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domingo, 11 de março de 2012

Resolvido mistério de dois tipos sanguíneos raríssimos

Langereis e Júnior

Você provavelmente conhece seu tipo de sangue: A, B, AB ou O. Você pode até saber o seu fator Rhesus, ou seja, se você é Rh positivo ou negativo.

Mas e o seu tipo de sangue Langereis? Ou o tipo de sangue Júnior? É positivo ou negativo?

Não se preocupe: a maioria das pessoas nunca ouviu falar deles.

No entanto, esse conhecimento pode ser "uma questão de vida ou morte", diz Bryan Ballif, biólogo da Universidade da Vermont (EUA).

Tipo de sangue japonês

Embora os problemas de transfusão de sangue devido aos tipos sanguíneos Langereis e Júnior sejam raros em todo o mundo, várias populações étnicas estão em maior risco, destaca Ballif.

"Acredita-se que mais de 50.000 japoneses sejam Júnior negativo e podem ter problemas de transfusão de sangue ou de incompatibilidade mãe-feto," escreve ele.

Mas a base molecular destes dois tipos de sangue permanecia um mistério - até agora.

Ballif e seus colegas acabam de divulgar a descoberta de duas proteínas nos glóbulos vermelhas do sangue responsáveis por esses tipos menos conhecidos de sangue.

Resistência ao câncer

Foram identificadas duas moléculas que são proteínas especializadas de transporte, chamadas ABCB6 e ABCG2.

As últimas proteínas para esses grupos sanguíneos raros foram descobertas quase uma década atrás, conta Ballif, "por isso é bastante notável termos identificado duas apenas neste ano."

Ambas as proteínas agora identificadas estão também associadas com a resistência a drogas anti-cancerígenas, de modo que os resultados podem também ter implicações para o tratamento sobretudo do câncer de mama.

Tipos de sangue

Além do tipo sanguíneo ABO e do tipo Rh, a Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue reconhece vinte e oito tipos de sangue adicionais, com nomes como Duffy, Kidd, Diego e Luterano.

Mas os tipos Langereis e Júnior não estão nesta lista.

Embora os antígenos para os tipos de sangue Júnior e Langereis (ou Lan) tenham sido identificados décadas atrás em mulheres grávidas com dificuldades para ter bebês com tipos sanguíneos incompatíveis, a base genética desses antígenos era desconhecida até agora.

Assim, "muito poucas pessoas sabem se são Langereis ou Júnior positivo ou negativo," diz Ballif.

"A transfusão de sangue para indivíduos com um anticorpo anti-Lan é altamente desafiadora," escreve a equipe de Ballif na revista Nature Genetics, "em parte devido à escassez de doadores compatíveis, mas principalmente por causa da falta de reagentes confiáveis para a triagem do sangue."

Doadores de sangue Júnior-negativos são extremamente raros também.

Exames de rotina

Isso pode mudar em breve.

Com os resultados deste novo estudo, os profissionais de saúde vão agora poder fazer exames mais rapidamente e com maior confiabilidade para estes tipos sanguíneos.

"Agora que conhecemos essas proteínas, isso irá se tornar um teste de rotina", concluem os pesquisadores.

Redação do Diário da Saúde

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