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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Comprar, usar e devolver para reciclagem: o futuro sustentável do closed loop

O mundo está em mudança na sua essência e o investimento em inovação sustentável será o diferencial entre aquelas empresas que vão sobreviver e as que desaparecerão. Mas não somente das empresas ou organizações devem partir atitudes inovadoras de sustentabilidade. O consumidor final também pode e deve contribuir com pequenas atitudes que, se não são suficientes para salvar o planeta, ao menos estimulam um uso mais racional dos recursos naturais. Os desafios das empresas para se antecipar à ruptura da atual ordem econômica e descobrir novos nichos de negócios sustentáveis, e as conquistas já obtidas no campo da inovação foram discutidos no painel “Inovação e Tecnologia. Sustentabilidade em Produtos, Processos e no Modelo de Negócios: Desafios e Avanços”, na quinta-feira, 13 de maio, segundo dia da Conferência Internacional 2010 do Instituto Ethos.

O painel foi moderado pelo presidente e CEO da Business for Social Responsability, Aron Cramer, e teve como expositores o diretor executivo da SustainAbility, Mark Lee, a diretora de Mobilização de Stakeholders e Sustentabilidade da Nike, Sarah Severn, e William Blackburn, presidente da consultoria que leva seu nome. O público teve contato com conceitos como loop fechado (closed loop), troca verde e plataforma de cooperação, que começam a se disseminar entre as empresas, principalmente estrangeiras, e que prometem ser as estrelas em termos de atitudes sustentáveis nos próximos anos.

Cramer apresentou diversos cases de inovação, como o da cadeia varejista americana Best Buy, que, sem tirar o foco da venda de eletroeletrônicos, vem investindo no gerenciamento à distância de energia em residências por meio de controles remotos. Outro case de destaque foi o projeto Little Black Dress, criado por uma consumidora norte-americana, considerado exemplo de redução de consumo. Durante um ano, ela se propõe a usar apenas sete vestidos, todos iguais, variando apenas de acessórios.

Fabricar-usar-devolver-reciclar. Este é o foco da Nike. A empresa criou três áreas de inovação sustentável: troca verde, que prevê o compartilhamento de know how e propriedade intelectual, envolvendo várias empresas, o loop fechado, que prevê um ciclo de uso para o produto e sua posterior devolução para reciclagem, e o considered produto, que agrega material reciclado aos produtos. Cada camisa de poliéster das equipes que participarão da Copa da África do Sul agrega oito garrafas pet. Com isso, 13 milhões de garrafas foram tiradas do meio ambiente.

Mark Lee e Willian Blackburn defenderam a necessidade de as empresas adotarem novos modelos de negócios que agreguem mais valor aos produtos que já fabricam. Para Blackburn, a ISO 26000, que definirá novos padrões de responsabilidade social, obrigará as empresas a terem um entendimento maior acerca de suas responsabilidades.

http://www.carbonobrasil.com/?id=725159

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