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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Crise econômica limita verbas para combater aids

A crise econômica mundial está reduzindo os fundos disponibilizados para o combate à aids. Algumas das personalidades mais conhecidas continuam frisando na 19ª Conferência Internacional da Aids, que a luta contra a doença está sendo eficaz, mas os atuais fundos não são suficientes. Esse é um dos temas mais discutidos na Conferência este ano. Nesta terça-feira, centenas de ativistas manifestaram-se em frente à Casa Branca para exigir maiores fundos de apoio à luta global contra a aids. Os manifestantes planejavam também deslocar-se a diversos bancos para protestar contra os escândalos financeiros e exigir o aumento dos impostos para apoio ao combate à doença. Esta manhã, Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia e a personalidade que iniciou a ideia da criação de um fundo global de combate à aids, malária e tuberculose, queixou-se publicamente sobre como desde a subida à presidência de Barack Obama os fundos para a aids foram nivelados ou reduzidos. Isso não aconteceu durante a presidência anterior de George Bush, disse ele, rejeitando as declarações que não há fundos suficientes para se aumentar o financiamento do fundo. Na sua totalidade cerca de 17 bilhões de dólares são gastos anualmente no combate à aids nos países em desenvolvimento, onde oito milhões de pessoas estão recebendo tratamento antirretroviral. Os Estados Unidos contribuem com cerca de 6,6 bilhões dessa quantia, seis vezes mais do que era gasto em 2000, quando George Bush assumiu a presidência. Para se alcançar o objetivo de ter 15 milhões de pessoas em tratamento com antirretrovirais até 2015 terão que ser gastos 24 bilhões de dólares por ano. Ontem, o senador democrata John Kerry deu o seu apoio ao aumento dos gastos no combate à aids afirmando que se os Estados Unidos podem gastar 100 bilhões de dólares no Afeganistão, não há razão para não se angariar os fundos necessários. O senador republicano Lindsey Graham disse que o congresso americano tinha aprovado para o próximo orçamento uma verba maior do que a pedida pelo presidente Obama, acrescentando poder assegurar aos contribuintes americanos que o seu dinheiro está sendo gasto numa causa boa. Mas se houve criticas veladas a atual administração, o fato é que a Secretaria de Estado Hillary Clinton foi ovacionada na segunda-feira, quando falou aos delegados. O multimilionário Bill Gates, cuja fundação já doou mais de quatro bilhões de dólares de combate à doença, disse à conferência que não se pode dizer que já existam todos os instrumentos necessários para se derrotar a epidemia. “Mas ninguém deve duvidar que teremos esses instrumentos se continuarmos no caminho em que estamos”, acrescentou A Agência de Notícias da Aids faz a cobertura da Conferência Internacional de Aids em Washington em parceria com o portal UOL, Rede Cultura, Rádio Estadão/ESPN, Voz da América e Rede de Comunicação Oboré. Esta cobertura tem apoio da Anglo American, Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa do Brasil), laboratório MSD e Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Durante o evento, está também sendo produzido um documentário sobre o trabalho das ONGs internacionais com aporio da mineradora Anglo American e do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). * Publicado originalmente no site Agência Aids.

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