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sábado, 30 de julho de 2011

Saiba os pontos de coleta de (quase) todos os eletrônicos em sua cidade

Sabe onde descartar corretamente lâmpadas, computadores, eletrônicos, celulares e pilhas na sua cidade? Com este site, você descobre. A Central da Reciclagem disponibiliza o endereço de várias organizações do país especializadas em coletar ou reciclar mais de 40 tipos de materiais diferentes.

Para ter acesso aos pontos, basta selecionar o material desejado em uma lista e digitar a cidade para conhecer os locais mais próximos. "O serviço é de utilidade pública, porém, esta iniciativa precisa contar com o apoio das empresas e dos Prefeitos para informar e educar a população sobre o correto descarte dos materiais", afirma o sócio-fundador da rede, Fabio Biolcati.

Além dos pontos de coleta, o usuário também tem acesso a uma área de conteúdo, que traz artigos e vídeos relacionados à reciclagem do material específico. Acesse, divulgue e faça a sua parte para deixar o nosso mundo mais limpo!

Endereço: http://www.madeinforest.com.br/?
reciclagem


http://olhardigital.uol.com.br

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Dicas para melhorar o desempenho das memórias

Quando falamos em memória vem logo à cabeça que esta é uma função isolada do cérebro e que, quando está falha, temos a sensação de que estamos perdidos! As falhas são percebidas como mais desesperadoras quando entramos na faixa etária dos 60, pois logo vem à mente: “Tenho o alemão, tenho Alzheimer”!

Devo desmistificar todas essas afirmações, até porque precisarei convencer você, leitor, que há sempre o que fazer quando apresentamos falhas em nossa “CPU cerebral”. Primeiro: não temos uma única memória, temos várias, distribuídas em várias regiões cerebrais. Segundo: a queixa de memória não é sinônimo da demência por doença de Alzheimer. E, terceiro, há sempre o que fazer em momentos desesperadores de “brancos”.

Vamos à primeira parte. Os tipos de memória podem ser classificados em: memória dependente do tempo, memória dependente do conteúdo e memória de todo dia, segundo o pesquisador Solberg.

A memória dependente do tempo pode ser dividida em dois subtipos, a de curto prazo, ou memória de trabalho, e a de longo prazo. A memória de curto prazo é limitada em seu armazenamento restringindo as informações por um período de até poucos minutos e a informação ainda pode ser manipulada; é a memória de trabalho. Quando estamos lendo um texto, muitas vezes temos que retomar o parágrafo anterior, pois percebemos que estamos lendo, mas não estamos compreendendo. Neste momento, podemos analisar se não estamos com excesso de estímulos interferentes ao redor, pois estes podem prejudicar a concentração da leitura.

Dica para leitura

Quando você vai ler um documento importante, dirija-se a um ambiente em que não há interferências (não há televisão ligada, o telefone não toca incessantemente e sem pessoas falando ao redor). Mantenha a postura correta na cadeira, para que o incômodo provocado pela má postura não o deixe irrequieto e atrapalhe a compreensão do texto. Use uma folha de papel sulfite branca para tampar as linhas que você ainda não está lendo, ou seja, visualize uma linha por vez e tente marcar com uma caneta marca texto, pelo menos duas palavras importantes de cada parágrafo e depois releia as palavras grifadas para absorver melhor a informação.

Já a memória de longo prazo é ilimitada e pode ser dividida segundo o conteúdo em memória não declarativa e declarativa. A memória não declarativa está envolvida em atividades que você desempenha no automático, como dirigir um carro e não perceber os detalhes do caminho percorrido. Mas, neste momento, lembre-se: por não estar prestando atenção, você pode fazer caminhos rotineiros como ir para o trabalho ao invés de ir ao shopping.

Para acionarmos a memória declarativa, por outro lado, gastamos certa energia, pois precisamos parar e pensar para buscar a informação no cérebro. Quando alguém nos pergunta o que o chefe disse na reunião de ontem ou quando temos que recordar a que temperatura a água ferve, estamos utilizando, no primeiro caso, a memória declarativa episódica e, no segundo, a memória declarativa semântica. Esta última continua a crescer ligeiramente, mesmo com o aumento da idade e, nas pessoas com diagnóstico de demência por doença de Alzheimer, falha somente em estágios mais avançados da doença. Para melhorá-la, a pessoa pode realizar palavras cruzadas, pois aumenta o conhecimento de fatos históricos e enriquece o vocabulário. A memória episódica, por outro lado, é a que mais falha ao longo da vida e é um dos primeiros sinais da demência por doença de Alzheimer. Quando a frequência das falhas é alta, pode ser auxiliada com estratégias simples.

Durante o dia, por algumas vezes, você pode parar a atividade que está realizando e se perguntar: “O que eu estava fazendo antes desta tarefa?”. Também pode escrever na agenda todas as atividades realizadas e, antes de dormir, retomar de memória tudo que foi feito, com o maior número de detalhes possíveis. Para aumentar os detalhes, tente lembrar quem viu, em que lugares foi, o que comeu durante as refeições. Aproveitando, você também pode se perguntar “O que supostamente tenho que fazer depois?”, e, com esta questão, você trabalha a memória prospectiva, mais conhecida como memória do dia todo.

Esta memória é dividida em prospectiva para evento e tempo. Nesta primeira, você deve se lembrar de dar alguma informação quando ocorre um evento específico, ou seja, se durante o dia alguém lhe pede para dar um recado a uma determinada pessoa, quando você a encontra (evento), imediatamente tem que dar o recado. Pode ocorrer, por outro lado, de ter que lembrar de pagar uma conta num momento específico. Portanto, o tempo deverá disparar uma recordação de algo a fazer. Para melhorar o desempenho, tente trabalhar com as duas situações simultaneamente. Se você tem que tomar um remédio em um tempo específico, por exemplo, às 21 horas (tempo) e sabe que neste momento estará assistindo à novela (evento), deixe os remédios na frente da televisão e não na pia do banheiro, onde você nem vai passar.

Procure inserir todas estas estratégias no seu cotidiano, mas se ainda sentir necessidade de aprender outras técnicas para desviar-se dos lapsos de memória no dia a dia, procure um programa de estímulo à atenção e à memória. Com o suporte de especialistas, é possível traçar estratégias para diminuir o estresse, melhorar o sono, saber sobre os perigos da interação medicamentosa, além de ter recomendações de dietas e exercícios físicos específicos, com a finalidade de melhorar o desempenho cognitivo.

* Gislaine Gil é neuropsicóloga, coordenadora do Programa de Estímulo à Atenção e à Memória do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autora do livro “Memória – tudo que você gostaria de saber, mas esqueceu de perguntar”, da editora Campus-Elsevier.

** Publicado originalmente no site O que eu tenho.

Conheça dicas para evitar o mau hálito

Mau hálito (halitose)

O que é halitose?
Halitose significa "mau hálito", um problema que muitas pessoas enfrentam eventualmente. Calcula-se que aproximadamente 40% da população sofre ou sofrerá de halitose crônica em alguma época de sua vida.

Muitas são as causas deste mal, incluindo:
Higiene bucal inadequada (falta de escovação adequada e falta do uso do fio dental);

Gengivite
Ingestão de certos alimentos como, por exemplo, alho ou cebola;
Tabaco e produtos alcoólicos;
Boca seca (causada por certos medicamentos, por distúrbios e por menor produção de saliva durante o sono);
Doenças sistêmicas tais como câncer, diabetes, problemas com o fígado e rins.

Como saber se tenho halitose?
Uma forma de saber se você tem mau hálito é cobrir sua boca e nariz com a mão, exalar e sentir o hálito. Uma outra forma é perguntar a alguém em quem você confia como está o seu hálito.

Mas, não se esqueça de que muitas pessoas têm este problema quando acordam de manhã, como resultado de uma produção menor de saliva durante a noite, o que permite os ácidos e outras substâncias se deteriorarem no interior da boca.

Medidas tais como escovar bem os dentes e língua, e usar fio dental antes de dormir e ao se levantar sempre ajudam a eliminar o mau hálito matinal.

Como prevenir a halitose?
Evite alimentos que causam mau hálito e observe o seguinte:

Escove bem duas vezes ao dia e use fio dental diariamente para remover a placa bacteriana e as partículas de alimento que se acumulam todos os dias. Escovar a língua também ajuda a diminuir o mau hálito.

Remova a dentadura antes de dormir, limpando-a bem antes de recolocá-la de manhã.

Visite seu dentista periodicamente para fazer uma revisão e uma limpeza de seus dentes.

Se o seu mau hálito persistir mesmo após uma boa escovação e o uso do fio dental, consulte seu dentista, já que isso pode ser a indicação da existência de um problema mais sério.

Só o dentista poderá dizer se você tem gengivite, boca seca ou excesso de placa bacteriana, que são as prováveis causas do mau hálito.

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Você sabe o que é placa bacteriana?

O que é placa bacteriana?

Trata-se de uma película pegajosa e incolor, constituída de bactérias e açúcares que se forma sobre os dentes. É a principal causa de cáries e gengivite. Se não for removida diariamente, endurece e forma o tártaro.

Como saber se tenho placa bacteriana nos dentes?
Todos nós temos placa bacteriana porque as bactérias estão sempre presentes em nossa boca. As bactérias aproveitam os nutrientes contidos nos alimentos que ingerimos e aqueles contidos na saliva para se desenvolver.

A placa causa as cáries quando os ácidos que ela produz atacam os dentes, o que acontece após as refeições. Sofrendo esses ataques repetidos, o esmalte dos dentes pode se desfazer e abrir caminho para a formação de cáries.

Não sendo retirada, a placa bacteriana pode também irritar a gengiva ao redor dos dentes, causando gengivite (as gengivas ficam vermelhas, incham e sangram), periodontite e perda dos dentes.

Como posso evitar a formação da placa bacteriana?
É fácil evitar a formação da placa bacteriana. Basta você: Escovar bem, no mínimo três vezes ao dia, para remover a placa bacteriana de todas as superfícies dos seus dentes.

Usar fio dental diariamente para remover a placa bacteriana que se instala entre seus dentes e sob a gengiva, onde a escova não pode alcançar.

Limitar a ingestão de alimentos com muito açúcar ou amido, especialmente aqueles que grudam nos dentes. Visitar seu dentista regularmente para fazer limpeza e exame completo dos dentes.

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Rede virtual compartilha informações sobre o combate ao câncer

Rede de Institutos Nacionais de Câncer

Os centros oncológicos dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) contam a partir de agora com uma rede virtual de troca de dados e informações no combate ao câncer.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que abriu os primeiros trabalhos da Rede de Institutos Nacionais de Câncer (Rinc), criada em 2010, a ideia do projeto é investir em programas regionais de controle de câncer.

"Vamos utilizar o instrumento da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde [UnA-SUS] do Ministério da Saúde, de ensino a distância para os profissionais de saúde, e, com isso, trocar as informações, os estudos e inclusive fazer programas de treinamento a distância para os profissionais da América do Sul".

Rede virtual

O encontro, que teve a participação de ministros e profissionais dos membros da Unasul, aconteceu no Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Pró-Isags), que foi inaugurado no centro do Rio, para articular redes e parcerias para a região na área da saúde. O Brasil será o coordenador da rede, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Na primeira fase dos trabalhos, a rede vai priorizar o desenvolvimento e o intercâmbio de indicadores de registro de base populacional e hospitalar sobre o câncer. A partir dessas informações, a entidade buscará criar estratégias conjuntas de controle da doença.

O diretor executivo do Pró-Isags e ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, declarou que a cooperação regional vai permitir que os países estejam integrados na luta contra o câncer. "Esta rede vai possibilitar compartilhar critérios de acesso, compra, banco de dados sobre preços e questões relacionadas e, assim, colocar em prática a agenda sul-americana de saúde".

Desenvolvimento humano

O presidente da União Nacional para o Controle do Câncer (UICC), Eduardo Cazap, lamentou que, embora o câncer seja um problema global, não apenas de saúde pública como também de desenvolvimento humano, a doença não esteja entre os Objetivos do Milênio, compromisso estabelecido pelas Nações Unidas e que tem o referendo de vários países.

"Calcula-se que os gastos em saúde cheguem aos trilhões de dólares por ano. Sem a criação urgente de políticas públicas adequadas, o sistema de saúde vai entrar em colapso".

O câncer é a primeira causa de morte nos países desenvolvidos. No Brasil, os tipos de câncer mais comuns são o de colo de útero e o de mama. Estimativas do Inca apontam que, este ano, o país terá aproximadamente 18,5 mil novos casos de câncer de colo do útero e 49,2 mil de câncer de mama.

Flávia Villela - Agência Brasil

Consumo excessivo de sal está ligado a hábito alimentar do brasileiro

Hábito salgado

A ingestão em excesso de sódio pela população brasileira, apontada pela pesquisa Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pelo IBGE, é resultado do consumo exagerado de alimentos industrializados que contêm esse nutriente e do hábito do brasileiro em salgar muito a comida, disse a professora Raquel Botelho do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB).

"Não é uma questão de criticar só os produtos industrializados, a população tem que ter consciência dos seus hábitos. O brasileiro de uma forma geral tem o hábito de salgar muito a comida porque acha que comida temperada é comida com sal. A gente pode temperar com ervas, alho, cebola. É possível diminuir muito o uso de sal da cozinha, mas as pessoas estão viciadas", alertou a nutricionista.

De acordo com o IBGE, a média de ingestão de sódio pela população brasileira ultrapassa 3.200 miligramas/dia (mg/dia), quando o recomendável são 2.200 mg/dia.

Segundo a especialista, estudos mostram que é possível reduzir até 30% do sal utilizado no preparo dos pratos sem que se perceba a diferença. Ela recomenda que a redução seja gradual até que haja um ajuste no paladar.

O estudo também mostrou que os brasileiros consomem açúcar demais.

Consumo de sódio

De acordo com o IBGE, o consumo de sódio é maior entre os jovens que em geral consomem mais os alimentos industrializados.

Você sabe a diferença entre sal e sódio?
Para a presidente do Conselho Regional de Nutrição do Distrito Federal, Mara Saleti De Boni, os bons hábitos precisam ser formados logo que o bebê passa do leite materno para o consumo de vegetais e frutas.

"Quando trabalhamos com as mães o preparo dessas comidas elas acham que está sem sal, mas a criança não tem esse parâmetro. Por isso quanto mais cedo os hábitos forem construídos de maneira certa, melhor".

Consumo de verduras

O estudo do IBGE também indica um consumo menor de hortaliças e frutas pela população de baixa renda.

Em geral, o que afasta esse público desses alimentos é o preço alto dos produtos.

Para Mara, é importante mostrar a essas pessoas que o custo-benefício compensa no longo prazo. "Sinceramente não acho que falte informação, mas ela é mal trabalhada. Verdura realmente não é barato, mas quando você opta por elas você está adquirindo saúde. E a doença tem um custo altíssimo".

Alimentos industrializados

Quem faz refeições fora de casa costuma recorrer mais aos alimentos industrializados e tem menos controle do que está ingerindo em restaurantes.

A professora Raquel lembra que é possível verificar a qualidade do que se consome mesmo quando não há controle da produção do alimento.

"O paladar é sempre o melhor medidor. Se você comer pela primeira vez em um restaurante a achar a comida salgada, não volte porque em uma semana você se acostuma e não acha mais salgado. No caso da gordura você consegue detectar se tem óleo demais quando o arroz está brilhando ou quando se forma uma crosta de nata no feijão," afirmou

No caso dos alimentos industrializados que podem conter sódio em excesso, é importante que o consumidor aprenda a ler as informações contidas nas embalagens. Para a professora, a indústria avançou muito nos padrões de rotulagem, mas boa parte dos consumidores não sabe ler as informações nutricionais.

Na tabela presente em todos os produtos há a indicação do percentual de sódio que aquele alimento contém em relação ao consumo diário. "Isso já dá uma noção muito boa para o consumidor".

Amanda Cieglinski - Agência Brasil

Mais de 60% dos brasileiros consomem açúcar acima do recomendado

Doce demais

Mais de 60% dos brasileiros consomem quantidade de açúcar superior ao recomendado pelo Ministério da Saúde (10% da ingestão total de calorias diárias) e, pelo menos, 82% da população ultrapassa o consumo ideal de gordura saturada (7% da ingestão total de calorias diárias).

A análise de consumo alimentar IBGE, divulgada hoje, apontou que no caso das adolescentes a ingestão excessiva de açúcar é mais comum. Entre os idosos, quase 80% deles ingerem mais gordura saturada do que o limite tolerável.

"Os adolescentes já têm inadequação para macronutrientes desde cedo. Você já vê o açúcar e gordura saturada extrapolando os limites, porque eles [adolescentes] também são alvo da prevalência de alimentação fora de casa", avaliou André Martins, analista da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE.

O estudo também mostrou que os brasileiros consomem sal demais.

Calorias

Martins destacou a influência da caloria fora de casa, que, segundo a pesquisa representa 16,2% do total do consumo energético médio diário dos brasileiros - entre 1.490 quilocalorias (kcal) e 2.289 kcal.

O pesquisador do IBGE lembrou que nas últimas análises desse mesmo levantamento, os adolescentes revelaram índices preocupantes de sobrepeso.

"Até os 10 anos, a população ainda aparece um pouco protegida da prevalência de sobrepeso, mas, dos 10 ou mais, as crianças começam a ter liberdade sobre o que comem, e a gente observa que já deram um bom aumento na prevalência do sobrepeso", alertou.

A análise de consumo alimentar ainda apontou que o consumo de biscoito recheado, salgadinhos industrializados, pizzas, doces e refrigerantes foi associado às médias elevadas das gorduras saturadas e açúcar dentro do consumo energético total.

"Adicionalmente é preocupante a falta da nossa cultura de fazer uso de frutas, legumes e verduras, para que a gente possa minimizar essa deficiência de alguns micronutrientes que temos, como o caso do cálcio", ponderou Martins.

Colesterol

Martins ainda explicou que as pessoas que indicaram pizza e biscoito recheado em seus questionários, que foram preenchidos durante dois dias não consecutivos, obtiveram um total de energia que extrapola em 400 calorias a média nacional. Por outro lado, as pessoas que incluíram arroz integral em suas dietas, revelaram media de energia mais baixo.

Os pesquisadores também avaliaram o consumo do colesterol. Em todas as idades, foram as mulheres que consumiram alimentos com menos colesterol - de 186,3 miligramas (mg)/dia a 237,9 mg/dia - do que entre os homens (231,1 mg/dia 282,1 mg/dia).

No caso das proteínas, todas as classes apresentaram quantidades satisfatórias nas dietas.

Já no Nordeste o limite de 15% do total das calorias diárias que devem ser provenientes de proteínas foi ultrapassado por todas as idades. "Nas classes mais altas que a gente extrapola um pouco a expectativa, porque tem o consumo de alimentos em excesso, mas a média de calorias na classe mais alta também é maior", ponderou o pesquisador.

Carolina Gonçalves - Agência Brasil

Os desafios para construir uma indústria farmacêutica brasileira

Desafios para os medicamentos brasileiros

A grande dependência brasileira por importação de insumos, que são a base para a fabricação de fármacos e medicamentos, a formação de recursos humanos insuficiente em quantidade e qualidade, e a aquisição de laboratórios nacionais por empresas estrangeiras.

Estes são os principais desafios para o setor farmacêutico no Brasil, segundo pesquisadores que participaram da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Goiânia.

Participaram da mesa redonda o diretor do laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, o Farmanguinhos, Hayne Felipe da Silva, e o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eliezer Barreiro, pesquisador com 14 pedidos de patente, e uma patente concedida via Tratado de Cooperação em Patentes (PCT).

Barreiro coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos (INCT Inofar).

Farmacêuticos

Ao abrir o evento, a professora e pesquisadora da UFG, Eliana Martins Lima, apontou o problema da formação dos farmacêuticos atualmente.

"Ainda que tivéssemos alguma parcela dos insumos, não temos farmacêuticos que sabem formular medicamento", disse.

Segundo ela, na formação dos farmacêuticos industriais hoje, o foco para os aspectos tecnológicos tem sido cada vez mais reduzido. "A formação desse profissional é mais curta, menos completa do que deveria ser", acrescentou.

Para ela, a qualificação de pessoal talvez seja um dos principais gargalos.

Importação de fármacos

O professor Eliezer Barreiro chamou a atenção para as importações brasileiras dos países asiáticos, em especial Índia, China e Coreia.

"Precisamos inverter o que eu chamo de caminho das Índias dos fármacos, corrigindo nossa dependência", afirmou Barreiro. "Devemos convocar a competência das universidades para dar essa contribuição."

O Brasil tem importado medicamentos prontos, além de fármacos, que são o princípio ativo de um medicamento, e adjuvantes, substâncias farmacologicamente inativas usadas como veículo para o princípio ativo.

Segundo o pesquisador, o mercado farmacêutico em 2010 ficou em US$ 850 bilhões. A indústria diz que investe cerca de 10% de seu faturamento em atividades de pesquisa e desenvolvimento, ou seja, seriam US$ 85 bilhões no ano passado direcionados para essas atividades.

"Esse investimento rendeu apenas 21 entidades químicas novas. Há 15 anos, este número era muito maior", contou. Em 1996, por exemplo, foram obtidas 53 novas entidades moleculares.

Empresas farmacêuticas pesquisam menos e descobrem menos medicamentos novos
Faz-de-conta da inovação

Barreiro lembrou ainda que a indústria farmacêutica nacional não investe em projetos de risco e faz muito mais inovação incremental do que radical. Ele se diz um crítico da afirmação de que a indústria nacional está inovando.

"Criou-se no Brasil um faz-de-conta no qual estaríamos interessados em inovação radical, mas se um ator não está na mesa, no caso, as empresas, o setor avança com atrofia", apontou.

O pesquisador ressaltou que as empresas nacionais são de base familiar, avessas a correr os riscos dos processos de inovação que geram produtos de maior valor agregado. Essas companhias também têm dificuldades para internalizar novas tecnologias. "Como não emprega doutores, não tem qualificação científica e tecnológica para correr os riscos do desenvolvimento tecnológico", afirmou.

Laboratórios de escalonamento

Ele defendeu que o Brasil amplie a formação de recursos humanos, para ter mais profissionais, e que estes sejam mais bem formados.

Comentou que o país precisa também de laboratórios de escalonamento para fazer inovação radical e incremental. Esse tipo de laboratório faz testes em escala piloto, ampliando a produção feita na bancada dos laboratórios para escalas mais próximas da produção comercial.

"Capacitação para inovar em fármacos exige mais do que investimento e parceria universidade-empresa, parcerias público-privado e com o governo. Exige pessoal qualificado, ações articuladas, integradas, vontade política e coragem empresarial", comentou.

Área estratégica

Hayne Felipe da Silva, da Fiocruz, destacou que fármacos e medicamentos são áreas estratégicas na política industrial atual e biotecnologia é área de futuro.

Ressaltou iniciativas do governo como o Profarma, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia projetos de inovação das empresas, as parcerias entre laboratórios públicos e empresas privadas para produção de medicamentos de interesse do Sistema único de Saúde (SUS), e a legislação que dá preferência a produtos desenvolvidos no Brasil no caso de compras públicas.

Ele defendeu a manutenção de uma política industrial com foco em saúde.

Ele também identificou como desafios o fortalecimento da regulação sanitária, pois hoje os produtos importados entram no País sem maiores exigências em termos de qualidade. Também destacou a isonomia tributária, a ampliação dos investimentos em C&T&I e em educação, e o uso do poder de compra do Estado. Também citou, como gargalo, a falta de locais capacitados para fazer ensaios clínicos e pré-clínicos.

Desnacionalização

Outro fator preocupante é um eventual processo de desnacionalização, que poderá se ampliar em virtude do potencial do mercado brasileiro.

De acordo com Eliezer Barreiro, da UFRJ, o Brasil ocupa o 10º lugar no mercado, movimentando US$ 15,7 bilhões - 88,2% do mercado nacional correspondem à venda de genéricos.

"A indústria de genéricos é a menina dos olhos, o mercado acena com crescimento na casa dos dois dígitos, e estamos muito próximos de um processo de desnacionalização", apontou Silva, do Farmanguinhos, se referindo às recentes compras de laboratórios nacionais por empresas estrangeiras.

Os pesquisadores lembraram ainda que a estratégia de P&D das grandes empresas farmacêuticas, hoje, é investir na parceria ou aquisição de pequenas companhias, geralmente spin offs de laboratórios de pesquisa de universidades e institutos.

Segundo Barreiro, após o fim da validade da patente do remédio Liptor, por exemplo, a Pfizer fechou um laboratório de pesquisa na Inglaterra que empregava 3 mil PhDs, mostrando a tendência de fazer inovação em parceria ou extramuro.

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Projeto europeu quer criar Medicina do Futuro em 10 anos

Simulador humano

Uma enorme rede de programas de computador, que estão sendo criados por cientistas europeus, promete revolucionar os cuidados com a saúde em todo o mundo, salvando inúmeras vidas e bilhões em recursos.

Trabalhando com parceiros da iniciativa privada, os acadêmicos vão começar a receber recursos de um programa de pesquisas europeu para criar "pacientes virtuais".

Pacientes virtuais são modelos computacionais de pessoas individuais - uma espécie de simulador humano - o que poderá no futuro permitir que cada pessoa tenha seu próprio sistema de saúde individualizado, com base na sua genética e na sua fisiologia.

Programa Apolo da Medicina

Quando o novo sistema estiver pronto, os médicos terão de forma instantânea dados aprofundados das necessidades de um paciente individual, além de seu histórico médico.

Isto irá permitir o diagnóstico correto e rápido de inúmeras doenças e condições, poupando os pacientes de efeitos colaterais, de medicamentos prescritos erroneamente, e do gasto desnecessário com medicamentos com pouco efeito sobre sua fisiologia em particular.

Um consórcio de mais de 25 instituições acadêmicas e de parceiros industriais, com experiência em tecnologias da informação, ciências da vida, saúde pública e medicina já se reuniram para iniciar o processo de dar vida ao projeto.

Segundo os pesquisadores, à medida que o projeto avança, mais parceiros serão incorporados, tornando este um dos maiores esforços de colaboração desde o programa espacial Apolo.

Medicina do futuro

Mas uma vasta gama de desenvolvimentos deverão ocorrer para tornar realidade essa medicina do futuro.

Isso incluirá novas técnicas para a aquisição e avaliação rápida dos dados dos pacientes, armazenamento dinâmico e processamento de dados em tempo real em modelos matemáticos relevantes, e o desenvolvimento de novos sistemas informatizados capazes de aprender, prever e informar os profissionais de saúde.

Isto será necessário para dar aos profissionais de saúde e aos pacientes dados sem precedentes em matéria de saúde e tratamento.

O primeiro objetivo é dar a cada médico a capacidade de usar o genoma individual de uma pessoa para embasar todas as fases de cuidados com a doença, incluindo diagnóstico, tratamento e acompanhamento.

Os sistemas vão criar modelos matemáticos usando grandes quantidades de dados - na verdade, todo o nosso conhecimento até o momento sobre como os humanos funcionam.

O projeto também irá fornecer cenários - como o que aconteceria se o paciente tomasse uma determinada droga, o que aconteceria se ele começasse a correr três vezes por semana, etc.

Computação na Medicina

Através do sequenciamento do genoma e das informações clínicas coletadas, o modelo geral de paciente virtual será capaz de ser adaptado para atender às necessidades específicas de qualquer indivíduo, incluindo problemas como alergias, defeitos congênitos e tratamentos já em andamento.

O projeto, chamado ITFoM, foi criado pela constatação de que, enquanto a tecnologia da informação e a computação atualmente desempenham um papel crucial em muitas áreas, tanto científicas quanto comerciais, seu poder potencial de revolucionar a medicina ainda não foi explorado.

A ideia é fazer isto ao longo dos próximos 10 anos, que é o tempo previsto de duração do ITFoM (IT for Medicine: tecnologia da informação para uso na medicina).

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A anestesia é perigosa?

Mudanças nos pacientes

Em termos puramente numéricos, o número de mortes associadas à anestesia aumentou novamente.

As razões para isso são o aumento desproporcional no número de pacientes mais velhos e com múltiplas morbidades, e procedimentos cirúrgicos que teriam sido impensáveis no passado.

Este é o resultado de uma revisão seletiva da literatura médica, realizada pelo grupo do Dr. André Gottschalk, do Hospital Universitário Bochum, na Alemanha.

Mortes por anestesia

Na década de 1940, a mortalidade relacionada à anestesia foi 6,4/10.000.

Com a introdução de normas de segurança, como a oximetria de pulso e a capnometria, a taxa foi reduzida para 0,4/100.000 por final de 1980.

Este valor ainda se aplica para pacientes sem doenças sistêmicas relevantes.

Entretanto, a mortalidade aumentou em pacientes com comorbidades relevantes, atingindo 0,69/100.000.

Essas comorbidades incluem a insuficiência cardíaca, angina, insuficiência renal crônica e hipertensão maligna grave.

Novos padrões

Devido a melhorias nas normas de segurança, os pacientes portadores das comorbidades agora têm sido submetidos a cirurgias, algo que seria impensável no passado.

Outro fator que explica o aumento da mortalidade relacionada à anestesia é o fato de que a proporção de pacientes que têm mais de 65 anos [na Alemanha] subiu de 28,8% em 2005 para 40,9% em 2009.

Dr. André Gottschalk
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Fármacos são cada vez mais inspirados em produtos naturais

Analgésico do caramujo

Quase 200 anos depois da descoberta da morfina - que foi isolada pela primeira vez em 1804 pelo farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Adam Serturner da Papaver somniferum - a indústria farmacêutica descobriu na toxina do caramujo marinho Conus magnum um peptídeo que, com apenas algumas modificações estruturais, tornou-se mais potente que o analgésico e alguns de seus derivados utilizados para aliviar dores crônicas.

Aprovado em 2004 pela Food and Drug Administration (FDA) - a agência regulatória de alimentos e fármacos dos Estados Unidos - e lançado sob a marca Prialt, a versão sintética do princípio ativo do molusco marinho é um exemplo ilustrativo de como a biodiversidade continua sendo uma fonte inesgotável de novas arquiteturas moleculares para o desenvolvimento de novas drogas e produtos cosméticos e agroquímicos.

A avaliação foi feita pela professora Vanderlan da Silva Bolzani, na palestra que proferiu no quarto encontro do Ciclo de Conferências do Ano Internacional da Química 2011 sobre "Biodiversidade & Química", realizado em 19 de julho, no auditório da FAPESP.

Produtos naturais

De acordo com Bolzani, nos últimos 15 anos, com o advento da era pós-genômica, começou-se a especular que os produtos naturais deixariam de exercer o interesse da indústria farmacêutica, devido ao fato de o setor passar a contar com novas técnicas para o desenvolvimento de drogas.

Porém, o vaticínio não se cumpriu e os produtos naturais continuam despontando como fontes de ideias em função de fornecerem modelos inéditos de estruturas químicas para o desenvolvimento de novas substâncias bioativas.

"A maioria das novas entidades moleculares existentes hoje é derivada ou inspirada completamente em produtos naturais. Os ambientes terrestre e marinho continuam sendo fontes inesgotáveis de estruturas químicas", disse.

Para referendar essa constatação, de acordo com um recente levantamento internacional, dos 847 fármacos de baixo peso molecular (micromoléculas) lançados no mercado entre 1981 e 2006, 43 eram produtos naturais, 232 produzidos por hemissíntese (parte de sua estrutura é derivada da natureza e a outra parte desenvolvida em laboratório) a partir de produtos naturais e 572 obtidos por síntese total, dos quais 262 eram inspirados em produtos naturais ou poderiam ser considerados análogos de produtos naturais.

Mirtáceas

Um deles é a nitisinona - um composto ativo descoberto por farmacêuticos suíços da planta Callistemon citrinus L. Myrtaceae, que está sendo usado para o tratamento de um raro distúrbio metabólico chamado tirosinemia hereditária tipo 1.

Lançado no mercado em 2002 sob a marca Orfadin, o medicamento também é bastante exemplar de como o Brasil perde oportunidade de explorar sua rica biodiversidade para o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e agroquímicos, apontou Bolzani.

"Com a quantidade de mirtáceas que nós temos na nossa biodiversidade seria possível o Brasil desenvolver muitos medicamentos como esse. Nós teríamos uma riqueza enorme se tivéssemos no país um ambiente favorável não só à pesquisa básica, como para o desenvolvimento e melhores marcos regulatórios", afirmou.

Martírio

A opinião da pesquisadora foi compartilhada pelo professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do programa BIOTA-FAPESP, Carlos Alfredo Joly.

Na avaliação dele, a legislação brasileira é o maior obstáculo hoje para o aproveitamento econômico dos estudos e o desenvolvimento no país da química de produtos naturais.

"Apesar da nossa riqueza em biodiversidade, o Brasil produz pouquíssimos novos fármacos. Uma parte desse problema é estrutural e a outra da legislação que regulamenta o acesso aos recursos genéticos no país, que é uma medida provisória que está em vigor há 11 anos e tem uma série de exigências que tornam um martírio o processo de obtenção de licença e de todas as autorizações para se trabalhar na identificação de novas moléculas", afirmou.

De acordo com o pesquisador, esse entrave ao desenvolvimento da área de química de produtos naturais representado pela legislação foi uma das razões pelas quais aceitou o convite para assumir no início deste ano a diretoria do Departamento de Políticas e Programas Temáticos (DPPT) da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Desde que assumiu o cargo, o pesquisador diz que está empenhado na elaboração de uma legislação que regulamente o acesso aos recursos genéticos no Brasil que já incorpore as resoluções do Protocolo de Nagoya.

Protocolo de Nagoya

Aprovado durante a 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada em outubro de 2010, no Japão, o protocolo estabelece a repartição de benefícios dos recursos genéticos provenientes da biodiversidade dos países.

"A convenção era muito tênue e o protocolo é muito mais incisivo no aspecto de dar proteção aos países detentores de biodiversidade. Com uma nova legislação brasileira sobre o acesso aos recursos genéticos baseada no Protocolo de Nagoya, se espera dar condições para a realização no Brasil de pesquisas que resultem na ampliação da possibilidade de utilização da nossa biodiversidade", avaliou.

Segundo Joly, a transformação de recursos da biodiversidade em valor também é um dos objetivos do programa BIOTA-FAPESP, que desde que foi iniciado, em 1999, vem inventariando sistematicamente a biodiversidade do Estado de São Paulo.

Para aumentar a possibilidade de se conseguir transformar o potencial econômico de recursos da biodiversidade paulista em algo concreto, o programa ampliará a área de bioprospecção, principalmente da biodiversidade marinha.

"Nós não estamos mais só olhando no BIOTA-FAPESP a parte de bioprospecção de plantas e vertebrados terrestres, mas também estudando, principalmente, algas e invertebrados marinhos. Essa é uma área nova extremamente promissora que se tem trabalhado com sucesso no mundo inteiro e que nós precisamos ampliar", disse.

Com informações da Agência Fapesp

Radiação ainda afeta fauna e flora de Chernobyl

O entorno da usina de Chernobyl, na Ucrânia, é considerado uma terra de ninguém. Logo após a tragédia, toda a população foi retirada e a área foi isolada. Hoje, 25 anos após o acidente, muitos dizem que a natureza do local venceu a radiação e está florescendo novamente.

No entanto, um grupo de biólogos e cientistas que pesquisa a região há anos vem provando que essa ideia não passa de um mito. Segundo eles, o nível de radiação continua 2 mil vezes acima do normal.

Suas pesquisas mostram como esse cenário afetou e ainda afeta o ecossistema local, prejudicando a vegetação, além de insetos, pássaros e mamíferos.

(Fonte: Portal Terra)

‘Superanticorpo’ pode resultar em vacina universal contra gripe

Cientistas encontraram um ’superanticorpo’, o FI6, capaz de combater todos os vírus da gripe tipo A em humanos e animais, e a descoberta pode abrir caminho para a produção de novos tratamentos antigripais.

Pesquisadores da Grã-Bretanha e Suíça usaram um novo método e identificaram o anticorpo em um paciente humano capaz de neutralizar os dois principais grupos de vírus da gripe A.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa Médica da Grã-Bretanha e pela empresa privada suíça Humabs, e seu resultado foi publicado nesta quinta-feira (28) na revista Science.

É um passo preliminar, dizem os cientistas, mas crucial para o eventual desenvolvimento de uma vacina universal contra a gripe.

Atualmente, os laboratórios precisam alterar todos os anos a composição das vacinas, de acordo com a cepa do vírus que estiver circulando – um processo caro e demorado. Já a vacina universal poderia proteger as pessoas durante décadas, ou mesmo pela vida toda, contra todas as cepas de vírus da gripe.

Subtipos de gripe – No artigo, os pesquisadores explicaram que os anticorpos atingem uma proteína do vírus chamada hemaglutinina. Devido à sua rápida evolução, existem hoje 16 subtipos diferentes da gripe A, divididos em dois grupos. Os humanos geralmente produzem anticorpos contra um subtipo específico.

Pesquisas anteriores já haviam localizado anticorpos que funcionam com vírus do grupo 1 e com a maioria dos vírus do grupo 2, mas não com ambos.

A equipe usou um método que aplica a cristalografia de raios-X para examinar enormes quantidades de amostras de células do plasma humano, aumentando assim as chances de localizar o anticorpo ‘universal,’ mesmo sendo ele extremamente raro.

Ao identificarem o F16, eles o injetaram em ratos e furões e descobriram que protegia também os animais contra os vírus do grupo 1 e 2.

(Fonte: G1)

Brasileiro tem falta de vitamina D e consome muito sódio, diz pesquisa

Os brasileiros têm falta de vitamina D e consomem sódio em excesso, segundo a análise do consumo alimentar pessoal no Brasil feita pela Pesquisa de Orçamentos Familiares, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (28).

A pesquisa mostrou que, entre os adultos com idades entre 19 e 59 anos, os micronutrientes mais ausentes na alimentação são as vitaminas D e E, o cálcio, o magnésio e as vitaminas A e C. Isso engloba tanto homens quanto mulheres. Além disso, 89% dos homens dessa faixa etária e 70% das mulheres têm uma taxa de consumo de sódio acima dos níveis considerados seguros.

Acima dos 60 anos, a deficiência é nos mesmos nutrientes, com piridonixa e tiamina também entrando na lista. Entre os homens, 80% consomem mais sódio do que deveriam. Mas a situação melhora entre as mulheres com mais de 60, com 62%.

Entre os jovens com idades entre 10 e 18 anos, 70% consomem mais sódio do que o recomendado. Eles também apresentaram mais falta de vitaminas E e D, cálcio, vitamina A, fósforo, magnésio e vitamina C – e o problema é pior entre os que têm de 14 a 18 anos.

Vitamina D – As deficiências de vitamina D e cálcio estão intimamente ligadas, porque é ela quem ajuda o organismo a absorver o mineral. A falta de ambos enfraquece os ossos e aumenta a incidência de fraturas.

A principal fonte de vitamina D não está na alimentação, mas no sol. Os médicos recomendam que todas as pessoas passem pelo menos de 15 a 20 minutos no sol (antes das 10h da manhã, para evitar o câncer de pele). Alimentos como leite, ovos, manteiga e peixes também são fonte da vitamina.

Sódio – O sódio é encontrado principalmente no sal de cozinha, mas também faz parte da composição de inúmeros alimentos industrializados. O Ministério da Saúde recomenda que a ingestão desse mineral não passe de 5g por dia.

O consumo excessivo leva a problemas de coração e circulação, como a pressão alta, e é um fator de risco para derrames cerebrais (ou AVCs) e infartos.

(Fonte: G1)

Programa prioriza mérito, diz Dilma sobre bolsas de intercâmbio

A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (26) que o programa “Ciência Sem Fronteiras” não é baseado no “quem indica”, mas sim no mérito e vai atender às camadas mais pobres da sociedade.

“Nos não estamos fazendo programa baseado no quem indica estamos criando no Brasil ações orientadas pelo mérito dentro de um quadro de um grande esforço de garantir que as populações mais pobres tivessem acesso ao mérito”, disse a presidente.

O programa, lançado oficialmente nesta terça-feira, vai custear 100 mil bolsas de intercâmbio nas principais universidades do exterior para estudantes, desde o nível médio ao pós-doutorado. A intenção do governo é promover o avanço da ciência, tecnologia e competitividade do Brasil.

Dilma Rousseff participou nesta terça-feira (25) da 38ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na qual foi detalhado o programa.

Em seu discurso, a presidente afirmou que haverá cuidado especial com a representação étnica, de gênero e de estudantes de todas as regiões do Brasil.

“A partir do critério de mérito, vamos aplicar outros que podem contemplar gênero, a questão étnica. A questão do mérito é essencial, sem o que não podemos implementar o projeto. Está provado que a política de mérito no Brasil pode contemplar as camadas mais pobres da população”, disse.

O foco do programa é a área das ciências exatas, que, segundo a presidente, sofrem de uma deficiência no Brasil.

“O Brasil tem de reconhece que tem falhas e fraquezas e se a gente as reconhece nós damos um passo em direção ao fortalecimento. Por isso o foco desse programa está nas áreas exatas. Não estamos dizendo que automaticamente vamos formar 75 mil Einstens. Vamos forma a base de pensamento educacional do país. A expectativa é que eles voltem e se integrem à universidades, às empresas”, disse a presidente.

A presidente Dilma explicou ainda que a pré-seleção dos alunos que poderão ser beneficiados pelo programa será feita pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Além disso, segundo a presidente, terão mais chances os alunos ganhadores de olimpíadas, principalmente da Olimpíada de Matemática.

(Fonte: G1)

Dengue em Londrina/PR bate recorde de confirmações e supera epidemia de 2003

O número de confirmações de casos de dengue em Londrina (PR) este ano já superou o da pior epidemia da doença até então registrada na cidade, em 2003. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na segunda (25), 7.371 pessoas contraíram dengue de janeiro até a semana passada. Em todo o ano de 2003, a cidade computou 7.352 casos.

A falta de agentes de combate ao mosquito transmissor da doença e a insistência de parte da população em não atender as medidas de prevenção estão entre as principais causas da epidemia, segundo a coordenação de controle da dengue em Londrina.

Para coordenador de Endemias da Secretaria de Saúde, Elson Belisário, o número ideal de agentes de combate à dengue seria de 230, mas a cidade conta com apenas 181. Com a implantação de grandes condomínios do programa do Governo Federal ‘Minha Casa, Minha Vida’, aumentando o número de imóveis em Londrina, a quantidade de agentes deveria saltar para 249.

“O ideal é 1 agente para cada 800 a 1000 imóveis por cidade. Estamos esperando pelas contratações há meses, mas a dificuldade de repor os agentes é grande. Já chegamos a trabalhar apenas com 80, depois conseguimos repor e manter a média de 200. Mas com o condomínio Vista Bela aumentando o número de imóveis, precisaremos de ainda mais agentes, principalmente com a chegada do calor” explicou.

Especialista aponta dificuldades no combate à doença – O médico infectologista Luiz Baldy explica que a doença ainda é um problema sem solução prática para a medicina e que o detalhe do mosquito usar o acúmulo de água para deixar seus ovos é um dos grandes complicadores.

“Como é uma doença que depende de políticas públicas de combate e da participação da população, o Brasil não consegue evitar epidemias de dengue. E o combate também enfrenta outros tipos de dificuldade como entrar em todos os locais suspeitos de serem criadouros”.

O especialista lembra ainda que os médicos precisa, cada vez mais, estar preparados para diagnosticar a doença. “Muitos deixam de diagnosticar de maneira certa e esta conduta pode ser fatal”.

(Fonte: Gazeta do Povo/PR)

Áreas protegidas não evitam perda da biodiversidade, diz estudo

A garantia de áreas protegidas não está evitando a perda de biodiversidade. De acordo com estudo, embora hoje em dia existam 100 mil áreas protegidas no mundo todo – que somam 17 milhões de quilômetros quadrados em terra e 2 milhões de quilômetros quadrados nos oceanos – a perda de biodiversidade aumentou. A previsão para a perda de biodiversidade pode ser catastrófica para o ano 2050.

O estudo publicado na revista científica “Marine Ecology Progress Series” exige soluções mais efetivas para os problemas de crescimento da população e do nível de consumo.

“Estamos investindo uma grande quantidade de recursos financeiros e humanos na criação de áreas protegidas e infelizmente a evidência existente sugere que essa não é a solução mais efetiva”, afirmou Camilo Mora, um pesquisador colombiano que trabalha atualmente para a Universidade do Havaí.

Um dos problemas é que dessas 100 mil áreas protegidas, só se produz um cumprimento estrito das normas em 5,8% das quais está em terra e 0,08% das quais estão nos oceanos.

Falta investimento – A despesa mundial nas áreas protegidas é de US$ 6 bilhões (R$ 9,3 bilhões) ao ano, quando deveria ser de US$ 24 bilhões (R$ 37,3 bilhões), por isso que muitas áreas não são financiadas de forma adequada, disse o estudo.

O coautor do estudo Peter Sale, diretor do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde (Canadá) da Universidade das Nações Unidas, também identificou outras quatro limitações no uso de áreas protegidas como forma para preservar a biodiversidade do planeta.

Segundo Mora e Sale, o crescimento previsto das áreas protegidas é muito lento. Ao atual ritmo, para alcançar o objetivo de cobrir 30% dos ecossistemas do mundo com áreas protegidas se necessitariam 185 anos em terra e 80 anos nos oceanos.

Ao mesmo tempo, as ameaças contra a biodiversidade, como a mudança climática e a poluição, estão avançado rapidamente, enquanto o tamanho e a conexão das áreas protegidas são inadequados. Cerca de 30% das áreas protegidas nos oceanos e 60% das de terra têm uma superfície inferior a 1 quilômetro quadrado.

Além disso, as áreas protegidas só são uma medida efetiva contra duas ameaças de origem humana, a exploração em massa e a perda de habitat, mas não contra a mudança climática, poluição e espécies invasoras.

Finalmente, as áreas protegidas entram em conflito com o desenvolvimento humano.

Por estas razões, Mora disse que “é o momento de empregar todos esses recursos que vão para as áreas protegidas e utilizá-los em estratégias que sejam mais efetivas ao problema tão grave que temos com a perda de biodiversidade”.

(Fonte: Portal iG)

Em MS, Pantanal sul sofre efeitos da maior cheia dos últimos 20 anos

A região sul do Pantanal está sofrendo tardiamente os efeitos da maior cheia dos últimos 20 anos ocorrida em três sub-bacias pantaneiras localizadas ao norte, em território sul-mato-grossense. Em Porto Murtinho, no sudoeste de Mato Grosso do Sul, o nível do Rio Paraguai chegou a 6,82 metros no dia 25 de julho, de acordo com a régua da Agência Fluvial da Marinha. O marcador pode chegar mais próximo dos 7 metros até o fim de julho.

Na ilha fluvial Margarita, que fica em frente à sede do município brasileiro e pertence ao Paraguai, a população enfrenta problemas com o elevado nível do rio. Residências e comércios estão com água na porta, e alguns atracadouros ficaram submersos. O gerente de uma loja, o brasiguaio Márcio Riquelme, disse que há 15 anos não via uma cheia tão grande como a atual. “Tem um vizinho que a loja está com um metro e meio de água. Na minha loja ainda não chegou, mas o movimento de clientes caiu bastante”, relata.
É a cheia que mantém o equilíbrio e a diversidade da vida no pantanal”
Felipe Dias, doutor em recursos hídricos

Na zona rural, pecuaristas tentam evitar prejuízos recolhendo o rebanho até as partes mais altas nas fazendas. Já na área urbana da cidade de 15 mil habitantes, um dique protege a cidade de alagamentos e suporta cheias de até 10 metros.

A elevação do Rio Paraguai em Porto Murtinho já era prevista pelos pesquisadores da Embrapa Pantanal, que fazem comparações entre a régua daquela cidade e a de Ladário, situada a cerca de 500 quilômetros em direção à nascente. O 6º Distrito Naval da Marinha em Ladário mantém desde 1900 uma régua de medição.

Em julho deste ano, a régua de Ladário marcou 6 metros, índice considerado acima da média. Na última década, o nível máximo atingiu 5,40 metros, em junho de 2006. Já o mínimo registrado pelo instrumento foi de 0,88 metro em novembro de 2005.

De acordo com a Embrapa, o volume maior de água – em parte ocasionado pelas chuvas de fevereiro e março nas sub-bacias do Aquidauana, Rio Negro e Miranda – foi o que provocou a elevação do nível do Rio Paraguai ao sul do Pantanal. Como o relevo pantaneiro é de baixa declividade (não mais de 1 metro por quilômetro em sentido leste-oeste e até 5 centímetros no norte-sul), as águas podem levar meses até escoar para o rio.

Chuvas acima da média – Em março deste ano, as populações das cidades ribeirinhas de Aquidauana e Anastácio, situadas no pantanal sul-mato-grossense, viveram os efeitos da chuva intensa na região. A precipitação provocou a cheia do Rio Aquidauana, que divide as duas cidades onde vivem 70 mil pessoas. As águas chegaram a nove metros de altura e transbordaram do leito. Como consequência, mais de 850 pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas, além de danos a imóveis, estradas, pontes e prejuízos na zona rural.

O tentene Landis, do Corpo de Bombeiros em Aquidauana, trabalhou no mutirão de resgate das famílias que viviam às margens do rio. Ele conta que algumas pessoas não queriam abandonar seus imóveis. “Teve um rapaz que nos procurou dizendo que o pai dele, um idoso, não queria sair da casa. O senhor ergueu todos os móveis na altura do teto. Foi difícil, mas convencemos o idoso a sair”, diz Landis.

A enchente sem precedentes na história recente das duas cidades mobilizou mais de 200 pessoas para ações de resgate e auxílio, entre membros do Corpo de Bombeiros, Exército e prefeituras. Após serem removidas dos locais de risco, as famílias foram transferidas para abrigos improvisados em escolas, ginásios e igrejas. Apesar da calamidade, não houve registros de afogamento ou morte no período, segundo Landis.

As cidades de Aquidauana e Anastácio margeiam o rio que é um dos afluentes do Pantanal. Toda a região pantaneira é caracterizada por ciclos prolongados de cheia e seca, alternadamente. Segundo meteorologistas, o fim da estação de verão também marca a proximidade do término do período chuvoso, que dura de outubro a março.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos (Cemtec-MS), a média histórica de precipitação na região de Aquidauana e Anastácio é de 125 milímetros em março. Mas neste ano, apenas nos primeiros 13 dias de março, choveu 216,6 milímetros, ou 173% do esperado para o mês inteiro. A meteorologista Cátia Braga aponta as causas da concentração severa de chuva: “O que provocou o fenômeno foi a Zona de Convergência do Atlântico Sul, que fica bem caracterizada nos meses de verão e altera o regime de chuvas nas regiões por onde passa”, diz.

As águas pluviais também deixaram estragos na zona rural, onde a pecuária constitui uma importante fonte geradora de riquezas. O presidente do Sindicato Rural de Aquidauana, Timóteo Proença, estima prejuízo de até 20% do rebanho dos produtores da região por causa da enchente. “Sempre fazemos o manejo do gado para as partes mais altas, mas este ano foi uma cheia diferente, atípica”, conta.

Embora o pantanal seja regulado pela alternância de fenômenos climáticos intensos, seus efeitos são extremamente benéficos para o bioma, de acordo com o doutor em recursos hídricos da Universidade Católica Dom Bosco, Felipe Dias. “É a cheia que mantém o equilíbrio e a diversidade da vida no pantanal”, afirma. Condição que se confirma pelos pecuaristas. “Depois da cheia fica ótimo, o pasto se renova e as águas eliminam naturalmente as pragas”, diz Timóteo Proença.

“O produtor tradicional sabe que em determinadas épocas pode ou não manejar o gado. Por isso consegue trabalhar de forma harmônica com a natureza. Quem pensar que pode adotar as mesmas práticas que no planalto, irá falhar”, explica Dias.

(Fonte: Hélder Rafael/ G1)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

OMS reconhece 28 de julho como Dia Mundial de Combate às Hepatites

Sociedade Brasileira de Hepatologia informa que País não está preparado para enfrentar essa epidemia grave e silenciosa

Estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo estão infectadas com o vírus da hepatite B, cuja transmissão também é sexual, e aproximadamente 170 milhões com hepatite C.

No Brasil, um inquérito feito nas capitais entre 2004 e 2008 apontou que o vírus B da hepatite foi encontrado em 0,6% das pessoas entre 20 a 69 anos e o C em 1,56%. A hepatite A foi observada em 39,5% das crianças e adolescentes entre cinco e 19 anos.

Para o Presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), o baiano Raymundo Paraná, as hepatites virais são as maiores endemias mundiais. “Na maioria das vezes elas não têm sintomas, são silenciosas e de fácil contágio”, justiça.

A transmissão da hepatite A pode ocorrer por contato humano ou por ingestão de água e alimentos contaminados; a B em relações sexuais desprotegidas, da mãe para o bebê, em transfusão de sangue e até mesmo por compartilhamento de escovas de dente e alicates de unha; e a C principalmente por contato com sangue contaminado, como no compartilhamento de seringas, lâminas de barbear e outros objetos cortantes.

Dr. Paraná afirma que o sistema público de saúde ainda não está preparado para o enfrentamento dessas doenças. Segundo ele, o acesso ao diagnostico e ao tratamento é restrito e elitizado.

Na Bahia, por exemplo, uma pesquisa feita em 2010 mostrou que quase 30% das pessoas que se tratam de hepatite nos hospitais públicos têm plano privado de saúde. “Percebemos que esses pacientes são diagnosticados nos centros particulares e jogados para o SUS (Sistema Único de Saúde)”, comentou.

De acordo com o Ministério da Saúde, 11.660 pessoas recebem hoje tratamento contra a hepatite B e 11.862 contra a hepatite C no SUS.

O especialista diz ainda que faltam hepatologistas e centros de hepatologia no sistema público, mas ressalta que a doença ganhou mais visibilidade, em 2009, quando o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde se tornou Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.

Marcelo de Freitas, gerente da Área de Cuidado e Melhoria de Vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, explica que as experiências obtidas no enfrentamento de uma doença foram usadas para outras. “Agora brincamos que ninguém tem mais o seu bicho de estimação. Não existe uma pessoa responsável só pela aids e outra só pelas hepatites. Ficou tudo integrado”, comenta.

Governo melhora tratamento e oferecerá teste rápido

No último dia 18, passou a valer uma nova diretriz terapêutica para o tratamento da hepatite C na rede pública. A iniciativa amplia o uso do remédio interferon peguilado e facilita o acesso ao tratamento em alguns casos que não necessitam de biópsia prévia.

O protocolo anterior, publicado em 2007, permitia a extensão do uso do interferon desde que houvesse aprovação do Comitê Estadual de Hepatites Virais. Agora, o médico que acompanha o paciente já pode prescrever a continuidade do tratamento, de acordo com os critérios estabelecidos no documento.

Com essa iniciativa, prevê-se a ampliação do uso do interferon peguilado para portadores de outros genótipos do vírus C para pelo menos mais 500 pacientes ainda este ano.

O uso desta formulação trará mais conforto aos pacientes, pois é utilizada apenas uma vez por semana – no caso do interferon convencional, são três doses a cada semana.

A partir de agosto, o SUS irá oferecer também testes rápidos de detecção das bepatites B e C. Os exames, cujos resultados ficarão prontos em 30 minutos, serão oferecidos inicialmente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das capitais do país, para depois serem estendidos às unidades básicas de saúde.

“Queremos acolher os pacientes o mais rapidamente possível. Com o diagnóstico precoce, podemos orientá-los para evitar a transmissão da doença e iniciar a oferta do tratamento adequado, garantindo melhor resposta do organismo e mais qualidade de vida”, reforça o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

*publicado originalmente no site da Agência Aids.

(Agência Aids)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Hepatite A

Hepatite A é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus VHA que é transmitido por via oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável, ou através de alimentos (especialmente os frutos do mar, os recheios crenosos de doces e alguns vegetais) ou da água contaminada.
Esse vírus pode sobreviver por até quatro horas na pele das mãos e dos dedos. Ele é também extremamente resistente à degradação provocada por mudanças ambientais, o que facilita sua disseminação, e chega a resistir durante anos a temperaturas de até 20ºC negativos.

A incidência da hepatite A é maior nos locais em que o saneamento básico é deficiente ou não existe. Uma vez infectada, a pessoa desenvolve imunidade contra VHA por toda a vida.

Diagnóstico

Além de levar em conta os sintomas, o diagnóstico da hepatite A é feito por meio da detecção de anticorpos contra o vírus VHA no sangue ou pela presença de seus fragmentos nas fezes.

Sintomas

A hepatite A pode ser sintomática ou assintomática. Durante o período de incubação, que leva em média de duas a seis semanas, os sintomas não se manifestam, mas a pessoa infectada já é capaz de transmitir o vírus.

Apenas uma minoria apresenta os sintomas clássicos da infecção: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes amarelo-esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da coca-cola são outros sinais possíveis da enfermidade.

No entanto, muitas vezes, os sintomas são tão vagos que podem ser confundidos com os de uma virose qualquer. O paciente continua levando vida normal e nem percebe que teve hepatite A.

Grupo de Risco

Geralmente, é na infância que se entra em contato com o vírus. Por isso, as crianças constituem grupo de risco importante, assim como os adultos que interagem com elas e os profissionais de saúde.

Evolução

Em geral, o quadro de hepatite A se resolve espontaneamente em um ou dois meses. Em alguns casos, porém, pode demorar seis meses para o vírus ser eliminado totalmente do organismo.
A hepatite A é uma doença de curso benigno, mas potencialmente grave. Embora não sejam frequentes, complicações podem surgir. Uma delas, a hepatite fulminante é um quadro que se caracteriza pela necrose maciça e morte das células hepáticas nas primeiras seis a oito semanas da infecção. São raros os casos de pacientes com mais de 50 anos que sobrevivem a essa forma da doença.

Tratamento

Não existe tratamento especifico contra a hepatite A, nem embasamento terapêutico para recomendar repouso absoluto. Na vigência dos sintomas, porém, o próprio paciente se impõe repouso relativo.

Pessoas que vivem no mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estão em más condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para protegê-las contra a infecção.

É absolutamente fundamental que o consumo de álcool seja abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas hepáticas voltaram ao normal.

Vacinas

Há duas vacinas contra a hepatite A. Uma deve ser aplicada em duas doses com intervalo de seis meses; a outra, em três doses distribuídas também nesses seis meses.

A vacina contra a hepatite A não faz parte do programa oficial de vacinação oferecido pelo Ministério da Saúde, mas deve ser administrada a partir do primeiro ano de vida, porque sua eficácia é menor abaixo dessa faixa etária.

Pessoas que pertencem ao grupo de risco ou que residem na mesma casa que o paciente infectado também devem ser vacinadas.

Recomendações

* Não coma frutos do mar crus ou mal cozidos. Moluscos especialmente filtram grande volume de água e retêm os vírus se ela estiver contaminada. Ostras que se comem cruas e mariscos são transmissores importantes do vírus da hepatite A;

* Evite o consumo de alimentos e bebidas dos quais não conheça a procedência nem saiba como foram preparados;

* Procure beber só água clorada ou fervida, especialmente nas regiões em que o saneamento básico possa ser inadequado ou inexistente;

* Lave as mãos cuidadosamente antes das refeições e depois de usar o banheiro. A lavagem criteriosa das mãos é suficiente para impedir o
contágio de pessoa para pessoa;

* Não ingira bebidas alcoólicas durante a fase aguda da doença e nos três meses seguintes à volta das enzimas hepáticas aos níveis normais;

* Verifique se os instrumentos usados para fazer as unhas foram devidamente esterilizados ou leve consigo os que vai usar no salão de beleza.

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Hepatite B

A hepatite B é uma doença transmitida pelo vírus VHB, que tem predileção por infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas células podem ser agredidas pelo VHB diretamente, ou pelas células do sistema de defesa que, empenhadas em combater a infecção, acabam causando um processo inflamatório crônico.

O vírus da hepatite B pode sobreviver ativo no ambiente externo por vários dias. O período de incubação dura, em média, de um a quatro meses. Uma pessoa infectada por ele pode desenvolver as seguintes formas da doença: hepatite aguda, hepatite crônica (ou ambas) e hepatite fulminante, uma forma rara da doença que pode ser fatal.

Transmissão do VHB

O vírus da hepatite B está presente no sangue, na saliva, no sêmen e nas secreções vaginais da pessoa infectada. A transmissão pode ocorrer por via perinatal, isto é, da mãe para o feto na gravidez, durante e após o parto; por via horizontal, através de pequenos ferimentos na pele e nas mucosas; pelo uso de drogas injetáveis e por transfusões de sangue (risco que praticamente desapareceu desde que o sangue dos doadores passou a ser rotineiramente analisado).
As relações sexuais constituem outra via importante de transmissão da hepatite B, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações altas nas secreções sexuais.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base nos exames físico e de sangue para determinar o valor das transaminases (aminotransferases, segundo a nova nomenclatura médica), e a presença de antígenos do vírus na detecção do DNA viral. Em alguns casos, pode ser necessário realizar biópsia de fígado.

Sintomas

De modo geral, os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus VHB são semelhantes aos da hepatite A: náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas).

A hepatite aguda pode passar despercebida, porque a doença ou é assintomática, ou os sintomas não chamam a atenção. Outra particularidade é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o VHB persiste no organismo e a doença torna-se crônica.

A hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos. Isso não indica que parte dos infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no futuro. Na maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia, aumento do baço, acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite), distúrbios de atenção e de comportamento (encefalopatia hepática). A evolução dessa forma da doença depende de fatores, como a replicação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.

Prevenção

A maneira mais segura e eficaz de prevenir a infecção pelo VHB é tomar as três doses da vacina contra a hepatite B, assim distribuídas: a segunda 30 dias depois da primeira e a terceira, seis meses depois da primeira.
Devem receber essa vacina: recém-nascidos, crianças que não foram vacinadas ao nascer, pessoas com vida sexual ativa, aquelas que convivem com pacientes com a enfermidade ou necessitam de transfusões de sangue com frequencia, as submetidas à hemodiálise. Também devem ser vacinados os usuários de drogas injetáveis, os profissionais na área de saúde, os doadores de órgãos sólidos e de medula óssea, policiais, manicures, podólogos, portadores de HIV e de imunodeficiências, vítimas de abuso sexual, a população indígena, entre outros grupos.

Tratamento

Na maioria dos casos, o tratamento da hepatite B aguda tem como objetivo aliviar os sintomas e afastar o risco de complicações. Nessa fase, não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais. Também, ao contrário do que se preconizava no passado, o paciente não precisa permanecer em repouso, mas deve moderar a atividade física.
Nem todos os portadores de hepatite B crônica com diagnóstico recente precisam de tratamento imediato. Quando ele se faz necessário, existem remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da resposta inflamatória.

Recomendações

*Saiba que a hepatite B crônica é uma doença que exige cuidados, porque pode evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado (carcinoma hepatocelular);

*Vale a pena consultar um médico sobre a importância de tomar a vacina contra hepatite B, mesmo que você não pertença aos grupos de risco. Essa vacina protege também contra a infecção pelo vírus da hepatite D, que só se manifesta quando ocorre dupla infecção;

*Informe-se sobre a distribuição gratuita da vacina contra a hepatite B pelo sistema público de saúde.

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Hepatite C

A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue contaminado, mas a infecção também pode passar através das vias sexual e vertical (da mãe para filho). O portador do vírus da hepatite VHC pode desenvolver uma forma crônica da doença que leva a lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático.

No Brasil, há cerca de 3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C. Não há vacina contra a doença.

Sintomas

A hepatite C é assintomática na maioria dos casos, ou seja, o portador não sente nada após a infecção pelo vírus. Em algumas situações, pode ocorrer uma forma aguda da enfermidade que antecede a forma crônica. Nesses casos, o paciente pode apresentar mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada (icterícia), dores musculares. No entanto, a maioria dos portadores só percebe que está doente anos após a infecção, quando apresenta um caso grave de hepatite crônica com risco de cirrose e câncer no fígado.

Diagnóstico

O exame de escolha para diagnóstico da hepatire C é a pesquisa de anticorpos contra o vírus da hepatite C, o anti-VHC. Entretanto, muitas vezes, a enfermidade é diagnosticada durante exames de rotina ou durante a investigação de outras doenças.
Pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1993 devem fazer o teste anti-VHC porque, antes dessa data, o sangue das transfusões não era testado nem se conhecia o vírus.

Tratamento

O tratamento consiste na combinação de interferon (substância antiviral produzida por nosso organismo e que combate o vírus da hepatite C) injetável três vezes por semana associado a uma droga (ribaveriva) administrada por via oral por um tempo que varia entre seis meses e um ano. Esses medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS.

Quando não há cirrose instalada, as chances de eliminação total do vírus do organismo variam entre 30% e 70%, dependendo do tipo de vírus, que pode pertencer a dois genótipos: 1 ou não-1.

No início do tratamento, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe forte: dores no corpo, náuseas, febre. Perda de cabelo, depressão, vômitos, emagrecimento são outros sintomas possíveis. Ascite (barriga d’água), cansaço extremo, confusão mental podem ser sintomas do estado avançado da doença.

A cura é definida pela ausência de vírus no sangue seis meses depois do terminado o tratamento. As chances variam entre 40% a 60%, dependendo do tipo de vírus.

Recomendações

* Fique longe das bebidas alcoólicas, se é ou foi portador do VHC;

* Não utilize drogas injetáveis;

* Certifique-se de que todo o material utilizado para coleta de sangue seja descartável;

* Verifique se agulhas ou qualquer outro objeto que entre em contato com sangue é descartável ou está devidamente esterilizado;

* Leve seu próprio material quando for à manicure;

* Se quiser engravidar ou estiver grávida, faça o teste para saber se é portadora do vírus da hepatite C;

* Só faça sexo com preservativo;

* Tome as vacinas contra as hepatites A e B, a vacina contra gripe todos os anos e a vacina contra pneumonia, se é portador do VHC.

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RS registra 75 casos de Gripe A

A Secretaria Estadual da Saúde (SES), através do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), confirma a ocorrência de cinco novos casos de gripe A (H1N1) no Estado, todos com boa evolução. São eles:

1-Mulher de 24 anos, natural e residente em Jaguarão;
2-Mulher de 23 anos, natural de Guaíba, internou em Porto Alegre e já teve alta;
3-Mulher de 21 anos, natural e residente em Pelotas;
4-Menino de 3 meses, natural e residente em Porto Alegre, internou no próprio município e já teve alta;
5-Homem de 48 anos, natural e residente em Jaguarão.

Em 2011, até o momento, foram notificados 937 casos suspeitos da doença, entre os quais 75 foram confirmados (incluindo 9 óbitos), 779 descartados e 83 permanecem em investigação. O Caso anunciado em Canguçu, na última semana, não aparece na listagem oficial.

Entre no site www.cangucuemfoco.com.br para acessar a lista de casos confirmados por município de residência.

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terça-feira, 26 de julho de 2011

Cientistas temem que pesquisas médicas criem macacos falantes

A Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha está pedindo ao governo que estipule regras mais restritas paras as pesquisas médicas envolvendo animais. O grupo teme que experimentos envolvendo transplante de células acabem criando anomalias, como macacos com a capacidade de pensar e falar como os humanos.

O alerta ressalta o debate da questão dos limites da pesquisa científica. Um dos autores do relatório, o professor Christopher Shaw, do King’s College de Londres, diz que tais estudos ’são extraordinariamente importantes’.

A academia ressalta ainda que não é contrária a experimentos que envolvam, por exemplo, o implante de células e tecidos humanos em animais.

Estudos atuais, por exemplo, transplantam células cancerígenas em ratos a fim de testar novas drogas contra o avanço da doença.

A academia defende, no entanto, que com o avanço das técnicas estão surgindo novos temas que precisam ser urgentemente regulados.

Avanço – Os avanços científicos atuais já permitem a criação de ratos com lesões similares às causadas por um derrame cerebral, para que sejam depois injetadas células tronco humanas, a fim de corrigir os danos.

Outro estudo com implante de um cromossomo humano no genoma de ratos com síndrome de Down também foi essencial para a compreensão da doença.

Apesar de a maioria dos experimentos ser feita com ratos, os cientistas estão particularmente preocupados com os testes em macacos.

Na Grã-Bretanha são proibidas as investigações com macacos de grande porte como gorilas, chipanzés e orangotango. Em outros países, como os Estados Unidos, são liberadas.

‘O que tememos é que se comece a introduzir um grande número de células cerebrais humanas no cérebro de primatas e que isso, de repente, faça com os que os primatas adquiram algumas das capacidades que se consideram exclusivamente humanas, como a linguagem’, diz o professor Thomas Baldwin, outro membro da academia.

‘Estas são possibilidades muito exploradas na ficção, mas precisamos começar a pensar nelas’, diz.

Áreas ‘delicadas’ – O relatório indica três áreas particularmente ‘delicadas’ na pesquisa com animais: a cognitiva, a de reprodução e a criação de características visuais que se percebam como humanas.

‘Uma questão fundamental é se o fato de povoar o cérebro de um animal com células humanas pode resultar em um animal com capacidade cognitiva humana, a consciência, por exemplo’, diz o relatório.

O professor Martin Bobrow, principal autor do relatório, sugere o que chama de ‘prova do grande símio’: se um macaco que recebeu material genético humano começa a adquirir capacidades similares a de um chimpanzé, é hora de frear os experimentos.

Na área de reprodução, recomenda-se que embriões animais produzidos a partir de óvulos ou esperma humano não se desenvolvam além de um período de 14 dias.

O campo mais polêmico é o de animais com características ’singularmente humanas’, os experimentos que o relatório chama de ‘tipo Frankenstein, com animais humanizados’.

Segundo o relatório, ‘criar características como a linguagem ou a aparência humana nos amimais, como forma facial ou a textura da pele, levanta questões éticas muito fortes’.

(Fonte: G1)

Peixe ‘estranho’ é encontrado por pescadores em Salvador/BA

Um peixe considerado “estranho” chamou a atenção dos pescadores no bairro de Itapuã, em Salvador, neste fim de semana. O animal pesa 2,5 Kg e atraiu a curiosidade dos trabalhadores e moradores da área.

Apesar de não ser conhecido pelos pescadores, o biólogo George Olavo, do Laboratório de Biologia Pesqueira da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), diz que a espécie faz parte da família do “peixe-lua” e vive em alto-mar.

“Esse peixe não é comum nas águas costeiras da Bahia. É uma espécie que ocorre em águas oceânicas, muito profundas, distantes da costa. Já ocorreu aqui algumas vezes, em Catuá , na Paria do Forte … Ela dá perto da costa, geralmente, quando há vento forte”, explica o biólogo.

George Olavo esclarece que os pescadores não têm com que se preocupar com esse peixe. “Essa espécie é inofensiva, rara, faz parte de uma família muito pequena, chamada de ‘peixes-lua’, completa. O biólogo alerta que, apesar do interesse científico nesta espécie, o indicado é que ele não seja capturado ou solto após ser pescado.

(Fonte: G1)

OMS divulga mapa global da depressão

Episódio depressivo maior

O episódio depressivo maior (MDE, na sigla em inglês) é uma preocupação considerável para a saúde pública em todas as regiões do mundo e tem forte ligação com as condições sociais.

Essa é a principal conclusão de um estudo que reuniu dados epidemiológicos provenientes de 18 países, incluindo o Brasil.

Os resultados foram apresentados no relatório Epidemiologia transnacional do MDE, publicado nesta terça-feira na revista de acesso aberto BMC Medicine.

O MDE é um conjunto de sintomas do chamado distúrbio de depressão maior, caracterizado por uma depressão severa e altamente persistente.

Depressão no mundo

Os países foram divididos em dois grupos: alta renda (Bélgica, França, Alemanha, Israel, Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia, Espanha e Estados Unidos) e baixa e média renda (Brasil - com dados exclusivamente de São Paulo -, Colômbia, Índia, China, Líbano, México, África do Sul e Ucrânia).

De acordo com o relatório, nos dez países de alta renda incluídos na pesquisa, 14,6% das pessoas, em média, já tiveram MDE. Nos 12 meses anteriores, a prevalência foi de 5,5%.

Nos oito países de baixa ou média renda considerados no estudo, 11,1% da população teve episódio alguma vez na vida e 5,9% nos 12 meses anteriores.

A maior prevalência nos últimos 12 meses foi registrada no Brasil, com 10,4%. A menor foi a do Japão, com 2,2%.

Depressão é maior entre mulheres

Os resultados do estudo mostraram que, nos países de alta renda, a idade média de início dos episódios de depressão maior foi de 25,7 anos, contra 24 anos nos países de baixa e média renda. Deficiências funcionais foram associadas a manifestações recentes de MDE.

O estudo também revelou que a prevalência dobra entre as mulheres. Nos países de alta renda, a juventude está associada com uma prevalência mais alta de MDE nos 12 meses anteriores. Por outro lado, em vários dos países de baixa renda, as faixas etárias mais altas mostraram maior probabilidade de manifestação de MDE.

A condição de separação de um parceiro apresentou a correlação demográfica mais forte com o MDE nos países de alta renda. Nos países de baixa e média renda, os fatores mais importantes foram as condições de divórcio e viuvez.

O relatório recomendou que futuras pesquisas investiguem a combinação de fatores de risco demográfico que estão associados ao MDE nos países incluídos na Iniciativa Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental.

Estudo sobre depressão no Brasil

O trabalho faz parte da Iniciativa Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental, um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS) que integra e analisa pesquisas epidemiológicas sobre abuso de substâncias e distúrbios mentais e comportamentais. O estudo é coordenado globalmente por Ronald Kessler, da Universidade de Harvard (Estados Unidos).

Os dados do Brasil foram coletados pelo estudo Brazil Megacity Mental Health Survey. Entre os autores do artigo estão Laura Helena Andrade, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Maria Carmen Viana, professora do da Universidade Federal do Espírito Santo.

Segundo Maria Carmen, o Brazil Megacity Mental Health Survey é um estudo epidemiológico de base populacional que avaliou uma amostra representativa de residentes da região metropolitana de São Paulo, com 5.037 pessoas avaliadas em seus domicílios.

Todas as entrevistas foram feitas com base no mesmo instrumento diagnóstico. Atualmente, cerca de 30 países participam com pesquisas semelhantes da Iniciativa Pesquisa Mundial sobre Saúde Mental.

"Em todos os países foi aplicada a mesma metodologia. No artigo internacional, foram incluídos exclusivamente os dados sobre depressão maior, mas a nossa pesquisa avalia diversos outros transtornos mentais, entre eles os de ansiedade - como pânico, fobias específicas, fobia social e transtorno obsessivo compulsivo - e transtornos de humor, como o transtorno bipolar, distimia e a própria depressão maior", disse a pesquisadora.

Com informações da Agência Fapesp

Micropulmão artificial poderá ser implantado

Pulmão artificial

Cientistas criaram um dispositivo em microescala que imita a estrutura de um pulmão.

O pequeno pulmão artificial permitirá que os médicos usem o ar comum para ventilar os pacientes, em vez do oxigênio puro.

Isso significa que o dispositivo, quando totalmente desenvolvido, poderá se tornar um pulmão artificial totalmente implantável, uma vez que ele dispensa os pesados e grandes cilindros de oxigênio.

Chip microfluídico

Joseph Potkay e seus colegas do Centro Médico Louis Stokes, nos Estados Unidos, usaram uma tecnologia chamada microfluídica, que usa minúsculos canais para lidar com fluidos, biológicos ou não.

Esta é a tecnologia que está na base de uma família de dispositivos miniaturizados conhecidos como biochips.

No micropulmão artificial, os canais são estreitados paulatinamente, replicando o sistema de artérias e capilares existentes em um pulmão real.

Uma membrana de troca de gases recobre todos os canais, de forma que o dispositivo reabasteça o sangue com oxigênio e retire o gás carbônico, dependendo da entrada utilizada - uma entrada recebe o sangue arterial e outro o sangue venoso.

Até o momento, a equipe testou o dispositivo com o sangue de animais.

Segundo Potkay, o microdispositivo se mostrou muito mais eficiente do que os pulmões artificiais atuais, que usam oxigênio puro - o que significa de três a cinco vezes mais oxigênio transferido para o sangue e dióxido de carbono retirado dele.

Implante artificial de pulmão

Embora o sistema de troca de gases seja sempre replicado nos pulmões artificiais, esta é a primeira vez que os cientistas conseguem replicar o sistema de microcanais e capilares em dimensões quase microscópicas, dispensando o oxigênio puro.

Outra grande vantagem do novo pulmão artificial é o seu tamanho, o que permitirá o barateamento dos custos desses equipamentos, que hoje são caros e restritos a poucos hospitais, assim como a futura construção de pulmões artificiais implantáveis, que funcionarão de forma parecida com um marca-passos.

O próximo passo da pesquisa é estabelecer as dimensões mínimas do sistema de microcanais para que o chip microfluídico possa suprir oxigênio suficiente para um ser humano adulto.

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WWF é acusada de se associar a empresas desmatadoras

De acordo com o grupo Global Witness, regras para participação no programa da ONG que promove corte sustentável de árvores são inadequadas e permitem que companhias exerçam atividades destrutivas para o meio ambiente.

Por trás da bandeira da proteção ambiental e da sustentabilidade, algumas empresas e grupos ambientalistas podem estar permitindo e estimulando práticas predatórias e prejudiciais ao meio ambiente. Pelo menos é o que aponta um novo documento do grupo investigativo Global Witness, que indica que o WWF pode estar ligado a firmas que realizam atividades desmatadoras. Segundo o estudo, florestas e serviços ecossistêmicos estão virando presa fácil para essas empresas.

De acordo com a pesquisa “Favorecendo os Desmatadores” (o título original “Pandering to the loggers” faz uma sátira com a palavra pandering – favorecer –, e panda, o símbolo da WWF), a Rede Global de Floresta e Comércio (GFTN em inglês), programa da ONG ambientalista WWF que apoia o comércio de madeira legal e sustentável, tem padrões de filiação pouquíssimos rigorosos, permitindo que empresas suspeitas de realizar desmatamento ilegal, ameaçar espécies e desrespeitar direitos humanos utilizem seu selo de sustentabilidade.

“Há poucos padrões mínimos exigidos para que as companhias se juntem à GFTN. Significa que mesmo companhias envolvidas em atividades altamente destrutivas, como derrubar florestas naturais para criar plantações ou comprar produtos de madeira de fontes ilegais, podem se unir e se beneficiar”, sugere o relatório.

“As regras da GFTN são menos rigorosas do que as leis dos EUA e da UE que proíbem a importação de madeira ilegal. Quando um programa emblemático criado em nome da sustentabilidade e da conservação tolera que uma de suas empresas-membro destrua o habitat do orangotango, é que algo vai realmente mal”, lamentou Tom Picken, líder da campanha de florestas do Global Witness, em um comunicado à imprensa.

O documento, que aponta diversas companhias suspeitas que são ou foram filiadas à rede, é baseado em estudos de caso de três firmas ligadas ao programa: a madeireira malaia Ta Ann Holdings Berhad, que desmata cerca de 20 campos de futebol por dia no Bornéu; a fornecedora para construções britânica Jewson, que em dez anos de união com a WWF não eliminou a madeira de origem ilegal; e a madeireira teuto-suíça Danzer Group, que está envolvida na violação de direitos humanos na República Democrática do Congo.

Para se ter uma ideia, o estudo diz que “os mapas do WWF sugerem que os orangotangos se tornaram extintos entre 1989 e 2004 em uma área de 135 mil hectares onde a Ta Ann foi licenciada ou contratada para derrubar árvores durante pelo menos parte desse período”. Em relação à aquisição de madeira ilegal, a pesquisa afirma que “as regras de filiação da GFTN se mostraram ineficientes em parar essas compras”.

O relatório ainda sugere que “mesmo se as atuais regras da GFTN fossem implementadas em toda a sua extensão [...] não há nada que evite uma companhia de se juntar à GFTN, obtendo um marketing de alto valor por um baixo custo através da associação com o nome do WWF e sua marca do panda, e então renunciar ou encerrar sua filiação silenciosamente sem cumprir os compromissos que firmou”.

A resposta às acusações foi publicada no próprio documento, e o WWF justificou que “a GFTN não faz quaisquer reivindicações de sustentabilidade, nem endossa companhias, suas políticas ou seus produtos. O WWF desafia as companhias a aspirarem à liderança em questões ambientais. A GFTN é o programa da WWF que trabalha com empresas comprometidas a fazer mudanças em suas operações florestais e/ou nas práticas de terceirização”.

Mesmo assim, a ONG explicou que “a GFNT fez uma grande contribuição para a conservação através de sua capacidade de se envolver com a indústria. Os participantes assumem compromissos claros que demonstram que rejeitam madeira ilegal ou suspeita. Participantes do comércio relatam uma base anual, e os locais são inspecionados anualmente se necessário”. Com relação à Danzer, o WWF assegurou que “enquanto a WWF-drc continuar a investigar o caso, nenhum acordo adicional será feito [com a filial]”.

Já em relação à Ta Ann, a ONG garantiu que “o pedido do ramo de operações florestais da Ta Ann ainda não foi aceito, e, portanto, a companhia nunca foi listada, aprovada ou considerada como uma participante da GFTN”, mas que “o primeiro ano de trabalho com as fábricas da Ta Ann resultou em melhorias no perfil de seus fornecedores. Tal acontece com todos os participantes, pactos de longo prazo que concordem com o plano de ação serão fundamentais para a ininterrupção da participação”.

De acordo com o estudo, “as aparentes contradições e confusões que circundam a Ta Ann significam uma preocupante falta de consistência e comunicação dentro da GFTN, agravada por uma falta de transparência”.

Apesar das críticas da pesquisa à falta de transparência do programa, a WWF se negou a fornecer informações sobre, por exemplo, a quantidade de hectares que a Danzer Group desmata ou quanto de madeira a firma produz, alegando que “o WWF não está legalmente permitido a divulgar essa informação devido a um acordo de confidencialidade. A GFTN melhorou a transparência do progresso dos participantes e está comprometida a fazer melhorias contínuas”.

A isso, o líder da campanha de florestas do Global Witness respondeu que “através de subsídios do governo, os contribuintes estão pagando uma grande parte do orçamento anual de US$ 7 milhões deste programa, e têm, portanto, direito de saber que seu dinheiro não está sendo empregado no ‘greenwashing’ de práticas irregulares”.

Piken declarou ainda que “o WWF deveria se desvincular publicamente de qualquer empresa que utilize madeira de origem ilegal ou pouco ética. É revoltante que um dos grupos de conservação mais reputados do mundo considere aceitável se beneficiar economicamente destas empresas”.

Ele concluiu que “esta investigação levanta perguntas importantes sobre a estratégia e eficácia subjacentes desses programas de voluntariado. Para proteger as florestas que restam no mundo e evitar o engano aos clientes, as iniciativas deveriam centrar-se na redução da demanda global, e não em certificar o corte de árvores em áreas cada vez mais extensas”.

Infelizmente, o WWF não é a única ONG ambientalista a ser acusada de compactuar com empresas que prejudicam o meio ambiente. A Conservação Internacional (CI), e a Nature Conservancy (TNC), por exemplo, também foram denunciadas por se associarem a companhias como a Bunge, a Exxon Mobil e a Shell, firmas que têm históricos de impacto ambiental.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

(CarbonoBrasil)

Frente nacional contra tentativas de privatizar a água

Rio de Janeiro, Brasil, 26/7/2011 – Para frear o que consideram um processo em curso de privatização da água na América Latina, organizações da sociedade civil começam a coordenar ações conjuntas na região. Elas denunciam a aplicação “de diversas formas sutis” que tendem a deixar este recurso fora do controle estatal. Mesmo admitindo que o diagnóstico sobre a situação do controle da água ainda não está claro, o fórum de organizações “trabalha nesse debate”, explicou à IPS o sacerdote Nelito Dornelas, assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Fórum Nacional de Mudanças Climáticas.

O que está claro é que há muitas situações pontuais em cada país inclinadas a esse fim, segundo os organizadores do Seminário Internacional: Panorama Político Sobre Estratégias de Privatização da Água na América Latina”, realizado nos dias 20 e 21, na sede da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “No Brasil está em curso com relação à água um processo semelhante ao que ocorreu com a energia elétrica quando, depois da privatização, as tarifas aumentaram cerca de 400%”, afirmou, como exemplo, o Movimento dos Afetados pelas Represas (MAB). “Temos de mobilizar a população em torno deste debates”, disse Dornelas.

Para os participantes do Seminário, é preciso convocar um referendo nos países da região, como o realizado em 2004 no Uruguai, que aprovou o controle social dos recursos hídricos do país, ou, mais recentemente, na Itália. Entre outros pontos submetidos a votação, 95% dos que participaram da consulta optaram pelo NÃO à privatização da água. “Queremos que o governo se ocupe do serviço de águas e do recurso, de modo geral”, destacou o MAB.

A América Latina tem hoje o maior controle e posse dos recursos naturais do planeta e, por isto, é importante começar a se mobilizar para preservar essa riqueza, explicou à IPS Rogério Hohn, da coordenação nacional do MAB. Nesse sentido, o seminário “buscou promover um amplo debate das organizações de cada país com vistas a soluções conjuntas”, acrescentou. Para o MAB, a privatização da água se expressa de diversas formas sutis, além do controle do serviço de abastecimento domiciliar.

Por exemplo, entregando aos Municípios a administração desse recurso para enfraquecer negociações em nível nacional, cobrando por seu uso ou apoiando-se em setores como agricultura, mineração ou das empresas de saneamento. “Inclusive as represas para geração de energia elétrica são uma forma de privatização da água, porque não se vende apenas energia, mas a água que está represada”, destacou Hohn.

A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, chamou a atenção para um aspecto do informe nacional sobre disponibilidade e qualidade de recursos hídricos, apresentado recentemente pela Agência Nacional de Águas (ANA). O estudo mostra que 69% dos recursos hídricos brasileiros são utilizados para a irrigação de cultivos e pastagens, e que mais de 90% deles vão para o setor privado.

“Temos de ver se essas áreas de irrigação estão em zonas vulneráveis em oferta de recursos hídricos no futuro, para que possamos garantir a produção agrícola com oferta de água, ou se é preciso redirecioná-las”, disse a ministra, ao se referir a uma eventual falta de água para o setor em algumas regiões. O informe, que o governo de Dilma Rousseff tomará como base para a implementação de políticas de administração de recursos, mostra que no setor agropecuário o consumo de água dos animais equivale a 12%, enquanto a demanda de cidades é de 10% e da indústria 7%.

O Brasil é considerado a grande reserva de água doce do mundo, já que possui 11,6% da disponibilidade no planeta e 53% da disponibilidade na América do Sul. Segundo o estudo da ANA, cada brasileiro teria à sua disposição 34 milhões de litros de água doce por ano. Oferta esta que pode baixar se avançarem os processos de privatização do setor, segundo Edson Aparecido da Silva, coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental.

Em entrevista à IPS, Edson explicou que no Brasil grande parte da operação de serviços de saneamento ainda é pública, atendendo quase a totalidade dos 190 milhões de habitantes do país. O setor privado responde por apenas nove milhões de pessoas, ressaltou. Entretanto, os privados já manifestaram “que em pouco tempo podem ampliar sua inserção na área do saneamento em cerca de 30% da população”. Isto significa “que convivemos o tempo todo com a ameaça de mais privatização”, alertou.

Esse processo vai na contramão do que ocorre em países como Argentina, Alemanha, França e Itália, onde os serviços de saneamento voltam ao poder do Estado, ressaltou Edson. Serviços “que eram privados e voltam a ser públicos porque os governos viram que ficavam caros para a população e, com isso, se excluía muitos cidadãos, sobretudo nos países mais pobres”, concluiu. Envolverde/IPS

(IPS)
http://envolverde.com.br

Empresas devem mudar modo de pensar e mobilizar consumidores à sustentabilidade

A formiga é um ser de força admirável, ela consegue carregar até 50 vezes o seu próprio peso, o que, para um homem de 80 quilos, significaria 4 toneladas. Em termos ambientais e referentes às mudanças climáticas, um brasileiro classe média de 80 quilos pode não carregar tanto quanto uma formiga, mas seu consumo e gasto de reservas naturais emite mais de uma tonelada de carbono por ano.

É o que afirma Ernesto Cavasin Neto, especialista em sustentabilidade empresarial e gerente executivo da PricewaterhouseCoopers. No mês de junho, Cavasin lançou o livro Toneladas sobre os ombros, em que comenta a questão do aquecimento global em relação a um consumo mais responsável.

Em entrevista ao portal EcoDesenvolvimento.org, Cavasin explicou porque o mundo enfrenta tantos desafios na redução do aquecimento global e deu a receita: será preciso que as empresas mudem seu modo de pensar e impulsionem seus consumidores a um mundo mais sustentável.

Portal EcoD - A ONU prevê que a Terra chegue a 7 bilhões de habitantes em 31 de outubro de 2011. Quais os principais problemas que enfrentaremos com essa superpopulação?

Ernesto Cavasin Neto - Nós enfrantaremos problemas com alimentação, consumo de energia e tantos outros que levam a uma questão em cadeia, que é o aquecimento global. Se quisermos alcançar a meta de apenas 2 graus centígrados de aquecimento global até 2050, nós temos que reduzir as emissões hoje em 60% a 80%. Como o que emitimos no ano de 2010 foi em torno de 36 milhões de toneladas, tem que se reduzir no mínimo 21 milhões e 600 mil toneladas.

Além disso, quando a gente vê o mundo chegando a 7 bilhões de pessoas, a gente pode perceber que menos de 1/3 dessas pessoas tem uma condição de vida que nós acreditamos ser digna, e 2/3 da população vive abaixo dessa qualidade que nós criamos. Se formos mais simplistas, podemos pensar que na África e em alguns lugares da América do Sul, a pessoa ainda cozinha utilizando a lenha que catou no meio do mato. Ou seja, ainda precisamos ter um grande avanço na introdução de água tratada e energia elétrica na vida dessas pessoas.

Esses são os dois principais desafios do aquecimento global: reduzir as emissões em 60% a 80% e, ao mesmo tempo, incluir 30% a mais de pessoas no consumo de energia, em um mundo que alcança os 7 bilhões agora, mas em 2050, a tendência é que tenha 12 bilhões de pessoas. Sem contar que esse crescimento também aumenta a necessidade de produção de alimentos para mais 5 bilhões de pessoas. Há uma série de fatores que correm a favor do desastre ambiental.

EcoD – Como vencer esses desafios e realizar as mudanças?

ECN – Geralmente, as pessoas só realizam mudanças quando são forçadas a tomar decisões drásticas. Um exemplo é quando se descobre um câncer e tem que fazer uma cirurgia, não há jeito, será se submeter a tratamentos fortes. Com as mudanças climáticas nós temos um problema muito sério, mas o tratamento não pode ser nem homeopático, nem ser uma intervenção cirúrgica. É preciso fazer um trabalho de reeducação utilizando as ferramentas que a gente já conhece.

Eu vejo que hoje, se reunirmos todas as tecnologias de baixo carbono que já temos, a grande dúvida que temos é a seguinte: “Pô, vou trocar todas as lâmpadas do meu escritório por LED, mas isso não vale à pena financeiramente”. Pensamos que não vale a pena financeiramente porque o custo de uma lâmpada LED é bem maior que o de uma lâmpada normal, mesmo que a LED dure 10 anos e a normal seis meses, como é confiável investir todo esse dinheiro agora se não sabemos o que vai acontecer daqui a quatro ou seis anos?

Mas se, ao contrário, pensarmos na quantidade de recursos naturais que serão poupados com a troca de uma para outra e no custo do carbono que é emitido dada a diferença do consumo de energia, talvez comece a fazer mais sentido.

EcoD – Então, será preciso mudar o modelo de avaliação do modo de produção…

ECN – Pois é. Esses são custos que nós já conseguimos calcular. A logística reversa, por exemplo, já é realidade em várias partes do mundo e tende a ser aqui no Brasil também, isso gera um custo. O carbono tem valor de mercado, você pode calcular a diferença de emissões da vida útil de uma lâmpada LED para uma normal, ou quantas normais você vai precisar comprar para alcançar a lâmpada LED.

Nós temos que começar a agregar os valores que hoje não estão sendo compultados. A cadeia de valor hoje não cita a parte ambiental, a própria água, principalmente a que a gente consome aqui no Brasil, não é paga, o que é pago é o tratamento, bombeamento e distribuição da água, mas a água é de graça. E se a gente não está pagando pela água, qual o valor que a gente dá a ela?

Então, é necessário que a gente comece a valorizar os benefícios ambientais para saber o quanto nós podemos, para que possamos experimentar soluções para os problemas do aquecimento. É essa a visão, o valor dos serviços que o meio ambiente presta pra gente, que a gente acaba não valorizando e tendo que integrar isso dentro do custo dos produtos hoje, para ter uma diferenciação entre os produtos que são ambientalmente mais corretos e os produtos que não são.

EcoD – Quando as empresas vão começar a se dar conta da necessidade de realizar esses cálculos?

ECN – Não só as empresas, mas esse deve ser um caminho percorrido por toda a sociedade. Todos têm que reduzir. As empresas são formadas por pessoas e o gráfico de como o meio ambiente afeta a nossa vida a gente vê mais dia ou menos dia, seja em enchentes ou secas. E tudo isso tem que ser compultado já. Se um vendaval passa no interior de Santa Catarina, ele pode gerar custos desnecessários a uma empresa, custos que poderiam ser reduzidos caso houvesse um preparo.

Algumas empresas já sentem isso e começaram a calcular e analisar os gastos. É possível ver grandes produtores de bebidas, como refrigerante e cerveja, com uma preocupação enorme para reduzir a quantidade de litros de água que usa para produzir o seu produto, com projetos para proteger mananciais e tudo mais. Outro exemplo são algumas empresas de energia, que também buscam proteção dos mananciais de água e dos rios que elas operam.

EcoD – E como fazer para trazer isso ao consumidor?

ECN – O que precisa fazer hoje, na minha opinião, é integrar as cadeias. Ou seja, nós só vamos conseguir resolver o problema do meio ambiente e do aquecimento global, quando conseguirmos fazer produtos melhores de forma melhor. É preciso reduzir as emissões na produção e na utilização desse produto por parte do consumidor também.

Uma lâmpada mais eficiente vai reduzir as emissões do meu cliente, mas ele tem que estar estimulado a comprar isso. O preço ainda é um grande fator de decisão na hora da compra, mas a questão do “ecologicamente correto” ainda não. Então, nós precisamos integrar o consumidor diante dessa cadeia de valor.

As empresas têm que entender que precisam mobilizar o consumidor na questão ambiental como um todo. Não faz sentido a gente continuar a combater o aquecimento global através de políticas públicas e em alguns projetos de grandes emissores. Nós temos que integrar toda a cadeia, do consumidor ao distribuidor, do vendedor ao produtor, de uma forma mais ambientalmente correta.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=728065