Páginas

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Rio tem 18 favelas que cresceram sobre lixões

RIO - Um levantamento preliminar feito por pesquisadores revela que o Rio tem hoje pelo menos oito bairros e 18 favelas que cresceram sobre lixões, exatamente como o morro do bumba , onde 50 casas foram soterradas num deslizamento de terra nesta terça-feira. No estado, são agora 226 mortos (em números atualizados neste domingo).

A reportagem de Elenilce Bottari publicada no jornal O Globo deste domingo mostra que, preocupado em levantar a extensão do risco do passivo ambiental no Rio, que agora vem à tona com as chuvas, o secretário de Ciência e Tecnologia, Luiz Edmundo da Costa Leite, solicitou ao reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, o mapeamento da situação no estado, onde se estima que haja mais de 200 aterros sanitários inadequados, que foram abandonados ao longo dos anos sem qualquer controle. Dezenas deles foram, possivelmente, ocupados de forma irregular, dentro de processos que favelização que resultaram em comunidades como a do Morro do Bumba.

- O Rio tem hoje um passivo ambiental muito grande que precisa ser objeto de estudos. Precisamos identificá-lo para depois analisar os riscos para a população e, então, criar projetos de remediação. É uma tarefa difícil, pois, em muitos casos, pode ter havido ocupação irregular onde havia lixões desativados. Isso porque a vegetação cresce por cima dos dejetos e, com o tempo, as pessoas esquecem o que havia ali e ocupam. E isso pode representar um risco grande para a população - explicou o secretário de Ciência e Tecnologia.

Segundo Luiz Edmundo, que é engenheiro especialista em recursos hídricos, o risco não está restrito aos aterros que viraram morros.

- Um lixão onde passa o lençol freático também é risco para a saúde pública, devido à contaminação da água - lembrou.

A primeira reunião multidisciplinar para o mapeamento das comunidades erguidas sobre esses passivos ambientais acontece nesta semana. Segundo o reitor Ricardo Vieiralves, participarão especialistas em geologia, engenharia sanitária e história, além do Departamento de Recursos Minerais do Estado e de outras instituições. Para Vieiralves, a meta inicial será identificar a situação na área metropolitana, mas depois o levantamento deverá seguir para outras regiões do estado, como Serrana, Sul e Norte Fluminense.

O Globo

Nenhum comentário: