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domingo, 4 de março de 2012

Brasil, campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio

O Brasil mais uma vez conquistou o título de Campeão Mundial de reciclagem de latas de alumínio. Cerca de 97% das latas foram recicladas. Mais uma vez, o grande responsável por esse feito foram os chamados “catadores”, que compõem esse grande modelo informal da reciclagem no Brasil.

O grande desafio que temos é transformar esse modelo informal em formal, garantindo a base da chamada economia verde: redução da pobreza, sustentabilidade ambiental e crescimento econômico.

O primeiro passo foi dado no ano passado, quando o Congresso Nacional aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Agora, a próxima etapa será a aprovação dos chamados acordos setoriais, que terão o desafio de estabelecer os sistemas de logística reversa de diversos produtos definidos na referida Política. Dos cinco acordos setoriais que estão em discussão, o mais complexo é o das embalagens, que envolve o compromisso da destinação adequada de todas as embalagens de alimentos, bebidas, cosméticos, material de limpeza e higiene, dentre outros produtos.

Nesse sentido, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE tomou a liderança e apresentou uma proposta de acordo setorial, no qual o objeto do acordo será a fração seca do lixo urbano e cujo fluxo de logística reversa das diversas embalagens será feito através da coleta seletiva urbana. Para a implementação do acordo setorial das embalagens, o setor empresarial constituiu a Coalizão Empresarial da Cadeia de Valor das Embalagens Pós-Consumo, que contempla de forma inédita 16 grandes associações nacionais, representando os produtores, usuários e comerciantes de embalagens.

A meta proposta pela Coalizão é apoiar a implantação da coleta seletiva urbana no País, que hoje encontra-se implantada em menos de 10% dos municípios do Brasil, e aumentar em 70% a reciclagem da fração seca nos próximos 25 anos.

Trata-se de um grande desafio, visto que demandará a formalização de todas as cooperativas de catadores, o fim dos lixões e o aperfeiçoamento da estrutura de catadores hoje existente. Além disso, será necessário triplicar o número de cooperativas, para a incorporação dos catadores hoje trabalhando nos lixões, e aumentar significativamente os chamados pontos de entrega voluntária – PEVs.

Até o final do ano, será lançado o edital de convocação do acordo setorial de embalagens, que definirá os parâmetros da discussão do acordo e as metas a serem alcançadas. Enquanto a discussão do acordo setorial, propriamente dita, ocorrerá no primeiro semestre de 2012 .

Assim, se tudo correr bem e tivermos um acordo, teremos dado mais um passo em prol da consolidação do modelo de cooperativas de reciclagem.

O Brasil, então, terá, durante a discussão da Rio+20, promovido a maior discussão mundial sobre modelos de economia verde e terá dado um exemplo de como, a partir de seus problemas sociais e de resíduos sólidos, transformar vidas, incrementar a economia e promover a proteção ambiental.

* Victor Bicca Neto é Presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE

Victor Bicca Neto* - Fonte: Mercado Ético

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