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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Solução com açúcar pode reduzir população de transmissor da Malária

Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, descobriram um método que emprega açúcar misturado a inseticidas inofensivos ao seres humanos que pode diminuir a população de mosquitos transmissores de doenças como a malária e a dengue.

Os pesquisadores conseguiram observar que as fêmeas de mosquitos, para conseguir desovar, necessitam de ferro e proteína obtidos no sangue humano. Entretanto, quando não o conseguem, procuram o néctar de flores, além de frutos maduros ou em decomposição.

A partir deste fato, Yosef Schlein e Günter C. Müller, da unidade de microbiologia e genética molecular da universidade israelense, produziram iscas tóxicas de açúcar, que podem ser implementadas em diversos locais, sem afetar os humanos.

De acordo com os especialistas, a mistura consegue diminuir até 90% dos insetos transmissores de doenças que estariam em zonas áridas da África ou Ásia, principais regiões que sofrem com a mortalidade de pessoas em decorrência da malária e dengue.

Teste feito em um pequeno oásis no deserto próximo ao Mar Vermelho apontou queda na quantidade de mosquitos, eliminando praticamente todas as fêmeas mais velhas, consideradas as mais perigosas. Os cientistas borrifaram uma mistura de água, açúcar e um inseticida bacteriano considerado inofensivo aos humanos.

O experimento obteve financiamento de US$ 1 milhão da Fundação Bill e Melinda Gates, dos Estados Unidos para expandir esta ação considerada barata para diversas áreas.

(Fonte: Globo Natureza)

Baixos níveis de vitamina B12 podem prejudicar o cérebro, mostra estudo

Idosos com baixos níveis de vitamina B12 no sangue podem ter uma maior propensão à perda de neurônios e a problemas com habilidades que exigem raciocínio, aponta um estudo publicado nesta terça-feira (27) na revista científica “Neurology”, da Academia Americana de Neurologia.

A pesquisa envolveu 121 pessoas com 65 anos ou mais que vivem ao sul de Chicago, nos EUA. Foram avaliadas amostras de sangue dos voluntários, nas quais se verificaram os níveis de vitamina B12 e moléculas relacionadas a esse metabolismo, que poderiam indicar uma eventual deficiência.

Os participantes também passaram por testes de medição de memória e de outras habilidades cognitivas. Após cerca de quatro anos e meio, exames de ressonância magnética analisaram o volume cerebral desses indivíduos e buscaram por outros sinais de danos.

Os cientistas descobriram que um alto índice de deficiência em quatro dos cinco marcadores de vitamina B12 pode estar associado a piores resultados em testes cognitivos e a um menor volume total do cérebro.

Segundo a autora do estudo, Christine Tangney, do Centro Médico Universitário Rush, em Chicago, o achado precisa de investigações mais aprofundadas, pois ainda é cedo para afirmar que alimentos ou suplementos de vitamina B12 em pessoas mais velhas poderiam prevenir esses problemas.

De acordo com ela, resultados de uma pesquisa britânica sobre suplementação da substância na dieta já indicam um caminho favorável nesse sentido.

A vitamina B12 é encontrada principalmente em carnes de origem animal, como gado (sobretudo o fígado bovino), peixes e aves. Leite, ovos e derivados dessas espécies também são fonte do composto.

(Fonte: G1)

Sustentável 2011 vai construir o documento que definirá as metas brasileiras para a sustentabilidade

O 4º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável (Sustentável 2011), aberto nesta terça-feira (27), no Rio de Janeiro, vai promover, entre outras iniciativas, a “tropicalização” do documento Visão 2050, lançado no ano passado pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, sigla em inglês). O documento estabelece uma nova agenda para os negócios, que incorpora valores como a biodiversidade e o bem-estar das pessoas.

Durante o Sustentável 2011, a ideia é construir uma agenda brasileira para a sustentabilidade (Visão 2050 Brasil), que será levada à presidenta Dilma Rousseff. O documento será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), em 2012, pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), promotor do congresso. A agenda Visão 2050 Brasil objetiva fazer com que o país atinja metas de desenvolvimento sustentável em um prazo de 40 anos.

O presidente executivo do CEBDS, Marcos Bicudo, ressaltou que as crises econômicas ficaram mais curtas e mais próximas, o que gerou a criação de um novo paradigma no mundo, chamado economia verde. Na opinião de Bicudo, para que o planeta não fique insustentável, as mudanças precisam ser feitas com senso de urgência.

O secretário geral assistente da Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenador executivo para a Rio+20, Brice Lalonde, destacou a necessidade de serem encontradas lideranças brasileiras, aproveitando o momento histórico de mudança política em termos globais. Segundo ele, toda a sociedade deve se envolver na preocupação em relação ao futuro. “Não só o governo federal, mas os governos locais, as pessoas, as empresas”.

Um dos responsáveis pelo documento Visão 2050, Mohammad Zaidi, ex-presidente da Alcoa, disse que o Brasil pode exercer uma posição de liderança na construção de um mundo sustentável, em especial na questão de florestas e de energias renováveis. Disse que o cenário em que 9 bilhões de pessoas vivam bem em 2050 requer melhorias importantes e colaboração global dos governos, das empresas, da sociedade em geral. Ele manifestou-se otimista no sentido de que o mundo vai encontrar as soluções para que isso ocorra. “Os desafios que a sociedade encara vão ser solucionados com solidariedade e cooperação global”.

(Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Índice aponta os mais preparados às mudanças climáticas

Ranking realizado pelo Instituto de Adaptação Global leva em conta a prontidão e a vulnerabilidade de cada país e coloca o Brasil em 63º de uma lista com 161 nações, na qual os primeiros lugares são ocupados por europeus e os últimos por africanos











Já há algum tempo as nações mais pobres do planeta e os pequenos países insulares são considerados os mais vulneráveis às mudanças climáticas e por isso deveriam ser os primeiros a receber a ajuda internacional. Dar embasamento para essa teoria é o principal objetivo do Índice de Adaptação Global (GaIn), que foi publicado neste mês e que avaliou inúmeros fatores para chegar a um ranking mundial que combina dados da prontidão de um país e de sua vulnerabilidade.

A posição final das nações no ranking foi estabelecida após o cálculo de sua prontidão menos o valor designado para a sua vulnerabilidade. Assim, mesmo países localizados em áreas de risco podem estar melhor no índice porque já possuem políticas de adaptação.

Para o cálculo da vulnerabilidade de cada país foram avaliados a exposição às consequências das mudanças climáticas, a sensibilidade a esses impactos e a capacidade para lidar com eles. Quatro outros indicadores também foram levados em conta: água, alimento, saúde e infraestrutura.

Já a pontuação em prontidão mede a habilidade dos setores público e privado de um país para absorver investimentos e aplicá-los de forma eficiente para aumentar a resiliência às mudanças climáticas. Três elementos são chave para a prontidão: economia, dados sociais e governança.

O Instituto de Adaptação Global avaliou segundo esses critérios todos os 192 países membros da ONU, mas para muitos deles foi impossível ter acesso às informações necessárias para incluí-los no ranking. Os dados dizem respeito ao período de 1995 a 2010.

No topo do GaIn estão os países mais bem preparados e aparecem em destaque nações europeias. A Dinamarca ficou com o primeiro lugar, seguida pela Suiça e Irlanda.

Interessante é que a quarta e quinta colocações são ocupadas pela Austrália e Nova Zelândia, nações que já sofrem com secas e ondas de calor e podem ser consideradas em risco por estarem localizadas geograficamente em uma região muito vulnerável ao aquecimento global. A boa classificação desses países se deve a postura proativa dos governos em adotar políticas climáticas, como mercados de carbono e limites de emissões de gases do efeito estufa.

No outro extremo do ranking aparecem os países africanos e as pequenas nações insulares. A República Centro-Africana está em último lugar, sendo assim o lugar mais vulnerável e menos preparado do planeta para lidar com as mudanças climáticas. Zimbábue, Burundi, Chade e Etiópia também estão no fim do índice.

O Brasil ficou em 63º no GaIn, apresentando uma baixa pontuação em vulnerabilidade - ocupando a posição 75 neste quesito - e uma boa classificação na prontidão (26º). O Instituto de Adaptação Global afirma que existem desafios climáticos para o país, mas que dificilmente o Brasil precisará de ajuda internacional para lidar com eles.

De uma forma geral, as nações emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e México) melhoraram sua situação nos últimos anos, diminuindo sua vulnerabilidade e aumentando a prontidão. Porém, a Índia pode sofrer muito com a falta de tecnologia na produção de alimentos e a China com a escassez de recursos hídricos.

“Acreditamos que criar os incentivos corretos e expandir nosso conhecimento e entendimento das necessidades de adaptação é indispensável para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Queremos que o GaIn se torne uma ferramenta de consulta para direcionar os investimentos públicos e privados para mitigar as mudanças climáticas”, explicou José María Aznar, ex-presidente da Espanha e Presidente do Conselho do Instituto de Adaptação Global.

Imagem: Mapa mostra em vermelho os países mais vulneráveis e em azul claro os mais preparados para enfrentar as mudanças climáticas / Global Adaptation Institute

Autor: Fabiano Ávila - Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Instituto de Adaptação Global

Apoio ao Aquífero Guarani

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo lançaram em 21 de setembro o livro Subsídios ao Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental da área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani no Estado de São Paulo.

O Sistema Aquífero Guarani (SAG) é um dos mais importantes reservatórios de água doce do planeta e é compartilhado entre quatro países do Mercosul: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. No Brasil, estende-se por oito estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

A área de ocorrência do SAG possui clima subtropical, recursos hídricos superficiais abundantes e cobre uma área de 1,1 milhão de km². Sua localização, associada ao grande potencial hídrico, o torna estratégico para o desenvolvimento econômico e social da região.

Para José Luiz Albuquerque Filho, pesquisador do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas (Cetae) do IPT e coordenador-geral do livro, a gestão deste aquífero é fundamental para que o recurso não se perca sem trazer benefícios à sociedade.

“A área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani é vulnerável à contaminação. Ele possui águas antigas e sua extração deve ser efetuada com critério, pois sua renovação levaria dezenas de milhares de anos”, disse.

De acordo com dados da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), cerca de 80% dos municípios paulistas são abastecidos, mesmo que parcialmente, por água subterrânea.

(Fonte: Agência Fapesp)

Avanço no DNA ‘permitirá viver até os 150 anos’, diz cientista

É impossível não se perguntar o que há de extraordinário no DNA do professor de Harvard George Church que o leva a tanta inquietação científica.

Primeiro cientista a sequenciar um código genético humano, o professor crê que as evoluções científicas nesta área ainda podem levar os indivíduos a viver “120, 150 anos”.

Cerca de três décadas atrás, Church estava entre a meia dúzia de pesquisadores que sonhavam em sequenciar um genoma humano inteiro – cada A, C, G e T que nos torna únicos.

Seu laboratório foi o primeiro a criar uma máquina para desmembrar esse código, e desde então ele tem se dedicado a melhorá-la.

Uma vez decodificado o primeiro genoma, o professor tem pressionado pela ideia de que é preciso ir adiante e sequenciar o genoma de todas as pessoas.

Críticos apontaram a astronômica cifra que o custo de sequenciar o primeiro DNA alcançou: US$ 3 bilhões. Como resposta, Church construiu outra máquina.

O valor agora é de US$ 5 mil por genoma, e o professor crê que muito em breve esse valor cairá para uma fração, ou décimo ou vigésimo disto – mais ou menos o valor de um exame de sangue.

Ler, escrever, editar – Sequenciar o DNA humano de forma rotineira abrirá uma série de possibilidades, diz George Church. Uma vez que “ler” um genoma se torne um processo corriqueiro, o professor de Harvard quer partir para “editá-lo”, “escrever” sobre ele.

Ele vislumbra o dia em que um aparelho implantado no corpo seja capaz de identificar as primeiras mutações que possam levar a um potencial tumor, ou os genes de uma bactéria invasora.

Nesse caso, será possível tratá-los com uma simples pílula de antibiótico destinado a combater o invasor.

Doenças genéticas serão identificadas no nascimento, ou possivelmente até na gestação, e vírus microscópicos, pré-programados, poderão ser enviados para o interior das células comprometidas e corrigir o problema.

Para fins científicos, Church tem defendido a polêmica ideia de disponibilizar sequências de genomas publicamente, para que cientistas tenham oportunidade de estudá-las.

Church já postou na rede a sua própria sequência de DNA, além de outras dez. O objetivo é chegar a 100 mil.

“Sempre houve uma atitude (em relação à genética) de que você nasce com seu ‘destino’ genético e se acostuma com ele. Agora a atitude é: a genética é, na verdade, um conjunto de transformações ambientais que você pode empreender no seu destino”, acredita Church.

Vanguarda – No laboratório de temperatura controlada de Church, uma bandeja se move para frente e para trás agitando amostras da bactéria E. Coli.

Em um processo de quatro horas, os cientistas conseguem ativar ou desativar um só par de bases deste DNA, ou regiões inteiras de genes para ver o que acontece.

Existem 2,2 mil genes – de um total de 20 mil – sobre os quais já se conhece suficientemente para ativá-los ou desativá-los.

Durante a epidemia de E. Coli na Alemanha neste ano, foram necessários menos de dois dias para sequenciar o genoma inteiro de uma variedade até então desconhecida.

Os dois equipamentos que deram ao laboratório de Church uma posição de vanguarda no campo da biologia sintética são a segunda versão da máquina de engenharia automatizada de genomas multiplex, ou Mage, e o Polonator, um sequenciador de genomas que pode decodificar um bilhão de pares de genes de uma só vez.

“Ele está começando a levar a biologia sintética a uma escala maior”, opina o professor da Universidade de Boston James J. Collins, colega de Church no Instituto Wyss de Engenharia Inspirada pela Biologia, em Harvard.

Pé no chão – Entretanto, nem todos compartilham o entusiasmo de Church e sua visão de futuro para os usos e efeitos da biologia sintética.

“É preciso ter a imaginação de George e a sua visão se se quiser fazer progresso. Mas é tolice pensar que ele fará tanto progresso quanto crê”, opina o diretor do departamento de Lei, Bioética e Direitos Humanos da Universidade de Boston, George Annas.

Os céticos observam que a humanidade pode até adicionar anos à expectativa de vida dos seres humanos, mas é improvável que a qualidade desta sobrevida aumente tanto.

‘Há uma chance estatística de ser atropelado por um caminhão que dificultará chegar aos 150 anos’, diz Chad Nussbaum, co-diretor do Programa de Sequenciamento de Genomas e Análises do Instituto Broad de Harvard e do MIT, um instituto do qual Church é associado.

“É maravilhosamente inocente pensar que tudo que precisamos é aprender tudo sobre a genética, e viveremos 150 anos”, afirma.

Apesar das ressalvas, Nussbaum afirma que admira a visão do professor Church, assim como sua “genialidade”.

“É muito importante pensar grande e tentar fazer coisas malucas”, acredita. “Se você não tentar alcançar o impossível, nunca faremos as coisas que são quase impossíveis.”

(Fonte: G1)

Secretário de Saúde descarta surto de meningite no Distrito Federal

O secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, negou nesta segunda-feira (26) a existência de um surto de meningite na região. “A situação é de controle. Não existe epidemia”, afirmou. Segundo Barbosa, há atualmente apenas um caso confirmado da doença e nenhuma suspeita.

O caso confirmado é o de uma garota de três anos, moradora da Cidade Ocidental (GO), que passou o fim de semana na casa de familiares em Planaltina. A menina foi internada no hospital da cidade no sábado e transferida para a UTI do Hospital Regional da Asa Sul no domingo.

O secretário informou que a criança recebeu alta da UTI nesta segunda e passa bem. De acordo com Barbosa, foi descartada a possibilidade de outra criança internada no Hospital Regional de Planaltina estar com a doença.

Barbosa afirmou que o alerta existe como medida normal quando se diagnostica a doença, mas que não houve alteração na rotina das unidades de saúde. “É uma doença de notificação compulsória. Mas as nove pessoas que tiveram contato com ela já receberam quimioprofilaxia [antibióticos para prevenir a doença].”

De acordo com a Secretaria de Saúde, 27 casos de meningite meningocócica foram registrados no DF até 24 de setembro. Desses, 15 eram de moradores do DF. A pasta disse ainda que, oito pessoas morreram pela doença neste ano, sendo três moradores do DF.

Doença – A meningite é uma doença grave provocada pela inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Causada por bactérias, vírus, parasitas e fungos, ela pode acometer pessoas de todas as idades.

De acordo com o Ministério da Saúde, as meningites bacterianas são as mais graves e têm capacidade de ocasionar surtos e epidemias. Já as virais podem se expressar por meio de surtos, mas com pouca gravidade.

Os principais sintomas da doença entre crianças acima de 1 ano e adultos são febre alta, que começa abruptamente, dor de cabeça intensa e contínua, vômito, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas na pele. Já em crianças menores de 1 ano os sintomas podem não ser tão evidentes e destaca-se moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação com choro agudo e persistente e rigidez corporal com ou sem convulsões.

A transmissão ocorre por via respiratória, por meio de gotículas e secreções do nariz e garganta, havendo necessidade de contato prolongado e convivência no mesmo ambiente. O tratamento é feito com internação e uso de antibióticos específicos.

A principal forma de prevenção é a detecção e o tratamento precoce dos casos, para evitar que a doença seja transmitida a outras pessoas. Há vacinas para prevenir alguns tipos de meningite. Outras formas de prevenção incluem evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e a higiene ambiental.

Os primeiros casos de meningite meningocócica registrados no Brasil são de 1906, segundo o Ministério da Saúde. Na década de 70 foi realizada uma campanha de vacinação nacional para combater a ocorrência de uma grande epidemia da doença.

(Fonte: G1)

Filmes induzem adolescentes a fumar

Mau exemplo

Adolescentes que assistem a filmes nos quais os atores aparecem fumando têm mais chance de adquirir o hábito.

Os especialistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, defendem mudanças na classificação dos filmes, impedindo que jovens com menos de 18 anos possam ser expostos a cenas que contenham alguém fumando.

O estudo, publicado na revista científica Thorax, entrevistou 5 mil jovens de 15 anos de idade e analisou sua exposição a 360 sucessos de bilheteria americanos lançados entre 2001 e 2005, como Homem-Aranha, Bridget Jones e Matrix, que mostram pessoas fumando.

O que influencia o desejo de fumar

Os adolescentes que veem mais filmes com cenas com fumantes têm 73% mais chance de experimentar um cigarro e 50% mais chance de se tornar fumantes do que aqueles menos expostos.

Sabendo que outros fatores influenciam a decisão de começar a fumar, como se os pais e amigos do jovem fumam, os pesquisadores também reuniram informações sobre a vida dos adolescentes.

Mesmo controlando essas variáveis, eles concluíram que aqueles expostos a cenas deste tipo tinham uma chance 32% maior de experimentar um cigarro.

"Verificamos uma ligação linear entre o fumo na adolescência e o número de filmes vistos que tinham cenas com fumantes. Mais da metade dos filmes apresentados na Grã-Bretanha tem classificação de 15 anos ou menos, então as crianças e jovens estão claramente expostos", disse a líder da pesquisa, Andrea Waylen.

Segundo ela, uma classificação de 18 anos para estes filmes diminuiria o número de fumantes jovens.

Mundo utópico

A recomendação já foi feita pelo Centro Britânico de Estudos para o Controle do Tabaco ao órgão responsável pela classificação de filmes no país, alegando que crianças precisam ser protegidas de "imagens especialmente sugestivas".

Mas grupos de defesa do fumo discordam.

"A ideia de que filmes precisam ser reclassificados para criar um mundo utópico, sem fumaça, para crianças mais velhas não só é intolerante, como é completamente desnecessária", diz Simon Clark, diretor do grupo de fumantes Forest.

"Hoje, é difícil achar um personagem principal que fume em qualquer filme com as dez maiores bilheterias. O que virá depois disso? Será que o governo deve reclassificar filmes que mostram pessoas gordas também, caso eles possam vir a ser maus exemplos?"

"Nós vamos ao cinema para escapar do Estado controlador. A indústria contra o tabaco deveria nos deixar em paz e levar sua agenda autoritária para outro lugar," esbraveja o executivo.

Informações da BBC

Como comprar e preparar ovos para evitar contaminação

Educação sobre os ovos

Ações educativas para a população sobre as práticas na compra e preparo de ovos podem ser a melhor solução para a diminuição dos surtos alimentares causados pela Salmonella.

Desde 1999, dados do Ministério da Saúde apontam esta bactéria como a principal causadora de surtos de contaminação alimentar no Brasil.

Os ovos contaminados, ou alimentos preparados à base de ovos, crus ou mal cozidos, são as principais causas dessas ocorrências.

Como comprar e manusear ovos

Segundo a nutricionista Daniele Leal, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, os consumidores devem escolher o produto mais fresco, o que deve ser verificado observando-se a data de validade.

Devem ser recusados os ovos quebrados, rachados, com trincas ou sujos.

"Depois de comprados, os ovos devem ser retirados da embalagem e colocados em uma embalagem de plástico com tampa e armazenados dentro da geladeira.

"Antes de usar, eles devem ser lavados com água corrente e, após a manipulação, as mãos e utensílios que tiveram contato com os ovos devem ser lavados com água e sabão", explica a pesquisadora.

Ela ressalta ainda que os ovos não podem ser consumidos crus ou mal cozidos.

"Vale lembrar também que o tempo de cozimento do ovo inteiro deve ser de sete minutos após o início da fervura. Para outras preparações, as gemas e claras devem estar coaguladas", afirma.

Contaminação dos ovos

A contaminação dos ovos por Salmonella ocorre por duas origens; durante a fase de formação e postura do ovo ou devido à manipulação e/ou armazenamento inadequado pelos produtores, comerciantes e consumidores.

"É necessário que haja adequação das práticas adotadas durante a compra, armazenamento, manipulação e preparo seguro de ovos no domicílio para a diminuição do risco de infecção por Salmonella", orienta a nutricionista.

Na parte do preparo e consumo, o maior risco identificado pela pesquisadora foi o consumo do ovo frito com gema mole, seguido por suflês, musses e coberturas de bolos preparados com ovos crus.

Infecção alimentar

Durante a pesquisa, Daniele verificou que 61,3% dos entrevistados já tiveram sintomas relacionados à infecção alimentar causada por ovos.

Problemas como febre, diarreia, dor de estômago e náuseas foram associados com algum alimento consumido.

A média de consumo mensal de ovos relatada pelos entrevistados foi de 4,55 ovos por mês.

Redação do Diário da Saúde

Brasileiros desenvolvem fármacos para doenças negligenciadas

Doenças tropicais negligenciadas

Nas últimas décadas, cerca de 1.400 novas moléculas foram autorizadas para testes em humanos para o tratamento de doenças em geral.

Desse total, apenas 16 foram direcionadas para o tratamento de doenças tropicais negligenciadas (DTN).

Doenças tropicais negligenciadas são determinados males infecciosos que se desenvolvem em climas quentes e úmidos e que afetam mais de 1 bilhão de pessoas pobres, principalmente na África, Sudeste Asiático, América Latina e Caribe, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Moléculas alvo

Pesquisadores brasileiros estão tentando cobrir a lacuna desses males esquecidos.

O objetivo é descobrir moléculas candidatas a novos fármacos para essas doenças ignoradas pelas indústrias farmacêuticas e que vêm sendo tratadas com medicamentos muito antigos - que apresentam problemas como baixa eficácia e elevada toxicidade.

Os pesquisadores brasileiros estão realizando estudos para identificar receptores biológicos que possam servir como alvos para os quais os novos medicamentos possam ser dirigidos.

Diferentemente do que se fazia até meados da década de 1960 para desenvolver um novo medicamento - a obtenção primeiramente de moléculas para então testá-las em um modelo animal - atualmente se adota o processo inverso.

"Hoje, procura-se descobrir primeiramente o receptor biológico alvo e, em seguida, sua estrutura, para depois tentar bloqueá-lo e, finalmente, procurar sintetizar e buscar uma molécula na natureza", disse Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professor do Instituto de Física de São Carlos, da USP.

Físicos que descobrem remédios

Oliva e sua equipe desvendaram a estrutura de uma enzima essencial para oTrypanosoma cruzi, o agente causador da doença de Chagas, que pode ser receptor-alvo para novos medicamentos para o tratamento da doença.

Utilizando a técnica de difração de raios X, os pesquisadores revelaram a estrutura cristalográfica da gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (GAPDH), uma enzima que desempenha papel fundamental no metabolismo de glicose do parasita.

A descoberta abriu a possibilidade para o planejamento de novos medicamentos para o tratamento da doença baseados na estrutura desse receptor biológico alvo.

"Por meio de técnicas físicas para estudar a estrutura de moléculas, como raio X, radiação síncrotron e ressonância magnética nuclear, entre diversas outras, nós, físicos, podemos contribuir para o desenvolvimento de novos fármacos", disse Oliva.

Base de dados de moléculas

Segundo Oliva, os dois principais critérios utilizados para a busca de uma molécula que se encaixe em um novo receptor biológico alvo é a complementaridade de suas formas e propriedades químicas para que o princípio ativo tenha a ação farmacológica desejada no organismo humano.

Para isso, os pesquisadores brasileiros criaram uma base de dados que reúne cerca de 1,4 mil compostos, relacionando-os com suas respectivas propriedades.

"A base de dados apresenta mais de 4 mil medidas dos compostos, como absorção intestinal e biodisponibilidade em humanos, e é uma ferramenta bastante interessante de busca por moléculas. Basta inserir o nome de uma molécula para ver sua forma de representação molecular e ação farmacológica", disse Adriano Andricopulo, professor do Instituto de Física de São Carlos da USP e coordenador do laboratório.

Segundo ele, recentemente foi disponibilizada na base de dados uma ferramenta de procura por fragmento molecular para o planejamento de novas moléculas que permite estudar o papel deles em diferentes fármacos lançados no mercado.

Os pesquisadores desenvolvem uma nova ferramenta para possibilitar a triagem virtual de moléculas com maior potencial para serem testadas experimentalmente em laboratório em um receptor biológico alvo.

"Por meio da nova ferramenta, será possível selecionar moléculas que já estão disponíveis fisicamente, realizar testes de triagem biológica em laboratório em um alvo bem definido", disse Andricopulo.

Com informações da Agência Fapesp