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sábado, 22 de maio de 2010

Pesquisadores desenvolvem ferramenta de denúncia de problemas ambientais

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz desenvolveram uma ferramenta na internet para receber denúncias de problemas ambientais em todo o país.

O Mapa da Injustiça Ambiental já tem 297 casos levantados a partir de 2006. Muitas denúncias estão ligadas a obras de infraestrutura, como a construção de hidrelétricas, a transposição de rios e a poluição química.

As regiões Norte e Nordeste juntas têm 50% dos casos. Mas as principais áreas de conflito estão na Região Sudeste: em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O objetivo do trabalho é apresentar a visão de comunidades atingidas por problemas de saúde causados por danos ao meio ambiente. É o caso de um bairro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Os moradores de Cidade dos Meninos foram contaminados por produtos químicos feitos numa fábrica. Em 1989, a denúncia veio a público, mas até hoje os moradores não receberam indenização nem tratamento médico especializado.

A fábrica, desativada há quase 50 anos, pertencia ao Ministério da Saúde e produzia inseticidas para combater doenças como a malária.

A contaminação dos residentes nesse local se deu principalmente pela ingestão de alimentos cultivados no solo.

"A vida dessas pessoas, como a os seus descendentes, tem que ser acompanhada, porque a contaminação passa para o filho, pode gerar crianças com problemas de má formação, problemas de tireóide, problemas neurológicos, o câncer, são doenças que têm que ser acompanhadas", disse a presidente da Associação de Moradores, Zeni Ferreira.

Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia, que vai ser avaliada pela equipe da Fiocruz.
"Você pode ter um conflito ambiental que não envolve uma situação de injustiça ambiental. O problema da injustiça e da justiça ambiental é o direito legítimo de defender a sua saúde e os seus direitos fundamentais", declarou Marcelo Firto Porto, pesquisador da Fiocruz.

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