da França (IRD), Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para os Países em Desenvolvimento (Cirad), Instituto Interamericano para Pesquisas de Mudanças Globais (IAI), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Comissão Ecônomica para a América latina e o Caribe (Cepal), Convenção da Diversidade Biológica (UNCBD), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Agência Nacional de Águas (Ana), Postdam Institute (PIK), Departamento do Governo Inglês (Dfid), Dimensões Sociais da Política Ambiental da Iniciativa (Sdep), The Nature Conservancy (TNC), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos hidrícos (Funceme), Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).

A organização do evento é do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE/MCT). O prazo para submissão de propostas se encerra no dia 15 de março.

Outras informações no endereço: http://www.icid18.org

Passe longe dos hábitos que causam a tendinite

Digitar, cozinhar e pentear os cabelos são situações que viram uma verdadeira tortura para pessoas com tendinite. As dores chegam a causar lágrimas, assim como a idéia de ser incapaz de realizar tarefas tão simples.

A lesão causada por sobrecarga muscular e articular normalmente está associada a repetições de movimento, como explica a fisioterapeuta Fabíola Andrade, do Instituto Patricia Lacombe.

O grande inimigo da saúde muscular é sua postura durante a realização das tarefas. "Todas as pessoas têm vícios posturais. Por isso, ao sinal de qualquer desconforto, é preciso buscar orientação de um profissional, que vai indicar onde está a sobrecarga e ainda dar sugestões para você realizar os movimentos com menor gasto energético e maior produtividade e prevenindo patologias", afirma a fisioterapeuta.

Também e importante realizar movimentos compensatórios nos casos de atividades que tragam muita sobrecarga. A má postura deixa músculos, tendões e ligamentos mais propícios a lesões. Confira a seguir algumas atividades que costumam desencadear casos de tendinite e tome os cuidados necessários, evitando somar mais um caso nas estatísticas do problema.

Cozinhar: Se você está no grupo das pessoas que vivem na cozinha comece a prestar atenção na postura diante da panela. Mesmo para mexer um prato é preciso tomar cuidado, deixe a coluna alinhada e nada de ficar por longos períodos colocando muita força no braço.

Jogar boliche: Se você é um fã assíduo do esporte, fuja dos exageros e, na hora das jogadas, fique atento a qualquer dor diferente nos músculos. Os movimentos bruscos nos punhos e a tensão nos dedos por causar a inflamação dos tendões.

Digitar: muito tempo na frente do computador são um chamariz para a tendinite. Mas nada de pânico, basta caprichar na postura, evitando curvar os punhos. Procure um especialista diante de qualquer mal estar em vez de protelar os cuidados.

Fazer escova: Horas e mais horas em frente ao espelho alisando os cabelos é sinal de perigo, ainda mais quando deixamos o corpo cair pelo cansaço. Para ficar bem longe dos problemas é preciso tomar cuidado com a força nos punhos e com os movimentos de repetição nos ombros. Quando o braço começar a ficar pesado demais, pare: sinal de que seu corpo precisa descansar.

Bebê no colo: Se o filhote é daqueles que não pára um minutinho se não estiver no seu colo é melhor começar a tomar mais cuidado. Períodos muito longos com a criança no colo podem sinalizar perigo. Comece a ensinar o pequeno a ficar mais em outros lugares e preste atenção na postura quando a situação for inevitável.

Passar e lavar roupa: Esfregar, torcer, passar. Atividades que acabam forçando além do limite os membros superiores. Para evitar complicações insira pausas nessas tarefas. Que tal assistir a um pouco de televisão ou dar uma volta para esfriar a cabeça e dar um descanso aos tendões?

Muito tempo ao telefone: Se você é daquelas que adora ficar horas pendurada no telefone é bom tomar cuidado, a tarefa parece que não exigir muito da musculatura, mas quando o tempo é muito longo pode oferecer grandes riscos e abrir portas para a tendinite (principalmente se você fica com o pescoço torto e a coluna desalnhada).

Fonte: http://www.minhavida.com.br

Brasil é o campeão do lixo eletrônico entre emergentes

Brasil é também o país emergente que mais toneladas de geladeiras abandona a cada ano, por pessoa

Jamil Chade

GENEBRA - O Brasil é o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. O alerta é da ONU, que nesta segunda-feira, 22, lançou seu primeiro relatório sobre o tema e advertiu que o Brasil não tem nem estratégia para lidar com o fenômeno, e o tema sequer é prioridade para a indústria.

O Brasil é também o país emergente que mais toneladas de geladeiras abandona a cada ano por pessoa e um dos líderes em descartar celulares, TVs e impressoras.

O estudo foi realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), diante da constatação de que o crescimento dos países emergentes de fato gerou maior consumo doméstico, com uma classe média cada vez mais forte e estabilidade econômica para garantir empréstimos para a compra de eletroeletrônicos. Mas, junto com isso, veio a geração sem precedente de lixo.

A estimativa é de que, no mundo, 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas por ano. Grande parte certamente ocorre nos países ricos. Só a Europa seria responsável por um quarto desse lixo. Mas o que a ONU alerta agora é para a explosão do fenômeno nos emergentes e a falta de capacidade para lidar com esse material, muitas vezes perigoso. Para Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma, Brasil, México, Índia e China serão os países mais afetados pelo lixo, enfrentando "crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública".

Em meio a críticas ao Brasil, por não contar com dados sobre o assunto, a ONU optou por fazer sua própria estimativa. O resultado foi preocupante. Por ano, o Brasil abandona 96,8 mil toneladas métricas de PCs. O volume só é inferior ao da China, com 300 mil toneladas. Mas, per capita, o Brasil é o líder. Por ano, cada brasileiro descarta o equivalente a meio quilo desse lixo eletrônico. Na China, com uma população bem maior, a taxa per capita é de 0,23 quilo, contra 0,1 quilo na Índia.

Outra preocupação da ONU é com a quantidade de geladeiras que terminam no lixo no Brasil. O país é o líder entre os emergentes, ao lado da China. É 0,4 quilo por pessoa ao ano. Em números absolutos, seriam 115 mil toneladas no Brasil, contra 495 mil na China. No setor de impressoras, são outras 17,2 mil toneladas de lixo por ano no Brasil, perdendo apenas para a China.

O Brasil também é o segundo maior gerador de lixo proveniente de celulares, com 2,2 mil toneladas por ano e abaixo apenas da China. Entre as economias emergentes, o Brasil é ainda o terceiro maior responsável por lixo de aparelhos de TV. É 0,7 quilo por pessoa ao ano, mesma taxa da China. Nesse setor, os mexicanos são os líderes.

A avaliação da ONU é de que o Brasil estaria no grupo de países mais preparados para enfrentar o desafio do lixo eletrônico, principalmente diante do volume relativamente baixo de comércio ilegal do lixo em comparação a outros mercados.

Mas o alerta é de que a situação hoje não é satisfatória. Informações sobre lixo eletrônico são escassas e não há uma avaliação completa do governo federal sobre o problema. A ONU ainda indica que falta uma estratégia nacional para lidar com o fenômeno, e que a reciclagem existente hoje não é feita de forma sustentável.

As Nações Unidas ainda indicam que o problema não parece ser uma prioridade para a indústria nacional e que a ideia de um novo imposto não é bem-vinda, diante da carga tributária no País.

Diante da constatação, a ONU pediu que países comecem a adotar estratégias para lidar com esse crescimento do lixo. O alerta é sobretudo para o impacto ambiental e de saúde que as montanhas de resíduos tóxicos poderiam gerar. Hoje, parte importante desse lixo se acumula sem qualquer controle. A China é o segundo maior produtor de lixo eletrônico do mundo (2,3 milhões de toneladas ao ano) atrás apenas dos Estados Unidos.

Os especialistas estimam que, até 2020, o volume de resíduos procedentes de computadores abandonados crescerá 500% na Índia, e 400% na China e África do Sul, em comparações aos níveis de 2007.

Em uma década, a quantidade ainda de telefones celulares abandonados na Índia e na China seria 18 e 7 vezes maior que a atual, respectivamente. Já o número de televisões e geladeiras no lixo seria duas vezes maior.

Entre as soluções, a ONU pede novas tecnologias de reciclagem, além da criação os países emergentes de "centros de gestão de lixo eletrônico". Um dos problemas a ser superado ainda seria a resistência de empresários que, na realidade, estão lucrando com o comércio desse lixo eletrônico.

Outro problema é a falta de investimentos em infraestrutura. A ONU ainda propõe como medida a exportação de parte desse lixo de países emergentes aos ricos. Isso deveria ser utilizado principalmente para peças perigosas, como circuitos integrados e pilhas, que seria então processado de forma adequada.

Fonte: www.portaldomeioambiente.org.br

Carta Aberta à População Brasileira: IBAMA 21 anos

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, criado em 22 de fevereiro de 1989, com o objetivo de integrar e agilizar o gerenciamento, a formulação, a coordenação e a execução da Política Nacional do Meio Ambiente, acumulou em curto intervalo de tempo, importantes avanços e consolidou-se como uma Instituição forte, reconhecida pela sociedade brasileira e pela comunidade internacional, como principal Órgão de defesa do meio ambiente no Brasil.

Ao longo destes 21 anos, inúmeros embates foram travados pelo IBAMA – e nem sempre ganhos – porque cuidar do meio ambiente é missão difícil de cumprir, ainda mais quando se é objeto de ataques sistemáticos, por parte dos que defendem seus próprios interesses a qualquer custo, sem considerar o respeito ao meio ambiente. E, sob tal perspectiva, o IBAMA enfrentou diversas tentativas de enfraquecimento que vão desde a restrição de sua autonomia gerencial e financeira, ao sucateamento de suas unidades descentralizadas, à diminuição de seus recursos orçamentários, ao esvaziamento e transferência de suas competências e à desqualificação pública de seus servidores.

Os golpes contra o meio ambiente continuam por meio das tentativas, ainda em curso, de enfraquecimento da Política Nacional de Meio Ambiente, posto que tramitam no Congresso Nacional várias propostas visando à desconfiguração e à flexibilização da legislação ambiental, a exemplo das mudanças propostas ao Código Florestal, à Lei de Crimes Ambientais, às regras para licenciamento de obras potencialmente impactantes, à limitação da ação e atuação dos órgãos ambientais federais, além da dispensa ou anulação das multas ambientais aplicadas aos infratores e a moratória aos desmatadores.

Mas, não podemos esquecer que ao longo destes 21 anos houve avanços significativos e nos resultados socioambientais existentes há o DNA ou o protagonismo explícito do IBAMA, por meio de sua força de trabalho, ou seja, seus servidores.

Dentre a gama de resultados mais visíveis está a existência do próprio Ministério do Meio Ambiente, criado em outubro de 1992, até mesmo porque não era admissível – e continua não sendo – que em um país com a mega diversidade biológica existente e detentor de privilegiados recursos ambientais, sua política ambiental fosse tratada como questão de último escalão, subordinada e submetida aos interesses econômicos e escondida no organograma de ministérios de “desenvolvimento à qualquer preço”, como era no passado, antes de o IBAMA existir.

Outro resultado a destacar, de sutil e eficaz diferença, está na criação da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, instituída em janeiro de 2002 e que precisa urgentemente de atenção, de vontade política dos governantes, e de mobilização efetiva dos servidores para o encaminhamento, ao Congresso Nacional, da proposta de sua reestruturação. Não é admissível que as pessoas que cuidam do meio ambiente sejam tratadas como “insignificantes” em termos de carreira, de remuneração, de estrutura e de condições de trabalho.

Por ocasião do 21º aniversário do IBAMA, os Servidores Públicos Federais integrantes da Carreira de Especialista em Meio Ambiente, que contempla o IBAMA, o MMA, o Serviço Florestal Brasileiro e o Instituto Chico Mendes, reiteram e reafirmam seu compromisso em defesa do meio ambiente e vêm a público alertar a população para a necessidade de exigir do Governo e do Congresso Nacional a consolidação e o avanço da Política Nacional do Meio Ambiente, a proteção da legislação ambiental que está ameaçada de extinção, o apoio para o fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, especialmente dos órgãos ambientais federais e reivindicar a reestruturação da Carreira dos servidores federais que cuidam do meio ambiente.

Servidores do IBAMA, MMA, Serviço Florestal Brasileiro e Instituto Chico Mendes, unidos em defesa do desenvolvimento sustentável e do respeito ao meio ambiente!

EcoDebate

Única vacina para HIV com sucesso parcial tem efeito temporário

Cientistas anunciaram nesta sexta-feira (19) mais um obstáculo na luta contra a Aids.

A vacina que, em setembro do ano passado, ganhou destaque por conseguir diminuir em 31% o risco de contaminação por HIV em voluntários na Tailândia, na verdade não funciona tão bem.

Segundo os próprios pesquisadores que a testaram, a proteção que ela oferece é apenas temporária - cerca de um ano.

O valor de 31% pode não parecer alto. Realmente seria necessário mais do que isso para que fosse viável produzir uma vacina em grande escala. Mas era a primeira vez em que uma vacina tinha algum grau de sucesso, mesmo que parcial.

A esperança era que, a partir dela, fosse possível desenvolver uma imunização mais eficaz.

Por isso, na época, os cientistas envolvidos na pesquisa estavam otimistas. Eles pertenciam a órgãos americanos - incluindo o Exército - e tailandeses, além de uma empresa e uma ONG, donas cada uma de metade da vacina.

Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, um dos financiadores do teste na Tailândia, disse então: "Faz mais de 20 anos que todas as vacinas foram essencialmente fracassos. Parece que estávamos tateando por um corredor escuro, até que uma porta finalmente se abriu".

A porta continua aberta, mas agora parece que será ainda mais difícil atravessá-la.

Ainda útil - Para o coronel Nelson Michael, do Instituto Walter Reed de Pesquisas do Exército dos EUA, que anunciou as novas descobertas na Conferência de Retrovírus e Infecções Oportunistas, em São Francisco (EUA), a vacina ainda é útil. "Ela tem um efeito fraco e modesto, mas é possível construir algo a partir dela."

Para ele, o tempo limitado de proteção da vacina, conhecida como RV 144, não é motivo para jogá-la no lixo. "É o ideal? Não é. Mas existem vacinas, como a da gripe, que você tem de tomar todos os anos."

Esper Kallás, infectologista da USP, concorda. "É algo que acaba criando mais um problema, mas não é um abalo. A situação ainda é melhor do que alguns meses atrás, quando a gente não tinha nada." Para ele, as estratégias de vacinação podem se adaptar a uma vacina que não dure a vida inteira.

"Em diferentes fases da vida, as pessoas tem riscos diferentes de infecção pelo HIV. Uma criança praticamente não tem risco de transmissão sexual, mas no final da adolescência esse risco dá um pulo. Você pode identificar os períodos de vulnerabilidade e adequar as estratégias de vacinação."

Como assim? - Quando anunciaram o sucesso parcial da vacina, os cientistas deixaram claro que não conheciam bem como ela funcionava. Agora, além de não saberem como ela funciona, também não entendem como ela perde eficácia com o tempo.

"Todos querem saber por que ela funcionou e quais testes poderíamos ter feito no laboratório para prever isso", diz Michael. O sangue dos voluntários continuará a ser analisado em busca de pistas que possam levar a explicações sobre como a vacina funciona, diz ele.

Os resultados dessas novas análises levarão cerca de um ano. Enquanto isso, cientistas no mundo inteiro estarão procurando paralelamente maneiras de entender como vacinas podem barrar o HIV.

(Fonte: Folha Online)

Horário de verão gerou economia de 0,5% no consumo de energia

O horário de verão terminou às 24 horas de domingo (20), nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nestas regiões, os relógios foram atrasados em uma hora à meia-noite.

A economia de energia com o horário de verão este ano, segundo o Ministério de Minas e Energia, é estimada em 0,5%, o que corresponde a cerca de 560 gigawatts (GWh) no Sudeste e Centro-Oeste e de 226 GWh no Sul.

Já a redução da demanda deve ficar em 4,5% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (1.900 MW) – o suficiente para abastecer uma cidade com 5 milhões de habitantes. No Sul, a previsão é de 4,7% o que representa 575 MW, correspondente a uma cidade com 1,5 milhão de pessoas.

O horário de verão possibilitou, nos últimos dez anos, conforme dados oficiais, uma redução média de 4,7% na demanda de energia no horário de maior consumo, chamado horário de "pico", que ocorre entre as 18h e as 21h. Essa redução significa que as usinas deixaram de gerar, no horário máximo de carga, cerca de 2.000 MW (megawatts) a cada ano ou 65% da demanda do Rio de Janeiro, ou ainda 85% da demanda de Curitiba.

Em 2009-2010 o horário de verão vigorou pela 36ª vez no país. Ele é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda, como resultado do calor e do crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. Os dias têm mais tempo de luz solar, por causa da posição da Terra em relação ao Sol, e a luminosidade natural pode ser melhor aproveitada com a mudança do horário em parte do país.

Desde 2008, o decreto 6.558 estabeleceu datas fixas para o início e término do horário de verão no país. De acordo com o decreto, a mudança no horário ocorrerá no terceiro domingo de outubro e terminará no terceiro domingo de fevereiro, mas se a data de encerramento coincidir com o domingo de carnaval, o final do horário de verão é transferido para o domingo seguinte.

(Fonte: Agência Brasil)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Código florestal

Diversas audiências públicas continuam sendo realizadas no país para discutir questões relacionadas à alteração do Código Ambiental Brasileiro e inseridas em uma proposta a ser formulada por deputados federai. Participam dessas discussões produtores (pequenos e médios), ambientalistas, Ministério Público, professores e outros agentes.

Para Yara Donda, advogada do escritório Buranello Passos e geógrafa com vasta experiência na área ambiental, essas audiências contribuem para a elaboração de um relatório, a fim de tornar o Novo Código Ambiental mais abrangente e mais completo do que o que está em vigor desde 1965: "Nas audiências, a discussão se resume aos principais pontos da legislação - área de preservação permanente (APP),reserva legal, pagamento por serviços ambientais, zoneamento ecológico-econômico e imposição ou não do Código Florestal para algumas cidades.

(Envolverde)

Suspensão de obras: vitória da biodiversidade do RS

Enquanto a Fepam se diz surpresa com a decisão judicial de suspender as obras das barragens de Jaguari e Taquarembó, os ambientalistas veem o reconhecimento do seu trabalho. Segundo o professor doutor em Ecologia e membro da ONG InGá, Paulo Brack, “na realidade, trata-se de um movimento em defesa da biodiversidade do RS, pelo Estado de Direito, já que as licenças iniciais da Fepam foram dadas de atropelo, antes da realização de EIA-RIMA's. Tratam-se de, mais uma vez, dois mega empreendimentos, o que resulta em mega-impactos”.

A suspensão das licenças de instalação expedidas pela Fepam e a imediata paralisação das obras de implantação das barragens nos arroios foi uma decisão do Juiz de Direito Felipe Valente Selistre, da Comarca de Lavras do Sul, no último dia 12. De acordo com Brack, as duas barragens vão destruir mais de 1.100 hectares de mata em galeria equivalente, segundo dados dos Estudos de Impactos Ambientais-Relatórios de Impactos Ambientais, a mais de 1,5 milhão de árvores nativas, sendo 80% ou 90% destas não existentes em nenhum viveiro do Estado. Com isso, desaparecerão os principais habitats (matas) e que correspondem ao único abrigo de animais ameaçados de extinção como gatos-do-mato e veados, dentre outros.

O ambientalista questiona o interesse destas mega-obras, já que tamanha destruição não seria necessária visando o abastecimento de duas cidades como Rosário do Sul e Dom Pedrito. Brack acredita que haja o interesse da orizicultura e, das empresas produtoras de celulose pela irrigação de suas monoculturas de eucaliptos, por trás destes ditos investimentos que ainda contam com incentivo do governo federal. “Verifiquei o EIA - RIMA e há um conjunto de informações bem tendenciosas a favor do empreendimento, dizendo que ele 'traria melhorias ambientais', o que é uma grande inverdade, para dizer o mínimo. Pelo que se pode verificar da decisão do juiz que cancelou temporariamente os empreendimentos a má qualidade do EIA foi determinante para isso, bem como, a inexistência de compensações ambientais para tamanho impacto, inclusive de enorme quantidade de aterro e um 'elefante branco', representado pelo empreendimento, no meio do Pampa. Uma pena que o PAC esteja, mais uma vez, acelerando a construção de obras questionáveis em todos os sentidos,” disse.

E assim, o Bioma Pampa, ainda desconhecido da maioria dos gaúchos, segue ameaçado pelo capital, sem nenhuma política de conservação da biodiversidade. Apesar de muitas de suas áreas constarem no Mapa das Áreas Prioritárias para a Conservação, conforme o divulgado pelo Ministério de Meio Ambiente, há três anos.

O que diz a Fepam

Os Estudos de Impacto Ambiental com Relatórios de Impacto Ambiental (EIAs-Rimas) das barragens de Jaguari e Taquarembó, localizadas respectivamente em Rosário do Sul e Dom Pedrito, contém 15 volumes e foram entregues na Fepam em março de 2008 pelo empreendedor, a Secretaria de Irrigação e Usos Múltiplos da Água. A decisão judicial de suspender as obras das barragens pelo motivo da inexistência dos estudos de impacto ambientais surpreendeu a Fepam.

Os EIAs-Rimas foram colocados à disposição do público durante 30 dias antes da realização das audiências públicas, sendo que a de Taquarembó foi realizada em 8 de julho de 2008 em Dom Pedrito e a de Jaguari em Rosário do Sul em 9 de julho de 2008.

A partir de da análise dos EIAs-Rimas e das audiências públicas, a Fepam solicitou complementação aos estudos de impacto ambientais e as Licenças Prévias (LPs) foram concedidas em 27 de outubro de 2008.

Após a complementação dos demais ritos licenciatórios, a Fepam concedeu as Licenças de Instalação em 17 de dezembro de 2008 para Jaguari e em 7 de janeiro de 2009 para Taquarembó. A equipe técnica da Fepam vem realizando vistorias regulares nas duas obras para conferir o cumprimento das licenças ambientais.

Foi feito um Termo de Ajuste de Compromisso (TAC) em 2008 porque na época a Fepam emitiu uma Licença Prévia (LP) provisória para que o Governo do Estado pudesse reservar os recursos do PAC para as obras. Uma ação civil pública cancelou as LPs, quando então foi firmado o TAC, onde foi estabelecido o compromisso de só licenciar as obras após a apresentação dos EIAs-Rimas.

O investimento previsto das obras é de aproximadamente R$ 150 milhões, o maior da história do Rio Grande do Sul já feito em recursos hídricos. Será coberto com verbas do Tesouro do Estado e do governo federal, por intermédio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O empreendedor é a Secretaria de Obras Públicas, com a interveniência da Secretaria Extraordinária de Irrigação e Usos Múltiplos da Água. A consultoria foi da Beck de Souza Engenharia Ltda.

O objetivo das audiências públicas foi o de expor à sociedade o conteúdo dos Estudos de Impacto Ambiental com Relatório de Impacto Ambiental (EIAs-RIMAs) dos projetos e colher informação dos participantes para o licenciamento ambiental dos empreendimentos.

A barragem de Jaguari vai abranger os municípios de Lavras do Sul, Rosário do Sul e São Gabriel, localizando-se na sub-bacia do Arroio Jaguari, na bacia hidrográfica do rio Santa Maria. Terá volume acumulado de 152 milhões de metros cúbicos (m3) e receberá investimento aproximado de R$ 85 milhões. A de Taquarembó, na subbacia do Arroio Taquarembó, também na bacia hidrográfica do rio Santa Maria, compreenderá os municípios de Dom Pedrito, Lavras do Sul e Rosário do Sul. O volume acumulado será de 155 milhões de m3 e o investimento, de cerca de R$ 80 milhões.

(Assessoria de Imprensa da Fepam)

Fepam - EcoAgência

O meio ambiente não legisla, mas julga, por Cíntia Ioris

Os dramáticos acontecimentos do final do ano passado e começo deste ano trouxeram o meio ambiente para o centro das discussões. O encontro de Copenhague, no mês de dezembro de 2009, quando se esperava que os maiores chefes de governo acertassem metas concretas para minimizar os riscos de mudanças climáticas, revelou-se pouco mais do que uma grande mise-en-scène sem final feliz. Algo parecido ocorreu com a Convenção de Mudanças Climáticas, assinada no Rio de Janeiro em 1992, quando autoridades políticas traçaram as linhas gerais de um ambicioso acordo que não se traduziu em avanços efetivos. O resultado é que os fenômenos meteorológicos que agora nos afetam parecem prenunciar um futuro cada vez mais adverso. O que vem ocorrendo nas últimas semanas, seja o inverno rigoroso no Hemisfério Norte, ou, no caso do Brasil, a quantidade de chuva que alagou boa parte do país, deveria servir de alerta redobrado.

O que acontece com a implementação da convenção do clima tem importantes paralelos com a legislação ambiental brasileira. Temos um número muito grande de leis federais, estaduais e municipais que hoje disciplinam o uso e a conservação dos recursos naturais e dos ecossistemas. O artigo 225 da Constituição Federal estipula que o uso ambiental deve se dar de maneira ecologicamente equilibrada visando à sadia qualidade de vida para as presentes e futuras gerações. Este dispositivo se fundamenta no Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, que por sua vez se subdivide em outros princípios ambientais, tais como o Princípio da Prevenção – que estipula um elo entre a atividade e os impactos futuros já conhecidos – e o Princípio da Precaução – aplicado à atividade cujo impacto ambiental é desconhecido, fazendo com que o administrador avalie a respeito do custo e benefício social, econômico e ambiental em realizá-la ou não. Como podemos ver, de pressupostos formais o Brasil está bem servido. A falta de fiscalização governamental, contudo, faz com que os problemas ambientais se agravem a cada dia, dado que quando os poucos fiscais tomam ciência dos abusos que acontecem, a providência em geral tomada é apenas a aplicação de multas.

Nesse ano, iremos novamente às urnas para a escolha de nossos representantes. Essa deveria ser uma oportunidade para refletirmos a respeito de qual relação queremos ter com o meio ambiente. Não podemos confundir acúmulo de bens materiais com desenvolvimento sustentável, que só acontece quando traz benefícios a todos os seres vivos de determinada região, sem alterar a cadeia natural do meio ambiente. Nossa educação ambiental deve ser modificada a gerar uma consciência maior de como lidar com os recursos naturais. Da mesma forma, o consumo deve ser reduzido para criarmos uma relação mais equilibrada entre a sociedade e nosso único e frágil planeta.

Cíntia Ioris
Estudante de Direito
Zero Hora

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vergonha: Brasil se reafirma como maior consumidor mundial de agrotóxicos

Os agrotóxicos matam a biodiversidade representada pela variedade de vida vegetal e animal, afetam a fertilidade natural do solo, contaminam o lençol freático e a qualidade das águas da chuva.

Na safra de 2008/2009, o Brasil atingiu a marca de maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Os agrotóxicos são feitos a partir de produtos de petróleo e de químicos não degradáveis e, portanto, depois de fabricados, permanecem na natureza.

Matam a biodiversidade representada pela variedade de vida vegetal e animal, afetam a fertilidade natural do solo (ao acabar com bactérias e nutrientes naturais), contaminam o lençol freático e a qualidade das águas da chuva - pois os venenos secantes evaporam para a atmosfera e depois regresssam com a chuva. Afetam também a qualidade dos alimentos, que quando ingeridos sistematicamente podem causar destruição das celulas e resultar em câncer .

Mas tudo isso não importa. A indústrias anunciam os dados com orgulho. Afinal, a eles apenas interessa os lucros! Certamente seus gerentes buscam apenas produtos orgânicos nas gôndolas dos supermercados, enquanto o povo é obrigado a engolir seus venenos.

Veja e baixe, no arquivo anexo, tabela sobre o consumo de venenos por produto. O Brasil consumiu ao redor de 700 milhões de litros de veneno. Veja a distirbuição por produto (em torno de 629 milhões) e outros produtos mais 70 milhões de litros. Esses 700 milhões de litros foram apliados em 50 milhoes de hectares, equivalente a 14 litros por hectares, a maior media do mundo.

Fonte: EcoAgência

Moesch propõe criação do dia Segunda sem Carne

O vereador Beto Moesch (PP) protocolou projeto de lei para instituir em Porto Alegre o dia “Segunda sem Carne”. Pela proposta, residências, restaurantes e demais estabelecimentos que comercializam gêneros alimentícios serão convidados a optar por refeições vegetarianas todas as segundas-feiras.

“O objetivo é promover mais reflexão e conscientização sobre o consumo excessivo de carne. A dieta vegetariana é ecológica, saudável, ética e compassiva. Precisamos disseminá-la o máximo possível entre a população”, defende o parlamentar.

A iniciativa conta com o apoio da Sociedade Vegetariana Brasileira, idealizadora da campanha nacional “Segunda sem Carne”, já adotada pelo governo de metrópoles como São Paulo.

A medida também procura promover o veganismo, filosofia de vida baseada nos direitos animais, cujos adeptos procuram não consumir produtos nem participar de atividades em que há exploração ou uso de bichos, excluindo os alimentos de origem animal.

Vegetarianismo e saúde

O vereador aponta dados científicos que indicam relações positivas entre a dieta vegetariana e a redução do risco de várias doenças e condições degenerativas crônicas, como obesidade, doença arterial coronariana, hipertensão, diabete e alguns tipos de câncer.

Ele menciona a posição da Associação Dietética Americana, segundo a qual as dietas vegetarianas apropriadamente elaboradas são saudáveis, adequadas em termos nutricionais e apresentam benefícios para a saúde na prevenção e no tratamento de doenças.

Do mesmo modo, faz referência ao “Guia alimentar para a população brasileira”, editado em 2006 pelo Ministério da Saúde, que alerta que uma alimentação rica em proteínas animais contém altos teores de gorduras totais e saturadas, e, portanto, pode não ser saudável.

Impactos no meio ambiente

“A expansão da pecuária na Amazônia, no Cerrado, na Caatinga e em parte da Mata Atlântica é uma das principais causas da sua degradação. Soma-se a isso o crescimento da pesca industrial predatória, comprometendo ecossistemas marinhos significativos”, revela Moesch.

Além disso, de acordo com pesquisa da Organização das Nações Unidas, cerca de 18% da emissão dos gases causadores do aquecimento global são gerados pela produção de carnes em larga escala.

Maus-tratos aos animais

A exploração dos animais é mais um motivo para a proposição. “Não podemos esquecer que os animais sentem dor, prazer, alegria, tristeza, medo e afeto, assim como os seres humanos. O modo como são tratados no sistema de criação intensiva, confinados e manipulados como meras mercadorias, é extremamente cruel”, argumenta Moesch.


EcoAgência

Encha o prato de vitamina A para controlar a gula

Os últimos estudos envolvendo vitamina A têm tudo para mudar completamente o conceito de quem acha que, no máximo, ela é boa para a saúde dos olhos. É que a vitamina A acaba de ser apontada como a mais nova aliada contra a obesidade.

Estudos recentes realizados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro apontam a relação deste nutriente com a leptina, o chamado hormônio da saciedade.

"A vitamina A pode ser encontrada em vegetais e frutas de tons alaranjados, como o mamão, laranja, abóbora e cenoura", explica a nutricionista chefe do MinhaVida, Roberta Stella. Segundo as pesquisas, a falta da vitamina A diminui a produção de leptina, causando ataques de gula.

Por outro lado, quando os níveis de vitamina A estão abaixo da necessidade do organismo, as células de gordura (adipócitos) se multiplicam com maior facilidade.

E o que é pior: elas não só aumentam de quantidade, mas também de tamanho, provocando aumento de gordura localizada no corpo.

Além de ajudar a controlar o peso, a vitamina A protege o esqueleto, os pulmões e o coração, sem falar dos olhos, claro, e do sistema imunológico.

Fonte: http://www.minhavida.com.br

Suco de fruta: o grande amigo do verão

O verão traz com ele a necessidade de beber muito líquido para manter o corpo hidratado, mas isso não significa que vale a pena matar sua sede com refrigerantes, não importa se com ou sem açúcar. Para se refrescar de verdade e garantir muita saúde, nada melhor que água e sucos naturais.

Os sucos, além de refrescarem, hidratam e fornecem muitos nutrientes ao organismo e precisam ser feitos a partir de frutas frescas. Nem pense em ao comprar os famosos (e adorados pelas crianças) sucos artificiais de pozinho, isso porque eles são ricos em calorias e contêm conservantes e corantes, que podem causar alergias, gastrite e até conter substâncias cancerígenas.

O consumo desse tipo de produto acaba causando um grande esforço do corpo para purificar e limpar todas essas substâncias maléficas.

Como se não bastasse, o consumo excessivo dessas bebidas coloridas e doces, mesmo sendo dietéticas, por terem um sabor acentuado, acabam educando erroneamente o nosso paladar a aceitar apenas esse tipo de sabor. Se você cai nessa "pegadinha", vai acabar achando a alimentação à base de frutas, verduras e legumes sem graça e sem gosto, sabia?

Quando 100% naturais, os sucos são boas fontes de fibras alimentares, principalmente se não forem coados ou peneirados. A utilização integral dos componentes das frutas pode garantir o acesso a minerais e vitaminas. Mas se seu dia-a-dia corrido esbarrar na dificuldade em preparar sucos a partir das frutas, o supermercado oferece boas alternativas, como sucos concentrados, sucos em caixinhas longa vida e as polpas congeladas. Mas, toda vez que sobrar um tempinho, lembre-se de preparar com as frutas in natura, ok?

Vale lembrar que, dependendo de como são feitos, os sucos podem ser bem calóricos. Até mesmo as frutas exigem controle no seu consumo, pois são ricas em frutose, que é também é um tipo de açúcar. Tente não adoçá-los ou substituir o açúcar refinado por mel, açúcar orgânico, mascavo ou adoçante mesmo, mas sempre com moderação.

Bebê-los 30 minutos antes das refeições é uma ótima opção, pois isso ajuda na absorção dos nutrientes que você estará ingerindo.

Além disso, é importante que os sucos naturais sejam consumidos em até 30 minutos depois de serem preparados para não perderem suas propriedades nutritivas, ok? Agora, veja todos os benefícios que sua fruta preferida lhe traz:

Abacaxi: é digestivo, além de diurético e antitérmico. Também acalma a garganta e ajuda a curar laringites.

Açaí: trata-se de um antioxidante natural, facilita a eliminação de radicais livres, devido ao seu alto teor de vitaminas E e C.

Acerola: ajuda a combater a debilidade, a fadiga do organismo, a perda do apetite, e também as gripes e infecções pulmonares.

Goiaba: contém ferro, tanino, vitamina A e muita vitamina C. Esta fruta promove o metabolismo das proteínas e ajuda a prevenir a acidez e fermentação dos carboidratos durante a digestão.

Laranja: fortalece as defesas naturais do corpo por ser rica em vitamina C. Ajuda a combater resfriados, gripes, febres e possui efeito anti-hemorrágico.

Limão: é rico em vitaminas A, B1 e C e sais minerais, por isso ajuda a curar gripes e resfriados.

Maçã: auxilia na tonificação do organismo. Contém substâncias que protegem o fígado e facilitam a digestão.

Mamão: estimula e tonifica o organismo. É ótimo para a digestão e contém substâncias antibactericidas, capazes de evitar infecções intestinais causadas por parasitas. Também protege as mucosas dos intestinos.

Manga: tem grande teor de betacaroteno, o que lhe confere propriedades antioxidantes. É um ótimo regenerador do sangue.

Maracujá: tem propriedades antissépticas e reforça o sistema imunológico, estimula a digestão e pode ser utilizado como calmante natural.

Melão e melancia: os dois têm propriedades diuréticas, auxiliando o funcionamento dos rins.

Morango: é indicado em casos de diarréia. Também ajuda na digestão, baixa a febre e estimula todas as funções do metabolismo. Tem propriedades adstringentes e diuréticas.

Pêssego: ajuda a tratar desde inflamação dos rins, erupções da pele, fungos, intestino preguiçoso e ácido úrico a problemas respiratórios e doenças do coração.

Tangerina: os bagos são repletos de suco rico em ferro e vitaminas A, B1, B2 e C. A tangerina ajuda a tratar a febre, elimina toxinas, gripes, ácido úrico, retenção de líquidos, tensão nervosa e verminoses.

Além de suco de frutas, você pode optar pelo suco de clorofila, que tem ação desintoxicante e antibactericida. Isto porque a clorofila limpa o organismo das impurezas e toxinas, o que é perfeito para remediar um dia de excessos. Agora que você já sabe de tudo, que tal misturar duas ou mais frutas e inventar um novo suco preferido? Seu corpo e sua sede irão agradecer, pode apostar!

Fonte: Daniela Hueb - Especialidade: Nutrologia

Biólogos veem complô para barrar artigos

Vista de fora, a pesquisa com células-tronco parece uma das áreas mais pujantes da ciência atual, mas alguns dos principais especialistas do ramo decidiram lançar um manifesto contra a maneira como os estudos sobre o tema são selecionados para publicação nas principais revistas científicas. Esse "vestibular" teria se transformado numa panelinha, que barra a divulgação de dados importantes para manter seu próprio prestígio, acusam eles.

As críticas do grupo, capitaneado por Austin Smith, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), e Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto (Japão), miram o chamado "peer-review", processo de revisão por pares que é o padrão aceito para decidir se dada pesquisa merece ser publicada.

Num cenário ideal, a revisão por pares seria o modo mais objetivo de avaliar a qualidade de um estudo. O texto original de um artigo científico normalmente é repassado para três ou quatro revisores, os chamados "referees", que trabalham na mesma área que os autores. A ideia é que, tendo sua identidade protegida, eles teriam conhecimento e objetividade para flagrar erros e "separar o joio do trigo" entre os estudos.

Reclamações sobre falhas no sistema são relativamente antigas e recorrentes, e a pesquisa com células-tronco é uma área especialmente visada. Vistas há mais de uma década como o futuro da medicina, tais células têm potencial para assumir a função de qualquer tecido do organismo, o que traz a possibilidade de regenerar tecidos e órgãos. Países ricos têm investido bilhões de dólares para transformar a promessa em realidade, com grande competição entre grupos científicos.

No manifesto, assinado por Smith, Yamanaka e outros 12 cientistas, a reclamação é que "o padrão das publicações no campo (das células-tronco) é muito variável. Artigos que são cientificamente falhos ou contêm apenas incrementos técnicos modestos com frequência atraem atenção indevida. Ao mesmo tempo, a publicação de achados verdadeiramente originais pode ser adiada ou rejeitada". Eles também dizem que "ocasionalmente", tiveram "experiências com revisões obstrutivas ou pouco razoáveis".

Panelinha - Em entrevista à rede britânica BBC, Smith e seu colega Robin Lovell-Badge foram mais incisivos. Para Lovell-Badge, "a coisa está virando uma panelinha, na qual só os artigos que satisfazem esse grupo seleto de poucos revisores, que se consideram pessoas muito importantes no campo, são publicados". Segundo Smith, "artigos têm sido "segurados" por meses e meses porque revisores pedem novos experimentos que não são justos nem relevantes".

Para a dupla, a motivação dos "referees" é, em vários casos, ganhar tempo para que eles e seus parceiros consigam publicar dados semelhantes antes dos concorrentes. A Folha procurou Smith e Yamanaka, mas eles não responderam aos pedidos de entrevistas.

Christine Hauskeller, socióloga da Universidade de Exeter (Reino Unido) especialista em produção científica, contou à Folha que tem ouvido críticas à revisão por pares na área das células-tronco há quatro anos.

"Não tenho uma boa explicação sobre por que as queixas só apareceram agora e foram feitas por esse grupo de cientistas, que não poderíamos chamar de pesquisadores marginalizados", afirma. Para ela, a disputa por reputação e verbas explica parte do problema.

"A academia se tornou altamente competitiva de modo geral", diz. "Num campo como o das células-tronco, obter sucesso rapidamente é crucial para a sobrevivência acadêmica. O contraste entre os valores intrínsecos do ideal da revisão por pares e a necessidade mais realista do sucesso profissional é óbvio."

(Fonte: Folha Online)

Pratos vazios

A estimativa é que a população mundial chegue a 9 bilhões em 2050. Mas, enquanto o número de pessoas não para de crescer, o mesmo não se pode dizer do total de áreas cultiváveis, de água potável e de outros recursos fundamentais para a sobrevivência humana.

A edição de sexta-feira (12) da revista Science aborda o tema da segurança alimentar em uma seção especial, com reportagens e artigos produzidos por dezenas de cientistas de diversos países. As conclusões não são boas.

Mesmo com os avanços científicos e nas tecnologias agrícolas, o número de pessoas desnutridas já passou do 1 bilhão. Em um cenário como esse, como fazer para alimentar o mundo sem exacerbar problemas ambientais e, ainda por cima, tendo que lidar com a questão das mudanças climáticas?

Para o painel de cientistas que participou do especial, a resposta está na adoção de medidas radicais na produção de alimentos. Os pesquisadores pedem aos líderes mundiais que “alterem dramaticamente suas noções a respeito de agricultura sustentável de modo a prevenir uma fome de dimensões catastróficas até o fim deste século entre os mais de 3 bilhões de pessoas que vivem próximas à linha do equador”, destacam.

Os pesquisadores clamam que os governantes “superem os conceitos populares contra o uso da biotecnologia agrícola”, particularmente com relação a culturas modificadas geneticamente, de modo a produzir mais em piores condições, e que os países tomem como base de suas regulações no setor os mais avançados trabalhos científicos.

“Estamos diante de uma queda de 20% a 30% na produção agrícola nos próximos 50 anos nas principais culturas entre as latitudes do sul da Califórnia e da Europa e a África do Sul”, disse David Battisti, professor da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e um dos cientistas que participaram do especial na Science.

A produção nas mais importantes culturas agrícolas declina drasticamente quando as temperaturas médias passam dos 30º C, apontam. E as projeções são de que o fim do século, nas regiões tropicais e subtropicais, será de temperaturas mais elevadas do que as mais altas registradas atualmente.

“Estamos cada vez mais preocupados por não saber o que é preciso fazer para alimentar uma população crescente em um mundo que não para de se aquecer”, disse Nina Federoff, conselheira para ciência e tecnologia da secretária de estado norte-americana, Hillary Rodham Clinton, outra autora do especial.

Mesmo sem o fator aquecimento global, segundo Battisti, alimentar uma população que crescerá 30% em 40 anos seria um desafio imenso. “Precisaríamos dobrar a produção atual de grãos nos trópicos”, disse. O problema, afirma, é que o clima mais aquecido reduzirá a produtividade, uma vez que a temperatura elevada reduz a eficiência do processo fotossintético.

Os cientistas estimam que o aumento na temperatura, a queda nas chuvas e o aumento da ação de pestes e patógenos poderão derrubar a produção de alimentos nas regiões tropicais e subtropicais do planeta em pelo menos 20% até 2050. Ou seja, mais gente com muito menos comida.

Os outros autores do especial destacam medidas para tentar enfrentar a situação, tais como desenvolver sistemas que permitam produzir mais com menos terra, energia ou água e reduzir a poluição associada com os pesticidas agrícolas.

Battisti aponta que a chamada “revolução verde” na agricultura resultou em um aumento de 2% na produção anual nos últimos 20 anos, especialmente por meio do uso de novas variedades de plantas e do melhor uso da fertilização e da irrigação.

Mas, apesar desses avanços, há pouca – ou mesmo nenhuma, em muitos lugares – nova terra disponível para plantio. Por conta disso, mais inovações são necessárias para lidar com esse panorama adverso.

“Precisamos de muitas ideias criativas, de um melhor casamento entre biotecnologia e agricultura e de melhor coordenação entre esforços públicos e privados por todo o mundo. Temos que pensar nas demandas de longo prazo por alimentos e nas ramificações ambientais e sociais de como iremos produzi-los”, disse Battisti.

(Fonte: Agência Fapesp)

Raios e mudanças climáticas

Nos últimos dez anos, o Brasil recebeu cerca de 57 milhões de raios e 1.321 pessoas morreram vítimas desse fenômeno natural. Esses números, reunidos pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), colocam o país no topo da lista mundial de incidência de descargas atmosféricas e indicam que o fenômeno está aumentando.

O aumento no número de raios pode estar relacionado com alterações no clima do planeta. Pesquisadores estimam que cada grau a mais registrado na temperatura global pode ocasionar um aumento de 10% a 20% na incidência de raios. Mas, por enquanto, isso é apenas uma hipótese.

Fazer um amplo estudo sobre os fatores climáticos que podem afetar a ocorrência de raios no país é a proposta do Projeto Temático “Impacto das mudanças climáticas sobre a incidência de descargas atmosféricas no Brasil”, apoiado pela FAPESP. Iniciado em dezembro passado e com previsão para durar até o fim de 2013, a pesquisa é liderada por Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat.

Segundo o pesquisador, a motivação do trabalho surgiu em 2007, após uma conferência do Painel Interngovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas. “No encontro, foi levantada a hipótese de que os raios aumentariam o efeito estufa ao provocar mais incêndios em florestas, que por sua vez liberariam mais dióxido de carbono, alimentando um ciclo contínuo”, disse.

O que incomodou o grupo do Elat foi não haver evidências conclusivas para confirmar ou derrubar a hipótese, nem dados sobre a relação entre mudanças climáticas e o aumento no número de raios.

Para investigar a questão, o projeto tomará como base três fontes principais de dados: a Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (Rindat), informações de satélite e registros do número de dias de tempestade. “Cada uma dessas fontes tem vantagens e desvantagens que devem ser consideradas”, disse Pinto Júnior.

Segundo ele, a Rindat oferece informações precisas, mas a rede mudou ao longo do tempo e, por isso, há dados de tipos diferentes a analisar. Além disso, o sistema é recente, tem apenas dez anos, e cobre apenas parte do país – as regiões Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste.

Do espaço, serão coletados dados pelo satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM, ou, em português, “missão de mensuração de chuva tropical”), que apresenta cobertura nacional e informações uniformes ao longo do tempo. Mas, assim como a Rindat, o TRMM tem um acervo de apenas dez anos de coleta, o que é pouco para fazer associações históricas.

Outro porém do satélite é sua órbita. Por circundar todo o planeta, o TRMM não monitora o Brasil o tempo todo, o que provoca lacunas de informação quando o equipamento está sobre outras áreas do mundo. O ideal, segundo Pinto Júnior, é que o satélite fosse geoestacionário, ou seja, que permanecesse em cima do país.

A terceira fonte de dados para a pesquisa, os registros de dias de tempestade, oferece as mais antigas informações sobre incidências de raios no Brasil. Os primeiros registros datam de 1780 na cidade do Rio de Janeiro.

“Apesar da longa cobertura, os registros não são constantes e apresentam várias lacunas ao longo desses mais de dois séculos de registros. Alguns trabalhos de monitoramento foram simplesmente abandonados após alguns anos, porque não se imaginava que o clima mudaria”, disse Pinto Júnior.

Para os analistas da época, o levantamento feito ao longo de 10 ou 15 anos poderia ser extrapolado e valeria indefinidamente, uma vez que o clima seria sempre estável, segundo se imaginava.

“Colher dados dessas notações também é uma tarefa difícil. Elas relatam dias de tempestade e não necessariamente raios. Portanto, muitos dados têm de ser inferidos, sendo medidos indiretamente. Sem contar que várias anotações são subjetivas e não apresentam o rigor e o padrão das observações atmosféricas atuais”, explicou Pinto Júnior.

Para analisar essa montanha de informações, o Inpe dispõe de parcerias com quatro instituições dos Estados Unidos: a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Universidade do Arizona. “Os pesquisadores dessas instituições vão discutir conosco as interpretações dos dados”, disse.

Novos sensores - Outro braço do Projeto Temático pretende aprimorar a rede de monitoramento de raios no Estado de São Paulo. Novos sensores detectarão também os raios intranuvens, que passam de uma nuvem a outra. Os sensores atuais só detectam as descargas que descem ao solo.

“Ao mesmo tempo, a ampliação da Rindat deverá melhorar a qualidade dos dados. Com 53 sensores atualmente espalhados pelo Brasil, a rede deverá instalar seis novos equipamentos de detecção este mês, no Mato Grosso. Com eles, a região Centro-Oeste será totalmente monitorada”, disse Pinto Júnior.

O pesquisador indica que existe uma previsão de que a região Nordeste esteja coberta com sensores até o fim de 2011. E há esforços para levar estações também ao Norte do país, que apresenta desafios logísticos devido à sua grande extensão e à vegetação amazônica.

A densidade dessas redes de detecção de raios é fundamental para a qualidade das informações coletadas. “O alcance de cada sensor é de 600 quilômetros, mas é importante que cada raio seja registrado por mais de um equipamento para que a qualidade do dado seja maior”, disse.

Temperaturas oceânicas - Uma relação já traçada pelo Elat é o da temperatura dos oceanos na incidência de raios. O grupo de pesquisa levantou, por exemplo, que os anos em que ocorreram mais mortes por raios, 2001 e 2008, coincidiram com o fenômeno do resfriamento das águas do Pacífico, conhecido como La Niña.

“Sabemos que quando ocorre a La Niña aumenta a incidência de raios nas regiões Norte e Nordeste. Nos períodos de El Niño [aquecimento do Pacífico], as descargas aumentam na região Sul. Já nas regiões sudeste e centro-oeste os efeitos são mais difíceis de serem previstos”, disse Pinto Júnior. Somados esses efeitos explicariam a concentração dos recordes de mortes na temporada da La Niña, segundo ele.

Apesar de notória, a influência da temperatura dos oceanos na incidência de raios não conta com muitos estudos, segundo Pinto Júnior. Além disso, o acompanhamento das temperaturas do Pacífico é muito mais antigo do que as medições feitas no Oceano Atlântico.

Isso se deve a uma questão econômica. Os efeitos causados pelo El Niño e pela La Niña na pesca peruana fizeram com que os pescadores daquele país acompanhassem de perto as oscilações de temperatura do oceano. Há registros de mais de 150 anos e que poderão ser comparados às anotações de tempestades observadas no Brasil.

Como desafio, o Projeto Temático procurará verificar como os raios respondem às temperaturas oceânicas, em especial às do Atlântico. “As tempestades no Brasil, especialmente, devem sofrer grande influência do Oceano Atlântico, mas não há estudos nesse sentido”, disse o coordenador do Elat.

Em mesmo sabendo que oceanos podem provocar precipitações, isso não é suficiente para relacioná-los aos raios. “Não há uma relação direta entre volume de chuvas e raios, como muitos imaginam”, disse o pesquisador, que relata casos de muita chuva e poucos raios e de muitas descargas elétricas com pouca ou nenhuma precipitação.

O projeto ainda pretende ir além da atmosfera e analisar um considerável fator de influência no clima do planeta: o Sol. Em ciclos de cerca de 11 anos aumentam as manchas na superfície solar e com elas o fluxo de radiação lançado pela estrela.

Na Terra, isso é sentido por meio de alterações das partículas da atmosfera. “São elas que facilitam ou não a formação de gelo nas nuvens e os raios só ocorrem quando existe gelo no interior das nuvens”, disse.

Pinto Júnior conta que a próxima ocorrência de aumento das manchas solares está prevista para 2012, ano em que a equipe do Temático poderá aproveitar para analisar o quanto o Sol tem a ver com a incidência de raios no Brasil.

(Fonte: Agência Fapesp)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Lâmpadas de nanofibras superam incandescentes e fluorescentes compactas

Pesquisadores dos Laboratórios RTI, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova tecnologia de iluminação que é mais eficiente do que as lâmpadas incandescentes comuns em sua capacidade de converter eletricidade em luz.

Do lado ambiental, a tecnologia não usa mercúrio, o que a torna mais ambientalmente segura do que as lâmpadas fluorescentes compactas, as chamadas lâmpadas PL, e as demais fluorescentes.

Lâmpadas de nanofibras - As novas lâmpadas são construídas a partir de uma estrutura de nanofibras que, ao contrário dos filamentos das lâmpadas incandescentes, podem ser controladas com precisão no momento da fabricação, permitindo um gerenciamento inédito da intensidade da luz emitida e, portanto, da quantidade de eletricidade consumida.

Nanofibras são fibras com diâmetros medidos em nanômetros - 1 nanômetro equivale a 1 bilionésimo de metro. As minúsculas dimensões dessas fibras fazem com que elas apresentem propriedades físicas e elétricas muito diferentes dos mesmos materiais em dimensões maiores.

Lâmpadas de estado sólido - Por emitirem luz a partir das nanofibras, as novas lâmpadas são classificadas como lâmpadas de estado sólido, a mesma categoria ocupada pelos LEDs e OLEDs.

Os pesquisadores trabalharam com dois tipos de estruturas construídas com nanofibras: refletores de nanofibras e nanofibras fotoluminescentes, conhecidas como PLN (PhotoLuminescent Nanofibers).

Por emitirem luz a partir das nanofibras, as novas lâmpadas são classificadas como lâmpadas de estado sólido, a mesma categoria ocupada pelos LEDs e OLEDs. Para uma opção mais recente, veja LED orgânico mais barato e reciclável é criado com grafeno.

Ao mesclar os dois materiais, que podem ser considerados como tecnologias por si sós, com várias possibilidades de aplicação, os pesquisadores conseguiram fabricar lâmpadas de alta eficiência, capazes de gerar até 55 lumens de luz por watt de energia consumida.

Esta eficiência é mais do que cinco vezes maior do que a das lâmpadas incandescentes tradicionais, já no mercado. Mais recentemente, várias tecnologias têm possibilitado aumentos consideráveis na eficiência das lâmpadas incandescentes.

Duplamente ecológica - A nova tecnologia de iluminação de estado sólido produz uma luz esteticamente agradável, com propriedades de cor que não são encontradas nas lâmpadas fluorescentes compactas. As novas lâmpadas apresentam índices de renderização de cor acima de 90 para branco quente, branco neutro e branco suave.

"Usando as tecnologias flexíveis das nanofibras fotoluminescente para controlar a emissão de luz, (nós) abrimos as portas para a criação de novos designs para a iluminação de estado sólido,", diz Lynn Davis, coordenador da equipe que desenvolveu as novas lâmpadas. "Essa nova classe de materiais oferece soluções de iluminação eficientes, seguras e com excelente relação custo-benefício."

"Como a iluminação é responsável pelo consumo de quase um quarto de toda a eletricidade gerada, a nossa tecnologia pode ter um impacto significativo na redução do consumo de energia e nas emissões de dióxido de carbono", disse Davis. "A tecnologia também não contém mercúrio, o que a torna mais ecológica e mais seguros para se lidar do que as lâmpadas fluorescentes compactas e as outras lâmpadas fluorescentes."

Os pesquisadores estão procurando parceiros na indústria para a viabilização da produção das novas lâmpadas em escala comercial. Segundo eles, os primeiros produtos baseados na nova tecnologia deverão estar no mercado daqui entre três e cinco anos.

(Fonte: Site Inovação Tecnológica)

Pesquisa mostra vulnerabilidade da saúde de catadores de material reciclável

Uma jornada de trabalho que se estende por, pelo menos, dez horas diárias somada a condições precárias, além de baixa remuneração é o dia a dia de aproximadamente 230 mil homens e mulheres que trabalham como catadores de materiais recicláveis no país. A combinação torna a saúde dessa parcela da população vulnerável a diversos riscos.

A constatação faz parte de um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A autora da pesquisa, a bióloga Jandira Aureliano de Araújo, ex-aluna do mestrado em saúde pública da Fiocruz Pernambuco, afirma que a “invisibilidade pública” a que são submetidos esses trabalhadores tem como consequência uma autoestima prejudicada e o descuido com a saúde.

Para realizar a pesquisa, ela acompanhou durante cerca de um ano a atividade de catadores da comunidade de São José do Coque, em Recife (PE), onde vivem cerca de 1,8 mil pessoas.

Segundo ela, essas pessoas reclamam que ficam à margem da sociedade, que muita gente até se assusta quando os vê revirando latas de lixo próximas a pontos de ônibus, por exemplo, procurando alguma coisa que possa ser reciclada.

“Por isso, embora percebam os riscos aos quais estão expostos por conta do seu trabalho, eles quase não tomam atitudes preventivas, como o uso de equipamento de proteção”.

De acordo com a bióloga, entre as explicações citadas estão a falta de dinheiro para comprar luvas, botas e máscaras e o desconforto que o uso desse tipo de equipamento causa.

“A preocupação maior é trabalhar, é ter aquele dinheirinho garantido, porque para eles o risco de morrer de fome é maior”.

Jandira alerta que esses profissionais enfrentam riscos sérios, já que é comum encontrar entre os entulhos objetos cortantes ou contaminados, como lixo hospitalar.

Na comunidade observada, os catadores ganham de R$ 30 a R$ 50 por semana com a venda do material coletado. Por um quilo de papelão, eles recebem de R$ 0,10 a R$ 0,15.

(Fonte: Agência Brasil)

WWF lança campanha global para salvar tigres

Com o início do Ano do Tigre na China, a organização ambiental WWF lançou em Katmandu uma campanha global para dobrar o número de tigres em liberdade para o próximo Ano do Tigre, em 2022.

O número de tigres selvagens no planeta chega atualmente a 3.200, frente aos 7.700 do início da década de 1990, segundo a WWF. O diretor da entidade no Nepal, Anil Chitrakar, afirmou no ato de lançamento da campanha que "o Nepal é um lugar de passagem do tráfico ilegal de partes do tigre", que vêm da Índia e são comprados na China.

Entre 60 e 65 tigres são caçados todo ano na Índia, país com a maior população de tigres selvagens --cerca de 1.500, segundo dados de Diwarkar Chapagain, analista da WWF.

Esses felinos podem ser encontrados em liberdade basicamente em 13 países: Índia, Nepal, China, Rússia, Camboja, Laos, Bangladesh, Vietnã, Malásia, Butão, Tailândia, Mianmar e Indonésia.

O grupo ecologista constatou que um país sozinho não pode lutar contra a caça ilegal de tigres e pediu ao governo nepalês que faça acordos com a Índia e a China para frear o tráfico.

Na China, existe a crença de que partes do tigre como os ossos têm propriedades medicinais e servem para curar o reumatismo e a dor de cabeça, ou até podem atuar como afrodisíacos. "Comprovou-se cientificamente que isto não é verdade", sustentou Chitrakar.

Pobreza

Embora um tigre morto possa ser vendido por até US$ 35 mil, os caçadores às vezes recebem apenas US$ 200, segundo a WWF.

"O motivo principal pelo qual os caçadores furtivos matam tigres é a pobreza", lembrou durante o ato o advogado Prasanna Yonzon.

Além da caça furtiva, a perda do habitat é outro dos grandes fatores que contribuíram para a queda na população de tigres selvagens.

Segundo a WWF, desde 1998, o último Ano do Tigre, os animais foram privados de 40% de seu habitat.

"Os tigres vêm ao nosso povo e matam cabras", lamentou Buddha Tamang, um aldeão de 14 anos que vive no sul do Nepal. "Quando os tigres não conseguem comida, atacam as pessoas", continuou o adolescente, no evento que serviu para que defensores dos animais trocassem impressões.

Outros três jovens do sul de Nepal compartilharam suas experiências. Eles se viram cara a cara com um tigre, sinal de que o conflito animal-homem aumenta quando os felinos perdem seu território.

No Nepal, há 121 filhotes de tigre, segundo o censo oficial elaborado em 2009.

Putin

Os esforços globais para salvar o tigre se intensificaram nos últimos meses, especialmente pelo interesse pessoal do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin.

Em setembro ocorrerá na Rússia uma cúpula internacional para recuperar a cada vez mais exígua população de tigres selvagens na Ásia.

Os conservacionistas avaliam a China como um dos países-chave para que o esforço global tenha resultados.

A China proibiu o comércio com partes do tigre em 1993, mas ele continua. No gigante asiático, há cerca de 6.000 felinos em cativeiro, algo que, somado às brechas legais, pode contribuir para o comércio ilegal de suas partes, segundo os analistas.

"Isso põe ainda mais em perigo os tigres selvagens, porque uma provisão sustentada de partes de tigres cativos pode alimentar a demanda de partes dos tigres selvagens", denunciou a WWF.

(Fonte: Efe / G1)

Jovens podem fazer teste de aids a partir de 12 anos de idade, sem autorização dos pais

O teste de aids é uma forma responsável de evitar novos contágios, quando se passa por situações de risco, e aumentar o tempo de vida do doente. A partir dos 12 anos o jovem tem autonomia para fazer o teste, de forma sigilosa, sem necessitar de autorização dos pais.

A segunda fase da campanha de prevenção à aids do Ministério da Saúde, que começa depois do carnaval, estimulará a população, especialmente os jovens, a fazer o teste para diagnosticar a infecção pelo vírus.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o maior aumento do contágio é entre os jovens, as mulheres e os homossexuais com idade entre 13 e 19 anos.

Os jovens iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, feita pelo Ministério da Saúde em 2009 mostrou que 64,8% das entrevistadas do sexo feminino entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas e 44% realizaram o exame pelo menos uma vez.

A coordenadora da Rede de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS, Micaela Cyrino, disse que, apesar da facilidade de acesso ao teste, a desmotivação dos jovens para fazer o exame deve-se ao preconceito contra a doença.

“Os jovens só fazem o teste quando passam por uma situação de alto risco. Eles sabem que se o resultado der positivo terão que explicar como pegaram o vírus e irão discriminá-lo”, afirmou.

O Estatuto da Criança e do Adolescente define adolescente a partir dos 12 anos. Com esta idade eles não precisam de autorização dos pais para fazer o teste.

Segundo Eduardo Barbosa, diretor adjunto do departamento DST/AIDS e Hepatites Virais, após fazer o exame, o adolescente é aconselhado a trazer um adulto para receber o resultado, mas ele tem o direito de confidencialidade e sigilo, se preferir.

“Se o exame der positivo o paciente é encaminhado ao atendimento psicológico, mas os profissionais de saúde precisam avaliar as condições do jovem para receber a informação, conforme orienta o Conselho Federal de Medicina”.

Barbosa explica que em todas as faixas etárias as mulheres são as que mais fazem a testagem, em função dos investimentos na saúde da mulher e principalmente nos cuidados com o pré-natal.

“Ainda associa-se a aids à morte. Existe medo de conhecer o diagnóstico, mas isso pode significar uma morte antecipada. Quando mais cedo as pessoas conhecerem seu estado sorológico, melhor, e mais tempo de vida vão ter”.

De acordo com o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS) a pessoa interessada em fazer o teste deve se dirigir a um posto de saúde, ou a um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). O exame é gratuito e sigiloso.

Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) e por ela controlados.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasil é campeão mundial de incidência de raios: 57 milhões em dez anos

O Brasil está em primeiro lugar na lista de ‘alvos’ de raios em todo o mundo. Em uma década, recebeu aproximadamente 57 milhões de descargas, que mataram 1.321 pessoas. Os números são do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os cientistas também detectaram uma tendência de alta do fenômeno natural em território brasileiro e avaliam, agora, sua relação com as mudanças climáticas que afetam o planeta.
Hipótese é que cada grau de aquecimento da temperatura resulta em alta de 10% a 20% na incidência de raios

A hipótese é que cada grau de aquecimento da temperatura média global resulta em alta de 10% a 20% na incidência de raios. Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat, e sua equipe começaram um estudo específico para confirmar ou descartar essa relação. Os trabalhos científicos seguem até 2013.

Segundo o pesquisador, a motivação para o estudo veio de uma conferência do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática ( IPCC ) em 2007. “No encontro, foi levantada a hipótese de que os raios aumentariam o efeito estufa ao provocar mais incêndios em florestas, que por sua vez liberariam mais dióxido de carbono, alimentando um ciclo contínuo”, explica.

O projeto vai usar três fontes principais de dados: a Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (Rindat, com quase 60 sensores), informações do satélite Tropical Rainfall Measuring Mission (missão de mensuração de chuva tropical) e notações históricas (os primeiros registros datam de 1780, da cidade do Rio).

Para analisar as informações, o Inpe contará com quatro parceiros nos Estados Unidos: a Nasa, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Universidade do Arizona.

O projeto também vai analisar a influência do Sol . Em ciclos de cerca de 11 anos aumentam as manchas na superfície solar e com elas o índice de radiação lançado pela estrela. Na Terra, isso é sentido por meio de alterações das partículas da atmosfera. “São elas que facilitam ou não a formação de gelo nas nuvens e os raios só ocorrem quando existe gelo no interior das nuvens”, diz Pinto Júnior. A próxima ocorrência de aumento das manchas solares está prevista para 2012.

(Fonte: G1)

Brasileiros alertam para variedades de HIV resistentes

Uma pesquisa realizada em seis cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belém, Salvador e Porto Alegre) por um grupo de cientistas de várias instituições traz um alerta: nas quatro primeiras cidades, existe risco de transmissão de variedades de HIV resistentes a drogas antirretrovirais.

Por outro lado, afirma o grupo, a quantidade de vírus resistentes no Brasil, em média, é aceitável e parecida com a encontrada em outros países.

Em números, de 210 indivíduos recém-infectados com HIV no Brasil, 17 (8,1%) carregavam variedades de HIV já resistentes a pelo menos uma droga antirretroviral, classe de medicamento utilizado no tratamento da Aids.

Segundo Maria Cecília Sucupira, bióloga da Universidade Federal de São Paulo e uma das autoras do estudo, a resistência surge devido à má utilização dos remédios.

"A quantidade de medicamento que circula no organismo é suficiente para fazer com que não aconteça a replicação do vírus", diz ela.

"Mas, se hoje você toma no horário certo e amanhã você esquece, o nível de medicamento no sangue diminui e, como o HIV é um vírus muito mutante, você dá chance para que mutações resistentes comecem a se multiplicar", completa.

Mais de 200 mil pessoas tomam antirretrovirais no país.

Resistência prévia - Como os indivíduos que participaram do estudo tinham contraído a doença recentemente, eles ainda não tinham iniciado o uso de medicamentos. O vírus não tinha, portanto, adquirido resistência nos seus organismos. O HIV já chegou resistente a eles.

O trabalho envolveu cientistas do Ministério da Saúde e de várias universidades e institutos de pesquisa pelo país e foi publicado no final de 2009 no periódico "Journal of the International Aids Society".

(Fonte: Folha Online)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Venenos de interesse

Reunindo o trabalho de mais de 120 cientistas de 20 países, o livro Animal Toxins: state of the art. Perspectives in health and biotechnology, que acaba de ser lançado, tem o objetivo de sintetizar o conhecimento internacional acumulado nos últimos anos sobre toxinas encontradas em animais marinhos, artrópodes e serpentes – além de catalogar suas mais novas aplicações em medicina e biotecnologia.

A editora-chefe do livro, Maria Elena de Lima – presidente da Sociedade Brasileira de Toxinologia (SBTx) e professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que a importância da biodiversidade brasileira justifica que a obra, de alcance internacional, tenha sido publicada por aqui (pela Editora UFMG).

“Os produtos animais derivados dessas substâncias biologicamente ativas são focos atuais da ciência na busca de novos medicamentos e aplicações em biotecnologia. Como o Brasil possui cerca de 25% da biodiversidade mundial, sentimos a obrigação de liderar essa iniciativa”, disse Maria Elena à Agência FAPESP.

Além de Maria Elena, outros quatro pesquisadores se encarregaram da edição da obra: Adriano Monteiro de Castro Pimenta, também professor do ICB-UFMG, Russolina Benedeta Zingali, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e os franceses Marie France Martin-Eauclaire e Hervé Rochat, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica.

A equipe selecionou os autores entre aqueles que haviam dado contribuições mais relevantes à toxinologia animal nos últimos anos. O resultado foram 750 páginas divididas em 39 capítulos, com contribuição de mais de 120 cientistas que trabalham com diferentes aspectos da toxinologia em 20 países.

O papel de destaque do Brasil no cenário internacional da pesquisa em toxinologia, segundo Maria Elena, não se deve somente à imensa biodiversidade. A tradição dos estudos na área remonta aos trabalhos de Vital Brazil (1865-1950).

Entre os autores que contribuíram com o livro há cientistas de instituições com grande histórico de pesquisas na área, incluindo o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além do Instituto Butantan, pioneiro em toxinologia no país, participaram também pesquisadores de instituições paulistas como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Uma evidência de que o Brasil tem excelência na área é que na revista Toxicon, uma das principais da área, temos vários editores brasileiros e calcula-se que até 30% das publicações são provenientes do país”, afirmou.

A professora acredita que atualmente os pesquisadores da área de toxinologia estão recebendo incentivo satisfatório no Brasil. “Isso é importante porque está relacionado à defesa do nosso material biológico, que é bastante raro e cobiçado. Queremos decifrar as possibilidades existentes nessas substâncias a fim de nos tornarmos proprietários delas”, disse.

Para garantir o domínio do conhecimento na área, segundo Maria Elena, é preciso capacitar recursos humanos especializados. A obra também deverá dar sua contribuição nesse aspecto. “O livro é voltado para cientistas, mas também para estudantes de todos os níveis, em áreas como biologia, farmácia, biotecnologia e biomédicas e biológicas em geral”, apontou.

Segundo ela, havia carência, no meio científico, de uma obra abrangente que reunisse resultados de pesquisas e possibilidades de aplicações em saúde e biotecnologia.

“Antes, as moléculas de interesse extraídas das toxinas animais eram usadas apenas em tratamentos de problemas de saúde. Hoje elas já são bastante utilizadas em experimentos para estudar, por exemplo, funções do sistema nervoso e cascatas de coagulação. Portanto, as toxinas podem ser usadas como ferramentas”, explicou.

Outra vertente atual, segundo Maria Elena, consiste em procurar conhecer o efeito biológico das toxinas para entender como elas interferem em funções do organismo perdidas ou exacerbadas. “Podemos usar essas moléculas como modelos de fármacos, como foi o caso do captopril, medicamento para hipertensão que teve base em uma toxina do veneno de jararacas”, disse.

O laboratório coordenado por Maria Elena na UFMG, por exemplo, isolou uma molécula com funções anti-hipertensivas, isolada do veneno do escorpião. “Essa molécula, no entanto, age por mecanismos distintos daquela extraída da toxina da jararaca e poderá resultar em um medicamento alternativo para os pacientes nos quais o captopril não faz efeito”, disse.

(Fonte: Agência Fapesp)