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sábado, 31 de julho de 2010

Número de casos graves da gripe A cai em todo o país

Efeitos da vacina

O número de casos graves e de mortes provocadas pelo vírus Influenza H1N1 caiu, entre março e julho deste ano, em todas as regiões do país.

Segundo a análise preliminar do Ministério da Saúde, a vacinação de 88 milhões de pessoas tem reflexo direto na redução dos casos.

De acordo com os dados, o período entre 28 de fevereiro e 6 de março foi o que teve o maior número de pessoas hospitalizadas (79). Entre 11 e 17 de julho, não houve nenhum registro de internações causadas pela influenza A (H1N1) - gripe suína.

O número de mortes provocadas pelo vírus também caiu. Foram registradas 11 mortes entre 21 e 27 de fevereiro e nenhuma entre 4 e 17 de julho.

Casos graves de Gripe A

A análise preliminar indica ainda que os casos graves pelo vírus H1N1 estão ocorrendo em menos de 50% dos municípios brasileiros. De 1º de janeiro a 17 de julho deste ano, foram notificados 727 casos de pessoas que precisaram de internação e 91 mortes.

A campanha de vacinação, feita entre 8 de março e 2 de junho, atingiu 46% da população. Em todo o Brasil, foram vacinadas gestantes, doentes crônicos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, adultos de 20 a 39 anos, indígenas e trabalhadores de serviços de saúde.

Os números divulgados ainda são parciais. A atualização do banco de dados é feita pelas secretarias estaduais e municipais de saúde. Mesmo com a redução de casos, o Ministério da Saúde informou que continuará monitorando o vírus H1N1 no país.

Daniella Jinkings - Agência Brasil

Hepatite C é a que mais mata entre os vários tipos da doença

Hepatite por transfusão

A hepatite C é a doença que causa o maior número de óbitos entre todos os tipos de hepatite, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em razão do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais.

Segundo a diretora do Departamento de DST/Aids do ministério, Mariângela Simão, mais de 70% dos casos desse tipo de hepatite se tornam crônicos.

"Os grupos que são atingidos pela hepatite C são grupos mais velhos, em especial por transfusão sanguínea. Essa hepatite é silenciosa e, em 70% dos casos, se torna crônica. Além disso, não há uma vacina disponível no mundo contra ela", disse.

Hepatite no Brasil

Em 2009 foram confirmados no Brasil 9.794 casos de hepatite C e em 2008 foram 9.954 casos. Grande parte desses casos se concentra na faixa etária dos 50 aos 59 anos, que foram contaminados por meio de seringas não esterilizadas e transfusão de sangue feitas até 1993, quando não havia sido iniciado teste para hepatite.

Outro tipo de hepatite que também tem preocupado é a hepatite B, na qual cerca de 90% a 95% dos casos se tornam agudos. Esse tipo de hepatite atinge principalmente a faixa etária entre 20 e 59 anos. No ano passado foram confirmados 14.601 casos da doença no Brasil, que pode ser evitada por meio de vacina, encontrada em toda a rede pública de saúde.

A hepatite B normalmente é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, objetos de manicure não esterilizados entre outras. Ela pode ser evitada por meio de vacina, que é aplicada em três doses até os 19 anos, pelo uso de camisinha e esterilização de objetos.

Hepatites A e D

Em relação à hepatite A, foram registrados no país ano passado 10.383 casos da doença, que atinge principalmente a faixa etária de até os 12 anos de idade. A principal forma de contágio é por meio da água contaminada, alimentos mal lavados, mãos mal lavadas ou sujas de fezes ou objetos contaminados. Ela pode ser evitada por meio de vacina.

A hepatite D foi a que teve o menor número de casos confirmados no Brasil no ano passado, com 242 casos. Ela normalmente ocorre em conjunto com a hepatite B, pois o vírus da hepatite D usa uma proteína do vírus da hepatite B para poder se desenvolver.

A hepatite D é adquirida pelo mesmo modo que a hepatite B e o tratamento indicado é o mesmo para esses dois tipos da doença. A vacina contra esse tipo de hepatite é o mesmo para o tipo B.

Roberta Lopes - Agência Brasil

Farinha de feijão branco aumenta a saciedade, mas consumo deve ser moderado

Rico em fibras e proteínas, ele é um aliado da sua dieta.

As propriedades do feijão branco colocaram este alimento na lista dos mais procurados por quem quer perder peso ou enfrenta uma dieta restritiva. Mas porque esse alimento ganhou fama tão repentina? Sua farinha promete favorecer o emagrecimento e a redução dos níveis de açúcar no sangue. "A responsável é a proteína presente nesse feijão, a faseolamina, que inibe a absorção de glicose (amido) pelo organismo, sendo importante para o controle do diabetes", explica a nutricionista Renata Ramos, da Universidade Unisinos.

Entretanto, por ser uma proteína, a faseolamina é desnaturada quando cozida. Sendo assim, para aproveitar ao máximo os benefícios desse alimento, a melhor maneira de consumi-lo é na forma de farinha. Para obter essa consistência, após lavar e secar o feijão, bata-o no liquidificador, peneire e conserve em geladeira.

Emagrece mesmo?

Os benefícios da farinha de feijão branco para a dieta estão relacionados, principalmente a quantidade de fibras que carrega. "As fibras são parte essencial do bom funcionamento do intestino e ajudam a dar uma maior sensação de saciedade, importante para o emagrecimento", explica a nutricionista da Unisinos, no Rio Grande do Sul. Além da farinha, Renata defende o consumo de todos os tipos de feijões, pois são ricos em fibras. "O feijão é uma das principais fontes de fibras encontrada no cardápio da dieta popular do brasileiro". "Considero o feijão melhor do que a soja, pois, apesar de não possuir as isoflavonas, ele é mais versátil e já caiu no gosto do brasileiro".

Sem exagero

Mas até com esse alimento nutritivo é importante ter moderação. O ideal é que o preparado da farinha de feijão branco não seja consumido durante tempo indeterminado; a nutricionista recomenda uma ingestão por, no máximo, 30 a 40 dias e de apenas uma colher de café antes do almoço, diluída em uma pequena quantidade de água. "Isso porque o feijão cru tem toxinas, que em grandes quantidades podem ser prejudiciais à saúde, causando diarreias", diz Renata. Há pessoas que relatam ter tido um aumento das flatulências depois que começaram a ingerir a farinha". Outro ponto a ser observado por quem tem tendência a gases. Confira abaixo uma tabela comparativa entre o feijão branco e o carioquinha e algumas receitas à base de feijão branco sugeridas pela especialista.

Feijão branco cozido com sal Feijão carioca cozido com sal
Nutrientes Valor por 100 g Nutrientes Valor por 100 g
Calorias 140kcal Calorias 151kcal
Proteínas 8,23g Proteínas 5,54g
Lipídeos 0,62g Lipídeos 5,15g
Fibras 10,5g Fibras 5,5g
Ferro 2,36g Ferro 1,99g
Sódio 237mg Sódio 422mg
Colesterol 0mg Colesterol 5mg


Fonte: USDA Nutrient Database for Standard Reference

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Deficiência de vitamina D é associada com declínio cognitivo

Falta de vitamina D

Idosos com baixos níveis de vitamina D são mais propensos a ter dificuldades de raciocínio, aprendizagem e memória.

Os cientistas citam estudos - realizados na Europa e nos Estados Unidos - que estimam a deficiência de vitamina D em idosos que variam de 40 por cento até 100 por cento! No Brasil, essa insuficiência de vitamina D foi detectada também em jovens.

Importância da vitamina D

A falta de vitamina D tem sido associada a fraturas, várias doenças crônicas e morte.

A vitamina D pode ajudar a prevenir a degeneração do tecido cerebral por ter um papel importante na formação dos neurônios, mantendo os níveis de cálcio no organismo, ou eliminando a beta-amilóide, a substância que forma placas e emaranhados no cérebro associados com o Mal de Alzheimer.

Outros estudos relacionam a falta de vitamina D com hipertensão em mulheres, gripe e problemas de coração.

Testes cognitivos

J. David Llewellyn e seus colegas da Universidade de Exeter, na Inglaterra, analisaram os níveis de vitamina D no sangue de 858 adultos com 65 anos de idade ou mais, quando o estudo começou em 1998.

Em duas etapas posteriores, três anos depois, e seis anos depois do início do estudo, foram realizados três testes cognitivos, um avaliando a cognição global, um enfocando a atenção e outro que deu maior ênfase na função executiva - a capacidade de planejar, organizar e priorizar.

Deficiência cognitiva e executiva

Os participantes que tinham deficiência grave em vitamina D (níveis sanguíneos de 25-hidroxivitamina D menor que 25 nanomoles por litro) apresentaram 60% mais chances de apresentarem um declínio cognitivo substancial no período de seis anos, e 31% mais probabilidade de apresentar declínios no teste que mede a função executiva do que aqueles com níveis de vitamina D normal.

Nenhuma associação significativa foi observada entre os níveis de vitamina D e o segundo teste, que mediu a atenção.

"A associação permaneceu significativa depois de ajustes para eliminar uma vasta gama de potenciais fatores de confusão, e depois que as análises foram restritas aos idosos que não tinham sinais de demência no início do estudo," escrevem os cientistas em seu artigo, publicado no Archives of Internal Medicine.

Redação do Diário da Saúde

Seis peças de roupas para usar durante um mês. Você consegue?

Desafio foi lançado na internet por duas amigas americanas e já conta com a participação de cerca de cem pessoas de vários países

Não comprar nenhuma peça de roupa durante um ano inteiro ou usar apenas seis itens, ou menos, dos que já fazem parte do seu armário durante um mês. É o desafio “Seis peças ou menos”, lançada na internet por duas amigas americanas e que já tem aderência de cerca de cem pessoas espalhadas por diversos países.

Segundo Heidi Hackemer, uma das idealizadoras do projeto, o objetivo é “aguçar a criatividade das pessoas, para que invistam em acessórios e em outras maneiras de usar a mesma peça e, ao mesmo tempo, economizar dinheiro”.

“O importante é que as pessoas que aderiram à iniciativa levantaram a questão de como elas se relacionam com o que tem no armário e o que se ganha com isso”, afirma Eric Wilson, jornalista que entrevistou os participantes. “Elas destacaram que há uma preocupação com o que se gasta com roupas e o que se ganha com isso. O resultado dessa ‘dieta’ é que as pessoas vão ficar mais conscientes a respeito da forma com que se compram roupas”.

E você?
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Maior problemática do fumo está no RS

O estado vive uma situação conflitante tanto do ponto de vista da produção, pois produz 50% do fumo brasileiro, quanto do consumo. O RS também é o estado com maior incidência de câncer de pulmão.

Quem fuma um maço de cigarro por dia, ou seja, 20 cigarros, sofre cerca de 200 impactos cerebrais de nicotina. Pesquisas revelam que nenhuma outra droga age com esta intensidade, provocando os malefícios e lesando quase todos os órgãos. Mas não é só o fumante, seja ele ativo ou passivo, que sofre com as doenças do fumo. O produtor sofre com intoxicações seriíssimas. “A chamada doença da folha do tabaco verde acontece, independente do agrotóxico, quando, no momento da colheita se dá o contato da pelo com a folha úmida do tabaco, ou seja, ocorre um processo de absorção da nicotina pelos poros da pele. Ou seja, a pessoa fuma pela pele uma quantidade muito maior do que do fumante “normal”. E isso provoca náuseas, dores de cabeça, dores musculares, vômito e, alguns casos, desmaio”, exemplifica o pesquisador Amadeu Bonato.

Em entrevista à IHU On-Line, realizada por telefone, Amadeu fala das contradições que o Brasil vive em relação ao desestimulo ao fumo e ao aumento da produção do tabaco. “A produção brasileira tem duas características que favorecem esse aumento da produção: um é a exigência do mercado internacional, que reclama produtos de boa qualidade e o fumo brasileiro tem boa qualidade. Segundo: é um produto de boa qualidade com baixos custos”, revela. Amadeu Bonato atua como orientador educacional, técnico e pesquisador do Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais (Deser), em Curitiba/PR.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Por que o Brasil não consegue construir uma legislação federal que permita banir completamente o fumo em ambientes fechados?

Amadeu Bonato – Um dos fatores fundamentais para isto tem sido o forte lobby que as empresas fumageiras, sobretudo aquelas que têm interesse direto na comercialização dos privados de fumo e as que trabalham com a exportação de fumo no sentido de evitar que uma legislação restritiva seja implantada no país. Eles fizeram um forte lobby há alguns anos, quando estava em debate a implementação da ratificação da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco no Brasil. Como não conseguiram seu intento, buscam agora formas de dificultar a implementação desta convenção no Brasil, e uma das exigências é a restrição do fumo em locais fechados. Além do forte lobby, há a divisão em torno do tema. Há setores que estão do lado das empresas e outros ao lado da população, ou seja, em prol da saúde pública.

IHU On-Line – Onde o problema do fumo está mais em evidência no país?

Amadeu Bonato – O estado onde há maior problemática é o próprio Rio Grande do Sul. O estado vive uma situação conflitante tanto do ponto de vista da produção, pois produz 50% do fumo brasileiro, quanto do consumo. O RS também é o estado com maior incidência de câncer de pulmão.

IHU On-Line – O senhor pode falar um pouco sobre a pesquisa A Fumicultura e a Convenção-Quadro: Desafios para a Diversificação?

Amadeu Bonato – A Convenção-Quadro é um acordo internacional, promovido pela Organização Mundial da Saúde, no âmbito da saúde, em que os países firmaram acordos colocando a questão do fumo como um problema de saúde pública, como uma epidemia. Em função disto, passaram a adotar uma série de medidas, como por exemplo, as que visam à restrição do consumo com proibição da propaganda, a proibição de fumo em locais fechados, a elevação de impostos e de preços dos cigarros. Esse é um processo de educação, saúde e conscientização, que precisa do apoio dos Sistemas de Saúde Públicos a quem quiser deixar de fumar com aconselhamentos, medicamentos.

Outra medida tomada diz respeito à oferta, e, assim, há ações de combate ao mercado ilegal de cigarros e com o comprometimento do governo na busca de alternativas para os produtores que quiserem abandonar a produção do fumo. Esse é o conteúdo da Convenção-Quadro. Daqui a dez ou 20 anos, este trabalho sobre o consumo de cigarro e os problemas de saúde pública que ele provoca, vão reduzir do consumo. Na verdade, isto já vem acontecendo. Há 15 anos 34% na população adulta do Brasil era fumante, hoje apenas 17%. Caiu quase pela metade.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de fumo. Ele produz, para consumo interno, cerca de 15%, e 85% é produzido para exportação. Então, se a produção e o consumo vão diminuir no mundo todo, vai haver menos demanda do fumo, e, com isso, o produtor vai ser excluído desta atividade. Hoje, no Brasil, em torno de 200 mil famílias produzem fumo. A nossa pesquisa buscou identificar quais são as famílias mais vulneráveis a esse processo. Entendemos o seguinte: Em torno de 28% das famílias que produzem fumo recebem mais de quatro salários mínimos por mês de renda. Estes dificilmente deixarão de produzir o fumo. O grupo de produtores que tem uma renda média recebe entre dois a quatro salários mínimos mensais. Estes são 34% dos produtores de fumo no país. A tendência é que estes também possam permanecer nesse campo de atuação. Mas tem um grupo, que são 38%, cuja renda é muito baixa, ou seja, menos de dois salários mínimos por mês.

Numa dinâmica de redução de produção, estes serão os primeiros excluídos. Até porque a tendência das empresas é ficar com as pessoas mais especializadas, que se dão melhor com a atividade. Desta forma, ou o Governo, começa desde já a pensar em políticas públicas que dêem conta do futuro processo de exclusão destas famílias ou, quando eles forem excluídos, a alternativa que resta será ir para as grandes cidades.

IHU On-Line – Como o Brasil conseguiu reduzir um número significativo de fumantes em dez anos?

Amadeu Bonato – Em grande parte, foi este trabalho de conscientização. Até a década de 1970 fumar era um status, hoje este hábito é encarado como um problema de saúde. A proibição da propaganda criou uma barreira importante, pois dificultou o acesso de novos fumantes. Também ajudou a divulgação intensa de que o fumar faz mal a saúde, inclusive nas próprias carteiras de cigarro. Assim como a proibição de fumar em ônibus, lugares públicos e, agora, a possível proibição total de fumar em locais fechados. Isso tudo ajuda ao não estímulo. Estas medidas foram decisivas para esta redução, não há dúvidas.

IHU On-Line – Em contraposição, o Brasil é um dos principais produtores de fumo do mundo. Quais os principais problemas que os fumicultores vivem?

Amadeu Bonato – Sabemos que os problemas de saúde causados pelo fumo não se dão apenas nos consumidores, mas também estão presentes na vida dos produtores. Os principais problemas de saúde que existem entre os produtores são o alto uso de agrotóxicos. Estamos aguardando a confirmação por parte de um estudo que analisa os problemas causados a partir da relação entre os agrotóxicos e a nicotina. Há dados que apontam que esse vínculo produz um alto nível de depressão nas pessoas, que levam, inclusive, ao suicídio.

Outro forte problema é a questão da intensidade do trabalho, ou seja, o produtor fica muito exposto ao sol, o trabalho é todo manual, durante o processo de secagem a pessoa, às vezes, precisa trabalhar 24 horas por dia sob um calor intenso da fornalha. Já durante o trabalho da classificação, o trabalhador precisa ficar sentado numa posição que provoca problemas de postura e de reumatismo, além de fortes dores no corpo. E, por fim, um problema que foi diagnosticado recentemente: a chamada doença da folha do tabaco verde acontece, independente do agrotóxico, quando, no momento da colheita se dá o contato da pelo com a folha úmida do tabaco, ou seja, ocorre um processo de absorção da nicotina pelos poros da pele. Ou seja, a pessoa fuma pela pele uma quantidade muito maior do que do fumante “normal”. E isso provoca náuseas, dores de cabeça, dores musculares, vômito e, alguns casos, desmaio. Esse diagnóstico foi feito pelo próprio Ministério da Saúde através uma pesquisa no Nordeste e outra no Rio Grande do Sul.

IHU On-Line – Como o Brasil vive esse paradoxo da redução de fumantes e aumento significativo da produção?

Amadeu Bonato – A produção brasileira tem duas características que favorecem esse aumento da produção: um é a exigência do mercado internacional, que reclama produtos de boa qualidade e o fumo brasileiro tem boa qualidade. Segundo: é um produto de boa qualidade com baixos custos, sobretudo em função da mão de obra e isto facilita que as multinacionais olhem o Brasil como um grande produtor.

IHU On-Line – O senhor sabe dizer qual o gasto que o Estado tem com o fumo no Brasil?

Amadeu Bonato – Em torno de 10% dos gastos totais de Saúde são com problemas vinculados ao fumo. Se hoje o Brasil gasta com saúde cerca de 45/50 bilhões de reais por ano, o fumo custa em torno de cinco bilhões por ano, no mínimo.

IHU On-Line – A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) diz que a indústria do tabaco precisa indenizar o SUS pelos fumantes que adoeceram e utilizaram o sistema público de saúde. Como o senhor vê isso?

Amadeu Bonato – É um grande avanço se conseguirmos, de fato, aprovar isso na LDO. Quando eu vi isso, fiquei muito feliz, porque as indústrias fumageiras estão tendo lucros fantásticos, a Sousa Cruz teve mais de um bilhão e trezentos milhões de lucro líquido. De onde vem este lucro? Da exploração do trabalho, obviamente, mas também vem da exploração da saúde da população. Então, nada mais justo que estas empresas que obtém seu lucro da doença indenizem as pessoas que sofrem com problemas decorrentes deste produto.

Como o governo vai operacionalizar isso é uma questão que precisa ser discutida. Não é um negócio impossível, nem difícil. As empresas vão dizer que é inconstitucional, vão fazer de tudo para impedir, mas seria um grande avanço se for estabelecida esta medida no Brasil, assim como é o aumento dos impostos dos cigarros e outros derivados do fumo, como uma das formas para dificultar o acesso, sobretudo para a juventude e crianças.

IHU On-Line – Como judicializar tudo isso?

Amadeu Bonato – Primeiro precisa ser aprovada na LDO, uma vez aprovada o Governo vai ter que construir mecanismos para fazer este ressarcimento, o que não é simples. As pessoas vão tem que entrar com um processo no Ministério Público para que isso ocorra. A nível internacional, há pessoas que ganharam ações judiciais contra as empresas fumageiras quando conseguiram judicialmente comprovar que sua doença estava relacionada ao problema do tabaco. Essa é uma grande luta política. Precisaremos do empenho do poder público, do poder judiciário, do Ministério Público e dos setores do Governo para fazer isso.

Durante a pesquisa, perguntamos aos produtores de fumo, se dependesse somente deles, se sairiam da produção e 73% disseram que sim. O problema é não há suporte e condições para trocar de área e continuar com uma renda semelhante ao que se tem com o fumo. Além disso, apesar de todas as dificuldades, percebemos na pesquisa que 10% dos entrevistados deixaram de produzir fumo e para outros sistemas de produção. É difícil, mas não é impossível. Se tiver apoio de políticas de crédito, de comercialização, de garantia de mercado, muitos produtores vão produzir alimentos ao invés de produzir fumo. E o que mais nós necessitamos no Brasil é de alimentos para que o conjunto da população tenha mais saúde e tenha menos doença.

IHU Online - EcoAgência

Relatório conclui que aquecimento global é um fato

Mais de 300 cientistas de 48 países contribuíram para o State of Climate 2009, que analisou 10 indicadores climáticos e comprovou que o planeta está sem dúvida esquentando e que a atual década será a mais quente já registrada desde 1870.

Derretimento de geleiras, temperaturas mais altas em terra e nos oceanos, aumento dos níveis dos mares e menor cobertura de neve foram alguns dos indicadores estudados por mais de 160 grupos de pesquisa ao redor do mundo para chegar a uma única conclusão: o planeta está aquecendo.

Os autores do State of Climate 2009, coordenado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), não entraram no mérito se o aquecimento é devido à ação humana ou não, mas são enfáticos ao dizer que não há mais dúvidas de que o fenômeno está acontecendo e em ritmo acelerado.

“As evidências neste relatório demonstram claramente que a Terra está aquecendo e que não há mais espaço ou tempo para desconfianças”, afirmou Tom Karl, diretor da NOAA.

Comparando medidas atuais com os dados observados desde 1870, os cientistas conseguiram perceber uma tendência constante na subida das temperaturas, aumento que teve ainda seu ritmo acelerado nas últimas décadas.

Os anos 1980 foram os mais quentes em mais de um século de observação, mas ficaram pouco tempo em primeiro do ranking, pois logo foram ultrapassados pelos anos 1990. Agora é a vez dos dez primeiros anos do século XXI estabelecer um novo recorde.

“Num primeiro momento o aquecimento de aproximadamente um quinto de grau por década pode parecer pouco, mas temos uma média de temperatura 1°C acima do que 50 anos atrás e isso já está afetando o planeta. Chuvas pesadas estão ficando mais freqüentes e ondas de calor são mais comuns e intensas”, explica o relatório.

O State of Climate 2009 enfatiza que a sociedade se desenvolveu por milhares de anos sob um estado climático e que agora um novo conjunto de condições está tomando forma.

Essas condições irão por em risco cidades costeiras, infraestrutura, suprimento de água, saúde pública e agricultura.

Indicadores

Para chegar a estas conclusões, grupos de cientistas analisaram 10 elementos fundamentais para estudar o comportamento climático de uma região. Observando esses indicadores foi possível perceber que os sete fatores que deveriam subir em um mundo mais quente subiram; e os três indicadores que deveriam declinar, caíram.

Os 10 indicadores observados foram:

- Aumento das temperaturas sobre a terra

- Aumento das temperaturas sobre os oceanos

- Maior calor nos oceanos

- Aumento na temperatura na troposfera

- Aumento da umidade

- Aumento da temperatura na superfície dos oceanos

- Aumento do nível dos oceanos

- Menos gelo flutuando nos oceanos

- Menor cobertura de neve

- Diminuição das geleiras

“Pela primeira vez uma análise agrupa dados do alto da atmosfera até as profundezas dos oceanos. Essas informações vêm de centros de pesquisas de todos os cantos do planeta e foram obtidos através de imagens de satélite, estações climáticas, navios e balões. Todo esse trabalho aponta para uma única conclusão: o mundo está aquecendo”, explicou Jane Lubchenco, da NOAA.


Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil

Argentina e Uruguai fecham acordo de controle ambiental

Os governos do Uruguai e da Argentina chegaram hoje a um acordo sobre o monitoramento das águas do Rio Uruguai, na fronteira entre os dois países.

O anúncio foi feito pelo chanceler argentino Héctor Timerman, após reunião entre os presidentes do Uruguai e da Argentina, José Mujica e Cristina Kirchner, respectivamente, em Buenos Aires. "Com isso, fechamos um capítulo de nossa história e abrimos outro", disse Timerman.

O consenso foi alcançado depois de mais de seis anos de conflito em torno da fábrica finlandesa de celulose UPM (ex-Botnia), instalada às margens uruguaias do Rio Uruguai. Os dois países decidiram permitir a vistoria mútua de suas margens e das fábricas instaladas ao longo do rio para o controle ambiental.

O Uruguai negava a entrada dos técnicos argentinos na unidade de celulose, alvo do conflito que levou os dois países ao distanciamento e à Corte Internacional de Justiça (CIJ). O monitoramento será feito pela Comissão Administradora do Rio Uruguai (Caru), formada por técnicos de ambos os países, responsável pelo uso e cuidados do rio fronteiriço.

O acordo determina a formação de um comitê científico, com representantes uruguaios e argentinos, dentro de um prazo de 30 dias. Os controles ambientais serão realizados em todos os estabelecimentos industriais, agrícolas e centros urbanos que despejam resíduos nos afluentes do rio.

MARINA GUIMARÃES - Agência Estado

Gelo antártico tem as marcas dos problemas ambientais do Brasil

Cientistas brasileiros mostraram que o fenômenos do continente alteram o gelo do Pólo Sul durante a reunião anual da SBPC

Estudos brasileiros na Antártida confirmaram que há relação entre a formação de ciclones na América Latina e variação de volume do gelo antártico. Também estão relacionados o número de chuvas no Brasil e a área oceânica de cobertura do gelo. Pesquisadores perceberam, ainda, as conseqüências da desertificação da região sul do continente a milhares de quilômetros ao sul dali, no gelo antártico – ocorreu aumento de material minerais, quase sempre acompanhado de ar quente.
Por mais longe que Antártida e Brasil pareçam estar e por mais antagônica que ela seja do país tropical, o continente gelado funciona como um grande arquivo da variabilidade ambiental. Isto tudo porque ocorre troca de massa e energia entre a Antártida e a América do Sul, seja por frente fria ou corrente marinha, que deixam os dois continentes interligados.

“Ainda não se sabe quais são os mecanismos climáticos que geram esta relação, mas ela existe”, disse o professor Heitor Evangelista do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais da UERJ, em palestra na terça-feira (27/08) na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal.

As informações que fizeram com que cientistas pudessem chegar a tais conclusões vieram do gelo polar, os chamados testemunhos de gelo. Eles são a melhor fonte de informação sobre o clima e a química atmosférica ao longo do tempo, porque o frio extremo preserva as características das amostras. Ao retirar cilindros de gelo do manto polar com uma perfuradora eletromagnética, é possível analisar sua composição química, datar e a determinar a variabilidade espacial de diferentes parâmetros químicos da neve.

Carbono negro
Outra prova de que tudo está relacionado é o black carbon, o carbono negro. A molécula é um aerossol resultado da queima de combustível fóssil - tanto petróleo, quanto queimada de árvores. Ele se deposita na superfície do gelo, tornando-o mais opaco. Quando o gelo opaco recebe as radiações solares, ele absorve mais calor e contribui para o derretimento da calota polar.

Foi encontrada nos testemunhos de gelo uma concentração maior de carbono nos meses de setembro e outubro, mesmo mês em que ocorre o aumento das queimadas no Brasil. “Todo o registro das queimadas está na Antártida, estes indicativos são provas de que as queimadas no Brasil e na América do Sul têm um impacto global, e não somente regional”, disse Evangelista.

O professor participou da primeira expedição totalmente nacional ao interior do continente antártico, no fim de 2008. Sob a coordenação do glaciólogo Jéfferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foram 40 dias na Antártica e coletando amostras de gelo de até 150 metros de profundidade, de neve superficial e de ar polar.

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Risco de derrame dobra na primeira hora após consumo de álcool

Na segunda hora, risco continua 60% maior do que o normal, diz estudo

O exagero no consumo de bebidas que contenham álcool como cerveja, vinho ou licor, pode dobrar o risco de derrame durante a primeira hora e continuar elevado depois de duas horas, de acordo com um estudo publicado no jornal Stroke. Os pesquisadores entrevistaram 390 pessoas três dias após elas terem um derrame.

O tipo mais comum de derrame, o acidente vascular cerebral (AVC), ocorreu quando o fluxo sanguíneo para o cérebro foi bloqueado por um coágulo. Pessoas que tiveram sua habilidade de falar prejudicada pelo derrame não foram incluídas nesse estudo. Durante a entrevista, 14 pessoas falaram que consumiram bebidas alcoólicas uma hora antes do derrame, 104 disseram que tinham bebido nas últimas 24 horas, e 248 disseram que tinham bebido no último ano.

O risco de AVC foi duas vezes mais alto durante a primeira hora depois de consumir álcool e continuou 60% maior do que o normal na segunda hora. É considerado elevado o consumo acima de 500 mililitros de cerveja ou 100 mililitros de vinho por dia.

O resultado da pesquisa se manteve igual mesmo após os cientistas levarem em conta outros fatores que aumentam a chance de problemas vasculares como diabetes, obesidade ou maus hábitos alimentares. Estudos anteriores já mostraram que um consumo moderado de álcool, 500 mililitros de cerveja ou 100 mililitros de vinho por dia, pode ser benéfico para a saúde, diminuindo o risco do desenvolvimento de doenças do coração.

Ainda não se sabe exatamente por que isso ocorre, mas o álcool pode aumentar a pressão sanguínea e ajudar na formação de um coágulo. "Essas mudanças acontecem rapidamente e podem ser as responsáveis pelo aumento da chance de ter uma hemorragia. Depois de algumas horas, as alterações causadas pelo álcool desaparecem", diz Murray A. Mitlleman, da Harvard Medical School, em Boston.

"Nós sabemos que, mesmo ocasionalmente, ter uma taxa alta de álcool na corrente sanguínea traz problemas para o corpo", diz Mitlleman. "Pessoas que consomem múltiplas doses de álcool por dia tem mais chances de ter problemas cardíacos, além de desenvolver outras complicações como câncer de mama e câncer de garganta."

O que se deve saber sobre derrames

Os derrames podem ocorrer como um ataque repentino, ou podem ser um processo de várias horas, com piora progressiva do paciente. Os coágulos sanguíneos (ou trombos) que causam o derrame podem ser dissolvidos ou desintegrados, para que o sangue volte a circular pelo cérebro.

Por isso, o socorro imediato pode significar a diferença entre um dano leve e uma incapacidade maior. Com o uso de medicamentos, stents e outras tecnologias, os médicos podem interromper o derrame antes que se espalhe e limitar bastante os danos. Os sintomas do derrame incluem:

- Dormência repentina, debilidade, paralisia do rosto, braço ou perna, normalmente em um lado do corpo
- Dificuldade repentina para falar ou entender uma conversação (afasia)
- Visão subitamente embaçada, dupla ou debilitada
- Vertigem, perda repentina de equilíbrio ou de coordenação.
- Dor de cabeça grave, súbita, sem explicação ou incomum, que pode vir acompanhada de rigidez do pescoço (torcicolo), dor facial, dor entre os olhos, vômito e consciência alterada
- Confusão ou problemas com a memória, orientação espacial ou percepção

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Mancha verde toma conta de lagoas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro

As lagoas da região da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, estão com uma mancha esverdeada. A água tem acúmulo de algas, que se alimentam de esgoto em vários pontos. Um problema que ocorreu no início de julho e que volta a se repetir.

A Cedae informou que a fiscalização das estações de tratamento cabe ao Instituto estadual do Ambiente (Inea). Já o instituto disse que monitora semanalmente a qualidade da água das lagoas, e que a poluição por esgoto se deve à ocupação desordenada das margens da lagoa.

O Inea disse ainda que o problema deve ser resolvido a longo prazo com a implantação da rede coletora de esgoto e do emissário da Barra da Tijuca. No final da tarde desta quarta-feira (28), o Inea vai mandar técnicos para fazer uma nova avaliação.

A Subprefeitura da Barra da Tijuca informou que faz a demolição de construções irregulares na região, inclusive às margens das lagoas.

(Fonte: G1)

Saúde anuncia ampliação em 163% da compra de vacinas contra hepatite B

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (28), Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que ampliará em 163% a aquisição de doses de vacina contra a hepatite B, uma das formas da doença que mais atinge pessoas no Brasil.

O anúncio foi feito em Brasília pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Em 2009, segundo o ministério, foram adquiridas 33 milhões de doses para serem usadas em 2010 – neste ano, serão compradas 87 milhões de doses para serem utilizadas em 2011.

O motivo da ampliação é a expansão da imunização para jovens entre 20 e 24 anos. Atualmente, a vacinação contra a doença atinge apenas pessoas com idades entre 0 e 19 anos. Até 2012, o governo quer expandir a vacinação para jovens de 25 a 29 anos.

A intensificação das ações contra a hepatite B é resultado de um estudo do governo federal, que apontou um crescimento de casos entre 1999 e 2009. Dados apresentados pelo ministério nesta quarta-feira apontam que nos dez anos de estudo, 96.044 pessoas foram contaminadas pelo vírus da doença. Mais de 50% dos casos de contaminação estão concentrados na faixa etária de 20 a 39 anos. No período, foram registradas 5.079 mortes pela doença.

“Os números apontam a necessidade de que aumentemos as ações de combate contra a doença”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

De acordo com Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a partir do próximo ano o ministério vai levar a vacina a escolas. “Como a vacinação contra a hepatite B tem três doses, precisamos de toda uma logística diferenciada para atingir as metas. Vamos a ambientes escolares, entre outros”, afirmou.

A hepatite é manifestada nas formas A, B, C, D e E. A contaminação ocorre por meio de alimentos mal lavados e até pela falta de prevenção nas relações sexuais. Os tipos B e C foram os mais comuns no Brasil nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde.

Contra a hepatite C, ainda não há vacina disponível. Essa forma da doença acumula o maior número de mortes nos últimos dez anos – 14.076. As maiores incidências dos casos da hepatite C estão nas regiões Sul e Sudeste. Dos 20.073 casos registrados no país no período, 70,3% são referentes a essa forma da doença. Já o tipo B da doença representou 25,4% dos casos de hepatite registrados no país.

Campanha – Para alertar sobre as hepatites, o ministério vai lançar uma campanha nacional de televisão, em que mostra um estádio de futebol cheio, mas com uma torcida silenciosa, para mostrar que a doença pode atingir o paciente sem apresentar nenhum tipo sintoma.

Os ex-jogadores da seleção brasileira de futebol Jairzinho, Félix e Paulo César Caju vão participar da campanha.

O Ministério da Saúde informou que em 2010 foram investidos R$ 274 milhões na compra de medicamentos utilizados no controle das hepatites B e C.

Preservativos – Segundo o ministério, em 2011 os postos de saúde que atendem os portadores de hepatites virais passarão a distribuir preservativos, como forma de conter a expansão no número de casos da doença.

Por meio de licitação, o ministério já adquiriu mais de 800 milhões de preservativos. A meta é atingir 1,2 bilhão de preservativos ainda este ano.

Para 2011, uma das metas do governo é que todas as gestantes que buscam tratamento na rede pública de saúde também recebam cobertura vacinal contra a hepatite B.

(Fonte: G1)

Vacinação derrubou números da gripe H1N1 no país, diz ministério

Uma análise preliminar de dados, divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (28), aponta que o número de casos graves e de morte causadas pela gripe H1N1 no Brasil caiu entre março e julho, em todas as regiões do País.

Os dados são reunidos a cada semana do ano e dizem respeito até o dia 17 de julho. Na semana 10, entre 28 de fevereiro e 6 de março, o país apresentou 79 hospitalizações por conta da doença, o maior número em 2010.

Já na semana 28, de 11 a 17 de julho, não houve nenhum registro de internações ligadas à gripe. O ministério também destaca o mesmo padrão quanto ao número de mortes: 11 na semana entre 21 e 27 de fevereiro e nenhuma entre 4 e 17 de julho.

De acordo com o órgão, os números refletem o impacto da campanha de vacinação realizada no Brasil em 2010, que imunizou 88 milhões de pessoas contra a gripe pandêmica entre 8 de março e 2 de junho.

Durante a campanha, foram vacinadas gestantes, doentes crônicos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, adultos entre 20 a 39 anos, indígenas e trabalhadores de serviços de saúde.

O ministério afirma que os números são parciais. A atualização do banco de dados é feita pelas secretarias estaduais e municipais de saúde.

Orientações da OMS – Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, desde julho de 2009, a Organização Mundial da Saúde recomenda evitar a contagem total de casos da gripe H1N1, com o objetivo de fazer os países focarem apenas nos casos considerados graves e nos óbitos em decorrência da doença.

Já em 2010, a restrição na contagem foi aumentada: apenas são contabilizados casos da doença que acarretem hospitalização e mortes.

O exame laboratorial agora é indicado somente de acordo com a análise do médico, com base em critérios clínicos. Como exemplo, se uma gestante chegar ao sistema de saúde com gripe, por precaução, o médico a encaminha para exames específicos para detectar o vírus. Com base nos resultados, remédios como o tamiflu e outros procedimentos são adotados.

Também são investigados casos de surto de gripes localizados ou óbitos, conforme explicou a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde.

(Fonte: G1)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Questões econômicas favorecem uso do amianto no Brasil

Pressão econômica

A pressão de grandes grupos econômicos, que fazem do Brasil um dos maiores produtores mundiais de amianto, é apontada como um dos principais motivos para que o uso desse mineral ainda seja permitido no país.

A avaliação é de Guilherme Franco Netto, diretor de saúde ambiental do Ministério da Saúde e especialista em saúde pública. Segundo ele, "questões econômicas" favorecem a produção e o consumo de amianto no mercado brasileiro.

"Nosso trabalho tem sido o de mostrar ao mercado e a setores do governo o mal que essa substância pode causar à saúde das pessoas. Mas sabemos que existe uma tensão nesse debate, já que o Brasil é um grande produtor mundial", disse o especialista em entrevista ao programa Business Daily, da BBC.

Grupo de pressão

O amianto é uma fibra natural extraída através de mineração. Barato e resistente ao calor e ao fogo, é misturado ao cimento para construção de telhas e pisos.

No entanto, a substância, cujo uso é proibido ou restrito em 52 países, solta fragmentos microscópicos no ar que podem provocar diversas doenças pulmonares quando inaladas, inclusive alguns tipos de câncer.

A discussão sobre a proibição do amianto no Brasil está em curso no governo há anos, com diversos ministérios e órgãos federais participando desse debate. O Ministério da Saúde, por exemplo, é contrário ao uso da substância.

No entanto, na avaliação de Netto, os defensores do uso do amianto dentro do governo estão "em vantagem" nesse debate.

"Enquanto não tivermos uma posição final do governo, os defensores do amianto estarão vencendo esse debate, já que a situação atual beneficia esse grupo", disse o diretor do Ministério da Saúde.

Amianto no trabalho

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 125 milhões de pessoas convivem com amianto no trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 100 mil trabalhadores morram por ano devido a doenças relacionadas ao amianto.

De acordo com Netto, o Ministério da Saúde tem acompanhado o "aumento" da incidência de câncer de pulmão no país, além de doenças como mesotelioma e asbestose, diretamente ligadas à exposição ao amianto.

"Estamos falando de doenças que vão se manifestar no futuro, mas que exigem uma ação agora. Esse é um grave problema sanitário", diz.

Segundo a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), o mineral é utilizado em quase 3 mil produtos industriais, como telhas e caixas d'água. O baixo custo do produto e sua alta resistência favorecem o consumo, sobretudo em países em desenvolvimento.

Os países ricos que ainda produzem amianto, como o Canadá, destinam praticamente toda a sua produção para países menos desenvolvidos. Além de ser o quinto maior consumidor, o Brasil também figura entre os três grandes exportadores de amianto do mundo.

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Agrotóxicos ameaçam saúde dos brasileiros

Feitiço contra o feiticeiro

Considerado o motor do agronegócio brasileiro, o agrotóxico impacta os ecossistemas e a saúde da população, concordam pesquisadores da Saúde - que se envolvem cada vez mais com esta e outras questões do meio ambiente.

Os agrotóxicos foram desenvolvidos para dificultar a sobrevivência ou exterminar formas de vida. Justamente por essa característica, eles são capazes de afetar a saúde humana, seja direta ou indiretamente.

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Somente no ano passado, foram vendidas 725,6 mil toneladas dessas substâncias no país, movimentando US$ 6,62 bilhões, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). Em 1987, o consumo não ultrapassava as 100 mil toneladas.

Princípios ativos de agrotóxicos

O relatório da 8ª Conferência Nacional de Saúde já previa a interseção: "A saúde é resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde." Está é noção presente na Constituição Brasileira.

Os agrotóxicos foram desenvolvidos para dificultar ou exterminar formas de vida. Justamente por essa característica, são capazes de afetar a saúde humana

A medida mais recente no processo de fortalecimento dessa relação foi a assinatura de termo de cooperação técnico-científico entre Fiocruz e Ministério do Meio Ambiente, no fim de março.

"Entre outros pontos, o acordo estabelece como prioridade defesa da política de reavaliação dos princípios ativos de agrotóxicos no país", informa o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes. "A questão entrou definitivamente na agenda da saúde pública brasileira", diz.

Redução do uso de agrotóxicos

Anteriormente, outros passos foram dados nessa direção. No começo de 2010, a Fiocruz foi designada Centro Colaborador em Saúde e Ambiente da Organização Mundial da Saúde. Em dezembro de 2009, realizou-se a 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental, organizada em conjunto pelos ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e das Cidades.

Os delegados aprovaram propostas que tratam dos agrotóxicos: implementar a produção e o consumo agroecológico, eliminando o uso de agrotóxicos; atuar sobre os riscos relacionados aos processos de trabalho, tal como a exposição a essas substâncias; exigir receituário específico para minimizar e controlar sua aquisição e sua aplicação.

O Ministério da Saúde ainda criou, em 2007, o Grupo de Trabalho para a Implantação do Plano Integrado de Ações de Vigilância em Saúde Relacionada a Riscos e Agravos Provocados por Agrotóxicos. Na prática, a aproximação dos setores teve início na Eco-92, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.

"Quanto ao agrotóxico, há cerca de cinco anos, o setor percebeu que é um dos principais problemas de saúde pública da atualidade", estima o biólogo Frederico Peres, pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e um dos integrantes do grupo de trabalho.

Agrotóxicos contra a saúde

Os agrotóxicos foram desenvolvidos para dificultar ou exterminar formas de vida; justamente por essa característica, são capazes de afetar a saúde humana.

"O desenvolvimento de moléculas cada vez mais poderosas em seus efeitos biocidas não poupa as estruturas biológicas de seres que não são seus alvos", diz a especialista em saúde ambiental e pesquisadora do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz) Lia Giraldo.

Lia defende a recuperação do conceito de veneno para essas substâncias. "Existe um verdadeiro sistema de ocultamento do risco, via permissividade de venda e de uso". Para ela, o modelo produtivo da agricultura estabeleceu um clima favorável ao uso indiscriminado de agrotóxico.

"Por trás do recorde no consumo, está uma política governamental que incentiva as monoculturas exportadoras por meio de linhas de crédito e outros benefícios", acrescenta Frederico Peres.

Veneno ou remédio

Coorganizador do livro É veneno ou é remédio? (Editora Fiocruz), sobre o tema, Frederico Peres explica que os efeitos dos agrotóxicos podem ser agudos ou crônicos. Os agudos são mais frequentes em trabalhadores rurais, com sintomas que aparecem até 24 horas depois da exposição: espasmo muscular, convulsão, náusea, desmaio, vômito, dificuldade respiratória. Os crônicos decorrem da exposição prolongada a baixas doses das substâncias, inclusive via alimentação, podendo surgir anos após o contato.

O inseticida dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), por exemplo, foi proibido a partir da década de 1970 em todo o mundo: descobriu-se que interferia na cadeia alimentar animal, contribuía para o desenvolvimento de câncer em seres humanos e se espalhava facilmente pelo ar. Muitas outras substâncias foram e são apontadas por cientistas como cancerígenas, como os fenoxiacéticos (encontrados em herbicidas) e os ditiocarbamatos (que tem ação fungicida).

Recentemente, a Academia Americana de Pediatria relacionou o consumo de alimentos com resíduos de agrotóxicos organofosforados (presentes em inseticidas) a transtorno do déficit de atenção e hiperatividade em crianças. A Associação Nacional de Defesa Vegetal, que representa a indústria dos agrotóxicos no Brasil, alega que o resultado não é conclusivo e que "toda substância química, sintetizada em laboratório ou mesmo aquelas encontradas na natureza, pode ser considerada um agente tóxico". O risco de efeitos indesejados, diz a organização em seu site, depende das condições de exposição, que incluem ingestão, contato, tempo e frequência.

No Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram registrados 19.235 casos de intoxicação por agrotóxico, em 2007, no território nacional. Para cada notificação, a Organização Mundial da Saúde calcula que ocorram 50 outros casos. "Esses dados são apenas a ponta do iceberg, já que representam em sua maioria os casos agudos graves, que também são subnotificados", comenta Valcler Fernandes. Os efeitos crônicos relacionados aos agrotóxicos quase nunca são contabilizados pelos sistemas de informações oficiais.


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Barco feito de garrafas pet termina travessia do Oceano Pacífico

Um barco feito com 12.500 garrafas pet recicladas chegou nesta segunda-feira (26) ao porto de Sydney, depois de quatro meses de travessia do Oceano Atlântico. O objetivo da viagem era chamar a atenção para os riscos que o lixo plástico significam para os mares.

O Plastiki é um catamarã de 18 metros de comprimento. A tripulação, de seis pessoas, contou que enfrentou fortes tempestades durante a travessia, que começou em 20 de março em São Francisco, na Califórnia.

Durante o trajeto, eles pararam em várias ilhas do Pacífico, como Kiribati e Samoa.

“Foi uma aventura extraordinária”, disse o capitão, David de Rothschild, que é da famosa família de banqueiros britânicos.

David, de 31 anos, disse que teve a ideia da jornada depois de ler um relatório das Nações Unidas, em 2006, que dizia que a poluição, principalmente a do plástico, era um risco para os oceanos.

O barco é quase inteiramente feito de garrafas, unidas por uma cola orgânica feita de cana e de caju, mas também inclui outros materiais.

“A jornada do Plastiki é uma jornada do lixo ao triunfo”, disse Jeffrey Bleich, embaixador dos EUA na Austrália, que recebeu a equipe.

(Fonte: G1)

Hepatite E é descoberta pela primeira vez no Brasil

A hepatite é uma doença inflamatória que atinge o fígado e compromete o desempenho de suas funções podendo evoluir, conforme a gravidade do caso, para cirrose ou câncer.

A hepatite pode possuir etiologia (causa da doença) viral, tóxica ou autoimune. A doença pode se apresentar de forma aguda (autolimitada e raramente fulminante) ou evoluir para cronicidade.

As hepatites mais comuns são de origem viral e causadas pelos vírus A, B, C, Delta e E. As hepatites B, C e D podem ser transmitidas principalmente por via sexual, vertical (mãe-filho) e parenteral.

No caso das hepatites A e E, a principal via de contágio é fecal-oral, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados. Neste conjunto, a hepatite E vem merecendo especial atenção dos pesquisadores.

Hepatite E

Para investigar a presença da hepatite E no Brasil, 64 amostras sorológicas de pacientes com hepatite aguda sem etiologia definida (ou seja, com agente causador desconhecido) foram selecionadas pelo Grupo de Atendimento para Hepatites Virais do Laboratório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Este material, coletado entre 2004 e 2008, foi submetido a testes sorológicos e moleculares no Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do IOC.

As análises possibilitaram o diagnóstico laboratorial do vírus E (HEV, na sigla em inglês) em um dos pacientes acometidos pela forma aguda da hepatite.

Anticorpos específicos da classe IgG (anti-HEV) para este vírus já haviam sido encontrados em diferentes grupos populacionais no Brasil, indicando um contato anterior destas pessoas com o HEV, mas, até então, nenhum caso de hepatite E aguda havia sido registrado.

A pesquisa está descrita no artigo First report of a human autochtonous hepatitis E virus infection, publicado no periódico científico Journal of Clinical Virology.

Vírus da hepatite E no Brasil

"Os estudos sobre a hepatite E no Brasil ainda são muito recentes se compararmos com os de doenças causadas por outros vírus", afirma Débora Regina Lopes dos Santos, uma das autoras do artigo.

"O que se observa ao longo da história é que as regiões consideradas não endêmicas, como o Brasil, apresentam evidências sorológicas quando são realizados estudos de prevalência, indicando que uma possível razão desta alta prevalência para a hepatite E seja a manutenção do vírus em reservatório animal", declara Débora.

Segundo ela, há pesquisas no mundo que detectaram a existência do HEV em animais, principalmente em suínos, mas ela destaca que a transmissão zoonótica por meio de contato direto com animais ou consumo de carne infectada ainda está sob investigação. "Um estudo realizado no Japão comparou a sequência nucleotídica do vírus encontrado em um paciente infectado com o HEV detectado em amostras de fígado de porco consumido pelo paciente. Observou-se que as sequências eram similares", relata.

Os pesquisadores afirmam que a provável transmissão do vírus para humanos por via zoonótica pode contribuir para a presença dos anticorpos anti-HEV na população brasileira. No entanto, segundo o estudo, ainda é necessária a caracterização molecular dos vírus encontrados em casos autóctones no Brasil para investigar esta possibilidade.

Vírus suíno

No trabalho publicado no Journal of Clinical Virology, a amostra do paciente demonstrou estar relacionada a outra amostra de suíno, caracterizada em outro estudo realizado pelo grupo em colaboração com a Universidade Federal do Mato Grosso e com o pesquisador do Laboratório de Neurovirulência de Biomanguinhos (LANEU - BioManguinhos / Fiocruz), Renato Sérgio Marchevsky.

De acordo com Marcelo Alves Pinto, chefe do Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do IOC e coordenador da pesquisa, um dos objetivos do estudo é chamar a atenção das instituições de saúde pública para a possibilidade de haver mais casos não diagnosticados laboratorialmente e, portanto não notificados, permanecendo fora das estatísticas do Ministério da Saúde.

"Se pensarmos em termos de saúde pública, a gravidade desta doença pode não ser evidente, mas o papel de uma instituição de pesquisa comprometida com o binômio saúde/sociedade é dar um retorno ao público sobre os estudos realizados, assim como, fornecer informação e possíveis estratégias para dinamização do diagnóstico no futuro", destaca Débora.

Ela lembra que casos agudos e fulminantes já foram descritos em países como a Argentina. Um surto de outro genótipo do HEV, não associado à transmissão zoonótica, foi descrito no México e em Cuba além de países asiáticos. "Apesar de nenhum surto ter sido registrado no Brasil até o momento, é importante que as autoridades de saúde tenham conhecimento", declara. Cozinhar bem a carne antes do consumo e manter boas condições de saneamento básico e higiene são ações importantes para prevenir a doença. Segundo os pesquisadores, o estudo servirá como ponto de partida para pesquisas mais amplas.

Informações sobre a hepatite E

A hepatite E é causada pelo vírus E (um RNA-vírus) e sua transmissão é fecal-oral, ocorrendo por meio do consumo de água ou alimentos contaminados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também informa, em sua página na internet (em inglês), que existe a possibilidade de transmissão zoonótica do vírus, considerando que este vírus circula em granjas de suínos. De acordo com a OMS, o primeiro caso comprovado de epidemia de hepatite E foi relatado na década de 1980.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), apesar de as condições sanitárias serem deficientes em muitas regiões, não foi descrita nenhuma epidemia causada pelo vírus E no Brasil. Já na África, Ásia, México, e, recentemente, em Cuba, surtos foram registrados. Ainda de acordo com o MS, a hepatite E causa quadros graves principalmente em gestantes.

O pesquisador do IOC, Marcelo Alves Pinto, informa que geralmente a doença apresenta um quadro clínico semelhante ao da hepatite A. "De uma maneira geral, ela difere da hepatite B e da C por apresentar-se nas formas sub-clínica e aguda. Apesar de deixar o indivíduo incapacitado durante muito tempo, é uma doença autolimitada", completa.

Marina Schneider - Instituto Oswaldo Cruz

Mapa-múndi verde mostra altura das florestas da Terra

Um mapa-múndi que detalha as alturas das florestas foi produzido por um grupo de cientistas a partir de imagens obtidas por satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana.

Segundo a agência, embora existam outros mapas locais ou regionais da altura das copas de florestas, esse é o primeiro a cobrir todo o globo a partir de um método único e uniforme.

Carbono nas florestas

Os dados foram coletados pelos satélites ICESat, Terra e Aqua e o resultado poderá ajudar a produzir inventários de quanto carbono é armazenado pelas florestas mundiais e com que rapidez ocorre a circulação de carbono por ecossistemas e de volta para a atmosfera.

O trabalho, de Michael Lefsky, da Universidade do Estado do Colorado, Estados Unidos, e colegas, será descrito em agosto em artigo a ser publicado pelo periódico Geophysical Research Letters.

O mapa mostra que as florestas mais altas do mundo são encontradas principalmente no noroeste da América do Norte e em partes do Sudeste Asiático, enquanto florestas mais baixas estão concentradas no norte do Canadá, no noroeste da América do Sul, na África central e na Eurásia.

O levantamento levou em consideração a altura média em florestas com mais de 5 quilômetros quadrados e não a altura máxima de uma ou um grupo de árvores.

Altura das florestas

Para produzir o mapa os cientistas se basearam em mais de 250 milhões de pulsos de laser emitidos pelos três satélites em um período de sete anos.

Os pulsos, de uma tecnologia conhecida como Lidar, penetram por entre a copa e são capazes de medir a dimensão vertical das árvores - veja Radar de luz vai mapear atmosfera em 3D.

"Esse mapa é apenas o primeiro esboço e certamente será refinado no futuro", disse Lefsky. Florestas temperadas de coníferas, de sequoias e outras árvores contêm as copas mais elevadas, chegando facilmente a mais de 40 metros do solo. Florestas boreais, com pinheiros, por exemplo, tipicamente não passam dos 20 metros.

Áreas de mata nativa em florestas tropicais têm cerca de 25 metros, aproximadamente a mesma altura atingida por pontos de vegetação temperada em partes dos Estados Unidos e Europa.

Carbono emitido pelo homem

O mapa-múndi das florestas não tem interesse apenas para checar a altura das árvores em cada região.

As implicações do trabalho se estendem aos esforços para estimar as quantidades de carbono ligadas às florestas do planeta e ajudar a fechar uma conta que tem intrigado os cientistas.

O homem e suas atividades liberam cerca de 7 bilhões de toneladas de carbono anualmente, a maior parte na forma de CO2. Desse total, sabe-se que cerca de 3 bilhões vão para a atmosfera e 2 bilhões acabam nos oceanos.

Os outros 2 bilhões? Não se sabe. Alguns cientistas suspeitam que são as florestas que capturam e armazenam boa parte dessa quantidade em biomassa por meio da fotossíntese.

Agência Fapesp

Aquecimento das águas é uma das causas de doenças em corais da costa brasileira

O aumento da temperatura da água do mar é apontado como um dos causadores do branqueamento e surgimento de doenças em espécies de corais na costa brasileira. Segundo o pesquisador do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Ruy Kikuchi, integrante de grupo de pesquisa Recifes Globais e Mudanças Globais, as primeiras colônias de corais branqueadas – perda da coloração por morte ou perda das algas – relacionadas aquecimento dos oceanos foram registradas na década de 90.

Desde então, os cientistas perceberam que os recifes de corais mais próximos da costa – menos de 5 quilômetros – são os que sofrem branqueamento mais intenso. “Eles ficam mais expostos ao que acontece na zona costeira”, afirmou ontem (26) o pesquisador, durante palestra na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O branqueamento não é provocado apenas pela alteração térmica e nem significa a extinção do coral em todos os casos – depende do tempo da descoloração –, mas deixa os corais enfraquecidos. Ruy Kikuchi relatou que algumas espécies, por exemplo, retomaram a cor depois da normalização da temperatura da água.

No entanto, o surgimento de uma necrose em corais em Abrolhos, em 2005, provocado por um tipo de bactéria colocou os cientistas em alerta sobre o efeitos do aquecimento global nos recifes. Antes desse período, não havia registro de alteração nos corais da Bahia. “Estamos analisando se a bactéria [também] se prolifera com o aumento da temperatura”, disse.

O coral é um cnidário e forma colônias coloridas graças às algas pigmentadas.

(Fonte: Carolina Pimentel/ Agência Brasil)

Projeto apóia a criação de unidades de conservação na Mata Atlântica

Com apenas 7,5% da área original conservada em fragmentos florestais, a Mata Atlântica ganhou mais um incentivo para a criação e ampliação de unidades de conservação. O Ministério do Meio Ambiente lançou chamada para apresentação, até 27 de agosto, de projetos cujo objetivo seja contribuir para a proteção, o manejo sustentável e a recuperação da Mata Atlântica, considerada um sumidouro de carbono de importância global para o clima e com relevante biodiversidade.

Base cartográfica, situação fundiária, uso do solo, situação socioeconômica de municípios são alguns dos estudos técnicos necessários à criação ou ampliação de unidades de conservação, assim como consultas públicas. Tais estudos serão apoiados pelo edital, que vai disponibilizar R$ 1,45 milhão. Cada instituição proponente poderá receber um máximo de R$ 260 mil, sendo R$ 80 mil para projeto de UC estadual e R$ 50 mil para cada área de UC municipal a ser criada. Os valores da contrapartida devem ser de, no mínimo, 20% e serão contempladas categorias de UCs previstas no SNUC (Lei nº 9.985/2000 e Decreto nº 4.340/2002), com exceção de áreas de proteção ambiental e florestas estaduais ou municipais.

Os recursos são do projeto “Proteção da Mata Atlântica II”, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, que se insere na Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima (IKI) do Ministério Federal do Meio Ambiente, da Proteção à Natureza e da Segurança dos Reatores Nucleares da Alemanha (BMU), com apoio técnico da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) e apoio financeiro do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW). Os recursos serão geridos pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

A Mata Atlântica, considerada um dos biomas com maior biodiversidade no mundo, abarca em
cerca de 15% do território do Brasil 3.200 municípios, 17 estados e as maiores cidades do Brasil, onde vivem cerca de 120 milhões de brasileiros e são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro.

(Fonte: Ana Flora Caminha/ MMA)

Aquecimento pode obrigar cidades a repor areia das praias, diz cientista

As cidades litorâneas do Brasil precisam se preparar para comprar areia. Muita areia. Segundo o pesquisador Dieter Muehe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a elevação do nível dos mares pelo aquecimento global pode obrigar os municípios a reporem as praias “engolidas” pelo oceano.

De acordo com Muehe, esse tipo de intervenção – comum em locais em que o mar causa muita erosão – pode se tornar cada vez mais necessária nas praias urbanas, pois nelas a areia não pode recuar em direção ao continente com a subida do nível do mar, já que na maior parte dos casos há muros ou ruas na beira da água.

O pesquisador, autor do estudo “Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro”, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2007, é considerado um dos maiores especialistas brasileiros no estudo do litoral.

Edifícios – Segundo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), da ONU, a elevação da temperatura do planeta pode causar um aumento entre 18 e 59 cm no nível do mar até 2100. A previsão, apesar já ser preocupante, é considerada modesta por muitos especialistas.

Além de garantir de volta a área usada pelos banhistas, preencher novamente as praias poderia proteger as construções litorâneas, segundo o pesquisador da UFRJ. “Se não for feito o aterramento, os muros que cercam as praias vão junto com a erosão e o mar vai começar a atingir os prédios”, explicou o especialista durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre nesta semana em natal.

Boa qualidade – Devolver a areia às praias, contudo, não será tarefa simples. “É necessário avaliar de onde tirar areia, já que a que vai ser colocada tem que ser parecida com a original”, avisa Muehe. A matéria-prima usada na construção, por exemplo, seria muito grossa, além de cara.

Uma possível fonte de areia de boa qualidade é a que fica próxima às praias, no fundo do mar, explica o pesquisador. “Uma área em que a areia pode ser retirada é a plataforma continental, mas não pode ser em profundidades maiores do que 10 metros, pois ficaria muito próximo à costa, e também não pode ficar muito longe, pois aí a areia começa a juntar com lama, com carbonato.”

Outro problema, explica o especialista, é que a obra teria que ser refeita de tempos em tempos, já que as ondas tenderão a levar a areia de volta para o mar.

Ventos – Muehe conta que não é apenas o aumento do nível do mar que pode interferir no desaparecimento de algumas praias. Com o aquecimento global, pode haver mudança de direção dos ventos, quebrando o equilíbrio natural de transporte de sedimentos no mar.

Outro fator que pode diminuir a areia nas praias é a construção de barragens nos rios, já que elas impedem as grandes enchentes, responsáveis por levar terra para o mar.

Em situações específicas, de acordo com Muehe, a elevação dos oceanos pode causar o aumento da faixa de areia. É o que pode acontecer se as ondas atingirem falésias – penhascos à beira mar, mais comuns no Nordeste Brasileiro. Nesse caso, a erosão poderá desgastar as rochas e aumentar a disponibilidade de areia. Isso só ocorreria, contudo, em locais onde não houvesse barreiras artificiais em volta da praia.

(Fonte: Iberê Thenório/ G1)

Apesar de proibição, soja ainda está presente no Paraná durante vazio sanitário

Passados mais 30 dias do início do vazio sanitário da soja no Paraná, em que a manutenção de plantas vivas é proibida, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento ainda registra a presença de plantas remanescentes.

Desde o dia 15 de junho está em vigor a medida que tem como objetivo o controle da ferrugem asiática e outras doenças que atacam as plantas, conforme publicado em “EXCLUSIVO: Paraná dará início ao vazio sanitário da soja para prevenir a ferrugem asiática“.

Segundo a engenheira agrônoma do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária, Defis, Maria Celeste Marcondes, houve um aumento nas notificações e autuações em relação ao ano passado. Em um mês foram realizadas 86 notificações, de acordo com dados da Seab, referentes à incidência de plantas vivas, que resultaram em 47 autos de infração, em uma área de pouco mais de 4.700 hectares.

“No ano passado tivemos uma geada no dia 15 de junho – no primeiro dia do vazio sanitário, eliminando quase a totalidade das plantas de soja remanescentes no Estado” explicou a engenheira.

Em todo o Brasil, as perdas relacionadas à ferrugem asiática, superaram US$13 bilhões, segundo estimativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa.
*Com informações da Seab.

Danielle Jordan / Ambientebrasil

domingo, 25 de julho de 2010

Três maiores frigoríficos do país deixam de comprar gado de 221 fazendas

Propriedades estão localizadas dentro de terras indígenas, unidades de conservação ou próximas a áreas recém-desmatadas na Amazônia.

Os três maiores frigoríficos do Brasil – JBS/Bertin, Marfrig e Minerva – anunciaram na última semana que deixaram de comprar gado de 221 fazendas localizadas dentro de terras indígenas, unidades de conservação ou próximas a áreas recém-desmatadas na Amazônia. A informação foi divulgada pelo Greenpeace.

Segundo a ONG, outras 1.787 propriedades, num raio de até 10 quilômetros de novos desmatamentos, unidades de conservação e terras indígenas, passam por averiguação. As empresas declararam também ter o ponto georreferenciado de mais de 12,5 mil fazendas, número que, segundo elas, representa 100% da cadeia de fornecedores diretos da região.

Os resultados entregues, nove meses após a assinatura de acordo entre os frigoríficos e o Greenpeace (assinado em outubro do ano passado), correspondem à primeira etapa do compromisso assumido pelas empresas-líderes do setor da pecuária com desmatamento zero na Amazônia: cadastrar e mapear todas as fazendas de seus fornecedores diretos, para não comprarem mais gado proveniente de áreas recém-desmatadas na região, de terras indígenas e áreas protegidas.

Para que o monitoramento ocorra de forma eficaz e transparente, é indispensável a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) das propriedades, ferramenta que possibilita monitorar por satélite e identificar com segurança todos os fornecedores – tanto os que produzem sem desmatar quanto os que desmataram a floresta após outubro de 2009.

No Mato Grosso, detentor do maior rebanho do país, menos de 5% das fazendas estão cadastrados no sistema de licenciamento ambiental do governo do estado. A exigência do cadastro é lei e tem prazo para ser cumprida: novembro deste ano. No Pará, o número de fazendas registradas junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) saltou, em menos de um ano, de cerca de 300 para 19 mil propriedades inscritas, devido às pressões exercidas por consumidores e pela atuação do Ministério Público Federal, que moveu ações obrigando parte da cadeia a realizar o cadastramento. Porém, esse número ainda representa apenas 9% do total de propriedades do Estado.

Segundo o Greenpeace, os três frigoríficos responderam, em 2009, por 36% do abate feito na Amazônia Legal. O restante vem de pequenos, médios e grandes frigoríficos que até agora não assumiram compromisso com o desmatamento zero e vendem seus produtos para os consumidores, por meio de supermercados que ainda não limparam suas prateleiras de passivos ambientais e sociais.

GREENPEACE

Café da manhã rico em proteínas pode ajudar no controle de peso

Crianças e adolescentes que comem ovos ficam mais saciados ao longo do dia.

Acrescentar mais proteínas ao café da manhã das crianças e adolescentes pode ajudar a controlar o peso dos jovens, segundo estudo recentemente publicado no International Journal of Obesity. De acordo com pesquisadores da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, um em três americanos está acima do peso, o que aumenta significativamente seus riscos de desenvolver diversos problemas de saúde.

Entretanto o novo estudo mostra que só o fato de os jovens comerem ovos no café da manhã pode ajudar a combater esse problema de saúde pública, ao deixá-los mais saciados durante o dia, reduzindo seu consumo de calorias.

Na pesquisa, os especialistas examinaram o impacto de uma dieta rica em proteínas no café da manhã de adolescentes que tradicionalmente pulavam essa refeição. E descobriram que, quando os jovens tinham a primeira refeição do dia repleta de proteínas, eles sentiam menos fome e comiam aproximadamente 130 calorias a menos no almoço.

"Observamos que tomar o café da manhã, independentemente da composição, leva a um aumento na sensação de saciedade. Entretanto, quando os adolescentes tomavam um café da manhã rico em proteínas, eles também experimentavam uma redução na fome, maximizando os efeitos benéficos da refeição", destacou a pesquisadora Heather J. Leidy.

"Este estudo apoia descobertas similares em adultos, que mostraram que, quando os adultos tomam um café da manhã contendo alimentos como proteínas de alta qualidade, incluindo ovos e bacon ?magro? canadense, eles tinham uma maior sensação de saciedade durante todo o dia, comparados a quando as proteínas eram ingeridas no almoço ou no jantar", acrescentou a especialista.

Outro estudo que mostra resultados similares foi recentemente publicado no Journal of Pediatrics. Segundo os autores, adolescentes muito obesos que seguiram uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos apresentaram menor índice de massa corporal após 13 semanas e maior capacidade de manter a perda de peso após seis meses, comparados àqueles com dieta apenas de restrição de gordura. Além disso, a dieta rica em proteínas foi associada a uma maior perda de gordura e queda dos níveis de triglicérides.

"Essas descobertas são importantes porque armam os jovens e seus familiares com um conselho prático que pode ser implementado em casa", disse Heather Leidy. "Alimentos ricos em proteínas, como ovos, podem manter as pessoas satisfeitas por mais tempo, ajudando-as a consumir menos calorias durante todo o dia", concluiu.

Outros benefícios da proteína

A nutricionista do Dieta e Saúde, Roberta Stella, ressalta a importância de se ter um cardápio com proteínas: "As proteínas obtidas através dos alimentos desempenham diversas funções no organismo. Elas estão envolvidas na reparação do tecido corporal, na formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no transporte de triglicérides, colesterol e vitaminas pelo corpo. Isso tudo sem falar da energia que elas oferecem para mantermos o esqueleto em pé. A cada grama de proteína, você pode contar com a energia de 4 calorias a mesma quantidade fornecida pelos carboidratos."

Isso quer dizer que se você cortar esse nutriente do cardápio, você vai causar um rebuliço no seu organismo. As proteínas participam de processos metabólicos importantes. Sem elas, as funções dos aminoácidos podem ficar comprometidas.

Por isso que diversos estudos se propõe a investigar os benefícios das proteínas. Um dos mais recentes estudos envolvendo o nutriente foi feito pelo Institute for Aging Research, nos EUA, onde os pesquisadores descobriram que idosos que consomem uma dieta rica em proteína são menos propensos a sofrer fraturas de quadril do que idosos cuja ingestão diária deste nutriente é menor.

http://www.minhavida.com.br

Biodiesel de pena de galinha

“Farinha de restos de frango, incluindo penas, é matéria-prima para a produção de biocombustível. Uma tonelada de pena pode produzir 69 litros de biodiesel”

O mundo tem um gigantesco apetite pelos produtos avícolas. A cada ano são acumulados 5 bilhões de quilos de resíduos de aves, a maior parte utilizada como alimento para animais e fertilizantes agrícolas. Centros de pesquisas dos Estados Unidos, com o apoio de empresas americanas, vêm desenvolvendo processos para a produção de biodiesel a partir de penas de galinha.

Farinha de restos de frango, incluindo penas, além dos altos percentuais de proteína e nitrogênio tem 12% de gordura, matéria-prima para a produção de biocombustível, informam os pesquisadores. Uma tonelada de pena pode produzir 69 litros de biodiesel.

Estatísticas mostram que a quantidade de farinha de pena gerada pela indústria avícola a cada ano poderia produzir 580 milhões de litros de biodiesel, por ano, nos EUA e 2,2 bilhões litros, por ano, em todo o mundo. O Reno Renewable Energy Center, um dos centros responsáveis pelas pesquisas, já publicou 183 trabalhos técnicos, tem 10 patentes publicadas, 12 pendentes e obteve mais de US$ 25 milhões de dólares em financiamento para seus projetos.

Segundo o IBGE o Estado do Paraná lidera a produção de frango no país. No primeiro trimestre de 2009, 1,12 bilhão de frangos foi abatido em todo o país. Desse total, o Paraná abateu 297,3 milhões de cabeças, 26,5%. O segundo maior produtor foi Santa Catarina com 211,3 milhões, seguido do Rio Grande do Sul com 158,8 milhões de cabeças abatidas.

Os recordes paranaenses na produção de frango também poderão gerar recordes de mobilidade no transporte público movido à pena de galinha, contribuindo para o fortalecimento da economia rural e ajudando a diminuir o inchaço das grandes cidades.

Novos arquétipos econômicos favorecem essas inovações. Em 2010, o Brasil adotou oficialmente o modelo contábil do International Financial Reporting Standards (IFRS), regras para balanços já vigentes em mais de 100 países, que modifica significativamente o modo com que as corporações reportarão seus demonstrativos financeiros, alterando a forma de apurar resultados e as analises do mercado sobre o desempenho das empresas.

Enquanto demonstrativos da contabilidade tradicional consideram meio ambiente e mudanças climáticas como contingências remotas - externalidades - o IFRS determina que os ativos biológicos (tudo que nasce, cresce e morre), alterações climáticas e seus impactos positivos e negativos sobre o valor dos bens, sejam ajustados no balanço pelo “fair value” (valor de mercado), o que pode alterar significativamente os resultados e o nível de atratividade de mercado das empresas.

Os ativos biológicos, ou seja, culturas variadas dentre elas rebanhos, matrizes reprodutoras, canaviais e frangos de corte, são bens vivos que crescem ou engordam, e alguns são commodities com preços oscilantes, terão que ser demonstrados nos balanços pelo valor de mercado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, que financia bioativos da avicultura, está enquadrado nas regras do IFRS - e os financiados, também.

Novas governanças emanadas de bases empresariais criam referências para políticas publicas redefinindo formas de vida da sociedade. O evento “Cidades Inovadoras” promovido recentemente pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP reuniu mais de 3.500 participantes, exibindo experiências de cidades no Brasil e do mundo. Inovando, empresários da FIEP lideram o pensamento empresarial brasileiro como atores políticos, ampliando com fatos e dados os horizontes das corporações, alinhando-os aos paradigmas da sustentabilidade que começam a reger mercados.

Instituições inovadoras ajudam a sociedade a despertar para soluções como o biodiesel de pena de galinha, um simples exemplo externo a ser somado a tantos outros projetos guardados como prata da casa nas prateleiras de respeitadas instituições como a Universidade Federal do Paraná, a espera de encontros entre academia e empresa, colocando o conhecimento a serviço das comunidades.

*Eduardo Athayde é administrador, pesquisador e diretor do Worldwatch Institute no Brasil. Este artigo foi publicado originalmente no EcoDesenvolvimento.

http://www.akatu.org.br/central/opiniao/2010/biodiesel-de-pena-de-galinha

Desmate destruiu 1,23% do pampa gaúcho em 6 anos

Entre 2002 e 2008, o pampa gaúcho teve 1,23% de sua área destruída, totalizando 2.200 km2 de desmate, indica levantamento inédito do Ministério do Meio Ambiente.

O bioma com gramíneas e plantas rasteiras tem hoje só 36% da extensão original, mesmo tendo sido o que menos sofreu em anos recentes.

Dos 177,8 mil km2 do bioma no Brasil, calcula-se o abate de 364 km2 ao ano. “Sabíamos que havia perda, mas não sabíamos a magnitude”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Segundo ela, a pecuária foi o motor da devastação ao longo dos anos. “Um pico de entrada de soja” explicaria o desmatamento mais recente.

Já se sabe com precisão que restam 52% do Cerrado, 54% da Caatinga e 85% da Amazônia (número depende do critério usado). No mês que vem, o ministério divulga dados da Mata Atlântica, único bioma ainda sem análise recente por satélite.

(Fonte: Folha.com)

Projeto para uso da biodiversidade em agricultura vai melhorar alimentação

Para valorizar a importância da biodiversidade na agricultura, está sendo desenvolvido um projeto de conservação e uso sustentável da diversidade biológica para melhorar a nutrição e garantir segurança alimentar no Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia.

A ação terá como agências implementadoras o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e o centro internacional de pesquisas em recursos genéticos Bioversity International. Contará ainda com o apoio do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).

Além de ampliar o número das espécies utilizadas na alimentação e mitigar os problemas decorrentes da simplificação da dieta, a proposta busca o fortalecimento, a conservação e o manejo sustentável da agrobiodiversidade, especialmente por meio da ação conjugada de programas e estratégias já existentes relacionadas à segurança alimentar e nutricional desenvolvidas no Brasil, como o Fome Zero – o Programa de Aquisição de Alimentos -, e o Programa Nacional de Alimentação Escolar.

O diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, esclarece que o programa possui três pontos principais: levantamento de informações técnicas sobre o valor nutricional de plantas nativas (que devem auxiliar instituições parceiras em compras públicas, alimentação escolar e outras áreas); promoção de capacitação e treinamento técnico para valorizar o aspecto nutricional de espécies locais e a disseminação e divulgação destas informações para ajudar órgãos e instituições parceiras a incorporarem estes dados nos diferentes setores que desenvolvem políticas públicas.

De acordo com Danny Hunter, cientista sênior do Bioversity International, os quatro países apresentam regiões onde há fome e dietas muito simplificadas, de baixo valor nutricional. Ele explica que a intenção é promover a diversificação da base alimentar nestes locais e reavivar o interesse pela alimentação tradicional de cada nação. “Certas espécies nativas e tradicionais possuem valor nutricional mais elevado do que muitos cereais conhecidos, como arroz, batata e feijão”, afirma.

Para a coordenadora de projetos de agrobiodiversidade do Pnuma, Marieta Sakalia, as nações participantes estão aptas a promover uma agricultura baseada na biodiversidade, que possibilite a diversificação e introdução de alimentos com alto potencial nutricional. “O Brasil, por exemplo, tem lições importantes para compartilhar com outros países do mundo, que podem aprender muito com os resultados deste projeto”.

(Fonte: Carine Corrêa/ MMA)

Universidade mineira desenvolve sistema que pode baratear o tratamento de esgoto

Um estudo elaborado pelo Centro de Pesquisa e Treinamento em Saneamento, Cepts, vinculado ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, pode baratear o tratamento de esgoto.

A pesquisa, coordenada pelo professor Carlos Chernicharo, resultou na criação de um material de suporte feito de polietileno que pode ser aplicado em diversos sistemas de tratamento de esgoto.

Os microrganismos presentes no esgoto são retidos por meio desse sistema. Normalmente, para essa função são utilizadas pedras ou material sintético importado.

“A pedra é um material barato, mas muito pesado, o que dificulta o transporte e a colocação no interior das unidades de tratamento. Também é difícil de ser fornecida no tamanho correto, podendo ocasionar problemas de entupimento, além de apresentar pequena área superficial, ocasionando menor retenção de microrganismos”, avaliou o coordenador.

O sistema desenvolvido apresenta algumas vantagens em relação às técnicas empregadas usualmente, como custo reduzido e alta aplicabilidade.
*Com informações da UFMG.

Danielle Jordan / Ambientebrasil

Amianto pode matar mais de 1 milhão no mundo até 2030

Perigo no ar

Especialistas em saúde pública alertam para um grande aumento no número de mortes nas próximas duas décadas devido ao uso do amianto pela indústria da construção civil, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Uma investigação conjunta da BBC e do Consórcio de Jornalistas Investigativos revelou que mais de 1 milhão de pessoas podem morrer até 2030 devido a doenças ligadas à substância.

Com um consumo de amianto 50 vezes maior do que os Estados Unidos, o Brasil é o quinto maior consumidor do produto em uma lista liderada por China, Índia e Rússia.

Amianto branco

O amianto é uma fibra natural presente em minas. Barato e resistente ao calor e ao fogo, é misturado ao cimento para construção de telhas e pisos.

No entanto, a substância, cujo uso é proibido ou restrito em 52 países, solta fragmentos microscópicos no ar que podem provocar diversas doenças pulmonares quando inaladas, inclusive alguns tipos de câncer - veja como o amianto causa câncer.

A investigação conjunta do Consórcio de Jornalistas Investigativos e da BBC revelou que a produção de amianto continua na ordem de dois milhões de toneladas ao ano.

A indústria do amianto movimenta bilhões de dólares, sobretudo com exportações para países em desenvolvimento, onde as leis de proteção e a fiscalização são mais brandas.

Apesar da proibição e restrição ao uso, uma variação da substância conhecida como amianto branco é produzida e exportada para diversos países.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo o amianto branco pode provocar câncer.

Alguns cientistas temem que a disseminação do amianto branco possa prolongar uma epidemia de doenças relacionadas à substância.

"Minha visão é de que os riscos são extremamente altos. Eles são tão altos quanto qualquer outra substância cancerígena que vimos, com exceção, talvez, do cigarro", afirma Vincent Cogliano, cientista da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer da OMS.

Efeito retardado

Segundo a OMS, 125 milhões de pessoas convivem com amianto no trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 100 mil trabalhadores morram por ano devido a doenças relacionadas ao amianto.

Nos Estados Unidos, a indústria da construção civil não usa mais nenhum tipo de amianto. No entanto, o número de mortes devido à substância está chegando ao ápice, devido ao longo período em que a doença ainda pode se manifestar.

No México, mais de 2 mil empresas usam o amianto em diversos produtos, como freios, aquecedores, tetos, canos e cabos. Mais de 8 mil trabalhadores têm contato direto com a substância.

Poeira no pulmão dos outros

O Canadá é um dos maiores produtores mundiais de amianto branco e exporta o produto, mas proíbe seu uso no país.

Na província de Quebec, Bernard Coulombe, que é proprietário de uma mina, afirma que o amianto branco exportado por ele é vendido "exclusivamente para consumidores finais que possuem os mesmos padrões de higiene industrial do Canadá". Ele afirma que sua indústria possui amparo legal para exportar o produto.

Não muito longe dali, a pintora amadora Janice Tomkins luta contra mesotelioma, uma doença rara ligada ao amianto. Ela acredita ter contraído a doença há vários anos devido à exposição ao amianto azul e marrom, variações hoje proibidas internacionalmente.

Ela luta para impedir que o governo do Quebec libere um financiamento de US$ 56 milhões para que a mina próxima a sua casa possa expandir a produção, de olho em mercados emergentes como a Índia.

http://www.diariodasaude.com.br

Órgãos de defesa do consumidor criticam Agência Nacional de Saúde

Normas dos planos de saúde

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Procon de São Paulo lançaram um manifesto em que cobram da Agência Nacional de Saúde (ANS) mais transparência na revisão de importantes normas que regulamentam os planos de saúde particulares.

Segundo a advogada do Idec, Daniela Trettel, a ANS tem proposto uma série de discussões importantes para o setor, como a revisão dos métodos de reajuste dos convênios de saúde, a adaptação de contratos antigos, a manutenção dos contratos em casos de demissão do trabalhador beneficiário e a portabilidade, ou seja, a possibilidade do usuário mudar de plano sem ter que cumprir os prazos de carência do novo.

Sem vontade de debater

O problema, segundo os órgãos de defesa do consumidor, é que, além de realizar algumas discussões simultaneamente, a ANS tem estabelecido prazos considerados pequenos para que os cidadãos interessados participem com sugestões.

Além disso, para o Idec e para o Procon-SP, as informações disponibilizadas pela agência seriam insuficientes para que quem não é especialista possa contribuir.

"Vários temas de interesse do consumidor são discutidos ao mesmo tempo, com prazos pequenos para a participação popular e sem a divulgação de documentos técnicos que embasem o debate", disse Daniela.

Câmaras técnicas

Tanto o Procon-SP quanto o Idec dizem que já haviam manifestado à ANS suas preocupações. Como não obtiveram qualquer mudança, resolveram tornar pública a insatisfação com a forma com que a agência vem conduzindo os debates.

Desde junho, a ANS já instalou três câmaras técnicas (reunião de especialistas para discutir a proposta regulatória, que antecedem a consulta pública) sobre a revisão das regras de portabilidade de carências, elaboração de um novo modelo de reajuste anual e sobre prazos de manutenção de contratos coletivos empresariais para consumidores demitidos ou aposentados.

Além disso, a agência abriu consulta pública sobre a implementação de uma mediação de conflito entre consumidores e operadoras, em caso de negativa de cobertura. Apesar da relevância do tema, foram dados apenas dez dias para a participação. Depois de reclamações de várias entidades de defesa do consumidor, o órgão aumentou o prazo por mais 10 dias.

"Percebemos que há uma ansiedade muito grande por parte da ANS de realizar algumas mudanças no setor, mas não é com um debate sem transparência, com prazos exíguos, que chegaremos a medidas adequadas à sociedade. Queremos transparência", afirmou Daniela.

Link transparência

No entanto, A ANS informou que não recebeu o manifesto oficialmente e, portanto, não iria se manifestar. A assessoria acrescentou que a ANS tem em seu site o link Transparência, no qual constam o seu contrato de gestão, as licitações e todas as consultas públicas realizadas.

Ainda segundo a assessoria, a ANS convidou entidades de setor para participar das câmaras técnicas para promover um debate sobre a regulamentação dos planos de saúde.

A assessoria esclareceu também que qualquer pessoa pode participar das consultas públicas. Além disso, assinalou, a ANS informa em site os motivos da recusa de eventuais sugestões.

Alex Rodrigues - Agência Brasil

USP vai produzir células-tronco a partir de dentes de leite

Cultivo de células-tronco

A Universidade de São Paulo (USP) está construindo um laboratório para o cultivo de células-tronco obtidas a partir de dentes de leite.

O projeto é uma iniciativa da Faculdade de Odontologia e da universidade inglesa King's College, que já tem outras cinco parcerias com a universidade paulista para pesquisas.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Andrea Mantesso, que leciona nas duas instituições, foi detectada a existência de células-tronco na polpa dos 20 dentes de leite que cada ser humano tem.

Células-tronco de dentes de leite

Os cientistas acreditam que as células-tronco de dentes de leite poderiam ser usadas para o desenvolvimento de novos dentes e até de outros tecidos, como ossos, músculos e nervos.

O processo ainda permite a obtenção de células-tronco a um custo menor e sem a necessidade de cirurgia nos doadores.

"A principal vantagem de se trabalhar com células-tronco de dentes é o acesso fácil aos tecidos", disse Mantesso, em entrevista à Agência Brasil. "No caso dos dentes de leite, pelo fato de eles caírem por si só, temos 20 oportunidades de coleta de material."

Embriões e cordões umbilicais

Hoje as células-tronco são coletadas em embriões e cordões umbilicais de recém-nascidos e depois armazenadas em laboratórios, ou então retiradas da medula óssea de pacientes que pretendem usá-las em tratamentos de saúde.

A professora afirmou também que pesquisas para uso das células na produção de novos dentes ainda estão em estágio inicial. Já para a produção de novos tecidos, estão mais avançadas. Mesmo assim, é impossível dizer quando a técnica será aplicada em pacientes. "Seria um chute no escuro", disse ela.

O novo centro de pesquisas da Faculdade de Odontologia da USP deve ser inaugurado no ano que vem.

Vinicius Konchinski - Agência Brasil

Remédio contra câncer de próstata é retirado do mercado

Lectrum

A empresa farmacêutica Sandoz informou o recolhimento de todos os lotes do medicamento Lectrum (acetato de leuprorrelina) nas concentrações 3,75 mg e 7,5 mg.

A medida deve-se à possibilidade de haver quantidades diferentes do princípio ativo.

O remédio - que precisa ser diluído e injetado por um médico ou profissionais de saúde habilitados - é usado no tratamento de câncer de próstata, fibroma uterino e endometriose.

Medida preventiva

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que o laboratório divulgue informações sobre o recolhimento nos principais veículos de comunicação, pelo menos, duas vezes por semana.

"A Sandoz esclarece que não há evidências de que o problema encontrado possa causar quaisquer riscos imediatos à segurança dos pacientes, mas, como medida preventiva, visando a diminuir riscos eventuais nos tratamentos, a Sandoz decidiu recolher os lotes dos produtos disponíveis no mercado", diz informe publicitário da empresa, divulgado ontem (20).

Usuários do Lectrum

Quem comprou o medicamento Lectrum deve entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Sandoz pelo telefone 0800 400 9192.

A Anvisa orienta os pacientes que fazem uso do remédio a procurar o médico para buscar outro medicamento, enquanto a comercialização do Lectrum estiver interrompida.

Carolina Pimentel - Agência Brasil

Cientistas brasileiros inovam em pesquisas com células-tronco

Modificação genética

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, conseguiram um feito inédito na ciência brasileira: a produção de células-tronco de pluripotência induzida (iPS) a partir da modificação genética de células da pele.

A inovação do projeto está no uso de genes distintos daqueles tradicionalmente utilizados pelos grupos de pesquisa que produzem trabalhos semelhantes.

O estudo, realizado pela Dra Virgínia Picanço e Castro, foi publicado na edição online da revista Stem Cells and Development.

A pesquisa coloca o país em posição de destaque no cenário científico internacional na área de células tronco.

"Os resultados desta pesquisa colocam o Brasil numa posição de destaque no cenário científico internacional, mostrando que a ciência que se faz aqui está em pé de igualdade com aquela realizada no exterior", aponta o orientador do trabalho, o professor Dimas Tadeu Covas.

Células-tronco de pluripotência induzida

O objetivo do grupo era transformar células de pessoas adultas em células-tronco de pluripotência induzida (iPS). Essa reprogramação ocorre por meio da introdução de genes nas células adultas.

Vários estudos internacionais já foram realizados usando essa técnica que, tradicionalmente, utiliza quatro genes para a modificação genética: SOX 2, OCT 4, KFL 4 e C-MYC. Uma das características dessa técnica é que, quando as células iPS são introduzidas em animais, elas levam à formação de tumores.

No estudo realizado em Ribeirão Preto, os pesquisadores utilizaram três genes: SOX 2, C-MYC e um outro inédito, o TCL 1-A para reprogramar células adultas de pele humana.

Os cientistas conseguiram transformá-las em células-tronco de pluripotência induzida, mas elas apresentaram a característica de não produzirem tumores.

É a primeira vez que um grupo de pesquisa produz esses resultados usando genes distintos daqueles tradicionalmente usados. Agora, os estudos continuam com a finalidade de entender outras características que essas células apresentam e suas possíveis propriedades terapêuticas.

Células-Tronco e Terapia Celular

"Não temos um número tão grande de pesquisadores quanto o de outros centros de pesquisa no exterior, mas também produzimos trabalhos com resultados muito interessantes", comenta o professor Dimas Tadeu Covas, destacando o papel fundamental que o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (INCT), sediado em Ribeirão Preto, juntamente com o Centro de Terapia Celular (CTC) da USP na cidade, tiveram para a realização desta pesquisa.

Além do professor Dimas Tadeu Covas e de Virginia Picanço-Castro, participaram do trabalho os pesquisadores Elisa Maria Souza Russo-Carbolante, do INCT; Luiza Junqueira Reis (CTC); Ana Maria Fraga (Instituto de Biociências da USP); Danielle Aparecida Rosa de Magalhães (CTC); Maristela Delgado Orellana (CTC); Rodrigo Alexandre Panepucci, (CTC); e Lygia Veiga Pereira (Instituto de Biociências da USP). O artigo está disponível para consulta neste endereço.

A pesquisa tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudo e Projetos (Finep).

Valéria Dias - Agência USP

Óleo de peixe reduz risco de câncer de mama

Suplemento de óleo de peixe

O uso regular de suplementos alimentares de óleo de peixe, que contêm elevados níveis do ácido graxo ômega-3 está associado com uma redução de 32% do risco de câncer de mama.

A descoberta, publicada no último exemplar da revista médica Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, foi coordenada pela Dra Emily White, do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, nos Estados Unidos.

A redução do risco mostrada no estudo está restrita ao câncer de mama dutal invasivo, o tipo mais comum da doença.

Ômega-3 concentrado

O estudo, feito ao longo de seis anos, usou um extensivo questionário de 24 páginas, resultando na identificação de 880 casos de câncer entre as participantes.

Os pesquisadores afirmam que este é o primeiro estudo a demonstrar uma ligação entre o uso de suplementos de óleo de peixe e uma redução na incidência do câncer de mama. Estudos envolvendo a ingestão de peixe e ômega 3 distribuídos nos alimentos da dieta normal têm mostrado resultados inconsistentes.

"Pode ser que a quantidade de ácidos graxos ômega-3 presentes nos suplementos de óleo de peixe sejam mais altos do que a maioria das pessoas ingere em sua dieta normal," diz a Dra. White.

O uso de outros suplementos alimentares especiais, muitos dos quais são comumente adotados pelas mulheres para combater os efeitos da menopausa, não mostraram nenhuma associação com o risco de câncer de mama.

Cautela

Mas a pesquisadora também é cautelosa quanto a recomendações de ingestão de suplementos de óleo de peixe com base em apenas um estudo.

Sem estudos de confirmação tratando especificamente da mesma associação, nós não podemos tirar conclusões sobre uma relação causal," diz ela.

"É muito raro que um único estudo possa ser usado para fazer uma recomendação em larga escala. Ao longo de um período de tempo, conforme outros estudos vão confirmando um ao outro, então nós começamos a fazer recomendações à população," diz o Dr. Edward Giovannucci, editor da revista onde a pesquisa foi publicada.

Óleo de peixe

Ainda assim, o óleo de peixe continua a entusiasmar muitos pesquisadores, conforme vão surgindo indícios crescentes sobre o efeito protetor do ômega-3 contra doenças cardiovasculares e, agora, contra o câncer.

Pesquisadores da Universidade de Harvard, também nos Estados Unidos, estão atualmente convocando voluntários para um estudo sobre o efeito da vitamina D e do ômega-3, incluindo a ingestão de suplementos de óleo de peixe, sobre o câncer as doenças do coração e o derrame.

Recentemente, um estudo coordenado pela NASA, interessada em aplicações para os astronautas, concluiu que o ômega-3 evita a perda óssea.

Redação do Diário da Saúde