Páginas

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Consumo residencial de energia elétrica cresce quase 8%

Aquisição em larga escala de aparelhos eletrodomésticos, reflexo do aumento de trabalho formal e do acesso ao crédito, explica alta.

Entre janeiro e maio, o consumo de energia elétrica nas casas brasileiras aumentou 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Neste começo de ano, as famílias brasileiras consumiram 45,2 mil gigawatts-hora (GWh), 26% do total da eletricidade gerada no pais.

As informações são da edição de junho do informativo mensal sobre o mercado de energia publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo o informativo, nos primeiros cinco meses de 2010, o Brasil consumiu 173 mil GWh, um crescimento de 9,7% quando comparado ao igual período anterior.

O setor industrial, que segue como o maior consumidor do recurso, registrou um crescimento de 13,6% no mesmo intervalo de tempo, quando comparado com o igual período em 2009. O demanda comercial, terceiro maior consumidor, acumulou alta de 7,7%.

Segundo a EPE, “a dinâmica do consumo residencial no país pode ser associada, em boa medida, a um mercado de trabalho aquecido (aumento de empregos formais e da massa salarial) e a condições favoráveis de crédito (acesso facilitado e prazos alongados). Como reflexo desses fatores, há um considerável aumento da renda e do crédito, com reflexo na aquisição e uso de aparelhos eletrodomésticos”.

Um levantamento da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) confirma a análise da EPE: quase 20 milhões de aparelhos como geladeiras, fogões e lavadoras foram vendidas em 2009, um recorde histórico, considerando que em 2005, esse número foi de pouco mais de nove milhões de aparelhos.

Mesmo com o fim do incentivo fiscal (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados) para os produtos da linha branca, a Eletros estima vender 10% mais neste ano em relação a 2009. “Quando o consumidor vê que o valor da prestação cabe no bolso, ele compra. Em relação aos de renda mais alta, o que se dá é a troca por produtos de linhas mais novas, que consomem menos energia, afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros.

A boa notícia é que segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia elaborado pela EPE, mais de 80% da energia gerada no Brasil hoje é proveniente de fontes renováveis como água, sol e vento e essa oferta vai se manter acima desse percentual pelo menos até 2019. Pouco menos de 20% de energia consumida no país provém de queima de combustíveis fósseis.

Mas, “mesmo com essa situação confortável que vivemos, é fundamental economizar energia para que acionemos cada vez menos as fontes menos limpas de energia como usinas termelétricas”, alerta Reinaldo Alves Almança, diretor do Grupo de Acompanhamento Setorial da Coordenadoria de Energia da Secretaria Estadual de Energia e Saneamento de São Paulo.

O consumidor pode contribuir para que essas previsões não sofram alterações, buscando o consumo eficiente da energia, tanto dentro de casa como no local de trabalho e em outros ambientes.

O Instituto Akatu preparou algumas dicas para auxiliar você consumidor a economizar esse precioso recurso, que é fundamental para a dinâmica da vida nas sociedades modernas:

1. Banho sem desperdício
O chuveiro elétrico é o maior devorador de eletricidade dentro de uma casa, responsável por quase 25% do consumo. Para economizar energia elétrica, basta usar a posição “inverno” apenas quando estiver frio. Além de passar menos tempo embaixo do chuveiro.

Dica Consciente: Ao diminuir o tempo do banho de 12 para 6 minutos, uma única pessoa economiza energia suficiente para manter uma lâmpada acesa por 7 horas.


2. Geladeira mais econômica
Como a geladeira fica ligada o tempo todo, é responsável por 22% do consumo doméstico de eletricidade de uma casa, quase empatando com o “campeão” do gasto de energia elétrica que é o chuveiro. Depois de fechar a geladeira, passe uma folha de papel entre a borracha da porta e o corpo da geladeira. Se a folha passar, está havendo vazamento de frio e é preciso chamar a assistência técnica. Reduza assim o gasto de energia e contribua para uma menor necessidade de investimento do governo investir em geração de energia, sobrando mais dinheiro público, por exemplo, para a saúde da população.

Dica Consciente: Ao decidir comprar uma geladeira nova, prefira as que têm a nota “A” no selo do Procel, que indica se tratar de uma geladeira das que menos gasta energia elétrica na sua categoria.


3. Aparelhos desligados de verdade
Um jeito fácil economizar energia é desligar “de verdade” os aparelhos eletrônicos que funcionam com controle remoto. Isto significa desligar apertando o botão “on/off” e não apenas desligar no controle remoto. O controle remoto exige que fique ativado o “stand-by”, um devorador de energia elétrica responsável por até 25% do consumo de energia dos equipamentos eletro-eletrônicos. Desligando “de verdade” os aparelhos eletrônicos, menos se gastará em energia elétrica e haverá menos necessidade de construir hidroelétricas, o que obriga a deslocar populações de suas casas para a construção de lagos onde antes existiam árvores e campos.

Dica Consciente: Se o seu aparelho de TV ou som não tiver um botão on/off, conecte-o a um estabilizador de voltagem, e só o deixe ligado enquanto você estiver usando.


4. Mais luz com menor gasto
Ao trocar as lâmpadas da casa pelas mais econômicas, como as fluorescentes, pode-se economizar até 80% de energia. Além disso, as lâmpadas econômicas duram até 13 vezes mais que as comuns. Embora mais caras, o preço maior pago por elas é compensado em 8 meses pela economia de energia elétrica.

Dica Consciente: Procure usar a luz natural sempre que for possível, deixando janelas e cortinas abertas. E apague as luzes sempre que sair de um ambiente.


5. Roupa lavada e passada sem desperdício
Na hora de usar a máquina de lavar roupa, você pode economizar água e energia se lavar, de uma só vez, a quantidade máxima de roupa indicada pelo fabricante do equipamento. Se usar a secadora, utilize também a capacidade máxima, evitando assim o desperdício de energia elétrica. Ao passar a roupa, espere acumular uma quantidade razoável de peças e passe tudo de uma vez só, desta forma só esquentando o ferro uma única vez.

Dica Consciente: Passe as roupas delicadas, que precisam de menos calor, ou ao ligar o ferro, enquanto ainda está esquentando, ou ao final, depois de desligar o ferro, aproveitando o calor restante.

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

Nenhum comentário: