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sexta-feira, 23 de março de 2012

SOS Mata Atlântica avalia rios brasileiros como ‘ruins’ ou ‘regulares’

A organização não-governamental SOS Mata Atlântica avaliou a qualidade da água de 49 rios, córregos, ribeirões, represas, lagos e açudes do país e classificou 25% como “ruim” e 75% como “regular”. Nenhum dos corpos de água avaliados recebeu a classificação “bom” ou “ótimo”. As análises seguem padrões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e foram realizadas em 11 estados brasileiros entre janeiro de 2011 e março de 2012.

“O resultado é um alerta para autoridades e também para a população, para que haja uma mudança de comportamento e a adoção de atitudes capazes de reverter este quadro. A tendência da situação da água no mundo é de agravamento dos problemas, sobretudo pelo crescimento das cidades e pelo mau uso deste recurso”, diz Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica.

Entre os critérios analisados estão a presença de espuma e lixo, existência de peixes, larvas, vermes e características como temperatura, turbidez, odor e contaminação por coliformes. Os 49 “corpos de água” estão localizados em cidades visitadas por projetos da organização e sofrem maior influência de esgoto e lixo. Mas, segundo Malu Ribeiro, a qualidade da água dos rios na zona rural também é crítica.

“Infelizmente, nas zonas rurais a situação também é crítica, devido ao uso intenso de agrotóxico e fertilizantes em algumas culturas, além do desmatamento de matas ciliares e áreas de proteção permanente”, afirma. “Todas as grandes cidades dependem da preservação de matas em torno dos corpos de água”.

Análise – Esta é a segunda edição da análise da qualidade da água dos rios feita pela SOS Mata Atlântica. Entre maio de 2009 a dezembro de 2010, a organização avaliou 75 cursos de água e também não constatou nenhum caso “bom” ou “ótimo”. No entanto, no levantamento anterior três rios foram considerados “péssimos” – categoria não encontrada na última pesquisa, que analisou menos corpos de água.

Alguns dos rios que fizeram parte da primeira edição foram reavaliados no segundo levantamento. Dos 19 casos, 12 não mudaram de categoria, 5 melhoraram e dois pioraram. O destaque da melhora foi o Rio Passo dos Índios, em Chapecó, que passou que péssimo para regular.

Na última rodada de análises, a melhor qualidade de água foi verificada na Bica da Marina, em Angra dos Reis (RJ). A pior ocorreu no Rio Criciúma, na cidade de mesmo nome, em Santa Catarina.

(Fonte: Amanda Rossi/ Globo Natureza)

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