Páginas

sábado, 31 de março de 2012

Porque somos os animais mais inteligentes do planeta?

Muitos dizem que é nossa inteligência que nos distingue das outras espécies do planeta. Mas por que somos, sozinhos na natureza, tão inteligentes?
Ou talvez não sejamos os mais inteligentes. Talvez o nosso conceito antropocêntrico nos impeça de apreciar plenamente a inteligência de outros animais.
Como Douglas Adams colocou: “O homem sempre assumiu que era mais inteligente do que os golfinhos, porque conquistou tanta coisa – a roda, Nova York, as guerras e assim por diante – enquanto tudo o que os golfinhos fazem é rolar na água se divertindo. Mas, inversamente, os golfinhos sempre acreditaram que eram muito mais inteligentes do que o homem – precisamente pelas mesmas razões”.
Cientificamente, existe um conjunto de habilidades único dos seres humanos – linguagem, uso de ferramentas, cultura e empatia – que nos tornam inteligentes. Outros animais podem ter formas rudimentares dessas habilidades, mas eles não se aproximam da nossa sofisticação e flexibilidade. Por que não?
Alguns chegam mais perto de nós que outros. Psicólogos alemães afirmam ter identificado uma chimpanzé cujas habilidades mentais superam em muito seus semelhantes, se aproximando bastante dos humanos.
Curiosamente, eles sugerem que minha xará Natasha, o prodígio dos símios, exibe fortes habilidades sociais e de raciocínio, tais como aprender com os outros. Estas são as mesmas habilidades pelas quais o desenvolvimento explosivo da inteligência humana é atribuído.
Alguns chimpanzés, então, têm o potencial de evoluir para uma inteligência da nossa escala. No entanto, por que nenhum chimpanzé evoluiu para ser tão inteligente quanto Natasha?
Alguns já fizeram isso, mas há muito tempo: os nossos próprios antepassados. Em algum lugar da nossa história evolutiva, havia presumivelmente “protótipos” de humanos igualmente prodigiosos, produzidos por algum acidente de genética ou pelo ambiente, cuja maior inteligência lhes deu vantagem sobre seus semelhantes menos talentosos.
Os chimpanzés prodígios de hoje parecem não lucrar com sua inteligência da mesma forma que nós lucramos. Provavelmente porque sua sociedade e meio ambiente não os recompensam como aconteceu conosco.
Assim, nossos antepassados podem ter sido fortuitamente incentivados pela natureza a embarcar no ciclo do desenvolvimento biológico e cultural que levou aos seres humanos modernos e a um nível de adaptabilidade que nos permite ajustar rapidamente às mudanças em nosso ambiente, e até mesmo modificá-lo para se adequar a nós mesmos: somos a espécie dominante da Terra.
No entanto, devemos tomar cuidado com a arrogância. Em um passado não muito distante, nós compartilhamos o planeta com ramos distintos da família humana: os Neandertais e os Denisovans, talvez os Flores e os recentemente descobertos povos da caverna Red Deer, e possivelmente muitos outros.
Esses hominídeos provavelmente compartilhavam muitas das nossas capacidades mentais, e mesmo assim se viram incapazes de superar seus desafios ambientais e foram extintos.
Então, fica a pergunta final: a nossa inteligência realmente nos faz os governantes do mundo? É muito cedo para dizer. Talvez os golfinhos ainda rirão muito mais de nós no futuro.

http://hypescience.com

Crescimento populacional aumenta mudanças climáticas, dizem cientistas

A crescente população contribui para aumentar a pressão sobre os recursos naturais do planeta, mas a questão é complexa e há poucas soluções, afirmaram cientistas reunidos na conferência “Planeta sob Pressão”, celebrada em Londres, a poucos meses da Rio+20.

Segundo os especialistas, reunidos durante quatro dias para discutir a saúde do planeta, as respostas têm seguido na direção de educar as mulheres de países pobres e ampliar seu acesso aos anticoncepcionais, mas também com vistas à reforma dos padrões de consumo nos países ricos.

Os cientistas participantes apontaram o crescimento populacional como um grande responsável indireto pelo aquecimento global, pelo esgotamento de recursos, pela poluição e pela perda de biodiversidade.
Mas também afirmaram que o tema desapareceu quase que completamente das discussões políticas, em parte devido a questões religiosas, mas também por causa das lembranças traumáticas de controles coercitivos da natalidade em países pobres nos anos 1970 que ninguém quer repetir.

Controle populacional – Para a professora Diana Liverman, da Universidade do Arizona, o vínculo entre crescimento populacional e danos ambientais emergiu em meados do século XX. “Os 50 anos entre 1950 e 2000 foram um período de mudanças dramáticas e sem precedentes na história humana”, afirmou.

Neste tempo, a proporção de pessoas no planeta dobrou, de três para seis bilhões. Agora, está em sete bilhões e segundo algumas estimativas pode chegar a nove bilhões em 2050. A boa notícia é que a taxa de fertilidade – número de filhos por mulher – caiu pela metade, de 5 para 2, desde 1950 e diminuirá abaixo da taxa de reposição, de 2,1 por volta de 2025, afirmou Liverman.

“Isto significa que há uma forte probabilidade de que o crescimento da população se estabilizará em torno dos nove bilhões e pode, na verdade, cair depois disso”, acrescentou Liverman.

Outros especialistas alertaram que a estatística pura pode mascarar muitas complexidades. “A capacidade de suporte do mundo não é um número puro, mas depende de estilo de vida, tecnologia e assim por diante”, rebateu Lorde Martin Rees, da Royal Society, a academia britânica de ciências, que publicará no próximo mês um estudo sobre demografia e meio ambiente.

Consumo – Embora a população esteja se estabilizando ou diminuindo nos países ricos, estas ecomomias permanecem, de longe, as maiores fontes de danos ambientais, com emissões de gases-estufa per capita correspondentes ao dobro ou ao quádruplo daquelas dos países em desenvolvimento.

O grande crescimento populacional acontecerá em países em desenvolvimento, especialmente na África subsaariana. Estes países têm pouca responsabilidade nas mudanças climáticas, mas são os mais afetados porque têm poucos recursos financeiros e condições de se adaptar.

As estratégias para trabalhar com os fatores demográficos que contribuem para os danos ambientais seguem essencialmente em dois caminhos, afirmaram os especialistas.

Um é o da mudança de padrões de consumo, de forma que os países ricos – e os gigantes emergentes ansiosos por reproduzir o estilo de vida dos primeiros – usem energia e recursos de forma mais sustentável.

Mulheres – O outro é proteger os direitos das mulheres, seu acesso à educação, ao trabalho e à contracepção. “Se você tem desenvolvimento econômico e educa as mulheres e elas conseguem oportunidades no mercado de trabalho, elas tendem não só a reduzir o número de filhos, mas a retardar crucialmente o momento de tê-los”, explicou Sarah Harper, diretora do Instituto de Envelhecimento da População da Universidade de Oxford.

“E se você atrasa o momento de começar a ter filhos, tende a ter famílias menores”, acrescentou. Tais mudanças podem ter um efeito “surpreendentemente rápido” na redução das taxas de natalidade, disse Stephen Tyler, que trabalha com um grupo denominado Rede de Cidades Asiáticas Resistentes às Mudanças Climáticas (ACCCRN, na sigla em inglês).

No entanto, segundo os cientistas, mais de 200 milhões de mulheres de países em desenvolvimento ainda não conseguem atender às suas necessidades de planejamento familiar. Mas o financiamento para o acesso à contracepção caiu 30% entre 1995 e 2008, “como resultado da pressão legislativa de grupos religiosos nos EUA e em outros países”, afirmaram.

(Fonte: G1)

Não será possível limitar aquecimento a 2ºC, diz ex-chefe climático da ONU

O ex-chefe climático da ONU Yvo de Boer disse nesta terça-feira (27) que o compromisso de restringir o aquecimento do planeta a 2ºC, que ele ajudou a costurar na Cúpula de Copenhague em 2009, é hoje inatingível.

“Penso que [a meta de] dois graus está fora de alcance”, disse Yvo de Boer, ex-secretário-executivo da Convenção-quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), durante a conferência “Planet under pressure” (planeta sob pressão, na tradução do inglês), que acontece na Inglaterra.

A meta de limitar a elevação das temperaturas globais em dois graus Celsius foi estabelecida por um grupo central de países nas horas finais da turbulenta Conferência de Copenhague, em dezembro de 2009, e foi formalizada na cúpula de Cancún, um ano depois. As 195 partes da Convenção-quadro se comprometeram com a meta.

Mas um número cada vez maior de cientistas alerta que o objetivo está se esvaindo sem a realização de cortes radicais nas emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Alguns consideram que a meta é uma ilusão política perigosa, uma vez que a Terra se encaminha para uma elevação da temperatura de 3ºC ou mais.

Meta perdida – “A meta de dois graus está perdida, mas não significa que devamos esquecê-la”, disse de Boer. “É uma meta muito significativa, não se trata de um simples alvo que foi tirado do nada, tem a ver com tentar limitar a quantidade de impactos”, acrescentou.

“Não se deve esquecer disso, no sentido de que está se ignorando o fato de que se passou pela dificuldade de formular uma meta que não é alcançada por falta de ação política”, continuou.

“Consequentemente, o processo deveria se tratar de como conseguir aproximar o máximo possível dos 2ºC e não dizer ‘comecem tudo de novo e formulem uma nova meta’, esquecendo que passamos por isto muito recentemente”, alertou.

Copenhague representou um limite nas discussões globais sobre o clima. Suas frustrações, juntamente com as crises financeira e fiscal que atingiram em cheio os países ocidentais, fizeram muitos governos marcar passo e até restringir seus planos de ação contra as emissões de carbono.

Novo acordo – Enquanto isso, o alto preço do petróleo e do gás levaram os grandes emergentes a queimar cada vez mais carvão, a mais suja das fontes de energia fósseis, aumentando as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2).

No ano passado, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 17) em Durban, na África do Sul, os países concordaram em estabelecer um novo acordo climático em 2015 com entrada em vigor em 2020, colocando tanto os países ricos quanto os pobres pela primeira vez sob restrições legais comuns.

De Boer disse esperar que o quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) sirva de incentivo para uma retomada do ‘deadline’ de 2015.

“Felizmente, teremos outro grande relatório do IPCC em 2014 e então, quando os governos se reunirem em 2015 para negociar algo significativo, a ciência disponibilizará as informações para este processo político”, afirmou.

(Fonte: G1)
Nanocarregadores

Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo novos fármacos contra tuberculose, capazes de reduzir o tempo médio atual de tratamento, que é de seis meses.

Para isso, os cientistas utilizam carregadores, moléculas que levam os agentes do medicamento pelo organismo até o lugar de origem da doença.

Esses carregadores, também conhecidos como nanopartículas inteligentes, devido ao seu tamanho, são baseados em complexos organometálicos de rutênio.

Os experimentos em laboratório com proteínas in vitro e em pequenos animais foram concluídos com êxito.

Os estudos estão sendo realizados pelos professores Javier Ellena, do IFSC (Instituto de Física de São Carlos, da USP), Alzir Batista, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Clarice Queico Leite, da Faculdade de Farmácia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara.

Complexos organometálicos

Os pesquisadores procuram investigar as barreiras biológicas que devem ser ultrapassadas por medicamentos até seu alvo específico dentro do corpo, ou seja, os problemas de transporte que acabam por reduzir a eficácia do fármaco contra a doença.

"Para isso, utilizamos os chamados carregadores, que são moléculas maiores e mais flexíveis, com propriedades específicas que as permitem passar através de tecidos e levar os agentes do medicamento até o lugar de origem da doença, que no caso da tuberculose é uma enzima específica", conta o professor Javier.

Estas moléculas estão intimamente relacionadas à atividade de complexos organometálicos de rutênio.

"O corpo humano tem complexos organometálicos, mas em pouca quantidade", aponta o professor do IFSC. "Em grande quantidade, eles podem se ligar a algumas proteínas e danificá-las, causando intoxicação".

O mercúrio, que se encaixa nesta categoria de íons pesados, causa um grande número de intoxicações graves. Por esta razão, os pesquisadores trabalham com o rutênio, um complexo mais estável, mais tolerado pelo organismo humano (portanto menos perigoso) e muito mais bem estudado pela ciência.

"O principal diferencial entre o tratamento atual e este novo fármaco é este carregador, ou seja, temos um novo sistema de liberação dos agentes", esclarece Javier.

Os testes in vitro - aplicação do medicamento em proteínas isoladas em laboratório - já foram realizados com ótimos resultados, além dos testes in vivo, em pequenos animais.

O próximo passo é dar início a experimentos clínicos, em humanos, o que exige grandes preparativos e financiamentos, além de parcerias com empresas farmacêuticas responsáveis pela supervisão dos testes.

Mas uma das grandes superações do projeto foi a investigação da atuação do composto desenvolvido pelos pesquisadores sobre a enzima específica que é fonte da tuberculose no corpo humano.

Biossíntese

Os pesquisadores conseguiram entender melhor a atuação do fármaco dentro do corpo, o que é muito difícil em qualquer medicamento - a atuação dos compostos ocorre ao nível da biossíntese, na parede celular das bactérias.

Outra etapa consiste na caracterização e controle de qualidade de insumos farmacêuticos em estado sólido, ou seja, em forma de comprimidos. "Normalmente, quando se desenha um fármaco, costuma-se pensar em uma produção em pequena escala, mas para garantir que as maiores quantidades utilizadas em testes em laboratório tenham uma ação idêntica ao fármaco pensado originalmente, precisamos fazer uma análise físico-química e verificar se o processo resulta no mesmo produto, com as mesmas qualidades", explica Javier.

Segundo ele, a chave para o bom desenvolvimento da pesquisa foi a interdisciplinaridade e a colaboração de especialistas de diversas áreas. "Conseguimos, em conjunto, produzir um medicamento inorgânico contra a tuberculose", comemora. "Em colaboração, podemos obter resultados muito melhores do que aqueles produzidos sozinhos.".

Lei do mercado

Em países desenvolvidos, segundo o professor Batista, um fármaco leva em média quinze anos para ser disponibilizado no mercado.

O caso da tuberculose é ainda mais complexo, pois continuam a ser pouco atrativos, enquanto investimento, para empresas farmacêuticas internacionais, devido ao baixo poder econômico das populações atingidas.

O fármaco inovador, portanto, além de acenar para a possibilidade de um tratamento mais ágil, atuaria com maior eficiência, com menos efeitos colaterais e pode ser utilizado em conjunto com outros medicamentos, em uma terapia mista, como um coquetel.

Devido a estas otimistas perspectivas, Batista foi convidado para o conceituado Congresso Europeu de Química Inorgânica Biológica, que acontecerá em setembro na Espanha, para apresentar os resultados das pesquisas desta parceria.

Com informações do IFSC

Planta da mata Atlântica combate câncer de pele

Pariparoba

Um composto extraído da pariparoba (Pothomorphe umbellata), um arbusto originário da Mata Atlântica, é capaz de inibir o desenvolvimento do melanoma, o câncer de pele.

Os testes de laboratório mostraram que o composto ativo retirada da planta é capaz inclusive de impedir que as células tumorais invadam a camada mais profunda da pele e se espalhem para outros tecidos.

Esse composto ativo, uma molécula batizada de 4-nerolidilcatecol (4-NC), foi isolada e testada por Carla Abdo Brohem, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

A equipe já iniciou a etapa de testes em animais. Os primeiros resultados estão em artigo publicado na revista Pigment Cell & Melanoma Research.

Melanoma

Segundo Silvya Stuchi Maria-Engler, coordenadora da equipe, o melanoma é a forma mais agressiva de câncer de pele e tem origem nas células produtoras de pigmentos, os melanócitos - entre 20% a 25% dos pacientes diagnosticados com a doença morrem.

"Se tratado na fase inicial, as chances de cura são altas. Mas quando ele se torna metastático o tempo de sobrevida é curto, em torno de oito meses, pois o tumor é muito resistente às drogas existentes. Medicamentos novos, portanto, são bem-vindos", disse.

O composto 4-NC, encontrado no extrato da raiz da pariparoba, já havia demonstrado possuir um potente efeito antioxidante, capaz de proteger a pele dos danos causados pela radiação solar.

Em 2004, uma formulação em gel contendo extrato de raiz de pariparoba foi patenteada para uso cosmético para prevenção do câncer de pele.

Testes posteriores, em culturas de células tumorais, demonstraram que o 4-NC era capaz de induzir a morte celular.

Agora, no modelo de pele em 3D, o 4-NC impediu que as células tumorais migrassem da epiderme para a derme. Dependendo dos testes de toxicidade em animais, ela poderá ser testada em humanos.

"Mesmo que ele não se prove eficaz contra o melanoma nas demais etapas da pesquisa, o composto tem diversas qualidades. Podemos avaliá-lo contra outros tipos de câncer", disse a professora Silvya.

Pele artificial

Para testar o composto da planta medicinal, as pesquisadoras usaram uma pele artificial, também desenvolvida pela equipe.

"A gente chama de artificial, mas se trata de pele humana reconstruída em laboratório," explica Silvya. Tudo começa com um fragmento de pele doado após cirurgia plástica, que a equipe recebe graças a parcerias com o Hospital Universitário e com o Hospital das Clínicas.

Os cientistas então isolam os constituintes básicos da pele - fibroblastos, queratinócitos e melanócitos - e os armazenam em um biobanco.

"No momento em que precisamos testar uma nova molécula, remontamos esses elementos e construímos um tecido muito semelhante à pele humana", conta a cientista.

Modelo de pele

Além dos estudos com o 4-NC, a pesquisa tem outros desdobramentos. Em um deles, células do sistema imunológico estão sendo acrescentadas ao modelo de pele artificial, deixando-o ainda mais completo.

"Dessa forma, além de testar a toxicidade e a eficácia de um novo composto, poderemos avaliar se ele tem potencial para causar alergia ou irritação", explicou.

Em outra vertente, os pesquisadores simulam in vitro as condições de uma pele envelhecida.

"Com o passar dos anos, resíduos de glicose se depositam sobre as proteínas, como por exemplo o colágeno. Isso desorganiza a matriz extracelular que compõe a camada dérmica da pele, causando rugas e flacidez", disse Silvya.

Esse problema, acrescentou, ocorre de forma mais evidente na pele de pacientes diabéticos e tornam mais difícil a cicatrização de ferimentos. O modelo de pele envelhecida, portanto, permitirá testar a ação de cosméticos antirrugas e de medicamentos para a pele de diabéticos.

"Nosso objetivo, a longo prazo, é realizar transplante de pele para tratar feridas crônicas e queimaduras", disse.

A vantagem das pesquisas feitas com pele artificial é a redução no uso de cobaias, além de ser um tecido mais semelhante ao humano. No caso dos cosméticos, é possível eliminar totalmente os testes em animais.

Pele nacional

Na Europa e nos Estados Unidos são vendidos kits de pele artificial para a indústria cosmética e farmacêutica.

No Brasil, as empresas precisam enviar suas moléculas para serem testadas no exterior, embora o país já possua a tecnologia.

"Fomos procurados por diversas empresas, mas não temos condições de realizar esse serviço como rotina. Para isso, seria preciso grande investimento em equipamentos e treinamento de profissionais", disse a pesquisadora.

Agência Fapesp

Hora do Planeta será no dia 31 de março

A edição de 2012 da Hora do Planeta (tradução do inglês Earth Hour), evento simbólico pela conscientização da preservação do meio ambiente e combate ao aquecimento global, será realizado no sábado, dia 31 de março. Durante o evento, os participantes desligam durante uma hora as luzes de casas, prédios e monumentos históricos para simbolizar o ato.

Neste ano, a Hora do Planeta será realizada entre as 20h30 e 21h30 em todos os países do mundo. O evento em 2011, segundo a Organização Não Governamental WWF, que promove o ato desde 2006, teve adesão de um bilhão de pessoas no mundo todo. Para participar do evento, além de desligar as luzes, a ONG convoca os interessados a enviarem um e-mail para cidades@wwf.org.br. O participante receberá um Termo de Adesão, no qual poderá cadastrar sua cidade.

No site da ONG, o internauta também pode conferir uma contagem regressiva para a Hora do Planeta e outras informações sobre o evento. Um vídeo promocional do ato também está disponível na página da instituição.

Assim como em 2011, a prefeitura de Curitiba também vai participar, desligando as luzes de cinco atrações turísticas da cidade: Teatro Paiol, Estufa do Jardim Botânico, fonte de Jerusalém da Praça Pedro Gasparello, fonte da Praça Santos Andrade e fachada do Paço Municipal.

(Fonte: Gazeta do Povo/PR)

Criada a maior área de conservação internacional, para proteger a vida selvagem da África

Na última quinta-feira (15), foi criada oficialmente a maior área internacional de conservação da vida selvagem na África, que abrange as fronteiras de Botsuana, Angola, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue.
A nova Área de Conservação Transfronteiriça Kavango Zambezi (KAZA, na sigla em inglês) abrange 109 milhões de hectares. O local protegido possui 36 reservas naturais em torno dele.
Há anos a KAZA está sendo idealizada. Em agosto de 2011, os governos dos cinco países envolvidos assinaram um “memorando de entendimento” e se comprometeram a desenvolver a área. A cerimônia de assinatura do tratado foi no dia 15 de março de 2012, tornando a KAZA oficial.
Segundo a organização de conservação WWF (World Wildlife Fund), a KAZA é o lar de 44% dos elefantes da África. 600 espécies de plantas e 3.000 espécies de aves também vivem na zona preservada, que contém a famosa Victoria Falls, uma das maiores quedas d’água da Terra.
A área também inclui o Delta do Okavango, em Botsuana, um pântano que fornece refúgio e água para crocodilos, leões, leopardos, hienas, rinocerontes, macacos e outros animais, incluindo o cão selvagem africano, atualmente em perigo de extinção.
Muitos desses animais são vulneráveis à invasão humana, especialmente a caça furtiva. Em 2010, por exemplo, 333 rinocerontes foram mortos na África do Sul, em grande parte para atender à demanda de seus chifres, que são usados na medicina tradicional asiática.
Ou seja, a conservação da KAZA enfrenta muitos desafios, como a população humana crescente. A WWF calcula que 1,5 milhões de pessoas dependem dos recursos encontrados na área vasta, o que torna a sua gestão mais difícil.
Porém, ambientalistas esperam que os sistemas de conservação ligados reabram as rotas de migração de animais e promovam a cooperação transfronteiriça para proteger a vida selvagem.

http://hypescience.com

Resistencia a antibióticos pode acabar com a medicina moderna

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo está entrando em uma crise de resistência a antibióticos, que pode acabar com a medicina moderna.
Margaret Chan, diretora geral da OMS, alerta para o fato de que as bactérias estão ficando tão resistente aos antibióticos comuns, que isso poderia trazer nossa medicina a um ponto catastrófico. No fim, todo antibiótico pode se tornar inútil.
E estamos falando de medicamentos importantes para doenças como tuberculose, malária, infecções e HIV/AIDS. Nessa nova era pós-antibiótica, os medicamentos poderiam ficar mais caros e necessitar de períodos de tratamento mais longos para surtir o mesmo efeito do que os remédios antuais.
“Coisas comuns como uma garganta inflamada ou um machucado no joelho de uma criança podem voltar a matar. Nós estamos perdendo nossos melhores antibióticos”, afirma Chan. “Os tratamentos de substituição são mais caros, mais tóxicos e precisam de durações maiores. Para pacientes com doenças resistentes a medicamentos, a mortalidade pode subir em até 50%”.
De acordo com a organização, o culpado é o uso errado dos antibióticos, que não são prescritos de maneira certa e usados muito frequentemente e por muito tempo.

http://hypescience.com

Excesso de água é mais mortal do que desidratação

Sempre ouvimos que devemos nos manter constantemente hidratos, principalmente quando praticamos exercícios ou no verão. Mas quando bebemos água em excesso, podemos desenvolver uma perigosa, mas pouco conhecida condição chamada de hiponatremia. Ela acontece quando há pouca concentração de sódio no sangue, levando a confusão mental, perda de consciência e convulsões.
A desidratação acontece quando o conteúdo de água no corpo é menor do que o normal, aumentando a concentração de sais e açúcar. Mas de acordo com muitos especialistas, milhares de pessoas – em especial maratonistas e esportistas de provas longas – podem estar colocando a saúde em risco ao tomar líquido demais.
O professor da Universidade de Cape Town, Timothy Noakes, que estuda o assunto há décadas, afirma que o perigo de desidratação durante exercícios longos vem sendo muito exagerado, resultando em um aumento de casos de hiponatremia associada ao exercício. Ele alerta aos corredores que o consumo exagerado de água ou bebidas esportivas antes, durante ou após o exercício pode levar a um fim potencialmente fatal.
“Não há uma única menção na literatura médica de que a desidratação foi a causa direta de alguma morte em uma maratona”, comenta Noakes. “Mas a hiponatremia resultou em pelo menos 12 mortes entre esse tipo de atleta. E já foram documentados 1.600 casos no mundo”.
Muitos corredores sentem que precisam beber água sempre que podem, mesmo que não estejam com tanta sede, com medo de se desidratar, afirma o cardiologista Sanjay Sharma. Os maratonistas são o principal alvo, já que são necessárias cerca de quatro horas de “bebedeira” em excesso para causar uma hiponatremia.
A discussão sobre a quantidade certa de água durante um exercício ainda gera controvérsias. Alguns especialistas dizem que só se deve beber quanto se tem sede, enquanto outros dizem que os esportistas devem treinar para que consigam beber sempre um pouco mais do que o corpo pede.
Uma dica para aqueles que correm maratonas é se pesar antes e depois da prova. O esperado é que se perca dois por cento do peso corporal; se você estiver pesando o mesmo, você bebeu líquidos demais. E sempre atentar para os sinais corporais, como tontura, vômitos, náusea e dores de cabeça. Esses podem ser os primeiros sinais de uma possível hiponatremia.

http://hypescience.com

O remédio milagroso que mata todo tipo de câncer

Um único remédio conseguiu diminuir ou até matar cânceres de ovário, cólon, cérebro, fígado e bexiga transplantados para ratos.
O tratamento consiste em um anticorpo que bloqueia um sinal – que engana o sistema imunológico – das células cancerosas.
Uma década atrás, o biólogo Irving Weissman, da Universidade de Stanford, descobriu que as células de leucemia produziam altos níveis da proteína CD47. Essa proteína também está presente em células sanguíneas saudáveis, servindo como um sinalizador para não serem destruídas. Dessa maneira, o câncer consegue enganar nosso sistema imunológico.
“O que revelamos é que a CD47 não é importante apenas em leucemias e linfomas”, afirma Weissman. “Está em todo tumor humano primário que testamos”. O laboratório de Weissman acabou descobrindo que todas as células cancerígenas possuem mais da proteína do que as saudáveis.
A equipe transplantou tumores humanos para as patas de ratos, onde eles poderiam ser facilmente monitorados. Quando os animais receberam remédios anti-CD47, os tumores encolheram e não se espalharam pelo resto do corpo.
Em todos os ratos que receberam tumores humanos de bexiga, por exemplo, o câncer se espalhou para o sistema linfático. No caso dos que receberam o tratamento, apenas um em cada 10 apresentou sinais do câncer ter se espalhado nesse sistema. No geral, o tumor implantando ficou menor após o tratamento. No caso de cinco ratos com células cancerígenas de mama, os animais ficaram sem sinais de câncer até quatro meses após o fim do tratamento.
“Nós mostramos que mesmo quando o tumor já tomou conta, o anticorpo pode curar o tumor ou diminuir seu crescimento, prevenindo a metástase”, afirma Weissman.
Uma questão importante, que surge agora, é como os anticorpos de CD47 vão complementar os tratamentos existentes. Quando usados em conjunto com a quimioterapia, por exemplo, isso pode ser contraprodutivo, já que o stress desse tratamento poderia fazer com que as células normais produzam mais CD47 do que o comum.
“Nós já temos dados suficientes para afirmar que nós vamos passar para a fase de testes em humanos”, afirma Weissman.

http://hypescience.com

As primeiras imagens do fundo do mundo



O diretor de cinema e explorador James Cameron desceu ao mais profundo abismo da Terra e voltou ileso.
Essa viagem incrível foi feita por pouquíssimas pessoas até hoje, devido a dificuldade de navegar ao ponto mais profundo do planeta. James chegou até lá com o submarino Deepsea Challenger, explorando o local por três horas. “É um mundo completamente estranho”, disse ele.
A viagem teve que ser interrompida devido a um vazamento no submarino. O veículo, de 12 toneladas, tem um belo design e, de acordo com a equipe por trás da expedição, é muito mais manobrável que outros submarinos de profundidade mais velhos, como o Trieste ou o Alvin.
Imagens feitas com câmeras de alta definição em 3D e uma lâmpada LED mostram um lugar que se parece com a superfície da lua.
Mas este mundo alienígena na Terra não está tão morto quanto o nosso satélite prateado. Há vida, mesmo lá em baixo.
Apesar de já sabermos disso, James Cameron não encontrou vestígios de outros seres, terrestres ou alienígenas. Ele só viu alguns anfípodes de centímetros de comprimento. Mas não ficou decepcionado. O objetivo da missão era apenas explorar.
Cameron acredita que, depois dessa viagem, ele vai encontrar muitas surpresas nas várias outras que pretende fazer com o Deepsea Challenger.
Para o diretor, a parte mais impressionante foi o sentimento de solidão e encantamento. “Minha sensação era de completo
isolamento do resto da humanidade”, disse.
Faz sentido, afinal, ele foi um o único homem na história a atingir esta extrema profundidade, batendo um recorde ao alcançar o chão da Fossa das Marianas, preso em uma máquina de aço pequena que encolheu ainda mais nas profundezas (o submarino realmente encolheu 7,6 centímetros enquanto estava lá embaixo).
Uma viagem ao lugar mais fundo do mundo pode ser comparada, sem dúvida, a uma viagem para o espaço sideral.[Gizmodo]

http://hypescience.com

sábado, 24 de março de 2012

Embrapa vai priorizar agricultura “mais verde” este ano

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estabeleceu 2012 como o ano de uma “agricultura mais verde”. Segundo o presidente da estatal, Pedro Arraes, a contribuição da Embrapa para o projeto de sustentabilidade do setor, é, principalmente, oferecer subsídios científicos que permitam ao país ter clareza do que é a agricultura brasileira e de como funcionam seus sistemas produtivos. A ideia é aproximar os estudos tecnológicos voltados para agricultura às metas de sustentabilidade ambiental definidas pelo governo federal.

“A gente tem que fazer esse inventário das tecnologias, com critérios científicos de sustentabilidade. O papel fundamental da Embrapa é colocar ciência nessas discussões, oferecendo parâmetros e ferramentas para que o produtor faça a escolha dele, pensando o ganho que pode ter a mais preservando água, por exemplo, e abrindo mercado para sustentabilidade nas três dimensões [social, econômica e ambiental]”, destacou Arraes.

Na trajetória das pesquisas, a empresa foi alvo de críticas feitas, ao longo dos anos, por setores que questionaram os impactos de estudos polêmicos, como no caso dos transgênicos. Também teve trabalhos reconhecidos. Muitos especialistas apontam a Embrapa como uma das grandes responsáveis pela poupança de recursos naturais do país. “Não foi apenas a Embrapa [que contribuiu para o aumento da produtividade agrícola brasileira], mas o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, que é muito mais antigo”, disse.

Atualmente, um dos desafios da empresa é na área da agroenergia. Segundo Arraes, as pesquisas sobre alguns produtos já estão adiantadas, como o uso do dendê no Cerrado. “O dendê produz 6 toneladas de óleo por hectare. No Cerrado, estamos produzindo 25 [toneladas por hectare]. O projeto é experimental, estamos irrigando com gotinhas. Temos que analisar tudo. Tem a questão hídrica, por exemplo. O quanto de água estamos gastando para produzir este combustível? Estamos deixando de molhar o feijão? Tem que ter um estudo”, explicou o presidente da Embrapa.

Arraes destacou ainda os estudos sobre combustível florestal. Segundo ele, o metanol da madeira pode ser uma alternativa, principalmente para os pequenos produtores, onde a agroenergia ainda é tida como desafio.
“Temos uma palmeira, a macaúba, que é de terras altas, tem 40% de óleo e é bastante rústica. Esta pode ser uma alternativa interessante para o pequeno produtor. Mas, ainda está sendo estudado. Depois que acharmos a tecnologia, temos que pensar em que território [o plantio] é viável, que tipo de organização será necessária e qual link com a iniciativa privada precisa ser feito para você esmigalhar isso”, declarou.

(Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)

Escassez de água pode gerar conflitos no futuro, dizem especialistas

A escassez de água no futuro poderá aumentar os riscos de conflitos no mundo, afirmam especialistas que participam do Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.

Apesar da quantidade de água disponível ser constante, a demanda crescente em razão do aumento da população e da produção agrícola cria um cenário de incertezas e conflito, segundo os especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) diz que a demanda mundial de água aumentará 55% até 2050.

A previsão é que nesse ano, 2,3 bilhões de pessoas suplementares –mais de 40% da população mundial –não terão acesso à água se medidas não forem tomadas.

“O aumento da demanda torna a situação mais complicada. As dificuldades hoje são mais visíveis e há mais conflitos regionais”, afirma Gérard Payen, consultor do secretário-geral da ONU e presidente da Aquafed, federação internacional dos operadores privados de água.

Ele diz que os conflitos normalmente ocorrem dentro de um mesmo país, já que a população tem necessidades diferentes em relação à utilização da água (para a agricultura ou o consumo, por exemplo) e isso gera disputas.

Problemas também são recorrentes entre países com rios transfronteiriços, que compartilham recursos hídricos, como ocorre entre o Egito e o Sudão ou ainda entre a Turquia e a Síria e o Iraque.

Brasil x Bolívia - O Brasil também está em conflito atualmente com a Bolívia em razão do projeto de construção de usinas hidrelétricas no rio Madeira, contestado pelo governo boliviano, que alega impactos ambientais.

Tanto no caso de disputas locais, que ocorrem em um mesmo país, ou internacionais, a única forma de solucionar os problemas “é a vontade política”, segundo o consultor da ONU.

O presidente da ANA (Agência Nacional de Águas) Vicente Andreu, que também participa do fórum em Marselha, acredita que hoje existe maior preocupação por parte dos governos em buscar soluções para as disputas.

“O problema dos rios transfronteiriços é discutido regularmente nos fóruns internacionais. Aposto na capacidade dos governos de antecipar os potenciais conflitos.”

Durante o fórum, que termina neste sábado, o Brasil defendeu uma governança global para a água e a criação de um conselho de desenvolvimento sustentável onde a água seria um dos temas tratados de maneira específica.

“A água está sempre vinculada a algum outro setor, como meteorologia, agricultura ou energia. Achamos que ela tem de ter uma casa própria para discutir suas questões”, diz Andreu.

Direito universal – Na declaração ministerial realizada no fórum em Marselha, aprovada por unanimidade, os ministros e chefes de delegações de 130 países se comprometeram a acelerar a aplicação do direito universal à água potável e ao saneamento básico, reconhecido pela ONU em 2010.

No fórum internacional da água realizado na Turquia em 2009, esse direito universal ainda era contestado por alguns países.

Os números divulgados por ocasião do fórum mundial em Marselha são alarmantes. Segundo estudos de diferentes organizações, 800 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e 2,5 bilhões não têm saneamento básico.

Houve, no entanto alguns progressos: o objetivo de que 88% da população mundial tenha acesso à água potável em 2015, segundo a chamada meta do milênio, já foi alcançado e mesmo superado em 2010, atingindo 89% dos habitantes do planeta.

Mas Gérard Payen alerta que o avanço nos números globais ocultam uma situação ainda preocupante.

“Entre 3 bilhões e 4 bilhões de pessoas não têm acesso à água de maneira perene e elas utilizam todos os dias uma água de qualidade duvidosa. É mais da metade da população mundial”, afirma.

Ele diz que pelo menos 1 bilhão de pessoas que têm acesso à água encanada só dispõem do serviço algumas horas por dia e que a água não é potável devido ao mau estado das redes de distribuição.

Segundo Payen, 11% da população mundial ainda compartilha água com animais em leitos de rios.

De acordo com a OMS, sete pessoas morrem por minuto no mundo por ingerir água insalubre e mais de 1 bilhão de pessoas ainda defecam ao ar livre.

(Fonte: Daniela Fernandes/Folha.com)

MMA quer dobrar número de consumidores conscientes

Nesta quinta-feira (15), Dia do Consumidor, celebra-se o avanço da legislação que protege os interesses dos indivíduos que consomem. O MMA aproveita a data para lembrar de outro direito: o direito a um meio ambiente equilibrado e, para tanto, é preciso dobrar o número de consumidores conscientes, dos atuais 5% da população brasileira, de acordo com pesquisa do Instituto Akatu Responsabilidade Social, para 10% até 2014.
“A meta se torna mais ambiciosa diante do aumento, em milhões de pessoas, da classe consumidora no Brasil”, diz a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Samyra Crespo.

O Plano Nacional de Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), construído junto com a sociedade, é um mapa que indica o caminho para atingir objetivos de desenvolvimento sustentável por meio de ações de produção e consumo. Os temas prioritários do plano são: educação para o consumo sustentável; compras públicas sustentáveis; agenda ambiental na administração pública; aumento de reciclagem de resíduos sólidos; varejo sustentável e construções sustentáveis.

Mulheres – Segundo pesquisas do Instituto DataPopular, entre 70% e 80% das decisões de consumo hoje no Brasil são tomadas por mulheres. Portanto, para alcançar o desenvolvimento sustentável é fundamental conquistar as mulheres. Atualmente, está sendo feita uma outra pesquisa para entender esse universo de novos consumidores brasileiros, intitulada “O que os brasileiros pensam sobre o desenvolvimento sustentável” – parte da série histórica “O que o brasileiro pensa do meio ambiente”, iniciada em 1992.

“As mulheres hoje são maioria em diversos países. Somos 52% da população no Brasil. Os últimos censos mostram que, além de serem maioria, as mulheres formam a parcela mais escolarizada da população. Evidentemente, qualquer projeto de desenvolvimento de um país não pode abrir mão desse grupo”, diz Samyra Crespo, coordenadora da pesquisa.

A data foi criada para lembrar os direitos do consumidor, em 1961, pelo então presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy. Em 1994, a ONU reconheceu os direitos do consumidor como uma das diretrizes das Nações Unidas, dando legitimidade e reconhecimento internacional para a data. A ocasião é aproveitada para promover ações que informem e conscientizem a população sobre o consumo mais ético, justo e responsável.

(Fonte: MMA)

Para uma xícara de café gastam-se 140 litros de água, alerta WWF

Ambientalistas do WWF divulgaram nesta quarta-feira (14), durante o Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França, o cálculo da pegada hídrica (quantidade de água utilizada em um produto) do café. Para uma xícara da bebida são exigidos 140 litros de água, alerta a organização.

Com a ajuda de um indicador elaborado pela Universidade de Twente, na Holanda, foi levado em conta o impacto de toda a cadeia de produção na fonte de água doce.

O cálculo de 140 litros para uma xícara de café compreende, segundo a organização, a água usada no cultivo do pé de café, na colheita, no transporte, na venda e no preparo, explicou a ONG.

O indicador inclui ainda o volume de água necessário para a fabricação da xícara em que se bebe o café. Se forem adicionados leite e açúcar, e se um copo de plástico for empregado para servir a bebida, “a pegada hídrica” passaria para 200 litros, com variantes se o açúcar for branco, procedente da beterraba, mascavo ou da cana-de-açúcar.

(Fonte: G1)

Degelo dos polos há 400 mil anos elevou mar em 13 metros, diz estudo

O gelo da Groenlândia e do oeste da Antártica derreteu totalmente há 400 mil anos, em uma época quente na qual o nível das águas subiu entre seis e 13 metros, e não 20 metros, segundo um estudo publicado na revista “Nature”.

Os novos cálculos permitirão prever de forma mais precisa como a mudança climática atual afetará o nível das águas nos próximos anos.

A pesquisa analisou o gelo destas regiões e permitiu a obtenção de informações sobre as últimas centenas de milhares de anos, graças à paleoclimatologia, ciência que permite calcular melhor o impacto da mudança climática na superfície terrestre.

Até agora se imaginava que o nível das águas tinha subido mais de 20 metros, mas o último estudo concluiu que foram entre seis e 13, segundo análise feita por geólogos da Universidade de Colúmbia, em Nova York.

Exemplos – Segundo os cientistas, estimava-se que no Pleistoceno, época na qual se produziram quatro glaciações intercaladas com períodos mais quentes, o nível das águas nas ilhas Bahamas e Bermudas aumentou mais de 20 metros em comparação com o atual, devido a uma alta das temperaturas. No entanto, os analistas estudaram o relevo litorâneo destes arquipélagos e concluíram que o crescimento das águas há 400 mil anos foi menor do que se pensava.

Na Antártica, onde em algumas áreas a massa de gelo alcança os 5 km de espessura sobre sua superfície rochosa, as geleiras se estendem além dos limites do continente e formam extensas camadas sobre as grandes baías do Oceano Antártico.

O aumento, segundo os cálculos de Maureen Raymo, paleoclimatóloga da Universidade de Colúmbia e autora principal do artigo, deve ter oscilado entre seis e 13 metros e aconteceu em grande parte porque as camadas de gelo da Groenlândia e da costa oeste da Antártica entraram em colapso, ou seja, derreteram totalmente.

Por outro lado, as camadas de gelo do leste do continente resistiram melhor ao aumento das temperaturas, já que nesta região a massa de gelo é maior e se comportou de forma mais estável frente às variações do clima ao longo da história.

Esta diferença entre regiões se deve ao fato de na Groenlândia e na costa oeste da Antártica “o clima não ser tão frio como ao leste e serem áreas mais próximas a um oceano de águas cálidas”, explicou Maureen.

Catástrofe – Neste sentido, Maureen indicou que, embora suas estimativas sejam menores que as mantidas até agora, “um aumento do nível do mar entre seis e 13 metros na atualidade seria desastroso para nossa sociedade”.

No presente, as camadas de gelo da Groenlândia e do oeste da Antártica são também as duas que derretem a maior velocidade, segundo diferentes medições realizadas por satélite, ressaltou Maurenn.

No entanto, como aconteceu no Pleistoceno, a camada do leste da Antártida volta a resistir melhor ao aumento global da temperatura terrestre, apesar dos geólogos continuarem preocupados com a perda de gelo ocorrida em suas regiões litorâneas nos últimos anos.

(Fonte: G1)

Baixe gratuitamente os guias práticos sobre Planos de Saúde

Prático e de bolso

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou dois guias práticos sobre Planos de Saúde com informações para esclarecer dúvidas dos beneficiários ou de quem deseja contratar um plano pela primeira vez.

A iniciativa faz parte de uma série de ações pelo Dia do Consumidor, a ser comemorado em 15 de março.

O Guia Prático apresenta um passo-a-passo com orientações para contratação de um plano, com exemplos sobre os vários tipos de produtos oferecidos pelas operadoras.

Há também recomendações ao consumidor, no momento de escolher um plano, além da apresentação da ANS como agência reguladora do setor, esclarecendo suas atribuições e seu campo de atuação junto aos consumidores, os prestadores de serviços e as operadoras de planos de saúde.

Como contratar um Plano de Saúde

Já o Guia de Bolso traz respostas para as dúvidas que podem surgir no momento de uso dos serviços e foi criado com o mesmo tamanho da carteira do plano para facilitar sua portabilidade.

As instruções ressaltam a importância de se informar sobre a rede credenciada de profissionais, laboratórios, clínicas e hospitais e sobre os valores diferenciados conforme a idade.

São abordados ainda os direitos quanto à cobertura mínima obrigatória de acordo com o tipo de plano e as acomodações (apartamento ou enfermaria), além da área geográfica de cobertura (municipal, estadual, regional ou nacional).

Os reajustes de preços para cada tipo de plano, a portabilidade das carências para outra operadora, além de um glossário com os termos mais usados pelo setor, também são abordados.

Baixe gratuitamente

A publicação traz ainda os canais de relacionamento da Agência com os consumidores, por meio de telefone, sítio eletrônico e atendimento presencial nos Núcleos da ANS.

Você pode baixar os dois documentos gratuitamente agora mesmo:

Planos de Saúde: Guia Prático

http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/folder_guia_pratico.pdf


Planos de Saúde:Tenha em mãos informações importantes.

http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/mini_guia_web.pdf

Redação do Diário da Saúde

111 entidades pedem moratória na Biologia Sintética

Riscos da vida artificial

Conforme as pesquisas avançam, são cada vez maiores as preocupações entre os próprios cientistas com a chamada biologia sintética.

Primeiro, o ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, John Sulston, chamou a atenção sobre os riscos de concessão de patentes para o desenvolvimento de células sintéticas em laboratório.

Depois, um grupo de especialistas enviou um alerta para a revista Nature, onde listam medidas para evitar um desastre na Biologia Sintética.

Agora, dando mais peso à gravidade com que o assunto precisa ser tomado, um grupo de nada menos do que 111 organizações assinou um documento pedindo uma moratória no desenvolvimento da chamada "vida artificial".

Segundo o documento, a biologia sintética precisa de mais supervisão e os governos precisam estipular regulamentos para a área.

Regras para mexer com a vida

O objetivo da biologia sintética é pegar células ou seres vivos completos e transformá-los geneticamente para criar "seres vivos artificiais" capazes de fazer trabalhos úteis.

Segundo o relatório assinado pelas 111 organizações, a biologia sintética é "uma forma extrema de engenharia genética", para a qual não existe qualquer regulamentação.

Estudos mostram também que o público não tem virtualmente nenhum conhecimento do que seja essa área e daquilo que é feito nos laboratórios.

Moratória da biologia sintética

As organizações pedem, entre outras coisas, que os cientistas sejam proibidos de manipular o genoma humano ou o genoma de microrganismos dentro do corpo humano.

Isto é visto como "promissor" pela possibilidade de que essas "vidas artificiais" venham a produzir substâncias que o corpo humano precisa para combater alguma doença, ou o envelhecimento.

O documento pede também que sejam discutidas normas de segurança para o público e para os próprios trabalhadores, cientistas inclusive, que lidem com essas formas de vida manipuladas artificialmente.

Até lá, defende o documento, é necessário impor uma moratória às pesquisas da biologia sintética, que deveriam ser paralisadas até que a sociedade tenha alguma garantia de sua segurança.

Recomendações para a biologia sintética

As entidades que assinam o documento mostram-se particularmente preocupadas com o uso de organismos sintéticos em produtos comerciais, que possam ser colocados à disposição do público sem que se conheça adequadamente os riscos envolvidos.

Esses riscos podem estar presentes tanto para os seres humanos, quanto para o meio ambiente, uma vez que não se sabe exatamente como esses "seres artificiais" se comportarão quando entrarem em contato com os seres naturais.

As organizações fazem 18 recomendações para a busca da segurança necessária às pesquisas e aos seus resultados.

O documento completo, incluindo as recomendações, pode ser lido, em inglês, no endereço http://www.synbioproject.org/scorecard/recommendations/.

Redação do Diário da Saúde

Gravidez: As percepções da concepção

Preocupações não compartilhadas

A decisão de engravidar é uma decisão para a vida toda. Mas, de forma não muito surpreendente, isso parece ser uma verdade muito maior para as mulheres do que para os futuros pais.

Quando decidem engravidar, as mulheres se preocupam muito mais com a própria fertilidade do que os homens - ainda que a metade dos problemas de fertilidade seja deles.

Nada menos do que 42% das mulheres revelaram ter ficado "obcecadas" em ficar grávidas assim que decidiram ter um filho.

Mas apenas 10% dos seus parceiros compartilharam dessa obsessão.

E, quando as coisas não acontecem no ritmo esperado, as mulheres são as primeiras a procurar auxílio médico.

Contagem de espermatozoides

Mas, segundo o Dr. John Herr, da Universidade da Virgínia (EUA), o mais natural seria que o homem fosse ao médico primeiro, uma vez que metade dos casos da não-concepção deve-se a uma baixa contagem de espermatozoides.

"Muitos homens ficam relutantes ou embaraçados em ir ao médico fazer uma contagem de esperma, mesmo se isto significar que sua parceira vai ela própria fazer exames e, eventualmente, começar tratamentos de fertilidade," diz a Dra. Pamela Madsen, coautora do estudo.

Os médicos afirmam esperar que isso possa mudar, contribuindo para o bem-estar tanto do homem quanto da mulher, com a chegada ao mercado de um teste de contagem de espermatozoides que pode ser feito em casa.

"Chip da fertilidade" analisa fertilidade masculina na hora
O estudo mostrou que 8 em cada 10 homens que estão planejando ter filhos assumem que eles próprios são férteis.

Enquanto 43% deles acreditam que suas parceiras gostariam de saber se sua contagem de esperma é normal, o número sobe para 67% quando a pergunta é feita diretamente à mulher.

Preocupações sobre a fertilidade

Veja abaixo algumas das principais conclusões deste estudo sobre a fertilidade de homens e mulheres.

Um pouco menos da metade (44%) daqueles que querem ter filhos estão preocupados se conseguirão ter um quando decidirem porque ficaram tentando evitar a gravidez durante anos.

Mais da metade (59%) afirma que não vão contar aos outros que estavam tentando engravidar se não conseguirem.

Quase metade (49%) das mulheres que demoraram mais do que o esperado para engravidar afirmam que seu parceiro não se preocupou em fazer uma contagem de esperma.

23% das mulheres que estavam tentando engravidar afirmaram que não procuraram informações ou auxílio médico para seu parceiro quando a gravidez começou a demorar muito para acontecer.

Mais de um quarto (27%) daquelas que planejam engravidar disseram-se embaraçados em discutir a fertilidade com a família e com amigos, e um número similar, 23%, disse que seu parceiro ficava desconfortável em discutir questões sobre fertilidade masculina.

Percepções sobre a concepção

As percepções sobre a concepção antes (planejando/tentando ficar grávida) e depois (após o nascimento do filho), variaram largamente.

A questão era como a fertilidade e a concepção afetaria o relacionamento do casal.

Antes Depois
O parceiro me dará apoio 90% 76%
O relacionamento ficará mais forte 80% 64%
O parceiro sabe como me apoiar 74% 61%
O parceiro está entusiasmado com a gravidez 92% 80%
O parceiro irá me deixar se eu não engravidar 11% 4%

Consumo de carne vermelha eleva risco de morte em até 20%

Questão de vida ou morte

Um estudo em larga escala realizado na Universidade de Harvard comprovou que o consumo contínuo de carne vermelha está associado com maior risco de morte.

O risco de morrer mais cedo foi verificado em termos gerais e, mais especificamente, detectou-se uma elevação no risco de morrer de câncer e de doenças cardiovasculares.

A boa notícia é que a substituição da carne vermelha por outras fontes de proteínas, incluindo peixe, frango, castanhas e legumes, está associada com um menor risco de mortalidade.

Bifinho

O Dr. Frank Hu e seus colegas acompanharam 37.698 homens e 83.644 mulheres.

Os homens tiveram sua saúde monitorada durante 22 anos, e as mulheres durante 28 anos. A dieta de cada um deles foi aferida a cada quatro anos.

O consumo regular de carne vermelha, sobretudo de carnes processadas, foi associado com um maior risco de mortalidade.

O consumo diário de uma porção de carne vermelha não-processada - um bife não maior do que uma carta de baralho - elevou o risco de mortalidade em 13% no período estudado.

E o consumo da mesma quantidade de carne processada - salsichas, mortadela, bacon etc. - foi associado com um aumento no risco de mortalidade de 20%.

Mortalidade pela carne

E são várias as causas de morte induzidas pelo consumo excessivo de carnes vermelhas.

"Nosso estudo adiciona novas evidências dos riscos à saúde de se comer grandes quantidades de carne vermelha, o que já foi associado com diabetes tipo 2, doenças coronarianas, derrame e determinados cânceres em outros estudos," diz An Pan, coordenador do estudo.

Entre as causas específicas de morte, foi verificado um aumento no risco entre 18% e 21% para causas cardiovasculares, e entre 10% e 16% para a mortalidade por câncer.

Carne vegetal

As carnes vermelhas, especialmente as processadas, contêm ingredientes que têm sido sistematicamente associados com maior risco de doenças crônicas.

Esses ingredientes incluem gorduras saturadas, sódio, nitritos e determinados compostos carcinogênicos formados durante o preparo das carnes.

Uma alternativa mais saudável às carnes de vermelhas foi apresentada recentemente por cientistas alemães: uma carne vegetal, como a mesma textura e suculência da carne animal.

http://www.diariodasaude.com.br

sexta-feira, 23 de março de 2012

Ministério do Meio Ambiente Declara estado de emergência ambiental em Rondônia

Um Portaria publicada hoje no Diário Oficial da União, editada ontem pelo Ministério do Meio Ambiente, declara estado de emergência ambiental em Rondônia, a parti de 1º de abril até novembro de 2012.

Além de Rondônia foram incluídos nesse calendário emergencial os estados do Acre, sul do Amazonas, Distrito Federal; Goiás; Centro e Sul do Maranhão; região da Zona da Mata, Central, Triângulo Mineiro, Noroeste, Oeste e Sul/Sudeste de Minas Gerais; Mato Grosso; e Rio de Janeiro.

A norma, segundo a portaria é uma questão de proteção ambiental como bem de uso comum do povo, no sentido de evitar emissões de gás carbônico oriundo das queimadas. É nesse período que, nesses estados afetados pela medida, iniciam-se os períodos das queimadas e incêndios florestais. A Portaria, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é uma forma cumprir metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Mudanças do Clima no que concerne às reduções de emissões de gás carbônico oriundas de queimadas e incêndios florestais.

O Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental-PNAPA considerou a ameaça eminente de focos de queimadas e incêndios florestais que historicamente se manifestam na estação seca
como alto de alto risco ambiental. A Moção no 115, de 2010, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, de dezembro de 2010 recomenda o fortalecimento de uma política integrada de combate aos incêndios florestais.


Para isso, autorizou a contratação temporária de brigadistas por até 6 (seis) meses, para o atendimento de emergências ambientais relacionadas a incêndios florestais e queimadas, para atuar nesses estados. O Ibama poderá contratar até 2.520 brigadistas para atendimento de emergências ambientais em todas as unidades da federação. Outras regiões e estados brasileiros também estão no calendário emergencial ambiental elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente.

http://www.rondoniadinamica.com

Brasil perde oportunidade de vender créditos de carbono

REDD

O Brasil é o único país com condições de colocar em prática um programa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD).

Por este mecanismo, nações que reduzem o desmatamento poderiam vender créditos de carbono no mercado internacional.

Por conta disso, o governo brasileiro deveria apresentar diretrizes sobre o tema até a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20), que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

A análise foi feita por Paulo Moutinho, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

De acordo com Moutinho, embora a queima de combustíveis fósseis seja a principal responsável pelas emissões de gases-estufa, a forma mais rápida e barata de combater a mudança climática é deter o desmatamento de florestas, principalmente nas regiões tropicais do planeta.

"Mas isso não quer dizer que o esforço que Brasil e outras nações estão fazendo para conter a derrubada de árvores tenha de valer pouco", disse.

Efeito Saci-Pererê

O diretor do Ipam foi um dos idealizadores do conceito de "Redução Compensada de Emissões", que deu origem ao REDD. O argumento é que os países tropicais ajudam a estabilizar o clima do planeta por meio de suas florestas e, assim, os custos para mantê-las em pé devem ser divididos por todos.

A ideia foi apresentada pela primeira vez em 2003, durante a 9ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-9), na Itália. As discussões continuaram nas conferências seguintes. O conceito, que inicialmente focava o desmatamento evitado, passou a englobar ações como degradação florestal evitada, aumento de estoques de carbono e conservação florestal, sendo rebatizado como REDD+.

Mas, até hoje, o mecanismo não foi devidamente regulamentado em nenhum lugar do mundo e, por esse motivo, passou a sofrer o que Moutinho chama de "efeito Saci-Pererê": todo mundo já ouviu falar, mas ninguém viu.

"Se isso não ocorrer no Brasil, não vai acontecer em nenhum outro lugar do mundo. Vários elementos fazem do país o lugar ideal para colocar esse grande experimento em andamento", disse.

Emissões brasileiras de gases de efeito estufa

Segundo dados do Ipam, o Brasil está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa. Mais de 60% das emissões brasileiras são resultantes de mudanças de uso do solo e desmatamento. Indonésia e Congo seriam os dois outros países tropicais com "desmatamento a ser tratado", mas não têm as mesmas condições favoráveis do Brasil.

O país, de acordo com Moutinho, avançou muito ao criar a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) e estabelecer metas para a redução do desmatamento até 2020.

"Além disso, temos o Fundo Amazônia, um bom sistema de monitoramento, 185 bilhões de hectares de áreas protegidas - que abrigam 26 bilhões de toneladas de carbono, uma sociedade organizada, uma comunidade científica de excelência e uma governança crescente", disse.

Entre os obstáculos mencionados por Moutinho está o fato de que os grandes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não têm salvaguardas ambientais explícitas. Ele cita também a demanda crescente por commodities como bioetanol e soja, os assentamentos florestais e a flexibilização da legislação ambiental, que pode ocorrer se for aprovado o novo Código Florestal.

Proteger a floresta

O Estado do Acre, segundo Moutinho, possui o programa de REDD mais avançado do mundo. "Outros estados amazônicos e também do Sudeste, como São Paulo, têm feito esforços para reduzir suas emissões por desmatamento. Mas falta uma estratégia nacional", ressaltou.

Para o diretor do Ipam, se não houver uma legislação federal que articule as estratégias estaduais, a instabilidade afastará os investidores internacionais. "Se cada programa tiver uma lógica diferente e sua própria forma de calcular as emissões, o investidor não vai saber o que está comprando. Até a RIO+20 o governo teria de dar diretrizes mais claras do que ele quer realmente implantar em âmbito nacional", disse.

Regulamentar uma estratégia de REDD, de acordo com Moutinho, é a grande oportunidade de mudar a lógica de produção e estimular uma economia de baixo carbono. "Não precisa deixar de produzir. É possível aumentar a produtividade em áreas menores e ainda ganhar dinheiro pela floresta que ficou em pé", disse.

A princípio, seria possível colocar isso em prática mesmo sem auxílio internacional, contando com recursos de isenção fiscal e fundos de compensação ambiental. "Mas a remuneração externa é importante, pois o mundo tem de reconhecer o esforço do Brasil em proteger a floresta", disse Moutinho.

Karina Toledo - Agência Fapesp

Costa Rica poderia inspirar Brasil no setor ambiental, diz secretário

Enquanto o governo se gaba das credenciais ambientais do Brasil para sediar a conferência Rio +20, o czar da biodiversidade das Nações Unidas, o paulista Bráulio Dias, propõe humildade: o país deveria se inspirar na Costa Rica para resolver as contradições entre ambiente e desenvolvimentismo.

Dias deixou em fevereiro o posto de secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente para assumir a secretaria-executiva da Convenção da Diversidade Biológica da ONU, em Montreal.

De acordo com ele, a Costa Rica conseguiu triplicar o seu PIB e dobrar sua área de florestas mudando suas políticas. "Falta ao Brasil conseguir fazer essa virada."

Embora tenha evitado criticar diretamente políticas ambientais do governo Dilma, como a Medida Provisória que reduz sete parques na Amazônia para acomodar hidrelétricas, Dias afirma que "o fato de ser energia renovável não quer dizer que esteja sendo feito da maneira mais sustentável possível".

Segundo ele, o país tem condições de gerar energia sem mexer em suas florestas.

De passagem pelo Brasil na semana passada, Dias conversou com a Folha.

Folha - A Rio+20 não vai tratar de biodiversidade. É uma oportunidade perdida?
Bráulio Dias - Houve uma decisão, que eu entendo consciente, de que aqueles grandes temas ambientais que já têm fórum próprio, como a Convenção da Diversidade Biológica, não necessitariam de atenção especial nessa conferência. A convenção vem de um resultado bem-sucedido na última conferência, a COP-10 [em Nagoya, Japão, em 2010], em que foi aprovado um plano estratégico para 2011-2020 com 20 metas globais.

A agenda internacional de biodiversidade está dada. E conseguimos fechar o Protocolo de Nagoya sobre recursos genéticos, resultado do mandato da conferência de Johannesburgo, em 2002. É um exemplo de como uma conferência de caráter mais geral pode ter impacto numa agenda temática específica.

Qual é a previsão de entrada em vigor do protocolo?

Ele precisa de 50 ratificações. Hoje já temos três ratificações e 90 e poucos países que assinaram cartas de compromisso, o Brasil foi um dos primeiros. Mas os países precisam remeter isso a seus Congressos nacionais, o que pode demorar alguns anos.

A ideia é usar a Rio +20 para impulsionar a ratificação?

Isso, é uma chamada, uma pressão política.

De que jeito?

Através de declarações dos países e de uma menção no texto da conferência da necessidade de uma renovação do compromisso dos países pela ratificação do protocolo. E isso vários países estão colocando, o que é muito bom.

A COP-11, este ano, na Índia, vai tratar majoritariamente de dinheiro. Existe um risco de a discussão naufragar?

Existe, e essa é uma das minhas maiores preocupações como secretário-executivo. Em Nagoya, a discussão foi muito difícil, as delegações chegaram com muitas desconfianças, os europeus queriam garantir a necessidade de envolver o setor privado, aí os países da Alba [aliança liderada pela Venezuela] reagiram e houve um impasse.

Como o Brasil está nessa questão de dinheiro em relação a outros países do seu porte?

Gasta-se cerca de meio bilhão de reais por ano no Brasil em unidades de conservação em todos os níveis --União, Estados, municípios-- e estima-se que, para implementar eficazmente todas as unidades, seria necessário pelo menos o dobro. O Brasil ainda não definiu seu nível de compromisso porque estamos no meio da discussão da revisão da estratégia nacional de biodiversidade.

De que jeito a discussão do Código Florestal pode atrapalhar esse debate?

Há conflitos de interesse reais, que dificultam você chegar a uma estratégia nacional. Ouvimos setores desenvolvimentistas, lideranças mais dispostas a conversar, sabendo que a médio e longo prazo é preciso caminhar nessa direção, até mesmo para o sucesso do setor desenvolvimentista: você pode criar barreiras para a exportação dos produtos que degradem a natureza.

8O sr., como brasileiro que agora dirige um organismo internacional, tem sentido pressões em relação ao Código Florestal?*

Há preocupações em toda parte lá fora. O Brasil é vitrine nessa área. Se nos anos 1980 o Brasil só era olhado como vilão, mais recentemente é visto também como modelo para alcançar um desenvolvimento mais sustentável. Está todo mundo de olho para ver se não vai haver retrocessos.

O Brasil, no primeiro ano de governo Dilma, não criou nenhuma área protegida e baixou uma Medida Provisória determinando a redução de sete áreas na Amazônia para acomodar hidrelétricas. Como o sr. enxerga isso?

Não me cabe ficar comentando política interna de país nenhum. Obviamente nos preocupa toda essa dificuldade, esses embates no mundo inteiro entre interesses desenvolvimentistas de curto prazo e objetivos de sustentabilidade.

Existem alguns países que conseguiram fazer uma virada. A Costa Rica é um deles. Aconteceram avanços lá porque foram tomadas medidas não só na esfera ambiental mas num âmbito de políticas públicas em geral, especialmente em instrumentos econômicos. E a Costa Rica conseguiu praticamente dobrar sua área florestal. Ao mesmo tempo, a renda per capita do país triplicou.

O sr. está dizendo que o Brasil tem condições de gerar energia sem mexer em floresta?

Eu acredito que sim, que o Brasil tem condição de ampliar o fornecimento de energia, ampliar os esforços de desenvolvimento e ao mesmo tempo conseguir conservar o que ele tem de patrimônio natural. O que falta talvez ao Brasil é conseguir fazer essa virada, como na Costa Rica.

Do ponto de vista das metas de Nagoya, é inconsistente o Brasil reduzir áreas protegidas para fazer hidrelétricas?

Cada país tem de tomar suas decisões sobre matriz energética. O Brasil é tido como um dos países com matriz energética mais renovável entre as grandes economias porque usa mais hidrelétricas, lenha, biocombustível. Agora, o fato de ser energia renovável não quer dizer que esteja sendo feito da maneira mais sustentável possível.

http://www.topnews.com.br/noticias_ver.php?id=10347

Oceano poderá subir até mais de 20 metros no futuro



Ninguém sabe ao certo se as gerações futuras serão capazes de conter (e quanto) o aquecimento global. Mas um estudo da Universidade Rutgers, em Nova Jersey (EUA), faz uma afirmação alarmante: mesmo que a temperatura global não suba mais do que 2 graus Celsius no futuro, o nível dos mares deve se elevar entre 12 e 22 metros em relação a hoje.
As estimativas dos pesquisadores foram baseadas em uma abordagem diferente da maioria dos estudos desta área. Ao invés de fazer uma imprecisa projeção quanto ao futuro, os cientistas procuraram pontos de apoio no passado. Desta forma, tomaram como base um período entre 2,7 e 3,2 milhões de anos atrás, compreendido na época geológica do Piloceno.
Nestes 500 mil anos, os níveis de dióxido de carbono na atmosfera da Terra eram iguais aos de hoje, enquanto a temperatura estava 2 graus Celsius acima da atual. De lá para cá, a ampliação do nível dos oceanos foi equivalente ao derretimento de todo o gelo da Groenlândia, da porção oeste da Antártida e toda costa leste do continente gelado.
Se o padrão for verificado mais uma vez nos próximos milhares de anos, a elevação dos oceanos deverá afetar no mínimo 70% da população mundial. As gerações mais próximas no futuro ainda não sentirão estes impactos, mas o final do século XXI já deve reservar um aumento de 1 metro na altura dos oceanos. Ainda é necessário, portanto, esperar mais um pouco para ver se as projeções se confirmam. [Science Daily]

http://hypescience.com

Sapatos ganharão selo verde

Conheça melhor o conceito do sapato sustentável - ideia que surgiu da equipe da pesquisadora e professora da USP, Tereza Cristina Carvalho.

Você já pensou sobre o destino final do sapato que está usando neste momento? "O brasileiro tem o hábito de doar os sapatos que não usa mais, mas ao fim do ciclo de vida, ele acaba indo para o aterro sanitário", conta a professora e pesquisadora da USP, Tereza Cristina Carvalho. Então, o acessório fica anos e anos em decomposição, fazendo ainda mais volume em um local que já está saturado.

Pensando nisso, a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e o Laboratório de Sustentabilidade da Escola Politécnica da USP desenvolveram um selo verde. E a ideia é que em futuro bem próximo ele estampe boa parte dos calçados. A presença dele garantirá que a produção do acessório gastou menos energia que a versão convencional; que os materiais que o compõem não são tóxicos; e que se decompõem mais rápido.

Os pesquisadores esperam que a criação do selo torne o sapato brasileiro competitivo no mercado internacional, especialmente na Europa, onde as pessoas já dão preferência ao consumo de produtos sustentáveis. "Também queremos que o Brasil, cada vez mais, assuma a liderança de práticas sustentáveis", diz Tereza.

Computadores verdes serviram de exemplo

A ideia de criar um selo para sapatos veio do exemplo ocorrido com computadores. A equipe de Tereza desenvolveu, em 2008, o selo verde para computadores. Ele identifica que a máquina é livre de substâncias tóxicas, como chumbo. Por isso, quando descartada, não contamina a natureza. E ainda é mais eficiente energeticamente, reduzindo o consumo de energia elétrica. "Hoje, as compras centralizadas de computadores da USP e de alguns órgãos do governo são prioritariamente voltadas para soluções verdes", acrescenta a pesquisadora.

O que é um sapato sustentável

O conceito de sapato sustentável é bem amplo. Por exemplo, há sapatos que são fabricados por processos ecologicamente corretos, chamados de Eco Shoes. Outros se decompõem mais rápido, virando adubo em até cinco anos - esses são os chamados biodegradáveis. O selo virá para padronizar os conceitos de sustentabilidade em calçados e será dado aos que unem várias propostas ao mesmo tempo.

Que sapatos poderão ganhar o selo?

O selo verde começará a ser concedido ao fim do primeiro semestre de 2012, aos sapatos que sigam aspectos econômicos, sociais, ambientais e culturais em sua etapa de produção. Veja só:

Econômico: durante a produção, os fabricantes deverão se atentar à economia de água e energia, assim como ao fim do desperdício de produtos.

Ambiental: para ganhar o selo, o sapato não poderá ter em sua composição o uso de substâncias tóxicas.

Social: empresas produtoras de sapatos deverão oferecer a seus funcionários boas condições de trabalho, com salários compatíveis com suas funções, segurança e, claro, não ter mão de obra infantil.

Cultural: a empresa também deverá influenciar positivamente as comunidades próximas, com ações e iniciativas à favor da comunidade e do meio ambiente.

Por enquanto, para que todos esses pilares sejam alcançados, os fabricantes terão um gasto de 20 a 25% maior do que indústrias que não seguem essas diretrizes. "Isso pela falta de demanda e inovações tecnológicas introduzidas nos processos produtivos", diz Tereza.

http://mdemulher.abril.com.br

Etanol de arroz cria alternativa de biocombustível e pode melhorar preço para produtores no RS

Duas empresas de agroindústria no Rio Grande do Sul, localizadas em São Borja (oeste do estado) e em Camaquã (no leste, próxima à Lagoa dos Patos), começam a produzir etanol do arroz, em escala experimental (ainda não comercial).

A perspectiva é criar uma alternativa para a produção do combustível e no futuro ter mais uma destinação para o arroz não consumido como alimento (grãos quebrados, de tipo 3 e tipo 4), explica o engenheiro agrônomo Valdecir José Zonin, especialista em biocombustível da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul e doutorando em agronegócio na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ele avalia que o aproveitamento de pequena parte da produção do arroz para o etanol diminuirá acúmulo de estoque e poderá aumentar o preço do produto. “Se consumir 500 mil toneladas por ano, temos o suficiente para mexer com a estrutura do mercado. Isso interessa aos produtores porque vai equalizar os preços”. A produção anual de arroz no Rio Grande do Sul é em torno de 7,5 milhões de toneladas. “Esse é um mercado que se agrega. A produção de etanol do arroz não pode ser prioritária, mas complementar”, disse Zonin à Agência Brasil.

Segundo o agrônomo, o arroz tem uma produtividade para etanol que pode se equivaler ao rendimento da cana de açúcar, e é superior a do sorgo e do trigo – 420 litros de etanol por tonelada de arroz, contra 400 litros de etanol por tonelada de trigo como produzido na Rússia, Canadá e Inglaterra. Em volume de litros, a capacidade de produção de etanol com arroz é o dobro da capacidade de produção de biodiesel com soja.

Apesar do potencial, a produção em escala comercial de etanol de arroz ainda não tem previsão. A legislação brasileira apenas regula o uso do etanol extraído da cana.

A Embrapa Clima Temperado, com sede em Pelotas (RS), está desenvolvendo um grão propício para a produção de etanol, com o dobro do tamanho da média. A nova linhagem de arroz, apelidada como gigante, foi apresentada na abertura oficial da colheita deste ano (fevereiro) e poderá chegar ao mercado em 2013 ou 2014.

Além de maior no tamanho, a produção também é mais volumosa. A média nacional é 7,5 toneladas de arroz por hectare e a produção do arroz gigante é 14 toneladas por hectare.

Além do experimento do uso do arroz para produção do etanol, a agricultura gaúcha fornece casca do arroz colhido para alimentar duas usinas termoelétricas do estado (em São Borja e em Itaqui). A casca queimada gera calor que produz vapor e que movimenta turbinas, cujo mecanismo converte energia mecânica em energia elétrica.

(Fonte: Gilberto Costa/ Agência Brasil)

LIXO: Rejeitado aqui, cobiçado lá fora

Enquanto reciclagem patina no Rio, países da Europa reaproveitam até 79% das embalagens.


RIO - Se a reciclagem não deslancha no Rio, o panorama é bem diferente na Europa, onde há sistemas que funcionam com eficiência há mais de 20 anos. Dados do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) mostram que a média de reciclagem de embalagens de papel, plástico, alumínio, vidro, madeira e metal nos 12 países mais populosos do bloco chegou a 60% em 2009 — última parcial divulgada.


A Bélgica lidera o ranking, gerando 1,64 milhão de toneladas dessas embalagens e reciclando 1,29 milhão, um aproveitamento de 79,07%. Holanda (74,86%), Alemanha (73,43%), República Tcheca (68,83%) e Itália (63,97%) completam a lista dos mais eficientes. Na outra ponta, Grécia (43,82%) e Romênia (40,47%) apresentam percentuais mais baixos.

A maior economia do mundo também atinge bons percentuais. Os Estados Unidos recuperaram 46,3% de suas embalagens em 2010, segundo dados da Agência de Proteção Ambiental. O país produz, anualmente, 200 milhões de toneladas de lixo (três vezes mais que o Brasil). As embalagens representam cerca de metade do volume total de resíduos. No Canadá, o retorno das embalagens é semelhante: 47%.

Portugal conseguiu erradicar lixões

Na Europa, a Alemanha foi a pioneira na implantação de um modelo de reaproveitamento de resíduos. Em 1972, foi editada a primeira lei, estabelecendo o monitoramento do lixo. Vinte anos depois, saía a ordenação sobre embalagens, as bases de um sistema chamado "Ponto Verde". O comércio foi obrigado a estimular os consumidores a utilizarem sistemas de recolhimento de embalagens. Os custos são pagos através da indústria e do comércio e transferidos para os preços.

Já Portugal vivia, em 1996, uma situação semelhante à do Estado do Rio: cada município contava com lixões a céu aberto (eram 341 ao todo) e não havia um sistema de coleta seletiva estruturado. Investimentos maciços da União Europeia e do governo português — de 1997 a 2006 foi aplicado 1,6 bilhão de euros — foram decisivos para mudar o panorama. O país erradicou os lixões e cumpre as metas estabelecidas pelo Parlamento Europeu.

http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=116732

BID concede R$ 824,5 milhões para a despoluição da Baía de Guanabara

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) concedeu nesta terça-feira (20) ao governo do Rio de Janeiro um empréstimo de R$ 824,5 milhões destinado à recuperação ambiental da Baía de Guanabara.

O contrato de concessão foi oficializado na presença do governador Sergio Cabral e do presidente do BID, Luis Alberto Moreno, em Montevidéu, no Uruguai, como parte de um programa de saneamento destinado a ampliar os serviços de canalização e tratamento dos esgotos urbanos e industriais que desembocam na baía.

Com isso, segundo o governo do estado, 80% da população fluminense seria beneficiada até 2016. Além do valor cedido pelo BID, o governo do Rio deve entrar com contrapartida de R$ 328 milhões designados, o que totaliza um investimento de R$ 1,1 bilhão, informou o governador Sérgio Cabral.

Orçadas inicialmente em US$ 793 milhões, as obras do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), que começaram em 1994, sofreram sucessivas paralisações. De acordo com a Secretaria estadual do Ambiente (SEA), cerca de R$ 2 bilhões já foram gastos no PDBG.

(Fonte: Globo Natureza)

Caramujos Africanos preocupam setor de saúde de Manaus/AM

O clima úmido típico de Manaus que aumenta a infestação de caramujos africanos preocupa o setor de saúde da capital amazonense há 18 anos. O órgão ambiental da capital registrou 110 denúncias da presença do animal este ano e com o período chuvoso a tendência é que a invasão do molusco aumente. A praga urbana transmite doenças e a contaminação pode ocorrer ao ingerir alimentos em que o caramujo teve contato.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) atendeu a 74 registros da presença do molusco este ano e as zonas Norte e Leste da capital são as mais atingidas devido a ocupação irregular à margem de igarapés, grande incidência de terrenos sem limpeza e o acúmulos de resíduos que propiciam a proliferação.

O órgão ambiental chegou a coletar e incinerar os animais em 2005 mas, segundo informações da secretaria, o procedimento se tornou caro e ineficiente e a campanha educativa tomou o lugar do método de prevenção seguro. Denúncias de presença do animal podem ser feitas através da Linha Verde da Semmas (08000-92-2000) ou pelo telefone da Gerência de Educação Ambiental (3236-6712).

A iniciativa objetiva erradicar a infestação. “É importante salientar que o nosso trabalho é educativo e visa sensibilizar as pessoas para a responsabilidade de cada uma manter seus terrenos limpos, sem acúmulo de entulho nem restos de comida, e seguirem os seis passos para a erradicação da praga”, afirmou Manoel Oliveira, técnico em Educação Ambiental da Semmas.

Proprietários de terrenos abandonados que possuam foco do molusco podem ser notificados e serem multados em até 50 UFMs (Unidades Fiscais do Município), cerca de R$ 3,5 mil. Segundo a secretaria, é preciso saber diferenciar e identificar o caramujo africano, proteger a mão com plástico e colocar o animal em um saco, esmagá-los com uma pedra, colocar sal ou cal e encaminhar para a lixeira de coleta.

Segundo Manoel Oliveira, o caramujo africano não libera substância venenosa. “A proteção da mão é para evitar o contato com a mucosa do animal que pode hospedar vermes e parasitas causadores de doenças”, explicou.

(Fonte: Girlene Medeiros/G1)

Uso de água em irrigação e indústria é computado em detalhes inéditos

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou na noite de terça-feira (20) uma enorme base de dados sobre o uso de água na agricultura irrigada e na indústria no Brasil. Os dados, ainda não disponíveis para acesso público, devem ajudar a aperfeiçoar a gestão dos recursos hídricos e a prever o aumento do consumo de água, segundo o MMA.

Intitulado “Matriz de Coeficientes Técnicos para Recursos Hídricos no Brasil”, o estudo foi encomendado pelo MMA em 2009 e conduzido pela Fundação Arthur Bernardes, com financiamento da Fundação Banco do Brasil.

Ele mapeia o gasto de água por atividade econômica e região brasileira, com detalhes inéditos. É possível saber, por exemplo, a quantidade de água usada em usinas siderúrgicas ou o consumo na irrigação de algodão em um determinado estado ou município. A análise não inclui informações de empresas específicas, porque faltam dados com este nível de detalhamento nos sistemas de informação oficiais, segundo os pesquisadores.

O uso hídrico é avaliado de acordo com três coeficientes: de retirada, referente à quantidade de água captada; de consumo, igual ao volume incorporado no produto; e de efluente, igual à porção devolvida para o meio ambiente.

Atividades – A matriz de coeficientes analisou “as atividades econômicas mais representativas do setor industrial brasileiro”. Para isso, adotou como critério as áreas que representam 90% das receitas líquidas do Brasil, conforme dados do IBGE. Também foram usados dados de associações, empresas e publicações científicas.

A fabricação de papel cartolina e papel cartão, por exemplo, retira de 10 a 46 m³ de água para cada tonelada de papel produzida, sendo que a maior parte é efluente. Já a produção de biocombustíveis retira e consume 2 m³ por tonelada de cana processada, sem gerar efluente, segundo amostra de dados divulgada pelo MMA.
Para a análise do uso da água na agricultura, a matriz usou dados do Censo Agropecuário de 2006, do IBGE e obteve o cálculo da área irrigada por cultura e por município. No total, 59 culturas irrigadas fazem parte do banco de dados, como algodão, café, cana, feijão, laranja, trigo e soja. Todos os mais de 5,5 mil municípios foram incluídos, além de regiões hidrográficas.

O MMA estuda complementar a matriz sobre a indústria e agricultura irrigada com dados de saneamento. Além disso, a pasta estuda como disponibilizar os dados para o público, por exemplo, através de uma ferramenta de consulta na internet.

(Fonte: Amanda Rossi/ Globo Natureza)

SOS Mata Atlântica avalia rios brasileiros como ‘ruins’ ou ‘regulares’

A organização não-governamental SOS Mata Atlântica avaliou a qualidade da água de 49 rios, córregos, ribeirões, represas, lagos e açudes do país e classificou 25% como “ruim” e 75% como “regular”. Nenhum dos corpos de água avaliados recebeu a classificação “bom” ou “ótimo”. As análises seguem padrões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e foram realizadas em 11 estados brasileiros entre janeiro de 2011 e março de 2012.

“O resultado é um alerta para autoridades e também para a população, para que haja uma mudança de comportamento e a adoção de atitudes capazes de reverter este quadro. A tendência da situação da água no mundo é de agravamento dos problemas, sobretudo pelo crescimento das cidades e pelo mau uso deste recurso”, diz Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas, da SOS Mata Atlântica.

Entre os critérios analisados estão a presença de espuma e lixo, existência de peixes, larvas, vermes e características como temperatura, turbidez, odor e contaminação por coliformes. Os 49 “corpos de água” estão localizados em cidades visitadas por projetos da organização e sofrem maior influência de esgoto e lixo. Mas, segundo Malu Ribeiro, a qualidade da água dos rios na zona rural também é crítica.

“Infelizmente, nas zonas rurais a situação também é crítica, devido ao uso intenso de agrotóxico e fertilizantes em algumas culturas, além do desmatamento de matas ciliares e áreas de proteção permanente”, afirma. “Todas as grandes cidades dependem da preservação de matas em torno dos corpos de água”.

Análise – Esta é a segunda edição da análise da qualidade da água dos rios feita pela SOS Mata Atlântica. Entre maio de 2009 a dezembro de 2010, a organização avaliou 75 cursos de água e também não constatou nenhum caso “bom” ou “ótimo”. No entanto, no levantamento anterior três rios foram considerados “péssimos” – categoria não encontrada na última pesquisa, que analisou menos corpos de água.

Alguns dos rios que fizeram parte da primeira edição foram reavaliados no segundo levantamento. Dos 19 casos, 12 não mudaram de categoria, 5 melhoraram e dois pioraram. O destaque da melhora foi o Rio Passo dos Índios, em Chapecó, que passou que péssimo para regular.

Na última rodada de análises, a melhor qualidade de água foi verificada na Bica da Marina, em Angra dos Reis (RJ). A pior ocorreu no Rio Criciúma, na cidade de mesmo nome, em Santa Catarina.

(Fonte: Amanda Rossi/ Globo Natureza)

Plano de recursos hídricos tem 22 prioridades

O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) acaba de passar por uma atualização que estabeleceu pontos prioritários a serem alcançados entre 2012 e 2015. De um total de 155 ações previstas, 22 foram eleitas para serem foco de maior atenção por parte das comunidades e gestores públicos. Entre as metas, estão a recuperação e conservação das bacias hidrográficas e a gestão compartilhada de rios fronteiriços, por exemplo. A escolha das prioridades ocorreu com ampla participação popular.

O lançamento do PNRH revisto pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi uma das atividades que marcam a comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado nesta quinta-feira (22). De acordo com a Resolução 58 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), o PNRH deve passar por revisão a cada quatro anos. A atualização, englobando 2012 a 2015, é a primeira desde a sua criação, em 2006.

O documento representa um avanço para o Brasil, pois cumpre a Meta 26 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, conferência realizada em 2002 em Joanesburgo, África do Sul. O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Nabil Georges Banduki, afirmou que o PNRH será um dos aspectos positivos em sua política ambiental que o Brasil apresentará durante a Rio+20, cúpula sobre desenvolvimento sustentável que acontece na capital carioca de 13 a 22 de junho deste ano.

Nova realidade ” O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Abreu, chama a atenção para as conquistas obtidas depois de Joanesburgo. “Naquela época, o Brasil era visto como um país que precisava de assistência” disse. Em dez anos, essa realidade se alterou profundamente e nosso país se apresenta como referência na gestão de recursos hídricos”.

Uma das ações de recuperação de bacia hidrográfica está em andamento no Distrito Federal: a preservação do espelho d’água do Lago Paranoá, De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF, Eduardo Brandão, a região do Cerrado, onde está situada a capital federal, é considerada berço das águas do Brasil. Das 12 bacias que abastecem o país, dez ficam na área deste bioma.

(Fonte: Mariana Branco/ MMA)

Em 30 anos Brasil pode ter problema de abastecimento de água

Se o consumo de água continuar no ritmo atual, em 30 anos o Brasil terá problemas sérios de abastecimento, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste. O alerta às vésperas do Dia Mundial da Água, celebrado nesta quinta-feira (22), é do professor e presidente do Instituto Internacional de Ecologia (IEE), José Galizia Tundisi. “Em algumas cidades já há uso competitivo da água a ponto de abastecimento público e produção de alimentos concorrerem pelo recurso.”

Segundo Tundisi, apesar de o Brasil ter 12% da água doce do mundo, a crescente demanda provoca aumento da poluição de rios, lagos e represas e pressiona fortemente os recursos hídricos. Ele salienta que a água está distribuída de forma desigual pelo País. Regiões como São Paulo, por exemplo, têm acúmulo de população e pouca reserva de água. Já no Amazonas, ocorre o inverso. Além disso, há a questão da exploração dos aquíferos, pois muitos não são bem explorados.

Para Tundisi com o aumento da pressão sobre os recursos hídricos, a resposta da natureza será mais lenta, provocando em determinados períodos escassez. “Tudo na água se resume a uma relação de disponibilidade e demanda. Se continuarmos utilizando acima da disponibilidade, as reservas vão diminuir e coloraremos o abastecimento em risco.”

Se no caso das águas superficiais a situação é complicada, a área de aquíferos também precisa de mais cautela. O professor critica o modo como as águas subterrâneas estão sendo exploradas no País. “Aquíferos estão sendo utilizados de forma indiscriminada, a recuperação não está acompanhando a demanda. Os recursos subterrâneos deveriam estar protegidos para serem utilizados como reservas para o futuro.” Ele lembra que, para piorar, a retirada de cobertura vegetal e impermeabilização dos solos, prejudicam a recarga e o ciclo natural demora mais que o normal.

Para Tundisi, falta ao País uma cultura de gestão de água integrada e nacional. Ele afirma que isso ocorre de forma setorial, com políticas locais, enquanto deveria ser nacional e integrada. “Existem boas iniciativas no Brasil, mas são todas pontuais e localizadas. Se fossem mais amplas, teríamos resultados mais efetivos.”

O especialista defende a gestão por bacia hidrográfica, respeitando as características específicas de cada uma e da região em que estão. “É preciso entender como cada bacia funciona, relacionar disponibilidade e demanda, analisar fontes de poluição, ter um banco de dados regional. Assim é possível fazer uma gestão sistêmica da água.” Segundo Tundisi, já existem comitês de bacias, mas eles ainda estão em fase de implantação. “Já está tudo mapeado, mas aqui as coisas são lentas.”

O especialista diz ser necessário mudar a visão mais imediatista dos governantes por uma que contenha uma estratégia de futuro. O professor adverte que o modelo atual de gestão do meio ambiente está relacionado a um tipo de economia, na qual o capital natural não está inserido. “Amazônia tem um grande potencial hidrelétrico, mas não adianta encher a região de usinas. Isso significa que estamos trocando evolução natural por economia. Precisa haver um equilíbrio, pois os efeitos podem ser irreversíveis. O capital natural é algo explorável, mas dentro de limites.”

(Fonte: Portal Terra)

sábado, 17 de março de 2012

Vídeo mostra o que está por trás da reforma do Código Florestal

“De onde vem a força do agronegócio?” mostra, de maneira didática, quem ganha e quem perde na estruturação e financiamento do agronegócio brasileiro. O vídeo foi lançado na quarta-feira (29/2) durante café-da-manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados.

Baseado em análise das pesquisadoras Regina Araujo, doutora em geografia pela universidade de São Paulo, e Paula Watson, também formada em geografia pela USP, o vídeo é a expressão gráfica da análise textual.

Texto e vídeo mostram que o Brasil é o segundo maior exportador individual de produtos agrícolas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, ambos com a produção apoiada na monocultura “Nossas leis ambientais estão em construção desde a década de 1930, e até agora não provocaram nenhum impedimento ao espantoso crescimento do agronegócio”, lembram as pesquisadoras.

“Grandes agricultores querem fazer a sociedade crer que a produção agrícola brasileira, entre as potências agrícolas, fazem do agronegócio o porto- seguro da economia brasileira. No entanto nosso modelo agrícola não é ambientalmente sustentável, não favorece a sociedade, a agricultura familiar e colocará em risco grande parte da biodiversidade , risco que hoje é controlado pela legislação ambiental brasileira. Daí o interesse em alterar o Código Florestal e favorecer ainda mais o grande agricultor”, mostra a animação.

A disseminação do vídeo ao maior número de pessoas tornará possível a reflexão e maior compreensão sobre o que está em jogo na reforma do Código Florestal Brasileiro e porque essa reforma é tão prejudicial à sociedade como um todo.

Ajude-nos a divulgar o vídeo por meio de blogs, link em seus perfis das redes sociais, ou mesmo conversando sobre o assunto em casa, no trabalho e com amigos.



Fonte: WWF-Brasil

Brasil é apenas o 25° em ranking de tecnologias limpas

Índice de inovação global em tecnologias de baixo carbono reconhece que o país possui uma cultura empreendedora e um histórico de liderança em biocombustíveis, mas falha ao não investir o suficiente em pesquisa e desenvolvimento.

O Brasil, com seu grande mercado interno, criatividade e recursos naturais, tinha tudo para ser uma das potências no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, mas não é.

Isto fica claro com o primeiro Índice Global de Inovação em Tecnologias Limpas 2012 (Coming Clean: The Global CleantechInnovation Index 2012), produzido pelo WWF e pelo CleantechGroup, que classificou 38 países de acordo com 15 indicadores relacionados com a criação, comercialização e incentivos para empresas de novas tecnologias de baixo carbono.

A Dinamarca aparece em primeiro lugar no ranking, seguida por Israel, Suécia e Finlândia. Estes países, apesar de suas pequenas economias, são fontes de grande parte da criação de novas formas de gerar energia e possuem centros de pesquisa que se destacam no cenário mundial.

“A macroeconomia global está se transformando; dar suporte para empreendedores e possibilitar o crescimento de empresas com soluções inovadoras de tecnologias limpas será um importante fator para o crescimento dos países e de sua competitividade no mercado internacional”, afirmou Richard Youngman, diretor do CleantechGroup para a Europa e Ásia.

O Brasil ficou apenas em 25º no ranking, pontuando alto em indicadores como ‘Motivadores Gerais de Inovação’ e ‘Evidência de Comercialização’, porém com uma nota extremamente baixa em ‘Evidência de Inovações Emergentes’, retrato da falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento.

O relatório afirma que o Brasil possui um histórico repleto de políticas de incentivo às fontes renováveis, principalmente aos biocombustíveis. Entretanto, nos últimos anos, o país perdeu espaço para outras nações e atualmente não é mais o detentor das tecnologias mais modernas nem da produção de etanol.

Para o futuro, o documento aponta que o Brasil tem tudo para se tornar um dos líderes mundiais em inovação, dada a nossa cultura empreendedora, o recente crescimento econômico e a grande riqueza de recursos, mas precisa começar a investir desde agora.

“OBrasil possui um enorme potencial, porém o governo deve fornecer condições que facilitem a criação e manutenção de novas empresas e investir mais em pesquisa e desenvolvimento”, afirma o relatório.

“A grande maioria do capital necessário para a transição para um futuro de baixo carbono virá de uma variedade de fontes privadas. Desenvolver e fortalecer o financiamento público-privado para as tecnologias limpas é fundamental para que os países experimentem o sucesso econômico da inovação”, explicou Samantha Smith, líder da Iniciativa de Energia e Clima Global do WWF

Os Estados Unidos aparecem em quinto no ranking, mas em termos absolutos é atualmente o melhor lugar para se investir em inovações. De acordo com o relatório, o país apresenta o maior orçamento para pesquisa e desenvolvimento do planeta, assim como o maior número de empresas e de investidores no setor de tecnologias limpas.

Outra região que ganha destaque é a da Ásia-Pacífico, principalmente pelo grande interesse da Índia e da China por todo o tipo de geração de energia.

Os países ocupam respectivamente o 12º e 13º lugares no ranking, sendo que a China já é responsável por boa parte das instalações de manufatura de equipamentos para as tecnologias renováveis e a Índia apresenta grandes investimentos em educação e planos sólidos com metas para a geração de fontes limpas de energia.

“O índice mostra que muitos países estão no caminho certo, porém ainda há muito mais a ser feito para que possamos lidar com as mudanças climáticas e para alcançarmos um futuro global 100% renovável”, conclui Samantha.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=729820