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quinta-feira, 31 de março de 2011

Ibama doa madeira para construção de galpões para pescadores no RS

A Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Rio Grande do Sul doou, nesta quarta-feira (30), 200 metros cúbicos de madeira apreendida para o Ministério da Pesca e Aquicultura. Com o material, equivalente a dez caminhões de madeira serrada, serão construídos galpões e trapiches destruídos pela chuva na cidade de São Lourenço do Sul (RS).

As enchentes atingiram São Lourenço do Sul no início de março e deixaram mais de 50% da cidade alagada. Ruas e casas foram destruídas, uma ponte que dá acesso ao município desabou e pelo menos 2 mil pessoas ficaram desalojadas. Oito mortes foram registradas por consequência da chuva. Na época, o prefeito José Daniel Raupp Martins decretou estado de calamidade pública no município.

De acordo com o Ibama, a madeira já está beneficiada e pode ser utilizada imediatamente. O material doado foi apreendido durante uma fiscalização ocorrida no final de 2010 no interior do Rio Grande do Sul.

O Ministério da Pesca informou que existem atualmente 442 pescadores registrados em São Lourenço do Sul. Muitos perderam casas, equipamentos, embarcações e redes. A chuva ainda deixou 25 trapiches e 15 galpões destruídos na cidade.

(Fonte: G1)

Prefeito de Angra dos Reis diz que município não está preparado para enfrentar um vazamento radioativo

As usinas nucleares brasileiras (Angra 1 e Angra 2, em operação, e Angra 3 em fase de construção) estão instaladas em Angra dos Reis, município do litoral sul fluminense, com uma população de 180 mil pessoas e que duplica no verão com a presença de turistas. Na quarta-feira (30), uma audiência pública, promovida em conjunto pelas Comissões de Defesa do Meio Ambiente e de Minas e Energia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro(Alerj), foi feita para discutir a segurança das usinas atômicas da região.

O prefeito Tuca Jordão disse que Angra dos Reis não está preparada para enfrentar um vazamento nuclear. Para ele, a experiência do Japão deve servir de grande reflexão para que acidente semelhante não ocorra no Brasil. “A gente sabe, dito pelos técnicos, que o funcionamento das usinas Angra 1 e 2 é diferente de Fukushima mas, a gente não é entendido no assunto. A gente está muito preocupado e focado na logística e na infraestrutura que a cidade de Angra dos Reis tem”. Disse que as pessoas já estão tão condicionadas ao treinamento periódico, que nem escutam a sirene.

O prefeito sugeriu que a geração nuclear, bem como o funcionamento das usinas atômicas e o plano de evacuação façam parte da grade curricular já a partir de 2012. “Para que as nossas crianças e jovens entendam o que é uma usina nuclear, entendam o que é preciso em um plano de evacuação, aonde eles precisam ir, qual é o ponto de encontro. Isso é muito vago”.

Tuca Jordão é a favor da energia nuclear, mas ressaltou a necessidade de revisão dos procedimentos de segurança, diante do que ocorreu em Fukushima. Ele é contrário a qualquer proposta pela diminuição das atividades da usina. “O que o [Brasil] já gastou desde a ditadura militar até hoje nas usinas Angra 1 e 2 e com os equipamentos parados [para Angra 3] custando US$ 20 milhões por ano para manutenção, é jogar muito dinheiro público fora”, afirmou à Agência Brasil.

A segurança da população, no caso de um acidente radioativo, preocupa o prefeito que defende mais investimentos em infraestrutura na região. “Enquanto a gente não tiver uma estrada decente, um centro de abrigo fora dos raios de 3 e 5 quilômetros das usinas, um hospital, não para tratar de radiação, mas para dar tranquilidade às pessoas e com capacidade para absorver toda essa demanda, [a situação preocupa]”. Tuca Jordão também defende a transformação do aeródromo de Angra dos Reis em um aeroporto. “Por que não aumentar?”, perguntou.

Segundo ele, essas iniciativas não podem ser de responsabilidade da prefeitura. “As usinas são do país”. Lembrou que em 1972, por ocasião do início de construção do complexo nuclear, a população não foi consultada sobre o projeto. “Ela [usina] existe, é uma realidade. Então, a gente tem que ter a preocupação de que o plano de emergência, de evacuação, tem que ser todo revisto”. Observou que em função da tragédia no Japão, todo o mundo está revendo os seus projetos. “E aqui no Brasil, em Angra dos Reis, não pode ser diferente”.

O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, Antonio Cordeiro, defendeu a energia nuclear como fonte limpa para enfrentar o aquecimento global. Ele representou, na audiência, o Movimento Sim Para Angra 3, em prol da construção da terceira usina nuclear brasileira no município.

Apesar de ser favorável ao programa nuclear, Cordeiro disse à Agência Brasil que diante da tragédia no Japão, os procedimentos de segurança nas usinas de Angra têm que ser revistos. “Tem que ser revistos alguns procedimentos e, principalmente, a questão do plano de emergência”, disse.

Nesta quinta-feira (31) ocorrerá a nova audiência pública na Câmara de Vereadores para tratar da segurança das usinas nucleares. Ele considerou normal que, toda vez que ocorre um acidente com uma usina atômica em qualquer parte do planeta, os procedimentos e projetos sejam revistos, “para melhorar a qualidade deles”.

(Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

Descoberta de cientistas brasileiros oferece tratamento para Chagas

Cientistas brasileiros elaboraram um novo tipo de tratamento para a doença de Chagas. A possível cura é baseada em mais de 30 anos de estudos que levaram à compreensão de como o Trypanosoma cruzi – protozoário que causa a doença – interage com o corpo do hospedeiro.

As pessoas infectadas pela doença de Chagas sofrem lesões no coração que levam à morte. Antônio Teixeira, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), descobriu que as lesões não são necessariamente causadas pelo T. cruzi, mas pelo próprio sistema imunológico do hospedeiro – processo conhecido como autoimunidade.

Ao longo de anos pesquisas, os cientistas descobriram que o microorganismo causa mutações genéticas nas células do hospedeiro. Uma vez que isso acontece, o sistema imunológico passa a produzir linfócitos – células de defesa – defeituosos, que atacam o coração. Desta forma, exterminar o protozoário não é suficiente para eliminar a doença.

O estudo mais recente foi feito com galinhas, que são imunes à infecção pelo T. cruzi. Com a mutação genética induzida, desenvolveram problemas cardíacos bastante semelhantes aos causados pela doença de Chagas, comprovando a hipótese. Essa pesquisa foi publicada pela revista científica “PLoS Neglected Tropical Diseases”.

Com a descoberta, há um novo tratamento possível para a doença de Chagas. Os linfócitos são produzidos na medula óssea. Portanto, Teixeira sugere que, matando os linfócitos e fazendo um transplante de medula óssea – tratamentos já existentes –, seja possível prevenir a doença. Se o coração já estiver danificado, o transplante também é uma solução.

“A função da ciência é oferecer soluções. Agora cabe à medicina utilizá-las”, afirma Teixeira, ao G1. Ele ressalta que, uma vez que a doença ataca o coração, a morte é uma questão de tempo e que, por isso, vale a pena pôr o tratamento em prática.

Trajetória – Teixeira dedica o resultado de anos de pesquisas a um agricultor que morreu aos 42 anos, pai de sete filhos, cujas iniciais eram J.E.S.. “Eu era assistente na clínica de cardiologia e ele foi meu paciente. Seis meses depois, eu estava na patologia, chegou o corpo dele e eu fui fazer o exame. Ele estava com o coração grande (inchado), mas não tinha Trypanosoma cruzi”, lembra-se. Desde então, o cientista vinha tentando compreender como se davam as lesões, uma vez que não eram necessariamente causadas pelo protozoário.

Ele agradece ainda a todos os pesquisadores que se dedicaram ao tema em pesquisas de pós-graduação, não apenas na UnB. “É uma história de construção coletiva de conhecimento científico”, define.

(Fonte: Tadeu Meniconi/ G1)

Greenpeace defende paralisação do programa nuclear brasileiro

A organização não governamental (ONG) Greenpeace, que milita na defesa do meio ambiente, reafirmou na quarta-feira (30) que é contra as usinas nucleares brasileiras. O coordenador da campanha de energias renováveis da ONG, Ricardo Baitelo, disse à Agência Brasil que, após a tragédia no Japão, “mais do que nunca é o momento certo para rever todos os padrões de segurança das usinas ao redor do mundo”. Ele participou de audiência na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) sobre segurança no complexo nuclear de Angra dos Reis.

“Nós precisamos paralisar o programa nuclear brasileiro. Acreditamos não só na paralisação momentânea, mas também que a construção de Angra 3 não é necessária para a matriz energética brasileira”. Enfatizou que o país possui opções mais baratas, mais limpas e mais seguras de geração de energia, que podem ser construídas mais rapidamente, para atender à demanda crescente.

Ricardo Baitelo reconheceu que, tecnologicamente, há diferenças entre as usinas nucleares brasileiras e as de Fukushima, no Japão, atingidas pelo violento terremoto seguido de tsunami no último dia 11. “No caso de Angra, a gente não tem um risco tão grande de tsunami e terremoto, mas a usina está sobre uma falha geológica e você não pode dizer que aquilo nunca vai acontecer. O Brasil já teve um terremoto de 5,2 graus [na escala Richter, em São Paulo, em 1980] e as usinas de Angra foram projetadas para suportar tremores até 6,5 graus”, recordou.

Segundo Baitelo, o problema mais grave em Angra dos Reis diz respeito àinstabilidade do terreno onde as usinas estão assentadas, sujeito a deslizamentos após chuvas fortes, como sucedeu na região há um ano, bloqueando a única estrada por onde a população poderia ser evacuada em caso de acidente nuclear, que é a Rio-Santos (BR-101).

(Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

Vírus humano ameaça gorilas em Ruanda

Pesquisadores descobriram que um vírus mortal, que causam doenças respiratórias nos seres humanos, podem ser transmitido para gorilas-das-montanhas. A espécie, que habita a África Central, está ameaçada de extinção.

Pesquisadores que realizavam estudos no Parque Nacional dos Vulcões, em Ruanda, disseram afirmaram ter encontrado vestígios do Metapneumovírus humano na necropsia de dois gorilas que mortos em 2009.

Os dois animais estavam em um grupo de 12 gorilas infectados por doença respiratória.

Há apenas 786 gorilas-das-montanhas no estado selvagem. Eles vivem em Ruanda, Uganda e na República Democrática do Congo.

O estudo, realizado por pesquisadores de diversas instituições, incluindo a Universidade de Columbia e da Universidade da Califórnia, foi publicado terça-feira (29) no periódico científico Emerging Infectious Diseases Journal publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

(Fonte: Portal iG)

Sucesso no YouTube aumenta comércio ilegal de animal ameaçado

O lóris lento, pequeno primata do sudeste asiático, tem no YouTube um de seus principais adversários. Por conta do sucesso na rede, a venda ilegal de animais desta espécie – ameaçada de extinção – disparou, segundo reportagem do jornal britânico “The Independent”.

O primeiro vídeo publicado pela revista “Wired” em 2009, mostra um animal reagindo a cócegas, e já teve mais de 6 milhões de exibições. Outro clipe, com um lóris brincando com uma miniatura de guarda-chuva, já foi visto por 2 milhões de internautas, na somatória de suas diversas cópias disponibilizadas no site.

De acordo com a especialista em conservação de primatas Anna Nekaris, da Oxford Brookes University, a demanda por lóris tem crescido principalmente entre crianças no Reino Unido, nos Estados Unidos, na Rússia e na Polônia.

O principal ponto de origem dos animais contrabandeados é a Tailândia, onde traficantes pagam o equivalente a menos de R$ 50 por filhote. No Japão, cada bicho chega a ser vendido por R$ 10 mil.

Anna chegou a pedir ao Google, dono do YouTube, que retirasse os dois vídeos do site. Um porta-voz do YouTube afirmou que todos os vídeos publicados devem estar de acordo com as regras do site, que proíbem a exibição de imagens com maus tratos a animais.

(Fonta: G1)

Rede ambiental global organiza e divulga a Economia Verde do Brasil em parceria com as Secretarias de Meio Ambiente

A Made in Forest – primeira rede ambiental global com foco no meio ambiente e sustentabilidade - lançou em Janeiro de 2011 a ECONOMIA VERDE – um serviço pioneiro realizado junto as Secretarias de Meio Ambiente de cada Município, cujo objetivo é identificar, organizar e divulgar para a população o mais completo banco de dados de Ong’s Ambientais, Empresas de eco produtos, serviços, turismo, educação ambiental e pontos de reciclagem de cerca de 40 tipos diferentes de materiais recicláveis.

A rede ambiental possui estrutura tecnológica com padrão mundial e gera sinergia na atuação dos municípios em uma única rede, inserindo cada cidade e sua economia verde no Brasil e no mundo, dando visibilidade democrática a pequenas, grandes companhias e programas de Educação Ambiental por meio de uma sala de reunião virtual (na internet) possibilitando reuniões, treinamentos e educação ambiental a distancia. A estruturação do sistema visa também colaborar com os 21 programas ambientais estratégicos do Governo de São Paulo: “Município Verde e Azul”, “Ecoturismo”, entre outros.
A utilidade do Made in Forest para os serviços publico e privado, cidadãos, ONGs e todos aqueles ligados na causa ambiental, é a credibilidade de seu conteúdo, organizado e fiscalizado diariamente por colaboradores e eco consumidores presentes in loco em cada comunidade. De acordo com Martin Mauro, sócio fundador da rede ambiental “O crescimento da preocupação ecológica da economia representa uma inegável e indelével revolução”.

Cada empresa cadastrada é responsável por alimentar a sua própria página com conteúdo pertinente ao seu negócio, gratuitamente. “Estamos ampliando o conhecimento e as oportunidades de negócios verdes através do intenso relacionamento gerado entre os membros da rede. A plataforma na internet esta conectando responsabilidade social e valores ambientais, gerando renda e empregos sustentáveis para cidadãos e municípios”, afirma Fábio Biolcati, sócio fundador da Made in Forest

A economia verde será uma das principais discussões da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, marcada para 2012, no Rio de Janeiro. Entre as oportunidades identificadas para que o Brasil construa uma economia verde está o surgimento de novas tecnologias que construa relacionamentos e negócios de forma sustentável, interligando toda esta economia.

Prefeitos e Secretários do Meio Ambiente de todo Brasil que tenham interesse de organizar e divulgar a Economia Verde e ações ambientais do seu município envie email para: agenda@madeinforest.com
Conheça a Rede Ambiental: www.madeinforest.com

Sobre a Made in Forest

A Made in Forest tem como finalidade identificar, organizar e divulgar a economia verde de cada município do Brasil. Criada no mesmo conceito das redes sociais, a “rede do bem” surgiu em fevereiro de 2010, pela iniciativa dos empresários Fábio Biolcati e Martin Mauro

Desde seu início, a Made in Forest já conta com mais de 25 mil cadastrados, entre empresas e consumidores, com visitantes de mais de 70 países, pois a rede pode ser traduzida para mais de 50 idiomas.

Todo conteúdo é divulgado também nas Redes Sociais: Twitter @madeinforest, Facebook e Orkut, mais de 3.000 eco consumidores se atualizam sobre as empresas verdes por meio das informações divulgadas regularmente pela Rede Ambiental.

http://www.olhardireto.com.br

Setor produtivo discute licenciamento ambiental da lavoura de arroz

Representantes de entidades ligadas ao setor orizícola estiveram reunidos nesta quarta-feira (30), na sede do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Porto Alegre. O objetivo do encontro foi discutir a situação que envolve os produtores no que se refere ao licenciamento ambiental e a outorga da água na lavoura de arroz.

Será elaborado um diagnóstico da situação atual da lavoura, os resultados e ganhos na questão ambiental, e as etapas que deverão ser cumpridas para aquisição da licença de operação ambiental e a outorga do uso da água. Segundo o presidente da Federarroz, Renato Rocha, o documento será entregue ao Irga e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio para subsidiar os ajustes que devam ter para o licenciamento e que possam atender as exigências ambientais, além do acesso aos financiamentos agrícolas.

http://www.radiofandango.com.br

Vídeo alerta para efeitos negativos das alterações no Código Florestal

Fundação Grupo Boticário e SOS Florestas lançam a animação para mobilizar a sociedade e estimular a assinatura do manifesto contra o substitutivo que prevê mudanças na lei.


A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançou nesta segunda-feira, dia 28 de março, o vídeo “Código Florestal em Perigo”, queestá disponível na internet. A animação alerta para os efeitos negativos das alterações no Código Florestal Brasileiro previstas no substitutivo ao projeto de lei nº 1876/99 e outros apensados, que tramita no Congresso Nacional.

A animação foi produzida em parceria com o SOS Florestas, uma aliança de movimentos sociais e organizações ambientais que são contrários ao substitutivo e da qual a Fundação Grupo Boticário faz parte. O objetivodessas instituições é utilizar o vídeo como uma ferramenta de mobilização social, incentivando o público a aderir à causa e a assinar o manifesto virtual que será enviado aos parlamentares.

O vídeo apresenta a dimensão dos impactos decorrentes da redução das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) – beira de rios, topos de morros e encostas íngremes – e da modificação no estabelecimento de áreas de reserva legal,caso sejam aprovadas as alterações no Código Florestal.

Com a diminuição das APPs, por exemplo, os riscos de erosão, desmoronamento e enchentes, tanto em zonas urbanas como rurais, aumentariam. De acordo com relatório do Observatório do Clima divulgado no fim de 2010, com a redução das matas nas margens de rios, estima-seque o país possa perder uma área equivalente a dois milhões de campos de futebol de florestas.

“Se as alterações previstas forem aprovadas, as atividades econômicas e o bem-estar da sociedade serão ameaçados. Teremos grandes prejuízos que, em um curto espaço de tempo, podem afetar a qualidade da água e a fertilidade do solo”, diz a diretoraexecutiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes. Além disso, a redução de áreas naturais também faria com que o Brasil elevasse suas emissões de gases do efeito estufa, contribuindo ainda mais para o aquecimento global.

Para assistir ao vídeo, basta acessar o link http://www.youtube.com/watch?v=p_3tXpu1-IM.

O manifesto está disponível em http://www.avaaz.org/po/peticao_codigo_florestal/?sos.

Para saber mais, acesse www.sosflorestas.com.br e www.fundacaogrupoboticario.org.br.

Fundação Grupo Boticário/EcoAgência

Ibama/RS encontra barbatanas de tubarão em Rio Grande

Ao retirar os peixes (que também serão doados) do barco dona Adelina, doado neste domingo (27/03) para a Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), naquela cidade, fiscais do Ibama/RS encontraram cerca de 20 barbatanas de tubarão pescadas ilegalmente.
A pesca destes animais necessita de autorização especial, e eles devem ter suas barbatanas removidas quando atracados, para evitar o descarte ilegal. Neste caso específico, foi praticado o chamado finning, quando o tubarão, preso à rede tem suas barbatanas cortadas e é descartado vivo na água, morrendo asfixiado. O proprietário do barco será autuado por mais essa irregularidade, conforme informa o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama/RS, Régis Fontana Pinto.

O analista ambiental informa ainda que foi apreendido hoje (28/03) o segundo navio de propriedade de Orlando Hepp (que se encontrava em alto mar e chegou ao porto de Rio Grande no início da tarde). O proprietário foi autuado em 06/11/2009 por diversas irregularidades (ele responde atualmente a 18 processos administrativos no Ibama) cometidas durante a atividade da pesca. Entre elas, utilização irregular da rede de arrasto, ausência de licença ambiental para a pesca e de licença de pesca da embarcação. O montante de multas aplicadas chega a R$ 1.555.000,00. Esta embarcação também foi doada para a FURG e será usada para pesquisa na região.

Maria Helena Firmbach Annes - Ibama
Ibama-RS/EcoAgência

Plantação de maconha é encontrada em reserva biológica no MA

A Secretaria da Segurança Pública do Maranhão localizou 250 mil pés de maconha dentro da Reserva Biológica do Gurupi, próximo à divisa do Estado com o Pará.

Segundo informação da secretaria, a operação do GTA (Grupo Tático Aéreo) começou no sábado (26) e deve continuar nos próximos dias até que sejam retirados e incinerados todos os pés de maconha. A plantação estava distribuída em 22 áreas da reserva, em locais de difícil acesso.

Para o secretário da Segurança Pública, Aluísio Mendes, a região é uma das maiores produtoras de maconha do país, que é distribuída para Estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

A secretaria informou que os responsáveis pelo cultivo fugiram com a chegada do helicóptero, mas voltaram mais tarde para tentar recuperar as plantas já colhidas. Neste momento, houve confronto com os policiais que continuavam no local e um suspeito ficou ferido. Segundo a secretaria, ninguém foi preso.

(Fonte: Sílvia Freire/ Folha.com)

Antioxidantes fazem de nozes as frutas oleaginosas ‘mais saudáveis’

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos revelou que, entre as frutas oleaginosas, são as nozes as mais recomendadas para uma dieta saudável por conter o mais alto nível e a melhor qualidade de antioxidantes – substâncias que ajudam a prevenir doenças.

Segundo o estudo, um punhado de nozes contém duas vezes mais antioxidantes que um punhado de castanhas, amêndoas, amendoins, pistaches, avelãs, castanhas-do-Pará, castanhas de caju, macadâmias ou nozes-pecã.

Além disso, os antioxidantes presentes nas nozes têm maior qualidade e potência do que os dos outros frutos secos analisados.

A pesquisa – conduzida por um cientista da Universidade de Scranton, na Pensilvânia (nordeste dos Estados Unidos) – também concluiu que os antioxidantes encontrados nas nozes são entre duas a 15 vezes mais poderosos do que os da vitamina E, também conhecida pelo seu benefício antioxidante.

O estudo foi divulgado em um encontro da Sociedade Química Americana, realizado na cidade de Anaheim, na Califórnia (oeste do país).

Nutritivos – Os antioxidantes impedem reações químicas que ocasionam mudanças na estrutura molecular das células do corpo.

Segundo o pesquisador Joe Vinson, que liderou o estudo, todas as frutas oleaginosas têm boas qualidades nutricionais. Elas contêm proteínas de alta qualidade, muitas vitaminas, minerais e fibras.

Pesquisas anteriores demonstraram que o consumo regular de pequenas quantidades de frutas oleaginosas pode reduzir o risco de doenças cardíacas, alguns tipos de câncer, diabetes tipo 2 e outros problemas de saúde.

Mas Vinson diz que as porções dessas frutas consumidas devem ser pequenas. Sete ao dia são o suficiente para obter os benefícios para a saúde descobertos nos estudos.

O pesquisador disse ainda que há outra vantagem em escolher as nozes como fonte de antioxidantes.

“O calor dos frutos torrados geralmente reduz a qualidade dos antioxidantes, mas as pessoas geralmente comem as nozes cruas. Por isso, elas são mais eficientes”, explicou.

(Fonte: G1)

Investimentos em energia limpa têm resultado recorde; Brasil é 6º

Os investimentos mundiais em energia limpa alcançaram o valor recorde de US$ 243 bilhões em 2010, com alta de 30% ante 2009, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (29) pelo The Pew Charitable Trusts.

O Brasil ficou em sexto lugar no ranking, com US$ 7,6 bilhões em investimentos ante US$ 7,7 bilhões em 2009. Nas primeiras posições ficaram a China (US$ 54,4 bilhões), a Alemanha (US$ 41,2 bilhões) e os Estados Unidos (US$ 34 bilhões).

“O setor de energia limpa está emergindo como um dos mais dinâmicos e competitivos do mundo, testemunhando 630% de crescimento em financiamentos e investimentos desde 2004″, disse Phyllis Cuttino, diretor do programa de energia limpa do Pew.

A energia eólica continuou a ser a tecnologia favorita para os investidores, com US$ 95 bilhões. Entretanto, o setor solar experimentou crescimento significativo em 2010, com investimentos aumentando 53%, chegando ao recorde de US$ 79 bilhões e mais de 17 gigawatts de novas capacidades de produção global.

A Alemanha respondeu por 45% dos investimentos mundiais em energia solar.

Os investimentos nos países do G20 (grupo formado pelas economias ricas e as principais emergentes) contabilizaram mais de 90% do total mundial.

(Fonte: Folha.com)

Amazônia perdeu verde na grande seca de 2010, mostra estudo

Estudo a ser publicado na revista “Geophysical Research Letters” aponta que o verde da floresta amazônica diminuiu de forma significativa na seca recorde do ano passado.

Com base em dados de satélites da Nasa, foi possível mostrar que em 2,5 milhões de quilômetros quadrados (o equivalente a pouco menos que um terço do território nacional) houve redução do verdor da floresta, quase quatro vezes a área afetada após a grande seca anterior, a de 2005.

A floresta não voltou a níveis normais mesmo após o fim da estiagem, no final de outubro de 2010, de acordo com Xu Liang, da Universidade de Boston, nos EUA, autor principal do estudo.

Para esta pesquisa, mapas detalhados do índice de verde da floresta foram produzidos pelos cientistas, entre eles Marcos Costa, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. A medição da intensidade da cor é uma forma de saber a “saúde” da floresta e dá uma ideia mais precisa da gravidade da seca do que somente a medida das chuvas.

O cálculo foi produzido menos de três meses após a seca graças a um novo ambiente colaborativo de supercomputadores montado pela agência espacial americana, chamado Nasa Earth Exchange (NEX).

Eles permitiu o rápido processamento de dados para a formulação dos modelos apresentados. Segundo a agência, informações semelhantes sobre a seca de 2005 só foram obtidas dois anos após o fenômeno.

(Fonte: Globo Natureza)

terça-feira, 29 de março de 2011

Canavial oferece risco ao aquífero Guarani, aponta estudo

Técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) concluíram o primeiro estudo sobre as áreas de risco para o aquífero Guarani no Estado de São Paulo.

Hoje o maior vilão do aquífero são lixões desativados, segundo o responsável pelo estudo, José Luiz Albuquerque, pesquisador do departamento de hidrografia e avaliação socioambiental do IPT.

Apesar da rigidez atual com os aterros, o total de lixões antigos é desconhecido. O estudo também aponta que os canaviais são maioria entre as chamadas zonas de potencial de risco na região, devido ao uso de agrotóxicos e ao tipo de manejo.

O mapeamento, que traz uma série de recomendações para a ocupação sustentável do manancial, embasará um futuro projeto de lei.

O estudo dividiu em três categorias o solo dos 143 mil km2 do aquífero.

O mapa se divide em áreas de restrição à ocupação (172,9 km2 de áreas de preservação permanente e reservas legais), de ocupação dirigida (25,9 mil km2 considerados vulneráveis à contaminação) e de recuperação ambiental (degradadas por erosões, lixões ou favelas).

Para as áreas de restrição, o estudo indica, entre outros, promover o manejo sustentável e projetos ambientais.

Já para as áreas de ocupação dirigida, as diretrizes do estudo indicam, por exemplo, a necessidade de barrar indústrias de alto risco ambiental, culturas agrícolas que usem agrotóxicos de grande mobilidade e até mesmo a ocupação onde há supressão de florestas.

Já nas áreas degradadas, as regras são peculiares e definidas caso a caso.

Segundo Albuquerque, o estudo será levado para discussão de comitês de bacias hidrográficas e, depois, deverá se tornar um projeto que proteja o aquífero.

Apesar de ter sido mapeado nos anos 70, até hoje o manancial não tem leis específicas que o protejam, de acordo com o pesquisador.

De acordo com ele, foram avaliados os graus de vulnerabilidade conforme a proximidade do solo com o manancial, a presença de mata nativa para protegê-lo e o tipo de atividade econômica.

Para o diretor do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) Carlos Alencastre, o estudo é importante porque propõe uma série de ações para coibir empreendimentos que causem contaminação ao aquífero.

“Ainda tem muita discussão, porque o estudo esbarra em interesses particulares”, afirmou ele.

O promotor Marcelo Pedroso Goulart disse acreditar que o processo será lento por depender do crivo da Assembleia Legislativa.

(Fonte: Folha.com)

Aquífero na Amazônia pode abastecer a população mundial em até 100 vezes

Enquanto boa parte do mundo já encontra-se em estado de alerta em razão da falta de água potável, como é o caso da África Subsaariana e alguns países asiáticos, uma reserva subterrânea situada em plena Amazônia pode ser a maior do planeta, graças a um volume de 86 mil quilômetros cúbicos de água doce, o equivalente para abastecer a população mundial (atualmente estimada em sete bilhões) em até 100 vezes.

A reserva em questão é o Aquífero Alter do Chão, que foi alvo de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), cuja publicação foi feita em abril de 2010. Localizado sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá, o aquífero tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani (com 45 mil km³ de volume), até então considerado o maior do país e que também passa pela Argentina, Paraguai e Uruguai.

“Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando”, afirmou ao portal G1 Milton Matta, geólogo da UFPA.

O especialista adiantou que o Aquífero Alter do Chão deverá ter o nome mudado por ser homônimo de um dos principais pontos turísticos do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água. Uma das sugestões é Aquífero Grande Amazônia, em razão de uma “visibilidade comercial mais interessante”. Matta tenta concluir a segunda etapa do estudo junto ao patrocínio do Banco Mundial e outros apoiadores científicos.

Ele também destacou a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão. “A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea”, comparou Oliveira.

Além do Guarani, que abrange os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estendendo-se à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai, e do Alter do Chão, o Brasil também possui outros aquíferos importantes, como é o caso do Urucuia (BA), Serra Grande (PI) e Cabeças (MA).

Fonte: EcoD

Setor de celulose e organizações ambientalistas apresentam proposta de consenso para o Código Florestal

O setor de celulose e organizações ambientalistas apresentaram hoje (24) um proposta conjunta de mudança no Código Florestal. O texto tem 16 pontos e pretende ser consenso entre as demandas do agronegócio e das instituições da sociedade civil de defesa do meio ambiente.

O documento defende que a legislação incorpore mecanismos de incentivo à preservação e à recuperação de áreas de mata, como o pagamento por serviços ambientais e os créditos de carbono. Segundo o diretor da organização não governamental (ONG) Amigos da Terra, Roberto Smeraldi essa é uma das principais diferenças em relação ao projeto de novo Código Florestal, que tem o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como relator.

“O Código Florestal deve prever incentivos econômicos em vez de multas e sanções”, ressaltou a presidenta da Associação Brasileira de Celulose e Papel [Abracelpa], Elizabeth Carvalhaes. O diretor do Instituto BioAtlântica, Beto Mesquita, defende que esses incentivos, além de estarem adequados à necessidade de preservação, devem chegar à demanda por recuperação da cobertura florestal.

Por isso, ressaltou Smeraldi, o texto apresentado hoje não contempla anistia para proprietários que desmataram mais do que o permitido, ao contrário do previsto na proposta de Rebelo. Não há também isenção da reserva legal para pequenas propriedades ou moratória do desmatamento. O projeto do Código Florestal estipula que a derrubada da mata seja proibida por um prazo de cinco anos após a sua aprovação.

Para Smeraldi, essas diferenças marcam a essência da proposta. O texto busca, de acordo com ele, trazer soluções duradouras para os problemas relativos à preservação e produção. O ambientalista ressaltou que o projeto foi pensado “com uma ideia de futuro e não de resolver passivos tópicos”.

Entre os pontos controversos que o projeto aborda está a questão das áreas de proteção permanente (APPs). A vegetação que protege regiões frágeis, como cursos de água, poderia entrar no cálculo da reserva legal, percentual de mata nativa que deve ser preservada dentro da propriedade. Isso com algumas restrições, entre elas, que não haja a conversão de novas áreas. Não há, no entanto, a previsão de diminuir o tamanho das APPs, como proposto por Rebelo.

Daniel Mello - Fonte: Agência Brasil

Site mostra como é possível combater o trabalho escravo

A ONG Repórter Brasil lança site do programa de educação e prevenção ao trabalho escravo “Escravo, nem pensar!”. Para acessá-lo, clique em http://www.escravonempensar.org.br

O “Escravo, nem pensar!” já formou mais de dois mil educadores e lideranças populares nos Estados de Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí e Tocantins para atuarem na prevenção ao trabalho escravo. O novo site reúne informações e imagens das ações desenvolvidas pelos participantes em 42 municípios desde 2004. O internauta poderá acessar dados sobre projetos comunitários, festivais culturais e concursos escolares realizados com o objetivo de prevenir o aliciamento para o trabalho escravo rural e fortalecer a luta contra essa violação dos direitos humanos.

Na seção “Materiais”, o público terá acesso a vídeos, programas de rádio e documentos para pesquisa sobre temas relacionados ao trabalho escravo, como tráfico de pessoas e questão agrária. Além disso, poderá baixar arquivos com sugestões de atividades pedagógicas criadas especialmente para os educadores que desejam inserir em suas aulas os temas relacionados à escravidão contemporânea.

O site já conta com três opções de atividades inéditas sobre “Trabalho escravo”, “Migração e cana-de-açúcar” e “Soja”. Também estão disponíveis publicações produzidas pelo programa, como a cartilha que registra a experiência de 11 projetos comunitários desenvolvidos em 2010 em municípios participantes do “Escravo, nem pensar!”. São exemplos de como é possível combater o trabalho escravo com poucos recursos desde que haja informação e mobilização popular.

O programa realiza formações de educadores, gestores públicos de Educação e lideranças populares sobre trabalho escravo, produz materiais didáticos e difunde metodologias, realiza e apoia festivais e concursos culturais municipais e estaduais sobre o assunto, articula a formação de uma rede entre participantes de diferentes regiões do país e acompanha o desenvolvimento de projetos temáticos comunitários.

Por meio das ações dos participantes, as informações a respeito do trabalho escravo rural contemporâneo alcançaram aproximadamente 60 mil pessoas. É considerado referência na defesa dos direitos humanos por meio da educação a ponto de ter se tornado meta do 2º Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho.

A Repórter Brasil é uma organização não-governamental, sediada em São Paulo, fundada em 2001 para atuar na área de jornalismo social. Hoje, ela é uma das entidades da sociedade civil que integra a Comissão Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e atua em três frentes nesse sentido: por meio de uma agência de notícias sobre o tema e o programa de rádio “Vozes da Liberdade”, com o objetivo de aumentar a circulação de informações sobre o problema na mídia; um grupo de pesquisas sobre trabalho escravo, agrocombustíveis e outros temas relacionados; e o “Escravo, nem pensar!”.

(Envolverde/Pauta Social)
Por Emilia Calábria, de Assessoria de Imprensa

Energia nuclear no Brasil exige diálogo, diz pesquisador

Planejamento exige diálogo

A discussão sobre a expansão do parque nuclear do Brasil está cercada por controvérsias.

Mas, de acordo com o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), José Eli da Veiga, pelo menos uma certeza surge quando se analisam os argumentos antagônicos sobre a questão: o planejamento energético brasileiro precisa ser mais democrático.

Veiga, que é coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (Nesa) e orienta o Programa de Pós-Graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP, organizou o livro Energia Nuclear: do anátema ao diálogo, lançado na semana passada em São Paulo, com um debate sobre o tema na FEA-USP.

Energia de base térmica

De acordo com Veiga, não há dúvida de que a produção brasileira de energia elétrica, predominantemente hidrelétrica, precisará em breve de uma complementação de base térmica.

O livro reúne artigos de especialistas favoráveis e contrários à adoção da energia nuclear para suprir essa necessidade.

"Não creio que estejamos em condição de dizer que nos aproximamos de um consenso, mas o diálogo existe, como fica claro no livro. Por outro lado, temos que avançar muito nessa discussão. Trata-se de um problema muito sério, especialmente neste momento em que o Brasil está prestes a construir uma quarta usina nuclear, no rio São Francisco", disse.

Riscos necessários

Segundo ele, a alternativa nuclear deve ser debatida, embora envolva riscos. "Se não assumíssemos riscos, hoje não estaríamos voando, ou mesmo andando de trem", comparou.

Nem mesmo a ameaça recente de um acidente nuclear no Japão, após terremoto e tsunami que atingiram a região norte do país, deverá ser suficiente para que outros países renunciem à energia nuclear, afirma.

"No entanto, o acidente tem uma série de implicações. Uma delas, muito importante, é aumentar o interesse da sociedade pelo assunto, o que poderá pressionar o governo por uma maior transparência nessas decisões. A principal conclusão que eu tiro da minha experiência pessoal como organizador do livro é que, no Brasil, o planejamento energético não é transparente, nem é democrático", disse Veiga.

Parcialidade e interesses econômicos

Para o professor, o diálogo entre os especialistas já existe e o conhecimento sobre os prós e contras da energia nuclear está bastante avançado. Mas esse conhecimento ainda não é utilizado de forma imparcial e transparente.

"Não falta conhecimento científico e tecnológico para discutir o planejamento energético. Mas a discussão é feita por grupos e os planos são discutidos em reuniões nas quais são os lobistas que comparecem preparados para fazer uma boa argumentação. Depois disso, os planos se tornam elementos de pressão sobre o governo nas suas alternativas de investimento", disse.

De acordo com Veiga, as decisões em torno do planejamento energético não são coerentes com a estrutura democrática do país. "Estamos em um século no qual teremos que deixar de lado, progressivamente, fontes fósseis como petróleo, carvão e gás. Não é possível que um país seja democrático se uma questão tão séria para o futuro da humanidade não for discutida com transparência", afirmou.

Participação democrática

Uma das vias para superar esse problema, segundo ele, é que a discussão passasse pelo Congresso Nacional. "O Congresso discute temas muito menos importantes. Não seria preciso legislar sobre o assunto, mas não entendo que não passe pelo Congresso uma discussão sobre a construção de uma quarta usina nuclear", disse.

De acordo com Veiga, o livro não foi feito com o objetivo de produzir um consenso, mas sim de esclarecer a controvérsia. "Certamente, os leitores tirarão alguma conclusão, mas talvez não as mesmas, porque o livro não tem a pretensão de produzir um consenso artificial. A tarefa dele é alertar sobre a necessidade de participação democrática e, especialmente, investir contra a desinformação", afirmou.

Veiga explica que uma de suas motivações ao conceber a obra foi perceber que havia uma extrema desinformação sobre a questão nuclear. Segundo ele, muitas vezes na pós-graduação os estudantes não sabiam a diferença entre fusão e fissão nuclear, por exemplo.

"O livro começa explicando os conceitos - o que é energia nuclear e como ela surgiu, por exemplo. Depois há dois capítulos mais técnicos - e fundamentais -, um a favor e outro contra a adoção da energia nuclear como solução para a complementação energética", explicou.

Acidente de Fukushima

No livro, Leonam dos Santos Guimarães, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e assistente da presidência da Eletronuclear, é um dos especialistas que argumentam a favor da alternativa nuclear.

Durante o debate na FEA-USP, ele apontou que o vazamento de material radioativo na usina nuclear de Fukushima, no Japão, não será suficiente para frear a expansão das usinas.

"O problema afetou gravemente um dos quatro reatores da usina de Fukushima. Outras três usinas da região, no entanto, resistiram ao terremoto e ao tsunami de 10 metros e - até pelas características de segurança que essas usinas exigem - estão entre as únicas estruturas industriais que resistiram ao desastre", disse Guimarães.


Mundo repensa energia nuclear depois de 2ª explosão de reator no Japão

Segundo Guimarães, a energia nuclear pode ser uma boa alternativa para atender à demanda de energia e possibilitar o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, sem comprometer o meio ambiente. De acordo com ele, em um grupo de países que inclui a maior parte da população mundial, observa-se uma correlação direta entre o IDH e o consumo de energia elétrica per capita.

"Uma das alternativas para aumentar esses índices é o investimento na energia produzida pelo urânio. Cerca de 73% dos recursos naturais de urânio estão em seis países, sendo que o Brasil tem quase 6% dele. A Austrália é atualmente a maior reserva, mas o Brasil só prospectou até agora um terço do território e estima-se que, no futuro, o país possa ser o primeiro ou segundo maior detentor das reservas mundiais", disse.

Recursos naturais e tecnologia

De acordo com Guimarães, apenas o Brasil, a Rússia e os Estados Unidos têm à sua disposição, simultaneamente, os recursos naturais e a tecnologia para explorar a energia nuclear - o que torna o Brasil privilegiado no contexto da expansão nuclear.

"Hoje, há 45 usinas sendo construídas em 14 países, além de outras 46 em planejamento. Mas a maior parte delas está na China, na Rússia e na Índia. Nossa expansão é modesta diante desses países, o que é ótimo, porque a energia hidrelétrica - limpa, renovável e barata - continuará a ser a base de geração da energia elétrica no país. A energia nuclear, no entanto, será importante para a complementação necessária", afirmou.

O Plano Nacional de Energia para 2030, segundo Guimarães, prevê que haverá necessidade de expansão adicional de 100 mil megawatts, sendo 4 mil megawatts em energia nuclear, 4,7 mil megawatts em biomassa, 3,3 mil megawatts em energia eólica, 3,5 mil megawatts em carvão e 57,3 mil megawatts em energia hidrelétrica.

"Esses números mostram que o Brasil não está elegendo a alternativa nuclear para dominar sua matriz energética. As outras matrizes todas têm previsão de expansão da mesma magnitude. A energia nuclear, no entanto, será fundamental para a complementação", disse.

Premissas equivocadas

O físico José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos especialistas responsáveis pelo capítulo contrário à adoção da alternativa nuclear. De acordo com ele, a posição de que é indispensável aumentar o parque nuclear se baseia em hipóteses questionáveis.

"Tenho várias ressalvas à programação do Plano Nacional de Energia. Os planejadores da área pensam a partir de uma correlação entre o consumo de energia por habitante em função da renda. Com os gráficos que eles apresentam, temos a impressão de que há uma relação linear entre o consumo de energia elétrica e o crescimento do PIB. Essa premissa está completamente equivocada", afirmou.

Segundo Goldemberg, a hipótese dos planejadores da área energética é de que um crescimento anual de 6% do PIB faria praticamente triplicar o consumo de energia elétrica até 2030.

"A argumentação dos planejadores se baseia nessa suposta linearidade entre crescimento do PIB e do consumo de energia. Mas sabemos que essa correlação não é linear. Enquanto argumentam a favor da energia nuclear para atingir esse suposto crescimento de demanda, a questão da eficiência energética - menina dos olhos dos países desenvolvidos - aparece como um fator de segunda ordem no planejamento energético", afirmou.

Segundo Goldemberg, como a energia era no passado um fator de produção pouco importante, por ser barata, não havia encorajamento para que a indústria tornasse os processos mais eficientes.

"Conforme a energia foi encarecendo, a preocupação com a eficiência aumentou. Isso se refletiu até mesmo no projeto dos automóveis. Nos Estados Unidos e na Europa, não se pode mais fazer equipamentos como geladeiras que não respeitem um desempenho energético mínimo", disse.

Térmicas a gás

Goldemberg afirma que é evidente a necessidade de inserir um componente térmico complementar na matriz energética, já que há variações nos reservatórios que geram a energia hidrelétrica. O físico, no entanto, acredita que essa complementação poderia ser feita com alternativas como biomassa e gás.

"Isso não significa que a energia nuclear deva ser abandonada, mas a expansão das usinas é muito questionável. O planejamento brasileiro se baseia em hipóteses simplistas. Além da possibilidade de investir mais em eficiência energética, em centrais de bioeletricidade, também é possível alcançar a complementação energética com os inúmeros projetos de hidrelétricas médias de 500 megawatts previstos até 2019", afirmou.

As hidrelétricas médias, segundo ele, não têm um impacto ambiental tão violento. "Há grande polêmica em torno de usinas como a de Belo Monte, mas isso ocorre porque se trata de um megaprojeto, com megaconsequências como um desmatamento de 500 quilômetros quadrados. Por outro lado, com ou sem a usina, a devastação anual na Amazônia é de 5 mil quilômetros quadrados", disse.

Além de Guimarães e Goldemberg, o livro reúne também artigos de João Roberto Loureiro de Mattos, diretor do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), e Oswaldo dos Santos Lucon, assessor técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, pesquisador do IEE-USP e autor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Agência Fapesp

Brasileiros criam superplástico com abacaxi e banana

Cientistas brasileiros querem que os chamados "carros verdes" - carros ambientalmente corretos, ou menos ambientalmente danosos do que os atuais - tenham o verde guardado fundo em suas fibras mais íntimas.

Alcides Leão e seus colegas da USP desenvolveram uma técnica para usar fibras de abacaxi, banana e outras plantas em uma nova geração de plásticos automotivos.

Superplásticos de plantas

Os plásticos compósitos à base de plantas são mais fortes e mais leves do que os atuais - e mais ambientalmente corretos, por dispensarem uma parte do material à base de petróleo.

Segundo Leão, as fibras retiradas do abacaxi e da banana parecem ser frágeis, mas, quando testadas na forma de fibras de nanocelulose, elas são extremamente fortes - quase tanto quanto o famoso Kevlar, usado na fabricação de roupas à prova de bala.

Com a vantagem de que, ao contrário do Kevlar e de outros plásticos tradicionais, que são feitos de matérias-primas oriundas do petróleo e do gás natural, as fibras de nanocelulose são completamente renováveis.

"As propriedades desses plásticos são incríveis," disse Leão. "Eles são leves, mas muito fortes - 30 vezes mais leves e de 3 a 4 vezes mais fortes. Nós acreditamos que uma grande variedade de peças de automóveis, incluindo painéis, pára-choques e painéis laterais, será feita de nanofibras de frutas no futuro."

E em um futuro próximo: segundo Leão, os superplásticos à base de nanocelulose poderão estar no mercado dentro de dois anos.

Além do aumento na segurança, os bioplásticos permitirão a redução do peso do veículo, com um ganho direto na economia de combustível.

O pesquisador brasileiro cita ainda outras vantagens. Segundo ele, os plásticos com as nanofibras de frutas incorporadas têm maior resistência a danos causados pelo calor e por derramamento de líquidos, como a gasolina.

Nanocelulose

A celulose é o material básico que forma a madeira e outras partes das plantas.

Suas fibras, em suas dimensões naturais, têm sido usadas na fabricação de papel há séculos.

Mais recentemente, os cientistas descobriram que o processamento intensivo da celulose libera fibras extremamente pequenas, a chamada nanocelulose - fibras com comprimentos na faixa dos nanômetros, ou bilionésimos de metro.

Estas nanofibras são tão pequenas que seria necessário colocar 50.000 delas enfileiradas para cobrir o diâmetro de um fio de cabelo humano.

Assim como as fibras de vidro e fibras de carbono, as fibras de nanocelulose podem ser adicionadas às matérias-primas usadas na fabricação do plástico, gerando plásticos reforçados que são mais fortes e mais duráveis.

Nanofibras

Leão afirma que as folhas e caules de abacaxi são mais promissores como fonte de nanocelulose do que a madeira comum.

Outras fontes adequadas de nanocelulose estudadas pelo grupo são o curauá (Ananás Erectifolius)), um parente do abacaxi, a banana, a casca de coco e o sisal.

Para preparar as nanofibras, os cientistas colocaram as folhas e caules de abacaxi ou das demais plantas em um equipamento parecido com uma panela de pressão.

O "molho" é formado por um conjunto de compostos químicos, e o cozimento é feito em vários ciclos, até produzir um material fino, parecido com o talco.

O processo é caro, mas é necessário apenas um quilograma de nanocelulose para produzir 100 quilogramas de plásticos leves e super-reforçados.

"Por enquanto nós estamos focando na substituição dos plásticos automotivos," disse Leão. "Mas no futuro poderemos substituir peças automotivas hoje feitas de aço ou alumínio usando esses materiais à base de nanocelulose de plantas."

Redação do Site Inovação Tecnológica

PARAÍSO ECOLÓGICO GAÚCHO

Estação Ecológica do Taim

A vida no paraíso

Escuta-se o grito ao longe: é alto e estridente. O do macho corresponde mais ou menos a tahã, enquanto o da fêmea é mais compreensível -- tahim, tahim.

Tachã, é a sua denominação geral. Embora alguns digam que os primeiros exemplares migraram do Uruguai, esta teoria não tem unanimidade. Essa ave, pouco maior que uma galinha, mas imponente e arisca, é da própria região. Dos banhados do Taim, cuja denominação teria se originado do grito da fêmea.

A outra versão para a origem do nome desses banhados vincula-se a seus antigos ocupantes, os índios. Contam as lendas que havia uma deusa, de nome Itaí, que, popularizado, terminou se transformando em Taim.

Embora esse sempre tenha sido um vazio econômico, a sua história é rica.

Quando as coroas portuguesa e espanhola disputavam o sul do atual Brasil, essa era a Terra de Ninguém, que não pertencia nem a uma e nem a outra coroa, até porque, toda em banhados, não despertava maior interesse econômico.

Mas foi naquelas imediações que se travaram sangrentos combates, inclusive envolvendo os índios guaranis das reduções jesuíticas do noroeste do atual Rio Grande do Sul, que reconquistaram Montevidéu para a coroa espanhola, no século XVIII.

Mais tarde, por tratar-se de uma área isolada, mafiosos italianos refugiaram-se em suas terras, em busca de proteção, chegando a construir uma sede social em Santa Vitória do Palmar, que ainda existe e está sob os cuidados do Consulado da Itália em Porto Alegre.

Ocupação econômica

A ocupação dessas terras que se deu após tantos conflitos, chegou aos tempos atuais na forma de grandes fazendas de produção de arroz, para aproveitamento das águas das lagoas da faixa costeira, e de criação extensiva de gado.

Mas a partir de todos os meses de agosto, até o fim do verão, a monotonia dos campos sempre foi quebrada pela presença de lindas aves, que percorrem milhares de quilômetros para alcançar a região, onde encontram tranquilidade para procriar e alimentação para enfrentar o período distante dos habitats naturais, onde essa época é muito fria. Por que isso acontece?

Cadeia Alimentar

A Estação Ecológica do Taim é estratégica para o equilibrio ambiental em todo o continente. Os seus banhados são utilizados para alimentação e reprodução de aves tanto do Hemisfério Norte quanto do extremo-sul da América. Veja por que aves de vários pontos do continente procuram o Taim:

O lôdo, limo e algas dos banhados e lagoas, servem de alimentação para um caramujo conhecido como pomácea. Este caramujo, por sua vez, serve de alimento para diversas aves, como o marrecão, que vem, a exemplo do cisne-do-pescoço-preto, dos lagos gelados da Patagônia. E também a alguns mamíferos.

As aves, que também se alimentam de pequenos peixes das lagoas e até dos filhotes de capivaras e ratões do banhado (caso do gavião carcará), servem, por sua vez, de alimento para outros animais, entre os quais o gato palheiro, graxaim, mão-pelada, que disputam o mesmo espectro de animais com outros carnívoros, como o furão, zurrilho, jacaré-do-papo-amarelo, os gaviões cara-cara, chimango do mangue e com o corujão e a coruja branca de igreja, entre outros.

As Aves do Taim

Com seus ecossistemas muito equilibrados, o Taim é, em todo o sul do país, um dos lugares mais importantes para a preservação da flora e da fauna do continente.

Num cadastramento realizado nos anos de 1985 e 1986 pelas Universidades Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e de Santa Maria e a Fundação Zoobotânica, verificou-se que vivem em seus banhados e campos ao menos 211 aves, das quais 50 migratórias. Dessas, 10 procediam do sul do continente, entre flamingos, marrecas, passarinhos diversos, o gavião cinza e o cisne-do-pescocó-preto.

Do Hemisfério Norte (Canadá e Estados Unidos), procediam 27: falcão peregrino (que percorre longas distâncias pelo mundo afora), diversos maçaricos, gaviões e a marreca colorada, além de tesourinhas e cinco espécies de andorinhas.

Foram encontrados ainda 59 répteis, incluindo jacarés (sendo mais popular o do papo amarelo), cobras, lagartos e minhocões; 26 anfíbios (sapos, rãs, pererecas e outros); 37 mamíferos, como as capivaras ou capinchos, ratões, preás, gambás e outros roedores; e mais 50 variedades de peixes.

Número de participantes da Hora do Planeta bate recorde no Brasil

Milhares de pessoas em 123 cidades brasileiras participaram da Hora do Planeta, no sábado, 26 de março. A presença de 20 capitais em conjunto com mais de 1.900 empresas e organizações resultou em um recorde de público desde que o evento foi iniciado no Brasil, há três anos.

A mobilização para deixar o país às escuras teve início às 20h30, horário de Brasília. Capitais como Campo Grande, Vitória, Salvador e São Paulo apagaram as luzes de diversos ícones das cidades em um gesto que chamou atenção para os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

No Rio de Janeiro, cidade sede do evento brasileiro de 2011, cerca de 3,5 mil pessoas sambaram nos Arcos da Lapa, ao som das baterias das escolas de samba Mangueira, Portela, União da Ilha e Grande Rio.

A abertura da Hora do Planeta foi realizada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, pelo prefeito Eduardo Paes e pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Mic, que, juntos, desligaram as luzes de ícones como o Cristo Redentor, a orla de Copacabana, o Arpoador, o Pão de Açúcar e os Arcos da Lapa.

Com a cidade no escuro, foi a vez de os cidadãos realizarem um minuto de silêncio em homenagem às vítimas das enchentes no Brasil no início do ano, que afetaram severamente o estado do Rio de Janeiro, e aos recentes terremotos e tsunami no Japão.

Em Brasília, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti, se reuniram no Museu da República para desligar um grande interruptor que simbolizou o apagar de luzes da cidade. Locais como a Esplanada dos Ministérios, o Palácio do Buriti e o Memorial JK também ficaram apagados.

A participação de três cidades do Acre (Xapuri, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira) também chamou atenção dos realizadores do evento, mas foi a capital Rio Branco que concentrou grande parte das atividades. Um delas foi a “bicicleata” que partiu da sede do Governo Estadual e chegou na Ponte JK – ambos os pontos estavam apagados. A mobilização também lembrou o nome do ambientalista Chico Mendes e contou com a presença da filha dele, Elenira Mendes.

A terra de Padre Cícero, Juazeiro do Norte, no Ceará, também participou da celebração pelo planeta e apagou suas luzes por uma hora. Durante o período de escuridão a população aproveitou para observar estrelas, nebulosas, Saturno e seus anéis, em três telescópios oferecidos pela estação astronômica PieGise.

Hora do Planeta no mundo – Em todos os sete continentes cerca de 134 países e territórios participaram da Hora do Planeta, mas o número não é preciso. De acordo com o cofundador e diretor executivo do evento, Andy Ridley, “a lista de participantes oficiais sempre fica aquém do nível real de participação”.

“Depois do evento, a gente sempre descobre que ele foi realizado em países que nunca nos contataram, em lugares que nunca ouvimos falar”, completou.

A edição de 2011 da Hora do Planeta teve início nas ilhas Fiji e na Nova Zelândia, e terminou 24 horas mais tarde nas Ilhas Cook. A estimativa é que o número de participantes tenha ultrapassado o marco de cem milhões de pessoas.

(Fonte: Portal Terra)

Nova tecnologia permite a criação de vacinas contra várias doenças

O cientista colombiano Manuel Elkin Patarroyo anunciou nesta segunda-feira (28) a descoberta de princípios químicos que permitirão a criação de novas vacinas sintéticas. Com a nova tecnologia, espera-se que seja possível prevenir praticamente todas as doenças infecciosas do mundo. A revista científica norte-americana Chemical Reviews divulgou nesta segunda o achado, fruto de mais de 30 anos de pesquisa

Trata-se de “um conjunto de princípios, de regras, que quando aplicadas permitem a produção de vacinas contra as diversas doenças que existem no mundo, assim poderemos cobrir praticamente as 517 doenças infecciosas existentes”, afirmou à Efe. Patarroyo já era conhecido anteriormente por ter criado a primeira vacina sintética contra a malária, na década de 1980.

Trabalhando com o protozoário causador da malária, os cientistas da Fundação Instituto de Imunologia da Colômbia focaram a pesquisa na estrutura química das proteínas ou moléculas usadas pelo microorganismo para se fixar às células que ele infecta.

A partir daí, criaram proteínas sintéticas capazes de aderir aos glóbulos vermelhos. Desta forma, o sistema imunológico passa a reconhecer o corpo estranho e se prontifica a destruí-lo caso se depare novamente com ele no futuro – grosso modo, este é o modo de funcionamento de qualquer vacina.

A vacina, chamada de COLFAVAC, apresentou eficiência acima de 90% nos testes com macacos. “Vamos começar os testes com humanos e estamos absolutamente certos de que teremos os mesmos resultados”, afirmou Patarroyo

Dentre as doenças que podem ser prevenidas a partir desta técnica, o cientista destaca a tuberculose, a dengue, o HPV, a hepatite C e a hanseníase.

(Fonte: G1)

Vírus desconhecido causou doença misteriosa na China

Doença misteriosa

Em 2006, um grande número de agricultores na região central da China começou a cair vítima de uma doença misteriosa.

Marcada pela febre alta, distúrbio gastrointestinal, a doença apresentou uma taxa de mortalidade inicial terrível, chegando a 30% das pessoas que apresentaram os primeiros sintomas.

Cientistas do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças correram para o local do surto.

Com base em indícios de DNA, eles rapidamente concluíram que o surto havia sido causado por anaplasmose granulocítica humana, uma bactéria transmitida pela picada de carrapatos.

Vírus desconhecido

Agora, porém, estudos mais detalhados demonstraram que a conclusão original estava errada.

Na verdade, um vírus anteriormente desconhecido e muito perigoso tem sido o responsável pelos surtos sazonais da doença nas seis províncias mais populosas da China.

"Esperávamos encontrar uma infecção bacteriana se comportando de forma inesperada - a anaplasmose humana tem menos de um por cento de taxa de letalidade nos EUA, e raramente causa dor abdominal, vômito ou diarreia," explica o Dr. Xue-Jie Yu, da Universidade do Texas.

"Mas o que encontramos foi um novo vírus até agora desconhecido," afirma ele. A descoberta foi anunciada em um artigo que será publicado no New England Journal of Medicine.

Vírus da Febre Severa com Síndrome de Trombocitopenia

Os pesquisadores batizaram o novo patógeno de Vírus da Febre Severa com Síndrome de Trombocitopenia, e catalogaram-no na família Bunyaviridae, juntamente com o hantavírus e com o vírus da Febre de Rift Valley.

Uma investigação posterior, com dados de novos surtos, estimou a taxa de mortalidade do vírus em uma média de 12 por cento, ainda alarmante.

Os cientistas tiveram certeza de que se tratava de um vírus depois que soros obtidos de pacientes infectados mantiveram sua capacidade de matar células mesmo depois de terem passado por um filtro que bloqueia todas as bactérias.

Testes genéticos não conseguiram gerar uma correspondência com nenhum vírus conhecido, o que levou os pesquisadores a se concentrarem na identificação do novo vírus.

Vírus transmitido pelo carrapato

Mas os cientistas que analisaram o problema em primeiro lugar estavam certos em uma coisa: o vírus é transmitido por carrapatos.

"Esta parece ser uma doença transmitida por carrapatos, a doença surge quando os carrapatos saem, no final de março até o final de julho.

"Felizmente, embora o ciclo de vida do vírus ainda não esteja claro, sabemos que os seres humanos são um beco sem saída para ele - não temos transmissão de humano para humano, como tivemos com a SARS," conclui Yu.

Redação do Diário da Saúde

Desvendado mistério da cidade dos gêmeos

Cidade dos gêmeos

A apresentação de uma possível solução para o mistério da "cidade dos gêmeos" gaúcha é destaque nesta sexta-feira no jornal americano The New York Times.

Reforçando o destaque internacional que o tema tem recebido pela imprensa mundial, a reportagem aguarda as revelações de um estudo conduzido para explicar o alto percentual de nascimento de gêmeos em Cândido Godói (RS), uma história que motivou várias especulações.

O mistério aumentou quando o jornalista argentino Jorge Camarasa, autor de uma biografia sobre o geneticista nazista Josef Mengele, sugeriu que o fenômeno poderia ter sido resultado dos experimentos realizados por ele durante uma suposta passagem pela região nos anos 1960.

Os moradores se perguntam também se se trata de alguma substância presente na água da cidade, segundo reza a lenda local.

Solução genética

"Um grupo de cientistas agora pode descartar esses rumores de longa data. Úrsula Matte, uma geneticista de Porto Alegre, afirma que uma série de testes de DNA conduzidos em 30 famílias a partir de 2009 identificou um gene específico entre a população de Cândido Godói que aparece mais frequentemente em mães de famílias com gêmeos que naquelas sem gêmeos", escreve o jornal americano.

"O fenômeno é reforçado por um alto nível de procriação consanguínea entre a população, composta quase inteiramente por imigrantes de língua alemã."

Os detalhes serão apresentados em um evento da prefeitura nesta sexta-feira, após dois anos de pesquisas conduzidas pelo Instituto Nacional de Genética Médica Populacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Fenômeno pré-Mengele

A pesquisadora foi a primeira a registrar cientificamente o fenômeno, particularmente notável na pequena São Pedro, um vilarejo de 350 moradores perto de Cândido Godói. Entre 1990 e 1994, o percentual de nascimentos de gêmeos em São Pedro foi de 10%, comparado com a média nacional de 1%.

A pesquisa analisou certidões de nascimento de 80 anos atrás e concluiu que o fenômeno dos gêmeos já existia nos anos 1930, antes da suposta passagem de Mengele pelo sul do Brasil.

Estudos feitos na água local não mostraram nenhuma substância atípica.

Fonte BBC

Teste do pezinho terá que detectar fibrose cística

Fibrose cística

Por determinação da Justiça Federal em São Paulo, o Poder Público deverá incluir a fibrose cística como uma das doenças a serem detectadas pelo teste do pezinho, hoje oferecido gratuitamente a todos os recém-nascidos no estado.

O Poder Público terá de custear também o atendimento médico, fornecer medicamentos e insumos gratuitamente, e pagar todas as despesas do tratamento das pessoas portadoras de fibrose cística em suas diferentes fases, no estado de São Paulo.

Segundo a sentença, do juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal Cível, será aplicada multa de R$ 1.000 por dia, caso as medidas não sejam implementadas.

Pela decisão, a medida terá de ser adotada de forma definitiva e imediata. A informação é da Procuradoria da República em São Paulo.

Teste completo do pezinho

A decisão foi tomada a partir de ação movida pelo Ministério Público Federal e baseada em portaria do Ministério da Saúde, de 2001, que estabelece que os exames feitos a partir do teste do pezinho deveriam passar a incluir as doenças falciformes e a fibrose cística.

As doenças falciformes já são detectadas nos exames neonatais, mas o teste para a detecção precoce da fibrose cística é feito apenas em quatro estados: Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, e na rede particular.

O teste do pezinho detecta, na fase 1, a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito; na fase 2, a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias; e, na fase 3 (feita apenas em quatro estados), a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, as doenças falciformes, outras hemoglobinopatias e a fibrose cística.

A fibrose cística, também conhecida como mucoviscidose, é uma doença genética causada por um distúrbio nas secreções de algumas glândulas. Nos pacientes afetados, as glândulas exócrinas produzem uma secreção muito mais espessa do que nas crianças normais.

Bruno Bocchini - Agência Brasil

Brasileiros têm baixa imunidade contra dengue tipo 4

Falta de proteção

Depois da confirmação de casos de dengue tipo 4 em mais três estados na última semana, especialistas mostram preocupação pelo fato da maior parte dos brasileiros não ter imunidade contra esse tipo de vírus, o que aumenta as chances de casos graves da doença.

De acordo com o infectologista Celso Granato, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o vírus tipo 4 não é mais perigoso ou letal em relação às outras variações (1,2 ou 3).

Os sintomas são idênticos - dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e vômito, assim como o tratamento.

No entanto, esse sorotipo não circulava há pelo menos 28 anos no Brasil e a maioria da população não teve contato com ele, por isso está desprotegida.

Imunidade contra dengue

Quando uma pessoa contrai um tipo de dengue cria imunidade a esse vírus, porém pode ser infectado pelos outros tipos. Por exemplo, quem teve dengue tipo 1, pode ter dengue tipo 2, 3 ou 4. A cada vez que indivíduo é infectado, maior a possibilidade de contrair a forma grave, como dengue hemorrágica.

"Uma parcela da população poderá ter dengue pela segunda vez, pela terceira vez [por causa do sorotipo viral 4]. O vírus não é pior, mas a população está suscetível. A maioria está experimentada para os tipos 1 e 3", disse Celso Granato.

O último levantamento do Ministério da Saúde revelou que a maioria das vítimas de dengue no país é infectada pelo tipo 1. Das 1.856 amostras de sangue analisadas, 81,8% deram positivo para esse sorotipo.

A dengue 4 apareceu em 5,4% das análises, apenas para os estados de Roraima, do Amazonas e do Pará.

Falta de imunidade

A falta de imunidade ao vírus eleva as chances de uma epidemia de dengue 4 no Brasil. Para o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Edmilson Migowski, o aumento de casos da doença não deve ser imediato. Ele prevê que o efeito deve ser sentido no verão de 2012.

"Se nada for feito para o controle do mosquito, podemos ter um cenário drástico no verão de 2012. A epidemia tipo 4 não poupará ninguém", alerta o especialista.

O Ministério da Saúde reconhece a possibilidade de mais casos graves da doença por causa do sorotipo viral 4. Até o momento, não há epidemia em nenhum estado associada à dengue 4.

De acordo com o órgão, países da América Latina e do Caribe, onde há circulação do vírus, também não registraram epidemias provocadas pelo vírus. Como precaução, o governo federal recomenda às secretarias estaduais e municipais o reforço nas ações de controle do mosquito transmissor, Aedes aegypti, para evitar novos casos.

"A orientação é para que sejam aplicadas medidas de contenção, com aplicação de larvicidas e inseticidas nos bairros das cidades com confirmação de casos, e visitas de agentes comunitários de saúde em 100% dos domicílios com casos suspeitos e confirmados de Dengue-4. Além disso, intensificar ações de eliminação de criadouros, limpeza urbana e busca ativa de novos casos suspeitos", informou o ministério.

Notificação de dengue 4

Desde o início do ano, o ministério tornou obrigatória a notificação dos casos de dengue 4.

No total, foram 51 casos espalhados pelos seguintes estados: Roraima (18), Amazonas (17), Pará (11), Rio de Janeiro (dois), Bahia (dois) e Piauí (um), conforme dados das secretarias estaduais de Saúde.

As primeiras notificações ocorreram em Roraima, a partir de julho do ano passado, por onde o vírus reingressou no país proveniente da Venezuela, segundo especialistas. Os registros mais recentes foram na Bahia e no Rio de Janeiro.

Carolina Pimentel - Agência Brasil

Brasileiros restauram fertilidade de óvulos inférteis

Restauração de óvulos

Um grupo de pesquisadores brasileiros confirmou a eficiência de uma nova ferramenta biotecnológica para recuperar o desenvolvimento de óvulos de mulheres inférteis.

O estudo, coordenado por Marcos Chiaratti e Flávio Meirelles, da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga, foi capa edição de fevereiro da revista Reproductive Biomedicine.

De acordo com Chiaratti, o trabalho ressalta a enorme capacidade da técnica para restaurar o desenvolvimento embrionário de óvulos inférteis sem consequências para o recém-nascido.

"No estudo, utilizamos o modelo bovino, mas a grande similaridade do período de desenvolvimento embrionário e fetal indica que a técnica poderá ser importante também no contexto humano. O estudo abre as portas para estudos pré-clínicos visando à futura aplicação dessa ferramenta em humanos", disse.

Infertilidade pela idade

Segundo Chiaritti, a técnica tem grande implicação para mulheres que sofrem de infertilidade, principalmente devido ao envelhecimento. "De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Medicina Reprodutiva, 30% das mulheres entre 35 e 39 anos de idade são inférteis e esta porcentagem cresce para 64% entre as mulheres com 40 a 44 anos", disse.

A técnica consiste na transferência de pequenas porções de citoplasma provenientes de óvulos de mulheres mais jovens para óvulos de mulheres inférteis. "Havia a hipótese de que essa transferência de citoplasma pudesse suprir possíveis deficiências dos óvulos dessas mulheres com problemas de fertilidade", apontou.

A transferência de citoplasma foi utilizada no final da década de 1990 em clínicas de reprodução humana assistida dos Estados Unidos e também em alguns outros países, resultando no nascimento de pelo menos 16 crianças. Entretanto, embora tenha-se mostrado muito promissora, foi proibida pela Food and Drug Administration (FDA), agência do governo dos Estados Unidos.

"A ferramenta foi utilizada em humanos sem a realização de ensaios pré-clínicos. Embora fosse um recurso promissor, não havia informação suficiente sobre ela, que acabou sendo proibida. Não se tinha garantias de que o uso da técnica pudesse perpetuar alguma patologia hereditária de uma mãe que tem um quadro de infertilidade", disse.

Na época, segundo Chiaritti, não se sabia porque a técnica funcionava. Uma das hipóteses levantadas era a de que os óvulos recuperavam o desenvolvimento embrionário graças à introdução de mitocôndrias novas contidas no citoplasma implantado. "Conjecturou-se que a infertilidade fosse causada por baixa atividade das mitocôndrias, mas nada disso foi provado", disse.

Gravidez tardia e segura

Nos últimos anos, vários trabalhos têm investigado a técnica em modelos animais, confirmando os resultados prévios descritos em humanos. "Nosso experimento gerou animais saudáveis em 100% dos casos. Como foi feito em bovinos, é um excelente indicativo de que a técnica é segura também para humanos", disse Chiaritti.

No experimento, os óvulos bovinos foram submetidos a aplicação de brometo de etídio. A droga tem efeito específico nas mitocôndrias e o defeito causado nos óvulos simulava o problema das mulheres que sofrem com a infertilidade.

"Depois disso, utilizamos a técnica de transferência de citoplasma e tivemos uma recuperação de 100% do rendimento dos óvulos, em termos de desenvolvimento embrionário", afirmou.

Na época em que a técnica foi aplicada em humanos, duas das crianças nasceram com defeitos cromossômicos. Isso também foi um dos argumentos para que a FDA proibisse o procedimento.

"Hoje, sabemos que esses defeitos não foram causados pelo uso da técnica, mas porque há uma incidência maior desses defeitos cromossômicos na gravidez de mulheres mais velhas. No caso das vacas, nenhum dos animais nascidos apresentou qualquer anomalia", disse.

Técnicas de recuperação embrionária

De acordo com Meirelles, após a publicação, o artigo mereceu um comentário na própria Reproductive Biomedicine, assinado por Henry Malter, renomado especialista em reprodução humana assistida do centro Genesis Fertility and Reproductive Medicine, nos Estados Unidos.

"O artigo foi considerado muito importante, porque a técnica, que pode trazer grandes benefícios para a medicina reprodutiva, havia sido deixada de lado há muitos anos. A pesquisa abre a perspectiva para que finalmente possam ser feitos estudos pré-clínicos, possibilitando a aplicação no futuro", afirmou Meirelles.

Segundo ele, o desenvolvimento de técnicas que ajudem a recuperar o desenvolvimento embrionário se torna cada vez mais importante à medida que as mulheres estão engravidando cada vez mais tarde.

"Sabemos que a fertilidade do ser humano cai gradualmente com o tempo. Essa técnica, especificamente, consegue trazer benefícios para indivíduos que não respondem nem mesmo à fertilização in vitro. O grande avanço que esse trabalho representa consiste em mostrar, mediante o modelo animal, que a técnica é segura", afirmou.

O estudo também teve colaboração de pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal (SP), da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), e da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Montréal (Canadá).

Agência Fapesp

Bisfenol: A afeta desenvolvimento do ouvido durante gestação

Efeitos do bisfenol na gravidez

O Bisfenol A, presente em embalagens plásticas e até em mamadeiras, tem efeitos já bem-documentados sobre a reprodução e o desenvolvimento infantil.

Isto está levando que, aos poucos, o bisfenol seja banido do contato com alimentos.

Agora, um estudo realizado na França revelou que o material induz anomalias no ouvido interno de embriões de vertebrados, um efeito até agora desconhecido e que pode ter influência negativa sobre o feto durante a gravidez.

O estudo, liderado por Vincent Laudet, da Universidade de Lion, foi publicado na revista BMC Developmental Biology.

Perigos do bisfenol A (BPA)

O bisfenol A, ou BPA, é um composto químico sintético amplamente utilizado na fabricação de embalagens industriais, como garrafas plástico de policarbonato e outros objetos de uso cotidiano, como CDs, óculos, garrafas de plástico e algumas mamadeiras.

O material também é empregado em resinas epóxi utilizadas no revestimento interno de latas estanhadas para armazenamento de alimentos e em amálgamas dentários.

Contudo, o BPA pode alterar o equilíbrio hormonal dos vertebrados interagindo diretamente com os receptores hormonais ou com as enzimas que asseguram o metabolismo desses hormônios: o bisfenol A é um disruptor endócrino.

De fato, o BPA é capaz de se ligar aos receptores de estrogênio, o hormônio sexual feminino, e imitar sua ação no organismo.

Por esta razão, o bisfenol A é agora classificado como uma "reprotoxina categoria 3" - em outras palavras, como uma "substância que causa preocupação para a fertilidade humana", devido aos "possíveis efeitos tóxicos" na reprodução.

Bisfenol na formação do feto

Os resultados mostram, pela primeira vez, a sensibilidade do ouvido interno dos vertebrados ao bisfenol A.

O estudo demonstra que os efeitos deste composto químico sobre o desenvolvimento embrionário dos animais, incluindo mamíferos, precisam ser explorados com maior profundidade.

Até agora, a maioria dos estudos realizados para caracterizar e avaliar os efeitos do bisfenol sobre o corpo humano têm-se centrado na função reprodutiva e no desenvolvimento do cérebro.

Os pesquisadores franceses, por outro lado, centraram-se sobre o efeito deste composto no desenvolvimento embrionário.

Equilíbrio e audição

Os resultados foram surpreendentes, para dizer o mínimo: após a exposição ao BPA, a maioria dos embriões desenvolveu anormalidades dos otólitos, as pequenas estruturas do ouvido interno que controlam o equilíbrio e desempenham um papel importante na audição.

Agregados de otólitos se formaram em 60% dos embriões. Outras alterações menos frequentes do ouvido interno também foram observadas.

Acima de uma concentração de 15 mg/L, todos os animais desenvolveram anomalias - no entanto, esta dose corresponde a uma exposição muito aguda, muito superior à exposição a que os seres humanos estão propensos hoje.

Efeitos do bisfenol A

Além disso, os pesquisadores observaram que as anomalias persistiram mesmo quando os receptores de estrogênio - os alvos convencionais do bisfenol A - foram bloqueados, o que implica que o BPA pode se ligar a um outro receptor.

Este novo efeito agora descoberto pode ser completamente independente dos receptores de estrogênio.

Este trabalho demonstra claramente que, além de seus efeitos tóxicos para a reprodução, o bisfenol A em doses muito altas também tem um efeito sobre o desenvolvimento embrionário.

A pesquisa também mostra que este composto tem mais alvos do que se pensava anteriormente.

Finalmente, o estudo abre novas vias de investigação para caracterizar a forma como o bisfenol A funciona, bem como para avaliar corretamente os seus efeitos.

Redação do Diário da Saúde

segunda-feira, 28 de março de 2011

Seja um voluntário!



O que é ser voluntário!

Segundo a Lei 9.608 de 18/02/1998, o serviço voluntário é o trabalho não-remunerado realizado por pessoas físicas, sem gerar nenhum tipo de vínculo empregatício, obrigações trabalhistas ou previdenciárias.

O vocábulo voluntário vem do latim e está ligado ao verbo querer e à ideia de vontade como voglia, volontá, volere, volentieri, palavras que, na língua italiana, tem todas o mesmo significado próximo: vontade, desejo, querer, estar de boa vontade, querer com muito gosto, etc.

Um voluntário é aquele que está disposto a olhar o próximo, importar-se com ele e fazer algo de bom por ele. Motivado por valores de solidariedade, doa seu tempo, trabalho, recursos e talento para uma causa de interesse social.

De maneira participante e consciente, o voluntário torna-se um transformador do seu meio e poderá possuir diferentes graus de comprometimento:

•ações mais permanentes, que requerem voluntários com habilidades para exercer funções específicas
•ações esporádicas ou pontuais, que não exigem experiência prévia e são determinadas pela durabilidade dos projetos.


Os voluntários podem contribuir de diversas maneiras: abordando novas idéias, executando tarefas, exercendo funções de liderança e multiplicando esforços.

Porque ser um voluntário?Muitas pessoas procuram no trabalho voluntário uma oportunidade para ajudar a minimizar problemas sociais no nosso país. Para outras, além de alterar de forma produtiva o seu meio, participar de programas de voluntariado representa uma melhoria em sua saúde e no seu bem estar físico e emocional.

Com essas pequenas ações de cidadania temos um resultado global com a melhoria na qualidade de vida de todos.

Habitat Brasil oferece um Programa de Voluntariado diversificado através do qual você poderá:

•apoiar o desenvolvimento local de uma comunidade;
•contribuir com uma causa e transformar a sociedade;
•sentir-se útil e valorizado;
•potencializar suas habilidades valorizando a sua carreira profissional.


Zona sul do Rio Grande do Sul

Pelotas

Coordenador: Mara Rosângela Alves Casa
Fones: 55 (53) 3028.1541 e 55 (53) 8116.6061
Endereço: Rua Sete de setembro, 274 sala 109 Centro - 96015-300
E-mail: parceirovol@terra.com.br
Horário de Atendimento: tarde

Rio Grande

Coordenadora: Bruna Rodrigues Leão
Fones: 55 (53) 3231.2399 R.28
Endereço: Praça Xavier Ferreira, 430 - 1º andar - CEP: 96200-020
E-mail: pvriogrande@camaradecomercio.com.br

Dom Pedrito

Coordenadoras: Daniela Machado / Tula Rejane Lazzaretti da Silveira
Fones: 55 (53) 3243-3360
Endereço: Rua Duque de Caxias, 1348 CEP:99300-000
E-mail: parceirosvoluntariosdp@hotmail.com

Bagé

Coordenadora: Liselene Bidone
Fones: (53) 3242.5022 / (53) 3242.5771
Endereço: Rua General Neto, 19/2º andar - CEP: 96415-000
E-mail: aciba@alternet.com.br
Horário de funcionamento:
3ª-feira: das 10h às 12h
4ª-feira: das 14h às 17h
5ª-feira: das 10h às 12h

Canguçu

Projeto
Amigos de Morena Rosa (ORKUT)

Voluntáriado na proteção animal.

SANDRA e PAULA MOREIRA
Fernando Osório,1701,centro
Canguçu-RS
53 84131095 53 84041206
53 91323393 53 91530767
Email: amigosdemorenaflor@hotmail.com


Outras localidades do Rio Grande do Sul acesse e veja no site:

http://www.parceirosvoluntarios.org.br/Componentes/Rede/MapaRede.asp

Quer ser voluntário e não sabe como?

Acesse o site:
www.parceirosvoluntarios.org.br
http://www.voluntarios.com.br

02 ABRIL - DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO

Você sabe o que é autismo?

Histórico

O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”.

Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica.

Mas foi Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para referir-se ao quadro de esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo.

Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, que trabalhava em Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de onze casos clínicos de crianças em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” (Autistic Disturbances of Affective Contact).

As crianças investigadas por Kanner apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e situações desde o início da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.

Segundo Kanner, o autismo era causado por pais altamente intelectualizados, pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações humanas da criança.

Em 1944, o pediatra austríaco Hans Asperger, em Viena, descreveu crianças que tinham dificuldades de integrar-se socialmente em grupos, denominando esta condição de “Psicopatia Autística” para transmitir a natureza estável do transtorno. Estas crianças exibiam um prejuízo social marcado, assemelhavam-se com as descritas por Kanner, porém tinham linguagem bem preservada e pareciam mais inteligentes. Entretanto, Asperger acreditava que elas eram diferentes das crianças com autismo na medida em que não eram tão perturbadas, demonstravam capacidades especiais, desenvolviam fala altamente gramatical em uma idade precoce, não apresentavam sintomas antes do terceiro ano de vida e tinham um bom prognóstico.

A publicação de Kanner ficou conhecida, enquanto que o artigo de Asperger, escrito em alemão, só foi transcrito para o inglês por Lorna Wing, em 1981.

O transtorno de Asperger se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de retardo ou deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo.

A diferença fundamental entre um indivíduo com autismo de alto funcionamento e um indivíduo com transtorno de Asperger é que o com autismo possui QI executivo maior que o verbal e atraso na aquisição da linguagem. Na prática clínica, a distinção fará pouca diferença, porque o tratamento é basicamente o mesmo.

É relevante salientar que algumas das especulações da publicação original de Kanner, como a frieza afetiva dos familiares (particularmente a da mãe), de a inteligência das crianças ser normal e de não haver presença de co-morbidade, com o tempo, mostraram-se incorretas.

Com a evolução das pesquisas científicas, concluiu-se que o autismo não é um distúrbio do contato afetivo, mas sim um distúrbio do desenvolvimento.

Em 1976, Lorna Wing relatou que os indivíduos com autismo apresentam déficits específicos em três áreas: imaginação, socialização e comunicação, o que ficou conhecido como “Tríade de Wing”.

O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.

DEFINIÇÃO DA AUTISM SOCIETY OF AMERICAN – ASA (1978)

Autism Society of American = Associação Americana de Autismo.

O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa causar a doença.

Segundo a ASA, os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo.

Incluem:

1. Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas.
2. Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.
3. Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de idéias. Uso de palavras sem associação com o significado.
4. Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida.

Fonte: Gauderer, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. pg 3.


DEFINIÇÃO DO DSM-IV-TR (2002)

O Transtorno Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.


DEFINIÇÃO DA CID-10 (2000)

Autismo infantil: Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).


Tratamento

A gravidade do autismo oscila bastante, porque as causas, não sendo as mesmas, podem produzir significativas diferenças individuais no quadro clínico. Desta forma, o tratamento e o prognóstico variam de caso a caso.

Os indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal.

O transtorno autista é permanente, até o presente momento, não tem cura.

O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento.

Um tratamento adequado é baseado na consideração das co-morbidades para a realização de atendimento apropriado em função das características particulares do indivíduo.

A terapêutica pressupõe uma equipe multi- e interdisciplinar – tratamento médico (pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e orientação familiar), profissionalizante e inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico.

A base da terapêutica presume o envolvimento da família.

A farmacoterapia continua sendo componente importante em um programa de tratamento, porém nem todos indivíduos necessitarão utilizar medicamento.

Não existe medicação e nem tratamento específicos para o transtorno autista.

O sucesso do tratamento depende exclusivamente do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos.

A demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução da criança.

Os atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo.

O quadro de autismo não é estático, alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém outras características poderão surgir com a evolução do indivíduo. Portanto se aconselham avaliações sistemáticas e periódicas.

É fundamental o investimento no SER HUMANO com autismo, toda a intervenção produzirá benefícios significativos e duradouros.

Nunca deixe de acreditar no potencial do indivíduo com autismo.


Fonte:
http://www.autismo.com.br
Porto Alegre - RS

Grau 5 - Fukushima Dai Ichi e Césio 137 de Goiânia

Alexandre Mauj Imamura Gonzalez lembra que vivenciou pela segunda vez um acidente radioativo.

Pela segunda vez estou em um país que sofre um grave acidente radioativo.
E de mesmo grau.
Já estou craque no assunto, veteranão!

O acidente nuclear de Fukushima está classificado como grau 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
É o mesmo índice do acidente radiológico de Goiânia, ocorrido no Brasil em setembro de 1987, lembram?

Claro que a situação é bem diferente - terremoto e tsunami, usina atômica no Japão/ignorância humana e descarte indevido de um aparelho de raio-X no Brasil...
Mas é um longo replay de uma história bem sem graça.

•Relembrando...
Eu era moleque na época, morava em São Paulo, capital.
Me lembro bem do terror que a vida se tornou com o episódio da cápsula de césio 137, aberta em um lixão de Goiânia. Considerado o maior desastre radiológico da história, assustou todo o país.

Muita gente entrou em pânico mesmo, ainda mais porque o acidente nuclear em Chernobyl havia acontecido um ano antes.

A tv não falava de outro assunto, idem jornais, revistas, a boca do povão.
Cenários catastróficos, teorias mirabolantes. Gente desesperada, chorando, achando que ia morrer.

Infelizmente circulou pouca informação realmente útil e adequada, que explicasse os reais riscos que corríamos, quem corria risco ou não, qual era a zona contaminada...

Estávamos longe da área de contaminação, do perigo real.
Mas cada história que ouvimos sobre o fim dos tempos, cada absurdo que foi feito para "se proteger" da radiação...

Pergunto: quem dos amigos leitores se lembra desta situação de emergência radioativa grau 5 há 24 anos atrás?

Para relembrar/conhecer o ocorrido em Goiânia.
Endereço:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_radiol%C3%B3gico_de_Goi%C3%A2nia

Alexandre Mauj Imamura Gonzalez - Lost in Japan

domingo, 27 de março de 2011

‘Larvas estão mais resistentes’ dizem agentes de combate à dengue no PR

Agentes de combate à dengue do Paraná têm encontrado focos do mosquito em lugares onde antes não havia risco disso acontecer. Já não é só em água limpa que o mosquito se reproduz. “Água parada pode ser suja ou limpa, ele tá ali” diz a agente Silvana dos Santos.

As larvas estão mais resistentes e não se intimidam mais com a água suja. Qualquer local com água parada virou potencial para o desenvolvimento dos mosquitos. “Nas caixas de gordura estão aparecendo bastante, nas calhas também. Pneus nem se fala, nas calotas e nas lonas” diz a agente Eliane Buratto.

(Fonte: G1)

Governo corta R$ 1,7 bilhão do orçamento de ciência e tecnologia

Discurso e prática

Em um momento de discussão sobre a nova fase da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), em que membros do governo enfatizam que a inovação será prioridade da política industrial brasileira, e de elaboração do Plano de Ação para a Ciência, Tecnologia e Inovação para o período 2011-2014, repercutiu negativamente entre entidades que representam segmentos dos setores empresarial e acadêmico o corte de R$ 1,7 bilhão no orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em 2011.

"O corte reflete o que estamos dizendo há muito tempo: a política de desenvolvimento tecnológico não está na agenda", afirma Roberto Nicolsky, diretor geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec).

"A medida não vai ao encontro do discurso de que precisamos fazer mais inovação", concorda Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

"Embora entendendo a necessidade de corte, temos que considerar realisticamente seus impactos negativos na área de inovação, e garantir que a dinâmica positiva do momento atual se mantenha", afirma o presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Calmanovici.

Incorporação de inovações

"Se a política de desenvolvimento tecnológico fosse uma política de Estado, seria de longo prazo. Deveria independer das circunstâncias econômicas", aponta Nicolsky, da Protec.

A entidade é uma associação civil em prol da inovação tecnológica nacional, que reúne as chamadas entidades tecnológicas setoriais (ETS), como o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Farmacêuticos, Fármacos e Agro-químicos (IPD-Farma), o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos (IPD-Maq), o Instituto de Gestão de Pesquisa e Desenvolvimento para a Indústria Elétrica e Eletrônica (IPD-Eletron), o Instituto Tecnológico da Borracha (ITeB), e o Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Itehpec).

Nicolsky explica que o País só conseguirá se desenvolver e tornar mais competitivo se houver uma intensa taxa de incorporação de inovações. Um dos caminhos para a indústria nacional é incorporar inovações que outros mercados já têm. Para ele, uma das deficiências da política pública de apoio à inovação no Brasil é ela ter um viés acadêmico muito forte.

"Temos a visão acadêmica da descoberta, das novas soluções, novos produtos e tecnologias, uma expectativa ingênua, pueril, de que daremos o salto para a liderança", analisa. "Se não lançarmos novos produtos e novos processos, não atingimos a liderança, mas se a gente não incorporar inovações que já existem, ficamos marginalizados no mercado. Precisamos investir em engenharia reversa para incorporar o que não temos", completa.

Essa incorporação, prossegue o executivo da Protec, deve ser sistemática e continuada. "Precisamos de iniciativas continuadas ao longo do tempo e de investimentos permanentes, mas o pouco que existe é interrompido por cortes, que geram insegurança quanto à continuidade da política e mostram que o desenvolvimento tecnológico, a inovação, deixam de ser política de Estado para ser política de governo", afirma.

Para ele, o corte no orçamento do MTC não afetará o comportamento das empresas que já investem tradicionalmente em inovação, pois essas contam pouco com o apoio do Estado. "O Brasil tem política de subvenção para projetos sonhadores, fora da realidade, focados em criar novos produtos, explorar novas fronteiras, projetos acadêmicos que não focam o mercado. Esses projetos, sim, serão muito afetados [pelo corte]", analisa.

Ciclo da inovação

Outro segmento empresarial que pode ser afetado pela redução do dinheiro para ciência e inovação, segundo Nicolsky, é o das empresas que estavam pensando em investir ou que começaram recentemente a aportar recursos em processos de inovação e, portanto, ainda não fecharam o ciclo, que se finaliza com a obtenção de faturamento obtido pela venda de produto ou processo novo ou melhorado no mercado.

"Quando pensamos que o Brasil vai começar mesmo uma política de Estado para inovação, com um orçamento sem contingenciamentos, vem o corte. É lamentável, indica que não fazemos uma política para construir o futuro, mas para atender o imediato", conclui.

"O corte no orçamento do MCT impacta diretamente na competitividade das empresas, já que inovação é um de seus pilares estruturantes", aponta Carlos Calmanovici, da Anpei. Segundo ele, a entidade entende que o governo precisa fazer cortes, mas é necessário estudar medidas para mitigar os impactos negativos. "Esta ação demanda um engajamento de associações como a Anpei junto ao governo para que, com criatividade, sejam desenvolvidas fontes alternativas de recurso financeiro", prossegue o executivo. "Dadas as ações já tomadas pela Anpei, estamos confiantes de que este quadro será revertido", completa.

Críticas do setor acadêmico

Helena Nader, da SBPC, diz que a entidade viu da "pior maneira" o corte no orçamento do MCT. "Não vai ao encontro do discurso de que o País precisa fazer mais inovação. Na última reunião que tivemos do CCT [Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia], em final de dezembro, foi apresentado um balanço dos investimentos e os discursos oficiais enfatizaram que o governo daria prioridade à educação e à ciência. Os cortes nos orçamentos do MCT e do Ministério da Educação mostram que há um descompasso entre o discurso e a ação", lembra ela.

A última reunião do CCT, que é presidido pelo presidente da República, ocorreu no dia 27 de dezembro, no novo prédio do CNPq, inaugurado na mesma ocasião. Participaram o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o hoje ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende; entre outros ministros, além de diversas autoridades. Helena, então vice-presidente da SBPC, também esteve no encontro.

Helena lembra, ainda, do pronunciamento feito por Dilma Rousseff, então candidata à presidência da República, na 62ª Reunião Anual da SBPC, realizada entre 25 e 30 de julho de 2010, em Natal (RN). Na ocasião, Dilma destacou a prioridade para a educação e ciência e tecnologia no desenvolvimento do País. "Os cortes não estão de acordo com o discurso feito durante oito anos do governo Lula e com o discurso da presidente Dilma, ambos do mesmo partido", afirma. Ela lembra que sem a educação básica, não há pessoas preparadas para o ensino superior. "Sem recursos humanos qualificados, sem educação e ciência, quem vai fazer inovação?"

A SBPC deverá pedir audiência com os ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e da Educação, Fernando Haddad, para levar o posicionamento da comunidade científica sobre os cortes. "Entendemos ser necessário fazer os cortes, ninguém quer a volta da inflação, mas é preciso examinar onde esses cortes estão sendo feitos, não podem ser em educação, ciência e tecnologia, saúde", acrescenta. "O Brasil vai piorar no médio e longo prazo, isso está gerando um atraso. Melhoramos muito em relação aos investimentos em educação e C&T, mas estamos muito aquém do que o País precisa para tirarmos nosso atraso e do que é recomendado internacionalmente", alerta.

Contramão

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) foi outra entidade a protestar contra o corte orçamentário do MCT. Em texto divulgado dia 21 de fevereiro, a entidade afirma que "a política de corte nos investimentos nas áreas sociais e em áreas estratégicas, tais como educação, defesa e ciência e tecnologia, vai na contramão do desenvolvimento econômico e social do País".

Para a ANPG, "o problema está na lógica da política macroeconômica, que favorece o pagamento de juros em detrimento de investimentos na produção e também nos chamados gastos sociais".

A entidade questiona o governo a respeito de como o País vai investir em formação de recursos humanos, em inovação tecnológica, em pesquisas de ponta, se diminui o orçamento do MCT, apontado no manifesto da ANPG como o principal órgão responsável por coordenar e investir nessas políticas. Lembra que a transferência para a reserva de contingência de R$ 610 milhões do FNDCT reduziu as verbas do ministério, mas ainda garantia um orçamento em 2011 maior do que o de 2010.

"Com o novo corte, o MCT terá menos condições materiais de fortalecer e ampliar suas políticas este ano do que teve em 2010", aponta. A entidade está fazendo um abaixo-assinado, disponível em seu site, pedindo por reajuste no valor das bolsas concedidas aos alunos da pós-graduação.

Janaína Simões - Inovação Unicamp