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sábado, 17 de abril de 2010

Mudanças climáticas desafiam agricultura

Aquecimento global e mudanças climáticas estão entre os principais desafios a serem enfrentados pelos pesquisadores dedicados ao melhoramento de plantas no Brasil. A conclusão é de uma pesquisa apresentada nesta terça-feira, dia 13, na Uenf, durante o Workshop sobre Melhoramento de Plantas. O evento - que se estendeu até o início da noite - foi organizado conjuntamente pela Uenf e Associação Brasileira de Melhoramento de Plantas (SBMP), com apoio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

A pesquisa, intitulada Mapeamento de Competências em Melhoramento Genético Vegetal, foi desenvolvida pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Segundo o estudo, a maior parte das pesquisas realizadas no Brasil na área de melhoramento vegetal se concentra nas grandes culturas, tais como soja, milho, algodão, seguidas de frutíferas, olerícolas, oleaginosas e espécies florestais. O trabalho detectou ainda como problema a ocorrência de "estresse biótico e abiótico".

A pesquisa é uma ação conjunta do CGEE com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e tem por objetivo traçar estratégias mundiais na área de segurança alimentar. Os dados foram apresentados pelos pesquisadores Antônio Carlos Guedes, Kátia Marzall e Igor André Carneiro, do CGEE. "Estamos desenvolvendo um trabalho de interesse estratégico, tentando antever o futuro da segurança alimentar. Trabalho que, junto com a FAO, será expandido para a América Latina e o mundo inteiro", disse Guedes.

Segundo Carneiro, a consulta foi enviada a especialistas de diversos órgãos e empresas ligados à pesquisa, totalizando cerca de 780 entrevistados. Segundo a pesquisa, a maioria dos pesquisadores da área de melhoramento vegetal é formada por pesquisadores jovens, na faixa dos 20 a 40 anos. Embora 62% deles sejam do sexo masculino, existe uma tendência de crescimento do número de mulheres atuando na área.

Ainda segundo a pesquisa, grande parte dos pesquisadores encontra-se em universidades públicas (estaduais e federais), além da Embrapa, e só uma pequena parte em empresas privadas. Dentre os que fazem intercâmbio, a maioria está ligada a instituições localizadas na Argentina, nos Estados Unidos e na França.

Para pesquisador, ainda há muito o que ser feito

O "Workshop sobre Melhoramento de Plantas" foi aberto na manhã desta terça-feira, no Centro de Convenções da Uenf. A cerimônia de abertura teve a presença do presidente da SBMP, professor Messias Gonzaga Pereira - que também é chefe do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV) da Uenf -; do pesquisador Antônio Carlos Guedes, do CGEE; da pesquisadora Daniela Aviani, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); além do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Uenf, professor Silvério de Paiva Freitas. Mais de 100 inscritos de todo o país participaram do evento.

O professor Messias lembrou que, embora a produtividade agrícola tenha aumentado nos últimos anos, ainda há muito o que ser feito na área de melhoramento vegetal. "O Brasil gasta cerca de US$ 2 milhões por ano com a importação de sementes de mamão. Isso é uma prova de que estamos aquém da demanda real", afirmou.

Os debates se concentram em duas vertentes: melhoramento e recursos humanos e melhoramento e recursos genéticos. Na palestra proferida por Rodrigo de Araújo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou-se a capacitação da área no Brasil e a relação da produção de artigos brasileiros no cruzamento das tecnologias de vanguarda e das tecnologias de futuro.

O professor da Universidade Federal de Larvas (Ufla) Magno Ramalho falou sobre as atividades de melhoramento e sobre a figura do melhorista. Magno foi homenageado com uma placa em reconhecimento ao trabalho que vem realizando na área de melhoramento. A placa foi entregue durante a solenidade de abertura pela professora Rosana Rodrigues, do LMGV/Uenf.

Informe Uenf/EcoAgência

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