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quarta-feira, 10 de março de 2010

Relatório revela impactos negativos dos transgênicos

Segundo o documento "Quem se beneficia dos cultivos transgênicos?", menos de 3% da área agrícola mundial está ocupada por plantações transgênicas e mais de 99% do que é produzido serve à alimentação de animais e para a produção de biocombustíveis.


Reforçando as publicações científicas que negam a utilidade dos transgênicos como medida para reduzir os efeitos das mudanças climáticas, a ONG Amigos da Terra Internacional lançou, no último mês de fevereiro, o relatório "Quem se beneficia dos cultivos transgênicos?". A publicação aborda e esclarece os verdadeiros efeitos que os cultivos de transgênicos causam à saúde e ao meio ambiente.

O relatório foi publicado ao mesmo tempo em que o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologias (ISAAA, por sua sigla em inglês) lançou sua publicação anual financiada pela indústria biotecnológica. O "Global Status of Commercialized Biotech" tem como foco promover os transgênicos e incentivar seus cultivos como a melhor saída para o combate à fome e à pobreza.



Desvendando a realidade, os Amigos da Terra Internacional, por meio de estudos e da coleta de dados atuais analisa as áreas de cultivos de organismos geneticamente modificados (OGM) no mundo e divulga os impactos sofridos pelos países que os plantaram. As informações agrupadas no relatório vão de encontro à hipótese de que os transgênicos podem combater as mudanças climáticas e a fome e afirmam que as suposições são "exageradas e totalmente prematuras".



A afirmação categórica dos Amigos da Terra se deve ao fato de que estudos têm comprovado que os OMG estão causando mais malefícios do que benefícios. A prova, segundo relata o estudo da ONG, é que os cultivos de transgênicos estão incrementando as emissões de carbono e não estão ajudando a solucionar os problemas da fome no mundo. "Isto se deve ao fato de os cultivos transgênicos serem responsáveis por espetaculares aumentos no uso de pesticidas, tanto nos EUA como na América Latina, intensificando o uso de combustíveis fósseis", esclarece o relatório.

Dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos confirmaram que em 2008, os cultivos de transgênicos necessitaram de 26% a mais de pesticidas por hectare que as plantações tradicionais. No caso do Brasil, um estudo promovido pelo Governo em 2007 comprovou que o uso do herbicida glifosato cresceu 80% entre 2000 e 2005, quando a soja transgênica foi inserida no país.

A Argentina também passa por uma situação alarmante em decorrência dos transgênicos. Segundo o relatório, mais de 200 mil hectares de bosque primário desaparecem a cada ano para dar espaço às plantações de soja transgênica. A América do Sul é hoje a principal afetada pelo desmatamento em decorrência das plantações de soja transgênica.

Segundo o documento "Quem se beneficia dos cultivos transgênicos?", menos de 3% da área agrícola mundial está ocupada por plantações transgênicas e mais de 99% do que é produzido serve à alimentação de animais e para a produção de biocombustíveis. Por meio desses dados, os Amigos da Terra nos levam a refletir sobre como é possível que os transgênicos sejam uma saída para a fome se o que é cultivado não serve para a alimentação das populações pobres.

Adital - EcoAgência

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