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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Efeitos da poluição sobre o coração estão bem atrás dos seus olhos

Fotos da retina

Fotografando os minúsculos vasos sanguíneos na parte de trás dos nossos olhos, os cientistas agora podem determinar como nosso coração responde à poluição do ar.

As fotos digitais da retina revelaram que pessoas saudáveis expostas a altos níveis de poluição do ar apresentam estreitamentos nas arteríolas da retina, uma indicação de um maior risco de doença cardíaca.

Estudos anteriores já haviam estabelecido ligações entre a poluição e as doenças cardíacas.

O novo estudo, publicado esta semana na revista PLoS Medicine, examinou as relações entre a poluição e os vasos sanguíneos muito pequenos - a chamada microvasculatura.

Olhos e coração

A equipe da Dra. Sara Adar, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriu que os participantes com exposições de curto prazo a pequenas quantidades de poluição tinham os vasos sanguíneos microvasculares de alguém três anos mais velho.

E pessoas com exposição prolongada à poluição elevada tinham os vasos comparáveis aos de uma pessoa sete anos mais velha.

Adar disse que "essa mudança se traduz em um aumento de 3 por cento no risco de doença de coração para uma mulher que vive sob altos níveis de poluição do ar, em relação a uma mulher que vive em uma área mais limpa."

Os vasos da retina são apenas um exemplo dos vasos muito pequenos que existem no coração e em todo o nosso corpo.

Mas aqueles que estão nos olhos são os únicos que podem ser vistos e fotografados diretamente de forma não invasiva, sem a necessidade de bisturis, sondas ou anestesia.

Poluição pouca não é bobagem

Os pesquisadores tiraram fotografias digitais dos vasos sanguíneos da retina de participantes com idades entre 45 e 84 anos.

Eles mediram o nível de partículas finas no ar em cada uma das casas dos 4.607 participantes ao longo dos dois anos anteriores ao exame de olho, e também mediram os níveis de poluição no dia anterior ao exame ocular para calcular a exposição de curto prazo. Os participantes não tinham histórico de doença cardíaca.

Ainda que os níveis de poluição no estudo se mostrassem em geral abaixo do nível considerado aceitável, estes níveis ainda prejudicaram os minúsculos vasos sanguíneos, que têm a dimensão comparável à de um cabelo humano.

Redação do Diário da Saúde

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