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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Parque marinho protege 11 santuários ambientais

Fontes hidrotermais e montes submarinos, bem como comunidades e habitats marinhos sensíveis, são algumas das áreas que o Governo Regional quer ver protegidas pelo Parque Marinho dos Açores.
O Governo dos Açores quer criar um Parque Marinho com o objectivo de proteger onze "santuários", mais concretamente zonas importantes para aves marinhas, fontes hidrotermais e montes submarinos, bem como os recursos, comunidades e habitats marinhos sensíveis. Cada um dos onze locais a proteger "tem uma história", explica Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar, dando o exemplo de duas zonas oceânicas a Norte do Corvo e do Faial muito importantes para a alimentação de aves marinhas.

As fontes hidrotermais de profundidade - Lucky Strike, Menez Gwuen e Raiwbon - também foram incluídas na lista, assim como os montes submarinos Sedlo, Altair, Antialtair e a área marinha Marna. Alguns dos locais estão mesmo situados fora das 200 milhas, salienta Frederico Cardigos. O objectivo inicial era abranger toda a área marinha correspondente à Zona Económica Exclusiva, mas essa intenção acabou por ser afastada porque deixaria de fora "importantes fenómenos marinhos" que estão localizados para além desse limite, explica o director regional.

"O Parque Marinho vai pensar todas estas áreas do ponto de vista da conservação da natureza", explica. Os objectivos de gestão, monitorização e fiscalização serão conseguidos através de convénios com várias instituições, como por exemplo a Universidade dos Açores. "A Direcção Regional dos Assuntos do Mar vai fazer a coordenação e auxiliar a fiscalização, integrando as diferentes equipas no terreno", afirma o governante.

Frederico Cardigos referiu, ainda, que contará com as imagens de satélite sobre o mar dos Açores, que incluem a medição da temperatura da água, a produção de matéria orgânica à superfície e a identificação de eventuais derrames de hidrocarbonetos. O diploma, a ser aprovado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, determina diferentes níveis de protecção, acrescenta o responsável. Nas áreas que forem reservas naturais haverá uma gestão mais rigorosa mas outras serão "absolutamente permissivas". "O que é fulcral é conseguirmos responder aos desígnios que presidiram à sua criação".
Rede regional de áreas protegidas

O projecto de criação do Parque Marinho dos Açores remonta a 2007 sendo, na altura, Ana Paula Marques a responsável pela pasta do Ambiente e do Mar. Este projecto está incluído no diploma que cria a Rede Regional de Áreas Protegidas.

Esta rede uniformiza e compatibiliza as classificações das áreas protegidas no Arquipélago com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza, o que se traduz no "reconhecimento internacional dos valores conservacionistas, paisagísticos e científicos dos Açores".

O diploma consagrou as figuras do Parque Natural de Ilha (PNI), "constituído pelas áreas terrestres classificadas no território de cada ilha", e do Parque Marinho do Arquipélago dos Açores (PMA), formado pelas áreas marinhas classificadas, "que integram uma única unidade de gestão e se situam para além do limite exterior do mar territorial".

O mesmo diploma estabelece, ainda, que as áreas terrestres e marítimas do PNI e as áreas marinhas do PMA integram as categorias de Reserva Natural, Monumento Natural, Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies, Área de Paisagem Protegida e Área Protegida de Gestão de Recursos.

ISABEL ALVES COELHO

Mais informação em:
http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram-dram/

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