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domingo, 11 de julho de 2010

Documento revela que consumo excessivo é maior vilão ambiental

Versão em português do relatório Estado do Mundo 2010, divulgado pelo Akatu, traz dados alarmantes

O Instituto Akatu e o WWI (WorldwatchInstitute), com sede em Washington, acabam de jogar à luz um dos dados mais dramáticos relacionados ao problema da conservação ambiental, o relatório Estado do Mundo 2010. A versão em português do documento -- um dos mais importantes sobre sustentabilidade – tem uma conclusão evidente: se o planeta não consumir menos, nada resolverá a degradação ambiental.

Os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Em outras palavras, 1/6 das pessoas do planeta é responsável pelo consumo de quase 80% de tudo o que existe. Entre os americanos, a distorção é ainda mais assustadora: com menos de 5% da população global, eles são responsáveis por 1/3 do consumo mundial. Se a voracidade americana fosse o padrão, três Estados Unidos e meio consumiriam tudo o que o planeta produz.

O relatório apresentado pelo Akatu traz também um estudo do ecologista Stephen Pacala, da universidade de Princeton, que revela que as 500 milhões de pessoas mais ricas do planeta – população equivalente à do Brasil e dos Estados Unidos – são responsáveis por metade das emissões de dióxido de carbono do planeta.

Apenas em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos – seria uma população maior que a de qualquer país latino-americano com exceção de Brasil e México. Refrigeradores? Vendas de 85 milhões de unidades. Computadores? Foram 297 milhões. Celulares? Outros 1,2 bilhão de unidades.

Para produzir tanto, não há saída: é preciso usar cada vez mais recursos naturais. E não há campanha de preservação ou reciclagem que dê jeito. Entre 1950 e 2005, a produção de metais se multiplicou por seis; o consumo de petróleo, por oito; e o de gás natural, por 14.

O documento Estado do Mundo 2010 conclui que “sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.”

http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=31&id=114603

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