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domingo, 28 de agosto de 2011

Infertilidade pode ter várias causas no homem e na mulher.

Principais Causas de Infertilidade Masculina
Alterações do espermograma


Com o espermograma avalia-se, no sémen ejaculado (por masturbação após 3 dias de abstinência: relação sexual boa, 3 dias sem relações, colheita na manhã do 4º dia), o volume, o pH, a viscosidade, o tempo de liquefacção, a concentração, mobilidade, morfologia e resistência dos espermatozóides, as infecções e a presença de auto-anticorpos.
Causas das anomalias seminais. As alterações do espermograma podem ser devidas a causas genéticas (principal causa) ou secundárias (infecções genitais, álcool, tabaco, drogas, tóxicos ambientais, tóxicos profissionais, tóxicos alimentares, sobreaquecimento, medicamentos, sedentarismo).
O tempo de abstinência (2-5 dias) serve para acumular uma grande quantidade de espermatozóides no canal excretor que se localiza a seguir ao testículo (epidídimo), e que funciona como reservatório dos espermatozóides até à ejaculação. Essa quantidade é a essencial para se poderem efetuar todos os testes necessários.
O volume médio normal do sêmen é de 2-5 mL. A hipospermia (diminuição do volume do sêmen) e a hiperspermia (aumento do volume do sêmen) indicam um número reduzido ou ausência de espermatozóides.
Um pH ácido indica infecção pelo bacilo da tuberculose ou ausência congênita dos canais excretores.
A viscosidade aumentada e o aumento do tempo de liquefação (> 30 minutos) é indicação para análise genética do gene CFTR.
A concentração normal de espermatozóides é de ≥20 milhões/mL (oligozoospermia: diminuição da concentração dos espermatozóides; azoospermia: ausência de espermatozóides).
A mobilidade dos espermatozóides é variável, mas os fecundantes têm de apresentar uma mobilidade progressiva rápida de ≥25% do total (astenozoospermia: diminuição da mobilidade progressiva rápida dos espermatozóides; necrozoospermia: imobilidade total por morte dos espermatozóides).
A morfologia normal dos espermatozóides deve ser ≥15% (teratozoospermia: diminuição do número de espermatozóides morfologicamente normais).
A resistência da membrana (mede a capacidade da mobilidade durante os 1-2 dias necessários no trajecto desde o canal vaginal até encontrar e fecundar o ovócito na extremidade distal da trompa) é calculada pela vitalidade e pelo teste hipo-osmótico, que devem ser ≥60%.
A presença de células germinais imaturas indica descamação do epitélio germinal. Ocorre geralmente nas infecções ou na diminuição da qualidade e número dos espermatozóides.
A aglutinação de espermatozóides indica a presença de anticorpos anti-espermatozóide.
A presença de leucócitos, bactérias, fungos ou protozoários indica infecção. Obriga a espermocultura para identificação dos micro-organismos e posterior tratamento.

Criptorquidia

Situação congênita muito freqüente em Portugal e caracterizada pela descida incompleta dos testículos para o escroto, ficando na região abdominal ou no canal inguinal. Causa azoospermia secretora. No caso de posição do testículo na região inguinal, a criptorquidia pode e deve ser corrigida cirurgicamente (orquidopexia: reposição do testículo na bolsa escrotal) até aos 2 anos de vida. No caso do testículo se encontrar na cavidade abdominal (por não se palpar na região inguinal), deve ser feito TAC ou RMN para saber onde se localiza. Uma vez localizado, a criança deve ser operada porque o testículo intra-abdominal degenera ou transforma-se numa neoplasia maligna. Se o exame não permitir visualizar o testículo na cavidade abdominal, então trata-se de uma ausência congênita do testículo (anorquidia), o que obriga a tratamento hormonal virilizante.
Anomalias endócrinas
Toda a criança de sexo masculino com anorquidia, criptorquidia, diminuição do volume testicular, atraso de crescimento ou atraso das características sexuais secundárias próprias da puberdade (pilosidade, voz, penis) deve ser estudada em termos endocrinológicos. Os déficit do desenvolvimento sexual tratam-se com testosterona e a estimulação da produção de espermatozóides faz-se com FSH e LH.

Anomalias do cariótipo

A alteração do número ou da estrutura dos cromossomas pode causar azoospermia secretora ou perda da qualidade do sémen. As anomalias nos espermatozóides podem causar incapacidade de fecundação, paragem do desenvolvimento embrionário, perda da qualidade embrionária, falhas da implantação, abortamentos de repetição ou fetos com anomalias estruturais. Um caso particular é o síndrome de Klinefelter (47,XXY), com estatura elevada e hipogonadismo.

Ejaculação retrógrada

Nos operados à próstata, o sêmen durante a ejaculação pode refluir para a bexiga urinária em vez de ser expelido para o exterior através da uretra.

Anejaculação

As lesões da medula espinhal ou dos nervos pélvicos, as doenças vasculares, determinadas medicações e distúrbios psicológicos podem causar ausência de erecção e/ou de ejaculação (anejaculação). São relativamente freqüentes nos casos das lesões vertebro-medulares, traumáticas (quedas, acidentes de viação, agressões) ou por tumores da medula espinhal, que geralmente se acompanham de paraplegia. Também são freqüentes nos casos das lesões dos nervos pélvicos secundários à cirurgia oncológica abdominal ou às doenças neurodegenerativas. São também frequentes nas doenças que obstruem os vasos sanguíneos, como a diabetes, as doenças cardiovasculares e os acidentes cerebrovasculares. Em casos mais raros, a anejaculação é de causa psíquica.

Azoospermia obstrutiva

Deve-se a uma obstrução ou a ausência congênita dos canais genitais excretores (epidídimo, canal deferente). Nos casos de causa genética, os pacientes devem efectuar ecografia renal (existem casos associados a malformações dos rins), ecografia pélvica (para verificar se existem malformações das vesículas seminais ou malformações/obstrução dos canais ejaculadores), bem como um estudo das mutações genéticas do gene CFTR (inclusive da esposa se o marido tiver mutações do CFTR). Pode também se devida a vasectomia (método contraceptivo masculino: laqueação dos canais deferentes). Mais freqüentemente, é secundária a infecções genitais (tuberculose; doenças de transmissão sexual: sífilis, gonorréia, clamídia, micoplasma, micoses, HPV, herpes genital), a cirurgia escrotal (hidrocelo, varicocelo, remoção de quistos de epidídimo, exérese de tumores testiculares, tentativa de recanalização dos canais excretores por anomalias da junção entre o epidídimo e o canal deferente ou por obstrução inflamatória do epidídimo; tentativa de recanalização do canal deferente após vasectomia) e a cirurgia de correcção de hérnia inguinal (herniorrafia).

Azoospermia secretora

Esta doença tem múltiplas causas, genéticas e secundárias. O paciente apresenta azoospermia porque o testículo não produz espermatozóides ou produz espermatozóides em número insuficiente. Pode ser devida a criptorquidia, anomalias do cariótipo, mutações genéticas do cromossoma Y, distúrbios endócrinos, infecção testicular (papeira), exposição a tóxicos ambientais e profissionais, ou a QT/RT.

Causa desconhecida (idiopática)

Cerca de 10% dos casos de infertilidade parecem apresentar todo o sistema genital sem problemas, mas mesmo assim são inférteis. Em muitos casos, existem anomalias moleculares dos espermatozóides, para os quais não existem testes de detecção. Freqüentemente, estes só se descobrem durante a fecundação in vitro, momento em que se podem observar os ovócitos, a fecundação e o desenvolvimento embrionário. As causas mais freqüentes são a incapacidade de ligação ou de penetração dos revestimentos externos do ovócito, a incapacidade de fusão com o ovócito ou de o activar após a fusão. As anomalias nos espermatozóides podem causar incapacidade de fecundação, paragem do desenvolvimento embrionário, perda da qualidade embrionária, falhas da implantação, abortamentos de repetição ou fetos com anomalias estruturais.

Lesões do escroto

Hidrocelo. Acumulação congénita de líquido no escroto. Causa diminuição da qualidade do sémen.

Varicocelo. Varizes do escroto. Causa diminuição da qualidade do sêmen.

Quistos do epidídimo. Podem ser congênitos ou secundários a infecções. Podem causar azoospermia obstrutiva.

Torção testicular. Acidental. Pode levar à remoção cirúrgica do testículo (orquidectomia).

Traumatismos escrotais. Podem causar azoospermia secretora.

Tumores malignos

Os tumores malignos obrigam frequentemente à remoção cirúrgica do órgão, a quimioterapia (QT) e a radioterapia (RT). Quer a QT, quer a RT (se for pélvica), são agentes esterilizantes dos testículos. No caso dos tumores malignos atingirem os órgãos genitais, pode haver necessidade de remoção cirúrgica do testículo (orquidectomia).

Anomalias anatómicas

Alteração da morfologia dos genitais externos: intersexo. Alterações do tamanho e forma do pénis (micropénis), ou da localização do meato urinário (hipospádias; epispádias). Alterações do tamanho e localização dos testículos (hipotrofia: diminuição moderada do volume; atrofia: diminuição marcada do volume; criptorquidia; anorquidia: ausência congénita do testículo).
O casal com problemas de infertilidade deve consultar um especialista de Reprodução Medicamente Assistida (RMA), quer nas consultas de infertilidade dos hospitais públicos, quer nas clínicas privadas dessa especialidade.

Principais Causas de Infertilidade Feminina

Por alterações hormonais, a mulher pode ter períodos sem menstruação (amenorreia). Na presença de ciclos menstruais regulares, a mulher pode não ovular, pode ovular ovócitos imaturos ou ovócitos com alterações (morfológicas e/ou genéticas). Vários distúrbios hormonais contribuem para a disfunção ovulatória, como o excesso de prolactina, dos androgénios (ovário poliquístico), ou das hormonas tiroideias (doenças da tiróide). Nos casos mais graves pode ocorrer insuficiência ovárica prematura, situação em que o ovário deixa de produzir folículos (mulheres <35 anos). Nestes casos, a mulher deve efectuar teste genético para o X-frágil).

Síndrome dos Ovários Poliquísticos

O ovário poliquístico (PCOS) apresenta sinais e sintomas que levantam a sua suspeita, como obesidade, pilosidade aumentada, acne, irregularidades menstruais. No PCOS, os quistos impedem a formação de ovócitos maduros ou mesmo a ovulação porque respondem aos níveis hormonais e crescem, ocupando o espaço livre necessário para o desenvolvimento do ovócito. O diagnóstico do PCOS faz-se por ecografia e doseamentos hormonais dos androgénios (aumentados) e da 21-hidroxilase (se diminuída, pedir estudo das mutações do gene). A adolescente com PCOS deve efectuar medicação inibidora dos androgénios, para não sofrer insuficiência prematura do ovário. Na idade de desejar engravidar, e se tal não ocorrer espontaneamente, após a paragem da medicação, a mulher deve efectuar laparoscopia para cauterizar os quistos. Nos casos ligeiros, basta medicação com análogos da GnRH.

Endometriose

A endometriose é também uma doença congénita, em que existem focos de endométrio (epitélio que reveste a cavidade uterina) espalhados em várias regiões do corpo (as zonas mais frequentes são os ovários, as trompas e a cavidade abdominal). Nesta doença, a mulher apresenta dores muito fortes antes da menstruação, durante a menstruação ou nas relações sexuais. Os focos ectópicos de endométrio surgem durante o desenvolvimento fetal. Não se sabe se é de causa genética ou se está ligado a factores tóxicos ambientais (ar, alimentos). A endometriose causa disfunção ovulatória porque os focos ectópicos respondem aos níveis hormonais como se fosse o endométrio uterino, desregulando o ovário. Por laparoscopia (celioscopia: endoscopia da cavidade abdominal), estes focos podem ser destruídos por coagulação. No caso de quistos endometriais do ovário (endometrioma), deve-se efectuar exérese cirúrgica conservadora. Se tal não for possível e a doença for bilateral, deve-se poupar um dos ovários e tentar supressão com medicação usando análogos da GnRH até se conseguir o bebé.

Obstrução tubar

A obstrução das trompas deve-se geralmente a uma infecção genital, que é assintomática. Por vezes, a infecção das trompas causa uma inflamação aguda (salpingite) seguida de dilatação das trompas (hidrosalpinge) que obriga à sua remoção cirúrgica (salpingectomia). Evitam-se estas infecções com a monogamia de relação fiel e estável ou usando sempre preservativo se relação sexual fora de uma relação estável. Noutros casos, deve-se a laqueação das trompas como método anticonceptivo.

Muco cervical incompetente

A cavidade uterina encontra-se protegida pelo muco que reveste o colo uterino. Este muco cervical é também responsável pela limpeza e selecção dos espermatozóides. Se o muco cervical não for competente, os espermatozóides não conseguem penetrar na cavidade uterina.

Anomalias do cariótipo

O cariótipo é a análise dos 46 cromossomas que todos nós possuímos nas células do corpo. Esta análise efectua-se nos leucócitos (glóbulos brancos) obtidos por punção venosa. A alteração do número ou da estrutura dos cromossomas está associado com insuficiência prematura do ovário, disfunção ovulatória, produção de ovócitos imaturos, produção de ovócitos morfológica e/ou geneticamente anormais, anomalias do desenvolvimento embrionário, falhas da implantação, abortamentos de repetição e anomalias fetais.

Patologia uterina

Fibromiomas. Os fibromas são tumores benignos do músculo liso (miométrio) do útero. Podem impedir a gravidez por ocupação de espaço e, se fizerem proeminência na cavidade uterina, dificultam a implantação e podem induzir abortamento.

Pólipos. São tumores benignos pediculados do endométrio. Causam frequentemente hemorragias, impedem a implantação devido a ocuparem espaço e a desencadearem inflamação, e podem induzir abortamento.

Hiperplasia benigna do endométrio. Por desregulação hormonal ou infecção crónica, o endométrio pode espessar de tal modo que impede a implantação ou induz abortamento.

Hipoplasia do endométrio. Se o endométrio não crescer (12-14 mm) na altura da implantação, a gravidez dificilmente poderá ocorrer. Deve-se a défices hormonais ou a mutações genéticas dos receptores das hormonas esteróides para a progesterona e os estrogénios.

Endometrite. As infecções silenciosas do endométrio são frequentes, sendo geralmente causadas por bactérias de transmissão sexual ou pós-curetagem (micoplasma, clamidea, listeria). Em casos menos freqüentes, pode ser devida à infecção persistente pelo parasita protozoário toxoplasma ou pelo vírus do colo uterino HPV (vírus do papiloma humano). Estas infecções impedem a implantação e podem causar abortamento.

Sinéquias. São aderências (cicatrizes) do endométrio, geralmente secundárias a infecções genitais ou à curetagem (raspagem) do endométrio durante a interrupção voluntária da gravidez (IVG ou abortamento provocado). Dificultam a implantação e podem induzir abortamento.

Tumores malignos

Os tumores malignos obrigam freqüentemente à remoção cirúrgica do órgão, a quimioterapia (QT) e a radioterapia (RT). Quer a QT, quer a RT (se for pélvica), são agentes esterilizantes dos ovários. No caso dos tumores malignos atingirem os órgãos genitais, pode haver necessidade de remoção cirúrgica do útero (histerectomia), das trompas (salpingectomia) e/ou dos ovários (ooforectomia). A ooforectomia é também uma opção freqüente no cancro da mama.

Malformações anatômicas

Existem mulheres que nascem com malformações anatômicas congênitas dos órgãos genitais. Estas malformações são muito raras e variadas, indo desde a ausência total do órgão até variados graus de dismorfia da vagina, útero, trompas e/ou ovários. Em casos também muito raros, pode ocorrer mal desenvolvimento anatômico com ambigüidade sexual (intersexo).

Gravidez ectópica

Quando a implantação e a gravidez ocorre na cavidade abdominal (se o ovócito fecundado cair da trompa para a cavidade abdominal) ou na trompa de Falópio, o tratamento obriga a IVG e excisão da trompa afetada. Por vezes, no caso da gravidez abdominal, pode haver necessidade de remoção cirúrgica do útero, QT e RT. Se a gravidez ectópica for recorrente (2 consecutivas), o casal deve recorrer a RMA, utilizando a técnica da fecundação in vitro (FIV) para evitar novos casos.

Interrupção voluntária da gravidez

Sobretudo se efectuada por pessoal não-médico e fora de instalações hospitalares, o aborto provocado pode originar lesões graves do endométrio (sinéquias), infecções crónicas do endométrio (endometrite), infecções tubares (com obstrução das trompas) e perfuração uterina com histerectomia de urgência.

Abortamentos de repetição

Os abortamentos do primeiro trimestre (até às 12 semanas de gestação) são geralmente devidos a problemas genéticos parentais. Nestes casos incluem-se a idade avançada do ovário (após os 35 anos, a taxa de erros ovocitários aumenta), as anomalias do cariótipo (erros genéticos no ovócito ou no espermatozóide que causam um desenvolvimento embrionário deficiente; nesta situação, o abortamento é considerado uma defesa materna contra um produto inviável ou fortemente anómalo), as doenças da coagulação e as doenças auto-imunes. Noutros casos, os abortamentos devem-se a causas não genéticas, como as sinéquias do endométrio, os pólipos do endométrio, a fibromas que fazem procidência para a cavidade uterina, a infecção das trompas ou a endometrite.

Auto-anticorpos

As doenças auto-imunes são doenças genéticas em que o sistema imunológico da pessoa ataca o próprio organismo. Nestes casos, as secreções uterinas contêm um excesso de anticorpos que pode impedir a implantação. Um caso particular é o da mulher com anticorpos anti-espermatozóide, em que os anticorpos bloqueiam os espermatozóides, não os deixando fecundar o ovócito.

Causa desconhecida

Cerca de 10% dos casos de infertilidade parecem apresentar todo o sistema genital sem problemas, mas mesmo assim são inférteis. Em muitos casos, existem anomalias genéticas dos ovócitos, para os quais não existem testes de detecção. Freqüentemente, estes só se descobrem durante a fecundação in vitro, momento em que se podem observar os ovócitos, a fecundação e o desenvolvimento embrionário. Podem causar incapacidade de fecundação, paragem do desenvolvimento embrionário, perda da qualidade embrionária, falhas da implantação, abortamentos de repetição ou fetos com anomalias estruturais.

O casal com problemas de infertilidade deve consultar um especialista de Reprodução Medicamente Assistida (RMA), quer nas consultas de infertilidade dos hospitais públicos, quer nas clínicas privadas dessa especialidade.

Leia também novo método revolucionário de fertilização INVO neste blog. Entenda o que é INVO.


Fonte: http://www.apfertilidade.org

sábado, 27 de agosto de 2011

Ibama e RS firmam parceria na área ambiental

Da Agência Ambiente Energia - O governo do Rio Grande do Sul e o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) firmaram acordos de cooperação técnica para a troca de informações entre os órgãos ambientais que compõem o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e de integração dos cadastros técnicos estadual e federal das atividades potencialmente poluidoras e para gestão florestal compartilhada. Os documentos foram assinados na segunda-feira, dia 22 de agosto, pelo governador Tarso Genro e pelo presidente do Ibama, Curt Trennepohl.

O Ibama e o governo do Rio Grande do Sul cumprem hoje um dos objetivos relevantes da Politica Nacional do Meio Ambiente ao integrar esforços federais e estaduais visando à preservação, à melhoria e à recuperação da qualidade ambiental. Um dos acordos assinados vai ampliar a base do Cadastro Técnico Federal para que todos os empreendimentos passíveis de controle estejam em conformidade com a legislação. O recolhimento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) e da TCFA-RS, por meio do Guia de Recolhimento Única, resultará em benefícios para contribuintes, instituições ambientais e fazendárias.

O outro acordo refere-se à gestão florestal compartilhada, que tem o objetivo de estabelecer regras e condições de cooperação técnica para os recursos florestais do estado, previstos na legislação federal. A Lei 11.284/2006 (gestão de florestas públicas) determina a obrigatoriedade do compartilhamento da gestão florestal com os estados da Federação.

http://www.ambienteenergia.com.br/

Florestas artificiais: uma possibilidade de adaptação ambiental

O Instituto de Engenheiros Mecânicos do Reino Unido divulgou esta semana as primeiras imagens nas quais se pode ver qual o possível aspeto das florestas artificiais. Este é um projeto desenvolvido pelo instituto para reduzir o impacto ambiental através da utilização da geo-engenharia.

As florestas compostas por árvores artificiais, que absorvem o dióxido de carbono (CO2), são apenas uma das propostas do programa "Arrefecer o Planeta", desenvolvido pelo Instituto de Engenheiros Mecânicos.

Edifícios refletores para reduzir a radiação solar absorvida pelo planeta é outra das propostas do programa, assim como edifícios revestidos por algas, organismos que transformam CO2 em oxigénio através do processo de fotossíntese. As algas seriam recolhidas periodicamente e transformadas em biocombustíveis.

Como funcionam as árvores artificiais?

Comparativamente com as árvores comuns, as árvores artificiais têm a capacidade de absorver cerca de mil vezes mais CO2 da atmosfera, refere o relatório publicado pelo instituto.

Klaus Lackner, professor na Universidade de Columbia e responsável pelo estudo, estima que uma árvore com a dimensão de um contentor marítimo, a funcionar 24h por dia, possa capturar cerca de uma tonelada de CO2 por dia.

O CO2 seria capturado através de um filtro e posteriormente removido através de vapor de água, sendo então armazenado pelo processo convencional de armazenamento de carbono, refere o relatório.

Cada árvore custará 20 mil dólares (cerca de 14 mil euros).

Programa "Arrefecer o Planeta" aposta na adaptação

O objetivo do Instituto de Engenheiros Mecânicos do Reino Unido passa essencialmente por adaptar o planeta, através da geo-engenharia, às mudanças climatéricas provocadas pela emissão de gases para a atmosfera e pelo aquecimento global.

"Duas décadas de tentativas falhadas para diminuir os impactos ambientais deveriam ser uma chamada de atenção" refere o relatório do estudo, onde se acrescenta que os governos estão ainda muito focados em reduzir as emissões de CO2, quando deveriam estar já a pensar em soluções de adaptação ambiental.

O programa "Arrefecer o Planeta", proposto pelo instituto, centra-se assim na questão da adaptação às mudanças que já ocorreram e na prevenção de mudanças futuras, através de medidas como a implementação das florestas artificiais para a absorção de CO2 da atmosfera.

http://aeiou.expresso.pt

Cientistas encontram nova espécie de macaco no Mato Grosso


Uma nova espécie de macaco foi encontrada na Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, no noroeste do Mato Grosso, em uma expedição por unidades de conservação da região.

O novo primata do gênero Callicebus – conhecido como zogue-zogue – foi encontrado entre os rios Guariba e Roosevelt pelo biólogo Júlio Dalponte.

Segundo Dalponte, uma espécie de barreira criada pelos dois rios e seus afluentes pode separar ao menos três espécies diferentes do mesmo gênero de macacos.

“Esses animais são muito específicos de espaços que ficam entre rios de porte médio e grande. Cada espaço desses tem uma espécie. Então é difícil encontrarmos este mesmo macaco em outros lugares, por exemplo. Daí a importância de conservar essas áreas”, disse o biólogo à BBC Brasil.

“Este zogue-zogue, que encontramos entre as margens direita do rio Roosevelt e esquerda do rio Guariba, possui um padrão de coloração do pelo diferente de todas as outras espécies conhecidas do mesmo gênero naquela região.”

Dalponte afirmou ainda que uma possível segunda nova espécie de macaco foi avistada perto do rio Guariba, mas ainda é preciso fotografá-la.

Classificação – Um dos macacos da nova espécie, que foi encontrado morto, foi levado para o Museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará, onde está sendo estudado e classificado de acordo com as normas internacionais de taxonomia.

“Precisamos comparar as características desses animais com o que já conhecemos. Mas temos certeza de que se trata de uma nova espécie”, explicou Dalponte.

No entanto, a descrição completa das características do novo zogue-zogue deve levar pelo menos seis meses para ser concluída.

Mais um ano pode ser necessário para que um estudo sobre ele seja aprovado pelos comitês de publicações científicas especializadas.

O animal foi descoberto durante a Expedição Guariba-Roosevelt, organizada pela organização de proteção animal WWF Brasil em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso.

A expedição reuniu nove pesquisadores, que percorreram quatro unidades de conservação ambientais do Estado para colher informações e elaborar um novo plano de manejo destas áreas.

(Fonte: G1)

Cerca de 8 milhões de pilhas e baterias já foram recolhidas no País


No mesmo ano em que a Política Nacional de Resíduos Sólidas (PNRS) foi sancionada, 2010, foram recolhidas cerca de 8 milhões de pilhas e baterias no Brasil e recicladas cerca de 8 mil. A informação foi prestada pela gerente de Resíduos Perigosos do MMA, Zilda Veloso, nesta quinta-feira (25) na Comissão de Assuntos Sociais, do Senado.

A logística reversa – ou seja, a obrigatoriedade de recolhimento de embalagens ou dos próprios produtos fabricados depois de usados pelo consumidor – está prevista não apenas na PNRS, mas também no Decreto 7404/10 e na Resolução 401/08 do Conselho Nacional de Meio Ambiente, disse a gerente.

Pilhas e baterias estão entre os produtos citados no artigo 33 da PNRS. Também estão explícitos pela legislação os pneus, as lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, resíduos e embalagens de agrotóxicos e de óleos lubrificantes, embalagens em geral e os produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

“Já temos no País 1.800 pontos de recolhimento de pilhas e baterias. Falta ainda que os consumidores se habituem a entregá-las”, comentou Zilda Veloso. Ela afirmou que esses produtos contêm metais pesados prejudiciais ao meio ambiente. “Principalmente as pilhas comuns e especialmente aquelas compradas no comércio irregular”, advertiu.

A gerente de Resíduos Perigosos ressaltou que o Programa de Consumo Sustentável, do MMA, assim como a PNRS, estão promovendo mudanças no padrão de consumo dos brasileiros, e que o ministério está em campanha educativa para que a população passe a selecionar o lixo doméstico para encaminhá-lo a reciclagem.

(Fonte: MMA)

Ministério da Saúde estuda extinguir vacina em gotas contra poliomielite


O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (25) que estuda a possibilidade de substituir a vacina em gotas contra a paralisia infantil (poliomielite) pela vacina com injeção.

Conhecida pela popular campanha do personagem Zé Gotinha, a vacina Sabin, aplicada via oral, pode ser trocada pela Salk, aplicada dentro do músculo.

De acordo com o ministério, a vacina injetada é mais segura porque ela é feita com o vírus morto. Na vacina da gotinha, que usa o vírus ainda vivo, existe a possibilidade, ainda que muito baixa, de o vírus ser reativado dentro do organismo e desenvolver a paralisia na criança.

O ministério ainda não definiu uma data para implementar a nova vacina, que deve se estender por todo país.

A assessoria do ministério explicou que, segundo recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina injetada só deve ser adotada quando a poliomielite for erradicada no mundo inteiro. Segundo o ministério, o vírus ainda é ativo em 26 países no mundo. O Brasil erradicou a doença há 20 anos.

O estudo que está sendo feito pelo ministério leva em consideração questões técnicas e operacionais e avalia a capacidade de produção e distribuição na vacina Salk em escala nacional.

Em nota, o ministério informou que especialistas “avaliam a tecnologia, custo benefício, custo efetividade, além do impacto epidemiológico, imunológico e logístico”.

(Fonte: G1)

Descoberto rio subterrâneo embaixo do Rio Amazonas

O estado do Amazonas pode ter não apenas o maior rio do mundo em volume de água, mas também o maior rio subterrâneo do mundo.

Esta é a impressionante conclusão de um estudo feito pelos pesquisadores Valiya Hamza e Elizabeth Pimentel, do Observatório Nacional, localizado no Rio de Janeiro.

Rio Hamza

O rio subterrâneo foi descoberto analisando-se dados de 241 poços de grande profundidade, feitos pela Petrobras nas décadas de 1970 e 1980. Mas, em vez de petróleo, os geofísicos podem ter encontrado o maior rio subterrâneo do mundo.

Os pesquisadores batizaram provisoriamente o rio subterrâneo de Rio Hamza, em homenagem ao professor que coordenou a pesquisa.

Os dados obtidos com a perfuração dos poços permitiram a identificação de um grande movimento de águas subterrâneas em profundidades de até 4.000 metros, localizado sob as bacias sedimentares dos rios Acre, Solimões, Amazonas, Marajó e Barreirinhas.

Mas o rio subterrâneo pode se estender por outras áreas, uma vez que os poços profundos perfurados pela Petrobras cobrem apenas uma parte da região amazônica.

Rios amazônicos

Segundo Elizabeth, o fluxo de águas subterrâneas é predominantemente vertical até cerca de 2.000 metros de profundidade, mas muda de direção e torna-se quase horizontal em profundidades maiores.

O rio subterrâneo corre de oeste para leste, iniciando na região de Acre, passando pelas bacias de Solimões, Amazonas e Marajó e alcançando as profundezas do mar, nas adjacências de Foz de Amazonas.

Segundo Prof. Hamza, os dados indicam que se trata de de um rio subterrâneo debaixo de Rio Amazonas.

De acordo com essa interpretação, a região Amazônica possui dois sistemas de descargas de fluidos: a drenagem fluvial na superfície, que constitui o Rio Amazonas, e o fluxo oculto das águas subterrâneas através das camadas sedimentares profundas, formadas por rochas porosas, por onde a água flui.

Dados do rio subterrâneo

Os dados geofísicos, contudo, indicam uma grande diferença na vazão dos dois rios: a vazão média do Rio Amazonas é estimada em cerca de 133.000 metros cúbicos por segundo (m3/s), enquanto a vazão do rio subterrâneo é estimada em 3.090 m3/s.

Embora pareça pouco em relação ao Amazonas, esse volume de água é superior à vazão média do Rio São Francisco.

A largura do Rio Amazonas varia de 1 a 100 quilômetros na área de estudo, enquanto o Rio Hamza varia de duzentos a quatrocentos quilômetros.

As águas do Rio Amazonas têm uma velocidade que varia de 0,1 a 2 metros por segundo, dependendo das condições geográficas, enquanto o rio subterrâneo é imensamente mais lento, na faixa de 10 a 100 metros por ano.

Isso ocorre porque, ao contrário do que se possa imaginar, o rio subterrâneo não corre por um enorme "túnel" nas profundezas da Terra, mas permeia através dos poros das rochas sedimentares.

Redação do Site Inovação Tecnológica

Sapatos usam nova técnica para gerar energia para aparelhos portáteis

Sapatos energéticos

Há poucos dias, pesquisadores apresentaram um sapato-gerador, capaz de produzir energia usando músculos artificiais.

O Dr. Tom Krupenkin e seu colega J. Ashley Taylor, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, também estão de olho nos sapatos, mas adotaram uma técnica diferente.

Krupenkin e Taylor trabalham há bastante tempo com a manipulação de gotas de líquido em nanoescala, o que os levou a desenvolver um material anti-congelante e outro capaz de repelir virtualmente qualquer líquido.

Em outra linha, pesquisadores vêm trabalhando há bastante tempo com um fenômeno chamado eletroumectação, a capacidade de controlar eletricamente como os líquidos interagem com superfícies sólidas, o que tem rendido bons frutos na área de papel eletrônico e telas flexíveis.

O que os dois pesquisadores fizeram foi inverter esse processo, criando a "eletroumectação reversa".

Eletroumectação reversa

Em vez de usar a eletricidade para a manipulação das gotas, como na eletroumectação, os dois cientistas estão usando as gotas para gerar eletricidade.

A energia mecânica é convertida em energia elétrica usando um dispositivo microfluídico - fluidos circulando no interior de microcanais.

As microgotas no interior do dispositivo interagem com um substrato feito com múltiplas camadas nanométricas de um material dielétrico, gerando uma carga eletrostática.

"Em sua essência, o processo de eletroumectação reversa é conceitualmente simples. A gota e os eletrodos são conectados a um circuito elétrico externo que fornece uma tensão de polarização constante entre a gota e o eletrodo.

"O acionamento mecânico externo é usado para mover a gota de forma a forçar uma diminuição da sua sobreposição com o eletrodo revestido com o filme dielétrico. Isto resulta na diminuição da carga total que pode ser mantida na interface líquido-sólido da gota.

"A carga elétrica excessiva, então, flui de volta através do circuito elétrico que conecta a gota e o eletrodo, gerando uma corrente elétrica que pode ser utilizada para alimentar uma carga externa," explicam os pesquisadores em seu artigo.

Colheita de alta densidade

A grande vantagem dessa abordagem é a alta densidade energética alcançada, de até 103 W m-2.

Isso se traduz em cerca de 20 watts de potência gerados pelo dispositivo instalado nos sapatos de um homem adulto, durante uma caminhada em ritmo normal.

Esta é a primeira solução no campo da chamada colheita de energia que oferece potência nessa faixa.

Embora já existam diversos sensores e equipamentos menores sendo alimentados por micro e nano-geradores, há uma demanda crescente por um dispositivo capaz de alimentar aparelhos maiores, incluindo o recarregamento de baterias de tablets e netbooks.

Krupenkin e Taylor estão entusiasmados com os resultados obtidos, já tendo fundado sua própria empresa, a InStep NanoPower, para tentar comercializar a tecnologia.

O maior desafio agora é encontrar uma forma prática de ligar os sapatos aos aparelhos a serem alimentados ou recarregados.

Redação do Site Inovação

Porque você só deve comprar azeite em lata

Luz que destrói

As latas de folha de flandres para acondicionar os óleos vegetais estão cada vez mais raras no mercado.

No entanto, pesquisa realizada na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp mostrou que o azeite de oliva extra-virgem acondicionado nesse tipo de lata é a melhor alternativa para a manutenção da estabilidade e preservação dos compostos nutricionais do azeite.

As garrafas de vidro transparentes, por exemplo, que são as embalagens mais usuais disponíveis no mercado, apresentaram degradação acelerada do antioxidante α-tocoferol, dos fenólicos totais e da clorofila no produto, quando expostos à luz.

A pesquisa também avaliou o acondicionamento do azeite em embalagens de PET transparente e na cor âmbar.

No máximo vidro escuro

"Isto significa que o consumidor deve atentar para esta questão que, na maioria das vezes, passa despercebida. Se for comprar o azeite extra-virgem, o melhor é buscar os embalados em latas.

"Mas, se a escolha for pelas embalagens de vidro ou de PET, opte por aquelas de coloração escura. Desta forma, terá mais chances de evitar a degradação dos compostos nutricionais que, justamente, diferem o azeite de oliva extra-virgem de outros óleos vegetais", afirma a cientista Simone Faria Silva, autora da pesquisa.

Degradação do azeite

Os óleos vegetais, segundo a cientista de alimentos, possuem dois principais fatores de degradação: a luz e o oxigênio. O oxigênio pode penetrar pela tampa ou pela parede do recipiente. Também pode estar no espaço livre da embalagem ou dissolvido no produto.

Nos testes, ainda que o azeite apresentasse algum tipo de degradação, como o aumento do índice de peróxido e dos coeficientes de extinção específica, estes valores se mantiveram dentro dos padrões de qualidade para azeite de oliva extra-virgem.

Isto porque, nas embalagens testadas no experimento, o sistema de vedação foi eficiente e houve pouca penetração de oxigênio no corpo da embalagem. "O problema maior aconteceu devido à incidência de luz que apresentou os resultados mais evidentes", revela Simone.

A clorofila, um pigmento presente no azeite de oliva, teve danos significativos já no primeiro mês de armazenamento com incidência de luz. O α-tocoferol, um precursor da vitamina E, degradou significativamente já no segundo mês de armazenamento, também devido ao processo de foto-oxidação.

Os compostos fenólicos totais - também presentes no vinho e importantes pelo seu valor nutricional - apresentaram degradação a partir do terceiro mês de armazenagem sob efeito da luz.

Embalagens de lata e embalagens de vidro

"O que mais surpreendeu foram os resultados de degradação após um mês de testes do produto com a incidência de luz de 12 horas por dia, que é um tempo médio de exposição nas gôndolas do supermercado", alerta Simone, destacando que, em alguns casos, é possível perceber visivelmente alterações da coloração do azeite de oliva para tonalidades mais claras.

A questão, no entanto, é que não se sabe ao certo o quanto o produto está degradado e isto a pesquisa demonstrou.

No passado, lembra Simone, as latas ocupavam as prateleiras de supermercados com frequência para acondicionar os óleos vegetais. Por questões de custo e por preferência do consumidor, elas foram sendo substituídas ao longo dos anos pelas embalagens de vidro ou PET.

No caso de outros tipos de óleos, como o de soja, a rotatividade nas gôndolas é alta por causa do consumo, então Simone acredita que os resultados referentes à degradação não sejam tão significativos.

Azeite de oliva extra-virgem

Já com o azeite de oliva extra-virgem, a história é diferente. O consumo aumentou em 70% na última década e tornou o Brasil o terceiro maior importador do produto.

No entanto, ainda se trata de uma mercadoria de alto valor e, por isso, inacessível para grande parte da população.

Mesmo assim, não há dúvidas da importância da avaliação das condições de armazenamento para manter os compostos nutricionais e a sua estabilidade.

Simone Silva orienta ainda sobre o prazo de validade do azeite de oliva, que no caso, não deve exceder a 18 meses da data de fabricação.


Raquel do Carmo Santos - Jornal da Unicamp

Nova bactéria ronda alimentos brasileiros

Bactéria desconhecida

No caso de algumas bactérias, o risco pode estar numa inofensiva garfada.

A Salmonella e a Escherichia coli são conhecidas por sua capacidade de contaminar alimentos, causando quadros de diarreia e vômito.

Uma "parente" menos conhecida, a bactéria Bacillus cereus, acaba de ser alvo de um importante estudo.

Em análises de amostras das décadas de 80, 90 e 2000, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) conseguiram traçar um panorama dos riscos que esta bactéria oferece no país.

Os cientistas da Fiocruz investigaram a diversidade genética, a resistência aos antimicrobianos (resistência aos antibióticos) e os perfis toxigênicos das cepas de B. cereus isoladas de alimentos e especiarias no Brasil nas últimas três décadas.

As pesquisas sobre o tema são escassas e, em sua maioria, realizadas em locais de clima temperado.

Diversidade genética

A pesquisadora Adriana Vivoni afirma que os resultados obtidos da análise de cepas de B.cereus isoladas recentemente mostram resistência significativa a um antibiótico chamado clindamicina, que age inibindo a síntese protéica bacteriana.

"Constatamos que as 97 cepas analisadas dos últimos 30 anos não constituíam um 'clone', ou seja, não apresentavam uma composição semelhante nos seus materiais genéticos. O que existe é uma diversidade genética", explica Adriana.

"Se fosse evidenciado que a maioria das cepas isoladas de alimentos pertencessem a um clone sabidamente produtor de toxinas, com potencial patogênico mais elevado e mais associado a quadros de intoxicação alimentar, poderia haver risco de infecção mais acentuado", conta.

Higiene com alimentos é fundamental

A bactéria B. cereus pode causar intoxicação alimentar e outras infecções.

Podem ocorrer quadros clínicos do tipo emético (caracterizados pela ocorrência de náuseas e vômitos no prazo de até seis horas após a ingestão do alimento contaminado).

Outra ocorrência são os quadros clínicos do tipo diarreico (atribuídos à presença de enterotoxinas e caracterizados pela ocorrência de dor abdominal e diarreia aquosa de oito a 16 horas após a ingestão do alimento contaminado).

O procedimento de higienização dos alimentos é fundamental para evitar a infecção por B. cereus e por bactérias de veiculação alimentar de forma geral.

Segundo os especialistas, os alimentos não podem permanecer em temperatura ambiente após cozidos, uma vez que os esporos de B. cereus podem sobreviver à fervura, germinando e multiplicando-se rapidamente em temperatura ambiente. As sobras de alimentos devem ser prontamente refrigeradas.

Ficar de olho nos processos de higienização em restaurantes e bares é sempre uma boa dica antes de dar a primeira garfada.

Riscos de infecção

Segundo a bacteriologista, qualquer pessoa corre o risco de ser infectado.

"Vai depender de dois fatores: da cepa de B. cereus em questão e do status imunológico das pessoas que entram em contato com a bactéria.

"Pouquíssimas cepas são capazes de produzir toxinas potentes que causam, na grande maioria dos indivíduos, um quadro chamado de síndrome emética (com vômitos intensos). Já outras cepas, essas em maior número, têm a capacidade de produzir outras toxinas que causam diarreia", diz.

As toxinas podem ser produzidas pela bactéria ainda no alimento, antes de ser ingerido, ou no próprio hospedeiro, após a alimentação.

De acordo com Adriana, os casos de intoxicação por B. cereus não são de notificação compulsória, o que dificulta a avaliação do número de casos ocorridos.

"Em geral, esses quadros são benignos e de recuperação espontânea. Muitas pessoas sequer procuram auxílio médico. Os sintomas são facilmente confundidos com a intoxicação causada por Staphylococcus aureus", diz.

Como as bactérias causam doenças

De acordo com a pesquisadora, cada bactéria tem uma forma diferente de causar doenças, bem como modos diferentes de transmissão.

"A B. cereus é uma bactéria muito diferente da E. coli e da Salmonella, por exemplo, por isso não temos como comparar os efeitos patogênicos de cada espécie. Todas elas representam riscos à saúde e, portanto, devemos ficar sempre em alerta", afirma.

Adriana revela que existem poucos dados sobre a resistência da B.cereus aos antimicrobianos. "Os resultados obtidos mostram que a resistência a um antibiótico chamado clindamicina foi significativamente maior em cepas de B. cereus isoladas recentemente. Serão necessários mais estudos para avaliar se essa resistência está realmente emergindo nessa bactéria," diz.

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Entenda o que INVO fertilização in vitro.

Método INVO. A sigla, em inglês, significa dispositivo de cultivo intravaginal.

O Centro de Infertilidade e Medicina Fetal do Norte Fluminense (CIMF), que fica no HEAA, onde são feitos os tratamentos, foi criado com apoio do Fundo de Desenvolvimento de Campos (Fundecam), que investiu cerca de R$ 900 mil no projeto.
Segundo o secretário de Saúde, Paulo Hirano, desde fevereiro de 2010, quando o serviço passou a ser oferecido pelo SUS, 900 casais já foram atendidos, sendo 298 deles já beneficiados com o tratamento. Cerca de 35% deles obtiveram resultado satisfatório para a geração de bebês, número considerado ideal pelo Ministério da Saúde.

No município Fluminense, o tratamento de infertilidade é gratuito na rede municipal, por meio da Gestão Plena de Saúde, através de convênio da Secretaria Municipal de Saúde com o Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA).

O repasse feito inclui todo o tratamento, pagamento de médicos, laboratório e medicamentos utilizados pelos pacientes. Além disso, quando há necessidade, os pacientes recorrem à parceria do HEAA com Hospital Albert Einstein para a compra de sêmens.

40 casos de gravidez por esse método estão em curso em Campos, mas a pequena é a primeira nascida no país através dessa técnica. De acordo com o coordenador do CIMF, o médico especialista em Reprodução Humana, Francisco Augusto Colucci, o método é mais simples, mais natural, mais barato e com resultados idênticos ao tratamento convencional (ICSI).

“Ele traz de volta a mulher com função participativa no processo reprodutivo”, disse.
Segundo ele, o novo método visa à humanização dos tratamentos com a reprodução assistida, pois a fertilização ocorre no próprio corpo da mulher, que retorna três dias após para que os pré-embriões sejam retirados e implantados no útero.
“Este projeto faz parte de um estudo em vigência em vários países onde o CIMF representa o Brasil”.

O tratamento de infertilidade, neste caso, acontece por estímulo natural ou moderado, usando quantidades menores de medicamento e de hormônios de fertilidade, inferiores às usadas em FIV tradicional, com inseminação intravaginal de esperma e óvulos. Os óvulos da mulher são combinados com o esperma no INVO, um pequeno dispositivo, que depois é lacrado e colocado na cavidade vaginal da mulher para inseminar durante três dias.

Com isso, menos embriões são gerados, evitando o congelamento.
Colocci ressalta que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) treina seus técnicos no laboratório do CIMF. “Se não fosse o Fundecam, nada disso estaria acontecendo. Nosso modelo é referência para o país, é único. Ninguém faz isso que Campos faz e o município está de parabéns!”, garantiu o especialista.
Pesquisa feita pelo CMIF aponta que o novo método gera menos estresse e ansiedade nas pacientes assistidas. “Com o INVO, 60% das pacientes não tiveram estresse e apenas 5% tiveram estresse grave. Já com o método tradicional, 45% das mulheres não tiverem estresse, enquanto 25% delas tiveram estresse grave”, enumerou Colocci.

Sucesso Atestado

No Brasil há cerca de 130 clínicas de Reprodução Assistida, sendo 12 no estado do Rio de Janeiro. No entanto, o CIMF foi o primeiro a ter a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no estado e o 3º no Brasil. Atualmente, apenas 6 clínicas do estado têm a certificação do Ministério da Saúde.

Esse reconhecimento vem obtendo resultados importantes, além de mudar a vida de casais campistas. Em julho deste ano, o CIMF apresentou o modelo de assistência pública utilizado em Campos no Congresso Europeu de Reprodução Humana, em Estocolmo. “A Europa quer descobrir porque nosso tratamento é mais barato, pois lá gasta-se, em média, 6 mil euros só com remédios, enquanto aqui, todo o nosso tratamento custa, em média, R$ 11 mil reais”, disse Colucci.

Como resultado desta apresentação, Campos vai sediar o Encontro Mundial de INVO em 2012, com data ainda a ser confirmada. Pacientes de outros municípios estão recorrendo ao serviço oferecido no município, com ônus para as prefeituras vizinhas. Além disso, o município vai apresentar o modelo utilizado no XV Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida em Florianópolis, que terá início nesta quarta-feira (24) e prossegue até sábado (27).

A fertilização in vitro integra as ações do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (Paism). “Os casais interessados devem procurar uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Centro de Referência e Tratamento da Mulher, na Rua Gil de Goes ou o HEAA”, orientou o secretário de Saúde.

Nasce em Campos primeiro bebê com método de fertilização in vitro Invo

Maria Vitória Souza Barbosa nasceu às 11h desta terça-feira (23/08) e é o primeiro bebê do país resultante de Fertilização In vitro (FIV) com o novo método INVO. A sigla, em inglês, significa dispositivo de cultivo intravaginal. A técnica dispensa laboratório e, por meio dela, a própria paciente cultiva os embriões antes de transferi-los ao útero. Em setembro deste ano, mais um bebê vai nascer na cidade por meio do método.

Fontes:
http://www.grussaifm.com/879/materia/2011/08/nasce-em-campos-primeiro-bebe-com-metodo-de-fertilizacao-in-vitro-invo/

http://correiocidadao.com.br/campos-dos-goytacazes/nasce-em-campos-1%C2%BA-bebe-com-metodo-de-fertilizacao-in-vitro-invo

Biólogo
José Carlos da Fonseca Maciel
http://www.meioambientesaude.blogspot.com/

Nasce no RJ o 1º bebê brasileiro com ajuda de técnica de fertilização inédita


Com quase três quilos, a pequena Maria Vitória nasceu na terça-feira (23) em Campos, no Norte Fluminense, e é a primeira brasileira a ser fertilizada por uma nova técnica no país chamada Invo.

De acordo com a Coordenação do Centro de Infertilidade do Hospital Álvaro Alvim, Cláudia de Souza da Hora foi a primeira brasileira a dar à luz uma criança por meio desse método, considerado pelos médicos mais simples e natural. Ele foi desenvolvido na França e, pela primeira vez, está sendo testado em território nacional. Cláudia participou de um programa de fertilização oferecido pela prefeitura por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Não se faz necessário levar o óvulo e o espermatozoide para o laboratório. Todo o processo de incubação entre o espermatozoide e o óvulo, a interação dos dois, é feita dentro do corpo da mulher novamente através de um dispositivo biológico que é introduzido, que mantém as condições do corpo humano, tanto em temperatura, com os nutrientes necessários para o desenvolvimento do embrião”, explicou o coordenador do Hospital Álvaro Alvim, Francisco Augusto Colucci.

A cápsula biológica contendo óvulos e espermatozoides fica no organismo da mulher por três dias. Após esse período, o embrião formado é retirado da cápsula e transferido para o útero.

O nascimento de Maria Vitória representa um avanço para a ciência e esperança para muitos casais que não podem ter filhos. “Eu não pensei que fosse tão rápido assim, mas foi rápido. Em menos de um ano eu consegui (engravidar)”, disse Cláudia, que realizou o sonho de ser mãe após 13 anos.

“Quando eu via uma mulher grávida eu me perguntava: por que que eu não consigo? Chegava em casa e ficava chorando”, contou.

Depois da ajuda do método francês, ela comemora a gestação e o nascimento de Maria Vitória. “Parecia que eu tava sonhando, que era mentira”.

Segundo o obstetra Fernando Azevedo, o pré-natal foi tranquilo e o parto ocorreu sem complicações.

(Fonte: G1)

Pesquisadores querem combater dengue com bactéria


Duas novas pesquisas publicada nesta quarta-feira no periódico científico Nature mostraram a eficácia de combater a dengue usando uma cepa da bactéria do gênero Wolbachia.

Pesquisadores australianos, juntamente com o brasileiro Luciano Moreira, do Centro de Pesquisa René Rachou, da Fiocruz em Minas Gerais, anunciaram que utilizaram uma cepa da bactéria que impede que o Aedes aegypti desenvolva o vírus da dengue. “A Wolbachia bloqueia completamente a habilidade do vírus da dengue de se desenvolver dentro do mosquito”, afirmou Scott O’Neill, da Universidade de Monash, na Austrália, principal autor de um dos artigos, em conversa com jornalistas de todo o mundo.

No outro texto, que também teve a participação de O’Neill, os pesquisadores primeiramente liberaram o Aedes com a Wolbachia em ambientes fechados para verificar que ele podia ser transmitido de uma geração para outra. Com o sucesso da experiência, o teste foi feito então na natureza. “O resultado foi que em poucas gerações todos os descendentes tinham a Wolbachia”, explicou Scott Ritchie, da Universidade James Cook, também na Austrália.

A capacidade da Wolbachia se espalhar entre uma população de Aedes na natureza está no fato de que quando as fêmeas não infectadas pela Wolbachia cruzam com machos infectados, os ovos não vingam. Já no caso das fêmeas que tem a Wolbachia ao cruzar com machos (infectados ou não) transmitem a bactéria aos ovos, gerando descendentes que carregam a Wolbachia, tornando os descendentes com a bactéria rapidamente onipresentes na população.

Atualmente a dengue infecta de 50 a 100 milhões de pessoas todos os anos em mais de 100 países, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O trabalho cria a possibilidade de se controlar a doença a um custo mais baixo. Hoje ela é feita com base em inseticidas, uma solução que já não é mais completamente eficaz já que alguns Aedes estão ficando resistentes a eles.

O próximo passo da pesquisa, segundo os pesquisadores, será monitorar a evolução das novas gerações de mosquitos com a bactéria soltos na Austrália e fazer novos testes de campo na Tailândia, Vietnã, Indonésia e Brasil.

(Fonte: Alessandro Greco/ Portal iG)

Dinâmica da infecção


O fator de transformação de crescimento beta (TGF-β, na sigla em inglês) tem sido relacionado à patogênese de diversas doenças, incluindo as infecções oportunistas causadas pelo complexo Mycobacterium avium , que afetam pessoas com o sistema imune comprometido, como os pacientes de Aids.

No entanto, o mecanismo pelo qual o TGF-β controla a replicação das bactérias do complexo Mycobacterium avium é mais intrincado do que se imaginava, de acordo com um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O trabalho, publicado na revista PLoS One, foi parte da pesquisa de doutorado de Carolina L’Abbate, orientada por Joel Machado Junior e Celia Regina Whitaker Carneiro, respectivamente professores do Departamento de Ciências Biológicas e do Departamento de Microbiologia, Imunobiologia e Parasitologia da Unifesp.

O estudo foi feito no âmbito do Projeto Temático “Micobactérias de importância médica no Brasil: caracterização molecular, interação com o meio ambiente e com macrófagos”, apoiado pela FAPESP, coordenado por Sylvia Luisa Pincherle Cardoso Leão e que teve Carneiro entre seus pesquisadores principais. Além deles, o artigo teve participação de Elizabeth Cristina Pérez-Hurtado e Ivone Cipriano.

De acordo com Machado Junior, ao desvendar o importante mecanismo de controle do TGF-β sobre a replicação das bactérias do complexo Mycobacterium avium, o trabalho ajuda a “compreender como funcionam as armas do inimigo”.

“O estudo traz novas perspectivas para a compreensão da influência do TGF-β sobre a resposta do hospedeiro. Quanto melhor entendermos os mecanismos pelos quais essas bactérias subvertem a resposta do hospedeiro, mais abrimos perspectivas para o design de intervenções terapêuticas mais eficazes no tratamento dessas infecções”, disse Machado à Agência FAPESP.

Segundo ele, vários patógenos que infectam macrófagos, como a Toxoplasma gondii, Leishmania amazonensis, Trypanossoma cruzi e as bactérias do complexo Mycobacterium avium, desenvolveram mecanismos capazes de induzir a produção do TGF-β, que é uma citocina – grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes.

“Acreditava-se que a função do TGF-β estava associada apenas à sua capacidade imunossupressora sobre a atividade dos macrófagos, permitindo a proliferação dos patógenos dentro da célula. No entanto, neste estudo mostramos que o mecanismo é mais complexo e os efeitos dessa citocina não são tão diretos”, disse.

O estudo mostrou que os efeitos do TGF-β dependem fortemente da sua amplitude de ação. A citocina coordena a magnitude e a duração da ativação de uma quinase – enzimas que catalisam as reações de fosforilação de proteínas –, a ERK1/2, e dessa forma controla a replicação da bactéria. “Os efeitos dependem da quantidade da citocina presente no macrófago infectado e de quais vias de sinalização ela está coordenando na célula infectada”, disse Machado.

A literatura, segundo ele, já indicava que os macrófagos infectados passavam a produzir maior quantidade da citocina e, com isso, favorecia o crescimento da bactéria dentro da célula. Os cientistas da Unifesp utilizaram um modelo de macrófagos diferenciados pela citocina IL-4, que produzem de forma endógena grandes quantidades de TGF-β, mantendo altos os níveis de atividade de ERK1/2.

“Mas no modelo o efeito era o contrário: a ação do TGF-β sobre o ERK1/2 inibia a replicação da bactéria no interior da célula. Isso sugeria que esse mecanismo pode ser uma estratégia para manter a replicação intracelular de patógenos sobre controle”, explicou.

Arsenal dinâmico – As vias de sinalização intracelular são importantes componentes dos sistemas biológicos, que permitem que as células alterem seu comportamento em função de mudanças ambientais como a infecção.

“Essas vias convertem os sinais externos e geram respostas apropriadas para as mudanças do ambiente externo. Essas respostas incluem mudanças na regulação de processos metabólicos e expressão gênica. Tudo isso é determinado pela amplitude e pelo tipo do sinal que é gerado pelos estímulos. O TGF-β, portanto, funcionaria como um arsenal dinâmico no controle adicional de patógenos”, disse Machado.

(Fonte: Fábio de Castro/ Agência Fapesp)

Políticas da bioeconomia


A importância das políticas públicas para a chamada bioeconomia, baseada no desenvolvimento e crescimento econômico, ambiental e socialmente sustentável, foi um dos temas debatidos em mesa-redonda na Conferência Brasileira de Ciência e Tecnologia em Bioenergia (Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference – BBEST), realizada de 14 a 18 de agosto em Campos do Jordão (SP).

A mesa foi mediada por Carlos Américo Pacheco, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Participaram das discussões Luuk Van Der Wielen, professor do Departamento de Biotecnologia da Faculdade de Ciências Aplicadas da Delft University, da Holanda, Luiz Augusto Horta, professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Marcelo Poppe, assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), e Sharlene Weatherwax, diretora associada de ciências biológicas e pesquisa em meio ambiente do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE).

Wielen falou sobre o contexto europeu, em que a indústria e os transportes são fontes importantes de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e onde não há as “tremendas possibilidades” existentes no Brasil em termos de recursos naturais a serem explorados para desenvolver a bioeconomia.

Ele citou a importância das colaborações internacionais em pesquisa e desenvolvimento, como a cooperação entre o programa BE-Basic, do qual ele é um dos líderes, e a FAPESP, que acabam de lançar uma chamada conjunta no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

O BE-Basic é um consórcio público-privado holandês formado por universidades holandesas, instituições científicas e empresas e que recebem apoio dos ministérios holandeses para projetos de pesquisa dentro das linhas estabelecidas pelo Programa BE-Basic, cujo foco é o investimento em pesquisas que desenvolvam soluções de base biológica para uma sociedade sustentável.

Os investimentos do BE-Basic entre 2010 e 2015 devem ser de € 200 milhões. Na fase anterior do programa (2004-2010), as atividades estavam centradas nas pesquisas em laboratório e em escalas de planta-piloto. Agora, as pesquisas avançaram para as escalas de planta demonstração e plantas em escala comercial.

Horta, da Unifei, defendeu a participação do Estado em pesquisa e também na comercialização dos combustíveis feitos de fontes renováveis. Uma das ações que caberia aos governos é criar especificações para os biocombustíveis. “É um grande desafio harmonizar as diferentes perspectivas de produtores, consumidores e defensores do meio ambiente”, afirmou.

Ele também lembrou que o sistema de impostos e taxas sobre os combustíveis faz grande diferença. Citou que recentemente alguns países reduziram as taxas que recaem sobre o petróleo, citando o México como exemplo, o que dificulta a realização de programa de biocombustíveis.

Marcelo Poppe apresentou vantagens sociais, ambientais e econômicas da produção do etanol brasileiro e deu destaque para as transformações do setor sucroalcooleiro, que deixa de ser produtor agrícola de cana-de-açúcar para se transformar em empresa de energia, com geração de produtos de maior valor agregado, como o etileno e os hidrocarbonetos.

O assessor do CGEE citou a diversificação do uso do etanol no Brasil, que tem motos, ônibus e aviões de pequeno porte movidos pelo biocombustível.

Poppe falou também sobre as redes de inovação existentes no Brasil apoiadas pelo governo federal, envolvendo universidades, institutos de pesquisa públicos e centros privados de pesquisa e desenvolvimento, como as redes de bioetanol e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (INCT), formado atualmente por 29 laboratórios de cinco centros de pesquisa, e a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), que reúne cientistas de nove universidades federais dedicados ao estudo e desenvolvimento de novas variedades de cana para a indústria sucroalcooleira.

A 1st BBEST teve apoio da FAPESP, BIOEN-FAPESP, CNPq, Capes, CTBE, Unica, Braskem, Embraer, BP Biofuels Brazil, Monsanto e Oxiteno.

(Fonte: Janaína Simões/ Agência Fapesp)

Estados e municípios se preparam para implementar PNRS


Promover uma integração maior entre Governo Federal, estados e municípios para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que completou um ano neste mês. Esse é o objetivo da reunião realizada, nesta quarta-feira (24) e quinta-feira (25), em Brasília. ”Estamos num momento estratégico. O momento em que cabe aos estados estimular, apoiar os municípios para fazer os seus planos integrados e para colocar em prática aquilo que é o objetivo final da política”, destacou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki, na abertura do encontro.

Nesses dois dias, além de representantes do Ministério do Meio Ambiente e seus parceiros, os secretários de meio ambiente de 16 estados e os gestores municipais terão a oportunidade de promover um balanço dos consórcios intermunicipais. “A ideia é dialogar um pouco sobre os desafios que a PNRS trouxe para os estados e municípios, as oportunidades de apoio que o Governo vai continuar trazendo, e ao mesmo tempo, preparar a secretaria de meio ambiente desses estados e municípios para esses desafios. A expectativa é que, ao final do encontro, tenhamos traçado os próximos passos para a área de resíduos sólidos”, declarou o diretor de Ambiente Urbano, Silvano Silvério.

O diretor da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) , Guilherme de Oliveira, lembrou da importância da construção de um novo modelo de gestão de resíduos sólidos. “O Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, está coordenando essa importante ação governamental. A Codevasf, que tem sob sua responsabilidade a estruturação de 20 consórcios nas Bacia do São Francisco e do Parnaíba, com grandes desafios enfrentados nos último cinco anos, está satisfeita de participar desse processo”, afirmou.

Para o o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Nabil Bonduki, “esse momento é muito importante porque estamos iniciando o debate da PNRS. Temos um prazo até 2012 para que os planos municipais sejam realizados, e depois, 2014 para ter os primeiros resultados gerais dessa política. Estamos conclamando os municípios a estabelecer uma parceria mais permanente com a nossa secretaria, não só porque tem a PNRS, mas tem as políticas de ambiente urbano, como a qualidade do ar, como o acompanhamento das áreas contaminadas, e toda a política ambiental voltada às APPs e áreas de proteção urbanas”, finalizou.

Desde junho, o Ministério do Meio Ambiente está veiculando, nos principais meios de comunicação, a campanha ”Separe o o lixo e acerte na lata” para ajudar a divulgar as soluções propostas pela PNRS. O objetivo da campanha é preparar e educar a sociedade brasileira para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva do lixo, ressaltando os benefícios ambientais, sociais e econômicos do reaproveitamento dos resíduos sólidos para o País. A campanha ensina a separar o lixo seco do úmido, uma medida simples que facilita a vida dos catadores, mesmo nas cidades onde não exista ainda o serviço de coleta seletiva.

(Fonte: Aída Araújo/ MMA)

Sistema de meio ambiente exige fiscalização integrada, diz ministra


A ministra Izabella Teixeira afirmou nesta quarta-feira (24) que o sistema de meio ambiente exige ação fiscalizadora integrada, não se limitando aos órgãos ambientais. Ela esteve em audiência pública conjunta da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e da Comissão de Agricultura, na Câmara dos Deputados. A reunião tratou de denúncias de ocupação ilegal de áreas de proteção ambiental divulgadas em 31 de julho pelo programa Fantástico, da Rede Globo. Também participou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence.

Izabella Teixeira respondeu sobre a estrutura de fiscalização do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) – que articula a União, estados e municípios para a proteção ao meio ambiente no País.

A ministra esclareceu sobre a estrutura de fiscalização ambiental, que em muitos casos atua “em caráter supletivo”, referindo-se ao fato de não caber somente à União as ações para a proteção ao meio ambiente.

Ela enfatizou o papel do Ibama e da Comissão de Combate aos Crimes Ambientais na coordenação de ações de fiscalização, mas reiterou a necessidade de parcerias. “Trabalhar na vigilância permanente e preventiva envolve Batalhões Florestais, Polícia Federal, Agência Brasileira de Inteligência, Polícia Rodoviária Federal, Exército e, como no Gabinete de Crise, polícias dos estados, Militares, Civis e também aos municípios, se tiverem força de fiscalização”.

Reportagem - “A responsabilidade direta e imediata pelo acompanhamento dos eventos citados na reportagem é, em sua maioria, dos órgãos estaduais e municipais, mesmo que sob normas gerais estabelecidas pela legislação federal”, enfatizou Izabella, e comentou uma a uma as ocupações ilegais divulgadas no programa.

APA Tamoyos – A primeira das denúncias a ser respondida foi sobre a construção de uma mansão de 1.750 m², por Antônio Cláudio Brandão, na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoyos, unidade de conservação ambiental criada na faixa de marinha do município de Angra dos Reis (RJ).

A ministra enfatizou que a mansão foi construída em contradição à determinação do Plano de Manejo da APA, que limitava em 255m² as ampliações do imóvel. A decisão estadual provocara embargo da obra por parte do Ibama e aplicação de multa no valor de R$ 1 milhão. Além disso, o Ministério Público Federal pediu a sua demolição. O processo tramita na Justiça.

Aldeia da Baleia – O condomínio, localizado no município de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, tem processo aberto na Secretaria de Meio Ambiente do estado, em razão do Auto de Infração Ambiental n° 17544/2000 por desmatamento e aterros considerados irregulares. Em consequência disso, no ano seguinte, foi assinado Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental.

Descumpridos os compromissos, em 2005, o Ministério Público abriu processo, que está em tramitação. Em maio deste ano, foi aberta Ação Civil Pública contra a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, governo do estado e o empreendedor (KPB Empreendimento Imobiliário SPE Ltda e Sundays Participações) devido a novas irregularidades na região.

Izabella esclareceu ao presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, Sérgio Brito, e aos deputados, que as informações foram obtidas por meio de órgãos estaduais não vinculados ao Ministério do Meio Ambiente. A Cetesb informou que nenhuma autorização de supressão de vegetação será concedida até a conclusão do processo Judiciário.

“As áreas que se referem ao condomínio Aldeia da Baleia não são unidades de conservação, mas Áreas de Preservação Permanente (APPs), previstas pelo Código Florestal”, enfatizou a ministra aos deputados ue participaram da audiência pública. A legislação determina que se constituem como APPs, por exemplo, as margens de rios e encostas de montanhas.

Rio Preguiças – Localizadas na margem direita do Rio Preguiças – “lembrando que a zona de amortecimento do Parque Nacional Lençóis Maranhenses limita-se à margem esquerda do rio”, esclareceu Izabella Teixeira – as construções irregulares, em área de preservação permanente, vêm sendo autuadas pelo Ibama desde 2004, com embargos e ordens de demolição. O MMA chama a atenção para o fato de que o Fantástico não divulgou as obras paralisadas por embargos e a fiscalização feita pelo Instituto Chico Mendes, que foi acompanhada por repórteres da Globo.

Saco de Mamanguá – Localizada em Paraty, no Rio de Janeiro, a casa de Alexandre Negrão está na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, unidade de conservação de uso sustentável federal que se sobrepõe à Reserva Ecológica Estadual de Joatinga, cujo decreto de criação, de outubro de 1992, interdita novas edificações em seu interior. Portanto, a moradia não é passível de regularização ambiental. Por esse motivo, o pretenso proprietário foi multado pelo Ibama e também pelo órgão estadual em cerca de R$ 1 milhão, e é alvo de ações na Polícia Federal e no Judiciário, para a demolição do imóvel.

Servidores - Ainda respondendo questões das comissões da Câmara dos Deputados, a ministra citou números dos 4 mil funcionários do ICMBio – sendo 2 mil brigadistas contratados para combater incêndios e queimadas, que ajudam na vigilância permanente das áreas protegidas do País. Além de 1,3 mil fiscais do Ibama, com 900 analistas ambientais qualificados para serem fiscais.

(Fonte: MMA)

Poluição

É a contaminação do solo por resíduos industriais ou agrícolas transportados pelo ar, pela chuva e pelo homem.
O uso indevido do solo e de técnicas atrasadas na agricultura, os desmatamentos, as queimadas, o lixo, os esgotos, a chuva ácida, o efeito estufa, a mineração são agentes causadores do desgaste de nossa litosfera.
As causas da Poluição do Solo
Na agricultura os inseticidas usados no combate às pragas prejudicam o solo, a vegetação e os animais. O DDT é o mais comum desses inseticidas.
As técnicas atrasadas utilizadas na agricultura como a queima da vegetação para depois começar o plantio. O terreno fica exposto ao sol e ao vento ocasionando a perda de nutrientes e a erosão do solo.
O lixo também tem o seu papel importante na degradação do solo. Devido a sua grande quantidade e composição ele contamina o terreno chegando até a contaminar os lençóis de água subterrâneos. O mesmo acontece com os reservatórios de combustíveis dos postos, pois eles ficam enterrados no solo, correndo o risco de vazamento devido a corrosão do material usado no revestimento dos reservatórios.
A mineração com as suas escavações em busca de metais, pedras preciosas e minerais continua devastando e tornando improdutível o nosso precioso solo.
A imprudência, o consumismo, o desperdício e a ganância humana tratam de prosseguir essa deterioração.
Os efeitos
Os inseticidas quando usados de forma indevida, acumulam-se no solo, os animais se alimentam da vegetação contaminada prosseguindo o ciclo de contaminação. Com as chuvas, os produtos químicos usados na composição dos pesticidas infiltram no solo contaminando os lençóis freáticos e acabam escorrendo para os rios continuando a contaminação.
O gado quando come o pasto envenenado, transmite as substâncias tóxicas para a sua carne e para o leite que vão servir de alimento para o homem.
Dentre as doenças causadas pelo solo contaminado estão a ancilostomose (amarelão), a teníase e verminoses como a ascaridíase (áscaris ou lombrigas) e a oxiurose causada pelo oxiúro.
O lixo acumulado além de destruir a vegetação, contribui para a poluição do ar com o mau cheiro e com a fumaça produzida pela incineração, chegando a contaminar os lençóis de água subterrâneos com a infiltração de lixo tóxico.
O uso indiscriminado do solo traz sérios efeitos como a erosão (é o desgaste do solo) e o aumento da desertificação.
Desertificação
É um processo ocorrido em áreas próximas aos desertos (como no centro da África) ou em regiões semi-áridas (como no sertão nordestino do Brasil). Ocorrem nessas áreas um ressecamento, devido a perda de água pelos processos de evaporação ou escoamento ser superior àquela fornecida pelas chuvas.
A desertificação atual é resultante principalmente da ação humana, que devasta a vegetação nativa por meio de grandes queimadas e introduz plantas rasteiras que não protegem o solo da ação solar e da erosão.
Com o desmatamento o solo fica totalmente exposto ao sol. Como conseqüência disso, ocorre uma contínua evaporação, até mesmo da água presente nas regiões mais profundas. Essa água, subindo para a superfície, traz consigo sais de ferro e outros minerais que se precipitam na superfície formando crostas com o aspecto de ladrilhos.
Essas crostas são impermeáveis contribuindo para a desertificação.
Os cientistas constataram que as excessivas derrubadas das matas influem nos níveis pluviométricos o que ocasiona o desaparecimento de espécies vegetais e animais.
Algumas medidas para solucionar os problemas da Poluição do Solo
· A elaboração de Leis mais práticas e rigorosas que defendam as florestas, as matas e todo o tipo de patrimônio ambiental. Com penalizações severas para as pessoas que continuarem devastando e poluindo o nosso ambiente;
· Elaboração de substitutos para os inseticidas;
· Campanhas educativas que alertem o perigo do uso dos agrotóxicos sem a indicação técnica de um agrônomo especializado;
· Reforma Agrária;
· Divulgação e uso de técnicas avançadas na agricultura como o controle biológico de pragas (técnica que utiliza outros animais que se alimentam daquele que é o agente da praga, sem prejudicar os vegetais e o solo);
· Investimento e melhoria nos projetos de irrigação;
· Financiamentos para agricultura e para o homem do campo, dando-lhe condições para viver e se sustentar no campo;
· Investimentos nos projetos de transposição das águas;
· Participação da população nas campanhas de reflorestamento;
· Saneamento básico para todos;
· Instalação de estações de tratamento e reciclagem de lixo;
· Incentivo para as empresas privadas investirem na coleta do lixo reciclável;
· Campanhas de conscientização da população à consumirem só o necessário, à reciclarem o seu lixo ou pelo menos cooperar com o trabalho de coleta.

Poluição das Águas

É o lançamento ou infiltração de substâncias nocivas na água. As atividades agrícolas, industriais, mineradoras, os esgotos e a intolerância do homem são as principais fontes de poluição das águas.
As causas da Poluição das Águas
Desde a antigüidade o homem já lançava os seus detritos na água, porém, esse procedimento não causava muitos problemas, pois os rios, oceanos e lagos têm o poder de autolimpeza. Depois da Revolução Industrial o volume de detritos despejados nas águas aumentou bruscamente, comprometendo a capacidade de purificação dos rios, oceanos e lagos.
Entre as substâncias despejadas estão os compostos orgânicos, minerais, derivados do petróleo, chumbo e mercúrio , pelas indústrias; fertilizantes, pesticidas e herbicidas, pela agricultura.
A poluição das águas também é causada pelos esgotos das cidades e regiões agrícolas.
Os efeitos
São lançados diariamente 10 bilhões de litros de esgoto que poluem rios, lagos, oceanos e áreas de mananciais .
Os compostos orgânicos lançados nas águas provocam um aumento no número de microrganismos decompositores. Esses microrganismos consomem todo o oxigênio dissolvido na água; com isso, os peixes que ali vivem podem morrer, não por envenenamento, mas por asfixia.
As fezes quando erradamente conduzidas às águas das estações de tratamento podem contaminar os rios e lagos. As fezes acumulam-se na superfície da água, impedindo a entrada de luz. Os vegetais que vivem no fundo dos rios e lagos, como as algas, ficam impossibilitados de realizar a fotossíntese e, conseqüentemente, de produzir oxigênio. Os animais que alimentam-se dessas algas acabam morrendo. Sobrevivem apenas as bactérias anaeróbias que são capazes de viver na ausência de oxigênio. Essas bactérias podem causar males à saúde humana.
Entre as doenças causadas direta ou indiretamente pela água contaminada estão a disenteria, a amebíase, a esquistossomose, a malária, a leishmaniose, a cólera, entre várias outras.
Os oceanos recebem boa parte dos poluentes dissolvidos nos rios e riachos, além do lixo dos centros industriais e urbanos. Em muitas regiões litorâneas, onde isso ocorre, as praias tornam-se impróprias para o banho de mar.
O excesso de material orgânico no mar acabam formando as chamadas "marés vermelhas", que matam os peixes e tornam os frutos do mar impróprios para o consumo.
O vazamento de óleo dos navios petroleiros é outro grave agente de poluição. Anualmente, 1 milhão de toneladas de óleo espalham-se pela superfície dos oceanos causando verdadeiros desastres ecológicos. As manchas negras prejudicam a fauna e a flora marítimas.

*Acidentes
Um dos mais graves acidentes com petroleiros ocorreu no Alasca em março de 1988 com o petroleiro americano Exxon Valdez. O petroleiro chocou-se contra os recifes derramando 40 milhões de litros de óleo no oceano. Vários animais morreram aos milhares e os que sobreviveram ficaram intoxicados propagando os efeitos do acidente. Segundo os cientistas serão necessários pelo menos duas décadas para que o Alasca se recupere e dificilmente serão restabelecidas as condições ambientais anteriores.
Na agricultura, os fertilizantes , os pesticidas e herbicidas são arrastados para os rios com as chuvas. O contato desses poluentes com o solo ou com a água podem contaminar os lençóis freáticos.

*Algumas medidas para solucionar os problemas da Poluição das Águas
· A existência de Leis mais rigorosas que obriguem as indústrias a tratarem seus resíduos antes de lançá-los nos rios e oceanos. Penalizações para as indústrias que não estiverem de acordo com as Leis. No caso de reincidência o seu fechamento é inevitável;
· Investimentos nas áreas de fiscalização dessas indústrias;
· Ampliação da rede de esgotos;
· Saneamento básico para todos;
· Investimentos na construção de navios mais seguros para o transporte de combustíveis;
· Melhoramentos no sistema de coleta de lixo;
· Implantação de novas estações de tratamento de esgotos;
· Campanhas publicitárias, buscando a explicação de técnicas de saneamento para a população carente;
· Campanhas de conscientização da população para os riscos da poluição;
· Criação de produtos químicos mais seguros para a agricultura;
· Cooperação com as entidades de proteção ambiental.



*COMBATE A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA:

As reduções da poluição atmosféricas têm sido motivas de preocupação da maior parte dos paises.Apesar dos esforços e da legislação criada para esse fim, a tarefa não é fácil.Requer altos investimentos e uma efetiva participação da população
O poder das transnacionais, grandes poluidoras, também é um enorme obstáculo para que esse objetivo seja alcançado. Porem, uma serie de medidas pode ser tomada para melhorar a grave situação apresentada pela grande quantidade de poluentes que há no mundo.Entre elas, podemos citar:
·Instalação nas fabricas de dispositivos (catalisadores) para retenção de poluentes

·Utilização de tecnologias alternativas de energia, que diminuem a poluição e cujos resíduos possam ser reaproveitados.

·Aplicação de catalisadores em todos os automóveis novos, visando reproduzir ao máximo a emissão de fumaças e gases, alem de diminuir a quantidade de chumbo e enxofre nos combustíveis.Essas medidas poderão reduzir entre 70 e 90% a poluição do ar provocada por veículos motorizados.

·Obrigatoriedade de inspeções periódicas em todo os tipos de veículos automotivos no que respeitam aos níveis de poluição atmosférica e sonora.

· Substituição de alguns produtos químicos industriais perigosos, como, por exemplo, os que tem destruído a camada de ozônio.

Todas essas medidas trazem custos insustentáveis para as empresas em funcionamento.Mas as novas indústrias podem ser orientadas para se instalar segundo essas normas.
De um lado, temos o interesse econômico das empresas; de outro ,o meio ambiente.Encontrar a formula de conciliar os interesses do empresário com necessidade de respeitar o meio ambiente e o ser humano tem sido a meta dos que pretendem obter o desenvolvimento sustentável no séc XXI.

Curiosidades


· Capacete e Máscara
Em algumas cidades, os ciclistas já necessitam de proteger-se contra a poluição atmosférica do tráfego. Tecnologias como máscaras faciais é que podem remediar as consequências desse impacto humano. Prevenir, agindo diretamente na "causa", excesso de veículos nas ruas e estradas, é bem mais difícil!

· Alfaces temperadas com chumbo
"O trânsito de 12 mil veículos por dia numa estrada, representa uma liberação de chumbo de 170kg/ano a cada quilômetro. Uma análise realizada na França revelou que as alfaces e couves cultivadas na beira da estrada, apresentam maior índice de chumbo do que em outras regiões."

· Um bebê = 25 toneladas de lixo
Do nascimento à morte, um brasileiro produz, em média, 25 toneladas de detritos. Tendo em vista que a família média brasileira é composta por 4 integrantes, cada "lar doce lar" gerará nada mais nada menos que 100 toneladas de lixo. Esses detritos, trazem um grande transtorno na vida de muitas pessoas, que perdem tudo, por causas das enchentes, que em grande parte deve-se à acumulação de lixo nas áreas de escoamento de água, como os bueiros. Atualmente esse lixo é um indicador da economia do país; quanto mais o Brasil cresce, mais sua população consome, e logicamente, mais gera detritos; além disso a situação se agrava com a criação das "facilidades modernas" como os objetos descartáveis. Não estamos perto de alcançar os EUA, que é uma verdadeira fábrica de lixo, mas já passamos a União Européia. Desse forma é que um bebê brasileiro, pequena criatura, produz, ao final de uma semana de vida, o equivalente, em volume, a 4 vezes o seu tamanho!

. Lixo: é todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanas ou gerado pela natureza em aglomerações urbanas. Comumente, é definido como aquilo que ninguém quer. Porém, precisamos reciclar este conceito, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. Grande parte dos materiais que vão para o lixo podem (e deveriam) ser reciclados.

A produção de lixo vem aumentando assustadoramente em todo o planeta. Visando uma melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis à vida das futuras gerações, faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista.

.Lixo produzido: A quantidade de lixo produzida diariamente por um ser humano é de aproximadamente 5 Kg.
* Se somarmos toda a produção mundial, os números são assustadores.
* Só o Brasil produz 240 000 toneladas de lixo por dia.
* O aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e pelo perfil de consumo de uma população. Além disso, quanto mais produtos industrializados, mais lixo é produzido, como embalagens, garrafas,etc.

.Reciclar: Porque reciclar é 15 vezes mais caro do que jogar o lixo em aterros.

Nos países desenvolvidos como a França e Alemanha, a iniciativa privada é encarregada do lixo. Fabricantes de embalagens são considerados responsáveis pelo destino do lixo e o consumidor também tem que fazer sua parte. Por exemplo, quando uma pessoa vai comprar uma pilha nova, é preciso entregar a usada.


Uma garrafa plástica ou vidro pode levar 1 milhão de anos para decompor-se. Uma lata de alumínio, de 80 a 100 anos. Porém todo esse material pode ser reaproveitado, transformando-se em novos produtos ou matéria prima, sem perder as propriedades.

Separando todo o lixo produzido em residências, estaremos evitando a poluição e impedindo que a sucata se misture aos restos de alimentos, facilitando assim seu reaproveitamento pelas indústrias. Além disso, estaremos poupando a meio ambiente e contribuindo para o nosso bem estar no futuro, ou você quer ter sua águ racionada, seus filhos com sede, com problemas respiratórios.

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Gerar ou não gerar - eis a questão!



Do dicionário Ruth Rocha "o ato de sujar; manchar, corromper, profanar". Essa é a definição de poluição. Mas, mais que conhecer sua definição, é importante ter consciência de que ela existe e quais são suas consequências.
Desde os primórdios da humanidade, nós usufruímos do ambiente em que vivemos, seja colhendo, caçando, plantando ou ainda construindo casas e um emaranhado de arranha-céus aos quais damos o nome de cidade. Desse usufruto porém, nós geramos a degradação do planeta em que vivemos e, na atualidade, a poluição até mesmo do espaço. Para nossa sobrevivência ou para o nosso conforto, não importa; o ser humano é um ser poluidor. Daí a pergunta: "Poluir, então, é inevitável?" Para nós hoje, "civilizados", sim! Estaremos sempre desgastando e modificando o lugar em que vivemos. Mas existem meios, de contornar e controlar essa poluição, e é aí que vemos a participação da Química e dos profissionais da área, que se esforçam para corrigir os danos, através de processos que despoluem, ou de soluções paliativas. E são esses meios que deveriam ser adotados por todos nós, desde eu e você, simples cidadãos, aos donos das grandes indústrias. Medidas que ajudariam na preservação do planeta, mas que no final das contas, mais do que ao planeta, estariam ajudando a nós mesmos. Por isso a necessidade da "consciência ecológica", hoje tão citada, graças ao iminente "colapso do planeta", que num futuro próximo não mais suportará nossa presença usurpadora.
Poluição das águas, do solo, poluição atmosférica, sonora ou visual; apesar de algumas ter sua importância menosprezada, a verdade é que, todas contribuem para a piora da situação. Determinados "tipos" podem nos afetar mais diretamente, ou serem mais "visíveis", porém todas existem de fato, e o que chamamos de "evolução", na maioria das vezes, implica no crescimento desses "tipos de poluição". Agora porém, nós, homens, temos nos preocupado mais com a questão da degradação do planeta, e estamos criando os meios de contorná-la: a reciclagem, os processos de despoluição das águas, a eliminação de substâncias que destroem a atmosfera, o uso do controle biológico, aos invés de agrotóxicos que contaminam o solo, as campanhas contra os diversos tipos de desperdício, novas fontes de energia e etc, contribuem para o que hoje chamamos de "desenvolvimento sustentável", que resumidamente consiste na evolução da sociedade sem grandes danos ao meio ambiente. Evoluir com o mínimo de poluição possível. Utopia ou não, essa deve ser a nossa meta. Visto que, desta forma somente, é que garantiremos a longevidade do planeta. E quando acreditamos que tudo isso não passa de uma grande "baboseira", paremos e pensemos, que não estamos salvando esse planeta, que nem sequer precisa de nós, mas estamos salvando é a nós mesmos, que muito precisamos dele.

a poluição do ar atmosférico causa muitos impactos ambientais ,tanto em escala local e regional,destacam-se a inversão térmica , as ilhas de calor e a chuva acida.
Em escala global (efeito estufa) e a destruição da camada de ozônio.

CHUVA ÁCIDA:

A água da chuva acida é normalmente ácida.Porém, a presença de poluentes no ar atmosférico (acido sulfúrico, ácido clorídrico, trióxido de nitrogênio) torna a água da chuva mais acida ainda.
As regiões desenvolvidas do hemisfério norte, com muitas industrias, grandes cidades e, conseqüentemente, grandes emissores de poluentes,são as mais afetadas pela chuva ácida..Alguns lugares da América do norte, Europa e Japão apresentam índices de acidez muito altos.
Entretanto, os efeitos da chuva ácida atingem lugares situados a centenas de qui8lometros das fontes poluidoras.rios lagos , solos atingidos pela chuva acida tem sua acidez aumentada.os solos podem perder nutrientes ,como,potássio, cálcio.e magnésio,com sérios danos para a vegetação.


*Poluição da atmosfera e destruição da camada de ozônio:


A poluição atmosférica (ou do ar) pode ser definida como a introdução na atmosfera de qualquer matéria ou energia que venha a alterar as propriedades dessa atmosfera, afetando, ou podendo afetar, por isso, a "saúde" das espécies animais ou vegetais que dependem ou tenham contato com essa atmosfera, ou mesmo que venham a provocar modificações físico-químicas nas espécies minerais que tenham contato com ela.
A destruição da camada de ozônio é um importante fator atmosférico
O ozônio como poluente do ar, pode ser extremamente tóxico e perigoso,contribuindo para a formação da chuva acida e do smog.porem o ozônio existente na atmosfera concentra-se nas camadas mais elevadas e age como um “escudo protetor” para a vida na Terra

A camada de ozônio situa-se entre 20 e 60 km de altitude.seu papel consiste em absorver grande parte das radiações ultra violeta,impedindo que elas atinjam a superfície da terra em excessivas quantidades.

Se forem intensificadas, essas radiações podem ocasionar inúmeros problemas aos seres vivos.Entre eles,podemos citar o câncer de pele,a catarata e ao sistema imunoligico do ser humano e de animais.Elas afetam também o plânctons dos oceanos ,responsável pela absorção de 50% das emissões de dióxido de carbono da terra.
É preciso ressaltar, porem que as radiações ultra violeta,na medida certa,são úteis a vida, favorecendo a produção de vitamina D,indispensável ao desenvolvimento dos ossos.
Na década de 1980, constatou-se que a camada de ozônio estava sendo destruída por produtos químicos emitidos em conseqüência de atividades humanas.os grandes inimigos da camada de ozônio são os CFCs.Os clorofluorcabonetos são muito usados em frigoríficos, aparelhos de ar condicionado ,na produção de espuma sintética para extintores de incêndio ,embalagens refrigeradores, aerossóis e outros. Esses gases podem subir a grandes altitudes sem sofrer alterações.Mas ,chagando à estratosfera,rompem–se sob a ação dos raios ultravioleta e liberam cloro,que reage com o ozônio,formando oxigênio comum.Dessa forma, abrem-se verdadeiros “buracos” na camada de ozônio, ameaçando a vida na terra.
O “buraco” na camada de ozônio é maior na Antártida.isso pode ser explicado pelas baixíssimas temperaturas dos pólos e pela pequena movimentação dos ventos nessa região.
Diante dessa ameaça, sessenta paises assinaram, em 1987, o protocolo de Montreal, comprometendo-se a reduzir em 50% o uso de CFC,decidindo-se pelo fim total doa produção ate o ano de 2000.Para os paises em desenvolvimento, a data é 2010.
O Brasil pretende parar de fabricar esse produto ate 2007.Com um consumo de 9500 toneladas de CFC por ano, nosso pais é o terceiro maior consumidor de CFCs no mundo,ficando atrás somente da China e da Índia.

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Banana ajuda a combater a insônia

Pesquisadores da Universidade das Filipinas comprovaram que comer banana ajuda a combater insônia. Foram testadas 20 pessoas que sofriam de insônia. Todos os voluntários ingeriram duas ou três bananas por dia, durante seis meses, e não mudaram em nada seus hábitos diários. Após esse período de teste, constatou-se que 15 dos 20 pacientes conseguiram dormir sem grandes dificuldades e mantiveram sono tranquilo e normal após a pesquisa.

A explicação para essa alteração positiva do sono destes pacientes ocorre por que a fruta é rica em triptofano, um antidepressivo natural, que regula os níveis de serotonina no cérebro e melhora o humor das pessoas. Quando ingerido à noite, a substância o acalma e diminui a atividade cerebral intensa, fazendo com que a pessoa consiga se "desligar?"com mais facilidade. Os pesquisadores filipinos observaram ainda outras virtudes da banana para a saúde, como os altos níveis de vitamina A, C, K e B6.

Minha Vida

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Planeta tem 8,7 milhões de espécies conhecidas, aponta levantamento


O mundo possui 8,7 milhões de espécies vivas – com 6,5 milhões delas vivendo na terra e 2,2 milhões na água – segundo um levantamento divulgado nesta terça-feira. A contagem exclui animais procariontes – que possuem células sem membrana para cercar o núcleo, local onde se encontra os cromossomos – como bactérias e vírus. Os dados do “censo” foram foram publicados na revista de livre acesso PLoS Biology.

Mas o número está longe de ser definitivo. Os mesmos cientistas que fizeram a contagem acreditam que ainda existem 91% espécies aquáticas e 86% terrestres a serem descobertas, descritas e catalogadas. Há também uma “margem de erro” na contagem atual: podem existir 1,3 milhão de espécies a mais ou a menos.

Os dados foram reunidos pela equipe do Censo da Vida Marinha, responsável por divulgar em 2010 um mapa da distribuição das espécies em 25 áreas do mundo. Coordenados por Camilo Mora, cientista da Universidade do Havaí, os censores afirmam ter o número mais preciso já obtido por taxonomistas

Importância – Até então, a estimativa das espécies conhecidas na Terra era baseada na opinião de cientistas, o que tornava o número total de espécies um mero chute, já que as estimativas variavam de 3 milhões até 100 milhões de seres vivos.

Para a equipe de Camilo Mora, a humanidade se esforça para preservar os animais, mas não faz ideia exatamente sobre quantas espécies existem. “Se nós não soubéssemos – mesmo a ordem de grandeza (1 milhão, 10 milhões, 100 milhões) – dos habitantes de uma nação, como iríamos planejar o futuro de um país?”, explica o cientista.

A incerteza se reflete até mesmo em trabalhos minuciosos como da União Internacional para a Conservação da Natureza, que fez um trabalho para conhecer as espécies conhecidas e listar as ameaçadas.

Conhecida como Lista Vermelha, a relação indica a existência de 59.508 espécies monitoradas, 19.625 delas em perigo de extinção. Isso significa que apenas 1% dos seres vivos conhecidos recebe algum tipo de controle de uma das principais instituições do ramo.

O nome e a classificação de uma espécie ainda segue o esquema definido pelo taxonomista sueco Carolus Linnaeus (Carlos Lineu em português) há 253 anos (1758). A taxonomia de Lineu – com dois nomes em latim para descrever a espécie, escritos em itálico – serviu para identificar, até agora, 1,25 milhão de espécie. Dessas, um milhão são terrestres e 250 mil são aquáticas.

Outras 700 mil espécies já teriam sido descobertas, mas a descrição e a classificação ainda não chegaram aos bancos de dados principais no mundo.

Para resolver o problema usando as técnicas atuais, seriam necessários 300 mil taxonomistas, trabalhando durante 1,2 mil anos e gastando um total de US$ 364 bilhões. Mas o desenvolvimento de técnicas de pesquisa com o DNA dos animais já começou a reduzir os custos para identificar os seres vivos.

Camilo Mora destaca que o conhecimento das espécies é vital para entender os processos ecológicos e evolutivos e tentar garantir a sobrevivência da diversidade das espécies. Ele destaca que muitos seres vivos nascem, vivem, geram descendentes, morrem e são extintos sem que os humanos sequer os conheçam.

(Fonte: Globo Natureza)