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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Implante espinhal permite exercitar membros paralisados

Implante na coluna

Engenheiros europeus desenvolveram um novo tipo de implante estimulador muscular que permite que pessoas com paraplegia exercitem os músculos dos membros paralisados.

O implante contém um microchip que envia os impulsos nervosos que acionam os músculos.

É a primeira vez que os pesquisadores conseguem desenvolver um dispositivo deste tipo que é pequeno o suficiente para ser implantado no canal espinhal.

Além disso, o implante incorpora todos os elementos necessários em um único invólucro, incluindo o chip estimulador e os eletrodos. O implante é minúsculo, do tamanho de uma unha de criança.

Ciclismo e remo

O projeto está sendo coordenado pelo professor Andreas Demosthenous, da Universidade College London, na Inglaterra. Participam ainda engenheiros da Universidade de Freiburg, na Alemanha, e do Instituto Tyndall, na Irlanda.

"Nosso trabalho tem o potencial de estimular mais grupos musculares do que é atualmente possível com as tecnologias existentes porque vários desses dispositivos podem ser implantados no canal espinhal", diz o professor Demosthenous.

"A estimulação de um maior número de grupos musculares significa que os usuários poderão executar movimentos suficientes para realizar exercícios controlados, tais como o ciclismo ou o remo," explica o pesquisador.



A equipe teve de superar várias limitações dos desenvolvimentos anteriores para conseguir enfiar todo o aparato dentro uma unidade miniaturizada.

Os implantes estimuladores musculares também poderão ser usados em uma ampla gama de funções reparadoras, como estimular os músculos da bexiga para ajudar a superar a incontinência urinária e estimular os nervos para melhorar a capacidade do intestino e eliminar espasmos.

Livro ativo

A equipe teve de superar várias limitações dos desenvolvimentos anteriores para conseguir enfiar todo o aparato dentro uma unidade miniaturizada.

A mais recente tecnologia de processamento a laser foi usada para cortar os minúsculos eletrodos de uma folha de platina.

A seguir, esses eletrodos são dobrados em um formato 3D, deixando-os parecidos com um livro - daí o nome do novo implante Active Book, ou livro ativo, em tradução livre.

As "páginas do livro" fecham-se ao redor das raízes nervosas. Elas são unidas por microssoldagem a um chip de silício, que é hermeticamente fechado para evitar a penetração de água, o que poderia levar à corrosão do sistema eletrônico.

Os primeiros testes do novo implante em pacientes começarão em 2011.

Redação do Diário da Saúde

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