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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Caatinga ocupa 10% do território e é único bioma exclusivamente brasileiro

A Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Mata Atlântica e os Pampas não são só brasileiros, mas há um importante bioma que é só nosso, que não existe nos países vizinhos. É a caatinga, o principal bioma do sertão nordestino.

O Globo Rural percorreu milhares de quilômetros para contar a história desse lugar que conserva tesouros naturais incríveis. Na medida em que entendemos um pouco do que é a caatinga, nós conseguimos desvendar até mesmo certos mistérios da evolução do nosso planeta.

Mata branca ou na linguagem dos índios tupis, caatinga. Esse é o único bioma exclusivamente brasileiro. Lugar onde as chuvas são poucas e concentradas em quatro, cinco meses do ano. Durante todo o período seco, as plantas da caatinga ficam praticamente sem folhas. Uma floresta de galhos retorcidos, espinhos, aparentemente pobre em biodiversidade.

Logo depois das primeiras chuvas, com pouca água, as plantas que pareciam mortas, renascem e a gente consegue enxergar a riqueza e a diversidade de espécies que compõem a caatinga.

Para conhecer melhor esse bioma, o Globo Rural visitou o semiárido nordestino em duas épocas bem distintas: o período seco, entre outubro e novembro de 2010; e a estação das chuvas, no começo de 2011. Quatro estados foram percorridos: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Na primeira parada, começamos a entender como essa região se formou. Para isso, o programa chegou a Crato, no sul do Ceará. A Chapada do Araripe é uma formação que ocupa parte dos estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba. Há milhões de anos esse lugar guarda um tesouro geológico: uma incomparável quantidade de fósseis, que são restos de animais e vegetais incrustados nas rochas. Para conservá-los, em 2006 foi criado o primeiro Geopark das Américas, dirigido pelo biólogo Álamo Saraiva: “Geopark é um programa da Unesco, que tem como objetivo principal a preservação de áreas de interesse geológico”.

Essa história começou há mais de 100 milhões de anos, quando África e América formavam um único continente. A separação aconteceu por causa da movimentação de porções da crosta terrestre, as chamadas placas tectônicas.

Na divisão dos territórios, houve um rebaixamento dessa área e grandes lagos se formaram. Mais tarde, houve o o levantamento desses lagos. O sedimento que estava no fundo aflorou, dando origem à chamada bacia sedimentar do Araripe.

“Como o período era também chamado de aquecimento global esse lado estava secando”, diz o doutor Idalécio Freitas. Ele é geólogo do parque e explica que esse paredão conserva os registros dos períodos de chuva e de seca, dos últimos 110 milhões de anos. “Esse níveis mais escuros que vemos no calcário são relativos ao período mais úmido, com um pouco de matéria orgânica. Os riscos mais claros, períodos mais secos, de pouca chuva”.

A caatinga é a principal formação vegetal do semiárido nordestino e ocupa 10% do território brasileiro. São mais de mais de 840 mil km² , espalhados por dez estados. Nessa região, a estação das águas é concentrada em apenas três ou quatro meses, por isso as plantas criaram mecanismos para resistir a longos períodos de estiagem. Confira no vídeo o mecanismo dessas plantas.

(Fonte: G1)

Semana será de forte calor e tempo seco no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul voltará a registrar temperaturas altas na próxima semana. A partir desta segunda-feira (30), a massa de ar seco que paira sobre o estado ocasionará um aumento do calor, afastando as chuvas ao longo do dia. Na terça (31), pode chover de forma rápida e isolada somente no Oeste, de acordo com informações da Central de Meteorologia da RBS.

As temperaturas mais altas da segunda-feira (30) no estado devem ser registradas no Oeste, onde os termômetros devem apontar até 36ºC. Em Porto Alegre, o dia será de sol e calor, com temperatura variando entre 16ºC e 31ºC. O clima deve ser semelhante na Metade Sul, com variação entre 19ºC e 30ºC.

O Litoral Norte gaúcho também registrará sol e calor, entre 21ºC e 28ºC. O mar deve ficar calmo, com ondas de até 1m de altura.

A umidade deve aumentar no oeste do estado entre quarta-feira (1º) e quinta-feira (2), podendo ocasionar chuvas esparsas. Já no leste, o tempo seco prossegue. Na sexta-feira (3), são previstas precipitações ao norte, também de maneira rápida e isolada. No dia seguinte, pode chover mais ao sul.

(Fonte: G1)

Cientistas descobrem que pássaro usa o olfato

Por muito tempo pensou-se que pássaros canoros não usavam o olfato. Isso porque um estudo de 1968 havia descoberto que seus bulbos olfativos são menores que os de outros tipos de pássaros.

Mas um novo estudo relata que filhotes de diamante mandarim já emplumados são capazes de reconhecer seus parentes através do cheiro.

Embora a região olfativa do cérebro dos mandarins seja “pequena, parece funcionar”, segundo E. Tobias Krause, biólogo da Universidade de Bielefeld na Alemanha e um dos autores do estudo.

Krause e seus colegas relataram seu achado na revista Biology Letters.

Depois que os mandarins chocaram seus ovos, os pesquisadores transferiram seus filhotes para ninhadas diferentes, longe dos pais.

Com vinte a vinte e três dias de idade, foram apresentadas a cada pássaro amostras do ninho onde foram chocados e do ninho onde foram acolhidos. Os pássaros indicaram sua preferência em entrar ou empoleirar-se em frente à caixa artificial que produzia o odor mais apelativo.

“Eles escolheram o ninho de seus pais genéticos”, diz Krause.

Os pássaros podem estar recorrendo ao cheiro para detectar parentes e evitar cruzamento consanguíneo, segundo Krause.

“Nossos resultados se restringem aos mandarins, mas é muito provável que outros pássaros canoros e outros pássaros em geral tenham essa habilidade de reconhecer sua linhagem”, diz ele.

Pesquisas futuras poderão ajudar a determinar se a habilidade dos mandarins de detectar o odor de seus parentes é inata ou aprendida. Qualquer que seja o caso, Krause diz que “essa capacidade de reconhecer parentes é baseada em estímulos”.

(Fonte: Portal iG)

Fórum Social Temático termina em Porto Alegre/RS com propostas alternativas à Rio+20

De olho na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre em junho, no Rio de Janeiro, o Fórum Social Temático (FST) terminou neste domingo (29) em Porto Alegre (RS) com uma agenda de propostas alternativas à negociação formal que será conduzida pelos governos na conferência.

Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST foi a primeira etapa da Cúpula dos Povos, reunião que deverá acontecer paralelamente à Rio+20, como contraponto às negociações formais, em um espaço de manifestação da sociedade civil organizada.

A principal crítica levantada durante os debates do FST foi, justamente, em relação ao conceito de economia verde, tema central da conferência. As organizações argumentam que o modelo vai apenas repetir a lógica do capitalismo, com a “mercantilização da natureza” e a manutenção das desigualdades. O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, chegou a dizer que a Rio+20 será apenas “um teatro governamental”.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que aproveitou o FST para tentar articular as posições do governo com as da sociedade civil para a Rio+20, rebateu as críticas e disse que confia na força da sociedade civil brasileira e mundial para que o evento no Rio tenha êxito.

A Rio+20 também foi lembrada no discurso da presidenta Dilma Rousseff, que esteve no FST na quinta-feira (26) para um diálogo com representantes da sociedade civil. Dilma defendeu a criação de metas de desenvolvimento sustentável na conferência e articulação direta entre medidas ambientais e de combate à pobreza.

Apesar de bem-recebida pelos movimentos sociais na primeira participação dela em um evento do Fórum Social Mundial como chefe de Estado, Dilma não escapou das críticas. Ativistas cobraram propostas alternativas à economia verde e de mais diálogo da presidenta com os movimentos sociais.

As questões ambientais e a Rio+20 dividiram espaço com debates de temas tradicionais do Fórum Social Mundial, como a crítica ao neoliberalismo, a defesa de causas sindicais e o fortalecimento da educação. O direito à memória foi tema de um dos eventos mais concorridos da semana, em que o sociólogo e jornalista Ignacio Ramonet defendeu a instalação de comissões da verdade e o direito coletivo de acesso a memórias de ditaduras para que as violações de direitos humanos nesse períodos não sejam esquecidos nem repetidos.

No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o tema também virou assunto no FST, com um evento que lembrou os oito anos do assassinato de três fiscais do trabalho, no episódio conhecido como Chacina de Unaí. Procuradores cobraram respostas do Poder Judiciário, que ainda não levou a julgamento os nove indiciados pelos crimes, entre eles, o prefeito da cidade mineira de Unaí, Antério Mânica, e o irmão dele, Norberto Mãnica, acusados de serem os mandantes.

A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 438/2001, conhecida como PEC do Trabalho Escravo, será a prioridade legislativa da secretaria este ano.

Além do FST, em Porto Alegre, mais 25 eventos devem compor a agenda do Fórum Social Mundial em 2012, entre eles o Fórum Social Palestina Livre, marcado para o fim de novembro, também na capital gaúcha.

(Fonte: Agência Brasil)

Radiação de tempestade solar se aproxima da Terra

Cientistas afirmaram nesta segunda-feira (23) que a maior tempestade solar desde 2005 enviará radiações à Terra até a próxima quarta-feira (25).

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos indicou que seu Centro de Previsões de Clima Espacial, no Colorado, observou a erupção solar no domingo às 14h (de Brasília). A radiação começou a chegar à Terra uma hora mais tarde e continuará até quarta-feira.

O campo magnético da Terra já está afetado por uma ejeção de massa da coroa solar, após uma erupção ocorrida na superfície do Sol na quinta-feira, 19 de janeiro, segundo os astrônomos.

A agência governamental afirmou que a tempestade ganha força e uma onda de radiação se dirige rapidamente à Terra.

“Devido a este fenômeno é quase certo que haverá uma tempestade geomagnética”, ressaltou um comunicado da NOAA. “A labareda solar associada alcançou sua máxima altura no dia 23 de janeiro”, acrescentou.

Um modelo informático feito pelo Centro de Previsões aponta que esta onda da tempestade terá seu maior efeito no campo magnético da Terra nesta terça-feira.

O problema principal desta radiação é a interferência com o funcionamento dos satélites e é um inconveniente em particular para os astronautas no espaço.

(Fonte: Portal iG)

Transpetro será multada por vazamento de óleo, diz Ibama

A Transpetro, braço de logística da Petrobras, será multada pelo vazamento de petróleo que atingiu nesta quinta-feira (26) a orla de Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A garantia é do superintendente do Ibama no Rio Grande do Sul, João Pessoa Moreira Júnior. No início da tarde desta sexta-feira (27), o representante da entidade ambiental disse ao G1 que a empresa será autuada em um valor que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões.

“Houve o dano, tem de ter multa”, diz Moreira Júnior, acrescentando que o valor será definido com base no laudo técnico com as informações do impacto do vazamento no meio ambiente.

O superintendente regional participou no final da manhã desta sexta-feira (27) de uma reunião com representantes do Comando Ambiental da Brigada Militar de Tramandaí, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e da Marinha do Brasil. No encontro, foi determinado que as quatro instituições elaborarão o laudo técnico em conjunto.

O representante do Ibama ressaltou o fato de a Transpetro ter cumprido o plano de emergência, que prevê o contato imediato com a entidade em caso de acidente e a limpeza da praia, realizada na madrugada desta sexta-feira (27) por 130 funcionários da subsidiária da Petrobras. A atitude, no entanto, não amenizará o valor da multa. “Se eles não tivessem posto em prática o plano de emergência, haveria outra multa por descumprimento do plano ambiental”, destacou.

Falha técnica – O superintendente não acredita que tenha havido negligência por parte da equipe da Transpetro. “Creio que tenha sido uma falha técnica no equipamento da monoboia e na válvula”, disse o superintendente, que, no entanto, ressalta que é cedo para avaliar a razão do acidente. “Temos de esperar o relatório da empresa e a perícia”, declarou.

O Departamento Estadual de Investigações Criminalísticas (Deic), da Polícia Civil, instaurou um inquérito para investigar o caso. Ainda nesta sexta-feira (27), o Instituto Geral de Perícias (IGP) deve vistoriar o local, segundo a Brigada Militar da cidade litorânea. Segundo Moreira Júnior, a Polícia Federal deve adotar o mesmo procedimento.

(Fonte: Felipe Truda/ G1)

Cientista não consegue replicar a bactéria “ET” em laboratório

A bactéria “ET”, que causou polêmica há pouco mais de um ano, voltou ao noticiário científico atual.

Em dezembro de 2010, Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa e do Serviço Geológico dos EUA, anunciou ter encontrado uma bactéria inédita em um lago na Califórnia, que teria incorporado arsênico em seu DNA no lugar do fósforo.

O arsênico é um elemento tóxico e não deveria estar lá porque apenas seis elementos são considerados indispensáveis à química básica da vida. São eles: nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, carbono, fósforo e enxofre.

Na época, a divulgação da descoberta causou furor não só pelo elemento tóxico. A Nasa (agência espacial americana) convocou uma conferência para jornalistas anunciando a descoberta pelo nome de bactéria “ET”.

Agora um outro grupo, liderado pela canadense Rosie Redfield, tentou criar o mesmo tipo de bactéria em uma sopa contendo arsênico.

Rosie, que é da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, afirma que não foi possível chegar aos mesmos resultados apregoados por Felisa.

Felisa, por sua vez, defendeu seu trabalho original e afirmou que continua analisando a bactéria no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley.

Segundo Felisa, os dados de sua pesquisa continuam sendo válidos e até o próximo ano ela e seu grupo devem ter mais informações sobre a bactéria “ET”.

(Fonte: Folha.com)

Cai número de casos de hanseníase, mas Brasil ainda é o 2º no mundo

O Brasil registrou no ano passado 30.298 novos casos de hanseníase, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. O número representa queda de 15% no registro da doença em todo o país entre 2010 e 2011. Em 2010, foram 34.894 novos casos (18,22 por 100 mil habitantes), sendo 2.461 na população menor de 15 anos.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país que mais registra novos casos por ano no mundo, atrás apenas da Índia, que tem aproximadamente 150 mil novos casos ao ano.

A divulgação antecede o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, celebrado no próximo domingo (29). Do total de 30.298 casos, 2.192 foram registrados em menores de 15 anos (4,77 por 100 mil habitantes). O número representa 15,88 novos casos da doença por 100 mil habitantes.

Segundo o secretário, é importante analisar a incidência da doença na população menor de 15 anos porque é alta a possibilidade de haver um adulto não diagnosticado em contato com essa criança.

“Se tem uma criança com hanseníase com certeza tem um adulto ali que não foi diagnosticado. Se o índice na população menor de 15 anos é alto, é sinal de que há muitos casos em adultos que não estão sendo tratados”, explicou.

As regiões Norte, Certo-Oeste e Nordeste são as que apresentam maior índice de novos casos, onde a incidência é considerada média. No Sul e Sudeste, a taxa é tida como baixa.

Metas – A meta do governo – prevista no Plano de Eliminação da Hanseníase – é que haja menos de um caso da doença para cada grupo de 10 mil habitantes até 2015. De acordo com o secretário, o ministério identificou 252 municípios prioritários de combate à hanseníase. Nesses locais, as secretarias municipais de saúde trabalham com a busca ativa, o que aumenta o diagnósticos de novos casos e facilita o tratamento.

“[A intenção da busca ativa é] não esperar que a pessoa sinta alguma coisa e venha na unidade de saúde, mas buscar identificar precocemente qualquer mancha que tenha aquela sensação de dormência, que é o sintoma básico”, disse.

Outra estratégia prevista no plano é a vigilância de contatos. Jarbas Barbosa afirmou que, para cada caso da doença, outra cinco pessoas com quem o portador tem contato devem ser examinadas. “A gente vai casa da pessoa, examina a família e vê se há outros casos. Isso é bom para a pessoa, porque detecta precocemente e evita que ela possa ter uma forma avançada grave, e a gente vai interrompendo a cadeia de transmissão”, disse.

Repasses – Do total de municípios identificados pelo Ministério da Saúde como prioritários para o tratamento da hanseníase, 245 receberão R$ 16,515 milhões no próximo mês. Essas cidades representam 34,9% da população total do país e 53% dos novos casos. O repasse está previsto no programa de erradicação da extrema pobreza, Brasil sem Miséria.

De acordo com o secretário, na metade do ano esses municípios deverão receber montante ainda maior para tratamento, acompanhamento de portadores, prevenção, reabilitação e vigilância e busca ativa de novos casos.

Tratamento – O ministério esclarece que todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. Atualmente, em todo país há 23.660 pessoas em tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode durar 6 meses ou 1 ano.

Feito a base de comprimidos orais, o tratamento também abrange exercícios e orientação da equipe de saúde. De acordo com Jarbas Barbosa, “quase que imediatamente depois que a pessoa começa a se tratar, ela já para de transmitir”.

“Seja para aquela pessoa, seja para impedir que outras pessoas contraiam a hanseníase, é importante detectar a doença o mais rapidamente possível”, esclareceu o secretário. A taxa de cura é de 80%, segundo o ministério, número que poderia ser maior não fosse o abandono do tratamento.

“Uma das metas é também atingir um percentual elevado de cura (90%), porque as pessoas às vezes melhoram e param de fazer o tratamento”, disse.

(Fonte: Priscilla Mendes/ G1)

Continuam no Brasil debates do Fórum Social Temático 2012

Brasília, 27 jan (Prensa Latina) O Fórum Social Temático (FST) 2012 entra hoje em sua quarta jornada na qual destacam os painéis sobre a integração latino-americana, as perspectivas da esquerda mundial e a democratização da comunicação.

Iniciado na terça-feira passada, com o lema Crise capitalista, justiça social e ambiental, o FST-2012 concluirá no próximo domingo. Os organizadores esperam que umas 30 mil pessoas assistam às mil atividades previstas no encontro, que se desenvolve em quatro cidades do estado brasileiro de Rio Grande do Sul.

Da extensa lista de assuntos a tratar nesta sexta-feira, se destacam - além dos já mencionados - O passado, presente e futuro da dívida na América Latina: dívida externa como um método de dominação e saque e Abordagem do papel da imprensa na transformação da sociedade.

Ontem à noite, em um dos principais momentos do encontro, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o Brasil convive harmonicamente com seus vizinhos da América Latina e do Caribe, com os quais quer construir um polo de desenvolvimento e democracia no mundo.

No painel Diálogo entre sociedade civil e governo, e perante umas cinco mil pessoas reunidas no Ginásio Gigantinho de Porto Alegre, a mandatária assegurou que o Brasil é hoje outro país, mais forte, mais desenvolvido e mais respeitado.

Sustentou que da mesma forma que com seus vizinhos da América Latina e Caribe, o Brasil desenvolveu novas relações com seus irmãos africanos, com o mundo árabe, dando especial atenção à Palestina, que - sublinhou - esperamos possa se constituir em breve em um estado livre, pacífico e democrático e com sua soberania garantida.

Em outro momento de sua intervenção, Rousseff apontou que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que se realizará no Brasil no próximo junho, deve ser um momento importante de um processo de renovação de ideias.

"O Rio+20 vai enfrentar uma questão mais ampla e decisiva. Um novo modelo de desenvolvimento em suas dimensões econômica, social e ambiental", indicou.

O que estará em debate - afirmou - é um modelo de desenvolvimento capaz de articular o crescimento e a geração de emprego, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades, a participação social e a ampliação de direitos, educação e inovação tecnológica, o uso sustentável e a preservação dos recursos ambientais.

Por outro lado, na mesa Desenvolvimento soberano e proteção do meio ambiente, o secretário de produção rural do estado brasileiro do Amazonas, Eron Bezerra, sentenciou que o desenvolvimento só é possível com sustentabilidade e vice-versa. O que precisa ser debatido é a maneira de reduzir o impacto e criar alternativas".

Já o secretário nacional de Meio Ambiente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Aldo Arantes, vinculou a crise ambiental com a crise do capitalismo e apontou que o atual palco internacional de crise do capital expõe os limites desse sistema e os impasses impostos à humanidade.

Daí que, sublinhou, resulta imperativo buscar alternativas e a esquerda tem que assumir com firmeza a proteção do ecosistema e - ressaltou - "formar uma corrente marxista na questão ambiental".

http://www.prensa-latina.cu

sábado, 28 de janeiro de 2012

Proposta quer acelerar entrada de novos genéricos no mercado

Bioequivalência

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) abriu uma consulta pública para ouvir especialistas e a população sobre uma nova forma aumentar a disponibilidade de remédios genéricos.

A proposta é tornar obrigatório para os laboratórios a disponibilização de amostras de seus medicamentos de referência, para que outros laboratórios possam fazer testes de bioequivalência com suas versões genéricas.

O teste de bioequivalência permite saber se o remédio genérico tem o mesmo efeito que o remédio de marca.

O problema é que os laboratórios fabricantes de genéricos têm dificuldades em ter acesso aos novos medicamentos, porque muitos não estão à venda, sendo usados somente por hospitais.

Impulso genérico

Se a proposta for aprovada, a entrada de novos remédios genéricos no mercado deverá ter um impulso.

Com a obrigatoriedade, os laboratórios poderiam começar suas pesquisas tão logo os novos medicamentos chegassem ao mercado.

As sugestões e críticas sobre a proposta podem ser enviadas ao endereço SAI Trecho 5, Área Especial 57, CEP 71.205-050, Brasília, para o fax: (61) 3462-5602 ou para o email: cp10.2012@ anvisa.gov.br.

http://www.diariodasaude.com.br

Micose de unha é combatida com terapia de luz

Terapia fotodinâmica

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP, utilizaram uma técnica de luz para combater com sucesso os fungos causadores da micose de unha (onicomicose).

A expectativa dos pesquisadores é fabricar um aparelho prático e disponibilizar a técnica de maneira acessível a toda população.

A terapia fotodinâmica, tratamento de doenças baseado na utilização de luz para ativação de compostos medicamentosos, tem sido presença cada vez mais forte no tratamento de doenças, principalmente na área da dermatologia.

A técnica, agora aplicada à inativação de microorganismos, havia sido recentemente usada para matar bactérias nos dentes.

Tratamentos para micose de unha

Os tratamentos convencionais para a micose de unha, ou onicomicose, são mais paliativos do que uma solução definitiva, e são associados a altas taxas de falha e recorrência.

A pesquisadora Ana Paula da Silva adaptou um equipamento de fluorescência, já disponível no mercado para o diagnóstico de cáries e placas bacterianas.

O equipamento permite uma localização mais exata dos fungos causadores da infecção por meio da fluorescência característica do próprio microorganismo.

A seguir foram desenvolvidos os protótipos de equipamento para fazer o combate propriamente dito da onicomicose.

Compostos fotossensíveis

Hoje a pesquisa se baseia na utilização de dois protótipos diferentes para o trato da unha, sendo que cada protótipo trabalha com um comprimento de onda diferente, a fim de ativar diferentes substâncias nos medicamentos.

"São compostos fotossensíveis bem diferentes", comenta Natalia Mayumi Inada, orientadora do projeto.

"O intuito é comparar a eficácia de cada composto, e para isso utilizamos, para cada um, uma fonte de luz específica: uma na região do vermelho e outra na região do azul", completa.

Espécies reativas de oxigênio

A luz em um comprimento de onda específico tem a função de ativar o composto fotossensível que, já em contato com a unha danificada, gera espécies reativas de oxigênio que são prejudiciais aos microorganismos.

"Estas espécies reativas de oxigênio são tóxicas para o fungo ou para a bactéria, e acabam por eliminá-los," esclarece Natalia.

A medicação fica em contato direto com a lesão durante apenas uma hora, iluminada por vinte minutos.

Com a rapidez da ação, Ana Paula conta que consegue tratar de dez a quinze pacientes por dia.

Tanto o protótipo do equipamento quanto a técnica da inativação fotodinâmica já estão patenteados. As medicações utilizadas são comerciais, já aprovadas para estudos clínicos experimentais - uma de origem russa e outra nacional, sintetizada por uma indústria farmacêutica de Ribeirão Preto (interior de São Paulo).


Redação do Diário da Saúde

Brasileiras criam creme para a pele que combate rugas e flacidez

Super filtro solar

Um filtro solar que, além de proteger contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta, melhora a textura e a elasticidade da pele, estimula a renovação celular, hidrata e diminui as rugas.

Este é o novo produto desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) no campus de Ribeirão Preto.

A fórmula alia dois tipos de substâncias fotoprotetoras aos extratos vegetais de Ginkgo biloba e de algas marinhas vermelhas.

Também foram adicionadas vitaminas A, C e E.

Fator de proteção solar

O primeiro passo foi desenvolver uma formulação com filtros fotoestáveis, ou seja, capazes de permanecer ativos na presença da luz, com fator de proteção solar (FPS) 20.

Para isso foram combinados filtros químicos (orgânicos), compostos por moléculas capazes de absorver os raios ultravioleta e transformá-los em raios de baixa energia inofensivos à pele, e filtros físicos (inorgânicos), que refletem a radiação e impedem sua penetração.

"Adicionamos então extratos vegetais e vitaminas. Testamos várias combinações de ingredientes. O desafio foi criar um produto com características sensoriais adequadas, pois, se você fizer um creme muito gorduroso ou que não espalha, ninguém usa", explica Patrícia Maia Campos, coordenadora da pesquisa.

As vitaminas foram acrescentadas para estimular a renovação celular e melhorar as condições gerais da pele, elaborando assim um creme multifuncional, explicou a farmacêutica.

Proteção ao DNA

Testes feitos com camundongos mostraram que o produto reduziu a presença das proteínas p53 e caspase-3, marcadores genéticos que indicam dano celular causado pela radiação.

"Houve ainda menor produção da enzima metaloproteinase, que destrói o colágeno e deixa a pele flácida", disse Patrícia.

Em uma segunda etapa feita com voluntárias humanas, avaliou-se a ação do creme em tempo real, por meio de técnicas de biofísica e imagem da pele.

"Foi possível observar uma hidratação profunda e melhora na aparência da pele com duração aproximada de 8 horas. Também melhorou significativamente a função barreira e a textura da pele", disse.

Os testes ainda não estão concluídos, mas, segundo Patrícia, já foi possível perceber que o produto aumenta a espessura da camada granulosa da pele.

Isso pode estar associado a um maior estímulo à renovação celular.

Extratos vegetais

A combinação dos filtros com as algas marinhas vermelhas foi a que mais reduziu a presença das proteínas p53 e caspase-3, ou seja, a que mais evitou danos celulares.

A combinação com o Ginkgo biloba foi a que mais protegeu a função barreira da pele.

Já a fórmula que tinha apenas os filtros e as vitaminas aumentou a perda de água na camada superficial. Segundo a pesquisadora, isso provavelmente está ligado ao aumento da renovação celular estimulado pelas vitaminas A e C.

"Por isso é importante acrescentar os extratos vegetais para compensar", frisou.

Quanto maior a perda de água, mais frágil e sensível fica a pele. Isso não apenas facilita a penetração da luz ultravioleta, mas também favorece doenças como a dermatite de contato e o eczema tópico.

Segundo a pesquisadora, a formulação completa foi a que mais hidratou e protegeu a função barreira da pele, melhorando também a aparência e diminuindo as rugas e a aspereza.

Mas ela alerta que o produto é para ser usado no dia-a-dia e não quando a exposição ao sol for intensa, como na praia ou piscina.

Agência Fapesp

Componente do chá-mate destrói células de câncer



Câncer e inflamação

Cientistas descobriram que as células do câncer de cólon humano morrem quando são expostas aos compostos bioativos presentes na erva-mate.

As células morreram quando receberam os compostos em uma quantidade equivalente à presente em uma xícara de chá-mate.

"Os derivativos da cafeína no chá-mate não apenas induziram a morte das células do câncer de cólon humano, como também reduziram marcadores importantes da inflamação," conta a Dra. Elvira de Mejia, da Universidade de Illinois (EUA).

Isto é importante porque a inflamação pode disparar os mecanismos da progressão do câncer.

Morte celular programada

No estudo in vitro, Mejia e seu colega Sirima Puangpraphant isolaram e purificaram os derivados do ácido cafeoilquínico, ou cafeoleoquínico, presentes na erva-mate.

Conforme os cientistas aumentaram a concentração do ácido, as células de câncer começaram a disparar seu mecanismo de morte programada, conhecida como apoptose.

"Simplificando, as células do câncer se autodestruíram porque seu DNA foi danificado," explica a pesquisadora.

A capacidade para induzir a morte celular programada é uma tática promissora para intervenções terapêuticas para todos os tipos de câncer.

Intestino

Segundo a pesquisadora, os resultados do estudo sugerem fortemente que os derivativos da cafeína presentes no chá-mate têm potencial como agentes anti-câncer.

Esses derivativos também poderão ser usados em outras doenças associadas com a inflamação.

Mas como o intestino e sua microflora têm um papel importante na absorção e no metabolismo dos componentes derivados da cafeína, os efeitos anti-inflamatórios e anti-câncer do chá-mate deverá ser mais úteis nas doenças do cólon.

http://www.diariodasaude.com.br

Brasileiro ganha prêmio nos EUA com pesquisa sobre tuberculose

O médico brasileiro André Báfica, professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), foi um dos ganhadores do prêmio do Instituto Médico Howard Hughes para pesquisadores em início de carreira.

Por seu trabalho para caracterizar uma proteína da tuberculose que faz com que a doença seja reconhecida pelo sistema imune – e que no futuro pode ser usado para aumentar a eficácia de tratamentos -, Báfica irá receber uma verba de US$ 650 mil para cinco anos de pesquisa.

O médico foi o único brasileiro entre os 28 contemplados – entre os 760 que aplicaram – nesta primeira edição do prêmio, que foi concedido a pesquisadores que chegaram a fazer ciência nos EUA, mas retornaram a seus países.

A China lidera a lista, com sete pesquisadores. Portugal e Espanha vêm atrás, com cinco representante cada um. Itália e África do Sul empatam com dois representantes de cada país.

Assim como o Brasil, Polônia, Índia, Hungria, Chile, Coreia do Sul e Argentina têm um só vencedor.

Fundada em 1953 pelo excêntrico industrial Howard Hughes (cuja vida foi interpretada no cinema pelo ator Leonardo DiCaprio no filme “O Aviador”), a fundação tem tradição em premiações na área de pesquisa biomédica.

A fundação já tinha um programa de financiamento nesses moldes, mas voltado a cientistas dos EUA.

(Fonte: Folha.com)

Brasileiro ganha prêmio nos EUA com pesquisa sobre tuberculose

O médico brasileiro André Báfica, professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), foi um dos ganhadores do prêmio do Instituto Médico Howard Hughes para pesquisadores em início de carreira.

Por seu trabalho para caracterizar uma proteína da tuberculose que faz com que a doença seja reconhecida pelo sistema imune – e que no futuro pode ser usado para aumentar a eficácia de tratamentos -, Báfica irá receber uma verba de US$ 650 mil para cinco anos de pesquisa.

O médico foi o único brasileiro entre os 28 contemplados – entre os 760 que aplicaram – nesta primeira edição do prêmio, que foi concedido a pesquisadores que chegaram a fazer ciência nos EUA, mas retornaram a seus países.

A China lidera a lista, com sete pesquisadores. Portugal e Espanha vêm atrás, com cinco representante cada um. Itália e África do Sul empatam com dois representantes de cada país.

Assim como o Brasil, Polônia, Índia, Hungria, Chile, Coreia do Sul e Argentina têm um só vencedor.

Fundada em 1953 pelo excêntrico industrial Howard Hughes (cuja vida foi interpretada no cinema pelo ator Leonardo DiCaprio no filme “O Aviador”), a fundação tem tradição em premiações na área de pesquisa biomédica.

A fundação já tinha um programa de financiamento nesses moldes, mas voltado a cientistas dos EUA.

(Fonte: Folha.com)

Óleo no mar de Tramandaí



Vazamento de grande porte, que atinge litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Uma grande mancha de óleo formada em alto-mar pelo vazamento na monoboia do Terminal de Osório, em Tramandaí, no Rio Grande do Sul, já chegou à beira da praia de nome homônimo. O Corpo de Bombeiros local, o Patrulhamento Ambiental do litoral Norte e técnicos do Ibama fizeram, ainda ontem, um voo na região para avaliar a extensão do estrago.

A Transpetro só divulgou nota por volta das 16 horas, confirmando o acidente, que aconteceu durante operação de descarregamento de um navio a cerca de seis quilômetros de distância da costa. Segundo o temente Reinaldo Araújo, do Patrulhamento Ambiental, "é um vazamento de grande proporção”, disse. “Começou ao meio-dia e está crescendo o volume de óleo. Toda a informação agora vai depender deste avanço".

O cheiro do produto já é percebido na beira da praia, na altura da plataforma de pesca da cidade. A Transpetro afirma que uma equipe de contingência foi acionada para iniciar os trabalhos de contenção e remoção do produto. Os órgãos ambientais, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Capitania dos Portos foram comunicados. As causas do acidente estão sendo investigadas pela companhia.

Ainda não foi possível quantificar o volume de óleo derramado. Mas é praticamente certo que haverá impacto ambiental, de acordo com o biólogo Kuriakin Humberto Toscan, da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Porto Alegre. Um levantamento completo será divulgado nos próximos dias.

Na orla de Tramandaí, existem duas monoboias, situadas a quatro e seis quilômetros da costa. Elas servem para bombear petróleo para dentro dos navios da Petrobras. Segundo técnicos e biólogos do Ibama, o vazamento teria ocorrido na monoboia que fica mais distante da costa.

Desde o início da noite, 150 funcionários da Transpetro, empresa responsável pela monoboia onde ocorreu o vazamento, trabalham manualmente na remoção do petróleo. Kuriakin estima que o óleo tenha atingido um trecho de aproximadamente cinco quilômetros de extensão da orla marítima, que vai da plataforma de pesca de Tramandaí até a Barra, na divisa com o município de Imbé.

Por enquanto, o óleo não atingiu o balneário vizinho. “Acredito que praticamente todo o óleo tenha chegado à areia. Se ainda tem óleo no mar, é em pequena quantidade”, acredita.

Até as 23h de ontem não havia registros de mortes ou contaminação de animais marinhos ou de aves causadas pelo óleo, mas essa possibilidade não está descartada. A preocupação do Ibama é com o Rio Tramandaí. “O rio está no vazante, mas com o enchimento da maré, também pode ser atingido”, projeta Kuriakin.

Assim que o petróleo começou a chegar até a praia, a Patrulha Ambiental orientou os veranistas a se retirarem da areia e isolou parcialmente a área para o trabalho de remoção. O comandante do pelotão de Tramandaí, tenente Reinaldo Araújo, pede aos veranistas que evitem entrar na água até os analistas terem mais informações sobre o vazamento.

http://eptv.globo.com

Supermercados de São Paulo deixam de fornecer sacolas de plástico

A partir desta quarta-feira (25), pelo menos 80% dos supermercados de São Paulo deixaram de distribuir gratuitamente as sacolinhas de plástico para seus clientes. A medida é resultado de um acordo voluntário entre a associação Paulista dos Supermercados e o governo do Estado. No lugar das sacolas plásticas, os supermercados vão vender sacolas biodegradáveis compostáveis feitas de amido de milho e sacolas reutilizáveis (a R$ 0,20). Os supermercados também vão disponibilizar caixas de papelão.

De acordo com o Instituto Nacional do Plástico (INP), são consumidos 12,9 bilhões de sacolas de plástico nos supermercados do Brasil, sendo 5,2 bilhões só no estado de São Paulo. Este número vem caindo, ainda de acordo com o INP, o consumo em 2007 foi de 17,9 milhões.

O intuito da medida é diminuir o impacto ambiental causado pelas sacolas. De acordo com dados do Pró-teste, as sacolas plásticas duram 200 anos quando soterradas no lixo. Caso sofram radiação solar, somem em um ano. A demora na deterioração deste material é, sem dúvida, um grande problema ambiental, mas a principal questão está no processo de fabricação destas sacolas. Feitas de polietileno (oriundo do petróleo e do etileno), sua produção é altamente poluente ao meio ambiente.

Ambientalistas comemoram a decisão que vai reduzir ainda mais o uso das sacolas de plástico, porém pesquisadores alertam que além da preocupação com o tipo de sacola, é necessário se preocupar com o descarte. “O ideal é dar um destino correto para as sacolas. Não importa o tempo que a sacola leva para degradar, o que importa é que ela degrada”, disse Mara Lúcia Dantas, pesquisadora do laboratório de Embalagens do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

“Seria ideal que o País investisse mais em compostagem destes resíduos, talvez desse mais certo, porque senão vai de novo para o lixo”, disse. No entanto a pesquisadora afirma que aumentar as opções de sacolas é positivo. “O ideal é que o consumidor escolha a sacola que possa ser reutilizada mais vezes”, disse.

O IPT está fazendo teste comparativo desde outubro de 2011 onde 40 sacolas de polietileno comum (sacola tradicional de plástico), polietileno com aditivo para degradação, papel e TNT (sacola retornável, feita de tecido-não-tecido, com base em polipropileno) serão expostas por um ano às intempéries.

O estudo simula a condição de abandono das sacolas no meio urbano, já que essa é a situação que boa parte desse material encontra. Desta forma, será possível fazer uma comparação direta dos materiais, que serão expostos simultaneamente às mesmas condições.

“As sacolas estão enfrentando sombra, vento e chuva. Elas estão se fragmentando e perdendo a cor”, disse Mara que afirma estar surpresa com os resultados apresentados nos primeiros três meses do estudo.

Leia também: Fabricantes de sacolas “verdes” reduzem custos e brigam por mercado milionário

Um dos objetivos do estudo é justamente descobrir sobre a eficiência dos aditivos para tornar o polietileno degradável. “Não há consenso sobre a vantagem da adição dessa substância ao plástico”, afirma. Ela acredita que o trabalho poderá contribuir para a educação da sociedade, com a conscientização do impacto do descarte desses materiais no meio ambiente.

(Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)

Ambientalistas apresentam no Fórum Social Temático propostas para cidades mais sustentáveis

Em meio a discussão por soluções globais de enfrentamento dos problemas ambientais, de olho na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, ambientalistas defenderam nesta quarta-feira (25) durante o Fórum Social Temático 2012 (FST) um olhar local sobre os desafios da sustentabilidade, colocando as cidades no centro da debate.

“Não podemos ver as cidades como um mero amontoado de problemas. São também um espaço facilitador para a resolução desses problemas”, disse a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva. Em sessão concorrida, que lotou o auditório da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marina estava ao lado de velhos conhecidos da esquerda brasileira, entre eles os teólogos Leonardo Boff e Frei Betto e o ativista e pai do Fórum Social Mundial, Oded Grajew.

O socioambientalista e ex-consultor do Ministério do Meio Ambiente Tasso Azevedo disse que se as cidades concentram problemas, elas também agrupam soluções. “Não é mais tempo de pensar nos grandes objetivos, a gente deve pensar em nível mais local. O que falta hoje é definir em que lugar queremos chegar como coletivo”, disse

Durante o debate, o programa Cidades Sustentáveis, ligado a organizações como o Movimento Nossa São Paulo e o Instituto Ethos, lançou uma plataforma com sugestões em níveis internacional, nacional e local para melhorar a qualidade de vida nas cidades e incluir o centros urbanos na busca de soluções para problemas ambientais globais.

Entre as propostas apresentadas pelo grupo, estão políticas de financiamento para os Poderes locais para investimentos em projetos de sustentabilidade, o fortalecimento da representatividade de autoridades locais nas instâncias multilaterais e a criação de sistemas internacionais de intercâmbio, para que as cidades possam trocar experiências sobre iniciativas sustentáveis.

Medidas locais, como o incentivo do uso de bicicletas como meio de transporte, a ampliação do acesso água potável e o estabelecimentos de metas de gestão também estão entre as propostas que serão apresentadas a governos. Além de serem levadas a governos, as iniciativas farão parte de uma agenda de compromissos que será apresentada a candidatos nas próximas eleições municipais.

A campanha “Eu voto sustentável” sugere que eleitores cobrem dos candidatos a adoção de compromissos para cidades mais sustentáveis. “Desde já precisamos estar alertas ao processo eleitoral. Façam uma pauta de compromissos dos candidatos e perguntem se eles se comprometem com os pontos da pauta. Vamos exigir compromissos por escrito”, disse o teólogo Frei Betto.

(Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)

Mudanças climáticas aumentarão vinda de estrangeiros para o Brasil

Nem mesmo a altitude protege o gelo dos Andes, cujo derretimento pode comprometer o abastecimento de água de vilarejos e cidades.

RIO - Após assistir à onda de imigração de haitianos, o Brasil pode se tornar o principal destino de migrações relacionadas a problemas ambientais na América do Sul. As mudanças climáticas, a ciência dá como certo, vão agravar as catástrofes naturais. Secas ficarão mais severas, chuvas, mais fortes e a água, escassa. Nestas circunstâncias, algumas regiões do continente devem sofrer. E, sem ter como permanecer em seus países, alertam especialistas, haverá um afluxo de pessoas buscando refúgio em outras nações. Elas chegarão em situação extremamente vulnerável, muitas vezes sem condições de arcar com despesas básicas, como alimentação e moradia. Na hora de escolher um novo lugar para recomeçar a vida, o Brasil é visto como o melhor destino. A enorme fronteira é uma barreira fácil de ser transpassada. O país não atravessa crise econômica e, além da capacidade de absorver a mão de obra, não impõe restrições severas aos estrangeiros, mesmo que ilegais. A política brasileira de imigração é branda, sobretudo quando comparada com a de outras nações, como os Estados Unidos e os países da Europa.
Entre os países que mais deverão sofrer com as mudanças climáticas na América do Sul, destaque para o Peru. O aquecimento global começa a reduzir as geleiras dos Andes peruanos e isto deverá comprometer o abastecimento de água de vilarejos e cidades, de acordo com o coordenador dos cursos de pós-graduação de gestão ambiental da Escola Politécnica da UFRJ, Haroldo Mattos de Lemos.
— Já não há mais tanto gelo dos Andes para derreter, algumas vilas andinas do Peru enfrentam dificuldades de obter água. Se o problema continuar neste ritmo, as pessoas vão ter que se mudar. Este será um dos primeiros problemas ambientais a provocar migrações em larga escala — diz Mattos de Lemos . — Chuvas mais intensas, secas prolongadas, tornados, furacões vão ficar mais frequentes num futuro próximo. Quando isto acontecer, teremos problemas sérios.
Especialistas também citam a Colômbia, a Bolívia, o Equador e a Guiana, além do Peru e do Haiti, como exemplos de países cujos problemas ambientais agravarão movimentos migratórios.
Nem altitude protege mais o gelo dos Andes
Uma das mais majestosas geleiras andinas terá este ano seu fluxo de água de degelo reduzido em 30%. Essa é a previsão de cientistas para a espetacular Cordilheira Branca, no Peru, cujos cumes de numerosas montanhas facilmente ultrapassam os 5 mil metros de altura. Mas nem a grande altitude é capaz de frear o ritmo do aquecimento da temperatura, que faz nevar menos e aumenta o degelo. Segundo uma pesquisa liderada por Michel Baraer, da Universidade McGill, do Canadá — que contou com a participação de especialistas americanos e peruanos e foi publicada há duas semanas na revista “Journal of Glaciology” —, as geleiras que alimentam o Rio Santa, por exemplo, já são pequenas demais para manter o fluxo hídrico.
— As regiões da América Latina que têm uso intensivo de água de geleiras estão entre as mais vulneráveis. — diz Baraer. — Mesmo que as emissões de gases-estufa parem no mundo inteiro, muitas geleiras continuariam retraídas por um tempo.
As geleiras da Patagônia, na Argentina e em parte do Chile, derretem mais rapidamente do que as de qualquer outra parte do planeta, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Na Bolívia e no Equador a retração do gelo do cume dos Andes acelerou nos últimos 20 anos.
O climatologista José Marengo, do CPTEC/Inpe, ressalta que é difícil estimar com precisão quando os eventos climáticos provocarão migrações em larga escala. Mas considera o derretimento de gelo nos Andes como um caso crítico.
— Os estudos indicam o aumento da temperatura média na região andina. Isso reduz as geleiras. Num primeiro momento, aumenta o degelo e há mais água. Mas depois passa a haver menos gelo e, consequentemente, menos água. Algumas estimativas indicam que em 2025 faltará gelo em várias partes dos Andes. E em certas regiões dos Andes tropicais o gelo desaparecerá totalmente — afirma Marengo. — Sem água, habitantes das áreas montanhosas deverão migrar.
A água do degelo sazonal é importante não só para o consumo e as hidroelétricas. Ela também ameaça a biodiversidade de alimentos. No Peru, por exemplo, há centenas de variedades nativas de batatas, todas vulneráveis.
— Parte dos Andes pode virar deserto sem as geleiras — diz Mattos de Lemos.
O Brasil não está livre dos problemas ambientais que causarão migrações. As secas já castigaram extensas áreas do Rio Grande do Sul. A Amazônia também pode sofrer com a instabilidade do regime de chuvas. A falta de chuvas agravará as condições de vida na Região Nordeste, preveem estudos.
— A Amazônia deverá ter menos chuvas. Tivemos duas secas recentemente como sinais das mudanças climáticas. A floresta se tornaria um cerrado — analisa Lemos. — No Sul, há um pequeno deserto se formando na região de Alegrete.
Especialista em migração agravada por questões climáticas, Fernando Malta ressalta que a movimentação de pessoas já acontece. Ele cita casos em Brasil, Peru e Venezuela, em locais em que populações ribeirinhas são obrigadas a se deslocar para fugir de secas ou inundações.
— Há poucos dados científicos sobre migrações — reclama Malta.
Além de enfrentar as catástrofes naturais, que forçaram o abandono do local de origem, e de não encontrar apoio dos governos de seus países, os migrantes ambientais acabam caindo em um vazio jurídico internacional. Os tratados assinados para proteger refugiados prevê apenas cinco causas de perseguição, seja ela política, cultural ou religiosa, entre outras. Porém, não estão listadas as razões climáticas.
Autora do livro "Para entender o direito internacional dos refugiado: análise crítica do conceito refugiado ambiental" (Del Rey, 2009), a professora Luciana Diniz, do Centro Universitário UNA e da Fumec, de Belo Horizonte, defende a criação de um protocolo que trate do tema.
— É preciso criar a obrigação de proteger as pessoas que se deslocam por causa de problemas ambientais. O problema seria como definir estes desastres: o refúgio terá que ser dado somente quando o local de origem for completamente devastado? — questiona Luciana.
Receber um grande contingente de imigrantes pode ser um problema para o país que abriga estas pessoas. Há competição pelos postos de trabalho e custos sociais. Ao limitar o número de vistos concedidos aos haitianos, o Brasil divide especialistas.
— Para cada migrante legal, haverá outros mil ilegais — critica Malta. — Temos que agir com mais rigor nas fronteiras.
Professor titular de Relações Internacionais da UNB, Eduardo Viola diz que o Brasil tende a ser receptor de refugiados da África e Américas do Sul e Central:
— O Brasil é um país de renda média e menos hostil para imigrantes do que as nações europeias. Onda a renda é maior, o controle também é mais rigoroso.
Já o climatologista Carlos Nobre, à frente da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, defende uma postura mais humanitária.
— O Brasil pode ser um país diferente. Temos que rediscutir o conceito de fronteira, sobretudo quando ela vira um muro, uma barreira, como nos Estados Unidos ou em Israel. Não é possível imaginar o desenvolvimento humano com muros concretos ou virtuais — comenta Nobre. — As trajetórias sustentáveis têm que levar em consideração o movimento migratório, sem que ele seja uma ameaça global à qualidade de vida, mas sendo entendido de uma maneira mais ampla.
O pesquisador acredita que a Rio+20 será palco da criação de um novo modelo de desenvolvimento, que seja socialmente justo, e no qual as fronteiras não serão intransponíveis. Mais do que enfrentar o problema das migrações motivadas por problemas ambientais, Nobre espera que a conferência da ONU no Rio de Janeiro seja um instrumento para garantir os direitos humanos.


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Elefante de Sumatra pode ser extinto em menos de 30 anos, diz WWF

O elefante de Sumatra, uma das ilhas que formam a Indonésia, desaparecerá “em menos de 30 anos” se ninguém impedir a destruição de seu habitat natural, advertiu nesta terça-feira (24) a organização de proteção do meio-ambiente WWF.

“Restam apenas de 2.400 a 2.800 elefantes de Sumatra em estado selvagem, o que representa uma queda da população de 50% em relação a 1985″, indicou um comunicado do WWF.

“Os cientistas acreditam que, se a tendência atual prosseguir, os elefantes de Sumatra desaparecerão em estado selvagem em menos de 30 anos”, acrescenta a organização mundial.

O animal está protegido por uma lei indonésia, mas é vítima da destruição acelerada de seu habitat natural: a selva da ilha de Sumatra, no noroeste do arquipélago indonésio, está cada vez mais limpa para abrir espaço às plantações de palmas ou para áreas agrícolas.

(Fonte: G1)

Governo brasileiro não quer ligar Rio+20 às negociações climáticas

O governo brasileiro não quer ligar a conferência ambiental Rio+20, que acontecerá em junho no País, às negociações sobre emissões de carbono e aquecimento global, pois teme que se esse for o tema principal, a conferência já começa seriamente problemática.

Por outro lado, se a conferência não tratar de temas ambientais delicados e não criar pressão para que países como os Estados Unidos e a China façam mais pelo ambiente, inclusive reduzindo emissões de gás carbono, teme-se em Nova York que ela possa acabar sendo irrelevante.

A Rio+20, que tem o apoio das Nações Unidas (ONU), não pretende estipular regras ou negociar cortes de emissões de carbono. O documento final do evento não pretende ser um tratado, apenas um diálogo entre nações.

O esboço inicial do documento, que está sendo elaborado em Nova York essa semana, está publicado no site do evento em português como “esboço zero”.

“A Rio+20 faz parte da família das conferências que nos fazem parar para pensar. Você para tudo, olha para a agenda atual e reflete sobre o caminho a ser tomado”, explicou o embaixador André Corrêa do Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, que se encontra em Nova York para participar de reuniões preparatórias para o evento na ONU.

O que o governo brasileiro mais quer desta conferência é que ela obtenha um tipo de consenso e resultado, segundo o embaixador Corrêa do Lago.

“Mas é preciso ter cuidado porque para obter consenso temos que fazer concessões, e também não podemos aguar e diluir todas as discussões, é preciso que haja um balanço e que se avance na agenda ambiental e de desenvolvimento sustentável”, disse ele ao iG em Nova York.

Por isso, em vez de tratar agressivamente do aquecimento climático, a estratégia do governo brasileiro será discutir o desenvolvimento sustentável como uma possível e ecológica saída da crise econômica mundial. “A discussão ambiental não pode caminhar sozinha, ela tem que ser feita juntamente com a discussão econômica. Só assim ela pode funcionar”, diz Corrêa do Lago.

Segundo ele, os temas principais da Rio+20 serão transporte, energia, a criação e eliminação de lixo e a necessidade de mudar os padrões de consumo do mundo, ou seja, fazer com que as pessoas comprem menos.

“O maior desafio para o Brasil será o de convencer países ricos e pobres que o desenvolvimento sustentável é uma questão econômica, e não ambiental, e que existem milhares de oportunidades e empregos a serem criados com ele, e não o contrário”, disse o embaixador.

A Rio+20 pretende discutir metas para o desenvolvimento sustentável, assim como a ONU criou metas para combater a pobreza 12 anos atrás, os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.Os diplomatas envolvidos nessas discussões falam abertamente da possibilidade dessas metas, porém afirmam que politicamente ainda não seja possível coloca-las em prática.

Na conferência, haverá discussão sobre temas a serem seguidos, mas provavelmente ainda não se tratará das metas propriamente ditas que possam impulsionar e medir o desenvolvimento sustentável no mundo.

(Fonte: Carolina Cimenti/ Portal iG)

Agricultura tem que se comprometer com o planeta na Rio+20, diz FAO

A agricultura tem que se comprometer com o planeta e participar ativamente da próxima Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que vai acontecer em junho, disse nesta terça-feira (24) o diretor-geral do setor da ONU voltado para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano.

Ele, que participa do Fórum Social Mundial, que teve início em Porto Alegre (RS), afirmou que todos os ministros da agricultura, “do mundo todo”, têm que estar presentes na conferência para que a produção se comprometa de forma efetiva a limpar o planeta.

“A agricultura não é só parte do problema, também é parte da solução da questão ambiental, tem muito que contribuir no desenvolvimento sustentável do planeta, encontrando técnicas menos agressivas com o meio ambiente, ajudando com a energia limpa e redistribuindo melhor a produção”, disse.

Segundo Graziano, o setor contribui com 30% das emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global, e que é necessário conscientizar os agricultores. O brasileiro assumiu a FAO no início de 2012.

Rio+20 – De acordo com a organização da conferência da ONU, o encontro estará dividido em três fases. De 13 a 15 de junho está prevista a 3ª Reunião do Comitê Preparatório, que deverá acertar os últimos detalhes da negociação diplomática baseada nos três pilares do desenvolvimento sustentável (o econômico, o social e o ambiental).

De 16 a 19 de junho serão programados eventos com a sociedade civil e de 20 a 22 do mesmo mês acontece o encontro com a presença dos chefes de estado. A conferência que o Rio de Janeiro sediará é de uma modalidade de “uma por geração”, realizada a cada 20 anos. Portanto, deve definir objetivos políticos mais amplos.

No último dia 11, foi divulgado o primeiro rascunho do texto-base que vai pautar o encontro. Denominado “Draft Zero” (Rascunho Zero, na tradução do inglês), o material de 19 páginas convoca os países a criar soluções para erradicar a pobreza no mundo, reduzir o impacto na biodiversidade, além de resolver questões diplomáticas como a criação de uma “agência ambiental” independente, que seria sediada no Quênia.

O documento, que poderá ser modificado até o início da conferência, afirma que entre 2012 e 2015, as nações terão que criar metas para se chegar a uma economia verde, colocadas em prática em três anos e consolidadas até 2030. Apesar do apelo, organizações ambientais consideram o texto pouco ambicioso, principalmente nas questões sobre mudança climática.

(Fonte: Globo Natureza)

Fórum Social Temático 2012 prioriza temas ambientais

O primeiro dia de debates promovidos pelo Fórum Social Temático (FST) 2012 deverá ser tomado por discussões sobre a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), marcada para junho no Rio de Janeiro.

Entre as mesas previstas estão Rumo à Rio+20 dos Povos – Crise Capitalista e Economia Verde e Rumo à Rio+20 dos Povos: Um Novo Período Histórico, ambas agendadas para às 9h.

Outro destaque é a mesa Construindo Cidades Sustentáveis, marcada para as 16h, com a participação de nomes como Boaventura de Souza Santos, Frei Betto, Jorge Abrahão, Leonardo Boff, Marina Silva e Oded Grajew .

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, também cumpre agenda hoje (25) na capital gaúcha. Além da Rio+20, ela deve tratar, durante o fórum, de temas que incluem o novo Código Florestal e cidades sustentáveis. Às 11h, Izabella participa do 2º Encontro Brasileiro de Secretários de Meio Ambiente.

Organizada por ativistas e organizações da sociedade civil, a edição temática deste ano do FST pretende ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Rio+20. A expectativa é que mais de 30 mil pessoas participem das atividades, programadas para Porto Alegre e região metropolitana, nas cidades de Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

http://www.jb.com.br

Adidas lança Pegada Sustentável e amplia portfólio de ações ambientais

A Adidas lança o programa Pegada Sustentável com o objetivo de engajar o consumidor em suas atividades ambientais e dar um destino correto aos produtos no fim do seu ciclo de vida. O projeto reforça o posicionamento da companhia ligado a questões sustentáveis e visa minimizar os impactos causados no meio ambiente pelo descarte inadequado dos calçados esportivos.


A iniciativa nasceu a partir de uma necessidade da empresa de falar diretamente com o público sobre conscientização e disseminação dos princípios da marca. Com o projeto, a Adidas busca atingir os três pilares da sustentabilidade, pelo aspecto econômico, social e ambiental.

“Nossa ação, economicamente, auxilia na construção da imagem da Adidas diante do público. Socialmente, mobilizamos os consumidores conversando com eles sobre uma atitude cada vez mais necessária na sociedade em que vivemos e a iniciativa impacta principalmente o meio ambiente. Os calçados descartados, ao invés de irem parar nos lixões ou nas ruas, serão levados para fábricas com intuito de gerar energia”, diz Fabiano Lima, Diretor de Relações Institucionais e de Sustentabilidade da Adidas Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Ativação dos consumidores
O Pegada Sustentável surgiu como um meio de aumentar o relacionamento da marca com os consumidores e também incentivá-los a praticar atividades de cunho sustentável. O programa lançado ontem, dia 24, já está presente em sete lojas e 11 outlets da Adidas na grande São Paulo e capital. Em março, o projeto chega às demais 84 lojas da marca em todo o Brasil.

Para promover a iniciativa, os pontos de venda receberão decoração especial, com elementos visuais da ação, como cadarços verdes, com o propósito de incentivar os consumidores a reciclarem, além de comunicados nas redes sociais da empresa. A Adidas também investiu no treinamento de 400 colaboradores para conversarem com os visitantes nas lojas e explicarem as etapas da ação.
“Temos um trânsito muito grande de consumidores em nossas unidades ao longo do ano e queremos levar para estas milhares de pessoas conteúdo de sustentabilidade. Conseguindo este objetivo seremos também uma empresa responsável por uma mobilização nacional de pessoas”, declara Lima.

Para garantir o descarte adequado do calçado, o usuário poderá entregar o produto sem condições de uso, de qualquer marca, nas lojas Adidas. O cliente assinará um termo de doação do material para a reciclagem e, em troca, receberá um brinde. Em São Paulo, nos três primeiros meses, a “recompensa” será um ingresso para visitar o Museu do Futebol, no Pacaembu. Cada cidade, entretanto, terá uma opção para os consumidores.Os produtos entregues nos pontos de venda serão encaminhados para a empresa de logística reversa e gestão ambiental RCRambiental. A parceira da Adidas será responsável por descaracterizar as peças e transportá-las até o destino final, onde os calçados serão transformados em combustível para alimentar fornos de cimento. O mecanismo possibilita o reaproveitamento integral dos produtos como fonte de energia.



Posicionamento sustentável
O lançamento do novo programa reforça a plataforma de atividades realizada pela Adidas em busca de uma produção menos danosa ao ambiente. O Better Cotton, por exemplo, é uma iniciativa da marca de utilizar nas roupas um algodão produzido com menos água e pesticidas no plantio. A companhia planeja até 2015 usar o material ecológico em 40% de sua produção e, três anos depois, o objetivo é que o algodão seja utilizado em 100% dos produtos.

O material faz parte de uma plataforma de design e produção sustentável da empresa chamado Lugar Melhor (Better Place), em referência a um mundo melhor. O conceito faz relação com as práticas de utilizar menos matérias e substâncias nocivas na fabricação das peças, que compreendem poliéster reciclado de garrafa Pet, tecidos sintéticos livres de solventes, tecel, couro com tingimento certificado e um polímero biodegradável à base de milho, além do algodão orgânico.

A companhia também possui programas sociais ligados a ONGs para incentivar as práticas esportivas como um meio de educação de crianças e adolescentes. “A Adidas tem várias iniciativas que compõem uma cadeia de valor mais sustentável para a marca. Principalmente no design dos nossos produtos, em que utilizamos menos materiais e mais leves, e nos processos de fabricação, em que são usadas substâncias menos nocivas à natureza. Percebemos, no entanto, que estava faltando alguma ação que contagiasse o consumidor e assim surgiu o Pegada Sustentável”, conclui Lima.

http://mundodomarketing.com.br

Anvisa quer proibir uso de dois agrotóxicos que fazem mal à saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer proibir o uso de dois agrotóxicos no país. A agência abriu hoje (23) consulta pública propondo banir o parationa metílica e o forato do mercado brasileiro.

Segundo a Anvisa, estudos científicos mostram que as substâncias fazem mal à saúde. O parationa causa problemas no sistema endócrino, transtornos psiquiátricos e afeta o desenvolvimento do embrião e do feto na gravidez. O inseticida é usado no controle de pragas nas plantações de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo.

O forato aumenta o risco de diabetes na gestação e atinge o sistema respiratório, podendo levar à morte com a exposição a baixas doses. É autorizado para o combate de parasitas e insetos nas lavouras de algodão, amendoim, café, feijão, milho, tomate e trigo.

Os dois produtos já são proibidos na Comunidade Europeia e utilizados com restrições nos Estados Unidos.

As consultas ficam abertas por dois meses, período em que a população pode opinar sobre o banimento dos agrotóxicos.

(Fonte: Carolina Pimentel/ Agência Brasil)

Emissão de CO2 aumenta acidez do oceano e prejudica corais, diz estudo

O aumento da acidez dos oceanos verificado nos últimos 100 a 200 anos foi muito maior que as transformações que ocorreriam naturalmente, sem a interferência da ação do homem. A conclusão é de um time de cientistas internacionais ligados ao Centro de Pesquisa Internacional do Pacífico, da Universidade do Havaí, em um estudo publicado neste domingo (22), na “Nature Climate Change”.

De acordo com a pesquisa, cerca de 65% do gás proveniente de atividades humanas entram no mar e, em contato com a água salgada, aumentam sua acidez. O fenômeno reduz a taxa de calcificação de organismos marinhos, como corais e moluscos.

As conclusões do estudo são baseadas em simulações de condições do clima e do oceano verificadas na Terra nos últimos 21 mil anos, desde a última Era Glacial até o século 21. Durante as simulações, os pesquisadores analisaram o nível de concentração do aragonito, um tipo de carbonato de sódio que ajuda a medir a acidez dos oceanos. Quanto mais ácida é a água do mar, menor é a quantidade de aragonito.

Os resultados obtidos revelaram que o nível atual de aragonito é cinco vezes menor que o verificado na fase pré-industrial. De acordo com a pesquisa, essa redução pode representar uma queda de 15% na calcificação de corais e moluscos. Já nos próximos 90 anos, a redução da calcificação pode cair 40% em relação aos valores pré-industriais, considerando o contínuo uso de combustíveis fósseis, que emitem CO2.

“Em algumas regiões, as mudanças na acidez do oceano provocadas pelo homem desde a Revolução Industrial são cem vezes maiores que as mudanças naturais verificadas entre a última Era Glacial e os tempos pré-industriais”, disse Tobias Friedrich, um dos cientistas que lideraram a pesquisa, em material de divulgação.

Segundo ele, após o fim do último período glacial, a concentração de CO2 atmosférico aumentou de 190 partes por milhão (ppm) para 280 ppm ao longo de seis mil anos. Assim, os ecossistemas marinhos tiveram tempo suficiente para se adaptar. Já o aumento para o nível atual, de 392 ppm, levou apenas entre 100 e 200 anos, prejudicando a vida marinha.

De acordo com a pesquisa, os corais são vistos em locais com concentração de aragonito presentes em 50% do oceano atualmente. Até o final do século 21, essas condições seriam encontradas em apenas 5%.

“Nosso estudo sugere que severas reduções devem ocorrer na diversidade, complexidade e resistência dos corais até metade deste século”, afirmou o co-autor do estudo, Alex Timmermann.

(Fonte: Globo Natureza)

Nova taxa ecológica em Noronha

Os turistas que visitarem a Ilha de Fernando de Noronha a partir de 2 de abril de 2012 pagarão na chegada à ilha, além da Taxa de Preservação Ambiental, uma taxa de acesso ao Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, no valor de R$ 65, para visitantes brasileiros, e de R$ 130, para estrangeiros, válida por até dez dias.

A cobrança, regulamentada através da Portaria nº 135, de 30 de dezembro de 2010, faz parte da transferência da administração das atividades de atendimento aos turistas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) para a concessionária Cataratas do Iguaçu S.A., pelos próximos 15 anos.

A empresa paranaense, responsável desde 1999 pela gestão da visitação ao Parque Nacional do Iguaçu, venceu licitação em 2010 para desenvolver o mesmo trabalho em Fernando de Noronha. Como parte do contrato de concessão, firmado no fim de 2011, a empresa deverá investir nos próximos três anos R$ 8 milhões em obras de infraestrutura e ações para melhorar o acesso e as informações para os turistas.

“O que acontecia até agora era uma cobrança dentro dos serviços prestados na ilha. Uma parte do que era pago para realizar um mergulho, ou um passeio de barco, era destinada para o ICMBio. Agora o turista pagará apenas uma taxa para ter acesso ao Parque Nacional de Fernando de Noronha”, explica Celso Vitrio Florêncio, gerente geral da Cataratas do Iguaçu S.A e da EcoNoronha S.A. – filial criada para gerenciar o turismo no parque.

A administração do Parque Nacional Marinho continuará com o ICMBio, que receberá 14,7% da taxa cobrada dos turistas. A EcoNoronha poderá também comercializar produtos relativos à ilha. A empresa deve contratar 50 pessoas para trabalhar como atendentes, monitores de trilhas e vendedores. Celso Vitrio Florêncio ressalta que a experiência adquirida na gestão do Parque do Iguaçu foi um motivador para participar da concorrência para gerir o parque de Noronha.

“Em Foz do Iguaçu a visitação aumentou de 700 mil turistas para 1,3 milhão de turistas por ano. Em Fernando de Noronha não trabalhamos com a intenção de aumentar o número de visitantes, até porque a estrutura da ilha não comporta. Nosso planejamento é investir em ações ambientais, incluindo energias limpas, tratamento de esgoto e destinação adequada do lixo”, detalha.

As ações iniciais serão executadas em três etapas e incluem a construção de Pontos de Informação e Controle (PICs) nas praias do Golfinho, do Sueste, do Leão e de Atalaia; a melhoria e manutenção das trilhas do Golfinho e de Atalaia; a construção de um deque de observação na praia do Leão; a revitalização do Centro de Visitantes, incluindo a montagem de uma exposição ambiental.

Os pontos de apoio contarão com guarda-volumes, banheiros, locação de equipamentos e informações turísticas e ambientais. Um dos serviços oferecidos será a locação de bicicletas, com pontos espalhados pela ilha. A EcoNoronha S.A. também está trocando as placas de sinalização na ilha. Outra iniciativa é adaptação da trilha do Golfinho para cadeirantes, num percurso de 1,5 Km de extensão.

Saiba mais

O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha agora é gerido pela EcoNoronha

O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) continua responsável pela gestão ambiental do parque nacional, enquanto a Econoronha será responsável pela relação com os turistas nos próximos 15 anos

A partir de 2 de abril será cobrada uma taxa de R$ 65 por turista brasileiro e R$ 130 por turista estrangeiro que visitar a ilha, permitindo o acesso ao parque por até 10 dias

A concessionária vai investir R$ 8 milhões em dois anos para melhorar a infraestrutura para o turista, em três fases:
1ª fase: construção de Pontos de Controle e Informação (PICs) do Golfinho, do Sueste (com deck de observação), do Leão (com mirante) e da trilha do Golfinho;
2ª fase: obras na sede administrativa, PIC e trilha do Atalaia;
3ª fase: revitalização do centro de visitantes, montagem de uma exposição ambiental.

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Biodisel de sebo bovino

A implantação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), em 2005, estimulou a produção de oleaginosas a partir da agricultura familiar e a negociação do biodiesel por leilões, impulsionando o desenvolvimento da indústria de biodiesel no país.

Hoje, aproximadamente 80% da produção brasileira de biodiesel provem da utilização do óleo de soja, de 9 a 15% advêm do uso de sebo bovino, cuja participação em 2009 foi quase seis vezes superior à soma do uso da mamona e da palma.

Porém, a gordura bovina ainda é pouco associada à produção de biodiesel, seja pela incipiência de um mercado organizado para o sebo ou pelas poucas informações acerca das transações entre fornecedores e as plantas produtoras de biodiesel.

A fim de compreender os problemas encontrados no sistema agroindustrial do biodiesel, especialmente no que se refere ao uso do sebo bovino como matéria-prima, o economista Gabriel Levy, da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ), buscou definir variáveis que poderiam implicar maior eficiência à cadeia do biodiesel e verificar se a integração vertical é o regime de governança mais apropriado para este setor. Na pesquisa, orientada pela professora Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), foi realizado um estudo multi-caso com oito usinas de biodiesel no Brasil que utilizam sebo bovino como matéria-prima.

De acordo com o pesquisador, o fato de o Brasil possuir o segundo maior rebanho bovino do mundo, aliado ao baixo preço da matéria-prima e ao alto aproveitamento desta na produção de biodiesel (até 93%), podem explicar o desenvolvimento dessa indústria no país. Além disso, Levy afirma que a utilização desta fonte de matéria-prima de um lado permite a expansão da produção sem a concorrência com a produção de alimentos, e de outro pode ser uma forma ambientalmente melhor de destinação do resíduo. "O biocombustível revelou-se um possível destino para o sebo, além dos cosméticos, sabões e ração animal. Assim, poderia resultar na menor geração de danos ambientais, como contaminação de solos e lençóis subterrâneos no despejo do material no ambiente", explica.

Entretanto, a produção de biodiesel com sebo bovino apresenta problemas na aquisição da matéria-prima, pela falta de coordenação na cadeia produtiva entre frigoríficos/graxarias e usinas de biodiesel. "A falta de um mercado organizado traz problemas referentes às oscilações do preço deste produto, bem como sobre a qualidade da matéria-prima, constituindo-se um ponto relevante, visto que um material de má qualidade pode implicar na geração de custos adicionais aos produtores de biodiesel, pela necessidade de tratamento do sebo e purificação dos resíduos pelas usinas. A maior consequência do problema referido é a geração de um combustível de má qualidade", afirma.

Integração

A pesquisa conclui que a integração vertical pode ser considerada a estrutura de governança mais apropriada para a produção de biodiesel a partir de sebo bovino, dada a falta de padronização existente. Levy explica que o sebo é um ativo com especificidades técnicas e físicas, o que atesta tanto a necessidade de criação de normas técnicas para a padronização da matéria-prima, como também a extensão do selo social ou criação de certificação ambiental para o sebo bovino a fim de melhorar a coordenação entre os agentes das ransações por meio de políticas públicas, o que poderia estimular a diversidade de matérias-primas além da possibilidade de abatimento das emissões de gases poluentes pela atividade pecuária. "A verticalização representaria um meio de reduzir os riscos associados à baixa qualidade do material, como também diminuir custos vinculados à informação sobre o produto. Neste sentido, a questão relacionada à informação justifica a percepção de que a integração vertical possa ser a configuração mais apropriada, uma vez que internalizaria as transações e reduziria os problemas relativos ao fornecimento. Assim, não apenas traria modificações positivas para ampliação do uso da matéria-prima na produção do biodiesel, como também possibilitaria alterações estruturais nas formas de comercialização do sebo bovino", conclui.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=729490

Resíduos Sólidos: O salto de 12% a 40%




O Reino Unido oferece ao Brasil um bom exemplo de como melhorar a gestão do lixo e ampliar a coleta seletiva. Até meados da década passada, um dos países mais ricos do mundo chafurdava no fim da fila da União Europeia (UE) no tema da coleta seletiva, fazendo companhia à Grécia e Portugal.

Na Inglaterra – que concentra 84% da população do Reino Unido (também formado por Gales, Escócia e Irlanda do Norte) –, apenas míseros 12% do lixo total participavam de esquemas de coleta seletiva no ano financeiro 2000/2001.

Graças à diretriz da UE para uma gestão mais sustentável dos resíduos sólidos, à intensa cobertura da mídia sobre o assunto e à forte pressão do movimento ambientalista, autoridades passaram a investir pesadamente em coleta seletiva e reciclagem. O resultado não poderia ser outro – a taxa de lixo separado para reciclagem registrou saltos anuais de dois a cinco pontos percentuais na década passada.

No último relatório sobre lixo do Ministério do Meio Ambiente da Inglaterra (Defra, na sigla em inglês), relativo a 2010/2011 e divulgado no início de novembro, a taxa de coleta seletiva pela primeira vez ultrapassa a marca dos 40%, cravando exatos 40,1% do lixo total recolhido. Há três destinos básicos para a coleta seletiva inglesa: reciclagem, reúso e compostagem.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=729459

Vídeo desperta indignação contra métodos de pesca

http://youtu.be/kL2rEiueXHE

Greenpeace flagra o uso de 'dispositivos de concentração de peixes' na pesca do atum, o que resulta na captura de diversas espécies não desejadas; no entanto soluções começam a aparecer na forma de boicotes e da conscientização.

A preocupação com a super exploração da vida marinha para suprir a crescente demanda por pescados ao redor do mundo expõe cenas que geralmente são desagradáveis aos olhos urbanos não acostumados a enxergar além dos freezers do supermercado, como a matança dos golfinhos na baía de Taiji no Japão e o finning - o corte da barbatana - de tubarões.

Mas além dessas cenas deploráveis de matança generalizada, a indústria pesqueira precisa lidar também com questões sensíveis e urgentes se quiser manter e recuperar estoques saudáveis. Um exemplo é a adoção de práticas mais sustentáveis para espécies chave, como o atum, que está ameaçado de extinção segundo a lista vermelha da IUCN.

Um vídeo gravado recentemente pelo Greenpeace mostra imagens perturbadoras da pesca do atum no Oceano Pacífico. Usando 'dispositivos de concentração de peixes' (DCPs), que atraem peixes como o marlim e o atum, e redes de cerco, o setor não captura apenas cardumes inteiros de atuns (incluindo juvenis), mas qualquer outro animal na área como tartarugas, raias manta, golfinhos e baleias (bycatch).

“A indústria global de pesca de atum quer que acreditemos que opera segundo um modelo de sustentabilidade. Mas usar DCPs é uma prática habitual de todas as empresas. O massacre exposto neste vídeo pode chocar, mas não é nenhuma surpresa para a indústria. É dessa forma que eles pescam, todos os dias”, afirmou Simon Clydesdale, conselheiro do Greenpeace.

Várias soluções já existem para tratar deste problema através de técnicas seletivas de pesca, porém a indústria do atum continua empregando estes métodos destrutivos, denuncia o Greenpeace.

No Reino Unido, a ONG levou o assunto aos principais supermercados e marcas de atum enlatado, que estão se comprometendo em não adquirir produtos provenientes da pesca com DCPs.

Austrália

Outro caminho é a própria conscientização dos pescadores sobre a condução das suas atividades e os motivos que fazem da criação de áreas marinhas protegidas algo tão elementar.

Um grupo de pescadores de New South Wales, Austrália, resolveu declarar que suas práticas são ambientalmente danosas e agora pedem ao governo federal ajuda financeira para parar com as atividades em benefício de uma proposta para criação de um santuário marinho.

Os pescadores, com cinco embarcações, estão pedindo apoio de grupos ambientalistas para aderirem à 'Hunter Commonwealth Marine Reserve', próxima à Baía Nelson, que visa à criação de uma área mista com atividades de lazer e restrições para a pesca comercial.

"A pesca de arrasto destrói habitats que dão suporte à vida marinha e aos peixes", afirmam os pescadores. As redes de arrasto são puxadas a uma velocidade que permite que peixes, crustáceos e qualquer outro organismo em seu caminho sejam retidos em seu interior, trazendo consigo grande número de espécies que não são alvo da pescaria.

A carta diz que os benefícios econômicos advindos da pesca recreativa e turismo serão muito maiores do que os da sua atividade, porém que precisam ser justamente recompensados. O Departamento Ambiental do governo federal está realizando consultas públicas sobre a criação da reserva.

"Este exemplo de pescadores locais pedindo áreas marinhas protegidas demonstra que é possível ter amplo apoio da comunidade para maior proteção do ambiente", festejou Naomi Hogan, ativista da ONG local Wilderness Society Newcastle, que já manifestou apoio aos pescadores, segundo o jornal Newcastle Herald.

Muito menos notória do que a famosa prima mais ao norte, a Barreira de Corais da Austrália, a região costeira de New South Wales também abriga rica biodiversidade, entretanto não é alvo tão frequente da determinação de áreas protegidas.

Entre 85% e 90% da vida marinha encontrada na costa sul-australiana é endêmica, ou seja, só existe naquele local, e apenas 1% da área é protegida, segundo a Wilderness Society Newcastle.

De qualquer forma, os pescadores não devem sair lesados, pois a Austrália possui a chamada Política de Ajustes para a Pesca, que dispõe sobre a questão de pescadores e comunidades pesqueiras que são impactadas devido à criação de áreas marinhas protegidas.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=729445

Aves e borboletas não acompanham mudanças climáticas

Pesquisa analisa por duas décadas 2.130 comunidades de borboletas e 9.490 de aves na Europa e alerta que centenas de espécies não conseguem migrar na velocidade necessária e correm risco de desaparecer.

A maioria dos cientistas afirma que as mudanças climáticas estão sendo responsáveis pela alteração do habitat de diversos animais, levando-os a migrarem para locais onde possam encontrar condições de vida mais favoráveis à sua espécie. Mas uma nova pesquisa sugere que alguns não estão conseguindo acompanhar a velocidade do aquecimento global, o que pode levar à redução do número e até à extinção de muitos representantes da fauna europeia.

A análise, publicada na revista Nature e realizada por cientistas da Espanha, França, Países Baixos, Reino Unido, República Tcheca e Suécia, foi desenvolvida a partir do estudo do comportamento de 2.130 comunidades de borboletas e 9.490 de aves na Europa durante as últimas duas décadas (de 1990 a 2008).

Segundo a pesquisa, enquanto a elevação das temperaturas avançou 250 quilômetros para o norte do continente, o deslocamento das borboletas foi de 114 quilômetros, e a movimentação das aves foi de apenas 37 quilômetros, também para essa mesma direção.

“Tanto as borboletas quanto as aves respondem às mudanças climáticas, mas não rapidamente o suficiente para acompanhar um clima cada vez mais quente. Não sabemos quais efeitos ecológicos a longo prazo isso terá”, comentou Åke Lindström, professor da Universidade de Lund, na Suécia.

“Nossos resultados não indicam apenas que as aves e as borboletas são incapazes de seguir as mudanças climáticas rapidamente o suficiente. Eles também mostram que o hiato entre os dois grupos está aumentando”, complementou Chris van Swaay, do Dutch Butterfly Conservation.

Para os cientistas, há uma explicação para o avanço mais acelerado das borboletas em relação ao das aves. “O fato de que as borboletas estão reagindo em média mais rapidamente às mudanças climáticas em nível europeu do que as aves pode ser porque as borboletas têm ciclos de vida relativamente curtos e são muito sensíveis à temperatura ambiente, o que as permite seguir as mudanças de temperatura mais rapidamente do que as aves”, observou Oliver Schweiger, do Centro Helmholtz para Pesquisa Ambiental (UFZ).

No entanto, de acordo com os pesquisadores, esse distanciamento entre o habitat das borboletas e o das aves poderá ter consequências severas para as espécies, já que muitas vezes elas dependem umas das outras para se alimentarem e sobreviverem.

“Um aspecto preocupante disso é se as aves saírem da sintonia com as borboletas, porque lagartas e insetos em geral representam uma fonte importante de alimento para muitas aves”, explicou Åke Lindström, professor da Universidade de Lund, na Suécia. E mesmo para as borboletas, que conseguem acompanhar melhor as mudanças climáticas, o aquecimento global será perigoso, pois também poderá reduzir e alterar sua oferta de alimento.

“Quanto mais especializada a espécie é, mais ameaçada ela será por tais mudanças. As lagartas da Boloria titania dependem da planta Polygonum bisorta como alimento. Mesmo se essa espécie de borboleta conseguir acompanhar as temperaturas, a planta da qual ela depende não tem nem de longe tanta mobilidade”, esclareceu Josef Settele, do UFZ.

Além de observar a migração dos animais, o estudo também possibilitou que os pesquisadores especificassem em quais regiões o problema se deu com maior intensidade, e como as espécies se movimentaram e se assentaram.

Os resultados variaram entre os países analisados. Na República Tcheca, por exemplo, quase não houve mudança na temperatura média para o habitat das aves, mas na Suécia, ocorreu um grande aumento na temperatura. Já para as borboletas, houve pouca alteração no Reino Unido, mas grandes variações nos Países Baixos.

Os estudiosos consideram os resultados alarmantes, pois aves e borboletas estão entre os animais que têm mais facilidade para se deslocarem e se adaptarem, e isso pode significar que outras espécies sofrerão ainda mais com o aquecimento global. Além disso, os pesquisadores acreditam que a análise revela a importância das previsões do impacto das mudanças climáticas sobre os ecossistemas.

“Nos últimos 50 anos, os principais fatores que afetam os números e a distribuição de aves e de borboletas têm sido a agricultura, a silvicultura e a urbanização. As mudanças climáticas estão agora surgindo como um fator cada vez mais importante no desenvolvimento da biodiversidade”, concluiu Lindström.

Instituto CarbonoBrasil

Descoberta torna vírus mais letal

Uma modificação feita por cientistas no vírus da gripe aviária tem gerado polêmica no mundo científico. Dois laboratórios, da Holanda e dos Estados Unidos, criaram um vírus mutante do H5N1 e o tornaram transmissível entre humanos. A novidade acendeu o debate so­­bre biossegurança, já que, em mãos erradas, a descoberta pode se tornar uma arma biológica capaz de provocar pandemias letais.

Com medo de que a informação comprometa a segurança pública e caia nas mãos de terroristas, o governo americano solicitou às duas revistas mais prestigiadas na área científica – a americana Science e a britânica Nature – que não divulguem o estudo na íntegra. As publicações anunciaram que estão avaliando o pedido, mas destacaram a preocupação em censurar informações importantes para os estudiosos da gripe.
Benefícios

O H5N1 já provocou surtos em toda Ásia e alguns países da Eu­­ropa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o H5N1 infectou até agora 570 pessoas no mundo (nenhum caso no Brasil) e matou 331 – uma taxa de mortalidade de quase 60%.

Por enquanto, o vírus que circula é transmitido apenas entre as aves e delas para seres humanos, sem poder de contágio de uma pessoa para outra.

Com a modificação recém-criada, no entanto, o vírus passa a ser transmissível pelo ar, como um vírus da gripe comum, o que o torna extremamente contagioso para os humanos. “Esse vírus modificado está dentro de dois laboratórios e de lá pode escapar acidentalmente ou acabar caindo em mãos que não estão interessadas na parte de pesquisa”, explica a virologista Ma­­rilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Outro risco em divulgar detalhes do estudo é que, segundo ela, com as informações da mutação gênica do H5N1, outros laboratórios podem desenvolvê-lo, aumentando as chances de se perder o controle sobre ele.

(Fonte: Gazeta do Povo/PR)

Embrapa instalará laboratório virtual na Alemanha

A Alemanha é o novo país onde a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) instalará seu Labex, o Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior. O acordo entre a estatal e o governo alemão foi assinado na sexta-feira (20), em Berlim.

De acordo com a Embrapa, o novo laboratório será uma filial do Labex Europa, com sede em Montpellier, na França. Será instalado no Centro de Pesquisas de Jülich, um dos maiores da Alemanha. Com o objetivo de aumentar a produção agrícola, minimizando o consumo de recursos e promovendo o desenvolvimento sustentável, o acordo prevê a colaboração técnica entre cientistas brasileiros e alemães, que usarão infraestrutura exclusiva para os seus estudos.

O diretor do Instituto de Bio e Geociências do Centro de Pesquisas Jülich, Ulrich Schurr, disse que o acordo é um marco e ressaltou a posição do Brasil como “um dos países mais importantes na produção de cultivares para alimentos e ração, biorecursos renováveis e bioenergia e ganhará um papel chave numa bioeconomia futura”.

O diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes, disse que a importância da agricultura brasileira no mundo, o processo de globalização e os desafios científicos “exigem parcerias estratégicas que possam fortalecer esse setor” e que a expansão do Labex faz parte disso.

A Embrapa já instalou o Labex em países de três continentes: América do Norte (Estados Unidos), Europa (França e Reino Unido) e Ásia (Coréia do Sul e China). Além disso, a estatal brasileira têm vários projetos na África (Gana, Moçambique, Mali e Senegal), América Central (Panamá) e América do Sul (Venezuela).

(Fonte: Danilo Macedo/ Agência Brasil)

Piscina de água doce se expande no Ártico, diz pesquisa

Uma enorme piscina de água doce no Oceano Ártico está se expandindo e pode baixar a temperatura da Europa, ao diminuir a velocidade da corrente oceânica, disseram cientistas britânicos neste no domingo.

Usando satélites para medir a altura da superfície do mar de 1995 a 2010, cientistas do University College of London e do National Oceanography Centre descobriram que a superfície oeste do Ártico subiu cerca de 15 centímetros desde 2002. O volume de água doce aumentou em pelo menos 8.000 quilômetros cúbicos, ou cerca de 10% de toda a água doce do Oceano Ártico.

O aumento pode ser devido aos fortes ventos do Ártico que fazem com que uma corrente oceânica chamada Giro Beaufort aumente, fazendo o nível do mar se elevar.

O Giro Beaufort é uma das correntes oceânicas menos compreendidas do planeta. Alguns cientistas acreditam que os ritmos naturais do Giro podem ser afetados pelo aquecimento global e isso pode trazer graves complicações para a circulação do oceano e no aumento dos níveis do mar.

Modelos climáticos sugerem que o vento soprando na superfície do mar formou uma cúpula no meio do Giro Beaufort, mas existem poucos estudos para confirmar isso.

De acordo com a pesquisa, se o vento mudar de direção, o que aconteceu entre meados da década de 1980 e meados da seguinte, a piscina de água doce poderá vazar para o resto do Oceano Ártico e até mesmo para o norte do Atlântico.

Isso poderá esfriar a Europa ao diminuir uma corrente oceânica vinda da Corrente do Golfo, que mantém o clima da Europa relativamente moderado, comparado a países com latitudes semelhantes.

“Nossas descobertas sugerem que uma inversão do vento poderá resultar na liberação dessa água doce para o resto do Oceano Ártico e além”, disse a principal autora do estudo publicado no Nature Geoscience Journal, Katharine Giles.

(Fonte: Portal iG)

Cientistas devem participar mais ativamente das negociações climáticas

Os modestos avanços na inclusão da agricultura nas rodadas de negociações da Convenção do Clima da ONU estão sinalizando a necessidade de a comunidade científica mundial contribuir efetivamente para o setor agrícola se adaptar às mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar a produtividade para atender à crescente demanda mundial por alimentos.

A avaliação foi feita por um grupo de cientistas de diversos países, com participação brasileira, em um artigo publicado na edição desta sexta-feira (20/01) na revista Science.

Participam do artigo pesquisadores do Reino Unido, Índia, Austrália, México, França, Estados Unidos, China, Etiópia, África do Sul, Quênia, Vietnã e do Brasil, representado pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre.

Nobre é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).

O principal autor do artigo é John Beddington, conselheiro científico chefe do governo do Reino Unido, que esteve no Brasil em maio de 2011.

Na ocasião, Beddington fez uma apresentação em um workshop promovido pelo PFPMCG e participou da assinatura de um acordo de cooperação entre a FAPESP e as universidades de Nottingham e Southampton.

No artigo, os autores convocam os cientistas a assumir um papel mais relevante para apoiar as decisões nas negociações climáticas da ONU em 2012, assegurando que os participantes estejam informados, com dados claros, sobre como as mudanças climáticas põem em risco a segurança alimentar e o que pode ser feito para evitar uma catástrofe.

Na avaliação deles, a 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), que ocorreu no final de 2011 em Durban, na África do Sul, representou um momento político muito oportuno para a criação de um programa de adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas na agricultura sob a direção do Órgão Subsidiário de Assessoramento Científico e Tecnológico (SBSTA, na sigla em inglês) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Durante o encontro, os países participantes se comprometeram a se engajar no estabelecimento de um acordo legal até 2015 que possibilite reduzir as emissões globais dos gases de efeito estufa e começar a discutir como incluir a agricultura nas negociações de clima por meio de ações setoriais.

Entretanto, de acordo com os autores do artigo, as ações acordadas em Durban foram na linha da mitigação, seguida nas negociações da Convenção do Clima, que estão separadas das discussões sobre adaptação.

“Isso obscurece as oportunidades para a agricultura, que pode se beneficiar de ambos (a mitigação e adaptação) e leva à conclusão de que o foco na adaptação agrícola, que é uma prioridade para os países em desenvolvimento, será reduzido”, avaliaram.

Com base nos obstáculos e oportunidades surgidas em Durban e nas recomendações lançadas em novembro pela Comissão para Agricultura Sustentável e Mudanças Climáticas – criada por cientistas de seis continentes em março de 2011 para desenvolver recomendações políticas e adaptar o setor agrícola para as pressões ambientais –, os autores sugerem no artigo áreas em que a comunidade científica poderia contribuir para avançar as negociações climáticas da ONU.

Entre as áreas estão “silvicultura e agricultura”, “novos sistemas de informação”, “financiamento climático” e “ações nacionais”.

“São necessárias mais pesquisas integradas, com foco sobre práticas agrícolas sustentáveis apropriadas para diferentes regiões, sistemas de cultivo e paisagens, particularmente nos sistemas sociecológicos mais vulneráveis”, destacam.

De acordo com os autores, o objetivo é conseguir um espaço seguro de operação, onde os agricultores possam produzir alimentos suficientes para atender às necessidades globais, adaptando-se às mudanças climáticas e minimizando o impacto ambiental da produção agrícola.

O artigo também aponta que os cientistas podem ajudar com a identificação de oportunidades robustas de pesquisa de adaptação e mitigação agrícola com recursos do Fundo de Adaptação às Mudanças Climáticas, do Protocolo de Kyoto, do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e do Fundo Verde para o Clima, que investirá U$$ 100 bilhões por ano para mitigação e adaptação às mudanças climáticas em países em desenvolvimento.

Os autores destacam no artigo algumas práticas agrícolas alternativas, desenvolvidas em diferentes regiões do mundo, que se mostram promissoras para reduzir as emissões de gases de efeito estufa ao mesmo tempo em que aumentam a produtividade.

Eles também esboçam diversas sugestões para a Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e chamam os cientistas para começar a se envolver com a COP-18, que será realizada no final deste ano no Qatar.

“Por meio da expansão do conhecimento de práticas agrícolas que podem proporcionar diversos benefícios e da ligação entre agricultura e silvicultura, os cientistas podem dar grandes contribuições para essas iniciativas”, concluíram.

Contribuição brasileira

Na avaliação de Carlos Nobre, diferentemente de outros países, a comunidade científica brasileira tem tido, historicamente, um papel fundamental nas negociações climáticas internacionais.

“A audaciosa e inovadora posição brasileira apresentada na COP-15 em Copenhagen, em 2009, de voluntariamente estabelecer metas até 2020, resultando em reduções de emissões do país em relação a 2005, foi formulada com apoio e participação direta de cientistas brasileiros que integram a Rede Clima, do MCT, do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais e de diversas instituições científicas”, disse à Agência FAPESP,

Segundo ele, as pesquisas realizadas no país estão buscando entender o potencial impacto das mudanças climáticas na agricultura brasileira e buscar soluções de adaptação. Entretanto, o setor agropecuário é conservador em relação à introdução de inovações e novos paradigmas, como o da agricultura sustentável.

“Hoje, diversas políticas públicas sinalizam nessa direção da agricultura sustentável e, eventualmente, o setor irá acelerar a introdução de práticas sustentáveis, incluindo a intensificação sustentável da produção. Isto é, o aumento da produtividade com redução de emissões e maior capacidade de adaptação às mudanças climáticas com menor impacto ambiental, especialmente sobre a biodiversidade”, afirmou.

Entre algumas das políticas públicas existentes no país para incentivar o setor agropecuário a reduzir as emissões de GEE, Nobre cita o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado pelo Ministério da Agricultura há mais de um ano.

O programa, que integra as iniciativas setoriais para que o país atinja as metas voluntárias de redução das emissões de GEE, disponibilizará R$ 2 bilhões para introdução de práticas sustentáveis e que reduzam as emissões de GEE pelo setor, como a integração da lavoura com a pecuária, plantio direto, recuperação de pastagens degradadas e fixação biológica de nitrogênio. Porém, até agora poucos agricultores utilizaram o recurso.

“Nota-se que o setor agrícola ainda demonstra alguma relutância em tomar esses créditos e mudar de paradigma de produção em alta escala. Porém, é certo que a melhor trajetória para agricultura brasileira é a da agricultura sustentável e, mais cedo ou mais tarde, o setor adotará essa postura”, previu Nobre.

* O artigo What next for agriculture after Durban?, de Carlos Nobre e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

** Publicado originalmente no site da Agência Fapesp e retirado do Mercado Ético.

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