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domingo, 30 de maio de 2010

Os Dez Mandamentos

"Como sociedade, desejamos não somente sobreviver, mas viver com qualidade de vida, e porque não, com felicidade."

Por Ladislau Dowbor*
Como sociedade, desejamos não somente sobreviver, mas viver com qualidade de vida, e porque não, com felicidade. E isto implica elencarmos de forma ordenada os resultados mínimos a serem atingidos, com os processos decisórios correspondentes. Os Mandamentos abaixo elencados têm um denominador comum: todos já foram experimentados e estão sendo aplicados em diversas regiões do mundo, setores ou instâncias de atividade. São iniciativas que deram certo, e cuja generalização, com as devidas adaptações e flexibilidade em função da diversidade planetária, é hoje viável.

Não temos a ilusão relativamente à distância entre a realidade política de hoje e as medidas sistematizadas abaixo. Mas pareceu-nos essencial, de toda forma, elencar de forma organizada as medidas necessárias, pois ter um norte mais claro ajuda na construção de uma outra governança planetária. Não estão ordenadas por ordem de importância, pois a maioria tem implicações simultâneas e dimensões interativas. Mas todos os mandamentos deverão ser obedecidos, pois a ira dos elementos nos atingirá a todos, sem precisar esperar a outra vida.

Considerando que a obediência à versão original dos Dez Mandamentos foi apenas aleatória, desta vez o Autor teve a prudência de acrescentar a cada Mandamento uma nota de explicação, destinada em particular aos impenitentes.

I – Não comprarás os Representantes do Povo
Resgatar a dimensão pública do Estado: Como podemos ter mecanismos reguladores que funcionem se é o dinheiro das corporações a regular que elege os reguladores? Se as agências que avaliam risco são pagas por quem cria o risco? Se é aceitável que os responsáveis de um banco central venham das empresas que precisam ser reguladas, e voltem para nelas encontrar emprego?

Uma das propostas mais evidentes da última crise financeira, e que encontramos mencionada em quase todo o espectro político, é a necessidade de se reduzir a capacidade das corporações privadas ditarem as regras do jogo. A quantidade de leis aprovadas no sentido de reduzir impostos sobre transações financeiras, de reduzir a regulação de banco central, de autorizar os bancos a fazerem toda e qualquer operação, somado com o poder dos lobbies financeiros tornam evidente a necessidade de se resgatar o poder regulador do estado, e para isto os políticos devem ser eleitos por pessoas de verdade, e não por pessoas jurídicas, que constituem ficções em termos de direitos humanos.

Enquanto não tivermos financiamento público das campanhas, políticas que representem os interesses dos cidadãos, prevalecerão os interesses econômicos de curto prazo, os desastres ambientais e a corrupção.

II – Não Farás Contas erradas
As contas têm de refletir os objetivos que visamos. O PIB indica a intensidade do uso do aparelho produtivo, mas não nos indica a utilidade do que se produz, para quem, e com que custos para o estoque de bens naturais de que o planeta dispõe. Conta como aumento do PIB um desastre ambiental, o aumento de doenças, o cerceamento de acesso a bens livres.

O IDH já foi um imenso avanço, mas temos de evoluir para uma contabilidade integrada dos resultados efetivos dos nossos esforços, e particularmente da alocação de recursos financeiros, em função de um desenvolvimento que não seja apenas economicamente viável, mas também socialmente justo e ambientalmente sustentável. As metodologias existem, aplicadas parcialmente em diversos países, setores ou pesquisas.

A ampliação dos indicadores internacionais como o IDH, a generalização de indicadores nacionais como os Calvert-Henderson Quality of Life Indicators nos Estados Unidos, as propostas da Comissão Stiglitz/Sen/Fitoussi, o movimento FIB – Felicidade Interna Bruta – todos apontam para uma reformulação das contas. A adoção em todas as cidades de indicadores locais de qualidade de vida – veja-se os Jacksonville Quality of Life Progress Indicators – tornou-se hoje indispensável para que seja medido o que efetivamente interessa: o desenvolvimento sustentável, o resultado em termos de qualidade de vida da população. Muito mais do que o produto (output), trata-se de medir o resultado (outcome).

III – Não Reduzirás o Próximo à Miséria
Algumas coisas não podem faltar a ninguém. A pobreza crítica é o drama maior, tanto pelo sofrimento que causa em si, como pela articulação com os dramas ambientais, o não acesso ao conhecimento, a deformação do perfil de produção que se desinteressa das necessidades dos que não têm capacidade aquisitiva. A ONU calcula que custaria 300 bilhões de dólares (no valor do ano 2000) tirar da miséria um bilhão de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. São custos ridículos quando se considera os trilhões transferidos para grupos econômicos financeiros no quadro da última crise financeira. O benefício ético é imenso, pois é inaceitável morrerem de causas ridículas 10 milhões de crianças por ano. O benefício de curto e médio prazo é grande, na medida em que os recursos direcionados à base da pirâmide dinamizam imediatamente a micro e pequena produção, agindo como processo anticíclico, como se tem constatado nas políticas sociais de muitos países.

No mais longo prazo, será uma geração de crianças que terão sido alimentadas decentemente, o que se transforma em melhor aproveitamento escolar e maior produtividade na vida adulta. Em termos de estabilidade política e de segurança geral, os impactos são óbvios. Trata-se do dinheiro mais bem investido que se possa imaginar, e as experiências brasileira, mexicana e de outros países já nos forneceram todo o know-how correspondente.

A teoria tão popular de que o pobre se acomoda se receber ajuda, é simplesmente desmentida pelos fatos: sair da miséria estimula, e o dinheiro é simplesmente mais útil onde é mais necessário.

IV – Não Privarás Ninguém do Direito de Ganhar o seu Pão
Universalizar a garantia do emprego é viável. Toda pessoa que queira ganhar o pão da sua família deve poder ter acesso ao trabalho. Num planeta onde há um mundo de coisas a fazer, inclusive para resgatar o meio ambiente, é absurdo o número de pessoas sem acesso a formas organizadas de produzir e gerar renda. Temos os recursos e os conhecimentos técnicos e organizacionais para assegurar, em cada vila ou cidade, acesso a um trabalho decente e socialmente útil.

As experiências de Maharashtra na Índia demonstraram a sua viabilidade, como o mostram as numerosas experiências brasileiras, sem falar no New Deal da crise dos anos 1930. São opções onde todos ganham: o município melhora o saneamento básico, a moradia, a manutenção urbana, a policultura alimentar. As famílias passam a poder viver decentemente, e a sociedade passa a ser melhor estruturada e menos tensionada. Os gastos com seguro-desemprego se reduzem. No caso indiano, cada vila ou cidade é obrigada a ter um cadastro de iniciativas intensivas em mão de obra.

Dinheiro emprestado ou criado desta forma representa investimento, melhoria de qualidade de vida, e dá excelente retorno. E argumento fundamental: assegura que todos tenham o seu lugar para participar na construção de um desenvolvimento sustentável. Na organização econômica, além do resultado produtivo, é essencial pensar no processo estruturador ou desestruturador gerado. A pesca oceânica industrial pode ser mais produtiva em volume de peixe, mas o processo é desastroso, tanto para a vida no mar como para centenas de milhões de pessoas que viviam da pesca tradicional.

A dimensão de geração de emprego de todas as iniciativas econômicas tem de se tornar central. Assegurar a contribuição produtiva de todos, ao mesmo tempo que se augmenta gradualmente o salário mínimo e se reduz a jornada, leva simplesmente a uma prosperidade mais democrática.

V – Não Trabalharás Mais de Quarenta Horas
Podemos trabalhar menos, e trabalharemos todos, com tempo para fazermos mais coisas interessantes na vida. A sub-utilização da força de trabalho é um problema planetário, ainda que desigual na sua gravidade. No Brasil, conforme vimos, com 100 milhões de pessoas na PEA, temos 31 milhões formalmente empregadas no setor privado, e 9 milhões de empregados públicos. A conta não fecha. O setor informal situa-se na ordem de 50% da PEA. Uma imensa parte da nação “se vira” para sobreviver. No lado dos empregos de ponta, as pessoas não vivem por excesso de carga de trabalho.

Não se trata aqui de uma exigência de luxo: são incontáveis os suicídios nas empresas onde a corrida pela eficiência se tornou simplesmente desumana. O stress profissional está se tornando uma doença planetária, e a questão da qualidade de vida no trabalho passa a ocupar um espaço central. A redistribuição social da carga de trabalho torna-se hoje uma necessidade. As resistências são compreensíveis, mas a realidade é que com os avanços da tecnologia os processos produtivos tornam-se cada vez menos intensivos em mão de obra, e reduzir a jornada é uma questão de tempo.

Não podemos continuar a basear o nosso desenvolvimento em ilhas tecnológicas ultramodernas enquanto se gera uma massa de excluídos, inclusive porque se trata de equilibrar a remuneração e, consequentemente, a demanda. A redução da jornada não reduzirá o bem estar ou a riqueza da população, e sim a deslocará para novos setores mais centrados no uso do tempo livre, com mais atividades de cultura e lazer. Não precisamos necessariamente de mais carros e de mais bonecas Barbie, precisamos sim de mais qualidade de vida.

VI – Não Viverás para o Dinheiro
A mudança de comportamento, de estilo de vida, não constitui um sacrifício, e sim um resgate do bom senso. Neste planeta de 7 bilhões de habitantes, com um aumento anual da ordem de 75 milhões, toda política envolve também uma mudança de comportamento individual e da cultura do consumo. O respeito às normas ambientais, a moderação do consumo, o cuidado no endividamento, o uso inteligente dos meios de transporte, a generalização da reciclagem, a redução do desperdício – há um conjunto de formas de organização do nosso cotidiano que passa por uma mudança de valores e de atitudes frente aos desafios econômicos, sociais e ambientais.

No apagão energético do final dos anos 90 no Brasil, constatou-se como uma boa campanha informativa, o papel colaborativo da mídia, e a punição sistemática dos excessos permitiu uma racionalização generalizada do uso doméstico da energia. Esta dimensão da solução dos problemas é essencial, e envolve tanto uma legislação adequada, como sobretudo uma participação ativa da mídia.

Hoje 95% dos domicílios no Brasil têm televisão, e o uso informativo inteligente deste e de outros meios de comunicação tornou-se fundamental. Frente aos esforços necessários para reequilibrar o planeta, não basta reduzir o martelamento publicitário que apela para o consumismo desenfreado, é preciso generalizar as dimensões informativas dos meios de comunicação. A mídia científica praticamente desapareceu, os noticiários navegam no atrativo da criminalidade, quando precisamos vitalmente de uma população informada sobre os desafios reais que enfrentamos. A pergunta a se fazer a cada ato de conusmo, não é só se “é bom para mim”, mas se é bem para o planeta e o bem comum, e buscar um equilíbrio razoável. A opção individual é essencial, mas não suficiente.

Grande parte da mudança do comportamento individual depende de ações públicas: as pessoas não deixarão o carro em casa (ou deixarão de tê-lo) se não houver transporte público, não farão reciclagem se não houver sistemas adequados de coleta. Precisamos de uma política pública de mudança do comportamento individual.

VII – Não Ganharás Dinheiro com o Dinheiro dos Outros
Racionalizar os sistemas de intermediação financeira é viável. A alocação final dos recursos financeiros deixou de ser organizada em função dos usos finais de estímulo e orientação de atividades econômicas e sociais, para obedecer às finalidades dos próprios intermediários financeiros. A atividade de crédito é sempre uma atividade pública, seja no quadro das instituições públicas, seja no quadro dos bancos privados que trabalham com dinheiro do público, e que para tanto precisam de uma carta-patente que os autorize a ganhar dinheiro com dinheiro dos outros.

A recente crise financeira de 2008 demonstrou com clareza o caos que gera a ausência de mecanismos confiáveis de regulação no setor. Nas últimas duas décadas, temos saltado de bolha em bolha, de crise em crise, sem que a relação de forças permita a reformulação do sistema de regulação em função da produtividade sistêmica dos recursos. Enquanto não se gera uma relação de forças mais favorável, precisamos batalhar os sistemas nacionais de regulação financeira. O dinheiro não é mais produtivo onde rende mais para o intermediário: devemos buscar a produtividade sistêmica de um recurso que é público.

A Coréia do Sul abriu recentemente um financiamento de 36 bilhões de dólares para financiar transporte coletivo e alternativas energéticas, gerando com isto 960 mil empregos. O impacto positivo é ambiental pela redução de emissões, é anti-cíclico pela dinamização da demanda, é social pela redução do desemprego e pela renda gerada, é tecnológico pelas inovações que gera nos processos produtivos mais limpos.

Tem inclusive um impacto raramente considerado, que é a redução do tempo vida que as pessoas desperdiçam no transporte. Trata-se aqui, evidentemente, de financiamento público, pois os bancos comerciais não teriam esta preocupação, nem esta visão sistêmica. (UNEP,Global Green New Deal, 2009). Em última instância, os recursos devem ser tornados mais acessíveis segundo que os objetivos do seu uso sejam mais produtivos em termos sistêmicos, visando um desenvolvimento mais inclusivo e mais sustentável. A intermediação financeira é um meio, não é um fim.

Particular atenção precisa ser dada aos intermediários que ganham apenas nos fluxos entre outros intermediários – com papéis que representam direitos sobre outros papéis – e que têm tudo a ganhar com a maximização dos fluxos, pois são remunerados por comissões sobre o volume e ganhos, e geram portanto volatilidade e pro-ciclicidade, com os monumentais volumes que nos levaram por exemplo a valores em derivativos da ordem de 863 trilhões de dólares em junho de 2008, 15 vezes o PIB mundial. A intermediação especulativa – diferentemente das intermediação de compras e vendas entre produtores e utilizadores finais – apenas gera uma pirâmide especulativa e insegurança, além de desorganizar os mercados e as políticas econômicas (1).

VIII – Não Tributarás Boas Iniciativas
A filosofia do imposto, de quem se cobra, e a quem se aloca, precisa ser revista. Uma política tributária equilibrada na cobrança, e reorientada na aplicação dos recursos, constitui um dos instrumentos fundamentais de que dispomos, sobretudo porque pode ser promovida por mecanismos democráticos. O eixo central não está na redução dos impostos, e sim na cobrança socialmente mais justa e na alocação mais produtiva em termos sociais e ambientais. A taxação das transações especulativas (nacionais ou internacionais) deverá gerar fundos para financiar uma série de políticas essenciais para o reequilíbrio social e ambiental. O imposto sobre grandes fortunas é hoje essencial para reduzir o poder político das dinastias econômicas (10% das famílias do planeta é dono de 90% do patrimônio familiar acumulado no planeta). O imposto sobre a herança é fundamental para dar chances a partilhas mais equilibradas para as sucessivas gerações. O imposto sobre a renda deve adquirir mais peso relativamente aos impostos indiretos, com alíquotas que permitam efetivamente redistribuir a renda. É importante lembrar que as grandes fortunas do planeta em geral estão vinculadas não a um acréscimo de capacidades produtivas do planeta, e sim à aquisição maior de empresas por um só grupo, gerando uma pirâmide cada vez mais instável e menos governável de propriedades cruzadas, impérios onde a grande luta é pelo controle do poder financeiro, político e midiático, e a apropriação de recursos naturais.

O sistema tributário tem de ser reformulado no sentido anti-cíclico, privilegiando atividades produtivas e penalizando as especulativas; no sentido do maior equilíbrio social ao ser fortemente progressivo; e no sentido de proteção ambiental ao taxar emissões tóxicas ou geradoras de mudança climática, bem como o uso de recursos naturais não renováveis (2).

O poder redistributivo do Estado é grande, tanto pelas políticas que executa – por exemplo as políticas de saúde, lazer, saneamento e outras infra-estruturas sociais que melhoram o nível de consumo coletivo – como pelas que pode fomentar, como opções energéticas, inclusão digital e assim por diante. Fundamental também é a política redistributiva que envolve política salarial, de previdência, de crédito, de preços, de emprego.

A forte presença das corporações junto ao poder político constitui um dos entraves principais ao equilíbrio na alocação de recursos. O essencial é assegurar que todas as propostas de alocação de recursos sejam analisadas pelo triplo enfoque econômico, social e ambiental. No caso brasileiro, constatou-se com as recentes políticas sociais (“Bolsa-Família”, políticas de previdência etc.) que volumes relativamente limitados de recursos, quando chegam à “base da pirâmide”, são incomparavelmente mais produtivos, tanto em termos de redução de situações críticas e consequente aumento de qualidade de vida, como pela dinamização de atividades econômicas induzidas pela demanda local. A democratização aqui é fundamental. A apropriação dos mecanismos decisórios sobre a alocação de recursos públicos está no centro dos processos de corrupção, envolvendo as grandes bancadas corporativas, por sua vez ancoradas no financiamento privado das campanhas.

IX – Não Privarás o Próximo do Direito ao Conhecimento
Travar o acesso ao conhecimento e às tecnologias sustentáveis não faz o mínimo sentido. A participação efetiva das populações nos processos de desenvolvimento sustentável envolve um denso sistema de acesso público e gratuito à informação necessária. A conectividade planetária que as novas tecnologias permitem constitui uma ampla via de acesso direto. O custo-benefício da inclusão digital generalizada é simplesmente imbatível, pois é um programa que desonera as instâncias administrativas superiores, na medida em que as comunidades com acesso à informação se tornam sujeitos do seu próprio desenvolvimento. A rapidez da apropriação deste tipo de tecnologia até nas regiões mais pobres se constata na propagação do celular, das lan houses mais modestas. O impacto produtivo é imenso para os pequenos produtores que passam a ter acesso direto a diversos mercados tanto de insumos como de venda, escapando aos diversos sistemas de atravessadores comerciais e financeiros. A inclusão digital generalizada é um destravador potente do conjunto do processo de mudança que hoje se torna indispensável.

O mundo frequentemente esquece que 2 bilhões de pessoas ainda cozinham com lenha, área em que há inovações significativas no aproveitamento calórico por meio de fogões melhorados. Tecnologias como o sistema de cisternas do Nordeste, de aproveitamento da biomassa, de sistemas menos agressivos de proteção dos cultivos etc., constituem um vetor de mudança da cultura dos processos produtivos. A criação de redes de núcleos de fomento tecnológico online, com ampla capilaridade, pode se inspirar da experiência da Índia, onde foram criados núcleos em praticamente todas as vilas do país. O World Economic and Social Survey 2009 é particularmente eloquente ao defender a flexibilização de patentes no sentido de assegurar ao conjunto da população mundial o acesso às informações indispensáveis para as mudanças tecnológicas exigidas por um desenvolvimento sustentável.

X – Não Controlarás a Palavra do Próximo
Democratizar a comunicação tornou-se essencial. A comunicação é uma das áreas que mais explodiu em termos de peso relativo nas transformações da sociedade. Estamos em permanência cercados de mensagens. As nossas crianças passam horas submetidas à publicidade ostensiva ou disfarçada. A indústria da comunicação, com sua fantástica concentração internacional e nacional - e a sua crescente interação entre os dois níveis - gerou uma máquina de fabricar estilos de vida, um consumismo obsessivo que reforça o elitismo, as desigualdades, o desperdício de recursos como símbolo de sucesso.

O sistema circular permite que os custos sejam embutidos nos preços dos produtos que nos incitam a comprar, e ficamos envoltos em um cacarejo permanente de mensagens idiotas pagas do nosso bolso. Mais recentemente, a corporação utiliza este caminho para falar bem de si, para se apresentar como sustentável e, de forma mais ampla, como boa pessoa. O espectro eletromagnético em que estas mensagens navegam é público, e o acesso a uma informação inteligente e gratuita para todo o planeta, é simplesmente viável. Expandindo gradualmente as inúmeras formas alternativas de mídia que surgem por toda parte, há como introduzir uma cultura nova, outras visões de mundo, cultura diversificada e não pasteurizada, pluralismo em vez de fundamentalismos religiosos ou comerciais.

O fato que mais inspira esperança é a multiplicação impressionante de iniciativas nos planos da tecnologia, dos sistemas de gestão local, do uso da internet para democratizar o conhecimento, da descoberta de novas formas de produção menos agressivas, de formas mais equilibradas de acesso aos recursos. O Brasil neste plano tem mostrado que começar a construir uma vida mais digna para o “andar de baixo”, para os dois terços de excluídos, não gera tragédias para os ricos. Inclusive, numa sociedade mais equilibrada, todos passarão a viver melhor. Tolerar um mundo onde um bilhão de pessoas passam fome, onde 10 milhões de crianças morrem anualmente de causas ridículas, e onde se dilapidam os recursos naturais das próximas gerações, em proveito de fortunas irresponsáveis, já não é possível.

Nesta época interativa, o Altíssimo declarou-se disposto a considerar outros Mandamentos. Sendo o Secretariado do Altíssimo hoje bem equipado, os que por acaso tenham sugestões ou necessitem consultar documentos mais completos, poderão se instruir com outros Assessores, em linha direta sob www.criseoportunidade.wordpress.com. Críticas, naturalmente, deverão ser endereçadas a Instâncias Superiores. Apreciações positivas e sugestões de outros Mandamentos poderão ser enviadas ao blog acima citado, ou no e-mail ladislau@dowbor.org


NOTAS
(1) BIS Quarterly Review, December 2008, Naohiko Baba et al., www.bis.org/publ/qtrpdf/r_qt0812b.pdf p. 26: “In November, the BIS released the latest statistics based on positions as at end-june 2008 in the global over-the-counter (OTC) derivatives markets. The notional amounts outstanding of OTC derivatives continued to expand in the first half of 2008. Notional amounts of all types of OTC contracts stood at $863 trillion at the end of June, 21% higher than six months before”. São 863 trilhões de dólares de derivativos emitidos, frente a um PÌB mundial de cerca de 60 trilhões.
(2) Susan George traz uma ilustração convincente: um bilionário que aplica o seu dinheiro com uma conservadora remuneração de 5% ao ano, aumenta a sua fortuna em 137 mil dólares por dia. Taxar este tipo de ganhos não é “aumentar os impostos”, é corrigir absurdos.

*Ladislau Dowbor, é doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, professor titular da PUC de São Paulo e da UMESP, e consultor de diversas agências das Nações Unidas. É autor de “Democracia Econômica”, “A Reprodução Social”, “O Mosaico Partido”, pela editora Vozes, além de “O que Acontece com o Trabalho?” (Ed. Senac) e co-organizador da coletânea “Economia Social no Brasil“ (ed. Senac) Seus numerosos trabalhos sobre planejamento econômico e social estão disponíveis no site http://dowbor.org'. Artigo publicado Originalmente no Portal Mercado Ético.


http://www.akatu.org.br/central/opiniao/2010/os-dez-mandamentos

Empresa pesquisa e divulga materiais sustentáveis

Banco de dados online disponibiliza projetos e materiais ecológicos para diversas áreas de atividade.

Hoje, todo setor pode adotar processos de produção e comercialização mais limpos sob o ponto de vista social, ambiental e econômico. Isso quer dizer que os processos podem interajir de forma harmônica com a sociedade, causar impactos mínimos ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, gerar lucros. O que se vê no mercado atual, em decorrência disso, é uma crescente demanda por materiais e projetos sustentáveis.

Foi pensando assim que o designer industrial Wiliam Comim fundou a Mateco – Biblioteca de Materiais Sustentáveis, onde hoje ocupa o cargo de diretor comercial. “Percebi que havia um desencontro entre os produtores desses materiais e a indústria a qual se destinam. A Mateco é uma ponte entre esses dois setores”, explica o executivo.

A empresa pesquisa e disponibiliza um banco de dados online para auxiliar estudantes e profissionais de arquitetura, comunicação visual, design, moda, entre outras áreas no desenvolvimento e uso de materiais e projetos sustentáveis. Além disso, a Mateco ministra palestras sobre criação e uso de produtos sustentáveis.

“Durante este nosso um ano de existência, nossa demanda sempre foi crescente e estamos atendendo entre quatro a cinco novos clientes por dia”, revela Comin.

O catálogo da empresa lista diversas opções de produtos como placas de tapume, revestimentos, telhas, divisórias, pisos para áreas internas e externas, placas informativas e tecidos, oferecendo alternativas mais sustentáveis para diversos mercados. Garrafas de politereflalato de etileno, o popular PET, plástico, tubos de creme dentário, sobras de madeira estão entre as principais fontes de matéria prima. Além disso, processos de produção limpos, como plantação de algodão orgânico e uso de madeira certificada estão entre os critérios considerados.

Comin garante que todos os materiais da empresa são renováveis, com baixo consumo de energia e alta porcentagem de reciclados, com zero ou baixa emissões de poluentes, e são orgânicos. A indústria de construção civil é a que mais demanda esses materiais, alavancado pela enorme busca do conceito de ecoeficiência no setor.

Site Banco de dados online:

http://mateco.wordpress.com/

Fonte:
http://www.akatu.org.br

Benefícios da vitamina D: controle do peso e proteção contra tumores

Ela tem sido notícia frequente pelos benefícios que traz ao organismo. A vitamina D é a vedete dos estudos científicos, que sugerem o seu poder para combater a pressão arterial, controlar o peso e afastar o risco de tumores. "A vitamina D pode ser encontrada no leite, no salmão, sardinha, óleo de fígado de peixe, cogumelo, ovos e alguns cereais que são fortificados com essa vitamina", explica a nutricionista Cristiane Mara Cedro.

Entretanto, uma maneira boa de manter níveis adequados dessa vitamina é tomar sol de 10 a 15 minutos duas vezes ao dia, pois a luz solar é uma das principais fontes de absorção do nutriente. O responsável por esse estímulo é ninguém menos que o raio UVB. Em outras palavras, apesar de perigoso em doses exageradas, o UVB é sim necessário à saúde. "Em algumas épocas a exposição aos raios solares é menor, o que desfavorece a síntese de vitamina D", afirma a dermatologista Daniela Taniguchi. Desta forma, é importante para pessoas com limitação de exposição ao sol incluir boas fontes de Vitamina D na dieta.

A ingestão recomendada pelo U.S. Dietary Reference Intake para crianças e adultos até 50 anos é de cinco microgramas por dia (200 UI/dia). A recomendação aumenta para 10 microgramas/dia (400 UI/dia) para pessoas entre 50-71 anos de idade e para 15 microgramas/dia para idosos acima dos 70 anos. Para saber como ingerir corretamente essas doses, vale ficar atento aos rótulos dos alimentos.

Além de ser vital para regular a pressão arterial, mantendo o sistema nervoso nos trilhos, a vitamina D entra em ação para absorver o cálcio e o fósforo. "Ela é essencial para a manutenção do metabolismo do cálcio, que atua no desenvolvimento ósseo", explica a nutricionista Roberta Stella, sobre sua contribuição indireta no combate à osteoporose. Tanto que, em falta, pode levar ao raquitismo infantil, deformidade nos ossos e à baixa estatura. Os adultos com deficiência da vitamina sofrem com a osteomalácia, doença caracterizada pelo amolecimento dos ossos e deformidade. Essa vitamina ainda participa da diferenciação celular e inibe a proliferação das células. Junto com a mutação, a proliferação celular pode ocasionar doenças como o câncer.

A vitamina D também fortalece nosso sistema auto-imune e atua na secreção de insulina. Alguns estudos sugerem que a deficiência da vitamina pode levar ao prejuízo na secreção deste hormônio, o que poderia causar intolerância à glicose. A Vitamina D é produzida na pele, mas é ativada pelos rins. "Doentes com insuficiência renal necessitam de suplementos dessa vitamina", segundo a nutricionista Cristiane Mara Cedro.


A importância da vitamina

A Vitamina D também é importante no combate à pressão arterial, segundo os pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, isso se dá porque a Vitamina D é a principal responsável pelo controle do enrijecimento das artérias que eleva a pressão nas mulheres. Com a falta da vitamina, o organismo feminino faz um esforço três vezes maior para manter seu equilíbrio circulatório e acaba sobrecarregando algumas funções como a irrigação das artérias, o que gera um aumento na pressão e desconfortos, como tontura e transpiração excessiva.

A deficiência do nutriente também está associada à depressão. Pesquisadores da Universidade Vrije, da Holanda, estudaram 1.282 pessoas entre 65 a 95 anos, das quais 169 sofriam de depressão leve. A taxa de vitamina D nas pessoas deprimidas era 14% menor que a observada nos demais idosos, segundo o trabalho. O endocrinologista da Unifesp, Pedro Saddi, explica que a falta de vitamina D aumenta o nível do hormônio da paratiróide, chamado PTH. "Esse hormônio tem uma ligação indireta com alterações no humor e apatia, que são sintomas associados à depressão", diz o médico.


Outro estudo, divulgado na publicação científica Archives of Internal Medicine, indica que pessoas com baixos índices de vitamina D parecem apresentar mais riscos de morrer. Diversas doenças foram apontadas como causadoras dos óbitos. Os autores da pesquisa sugerem que baixos níveis de Vitamina D estão associados à morte por causa de seu efeito na pressão sanguínea e na habilidade do organismo de responder à insulina. Eles também associam a deficiência da vitamina à obesidade e ao diabetes.

Em um artigo publicado em novembro de 2008 no The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, investigadores relataram que meninas na fase pós-puberdade, que têm baixos índices de Vitamina D, ganharam peso e tiveram crescimento atrofiado. Noventa garotas com idades entre 16 e 22 anos foram avaliadas nos critérios altura, peso, gordura corporal, densidade óssea e nível de vitamina D. Em 59% das garotas, foi detectada insuficiência da vitamina. Estas demonstraram aumento de peso, massa e gordura corporal, além de tendência a ser mais baixa do que meninas com níveis suficientes de vitamina.

Outra pesquisa realizada pelo Centro Médico da universidade de Rochester, nos Estados Unidos, sugere que a falta de Vitamina D no organismo pode prejudicar o tratamento de pacientes com câncer de mama. O estudo aconteceu com aproximadamente 200 mulheres que estavam sendo submetidas à quimioterapia. Depois de alguns exames, os cientistas descobriram que 70% das voluntárias, cujos resultados do tratamento se apresentavam comprometidos, tinham baixo índice da vitamina no sangue.

A deficiência de Vitamina D pode causar problemas de incontinência urinária e fecal nas mulheres. Quem indica isso é um recente estudo do National Health and Nutrition Examination Survey, nos Estados Unidos, que verificou a ligação entre os níveis de vitamina D e distúrbios pélvicos, analisando mais de 1.800 mulheres acima dos 20 anos. Os resultados mostraram que 82% das mulheres apresentavam níveis de Vitamina D considerados insuficientes pelos médicos. Ao menos um dos distúrbios pélvicos foram relatados por 23% das mulheres e os níveis médios de vitamina D foram significativamente menores entre aquelas com os distúrbios como incontinência urinária, prolapso genital (conhecido como "bexiga caída") e incontinência fecal. Em mulheres idosas, o risco de incontinência urinária foi 45% menor entre aquelas com níveis satisfatórios de vitamina D.

http://www.minhavida.com.br

Passe o inverno longe de gripe; resfriado e pneumonia

Antes que as epidemias comecem; proteja o seu corpo das doenças.
No inverno, cresce o número de casos de alergias respiratórias, típicas dos dias frios. Os principais sintomas são a tosse, a coriza e a coceira nos olhos, na garganta e, muitas vezes, na pele.

Os causadores dessas alergias variam muito, podendo ser alimentos, tecidos, pelos ou penas de animais, poeira, mofo e pólen.

No inverno, os mais comuns são o mofo e a poeira. Segundo Jaime Rocha, infectologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/ DASA, a primeira providência é descobrir a fonte da alergia, que deve ser diagnosticada por um médico especialista. Depois, é preciso encontrar meios de ficar longe do agente causador da alergia.

Rocha lembra que os tratamentos devem ser sempre prescritos por médicos, e podem incluir remédios anti-alérgicos, cortisona, dentre outros.

O especialista também reforça que a alergia é uma "resposta imunológica exagerada", isto é, ocorre quando nosso organismo reage com exagero a alguma substância estranha.

Uma das principais doenças alérgicas típicas do inverno é a asma. A doença congestiona os brônquios, impedindo que o ar chegue até os pulmões.

A asma acomete cerca de 10% da população brasileira, sendo mais frequente nas crianças. Os principais sintomas são a falta de ar e o chiado na respiração. A prevenção é baseada em ficar longe dos agentes alérgicos e, em casos mais graves, tomar a medicação preventiva, prescrita pelo médico. Os tratamentos de emergência devem ser feitos em pronto-socorros preparados

O infectologista lembra que, nesta época do ano, também aumentam os quadro infecciosos respiratórios, que se confundem ou se sobrepõem aos alérgicos. Entre os principais estão a gripe, o resfriado e a pneumonia.
A gripe é uma doença muito contagiosa que ataca as vias respiratórias (nariz, garganta e pulmões) e é causada por um vírus chamado Influenza.

Existem antivirais específicos, além dos medicamentos para aliviar seus sintomas. Pode facilmente complicar com sinusite e pneumonia. Os principais sintomas são febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e tosse. O vírus Influenza é transmitido pelo ar através de gotículas de saliva.

A melhor prevenção contra a gripe é tomar a vacina todos os anos, pois o vírus é mutante, aparecendo de forma diferente a cada ano. Mas também é possível preveni-la melhorando as defesas do corpo através do calor e da boa alimentação.

O resfriado é uma infecção mais leve das vias aéreas superiores - nariz e garganta. Não existe remédio para curá-lo ou vacinas para prevenção, mas apenas para amenizar os sintomas. Se não houver complicação, tende a evoluir bem em poucos dias.

Os principais sintomas são coriza, espirros e febre baixa. O tratamento é feito com repouso, líquido e boa alimentação. Se necessário, podem ser administrados analgésicos, anti-térmicos e vitaminas, mas só depois de consulta médica.

A pneumonia é uma infecção aguda grave que atinge os pulmões, necessitando de hospitalização nos quadros mais intensos para que o paciente possa receber antibióticos, oxigênio e líquidos endovenosos.

Em geral, a pneumonia é consequência de alguma infecção das vias respiratórias (bronquite, resfriado e gripe) causada por vírus e/ou bactérias.

Para prevenir, é recomendado não fumar, tratar com atenção as doenças respiratórias e evitar ambientes fechados. O tratamento deve ser prescrito pelo médico, e pode incluir desde antibióticos até a hospitalização.

Reciclação 2010 – 5ª Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental em Curitiba

Está programada para o período de 16 a 19 de junho, em Curitiba (PR), a realização da 5ª Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental, mais conhecida como a “Reciclação”. O evento conta com o patrocínio da Ambisol Soluções Ambientais e acontecerá na Expo Unimed da capital paranaense.

Paralelo à feira acontecerão outros eventos, como o curso de “Introdução ao mercado de reciclagem”, os seminários de “Reciclagem agrícola, resíduos urbanos, industriais e rurais”, de “Saneamento Ambiental” e de “Gestão ambiental e mudanças climáticas” e o “1º Salão ambiental da cidadania”, que estará voltado para a exposição de produtos confeccionados a partir de matérias recicláveis.

http://sobreisso.com

Grande do Sul possui menos de 1% de áreas protegidas

Denúncia feita durante o Dia Internacional da Biodiversidade mostra que apesar do Brasil ter ratificado as metas de proteção integral das Unidades de Conservação, estado gaúcho mostra-se relapso.

O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros com mais baixo percentual de Unidades de Conservação (parques e reservas). A denúncia foi feita neste sábado (22), Dia Internacional da Biodiversidade, durante os debates do Simpósio Fronteiras da Biodiversidade, realizado no auditório da Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De acordo com os integrantes do evento, em 2006 o Brasil ratificou as metas de proteção integral das Unidades de Conservação, que estabelecem o mínimo de 10% de áreas protegidas.

No entanto, no Rio Grande do Sul o índice de áreas protegidas não chega a 0,7%. Em função disso, as discussões abordaram a necessidade de revisão das Listas da Flora e da Fauna Ameaçadas, além de enfatizarem a defesa do Código Florestal, da Lei da Mata Atlântica e da proteção efetiva do Bioma Pampa. O biólogo Paulo Brack, um dos organizadores do evento destacou que o aquecimento global está agravando o risco, já elevado, à biodiversidade.

Promovido pelo Instituto de Biociência da UFRGS e pelas ONGs IGRE e INGÁ, o simpósio faz parte das atividades do Ano Internacional da Biodiversidade, que tem o propósito de fomentar medidas para a sua proteção no mundo inteiro. Durante todo o dia as atividades reuniram quase 200 pessoas de instituições de pesquisa, órgãos ambientais, entidades ambientalistas, movimentos sociais e demais interessados. No turno da manhã, o grupo tratou das metas do Ano Internacional da Biodiversidade, estabelecidas pelas diferentes Conferências das Partes (COP) sobre a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) que foi estabelecida na Rio-92, por mais de 100 países, incluindo o Brasil.

Ao final dos debates, foram constituídos grupos de trabalho que trataram de ecossistemas, flora, fauna e políticas públicas. Ficou definido que até o mês de agosto os grupos realizarão um diagnóstico básico do tema no Rio Grande do Sul e a avaliação das demandas da área, com a elaboração de um documento sobre os temas, a fim de traçar um quadro da situação atual e apontar necessidades de investimentos em pesquisas e políticas públicas em relação à biodiversidade do Estado.

As conclusões preliminares dos grupos de discussão, também chamados de câmaras técnicas, mostraram a existência de muitas lacunas de conhecimento no que se refere a taxonomia de parte da flora e da fauna. Também constatou-se a ausência de conhecimento sobre o estado de conservação de espécies ameaçadas, especialmente a conversão de ecossistemas naturais, incluindo a destruição de seus habitats, em ecossistemas muitas vezes críticos. E, finalmente, foram mencionados os conflitos, muitas vezes tratados de forma inadequada, pela ausência de políticas de desenvolvimento e de conservação e uso sustentável da biodiversidade.

As Câmaras Técnicas sugeriram a necessidade de zoneamentos ecológico-econômicos para bacias e ecorregiões do Estado, sendo este tipo de instrumento fundamental para fortalecer as diretrizes da gestão ambiental, inclusive a questão do licenciamento. Durante a tarde ocorreram palestras com os pesquisadores Thomas M. Lewinsohn, da UNICAMP, e Sandra Lavorel, do Laboratório de Ecologia Alpina, de Grenoble, França.

O evento concluiu com a mesa redonda sobre políticas públicas em biodiversidade. Participaram Demétrio Luis Guadagnin, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte; João de Deus Medeiros, diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e professor associado da UFSC; José Francisco Montenegro Valls, pesquisador da EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnológicos - CENARGEN; Marcos Flávio Silva Borba, pesquisador da EMBRAPA CPPSul, BAGÉ e Osvaldo Luiz Leal de Moraes, professor do Centro de Ciências Naturais e Exatas, do Departamento de Física da UFSM e diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul.

Redação EcoAgência de Notícias Ambientais

Agrotóxico é problema de saúde pública

Pesquisador da Fiocruz fez estudos sobre os impactos dos agrotóxicos no Mato Grosso, que demonstram que nas regiões com maior utilização de agrotóxicos é maior a incidência de problemas de saúde agudos e crônicos.

O Brasil bateu recorde no consumo de agrotóxicos no ano passado. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola. O país ocupa o primeiro lugar na lista de países consumidores desses produtos químicos.

Com a aplicação exagerada nas lavouras no Brasil, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública.

“Os impactos negativos são no trabalhador, que aplica diretamente, na sua família, que mora dentro das plantações de soja, na periferia da cidade, porque a pulverização é quase em cima das casas. Tem também o impacto no ambiente, com a contaminação por agrotóxicos das águas”, afirma o médico e professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Wanderlei Antonio Pignati, em entrevista exclusiva à Página do MST.

O pesquisador da Fiocruz, doutor em saúde e ambiente fez estudos sobre os impactos dos agrotóxicos no Mato Grosso, que demonstram que nas regiões com maior utilização de agrotóxicos é maior a incidência de problemas de saúde agudos e crônicos.

Por exemplo, intoxicações agudas e crônicas, má formação fetal de mulheres gestantes, neoplasia, distúrbios endócrinos, neurológicos, cardíacos, pulmonares e respiratórias, além de doenças subcrônicas, de tipo neurológico e psiquiátricos, como depressão.

Abaixo, leia a entrevista com o professor Wanderlei Antonio Pignati.

Em 2009, o Brasil utilizou mais de 1 bilhão de litros de agrotóxicos. Por que a cada safra cresce a quantidade de venenos jogados nas lavouras?

O consumo de agrotóxicos dobrou nos últimos 10 anos. Passamos a ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos. No Mato Grosso, 105 milhões de litros de agrotóxicos foram usados na safra agrícola passada, com uma média de 10 litros por hectare de soja ou milho e 20 litros por hectare de algodão. Tem vários municípios que usaram até 7 milhões de litros em uma safra. Isso traz um impacto muito grande para a saúde e para o ambiente. A utilização tem aumentado porque a semente está dominada por seis ou sete indústrias no mundo todo, inclusive no Brasil. Essas sementes são selecionadas para que se utilize agrotóxicos e fertilizantes químicos. Isso para aumentar a produtividade e os lucros dessas empresas do agronegócio. Paralelamente, vem aumentando também o desmatamento, com a plantação de novas áreas, aumentando a demanda por agrotóxicos e fertilizantes químicos. No Mato Grosso, passou de 4 milhões para 10 milhões de hectares plantados na última safra. O desmatamento é a primeira etapa do agronegócio. Depois entra a indústria da madeira, a pecuária, a agricultura, o transporte e o armazenamento. Por fim, a verdadeira agroindústria, com a produção de óleos, de farelo e a usina de açúcar, álcool, curtumes, beneficiamento de algodão e os agrocombustíveis, que fazem parte do agronegócio. Isso vem se desenvolvendo muito, pela nossa dependência da exportação. Isso tudo fez com que aumentasse o consumo de agrotóxicos no Brasil.

Quanto mais avança o agronegócio, maior o consumo de agrotóxicos?

Sim. As sementes das grandes indústrias são dependentes de agrotóxicos e fertilizantes químicos. As indústrias não fazem sementes livres desses produtos. Não criam sementes resistentes a várias pragas, sem a necessidade de agrotóxicos. Não fazem isso, porque são produtores de sementes e agrotóxicos. Criam sementes dependentes de agrotóxicos. Com os transgênicos, a situação piora mais ainda. No caso da soja, a produção é resistente a um herbicida, o glifosato, conhecido como roundup, patenteado pela Monsanto. Aí o uso é duas ou três vezes maior de roundup na soja. Isso também aumenta o consumo de agrotóxicos.

Mas a CTNBio liberou diversas variedades de transgênicos, com o argumento de que se diminuiria a necessidade de agrotóxicos...

É só pegar o exemplo da soja transgênica, que não é resistente a praga nenhuma, para perceber como é mentira. Temos que desmascarar a nível nacional e internacional. A soja transgênica não é resistente a pragas, mas a um herbicida, o glifosato. Então, é ainda maior a utilização de agrotóxicos. Eles usam antes de plantar, depois usam de novo no primeiro, no segundo e no terceiro mês. Dessa forma, aumenta em três vezes o uso do herbicida na soja transgênica. Agora vem o milho transgênico, que também é resistente ao glifosato. Com isso, vai aumentar ainda mais o consumo de agrotóxicos. Em geral, os transgênicos resistentes a pragas ainda são minoria.

Quais os efeitos dos agrotóxicos para a saúde e para o ambiente?

Os impactos negativos são no trabalhador, que aplica diretamente, na sua família, que mora dentro das plantações de soja, na periferia da cidade, porque a pulverização é quase em cima das casas. Tem também o impacto no ambiente, com a contaminação por agrotóxicos das águas. Ficam resíduos dos agrotóxicos nos poços artesianos de água potável, nos córregos, nos rios, na água de chuva e no ar. Isso faz com que a população absorva esses agrotóxicos.

Quais as consequências?

São agravos na saúde agudos e crônicos. Intoxicações agudas e crônicas, má formação fetal de mulheres gestantes, neoplasia (que causa câncer), distúrbios endócrinos (na tiroide, suprarrenal e alguns mimetizam diabetes), distúrbios neurológicos, distúrbios respiratórias (vários são irritantes pulmonares). Nos lagos e lagoas, acontece a extinção de várias espécies de animais, como peixes, anfíbios e répteis, por conta das modificações do ambiente por essas substâncias químicas. Os agrotóxicos são levados pela chuva para os córregos e rios. Os sedimento ficam no fundo e servem de alimentos para peixes, répteis, anfíbios, causando impactos em toda a biota em cima da terra.

Como vocês comprovaram esses casos?

Para fazer a comprovação desses casos, é preciso comparar dados epidemiológicos de doenças de regiões que usam muito agrotóxico com outras que usam pouco. Por exemplo, nas três regiões do Mato Grosso onde mais se produz soja, milho e algodão há uma incidência três vezes maior de intoxicação aguda por agrotóxicos, comparando com outras 12 regiões que produzem menos e usam menos agrotóxicos. Analisando por regiões o sistema de notificação de intoxicação aguda da secretaria municipal, estadual e do Ministério da Saúde, percebemos que onde a produção é maior, há mais casos de intoxicação aguda, como diarréia, vômitos, desmaios, mortes, distúrbios cardíacos e pulmonares, além de doenças subcrônicas que aparecem um mês ou dois meses depois da exposição, de tipo neurológico e psiquiátricos, como depressão. Há agrotóxicos que causam irritação ocular e auditiva. Outros dão lesão neurológica, com hemiplegia, neurite da coluna neurológica cervical. Além disso, essas regiões que produzem mais soja, milho e algodão apresentam incidência duas vezes maior de câncer em crianças e adultos e malformação em recém nascidos do que nas outras regiões que produzem menos e usam menos agrotóxicos. Isso porque estão usando vários agrotóxicos que são cancerígenos e teratogênicos.

Qual o perigo para os consumidores de alimentos? Quais as iniciativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)?

A Anvisa está fazendo a revisão de 16 agrotóxicos, desde que lançou um edital em 2008. Quatorze deles são proibidos na União Europeia, nos Estados Unidos e Canadá por serem cancerígenos, teratogênicos, causam distúrbios neurológicos e endócrinos. Nessa revisão, já tem um resumo desses agrotóxicos, que são proibidos lá fora. Mas aqui são vendidos livremente, mesmo se sabendo desses efeitos crônicos. A Anvisa tem o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em alimentos, no qual faz a análise de 20 alimentos desde 2002. Nesses estudos, acharam resíduos nos alimentos, tanto de agrotóxicos não proibidos como acima do limite máximo permito. O endosulfan, por exemplo, é um inseticida clorado, que é cancerígeno e teratogênico, proibido há 20 anos na União Europeia, nos EUA e no Canadá. Não é proibido no Brasil, sendo muito usado na soja e milho. Esse limite máximo de resíduos é questionável, porque a sensibilidade é individual. Para uma pessoa, o limite máximo para desenvolver uma doença é 10 mg por dia e para outra basta 1 mg. Sem contar a contaminação na água, no ar, na chuva, porque devemos juntar todos esses fatores.

Como você avalia a legislação brasileira para os agrotóxicos e o trabalho da Anvisa?

A Anvisa vem fazendo um bom trabalho, com base na legislação. No entanto, todo dia os grandes burlam a lei. Não só a lei nacional sobre agrotóxicos, mas também o Código Florestal, as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (que obrigada a dar os equipamentos aos trabalhadores), as normas do Ministério da Agricultura (que impede a pulverização a menos de 250 metros da nascente de rios, córregos, lagoas e onde moram animais ou habitam pessoas). No Mato Grosso, passam todos os tipos de agrotóxicos de avião, não respeitando as normas.

Os fazendeiros dizem que, se usar corretamente os agrotóxicos, não há perigo.

Tem problema sim. Se o trabalhador ficar como um astronauta, usando todos os equipamentos de proteção individual necessário, pode não prejudicar a sua própria saúde, mas e o ambiente? Todo agrotóxicos é toxico, tanto da classe um como da classe quatro. Aonde vai o resíduo desse agrotóxico? Vai para a chuva, para os rios, para os córregos, para o ar e evapora e desce com a chuva. Não existe uso seguro e correto dos agrotóxicos para o ambiente. Temos que discutir que o uso de agrotóxicos é intencional. As ditas pragas da lavoura – que eu não chamo de pragas – seja um inseto, uma erva daninha ou um fungo, crescem no meio da plantação. Aí o fazendeiro polui o ambiente intencionalmente para tentar atingir essas pragas. Não tem como ele retirar especificamente as pragas, colocar em uma redoma e aplicar o agrotóxico. Ou seja, ele polui de maneira intencional o ambiente da plantação, o ambiente geral, o trabalhador e a produção. Uma parte dessa agrotóxicos fica nos alimentos.

As indústrias do agronegócio argumentam que é necessário o uso de grandes quantidades de agrotóxicos porque o Brasil é um país tropical, com grande diversidade climática. É verdade?

Não tem uma necessidade maior. Não é que o Brasil precise de mais por conta dessa questão climática. Nas monografias dos agrotóxicos, tem uma temperatura ideal para passar, em torno de 20º e 25º. Onde tem essa temperatura no Mato Grosso, por exemplo? Dá mais de 30 graus. Com isso, essas substâncias evaporam e usam ainda mais. Em vez de usar dois litros, colocam 2,5 litros por hectare. É um argumento falso. Tem que colocar agrotóxico porque a semente é dependente. Existem formas de fazer uma produção em grande escala sem a semente dependente de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Há vários exemplos no mundo e no Brasil. Mas 99% de toda a nossa produção agrícola depende das sementes da indústrias, que não faz a seleção para não precisar de químicos.

Dentro desse quadro, qual é a tendência?

A tendência é aumentar a utilização de agrotóxicos. Por isso, é preciso uma política mais contundente do governo, dos movimentos de agroecologia e dos consumidores, que cada vez mais consomem agrotóxicos. É preciso discutir o modelo de produção agrícola que está ai. Com o milho transgênico, vai se utilizar mais glifosato. Há um clico de aumento dos agrotóxicos que não vai ter fim. Se analisar a resistência das pragas, há ervas daninhas resistentes ao glifosato. No primeiro momento, se aumenta a dose para vencer a praga. Em vez de cinco litros por hectare, usam sete litros. Num segundo momento se usa um herbicida ainda mais forte ou mais tóxico para combater a erva daninha resistente ao agrotóxico mais fraco. Isso não tem fim. Há grandes áreas de ervas daninhas resistentes nos Estados Unidos, na Argentina e está chegando no Brasil, no Rio Grande do Sul, no Paraná e no Mato Grosso. É um modelo insustentável.


MST/EcoAgência

Livro analisa impacto do mercado de saúde no meio ambiente

Para Entender a Saúde no Brasil Volume 3 mostra novo dilema na área: até que ponto a agressividade ambiental do mercado de medicina pode comprometer nosso futuro?


O lançamento neste mês de maio do livro Para Entender a Saúde no Brasil Volume 3 (Editora LCTE, 255 págs, R$ 52), coletânea de artigos inéditos organizada pelo médico Eduardo Perillo e pela economista Maria Cristina Amorim, lança luz sobre um novo dilema no já complexo mercado de cuidados com a saúde: até que ponto a Medicina prejudica o meio ambiente e, assim, realimenta o circuito da doença? O tema é não apenas polêmico como absolutamente importante em um momento no qual o mercado de saúde movimenta diretamente algo como 8% do PIB brasileiro, portanto, responsável por uma parcela pelo menos semelhante da geração de poluição – de todos os tipos – no País.

A contribuição do setor assistencial hospitalar à degradação ambiental é tema de um dos artigos do livro, assinado pelo neurocirurgião Reynaldo André Brandt, ex-presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados. No texto, ele analisa detidamente a questão, com amplo suporte de pesquisas científicas recentes, para chegar a uma conclusão nada agradável: “Ao prejudicar o ambiente, a medicina afeta a sociedade como um todo e prejudicará também as futuras gerações. Apesar da ética médica enfatizar a responsabilidade do profissional em relação ao paciente individual, cabe também ao profissional avaliar até onde suas ações afetam a sustentabilidade da própria medicina”, diz Brandt.

Para o médico e historiador econômico Eduardo Perillo, o tema medicina versus sustentabilidade chegou a um patamar “assustador” para o qual não bastam paliativos. “Hoje é consenso que pelo menos 25% das doenças humanas são causadas por fatores ambientais”, diz ele. “A contribuição do complexo industrial-hospitalar a esse percentual vem crescendo, apesar de esforços isolados para contê-la. O pior é que a indústria da saúde produz poluentes extremamente agressivos, incluindo metais pesados, contaminantes biológicos e uma série de outros elementos causadores de câncer, de mutações genéticas e de disseminação bacteriana, além de ser extremamente voraz em gasto energético e de outros recursos finitos. A grande questão é se não estamos salvando o paciente hoje para liquidá-lo no futuro”.

Para Perillo, as soluções existem e, embora não sejam simples, podem ser implantadas sem grandes impactos em termos de custos de longo prazo em toda a cadeia produtiva e de serviços de saúde. O que falta, diz ele, é informação – os profissionais da área, em todos os níveis, precisam assimilar essa situação – e determinação política. “Gestores da área, públicos e privados, precisam entender que não basta construir hospitais ou fábricas de medicamentos, para ficar apenas em dois exemplos do complexo, se ambos não forem rigorosamente corretos em termos ambientais. Há resíduos de medicamentos e de poluentes hospitalares na água bebida por centenas de milhões de pessoas no mundo, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo e até cidadezinhas do interior, além de carcinogênicos químicos derivados da queima de resíduos clínicos e de elementos radioativos gerados em hospitais espalhados pelo ar que se respira. Temos de nos mexer, e o momento é esse – o mercado de saúde não pode se dar ao luxo de continuar ignorando sua contribuição para a degradação ambiental”.

Os organizadores da obra

Eduardo Perillo é doutor em história econômica pela USP, mestre em administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Eduardo Perillo trabalha desde a década de 80 com a educação continuada de executivos, além de desenvolver projetos e produção de estudos na área da saúde para organizações públicas e privadas no Brasil e no exterior. Maria Cristina Amorim é economista pela USP, doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP na área de Política, professora titular do Departamento de Economia e coordenadora do núcleo de pesquisa em Regulação Econômica e Estratégias Empresariais da PUC/SP, Maria Cristina Amorim desenvolve atividades de pesquisa e assessoria junto ao segmento da saúde, como indústrias farmacêuticas e de materiais e equipamentos, além de hospitais e operadoras de planos de saúde.

EcoAgência

Açúcar: adorado pelas crianças e temido pelos pais

O responsável pela felicidade instantânea pode ser substituído.
Está mais do que na cara que a gula nos deixa arrependidos da compra de guloseimas minutos depois. Missão mais impossível ainda é ir ao supermercado com crianças. Tente explicar a eles que é melhor não levar biscoito recheado, chocolate, sorvete, balas e outras guloseimas, todas de uma vez, porque a saúde vai sair prejudicada. O choro é certo. Por isso, o equilíbrio na alimentação precisa começar desde cedo ou o seu pequeno vai sofrer mais tarde se ficar tão refém de açúcar.

Doce vilão
Criou-se muito pânico ao redor do açúcar. Mas o vilão dessa história toda é o tipo refinado, mais tradicional e barato. É que esse açúcar passa por um processo de refinamento no qual ele perde todas as vitaminas. Foi por isso que ganhou a fama (muito justa) de caloria vazia. O açúcar refinado não faz mais nada além de cair direto em nossa corrente sangüínea (por isso ele aumenta rapidamente o nível de glicose do sangue) e, se bobearmos no consumo de guloseimas doces, é certo que alguns quilos a mais vão aparecer fácil.

Esse tipo de açúcar pode até ser eliminado de nossos hábitos sem causar problema nenhum. As substâncias responsáveis por nos dar energia são os carboidratos complexos (que vêm de cereais, pães, batata, mandioca, milho, leguminosa) e os simples (encontrados na frutose, lactose e glicose). Moral da história: o açúcar refinado não faz falta alguma.

Energia e felicidade
Isso mesmo. O consumo de açúcar faz com que nosso organismo seja invadido por uma sensação de euforia. Por isso, as crianças costumam ficar elétricas e incansáveis após uma sobremesa, não é só a felicidade de ter comido um docinho. Porém, após o consumo de açúcar, o próprio corpo é estimulado a produzir insulina, que baixa os níveis de açúcar, trazendo cansaço.

Viu só como é fácil viciar em açúcar? Para não cair na tentação de comer com urgência algo com açúcar, o jeito é educar o paladar e abrir o leque de opções na hora da sobremesa. Lembre-se que os maiores exemplos de uma criança vêm de casa, ou seja, se você não resistir a um bom ou biscoito recheado, fica difícil para o seu filho.

Problemas de saúde
Quem dera! As cáries dentárias também estão associadas ao consumo exagerado de açucar, mesmo porque criança tem sempre uma bala ou pirulito na boca. Os adultos, em compensação, não dispensam o cafezinho. Se os dentes não forem escovados em seguida, a boca se torna um ambiente propício ao surgimento de cáries. Também associado ao ganho de peso, entram os problemas cardiovasculares e a hipertensão.

Entretanto, o açúcar não pode ser considerado responsável pelo diabetes. O tipo 1 resulta da destruição das células do pâncreas, que pode ocorrer por conta de anticorpos, radicais livres de oxigênio ou genética mesmo. O tipo 2 vem dos vários graus de resistência à insulina que uma pessoa apresenta ao longo dos anos e a maioria dos casos acontece com obesos. Sendo assim, o açúcar não pode ser totalmente liberado aos diabéticos.

Mude o paladar
É difícil ser feliz sem açúcar, mas o lado bom é que existem alternativas ao refinado que fazem todo mundo voltar a sorrir fácil. Por exemplo, o açúcar mascavo é muito nutritivo, já que não passa por todas as etapas de refinamento e conserva parte do cálcio, ferro, das proteínas e vitaminas B1 e B2. Já o açúcar orgânico possui propriedades semelhantes às do mascavo porque ele não sofre refinamento, além disso, não são usados agrotóxicos no plantio da cana. O mel contém minerais (cálcio, fósforo, potássio, ferro), vitaminas e proteínas e o açúcar light tem menos calorias que o refinado.

A stévia é um tipo de adoçante extraído de uma planta com o potencial de adoçar 300 vezes mais do que o açúcar comum. Além, é claro, dos adoçantes comuns.

O ideal é as crianças consumirem doces aos finais de semana ou em festas, passeios ou viagens. O ideal també é não ter essas guloseimas em casa diariamente. Se eles pedirem, tenha opções de frutas secas, que são docinhas, gelatinas, sucos naturais, bolachinhas integrais, entre outros. Estes é que são nutritivos, fortalecem a circulação e auxiliam no crescimento e na saúde dos pimpolhos. É fundamental que eles adquiram disciplina desde cedo e não sofrerem no futuro com doenças decorrentes da alimentação inadequada na infância.

Por isso, que tal propor uma salada de frutas adoçada com mel ou frutose para a sobremesa de hoje? Nunca é tarde para mudar os hábitos e dar boas vindas à saúde, concorda? Pais, sejam mais conscientes com a saúde do seu filho.

Daniela Hueb
Nutrologa

Terras para produção de biocombustível são limitadas

Uma quantidade grande, mas limitada de terra pode ser usada para fornecer combustíveis vegetais sem cortar a oferta mundial de alimentos, disseram ambientalistas e consultores durante a Conferência Mundial de Biocombustíveis na quarta-feira em Sevilha.

Governos ao redor do mundo têm promovido os biocombustíveis visando cortar emissões de gases do efeito estufa e a dependência sobre os combustíveis fósseis, assim como evitar a poluição.

“Nas mudanças climáticas, vazamentos de petróleo, a Terra está pagando o preço por nos fornecer toda este petróleo fácil e insustentável”, comentou Margo Oge da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

As discussões, entretanto, foram focadas sobre a questão se os grãos usados para a fabricação de biocombustíveis são necessários para combater a fome ao redor do mundo. Os produtores dos biocombusíveis respondem dizendo que usam apenas 3% da oferta global de grãos.

Martina Fleckenstein da WWF disse que a ONG estima que entre 380 e 450 milhões de hectares (ha) podem receber cultivos sustentáveis para combustível, em paralelo são necessários 1,6 bilhões de ha para garantir a oferta global de alimentos.

Carlo Hamelinck da consultoria Ecofys forneceu uma estimativa similar, com 480 milhões de ha podendo oferecer biocombustíveis suficientes para tornar o mix energético mundial sustentável em 2045.

“É bastante, mas não é chocante. Isto pode ter uma contribuição grande para a oferta global de energia”, disse ele na cidade espanhola.

As estimativas sobre qual fatia da oferta global de energia poderia ser atendida com os biocombustíveis variam muito.

Hamelinck prevê 50%, enquanto o professor de genética da Universidade de Sevilha Enrique Cerda disse que as informações da FAO demonstram que os biocombustíveis podem fornecer apenas 3% da oferta total de energia.

Hamelinck incitou os fabricantes a utilizarem matérias primas cultivadas com fornecimento sustentável de água e cuidando para não erodir o solo ou usar terras necessárias para a manutenção da biodiversidade.

“Nos próximos anos veremos se o setor está falando sério sobre sustentabilidade”, comentou. “Cabe a vocês exigir matérias primas sustentáveis”.

Os apoiadores dos biocombustíveis dizem que estes cultivos podem fornecer o fluxo de caixa necessário para os pequenos agricultores em países em desenvolvimento.

A Tanzânia, por exemplo, poderia plantar cana de açúcar, jatrofa, sorgo e óleo de palma para produzir biocombustível, disse o ministro de Energias William Mganga Ngeleja, mas o país sul-africano cultiva menos de 10% das terras aráveis.

“A quantidade exata de terra dependerá dos fluxos de investimento, mas isto dá uma idéia do potencial”, comentou Ngeleja.

Autor: Martin Roberts - Fonte: Reuters
Traduzido por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil

Exercício aeróbico aumenta alvéolos pulmonares em quase 40%

Reforço do pulmão

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP revela dados inéditos sobre os efeitos benéficos que os exercícios físicos trazem ao organismo.

Cobaias submetidas a um treinamento de 30 minutos por dia (2 vezes por dia) em esteira ergométrica, cinco vezes por semana, durante 10 semanas, apresentaram um aumento de 39% no número de alvéolos pulmonares.

Pressão

Os resultados também indicaram que os cinco animais treinados tiveram 49% de aumento na pressão parcial de oxigênio (O2), redução de 22% na pressão parcial de gás carbônico (CO2) e aumento de 3% na saturação de O2.

Em termos práticos, o aumento do número de alvéolos estava associado a um aumento dos níveis gerais de oxigenação e diminuição dos níveis de CO2 no sangue.

O grupo controle foi composto por outros cinco cobaias que, durante as 10 semanas do experimento, tiveram uma vida sedentária, mas não ficaram enclausuradas.

Efeitos do exercício físico no organismo

"Na literatura médica, existem diversos trabalhos sobre os efeitos do exercício físico no organismo. O ineditismo desta pesquisa reside no fato de que é o primeiro a mostrar em 3D, com precisão e acurácia, como o pulmão se adapta à prática regular de exercícios físicos aeróbicos e de baixa intensidade", comenta o estereologista Antonio Augusto Coppi, responsável pela pesquisa.

O professor destaca que, seguindo os critérios estabelecidos pelo American College of Sports Medicine em 2006, apenas animais com aptidão para correr em esteira foram sistematicamente selecionados para o estudo. No aspecto nutricional, todos os ratos receberam uma dieta padronizada, para que pudessem ter o mesmo desempenho físico.

Os pesquisadores utilizaram um protocolo de treinamento para exercício aeróbico de baixa intensidade. Durante cinco dias os animais foram submetidos a um período de adaptação ao exercício físico. Posteriormente, foram realizados testes de esforço máximo antes do início do treinamento, assim como na quinta e décima semana de treinamento. O teste consistiu em colocar os ratos na esteira a uma velocidade inicial de 0,3 quilômetros por hora (km/h) e, a cada 3 minutos, a velocidade era aumentada até os animais não conseguirem correr voluntariamente.

Alvéolos pulmonares

Segundo Coppi, os alvéolos pulmonares são partículas diferentes de células individuais, pois estão multiconectadas entre si de modo segmentar, semelhantes a um cacho de uva, onde cada uva representa um alvéolo.

"Quantificá-los não é uma tarefa fácil, pois são elementos que apresentam uma estrutura muito complexa em 3 dimensões - comprimento, largura e profundidade - e além disso, estão conectados entre si topologicamente", afirma o professor.

Estereologia

E foi aí que entrou a Estereologia Topológica, mais especificamente a estereologia que usa o princípio matemático da Topologia e número de Euler, uma das linhas de investigação científica do LSSCA.

Com esta "ciência" é possível realizar a análise de imagem e contagem de redes admiráveis de partículas conectadas em 3D ou 4D.

"No organismo, este arranjo arquitetural entre partículas acontece com capilares sanguíneos e linfáticos, sinapses, alvéolos pulmonares, bronquíolos, fibras nervosas, entre outros", conta o professor.

Outro fator inovador do estudo foi a associação dos dados estruturais (análise estereológica dos alvéolos) com os resultados fisiológicos: hemodinâmicos e hemogasométricos.

http://www.diariodasaude.com.br

quarta-feira, 26 de maio de 2010

PÓS GRADUAÇÃO EM CANGUÇU!

AGORA CHEGOU A SUA HORA!
NÃO PERCA ESTA OPORTUNIDADE DE FAZER SUA PÓS GRADUAÇÃO AUPEX!

PÓS EM ED. INFANTIL, SÉRIES INICIAIS E GESTÃO NA EDUCAÇÃO.


ÚLTIMAS VAGAS!

INFORMAÇÕES COM LUCINÉRI (53) 9974-7889


segunda-feira, 24 de maio de 2010

No dia da biodiversidade, secretário da ONU alerta para perigo de extinções

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou neste sábado (22) que a perda de espécies está chegando a um ponto sem volta, informou o site de notícias da CNN.

A afirmação foi feita durante a abertura das celebrações para o dia internacional da biodiversidade, que aconteceu no sábado.

Em relatório recente, a ONU confirmou que nenhuma das metas para redução da perda de biodiversidade, acordadas por membros da organização em 2002, foram cumpridas.

O relatório afirma que desde 1970 as populações mundiais de animais caíram 30%, a área coberta por mangues caiu 20% e a área coberta por corais, 40%.

Segundo Ban, comunidades no mundo todo irão “colher os frutos negativos” da perda de biodiversidade, mas “as comunidades mais pobres e mais vulneráveis serão as que irão sofrer mais”.

Diversos eventos estão sendo realizados ao redor do mundo para celebrar a data. Um jardim foi criado na avenida Champs-Élysées em Paris e uma “parede viva” foi montada na sede da ONU em Copenhague.

(Fonte: Folha.com/SP)

Cartilha orienta agricultores familiares na utilização de adubo orgânico

O engenheiro agrônomo, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Inpa, Luiz Augusto Gomes de Souza, elaborou uma cartilha com dez espécies de leguminosas que podem ser utilizadas para a produção de um composto orgânico para adubação ecológica.

A publicação “Leguminosas para Adubação Verde na Terra Firme e na Várzea da Amazônia Central” é voltada, principalmente, aos agricultores familiares. O levantamento, que resultou na cartilha, avaliou as leguminosas de pequenas propriedades na estrada que liga Manacapuru a Novo Airão e na área de várzea Paraná do Supiá, localizada no município de Manacapuru, que fica distante 68 km de Manaus.

Para atestar a potencialidade das leguminosas foram realizados testes, que fizeram parte do projeto “Práticas Agroecológicas para Produção Sustentável de alimentos, validadas para agrossistemas familiares do Estado do Amazonas”.

Foram coletadas 37 espécies de plantas em dez propriedades, no ano de 2008, para avaliação das propriedades e nutrientes. Informações como hábito de crescimento, produção de biomassa e conteúdo de nutrientes foram levadas em conta na seleção das melhores espécies para adubação, de acordo com a pesquisa.

“As espécies foram selecionadas e denominadas da maneira como são conhecidas pela população local, por exemplo, abotinha, faveira-camuzé, ingá-cipó, mulungu, malição, mata-pasto, gipooca, papo-de-mutum, feijão miúdo e feijão peludo”, explicou o pesquisador.

*Com informações da Fapeam.
Danielle Jordan / Ambientebrasil

Uma ducha de água fria nos aquecedores – pesquisa da USP revela economia dos chuveiros elétricos

Um estudo da Escola Politécnica, Poli, da Universidade de São Paulo, SP, revelou que tomar banho com chuveiro elétrico é mais econômico do que com aquecedores a gás e solares.

O consumo anual médio de água também é menor, segundo os dados do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água, Cirra.

Considerando o consumo de energia e de água, um banho de oito minutos em um chuveiro elétrico comum custa em média R$ 0,30. O custo em um chuveiro híbrido solar (um aquecedor solar com um chuveiro elétrico na ponta) é um pouco menor, R$ 0,27. Com os aquecedores solares tradicionais, o custo é mais de 53% maior, chegando a R$ 0,46 e nos aquecedores a gás tradicionais, quase 97% superior, ou seja, R$ 0,59. O recordista nos gastos é o boiler elétrico, com custo de R$ 1,08, o que representa 246,6% a mais.

O consumo de água anual médio em chuveiro elétrico foi de 4,2 litros por minuto (l/min), de acordo com a pesquisa, e no chuveiro híbrido solar, 4,1 l/min. A média no aquecedor solar comum foi de 8,4 l/min e no aquecedor a gás ficou em torno de 8,7 l/ min, 207% mais que no chuveiro elétrico. O boiler elétrico atingiu 8,5 l/min.

Segundo dados do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, Procel, entidade do Governo Federal, mais de 73% das residências brasileiras utilizam o chuveiro elétrico. “Mesmo antes da divulgação da pesquisa, mais da metade das pessoas que têm chuveiro elétrico em suas casas conheciam outras formas de aquecimento e não trocam o chuveiro elétrico”, destacou o coordenador da pesquisa, Ivanildo Hespanhol, da Poli.

*Com informações da USP.
Danielle Jordan / Ambientebrasil

Dormir bem é o segredo para longevidade, aponta o estudo

Um estudo realizado pela American Academy of Sleep Medicine mostrou que dormir bem é um dos segredos para a longevidade. A pesquisa, publicada na revista científica Sleep, foi a primeiro a analisar problemas de sono em uma grande amostra de adultos de idade avançada, de 60 a mais que 100 anos.

A partir da análise de 2.800 pessoas, os resultados mostraram que cerca de 65% das pessoas relataram que sua qualidade de sono foi boa ou muito boa e o tempo médio diário de sono foi de 7,5 horas, incluindo cochilos.

Os mais velhos, de 100 anos, e os adultos acima de 70 foram os mais prováveis de relatar boa qualidade de sono do que os participantes mais jovens, de 65 a 79, após controle de variáveis como as características demográficas, socioeconômicas e de saúde. Além disso, os homens eram 23% mais propícios a ter uma boa noite de sono, em comparação com as mulheres.

Os problemas de saúde foram associados com pior qualidade de sono. Entre os avaliados, 46% dos participantes que tiveram a auto-avaliação de saúde insatisfatória também relataram não dormir bem. As chances de um bom sono foram também menores em pessoas que muitas vezes se sentiam ansiosas, que tinham pelo menos uma doença crônica e dificuldades com as tarefas diárias.

O estudo envolveu a análise dos dados da Pesquisa de Longevidade Saudável feita na China. Realizada em 2005, essa amostra foi composta por 15.638 adultos com 65 anos de idade ou mais. Segundo os autores, a população da China de mais de 1,3 bilhão de pessoas inclui a maior população de idosos no mundo, tornando o país um recurso valioso para estudar a longevidade saudável. O Banco Mundial estima que a China tem cerca de 40.500 mil pessoas de 75 anos de idade e mais velhos.

A pesquisa chinesa constatou que o acesso aos cuidados de saúde e o status econômico foram fortemente relacionados com a boa qualidade de sono. O total de 84% dos participantes que relataram dormir bem tinham assistência médica adequada e 56% relataram boa qualidade de sono quando a família estava em boa condição econômica.

http://www.minhavida.com.br

Vacina contra gripe pode provocar falso positivo em exame do vírus da Aids

Pessoas que tomaram vacina contra a gripe suína podem imaginar, equivocadamente, que têm o vírus da Aids, caso façam o exame para detectar o HIV até 30 dias após a imunização contra a gripe.

Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a vacina contra a gripe suína aumenta a quantidade de um tipo de anticorpo que o exame para o HIV interpreta como indicativo da contaminação pelo vírus da Aids. Mas o resultado positivo, nesse caso, é falso.

“Toda a rede de atendimento a DSTs [doenças sexualmente transmissíveis] está alertada para avisar quem for fazer exame para HIV de que, se a pessoa tomou a vacina contra a gripe nos 30 dias anteriores, o resultado pode ser falso positivo”, afirmou o ministro. “Caso dê positivo e a pessoa tenha tomado a vacina nos 30 dias anteriores, é preciso fazer um outro exame, mais sofisticado, que não está sujeito ao falso positivo”, disse Temporão.

Quando o exame para detecção do HIV é feito mais de 30 dias depois da vacinação contra a gripe suína, a possibilidade de dar falso positivo desaparece, segundo o ministro.

Segundo o Ministério da Saúde, nenhum caso de falso positivo foi registrado em exames de HIV no Brasil até agora. Essa possibilidade foi constatada por um estudo realizado nos Estados Unidos.

(Fonte: Fábio Grellet/ Folha Online)

Ministro prorroga vacinação contra a gripe suína e inclui crianças de 2 a 5 anos

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou na tarde desta sexta-feira (21) a prorrogação da campanha de vacinação contra a gripe suína – a gripe A (H1N1) – em todo o país. Com isso, todas as pessoas que estavam inclusas na campanha poderão tomar a dose até o dia 2 de junho.

Além disso, o ministro anunciou a inclusão de crianças de dois a cinco anos na campanha de vacinação. Inicialmente, essa faixa etária só receberia a dose no caso de ter doença crônica. Com a inclusão das crianças nesta faixa etária, deverão ser aplicadas mais 10,8 mi de doses da vacina.

Segundo o ministério, nenhum município atingiu a meta de vacinar 80% das gestantes e do grupo de pessoas entre 30 e 39 anos –por isso, a vacinação foi prorrogada. Para as outras faixas, o município tem autonomia para manter ou recusar a vacinação.

O anúncio de prorrogação da campanha aconteceu após os Estados do Rio Grande do Sul, Bahia e a cidade de São Paulo anunciarem a medida por não atingir a meta de vacinação de 80% em algumas faixas etárias.

A vacinação contra a gripe suína foi até agora dividida em etapas, divididas em profissionais de saúde e indígenas, gestantes e crianças de 6 a 23 meses, jovens de 20 a 29 anos, pessoas de 30 a 39 anos, além de portadores de doenças crônicas.

As crianças de 6 a 23 meses e as menores de nove anos com doenças crônicas ainda receberão a segunda dose da vacina contra a gripe suína. A data da aplicação depende da data da primeira dose – deve ser feita 30 dias depois da primeira aplicação.

O ministro anunciou ainda nesta sexta-feira que a vacinação contra a gripe comum destina aos idosos também foi prorrogada e deve acontecer normalmente também até o próximo dia 2.

(Fonte: Fábio Grellet/ Folha Online)

sábado, 22 de maio de 2010

IV Semana do meio ambiente e III Seminário de Educação

A IV Semana do Meio Ambiente e o II Seminário de Educação Ambiental do COGEA estão entre as ações do Comitê Gestor de Política de Educação Ambiental, onde reunirá a comunidade do município de Canguçu-RS e região para compartilharem suas experiências sobre a conservação da Biodiversidade. A proteção da biodiversidade requer um esforço por parte de todos, com esse propósito 2010 foi escolhido como o Ano Internação da Biodiversidade.
Nesse propósito, todos os segmentos da sociedade estão convidados a construir este importante evento.

Objetivo:
• Evidenciar a importância da biodiversidade para nossa qualidade de vida e do planeta.

Público:
• Profissionais de todas as áreas do saber, estudantes e comunidade em geral.
DE 24 A 29 DE MAIO DE 2010

LOCAL: CINE TEATRO 27 DE JUNHO
CANGUÇU-RS
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: SEDE DO COGEA – RUA JULIO DE CASTILHOS, 941

TELEFONE (53)32527388 CANGUÇU-RS
EMAIL: cogeambiental@gmail.com


Fonte: Blog Canguçu em foco
Postado por Augusto Pinz - MrPinz

Dia Internacional da Biodiversidade será comemorado neste sábado, 22, em todo o país

Uma programação quase tão diversa quanto os exemplares da rica biodiversidade brasileira. Para celebrar o Dia Internacional da Biodiversidade, atividades estão previstas de norte a sul do país.

Quinze zoológicos do país vão promover ações especiais. Os visitantes vão conhecer mais sobre proteção da biodiversidade e como cada um pode contribuir para a proteção do meio ambiente. Serão oferecidas oficinas para as crianças, para que façam máscaras com a imagem de animais brasileiros como onça, capivara, tamanduá, papagaio, entre outros. Além de confeccionar a máscara, os participantes vão aprender mais sobre as espécies e durante um passeio no zoo, as máscaras serão comparadas aos animais verdadeiros.

Veja a relação de zoológicos que aderiram à atividade: de Bauru (SP), Brasília (DF), Manaus (AM), de Ilha Solteira (SP), São Bernardo do Campo (SP), Belo Horizonte (MG), de Porto Alegre (RS), Balneário Camboriu (SC), Curitiba (PR), Mangal das Garças (PA), de Gramado (RS), João Pessoa (PB), Recife (PB), Parque Ambiental Chico Mendes (AC) e de São Carlos (SP).

Em Manaus, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Inpa/MCT, em parceria com o Museu da Amazônia, Musa, a Secretária Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Ibama, promovem atividades comemorativas a partir das 9 horas. A comemoração tem início no Jardim Botânico Adolpho Ducke, na avenida Uirapuru, Cidade de Deus, zona leste de Manaus. Uma das atrações é o passeio científico, com orientação de especialistas.

No Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, o público está convidado a participar do evento “Fronteiras da Biodiversidade”, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, em Porto Alegre. Além de palestras e uma mesa redonda, será formada uma Câmara Técnica, que ficará responsável por preparar, em 2010, uma agenda para a biodiversidade no estado.

No Parque Roberto Burle Marx, também conhecido como Parque das Águas, em Belo Horizonte, MG, a comemoração começa hoje, 21, a partir das 14 horas. O parque recebe o “Onda Verde”, uma ação mundial com objetivo de mobilizar a população pela proteção da biodiversidade, a partir de uma “onda verde” mundial. O plantio de ervas medicinais e o “Encontro de raizeiras” fazem parte da programação. O encontro oferece informações sobre a cultura popular e os saberes tradicionais com relação aos avanços da ciência na área de plantas medicinais.

http://noticias.ambientebrasil.com.br

Prêmio CEMPRE 2010

Ativistas realizam IV Festa da Biodiversidade

No dia 20, durante todo o dia, bancas exibirão os trabalhos de grupos do movimento social e ambiental no Largo Glênio Peres. Haverá circuito de filmes e debates na sala da UFRGS, e no Movimento Utopia e Luta, além de Feira de Trocas Solidárias no dia 22.


A IV Festa da Biodiversidade, que acontece entre os dias 17 e 22 de maio, propõe discussões e ações relacionadas à biodiversidade cultural e ambiental. No dia 20, durante todo o dia, bancas com exposição de trabalhos de grupos do movimento social ambiental estarão expostas no Largo Glênio Peres. Haverá circuito de filmes e debates na sala da UFRGS, campus centro, e também na sede do Prédio do Movimento Utopia e Luta (Quilombo das Artes – Escadaria da Borges). Ainda neste endereço, haverá no dia 22, a Feira de Trocas Solidárias, às 17 horas. Conforme o divulgado, a ação conjunta das redes de solidariedade pretende que esta prática de trocas torne-se cada vez mais comum e que as pessoas procurem outras alternativas ao consumo desequilibrado. Os detalhes da programação estão a seguir.


IV Festa da Biodiversidadeuma semana para festejar a luta pela biodiversidade
Porto Alegre – RS

Dia/Feira da Biodiversidade
Quinta-feira 20 de maio de 2010
Largo Glênio Peres
Durante todo o dia: bancas com exposição de trabalhos de grupos do movimento social e ambiental
06:00 – Café da manhã coletivo e montagem da geodésica
10:00 – Gurias da Percussão com a poetisa Telma Scherer (poema “Não Me Safo”)
10:30 -Tamboreada com Mestres Griôs
12:00 – Espetáculo teatral Caravana da Ilusão, com o grupo Povo da Rua
15:00 – Tertúlia em Movimentos
16:00 – Oficina de samba de roda com o Mestre Renato
19:00 – Roda de capoeira Angola com o Grupo de Capoeira Angola Zimba
20:30 – Maracatu Truvão e após Batucadão Coletivo

Circuito de Vídeos/Debates
Sala Redenção campus central da UFRGS Segunda-feira 17.05 – 14h “O céu de Suely” (2006), Direção de Karim Aïnouz (mesmo diretor de Madame Satã). Duração: 88 minutos. Debatedora: Patrícia Abel Balestrin;
Terça-feira 18.05 – 14h
“Mokoi Tekoa Petei Jeguatá – Duas aldeias, uma caminhada” (2008), Direção Ariel Duarte Ortegas, 63 minutos. Debatedor: Ariel Duarte Ortega
Quarta- feira 19.05 – 14h
“O Homem Duplo” (A Scanner Darkly) 2006. Direção Richard Linklater (Mesmo diretor de Waking Life). Duração: 100 minutos. Debatedora: Cláudia Tomaschewski
Comunidade Utopia e Luta Escadaria da Borges – Centro
Segunda-feira 17.05 – 19h13 Pueblos (2009). México; Direção: Francesco Taboada Tabone. Documentário sobre os 13 Pueblos – movimiento del Consejo de Pueblos no México.
Terça-feira 18.05 – 19h
É possível (2010). Brasil; Coletivo Catarse. Reportagem cinematográfica sobre os 25 anos do MST.
Quarta- feira 19.05 – 19h
A Revolução dos Cocos (2001). Bougainville. National Geographic.



Feira de TrocasSábado, 22 de maio de 2010, 14h
Local: Comunidade Utopia e Luta – Quilombo das Artes
Escadaria da Borges – Centro
Traga aquilo que não está mais em uso (a solidariedade) e boas trocas!
Sarau da BiodiversidadeSábado, 22 de maio de 2010, 18h
Local: Comunidade Utopia e Luta – Quilombo das Artes
Escadaria da Borges – Centro
FesterêSábado, 22 maio de 2010
a partir das 22h Shows: Rasta blues e Gurias da Percussão com a poetisa Telma Scherer (poema “Não Me Safo)
LOCAL: Galpão do Parque Harmonia


blogfestadabiodiversidade

Conferência do Meio Ambiente: Começa preparação para 20 anos da revisão de marco da ONU

Uma programação quase tão diversa quanto os exemplares da rica biodiversidade brasileira. Para celebrar o Dia Internacional da Biodiversidade, atividades estão previstas de norte a sul do país.

Quinze zoológicos do país vão promover ações especiais. Os visitantes vão conhecer mais sobre proteção da biodiversidade e como cada um pode contribuir para a proteção do meio ambiente. Serão oferecidas oficinas para as crianças, para que façam máscaras com a imagem de animais brasileiros como onça, capivara, tamanduá, papagaio, entre outros. Além de confeccionar a máscara, os participantes vão aprender mais sobre as espécies e durante um passeio no zoo, as máscaras serão comparadas aos animais verdadeiros.

Veja a relação de zoológicos que aderiram à atividade: de Bauru (SP), Brasília (DF), Manaus (AM), de Ilha Solteira (SP), São Bernardo do Campo (SP), Belo Horizonte (MG), de Porto Alegre (RS), Balneário Camboriu (SC), Curitiba (PR), Mangal das Garças (PA), de Gramado (RS), João Pessoa (PB), Recife (PB), Parque Ambiental Chico Mendes (AC) e de São Carlos (SP).

Em Manaus, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Inpa/MCT, em parceria com o Museu da Amazônia, Musa, a Secretária Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Ibama, promovem atividades comemorativas a partir das 9 horas. A comemoração tem início no Jardim Botânico Adolpho Ducke, na avenida Uirapuru, Cidade de Deus, zona leste de Manaus. Uma das atrações é o passeio científico, com orientação de especialistas.

No Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, o público está convidado a participar do evento “Fronteiras da Biodiversidade”, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, em Porto Alegre. Além de palestras e uma mesa redonda, será formada uma Câmara Técnica, que ficará responsável por preparar, em 2010, uma agenda para a biodiversidade no estado.

No Parque Roberto Burle Marx, também conhecido como Parque das Águas, em Belo Horizonte, MG, a comemoração começa hoje, 21, a partir das 14 horas. O parque recebe o “Onda Verde”, uma ação mundial com objetivo de mobilizar a população pela proteção da biodiversidade, a partir de uma “onda verde” mundial. O plantio de ervas medicinais e o “Encontro de raizeiras” fazem parte da programação. O encontro oferece informações sobre a cultura popular e os saberes tradicionais com relação aos avanços da ciência na área de plantas medicinais.

http://www.ecoagencia.com.br/?open=noticias&id=VZlSXRFWWNlUsRmcXxmVaN2aKVVVB1TP

Especialista alerta para aumento do uso de agrotóxicos no país

O uso de agrotóxicos aumentou consideravelmente nos últimos anos no Brasil, em cujas lavouras são usados indiscriminadamente produtos proibidos em outros países. O alerta é da gerente de Normatização e Avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Letícia Silva, que fez palestra nesta quinta-feira (20) na 9ª Jornada de Agroecologia, no município de Francisco Beltrão.

De acordo com Letícia, só no ano passado, o consumo foi de 790 mil toneladas de ingredientes ativos, avaliados em US$ 6.8 bilhões, de produtos que, formulados, podem ser multiplicados infinitamente. “Isso é muito grave”, afirmou Letícia, adiantando que diversos produtos químicos usados nas lavouras e proibidos em outros países estão passando por reavaliação para verificar a possibilidade de comercialização.

Com apoio da Polícia Federal, a Anvisa fiscaliza os agrotóxicos comercializados no país e a forma como estão sendo produzidos pelas multinacionais. “Empresas que cometem irregularidades são autuadas, e o resultado dos processos é encaminhado para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para apuração das responsabilidades criminais”, explicou.

Letícia Silva informou que, na próxima semana, a Anvisa deve divulgar os resultados de uma pesquisa que detalha o uso de agrotóxicos nos alimentos. A gerente da Anvisa é uma das participantes da Jornada de Agroecologia, realizada no sudoeste do Paraná. Cerca de 3 mil pessoas, entre acampados, assentados, estudantes, técnicos, pesquisadores e representantes de movimentos sociais de várias regiões do país, discutem, até o próximo sábado (22), um novo modelo de agricultura.

O agricultor Ariolino Morais, um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná, sugeriu subsídios para o produtor que não usa agrotóxicos. “Afinal, estamos produzindo alimento saudável, o que acaba sendo remédio para doenças. É preciso tratamento diferenciado para quem produz de forma segura e tem apenas um pedaço pequeno de terra”, argumentou Ariolino, um dos 370 mil agricultores familiares do Paraná, possuidores de áreas que não passam de 50 hectares.

Cerca de 1,2 milhão de pessoas estão envolvidas com a agricultura familiar no Paraná. Desse total, 5,3 mil trabalham na produção orgânica, responsável por cerca de 110 mil toneladas de alimentos por ano, cultivados numa área de 3,8 mil hectares.

(Fonte: Lúcia Nórcio/ Agência Brasil)

Turismo sustentável contribui para reduzir pobreza, diz consultora

O turismo sustentável contribui para reduzir a pobreza, quando a ideia é levar desenvolvimento para a população de cada região ou microrregião, fazendo com que ela participe da cadeia produtiva do setor. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (20) pela consultora do Departamento de Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do Turismo, Lenira Machado, após participar do 6º Encontro Prodetur Nacional, Turismo e Desenvolvimento, na capital paulista.

Segundo ela, para cada emprego formal criado no setor do turismo são gerados outros três informais. Por isso, destacou, o esforço feito hoje é o de transformar a informalidade em formalidade.

De acordo com Lenira, muitas das regiões e microrregiões turísticas ainda não estão preparadas para explorar o potencial turístico e vender seu produto com excelência. “Essa questão toda é nova, mas a presença formal do Poder Público nacional no setor estabeleceu o Plano Nacional de Turismo 2007-2010 com algumas regras e conceitos básicos que descentralizaram o turismo.”

A consultora ressaltou que com isso coube ao ministério dar suporte em um programa de formação e estudos turísticos, modelos de planejamento de gestão e uma parte de logística de transportes. “Tudo isso focado na regionalização do turismo, que deve fomentar a participação da iniciativa privada, fazer com que o Poder Público em suas três esferas assuma a responsabilidade sobre a infraestrutura, participação, financiamento e investimento nessa área.”

Ele assinalou ainda que para alavancar o turismo e reduzir a pobreza cada região ou microrregião deve destacar suas características locais, seja por meio de sua comida típica, de sua cultura, de seu folclore.

(Fonte: Flávia Albuquerque/ Agência Brasil)

Rio gasta o fôlego de 2016

Nada encarna melhor o espírito dos Jogos Olímpicos que os projetos ambientais do Rio. Cada meta é uma superação. O governo do Estado anuncia para 2016 que vai despoluir a Baía de Guanabara. Será a segunda despoluição em pouco mais de duas décadas. Um recorde: é a baía suja mais despoluída do mundo.


A primeira despoluição foi um fiasco retumbante. Previa, nos anos 90, que a baía viraria o milênio com a renda de suas colônias de pescadores duplicada, graças à troca de garrafas PET por cardumes de peixes. O preço dos terrenos em sua orla dispararia com a disputa de um lugar na primeira fila diante da vista que deu fama à cidade, séculos antes que os cariocas debandassem para a zona sul.

Quando venceu o prazo contratado com a Agência de Cooperação Internacional japonesa e outras fontes de financiamento externo, a despoluição tinha afundado nas transações insondáveis que, em 1993, levaram o governo Brizola a tirar aquela dinheirama da órbita das licitações, convidando empreiteiras de confiança para dividir o bolo.

O programa chegou ao governo Garotinho reduzido a uma caricatura: o piscinão de Ramos, um oásis recreativo de água do mar filtrada, no meio do esgoto in natura e do lixo doméstico. Na ocasião, o arquiteto e doutor em administração pública Manuel Sanchez calculou que atender com cerca de 200 piscinões a mesma população que poderia usar diretamente a baía, se ela estivesse limpa e balneável, custaria US$ 1 bilhão.

O Estado a essa altura gastara US$ 1 bilhão para convencer 93,6% dos cariocas, no ano 2000, que a Guanabara continuava "muito suja". Para isso, abraçou a baía com usinas de tratamento, que aparecem bem nas fotos de inauguração. Mas não ligou as redes de esgoto com as estações, porque obra embaixo da terra não dá voto.

As margens que seriam valorizadas se favelizaram. Mais de 8 milhões de pessoas se habituaram a despejar 10 toneladas de lixo por dia nos rios que deságuam nos valões da Guanabara. Sua profundidade média caiu para menos de 6 metros. Em compensação, ao escrever a nova Constituição estadual em 1989, os políticos deram à baía o título de Área de Proteção Ambiental e Interesse Ecológico Relevante. E isso ela é. Só falta drenar os canais assoreados por lama tóxica. Tirar da água quase 2 milhões de metros cúbicos de depósitos poluentes. Trocar por esgotos os rios moribundos que, em 1502, levaram o navegador Duarte Coelho a anunciar a descoberta de um paraíso cercado de "boas águas" por todos os lados.

Principalmente, segundo o geógrafo Elmo Amador, falta reflorestar suas margens, não só para devolver-lhe uma tênue lembrança da paisagem original, como sobretudo para recompor os filtros naturais dos 100 quilômetros quadrados de restingas e mangues que ela perdeu.

Parece coisa demais para fazer em seis anos. Sobretudo depois de gastar tanto crédito e tanta credibilidade. Mas, como em Olimpíadas o importante é competir, o Rio poderia entrar nessa nova corrida plantando a primeira muda dos 24 milhões de árvores que prometeu para 2016 em outubro do ano passado.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100521/not_imp554576,0.php

Quase 80% dos idosos brasileiros tem menos de 20 dentes

Perda de dentes

Metade dos brasileiros entre 35 e 45 anos já perdeu ao menos 12 dentes e cerca de 80% dos idosos no país têm menos de 20 dentes.

E aproximadamente 35% dos idosos que precisam de dentadura não tem acesso a ela, segundo a pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

O levantamento foi feito em 250 municípios de todos os estados e abrangeu 13.471 adultos entre 35 e 44 anos e 5.349 idosos entre 65 e 74 anos.

Estética e saúde

A pesquisa indicou quais fatores tinham relação com a perda dentária em adultos, com a falta de dentaduras e a presença de menos de 20 dentes na boca (edentulismo funcional) em idosos.

"Quem tem menos de 20 dentes não consegue mastigar ou falar de forma eficiente", explica o dentista Rafael da Silveira Moreira, autor da pesquisa. "E a estética fica comprometida".

A pesquisa aponta que a média de perda dentária e edentulismo funcional foram maiores entre os habitantes de cidades pequenas, estados onde são extraídos mais dentes por habitante e regiões com menor número de dentistas por habitante.

Mapa dentário

Com essas informações, Silveira elaborou mapas mostrando as áreas do Brasil em que esses fatores de risco estão mais presentes.

Áreas de risco alto para perda dentária estão presentes principalmente no Mato Groso e Pará, no oeste da região Norte, em todos os estados do Nordeste, exceto Pernambuco e Bahia. Também há áreas menores na divisa entre Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. As áreas de maior risco para idosos terem menos de 20 dentes estão no Nordeste, Norte, MT e PR

O risco para edentulismo funcional é mais alto nas regiões Norte e Nordeste inteiras. Há manchas de risco altíssimo em regiões do interior da Bahia, Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas. Há somente uma mancha de baixo risco, entre o Vale do Paraíba e a Região Metropolitana de São Paulo.

Condição social

A pesquisa mostrou que têm maior associação com a perda dentária alguns grupos que procuram mais os serviços odontológicos . Entre eles, mulheres e aqueles que foram ao dentista ao menos uma vez na vida.

Segundo Silveira, isso acontece por que muitas vezes as pessoas procuram serviços de saúde que não conseguem oferecer alternativas à extração - como tratamento de canal.

Quando têm pelo menos um carro, membros desses grupos correm menor risco. "A condição social da pessoa determina se ir ao dentista pode ser uma situação de risco ou proteção para a perda dentária", diz Silveira.

Também tinham maiores chances de perda dentária pessoas com menos anos de estudo e quem não recebeu informações sobre como prevenir doenças bucais. Outros fatores de risco eram demorar mais de três anos para ir ao dentista ou só ir em situações de emergência.

Falta de dentaduras

O estudo mostrou que há mais idosos precisando de dentadura e sem acesso a ela nas cidades com menos de 100 mil habitantes, microrregiões em que muitas pessoas só vão ao dentista em situação de emergência e nos estados onde os adultos têm menor escolaridade.

Essas áreas de risco estão em todo o Nordeste, no oeste da região Norte e no norte de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Há algumas áreas de risco muito baixo em São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

Idosos que nunca foram ao dentista têm o dobro de chance de precisar de dentadura e não ter. Também tem mais chance os homens, não-brancos, maiores de 69 anos e que moram em casas com maior número de pessoas por cômodo. Idosos que moram em áreas urbanas tiveram menor risco, mas quando a última consulta odontológica foi realizada no serviço público, o risco foi maior.

Risco de perda dentária

"A pesquisa ajuda a orientar políticas de saúde pública", explica o professor da FSP Júlio César Pereira, orientador de Silveira. "O prefeito de uma cidade que agrega muitos fatores de risco pode ir a Brasília, mostrar esse mapa e pleitear mais recursos."

Além disso, os resultados podem servir para mostrar aos dentistas quais pacientes têm maior risco de perda dentária. "Assim, quando entrar um paciente com perfil de risco, ele já sabe como atender", diz Pereira.

Nilbberth Silva - Agência USP