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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O valor da sociobiodiversidade

A importância da cadeia produtiva do açaí para o Arquipélago do Marajó (PA), da piaçava para a microrregião do Rio Negro (AM) e dos frutos do cerrado para o norte de Minas Gerais (MG) e as técnicas de fomento dessas cadeias estão sendo discutidos até a próxima sexta-feira (31), na capacitação Promoção de Cadeias de Valor, no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Esses produtos, resultado da sociobiodiversidade local, movimentam a economia e garantem a geração de emprego e renda, sendo conhecidos como Arranjos Produtivos Locais (APLs) da sociobiodiversidade. O objetivo da capacitação é apresentar as metodologias de fomento às cadeias de valor, com enfoque na sociobiodiversidade e integrar equipes interdisciplinares para desenhar e implantar os processos de incentivo à produção local. Participam do encontro representantes dos governos estaduais, organizações não governamentais e sociedade civil. A meta é formar cerca de 30 profissionais, que atuarão na organização e apoio às cadeias nos respectivos estados. Em debate - Ao todo serão discutidos dez APLs da sociobiodiversidade: piaçava na microrregião do Rio Negro (AM), frutos da caatinga no semiárido baiano, piaçava no baixo sul baiano babaçu e pequi na mesorregião do sul cearense, açaí e andiroba no Arquipélago do Marajó (PA), castanha e óleos vegetais de andiroba e copaíba na microrregião de Óbidos (PA), castanha e óleo de copaíba na região da BR 163 (PA), buriti no Piauí, babaçu na microrregião do médio Mearim (MA) e frutos do cerrado no norte de Minas Gerais. Durante o encontro serão apresentadas as estratégias de promoção de Arranjos Produtivos Locais (APLs), cadeias de valor da sociobiodiversidade, perspectivas de desenvolvimento sustentável e selecionadas algumas novas possibilidades de cadeias de valor. Além disso, serão determinadas estratégias de fomento das cadeias produtivas, desenhados projetos de melhoria das cadeias, com uma apresentação de indicadores de impacto e monitoramento. O treinamento faz parte das ações do Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), juntamente com a Cooperação Técnica Alemã no Brasil (GIZ). No encontro será usada a Metodologia Value Links, técnica comum para o mapeamento das cadeias de valor de produtos de origem animal e vegetal. (Fonte: Sophia Gebrim/ MMA)

Brasileira recebe prêmio de pesquisador que deu nome ao bóson de Higgs

A estudante de doutorado brasileira Flavia de Almeida Dias, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), ganhou o prêmio de melhor trabalho em física experimental de altas energias apresentado no 69th Scottish Universities Summer School in Physics, na Escócia, no último dia 22. A escolha da melhor apresentação foi feita por uma comissão formada por diversos especialistas da área, dentre eles Peter Higgs, um dos pesquisadores que conceberam a existência do famoso bóson de Higgs, recém descoberto pelos experimentos do Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra. Dias recebeu o prêmio das mãos do próprio Peter Higgs. “Fiquei muito honrada em ter sido escolhida para o prêmio de melhor trabalho em física experimental apresentado na escola, devido à ótima qualidade de todos os trabalhos expostos”, afirmou. Ela trabalha junto ao experimento LHC (Large Hadron Collider), o acelerador de partículas gigante que também já foi chamado de “máquina do Big Bang”. A pesquisa resultou, recentemente, no que os cientistas vêm considerando a prova da existência do bóson de Higgs. Apelidado de “a partícula de Deus”, o bóson de Higgs é considerado uma das matérias-primas básicas da criação do Universo. Ele teria sido responsável por transferir massa a todas as partículas que existem hoje, segundo uma teoria chamada Modelo Padrão. (Fonte: UOL)

Cientistas alertam para consequência de degelo recorde no Ártico

O Ártico perdeu mais gelo marinho neste ano do que em qualquer outro período desde que registros por satélite começaram a ser feitos, em 1979, segundo a Nasa (a agência espacial americana). Cientistas que calculam as perdas afirmam que isso é parte de uma mudança fundamental. Além disso, o gelo marinho geralmente atinge seu ponto mais baixo em setembro, então acredita-se que o derretimento deste ano vá continuar. Segundo a Nasa, a extensão de gelo marinho caiu de 4,17 milhões de km² em 18 de setembro de 2007 para 4,10 milhões de km² em 26 de agosto de 2012. A cobertura de gelo marinho aumenta durante o frio dos invernos no Ártico e encolhe quando as temperaturas voltam a subir. Mas, nas últimas três décadas, satélites observaram um declínio de 13% por década no período de verão. A espessura do gelo marinho também vem diminuindo. Sendo assim, no total o volume de gelo caiu muito – apesar de as estimativas sobre os números reais variarem. Joey Comiso, o principal pesquisador no Goddard Space Flight Center da Nasa, disse que o recuo deste ano foi causado pelo fato do calor de anos anteriores ter reduzido o gelo perene – que é mais resistente ao derretimento. ‘Diferentemente de 2007, as temperaturas altas no Ártico neste verão não foram fora do comum. Mas nós estamos perdendo o componente espesso da cobertura de gelo’, disse Comiso. ‘Assim, o gelo no verão fica muito vulnerável.’ ‘Morte inevitável’ – Segundo Walt Meier, do National Snow and Ice Data Center, que colabora nas medições da cobertura de gelo, ‘no contexto do que aconteceu nos últimos anos e ao longo dos registros de satélite, isso é um indicativo de que a cobertura de gelo marinho do Ártico está mudando fundamentalmente’. O professor Peter Wadhams, da Universidade de Cambridge, disse à BBC que ‘diversos cientistas que trabalham com medição de gelo marinho previram alguns anos atrás que o recuo iria se acelerar e que o verão Ártico se tornaria livre de gelo em 2015 ou 2016′. A previsão, na época considerada alarmista, agora está se tornando realidade, diz ele. E o gelo ficou tão fino que irá inevitavelmente desaparecer. ‘Medições de submarinos mostraram que (a região) perdeu pelo menos 40% de sua espessura desde os anos 1980. Isso significa uma inevitável morte para a cobertura de gelo, porque o recuo de verão é agora acelerado pelo fato de que enormes áreas de água aberta permitem que tempestades gerem grandes ondas, as quais quebram o gelo restante e aceleram seu derretimento’, afirmou. ‘As implicações são graves: a maior área de água aberta reduz o albedo médio (refletividade) do planeta, acelerando o aquecimento global; e nós também estamos vendo a água aberta causar derretimento do permafrost (solo composto por terra, gelo e rochas congelados), liberando grandes quantidades de metano, um poderoso gás causador do efeito estufa’, disse. Ameaças e oportunidades – As opiniões variam sobre a data da morte do gelo marinho de verão, mas as notícias mais recentes causam pessimismo. Um recente estudo da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, usou técnicas estatísticas e computadores para estimar que entre 5% e 30% da perda recente de gelo se deve à Oscilação Multidecadal do Atlântico – um ciclo natural do clima que se repete entre cada 65 e 80 anos. Está em uma fase quente desde meados dos anos 1970. Mas o restante do aquecimento, estima o estudo, é causado pela atividade humana – poluição e desmatamento de florestas. Se o gelo continuar a desaparecer no verão, haverá oportunidades, assim como ameaças. Alguns navios já estão economizando tempo ao navegar por uma rota antes intransitável ao norte da Rússia. Companhias de petróleo, gás e mineração estão brigando para explorar o Ártico – apesar de sofrerem forte oposição de ambientalistas. O Greenpeace tem protestado contra exploração pela gigante russa Gazprom. Entre as muitas ameaças, o aquecimento é ruim para a vida selvagem do Ártico. Graças à influência do gelo marinho nas correntes de jato, as mudanças podem afetar o clima na Grã-Bretanha. As mudanças – caso ocorram – poderiam abrir depósitos congelados de metano que iriam aquecer ainda mais o planeta. Oceanos mais quentes podem levar a um maior derretimento da cobertura de gelo da Groenlândia, o que contribuiria para a elevação do nível do mar e para mudanças na salinidade do mar, que por sua vez poderiam alterar as correntes oceânicas que ajudam a controlar nosso clima. (Fonte: G1)

EUA aprovam comprimido único contra HIV

Stribild A FDA, agência responsável pelo controle de medicamentos e alimentos nos EUA, aprovou uma nova pílula única para tratamentos de AIDS. A pílula, que será vendida com o nome comercial de Stribild, reúne quatro remédios capazes de combater os sintomas da doença. O comprimido precisa ser tomado uma única vez ao dia, sendo indicado para pacientes adultos que estão iniciando o tratamento. Assim como o chamado "coquetel anti-AIDS", composto por uma série de comprimidos, o comprimido único é apenas um tratamento contra os sintomas da AIDS. A doença ainda não tem cura. Comprimido único para AIDS O comprimido único para tratamento da AIDS contém duas drogas já aprovadas anteriormente para comercialização, a emtricitabina e o tenofovir, já vendidas combinadas em um comprimido chamado Truvada. O Stribild inclui ainda dois novos medicamentos: elvitegravir e cobicistate. A primeira interfere no funcionamento de uma das enzimas que o HIV usa para se multiplicar. A segunda é um reforço para prolongar esse efeito. A fabricante do comprimido único, a Gilead, já comercializa dois outros medicamentos combinados, cujos comprimidos contêm três drogas cada um. Eles são vendidos com os nomes de Atripla e Complera. Segundo a empresa, entre 88% e 90% dos pacientes que tomaram a Stribild ficaram com níveis indetectáveis de HIV em seu sangue após 48 semanas, praticamente o mesmo nível - 87% - dos pacientes que tomaram a Atripla. Diário da Saúde

Pré-Natal do Homem será ampliado para 190 cidades

Gestantes com DSTs O Programa Pré-Natal do Homem, que atende parceiros sexuais de gestantes com sífilis ou HIV e funciona desde 2007 em 45 cidades paulistas, será ampliado para 190 municípios até 2014. A ideia é reduzir a transmissão vertical (de mãe para filho) e atrair mais homens para cuidarem da própria saúde ao mesmo tempo em que as parceiras fazem o acompanhamento da gravidez. Embora se saiba que participar do pré-natal feminino seja fonte de felicidade para os homens, a ideia do Ministério da Saúde de criar o pré-natal masculino, é incentivar os homens a realizarem exames preventivos. Pré-natal do pai Na primeira consulta do pré-natal, a grávida deve levar os resultados dos exames, enquanto seu parceiro é convidado a comparecer para um atendimento individual. Na consulta masculina, serão oferecidos exames para sífilis e HIV, além de orientações sobre o risco e a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST), as práticas sexuais seguras e a saúde do bebê. De acordo com Patrícia Marques, psicóloga da Área de Prevenção do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado de São Paulo, essa é uma A proposta é reduzir a transmissão da sífilis e do HIV para o bebê, pois se a mãe e o seu parceiro (não necessariamente o pai) não fizerem o tratamento, há grandes riscos de a criança nascer com as doenças. Sífilis A sífilis congênita pode provocar aborto, má-formação ou morte do bebê, além de sequelas como cegueira, surdez e deficiência mental. O tratamento simultâneo é necessário porque se só a mãe tiver esse cuidado, e ao longo da gravidez mantiver relações sexuais com o parceiro infectado, pode ser reinfectada no caso da sífilis e ter a carga viral aumentada no caso do HIV. Quando tanto a mãe quanto o parceiro sexual tem o HIV, o ideal é que sempre usem preservativos porque o vírus é mutagênico (todo agente físico, químico ou biológico que, em contato com as células, pode causar mutação). Além disso, o vírus da mãe pode não ser igual ao do parceiro, o que obriga cada um a ter um esquema de tratamento. Agência Brasil

Contaminação por hepatite ameaça manicures e tatuadores

Cultura da prevenção Por trabalharem com instrumentos cortantes e perfurantes, sob constante risco de contato com sangue de clientes, manicures e tatuadores são alguns dos profissionais mais vulneráveis a contrair hepatite. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 33 mil novas pessoas são infectadas anualmente no Brasil por hepatites virais. De olho na proteção dessas pessoas, o Ministério da Saúde abriu o concurso cultural "Arte, Prevenção e Hepatites Virais para Tatuadores e Manicures". As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro. Os prêmios vão de televisões a quantias de R$ 2 mil e R$ 5 mil. O edital está disponível na internet. Cada vez mais, esses profissionais se tornam conscientes de que devem reforçar a proteção contra a doença, especialmente com o uso de luvas e óculos de proteção, além de realizarem a vacinação. Mesmo conhecendo os riscos, entretanto, nem todos seguem integralmente as recomendações. Atualmente, existem três principais tipos identificados de hepatite, uma doença do fígado: A, B e C. Entre 1999 e 2011, foram registrados 120 mil casos da hepatite B e 82 mil da C. A hepatite A tem tido queda de incidência, com 3,6 mil casos em 2011. Cada tipo de hepatite tem diferentes tipos de contágio, sintomas e tratamento. Tipos de hepatite No caso da hepatite A, o tipo mais brando da inflamação no fígado, a doença é transmitida via oral, por meio de água ou alimentos contaminados. É um vírus autolimitado, que as próprias defesas do corpo do portador conseguem combater. O principal sintoma é diarreia. As hepatites B e C são transmitidas sexualmente ou pela via sanguínea. O contágio é feito por meio de sexo sem preservativo e do uso de materiais não esterilizados e de uso compartilhado - como agulhas, alicates e instrumentos cirúrgicos e odontológicos. Os principais sintomas são febre, icterícia (aspecto amarelado na pele e nos olhos) e mal-estar. A faixa etária mais atingida por esses tipos é entre 20 e 39 anos. A principal diferença entre os tipos B e C de hepatite é o risco de a doença se tornar crônica. Os sintomas são semelhantes, assim como o tratamento, feito com imunomoduladores - como o interferon - e outros antivirais administrados concomitantemente. O objetivo do medicamento é estimular as defesas do paciente para que o sistema imunológico combata o vírus. Segundo a médica, cerca de 70% dos casos de hepatite C não são curados e voltam a incidir. O que diferencia as hepatites B e C são testes laboratoriais. A reincidência da hepatite pode comprometer as funções do órgão e causar câncer ou cirrose - cicatrizes que se formam no fígado, causando um endurecimento do tecido, prejudicando seu funcionamento. Não há vacinas contra a hepatite A, tipo mais benigno da doença e mais incidente em crianças. Para o tipo C, também não há vacina. Contra a do tipo B, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vacina, administrada em três doses. Prevenção da hepatite Para evitar a contaminação da hepatite C, é importante o uso de preservativos, a realização de exames pré-natais (para evitar o contágio de mãe para filho) e o não compartilhamento de materiais perfurantes descartáveis, como agulhas e seringas. Para o tratamento por meio de acupuntura, a opção é manter kit individual de agulhas. No caso de materiais cirúrgicos e odontológicos, deve ser feita esterilização. Em salões de beleza, deve-se dar preferência ao uso individual de alicates e outros instrumentos. Em estúdios de tatuagem, deve-se observar se são usadas agulhas descartáveis. Agência Brasil

Para perder peso, meia hora de exercícios é melhor que uma hora

Quando o menos é mais Não precisa fazer 1 hora de exercícios físicos por dia: 30 minutos bastam. Meia hora de atividade física é tão eficaz na redução de peso e de massa corporal quanto 60 minutos, garantem pesquisadores da Universidade de Copenhague, em um artigo publicado na revista científica American Journal of Physiology. A conclusão baseou-se no monitoramento de 60 homens obesos, porém saudáveis, que tentavam melhorar sua condição física. Eles foram acompanhados durante 13 semanas. Metade dos participantes seguiu um programa de uma hora de exercícios diários e a outra metade fez apenas meia hora de exercícios. Menos exercícios, menos peso Os resultados do experimento surpreenderam a equipe dinamarquesa. Em média, os participantes que fizeram 30 minutos de exercícios diários perderam 3,6 quilos em três meses. Os que fizeram uma hora de exercícios, no entanto, perderam apenas 2,7 quilos. Nos dois grupos, a perda de massa corporal foi a mesma - 4 quilos. "Trinta minutos de exercícios concentrados dão resultados igualmente bons na balança", concluiu Mads Rosenkilde, membro da equipe. Motivação Os pesquisadores levantaram algumas hipóteses para tentar explicar os resultados. Segundo Rosenkilde, fazer 30 minutos de exercícios por dia é uma meta tão possível de ser alcançada que os participantes tinham vontade e energia para mais atividades físicas após sua sessão diária de exercícios. Além disso, o grupo que passou 60 minutos se exercitando provavelmente comeu mais, portanto perdeu um pouco menos peso do que o esperado. Ele admitiu que ficou surpreso com os resultados e disse que agora a equipe quer estudar o efeito de outros tipos de exercício. Outro estudo, divulgado recentemente, mostrou que fazer duas horas e meia de exercícios moderados por semana - o que dá cerca de 20 minutos por dia - é suficiente para proteger a saúde do coração mesmo quando a pessoa adota a prática na meia-idade. Com informações da BBC

Falta de água pode tornar o mundo vegetariano

Diariamente, um bilhão de mulheres, homens e crianças vão dormir com fome, enquanto 10 milhões morrem por desnutrição a cada ano. Se ainda hoje o mundo não conseguiu sanar esse mal, que afeta um em cada sete de seus habitantes, como é que vamos alcançar a segurança alimentar para uma população que em 2050 chegará a 9 bilhões de pessoas? Um novo estudo mostra que a solução para evitar uma catástrofe alimentar passará por uma mudança quase completa de uma dieta a base de carne para uma mais centrada em vegetais. E isso deverá acontecer por um único motivo: a escassez de água. É o que aponta o relatório “Alimentando um mundo sedento: Desafios e Oportunidades para a segurança hídrica e alimentar”, divulgado no domingo (26) na Suécia, por ocasião da Semana Mundial da Água. A análise mostra que não haverá água suficiente para alcançar a produção esperada em 2050 se seguirmos com a dieta característica dos países ocidentais em que a proteína animal responde por pelo menos 20% das calorias diárias consumidas por um indivíduo. Na ponta do lápis, de acordo com os cientistas, a adoção de uma dieta vegetariana é atualmente uma opção para aumentar a quantidade de água disponível para produzir mais alimentos e reduzir os riscos de desabastecimento em um mundo que sofre com extremos do clima, como a seca histórica que afeta os Estados Unidos. O motivo é que a dieta vegetariana consome de cinco a dez vezes menos água que a de proteína animal – que hoje demanda um terço das terras aráveis do mundo só para o cultivo de colheitas para alimentar os animais. “A capacidade de um país de produzir alimentos é limitada pela quantidade de água disponível em suas áreas de cultivo”, ressalta um trecho do relatório, que alerta sobre a pressão atual e crescente sobre esse recurso natural usado de forma cada vez mais insustentável. Segundo previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, da sigla em inglês), será necessário aumentar a produção de alimentos em 70% nos próximos 40 anos para atender à demanda. Isto colocará uma pressão adicional sobre os nossos hídricos, num momento em que precisaremos também alocar mais água para satisfazer a demanda global de energia, que deverá crescer 60% em três décadas, salientam os cientistas. Estresse hídrico – Um outro estudo divulgado em maio pela consultoria britânica Maplecroft mostrou que o mundo já vive um “estresse hídrico” e que a falta de acesso à água potável vem pesando sobre os países mais pobres ou marcados por histórico de conflitos militares, instabilidades políticas e sociais. Segundo o levantamento, os países do Oriente Médio e África são os mais vulneráveis à falta de água. Nessas regiões, cada gota pode emergir como uma nova fonte de instabilidade. Em alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, como Kwait e Arábia Saudita, a escassez de água vem se tornando crítica há gerações. Primeiro colocado na lista de 10 países em “risco extremo” de falta d´água, Bahrein, no Golfo Pérsico, usa águas subterrâneas para a prática da horticultura, porém, em quantidade insuficiente para atender toda a população. A deterioração dos lençóis subterrâneos de água já é uma das principais preocupações nacionais. (Fonte: Exame.com)

Bicicleta de papelão é promessa de transporte ecológico

Um empreendedor israelense, conhecido como Izhar Gafni, espera revolucionar o “transporte ecológico” com sua mais nova criação: uma resistente bicicleta de papelão, que possui um custo de produção em torno de US$ 10 e pode ser construída com material de reciclagem. Além de barata, a bicicleta, que é resistente à umidade e à oxidação, ainda pode suportar até 140 quilos de peso. Como seu chassi é inteiramente revestido por uma camada de material impermeável de cor marrom e branca, o papelão acaba ganhando um aspecto de plástico. “Trata-se de uma bicicleta urbana, a mais simples que pode imaginar, mas suficientemente resistente para se transformar em um bom meio de transporte ecológico”, explicou à Agência Efe o empreendedor israelense. Morador de uma cooperativa rural em Emek Jefer, no norte de Israel, o mecânico autodidata criou sua bicicleta com base em outra invenção: uma canoa feita de papelão com materiais altamente resistente à água. “Quando trabalhava na Califórnia adquiri conhecimento em canoa. Depois, passei vários meses estudando o tema. Ao retornar para Israel, tive a ideia da bicicleta e passei a me cobrar. Afinal, nunca havia visto uma bicicleta de papelão”, afirmou Gafni. A escolha pelo projeto da bicicleta também não foi por acaso, já que Gafni, nascido e criado no kibutz Bror Jail (no sul do país), sempre teve uma em casa. Aliás, a bicicleta é o meio de transporte mais habitual entre os membros destas comunidades rurais israelenses. Batizada como BV6, a invenção de Gafni foi elaborada em quatro anos e contou com seis protótipos, já que o empreendedor queria testar a fundo os limites e possibilidades do papelão. “Consultei vários engenheiros e, no começo, construí uma bicicleta pequena que mais parecia uma caixa de mercado com rodas”, brinca o inventor antes de reconhecer que “o mais duro foi desenvolver a tecnologia para conseguir dar forma a sua bicicleta”. Ao longo de suas pesquisas, Gafni começou a trabalhar com os princípios da papiroflexia japonesa e, com isso, conseguiu aumentar em até três vezes a capacidade de resistência do material. Neste aspecto, a técnica até parece ser simples, já que consiste apenas em dobrar e sobrepor o papelão. Considerada um meio de transporte ecológico por não emitir gases poluentes, a bicicleta aparece como uma boa alternativa para contornar o problema da poluição causada pelos automóveis. A bicicleta de Gafni, além de seguir esta mesma linha, ainda se apresenta duplamente ecológica, já que é elaborada com papelão de reciclagem. Outra das vantagens é que não precisa de montagem prévia. A bicicleta de papelão é uma única peça, incluindo as rodas. Por conta deste fato, a invenção de Gafni praticamente não exige manutenção. O inventor israelense acredita que no prazo de um ano e meio sua bicicleta de papelão já estará disponível nos mercados, principalmente em Israel, na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de seu custo girar em torno de US$ 10, a bike deverá custar entre US$ 60 e US$ 90. Segundo Gafni, sua invenção foi bem aceita no mercado, principalmente por não exigir muita técnica para sua fabricação, e também já despertou o interesse de vários países europeus. Entre seus possíveis clientes, aparecem algumas prefeituras, que querem adquirir as bicicletas para alugar aos moradores da cidade. Atualmente, após o sucesso de sua primeira invenção, Gafni trabalha em um novo modelo, que, inclusive, conta com um motor elétrico removível, De acordo com o inventor, esse modelo atende uma demanda deixada por seu primeiro modelo e é destinado às grandes companhias, que precisam de veículos rápidos e baratos para facilitar o transporte de seus funcionários. Após a construção das bicicletas, motorizadas ou não, Gafni já pensa em construir cadeiras de rodas e carrinhos de bebê com a mesma técnica, ou seja, de papelão. “Gosto dos meios de transporte e até já construí uma moto usando todos os tipos de materiais”, completou o empreendedor, que acompanha o processo de desenvolvimento e financiamento de suas invenções com amparo de uma companhia de soluções tecnológicas. (Fonte: UOL)

Até pimentão: cientistas criam cada vez mais frutas sem sementes

No Brasil, se você encontrar uma criança com um pimentão no bolso, vai achar que é algum tipo suspeito de brincadeira. Já nos Estados Unidos, um minipimentão sem sementes está fazendo bastante sucesso nas escolas. “A Angello Sweet & Seedless Pepper (Pimentão Angello Doce e Sem Sementes, em português) é uma nova variedade de pimentão sem semente, em formato cônico, com sabor doce e crocante”, descreveu a empresa responsável, a suíca Syngenta, que conquistou, pelo Angello, o prêmio de inovação na feira Fruits Logistica deste ano, em fevereiro, em Berlim, na Alemanha. Com uma cor vermelha vibrante e uma casca fina, ele mede de 5 a 10 centímetros e pesa entre 10 e 30 g. “É uma boa fonte de vitamina C e está disponível o ano todo, de produtores da Espanha, de Israel e da Nova Zelândia”. O pimentão é apenas a mais recente novidade no mercado americano, onde 80% das melancias consumidas não possuem sementes. “No exterior, praticamente todos os citrus (grupo que contém frutas como laranja, limão e tangerina) são produzidos sem sementes”, conta Roberto Pedroso de Oliveira, pesquisador da Embrapa na unidade Clima Temperado. No Brasil, o consumo ainda é restrito. De acordo com Oliveira, os citrus sem semente são cultivados no Brasil desde 1999. O principal produtor é o Rio Grande do Sul, com 1,5 mil hectares de cultivares da Embrapa, localizados principalmente na região da Campanha. As frutas, que oferecem o mesmo gosto daquelas com semente, são vendidas para grandes redes de supermercados e feiras livres. Melancias – Mesmo assim, parece pouco para quem sabe que a primeira melancia sem sementes surgiu na década de 1950, no Japão. Por que, depois de tanto tempo, essa cultura não se disseminou no Brasil, como nos Estados Unidos e em países da Europa? “O preço da melancia sem semente é bem maior do que o da melancia normal, e os consumidores não estão muito interessados em pagar mais apenas para não ter sementes na melancia”, aponta o pesquisador Manoel Abílio de Queiroz, doutor em melhoramento de vegetais e professor do curso de Mestrado na área de Genética e Melhoramento de Plantas na Universidade do Estado da Bahia. O pesquisador acrescenta ainda que muitos fatores inibiram agrônomos de produzir esse tipo de fruta nos últimos anos. A germinação das sementes triploides é baixa, então a roça precisa ter também melancias comuns para fornecer pólen. “A melancia triploide apresenta um certo número de sementes normais e, se for maior do que quatro, ela não é considerada sem sementes”, explica ele. É Queiroz que explica a diferença genética entre a melancia com e sem sementes. A comum tem 22 cromossomas. No processo de formação da semente, o pólen e o óvulo possuem 11 cromossomas cada. Quando se juntam, é formada a semente com 22 cromossomas. No caso da melancia triploide (sem semente), a melancia comum fornece 11 cromossomas no pólen, e o óvulo da melancia tetraploide, 22 cromossomas. Assim, a nova semente fica com 33 cromossomas. Esse tipo de semente, quando plantado, fornece frutos sem sementes. A diferença genética não influi no sabor da fruta, garante a Syngenta, líder em melancias sem sementes nos Estados Unidos. “O que muda é que a melancia permanece fresca por mais tempo, já que a semente em uma melancia normal pode ser uma fonte de etileno, que causa o rompimento da polpa. Mais de 80% das melancias produzidas nos Estados Unidos não têm sementes e são o tipo preferido por quase todos os consumidores”, afirma o gerente de portfólio da empresa, Deal Liere. Uvas – Cada fruta apresenta uma série de procedimentos diferentes. A Embrapa Uva e Vinho já lançou três cultivares de uvas sem sementes. Hoje estão em teste 17 novas seleções (denominação de um tipo de uva até seu lançamento) sem sementes em diversos polos de produção no País (Noroeste Paulista, Norte do Paraná, Norte de Minas Gerais e Vale do Rio São Francisco). Conforme o pesquisador da Estação Experimental de Viticultura Tropical (EVT) da Embrapa Uva e Vinho João Dimas Garcia Maia, a unidade utiliza a técnica do resgate e cultivo de embriões, que possibilita realizar hibridações entre duas variedades sem sementes e conseguir novas plantas sem sementes. Por meio da técnica, cerca de 85% da descendência do cruzamento não terá sementes. “Com as pesquisas de marcadores para apirenia (termo que designa fruta sem semente), espera-se poder fazer seleção assistida em plântulas novas, se vão produzir ou não sementes, antes de levar as videiras para o campo”, explica. Mutação natural – Nem sempre é necessária a ação dos cientistas para a produção de frutas sem semente, como revela Queiroz. A “Laranja Bahia”, por exemplo, originou-se de uma mutação natural. As laranjas de determinado galho de uma laranjeira nasceram sem semente e com um umbigo. Essa parte da planta foi multiplicada e então cultivada em diversos lugares diferentes. Esse tipo de laranja mutante, embora raro, ainda pode ser encontrado em algumas cidades brasileiras. Popularização – Os pesquisadores da Embrapa acreditam que as frutas sem sementes serão cada vez menos raras em todo o Brasil. “A partir do momento que passam a consumir um citrus sem sementes, as crianças só vão querer esse fruto e vão pedir para sua mãe e seu pai comprar”, aposta Oliveira. Queiroz concorda: “Os EUA e alguns países da Europa passaram muitos anos para poder ter o produto de forma normal nos supermercados. As melhorias nos processos de produção e germinação das sementes e a maior procura nos supermercados estimularam os agricultores. É provável que essa tendência também ocorra no Brasil”. (Fonte: Portal Terra)

Representante do MMA apresenta impactos ambientais sobre o uso do amianto

Ainda durante audiência pública convocada pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), representante do Ministério do Trabalho e Emprego, destacou que banir o amianto é saudável e desejável. BRASÍLIA [ ABN NEWS ] — Os impactos ambientais decorrentes do uso do amianto desde a fase da mineração até o manejo correto dos resíduos do produto foram apresentados na audiência pública convocada pelo Supremo Tribunal Federal pela diretora de Qualidade Ambiental da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, ligada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), Sérgia de Souza Oliveira. Ela afirmou aos participantes que o amianto está praticamente banido em vários países e que essas nações buscaram alternativas viáveis ao uso do mineral. No entanto, revelou que os estudos sobre os impactos dessas fibras alternativas ainda são insubsistentes. Sérgia Oliveira disse que o amianto é conhecido por seu caráter “indestrutível”, diante de sua resistência ao calor e ao fogo, e que produz um impacto ambiental significativo devido ao seu poder de dispersão e de alta liberação de magnésio. A representante do Ministério do Meio Ambiente apresentou fotos para ilustrar as diferentes formas de manuseio incorreto de produtos à base de amianto na construção civil, na mineração, e até no uso doméstico de caixas d’água como recipientes para aquários. Os exemplos levaram a especialista a alertar sobre a dificuldade de controle dos resíduos. Ela afirmou que o amianto não tem como ser degradado por organismos aquáticos e que sua dispersão ocorre por escoamento, uma vez que o produto não é absorvido pelo solo. Segundo Sérgia Oliveira, a avaliação de risco do uso do amianto é diretamente proporcional à exposição. “A redução do uso e da exposição ao amianto leva à redução do risco”, disse ela, ao informar que desde o início da década de 1980 o governo federal vem se preocupando com a questão do uso do amianto no Brasil e as consequências para a saúde pública e o meio ambiente. O Brasil é um dos cinco maiores produtores de amianto do mundo e um dos principais exportadores do produto, sendo a produção proveniente da mina Cana Brava, na cidade de Minaçu, em Goiás. Diante da colocação do país no comércio mundial de amianto, o Brasil integra duas convenções internacionais que abordam o tema: a Convenção de Basiléia, que trata do “Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos” e a Convenção de Roterdã, que “regula o comércio internacional de produtos químicos perigosos”. “Banir o amianto é saudável e desejável”, diz representante do Ministério do Trabalho e Emprego O presidente da Fundacentro, Eduardo Azeredo Costa, que representou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) durante a mesma audiência para debater a utilização do amianto na indústria brasileira, apresentou dados levantados pelo MTE sobre empresas, devidamente cadastradas, que fazem uso do amianto no Brasil. Ao todo, são 51 empresas, que envolvem 10.500 trabalhadores, dentre eles, aproximadamente dois mil trabalham diretamente com a matéria-prima. De acordo com o presidente da Fundacentro, o trabalho de fiscalização dos auditores do MTE revelou que, nos últimos 30 meses, as 51 empresas cadastradas apresentaram algumas ocorrências frequentes, que envolvem a inobservância da NR 15 – norma que regulamenta limites de tolerância para poeiras minerais. “São 95 observações que precisavam ser corrigidas”. Dentre as constatações, o representante do MTE destacou a falta de controle no local de exposição, entrega de matéria-prima a empresas que não são cadastradas, eliminação de resíduos inadequados, impedimento ou tentativa de dificultar o acompanhamento do nível de poeira de asbestos, ausência de informações aos trabalhadores sobre a quantidade de asbestos, falta de limpeza e conservação adequada das roupas e do ambiente de trabalho e rotulagem inadequada dos produtos. Outro item irregular constatado pelos auditores é referente ao controle médico de saúde ocupacional. Foram contabilizadas 52 observações inadequadas, sendo que cinco ou mais levaram a autuação, referente à falta de programa, falta de exame periódico e a falta de exame demissional. O terceiro grupo de ocorrências apresentou 41 observações, com 12 autuações, referentes ao programa de proteção a riscos ambientais, disposições inadequadas e falta de controle ambiental ao redor da fábrica. Para o palestrante, “não há como enganar na literatura que todas as formas do amianto ou do asbesto são causadores de doença. São problemas graves, crônicos, irreversíveis por qualquer tipo de forma e tratamento”. Segundo ele, para banir certas doenças se introduz a vacina – mas, para os devidos efeitos, porém, neste caso, a melhor indicação é a remoção do uso do mineral. “Banir o amianto é saudável e desejável, é factível tecnológico, financeira e operacionalmente, e responde ao compromisso com os trabalhadores e a sociedade brasileira como um todo. É um passo importante na inserção do Brasil no processo civilizatório mundial”, defendeu o expositor. O presidente da Fundacentro também defendeu a implementação de políticas públicas sobre o tema, principalmente “na revisão sobre os limites de tolerância, a substituição do insumo na cadeia produtiva e a capacitação para a melhora e diagnóstico”. Ao final de sua exposição, o representante do MTE destacou o interesse do Ministério em “protagonizar um programa emergencial que envolva, também, ministérios da área econômica, que devem participar junto nesse processo, para superar o desafio da inovação”, concluiu. http://www.abn.com.br

sábado, 25 de agosto de 2012

Risco cardíaco é menor para pessoa com sangue tipo O

Tipo sanguíneo Pessoas que têm o sangue do tipo O são menos suscetíveis a problemas cardíacos do que quem possui sangue A, B, e AB. A conclusão é de um estudo realizado por cientistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, e publicado na revista especializada American Heart Association Journal. As pessoas com o tipo sanguíneo mais raro, o AB, seriam as mais vulneráveis a doenças do coração. Para estas pessoas, a probabilidade de sofrer com doenças cardíacas é 23% maior do que para as pessoas com o tipo sanguíneo O. A pesquisa também concluiu que, para pessoas com sangue do tipo B, o risco de doenças cardíacas aumenta em 11% e, para pessoas com sangue tipo A, o aumento seria de 5%. Razões desconhecidas As conclusões são baseadas em dois grandes estudos realizados nos Estados Unidos, um envolvendo 62.073 mulheres e outro, 27.428 pessoas adultas. Eles tinham entre 30 e 75 anos e foram acompanhados durante 20 anos. Como a etnia das pessoas estudadas era predominantemente caucasiana, os pesquisadores afirmam que ainda não foi esclarecido se as descobertas podem ser aplicadas para outros grupos étnicos. Os pesquisadores não sabem a razão deste aumento de probabilidades, ou seja o estudo não analisou as razões dos diferentes riscos para os diferentes tipos sanguíneos. "O tipo sanguíneo é algo muito complicado, então podem existir múltiplos mecanismos influenciando (estas diferenças)", disse Lu Qi, que liderou o estudo. A equipe pretende agora analisar como pessoas dos diferentes grupos sanguíneos reagem a um estilo de vida mais saudável. informações da BBC

Porque comemos tanto?

Essa situação com certeza lhe é familiar: não importa o quanto você já tenha comido, ainda há espaço para mais um pedaço de pizza, de bolo, de chocolate… Porque a gente come tanto? Porque nunca cansamos dessas besteiras deliciosas e gordurosas? Porque nosso organismo é incapaz de nos ajudar a parar de comer. Em tese, nós temos um sistema no organismo que serve para evitar que comamos em excesso, nos dizendo que já estamos cheios, mas ele não é capaz de superar nossos instintos humanos antigos. Instintos esses que vêm dos nossos ancestrais, que ainda viviam nas cavernas. Naquela época, o alimento não era abundante como hoje. Eles dependiam de caças temporárias, ou de encontrar frutos, então, quando tinham acesso à comida, aproveitavam para comer tudo o que podiam e mais um pouco. O sistema x junk food Quando nosso estômago está vazio, produz um hormônio chamado grelina, o “hormônio da fome”, que interage com um neurotransmissor no cérebro chamado NPY, que então é ativado para que você saiba que tem que comer. Quando o estômago está cheio, produz outra substância, chamada leptina. A leptina (conhecida como “hormônio da obesidade”, já que existe em maior nível nos obesos) tem o efeito contrário, fazendo com o que NPY “desligue” sua fome. Por que pessoas obesas sentem mais fome? A visão de alimentos gordurosos e doces, ricos em energia, dispara um instinto pré-histórico que diz que temos que nos alimentar. Antes, nós tínhamos que aproveitar cada comida que encontrávamos para sobreviver, então, mesmo que já estivéssemos alimentados, precisávamos comer para armazenar gordura, como qualquer outro animal na Terra. Só que hoje em dia, esse tipo de alimento está em todos os lugares, ou seja, é amplamente acessível. Fica difícil para nosso organismo evitar que nós nos entreguemos a esse instinto, o que faz com que entremos em um círculo vicioso que interfere com o mecanismo grelina-leptina, e, consequentemente, nos faz engordar. Então quer dizer que, para emagrecer, temos que passar fome. Não exatamente. É só ter uma alimentação saudável e praticar exercício. Bem fácil, né? http://hypescience.com

Consciência ambiental no país quadruplicou, diz pesquisa

Os brasileiros estão mais conscientes sobre a importância do meio ambiente do que há 20 anos. Na comparação entre os primeiros e últimos resultados, divulgados em junho, a pesquisa O Que o Brasileiro Pensa do Meio Ambiente e do Consumo Sustentável, realizada desde 1992, mostrou que a consciência ambiental no país quadruplicou. As versões do levantamento mostram, que enquanto na primeira edição, que ocorreu durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92, 47% dos entrevistados não sabiam identificar os problemas ambientais. Este ano, apenas 10% ignoravam a questão. Na média nacional, 34% sabem o que é consumo sustentável atualmente. “Esta é uma pesquisa que mostra claramente tendências”, explicou a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Samyra Brollo de Serpa Crespo. Nessa projeção, a população da Região Sul mostrou-se mais engajada ambientalmente. Mais da metade dos sulistas sabem o que é consumo sustentável. “A diferença do Sul é impressionante em termos dos mais altos índices não só de acertos mas de atitudes corretamente ambientais”, disse . Ao longo de duas décadas, os mais jovens e os mais velhos são os que menos conhecem a realidade ambiental, mas a consciência aumentou. Há 20 anos, quase 40% dos entrevistados entre 16 e 24 anos não opinaram sobre problemas ambientais, assim como mais de 60% dos brasileiros com 51 anos ou mais. Este ano, as proporções caíram para 6% entre os jovens e 16,5% entre os mais velhos. “ Isso tende a mudar ainda mais, porque agora temos todo um trabalho de educação ambiental nas escolas, o que vai refletir nas faixas seguintes ao longo dos anos”, disse Samyra, acrescentando que o nível de consciência ambiental “cresce à medida que a população é mais informada e mora em áreas urbanas, porque significa acesso à informação. E, na área rural, ainda há o habito de queimar o lixo”. AGêNCIA BRASIL

Fórum irá discutir texto final da nova Lei da Educação Ambiental

O governo do Estado, por meio das Secretarias de Meio Ambiente (Sema) e de Educação (Seduc), e a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de Mato Grosso (CIEA) realizam nos dias 03 e 04 de setembro, no Auditório da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), em Cuiabá, o Fórum Mato-grossense de Educação Ambiental (FMTEA - 2012). Durante o evento, serão apresentados os resultados preliminares e incorporadas as últimas contribuições recolhidas durante os Seminários Participativos de Educação Ambiental, visando a revisão da Lei da Política Estadual de Educação Ambiental de Mato Grosso. Ao todo foram realizados 34 Seminários Participativos envolvendo aproximadamente 1,5 mil pessoas, em 89 municípios de todas as regiões do Estado, no período de 2011 a 2012. A superintendente de Educação Ambiental da Sema, Vânia Márcia Montalvão Guedes Cesar explicou que por meio dos seminários, foi possível mapear pessoas, instituições e iniciativas de educação ambiental, com o objetivo de contribuir para o delineamento de um Sistema Estadual de Educação Ambiental. "Durante esse processo, a Ciea fez um primeiro estudo da Lei para elaborar uma proposta inicial que foi discutida durante os Seminários, onde os participantes tiveram a oportunidade de apresentar suas propostas de alteração ou inclusão ao texto inicial. Esse trabalho, incluindo as contribuições da sociedade, resultou numa nova proposta que será avaliada durante o Fórum”, disse a superintendente. Participaram dos Seminários representantes do poder público e lideranças dos diversos segmentos da sociedade, das prefeituras, Câmara de Vereadores, associações de moradores, pequenos e grandes produtores, consórcios, assentamentos, indígenas, comunidades tradicionais, pescadores, sindicatos, instituições de ensino, empresas, cooperativas, ONG’s, coletivos jovens, entre outros. “Nossa ideia é de que esse processo, de construção de um Sistema Estadual, possa desencadear outros processos, planos e movimentos estruturantes que favorecerão a gestão e o desenvolvimento da educação ambiental em Mato Grosso”, destacou a superintendente. Segundo a superintendente, a expectativa é de que em Mato Grosso melhore a articulação entre os diversos níveis de gestão da educação ambiental; seja instituído um pacto de responsabilidades e competências; aconteça o aprimoramento das instituições públicas e privadas potencializando suas experiências de formação, mobilização e de participação, e que haja o empoderamento de cada um dos atores sociais com a consolidação da transversalidade e de parcerias, integrando suas expressões a partir do diálogo com as comunidades. DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS Os Seminários, além de recolherem contribuições para a revisão da Lei, serviram ainda para que fosse levantado um diagnóstico socioambiental, que aponta os principais problemas e potencialidades de cada território mato-grossense. Em relação às dificuldades, uma analise feita pelos integrantes da Comissão mostra que existe uma forte semelhança entre as dificuldades vividas pelos habitantes de cada município. Questões relativas ao desmatamento, assoreamento, erosão, monocultura, falta de apoio à agricultura, ausência de regularização fundiária, e ambiental dos assentamentos rurais e dos latifúndios, agrotóxicos, falta de cuidado e destinação correta de embalagens, garimpo, retirada ilegal de madeira, fechamento de serrarias, falta de investimentos nas terras indígenas, destruição das APP’s, degradação ambiental e social no campo, foram as mais citadas pelos participantes dos seminários. Outros temas como as deficiências na gestão dos resíduos sólidos, alto índice de incidências e a dificuldade de controle das queimadas no meio urbano e rural, desperdício no uso da água, caça e pesca depredatórias, também foram apontados pelos participantes. Além de levantar os problemas e potencialidades socioambientais – como o desenvolvimento do turismo, a abundancia da água e dos espaços naturais, o pantanal e outros -, os participantes sugeriram o cumprimento das leis ambientais, maior fiscalização, intensificar a educação ambiental por meio de campanhas, seminários, projetos e ações, também dentro das escolas, entre outros. REVISÃO DA LEI DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL O processo de revisão da lei da EA começou a ser discutido pela CIEA em 2008, e está sendo conduzido por um grupo de aproximadamente 40 pessoas, integrantes da Comissão e inclui além da revisão da lei e a estruturação da Educação Ambiental no estado. A ideia é regionalizar a legislação vigente. Assim, além da revisão da Lei 7888/03, o grupo trabalha na proposta de consolidação do Sistema Estadual de Educação Ambiental (SEEA). Participam da iniciativa a Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado de Mato Grosso (CIEA/MT), representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio da Superintendência de Educação Ambiental, e Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Gerência de Educação Ambiental, em parceria com o Ministério Público Estadual e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Para participar do Fórum, os gestores, lideranças comunitárias e interessados podem fazer suas inscrições no endereço eletrônico http://cieamt.wordpress.com/i-forum-matogrossense-de-educacao-ambiental/ No portal da Sema, www.sema.mt.gov.br é possível acessar a ficha de inscrição. Também no portal da Sema, no link Destaques/Revisão da Lei da Educação Ambiental está disponível a minuta da nova Lei (com as contribuições da sociedade), no link http://www.sema.mt.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=1770&Itemid=679 Redação 24 Horas News

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Bolsa Verde beneficiará 73 mil

O Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde antecipará para o fim deste ano a meta prevista para 2014 de 73 mil famílias beneficiadas pelo programa. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (8) pelo secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Guilherme Cabral, durante o encontro Diálogos Governo e Sociedade Civil: Brasil Sem Miséria, no Palácio do Planalto, em Brasília. Criado em setembro de 2011, o Programa Bolsa Verde faz parte das ações do Plano Brasil Sem Miséria e concede, a cada trimestre, benefício de R$ 300 às famílias em situação de extrema pobreza que vivem em áreas socioambientais prioritárias. O número atual de famílias beneficiadas é de 29 mil. “Para alcançar a meta é preciso um esforço redobrado de ir atrás dessas famílias que estão em situação de extrema pobreza, muitas vezes pela própria característica ambiental de onde estão inseridas, como assentamentos e Unidades de Conservação (UCs)”, explicou o secretário, durante a mesa de discussões sobre inclusão produtiva rural. Para ele, o aprimoramento do sistema de busca ativa será fundamental para alcançar essas famílias invisíveis e de difícil acesso, de forma a levar o Estado ao cidadão e alcançando aqueles que têm dificuldade de acesso aos programas sociais, como o Bolsa Verde e o Bolsa Família. Prato de comida – Cabral destacou, ainda, a conscientização quanto aos benefícios do programa, tanto sociais quanto ambientais. “É muito ingrato para um pai de família ter que derrubar uma árvore para garantir um prato de comida para o filho”, disse. A estratégia do Bolsa Verde vai ao encontro desse dilema, mostrando que é possível aferir e monitorar que de fato essas famílias beneficiadas não estão provocando desmatamento e sim sendo capacitadas para construir uma estratégia que vai além do Bolsa Verde. “Para o completo sucesso da ação, entendemos que o governo também deve atuar de forma a garantir, além da preservação, saúde, educação e infraestrutura a essas famílias que vivem em áreas de preservação ambiental”, acrescentou. Por fim, Cabral citou a importância de ações de monitoramento, capacitação e assistência técnica, que já vem sendo realizadas no âmbito do programa. “Estamos contratando uma empresa de consultoria jurídica que irá realizar esse monitoramento das famílias beneficiadas e, para isso, já temos recurso disponível de R$ 250 mil”. Ele também ressaltou a parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para atender beneficiários de 11 Unidades de Conservação com a assistência técnica a mais de 14 mil famílias, ação que também já tem recurso disponível de R$ 60 mil. Além da parceria com a Embaixada Britânica, que irá atuar auxiliando e fomentando projetos de capacitação de multiplicados do programa. Menos pobreza – Na manhã desta quarta-feira (8), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, apresentou um breve balanço das ações do Plano Brasil Sem Miséria. “Grande parte das ações inseridas no Plano já está antecipando metas”, declarou a ministra. Para ela, o governo, com o objetivo ambicioso de antecipar o maior número de beneficiários, pretende superar a extrema pobreza até o final de 2014. O Plano Brasil Sem Miséria se organiza em três eixos: um de garantia de renda, para alívio imediato da situação de extrema pobreza, outro de acesso a serviços, para melhorar as condições de educação, saúde, assistência e cidadania das famílias que compõem o público-alvo da ação e o terceiro de inclusão produtiva, para aumentar as capacidades e as oportunidades de ocupação e geração de renda entre as famílias extremamente pobres. Tereza Campello também ressaltou que o governo federal já está aprimorando os modelos de busca ativa, com o objetivo de melhorar o desempenho das ações e aumentar cada vez mais o número de beneficiários daqui para frente. “Queremos chegar na ponta dos estados, localizando cada vez mais povos e comunidades tradicionais, extrativistas, ribeirinhos e população quilombola, muitas vezes inseridos em regiões de difícil acesso”, explicou. A ministra detalhou, ainda, que esses beneficiários, alcançados com políticas específicas como o Bolsa Verde, respondem por 14% do total de beneficiários pelo Plano Brasil Sem Miséria. (Fonte: Sophia Gebrim/ MMA)

O dano que as queimadas causam

Os incêndios e as queimadas no cerrado brasileiro estão produzindo mais de 230 toneladas de gás carbônico (CO2) todo ano, superando até as estatísticas da Amazônia Legal nesse quesito. A boa notícia, dada pelo secretário de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Brandão Cavalcanti, é que se pode reduzir a emissão desse gás em até 50% apenas controlando-se as queimadas. As ações destinadas a prevenir danos ao bioma cerrado em razão das mudanças do clima foram debatidas, na tarde desta quarta-feira, 8/8, em audiência pública realizada na Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Senado Federal. Além do secretário, também participaram, como palestrantes, o representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Balbino Antônio Evangelista, e a assessora da Rede Cerrado e do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), Isabel Figueiredo. Futuro incerto – Durante a audiência pública, conduzida pelo deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), o representante da Embrapa mostrou que o Brasil é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa, como o CO2, acompanhando as previsões mais pessimistas sobre o assunto”. Para os próximos cem anos, segundo Evangelista, estima-se um aumento na temperatura do planeta de 5,8 graus, com impactos importantes sobre a agricultura, como a intensificação das chuvas no Sul e no Sudeste do Brasil, e o aumento da aridez na região Norte. Para Roberto Cavalcanti, boa parte dos problemas climáticos resultam da instabilidade no planejamento das ocupações humanas, aumentando o risco de catástrofes, como a seca nos Estados Unidos e os incêndios de grandes proporções que lá ocorrem quase que semanalmente nesse período. Ele considera possível o estabelecimento de estratégias que permitam a sobrevivência das espécies e do próprio homem, mesmo levando-se em consideração a imprevisibilidade climática atual. O caminho, segundo Cavalcanti, é reduzir os gases de efeito estufa e a instabilidade climática. No caso brasileiro, o cerrado representa papel essencial, pois se estende por mais de dois milhões de quilômetros quadrados e está presente em dez estados, ocupando 24% do território. O cerrado abriga 5% da biodiversidade mundial e é a savana mais rica do planeta, alertou. E aproveitou a oportunidade para pedir que os parlamentares aprovem o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado, o PP Cerrado, cujo planejamento prevê resultados para 2020, baseados no monitoramento permanente do bioma, com detecção e combate dos pontos de queimada, entre outras ações prioritárias. (Fonte: Luciene de Assis/MMA)

Setor de lixo pode reduzir emissões em até 57 milhões de toneladas de CO2

Pesquisa realizada pela Associação Real Holandesa de Resíduos Sólidos (NVRD), em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), apontou que o setor de resíduos sólidos é um dos segmentos que mais pode contribuir para a queda global de emissões de gases do efeito estufa. No Brasil, a redução pode chegar a 57 milhões de toneladas de CO2. Para tanto, de acordo com o estudo, é preciso que o governo intensifique as ações de reciclagem nos aterros sanitários do país, além de associá-las à implantação de tecnologias que visem à geração de energia a partir do lixo. O investimento renderia ao Brasil uma economia de US$ 1,71 bilhão até 2030. Apesar de ainda estarem muito abaixo das expectativas dos especialistas, as iniciativas nacionais no setor do lixo já contribuíram para uma redução de 16 milhões de toneladas de CO2 emitidas na atmosfera, entre 1999 e 2007. Na Europa, a redução foi de 37 milhões de toneladas, enquanto na Holanda, mais especificamente, o incentivo nas práticas de reciclagem contribuíram para a diminuição de 2 milhões de toneladas de CO2 por ano. (Fonte: Planeta Sustentável)

Passar fome pode ser bom para você?

Se você tem problemas para manter o peso, já deve ter ouvido dos médicos que dietas radicais, como pular refeições, são péssimos hábitos; você pode até perder peso, mas não vai conseguir manter a dieta por muito tempo, e quando abandonar a mesma, vai comer como um condenado e ganhar todo o peso que perdeu e ainda mais um pouco. E o ganho de peso pós-dieta não é o único problema sério: a maioria das dietas radicais realmente prejudica o organismo, ao limitar ou excluir algum componente importante da nossa dieta. O resultado é que você fica mais gordo, e com pior saúde. Muita gente pensa que a “ditadura da estética” é um exagero, mas longe de ser apenas sobre a aparência, pesquisas médicas têm ligado o excesso de peso ao câncer precoce, ao envelhecimento precoce e à demência também precoce. Dito de outra forma, se você for magro, tem menos tendência a desenvolver câncer, se conserva jovial por mais tempo, e evita toda uma gama de doenças causadas pelo excesso de peso. Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Longevidade, na Universidade da Califórnia do Sul (EUA), descobriu que períodos de jejum parcial ou completo são a chave para controlar os químicos produzidos pelo corpo e que estão ligados ao desenvolvimento de doenças e ao processo de envelhecimento. Esta descoberta também se soma a vários estudos recentes em animais que foram alimentados com dietas de baixíssimas calorias, que apontam que os mais magros (sem sofrer de baixo peso ou subnutrição) são os mais saudáveis e vivem mais tempo. Segundo o professor Valter Longo, a chave é o hormônio de crescimento semelhante à insulina Fator 1 (IGF-1). Este hormônio mantém as células constantemente ativas quando você está em crescimento e consumindo mais energia, mas com a idade adulta ele acaba causando problemas, como colesterol e pressão altos. As pesquisas mostraram que uma das maneiras de baixar os níveis de IGF-1 na idade adulta é fazer jejum. A ligação entre o hormônio e os problemas de saúde foi demonstrada de forma dramática com ratos que foram geneticamente preparados para não responder ao IGF-1. Eles são pequenos, mas extremamente longevos, chegando a viver 40% mais que os outros. Isto seria como viver até os 160 anos para nós, humanos. Além de magros e longevos, eles também são imunes a doenças cardíacas e ao câncer, e quando morrem, “eles simplesmente caem mortos”, diz o professor Longo. O motivo pelo qual os médicos não promovem este tipo de dieta é por que é fácil escalá-la para distúrbios alimentares como anorexia (o que certamente não é bom), ou desmotivar pessoas com sobrepeso que estão tentando entrar para uma faixa de peso saudável. Mas talvez esta situação mude, por que as evidências estão se somando. Por exemplo, um estudo feito na Inglaterra com macacos mostrou que dietas restritivas atrasam o aparecimento do câncer, doença coronária e o aparecimento da demência. Pelas estimativas de alguns cientistas, seguir uma dieta restritiva por alguns meses ou mesmo anos pode aumentar a longevidade em 15 a 30%. Jejum e dietas restritivas Dietas de jejum normalmente permitem que você coma o que quiser durante certos períodos, enquanto em outros você simplesmente não come nada, ou fica restrito a alimentos de baixa caloria, em pouca quantidade, e água. O repórter científico da BBC Michael Mosley passou alguns meses experimentando dietas de jejum, e conta a sua experiência. A primeira dieta foi de jejum quase completo: durante 3 dias e meio ele não comeu nada, apenas um prato de sopa de baixa caloria por dia, e bebeu bastante água e também chá preto. Apesar do jejum severo, ele não se sentiu fraco, nem faminto, bem como não teve dores de cabeça, e dormia bem. No fim do jejum de 3 dias, ele calculou que deixou de ingerir 7.500 calorias. Como é preciso cortar 3.500 calorias para perder 450 gramas de gordura, as 7.500 calorias não ingeridas devem representar uma perda de 900 gramas de gordura. Mas não foi só gordura o que ele perdeu: testes sanguíneos mostraram que seu nível do hormônio IGF-1 estava significativamente mais baixo que antes do jejum. O problema é que ele não conseguia se visualizar fazendo jejuns de três dias regularmente. Então, resolveu uma abordagem menos extrema. Em entrevista com a dra. Krista Varady, da Universidade de Illinois, Chicago, ele conheceu a dieta do Jejum em Dias Alternados (JDA). Em um dia, ele comia o que queria, e no dia seguinte, jejum. Mesmo nos dias de jejum ele tinha permissão de ingerir 600 calorias. A dra. Krista fez um teste recentemente com dois grupos de 16 pessoas, utilizando a técnica JDA por dez semanas. Um dos grupos estava também em uma dieta de baixa gordura, comendo carnes magras, frutas e verduras. O outro grupo comia lasanha e pizza. Os dois grupos perderam peso, mas o surpreendente foi que o grupo de pessoas que comeu alimentos com bastante gordura perdeu o mesmo peso que o grupo que fez a dieta de baixa gordura, graças ao jejum. E não foi só o peso que baixou, os dois grupos apresentaram quedas similares no colesterol “mau”, o LDL, e de pressão arterial. Novamente, o repórter não conseguiu seguir a dieta, e optou por um jejum de 600 calorias um ou dois dias por semana. Ele começou a dieta pesando 85,7 kg. Depois de seis semanas de dieta, ele perdeu 9 kg. Seu colesterol, glicose e IGF-1 abaixaram também. Agora, ele pretende seguir essa dieta até quando der. E você? Teria coragem de passar fome pelo bem da sua silhueta e saúde? http://hypescience.com

Brasileiros testam uso do Viagra contra cegueira

Potência ocular Pesquisadores brasileiros estão avaliando o possível efeito benéfico do sildenafil, que é o nome genérico do Viagra, para combater o glaucoma. A ideia de usar um remédio contra a impotência sexual masculina para tratar a principal causa de cegueira humana surgiu a partir dos relatos informais feitos por urologistas de vários países ao longo dos anos. "Alguns pacientes contam que, depois de começar a usar o Viagra, passam a enxergar melhor", conta José Luiz Laus, pesquisador da Unesp de Jaboticabal. Glaucoma O glaucoma é uma doença silenciosa que, se não tratada, causa lesão do nervo óptico e, como consequência, cegueira irreversível. Em boa parte dos casos, o problema é precedido do aumento gradual da pressão intraocular, contra o qual a terapia convencional é relativamente bem-sucedida. Mas em muitos outros pacientes, essa alteração simplesmente não ocorre. Neles, a cegueira se dá após uma crise súbita de hipertensão ocular. Essa forma fulminante responde por até 50% dos casos da doença entre afrodescendentes. E é também o tipo mais frequente em cachorros. Corpos cavernosos "Embora ainda não tenhamos terminado as análises estatísticas dos dados, dá para dizer que a droga melhora as condições de oxigenação da retina, porque faz passar mais sangue por ela", descreve Laus. "Ainda não sabemos o mecanismo pelo qual isso ocorre. A hipótese é que há uma dilatação da artéria oftálmica [que leva sangue à retina]." Se assim for, seria um mecanismo parecido com o que a droga produz no corpo cavernoso do pênis, que, mais irrigado por sangue, mantém-se ereto. Para o pesquisador, não surpreende o fato de que um dia o Viagra possa vir a tratar uma doença oftalmológica, possivelmente na forma de colírio. "Isso é normal na farmacologia", diz. "O caso clássico é o da aspirina, que foi descoberta como analgésico, mas cujo uso mais importante atualmente é como anticoagulante sanguíneo, na prevenção de trombose, infarto e acidente vascular." Polivalência farmacológica O próprio sildenafil é um exemplo de polivalência farmacológica. Além da impotência masculina, a droga é usada para tratar hipertensão pulmonar, inclusive em crianças. Outra pesquisa demonstrou que o Viagra diminui os efeitos tóxicos da quimioterapia. Infelizmente, a polivalência também ocorre na contramão: se pode melhorar a visão, já se demonstrou, por outro lado, que o uso de Viagra pode levar à perda de audição. Mas, pelo menos no caso das aplicações sexuais, já existem pesquisas com um Viagra natural, uma erva chinesa mais eficaz e que não tem efeitos colaterais. Revista Unesp Ciência

Faltam nutrientes essenciais no leite desnatado

Leite sem gordura boa O leite desnatado comercializado no Brasil não contém concentrações significativas de ácidos graxos insaturados, conhecidos como "gordura boa". Isto significa que, ao ingerir o leite desnatado UHT - vendido em caixinhas -, o consumidor está deixando de absorver propriedades nutricionais que são essenciais para sua alimentação. "Nos casos de necessidade de uma dieta com restrição de gordura, o ideal seria evitar frituras, pães e outros alimentos com grande teor dos ácidos graxos saturados, ao invés de restringir o leite na forma integral", aconselha Natália Andrade Zancan, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O objetivo do estudo foi quantificar especificamente os teores e tipos de gorduras encontrados no leite. Gordura saturada É certo que o leite integral possui altas concentrações dos ácidos graxos saturados, considerado o vilão presente nos alimentos. Eles aumentam o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, uma vez que podem formar camadas espessas de gordura nas paredes das veias e artérias, impedindo assim a passagem do sangue. "Ingerida em grandes quantidades, a gordura saturada pode levar ao infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Por isso, a ingestão do leite integral deve ser de forma equilibrada, em média dois copos por dia", alerta. Gordura insaturada Por outro lado, o fato de concentrar também a gordura insaturada faz do leite UHT integral uma fonte importante de propriedades nutricionais indispensáveis. O produto é fonte de ácido linoléico conjugado (CLA), um tipo de ácido graxo insaturado e uma das substâncias mais importantes do momento por conter propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas, além de ser um aliado na redução da gordura abdominal. Natália chegou a encontrar quantidades de 65,17 miligramas por 100 ml em amostras do leite integral. Em outra amostra a quantidade foi de 47,15 miligramas por 100 ml. Já no leite desnatado e semidesnatado não foram encontradas concentrações em nenhuma marca. Outra gordura essencial do grupo do ômega 3, denominada EPA, as concentrações foram mínimas em apenas uma das amostras do leite desnatado - exemplo 0,14 miligramas por 100 ml -, enquanto no leite integral o achado foi corresponde a 2,42 miligramas por 100ml. Com informações do Jornal da Unicamp

O que comeremos daqui a 20 anos?

Alimentos alternativos Projeções de especialistas indicam que o aumento populacional, dos preços dos alimentos e a limitação na disponibilidade de recursos vão mudar os hábitos alimentares humanos nas próximas décadas. Alguns analistas calculam que o preço dos alimentos pode dobrar nos próximos cinco a sete anos, transformando itens hoje comuns em artigos de luxo. Por isso, há cada vez maior preocupação na escolha da comida do futuro, uma comida que seja ao mesmo tempo saudável para o ser humano e não tão exigente com os recursos naturais. Veja abaixo algumas alternativas que, embora estranhas à primeira vista, são apontadas como caminhos prováveis para resolver lacunas na demanda por alimentos. Insetos fornecem tanto valor nutricional quanto carne de mamíferos, mas custam e poluem muito menos. Cerca de 1, 4 mil espécies poderiam ser consumidas pelo homem, principalmente compondo salsichas ou hambúrgueres. Cientistas da Universidade de Wageningen, na Suécia, comprovaram que os insetos produzem quantidades muito menores de gases de efeito estufa do que a pecuária convencional, tanto de bovinos quanto de suínos. O governo holandês já investiu um milhão de euros em pesquisa sobre como inserir carne de insetos nas dietas de seus cidadãos e preparar leis para regulamentar sua criação. Cresce apoio ao consumo de carne de insetos como fonte de proteína Boa parte da humanidade já come insetos, especialmente na Ásia e África. Mas os mercados ocidentais têm uma certa resistência à ideia e serão necessárias grandes campanhas de marketing para tornar aceitável ideia de incluir insetos como gafanhotos, formigas e lagartas no cardápio. Alimentação com música Já é bem conhecida a influência que aparência e cheiro podem ter sobre o que comemos, mas uma área em expansão que pode render descobertas interessantes é a dos estudos sobre o efeito do som sobre o paladar. Um estudo da Universidade de Oxford descobriu que é possível ajustar o gosto de determinados alimentos através da música que se ouve ao fundo. A música pode, por exemplo, fazer uma comida parecer mais doce do que ela é. Esse recurso pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar. Outro exemplo: Sons graves de instrumentos de sopro de metal (como saxofones ou tubas) acentuam o gosto amargo de alimentos. A ideia é que as empresas fabricantes de alimentos passem a recomendar listas de músicas para melhorar a "experiência" do consumo de seus produtos, a partir de experiências comprovadas em laboratório. Há um movimento espontâneo cada vez mais intenso rumo ao vegetarianismo, que aos poucos passa a ter apoio das evidências científicas. Segundo o Dr. Peter Eisner, do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, gasta-se 40 metros quadrados de terras agricultáveis para produzir um quilo de carne - para cultivar os vegetais que alimentam o gado -, mas o mesmo espaço pode produzir 120 kg de cenouras ou 80 kg de maçãs. Ele defende que que os ingredientes alimentares à base de plantas desempenhem seu papel na substituição dos alimentos de origem animal. Enquanto isso não ocorre, cientistas holandeses trabalham firme na criação de carne artificial em laboratório usando células-tronco de vaca e esperam desenvolver o primeiro "hambúrguer de proveta" até o fim de 2012. Carne cultivada em laboratório avança rumo a hambúrguer sintético Mais adiantada está uma equipe de cientistas da Alemanha, Áustria e da Holanda, que já criou uma "carne vegetal" que, segundo os testes iniciais, tem sabor e textura semelhantes à da carne real. A produção de carne artificial poderia trazer grandes benefícios ao meio ambiente, pela redução no número de cabeças de gado - grandes emissores de CO2 e metano - e nas áreas de floresta desmatada para a criação de pastos. A carne de laboratório poderia ser manipulada para ter níveis mais saudáveis de gordura e nutrientes. As algas podem alimentar humanos e animais, oferecer uma alternativa em graves crises alimentícias e ainda abrem mão do gasto de terra ou água potável para seu cultivo. Cientistas ainda apontam para o potencial de algas como fontes de biocombustíveis - o que reduziria a dependência dos combustíveis fósseis. Alguns especialistas preveem que fazendas de algas poderiam se tornar a mais promissora forma de agricultura intensiva. Elas já existem em países como o Japão. Como os insetos, elas poderiam ser introduzidas na dieta sem que as pessoas precisassem se dar conta disso. Cientistas na Grã-Bretanha estudam a substituição de sal marinho por algas em pães e outros alimentos industrializados. Com informações da BBC

Apenas as mudanças climáticas explicam eventos recentes

Análise estatística demonstra que ondas de calor por todo o planeta ficaram pelo menos 50% mais comuns graças ao aquecimento global e leva cientista a afirmar que previsões passadas foram muito otimistas “Quando testemunhei perante o Senado no quente verão de 1988, alertei para o tipo de futuro que as mudanças climáticas trariam para o nosso planeta. Desenhei um cenário desolador, com o aumento das temperaturas sendo resultado do uso de combustíveis fósseis. Mas eu tenho uma confissão para fazer: eu estava sendo muito otimista.” Este é o início do artigo “Mudanças Climáticas estão aqui – e piores do que pensávamos” (Climate change is here — and worse than we thought) publicado por James Hansen, diretor do Instituto de Estudos Espaciais Goddard da NASA, no jornal Washington Post, na última sexta-feira (3). O artigo foi divulgado em conjunto com uma análise estatística, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), na qual climatologistas, incluindo James Hansen, concluem que ondas de calor estão mais comuns e passaram a cobrir áreas maiores. Hansen salienta que o novo trabalho não é uma previsão. “Não fizemos um modelo climático, este estudo é fruto de observações reais de eventos climáticos e temperaturas que aconteceram.” “Nossa análise mostra que não é mais suficiente dizer que o aquecimento global aumentará a probabilidade de clima extremo e repetir que não podemos relacionar um evento individual às mudanças climáticas. Ao contrário, nossa análise deixa claro que para o calor extremo no passado recente não há outra explicação que não as mudanças climáticas”, afirmou Hansen. De acordo com a análise, entre 1981 e 2010 ondas de calor extremo cobriram 10% do planeta, representando um aumento de até 100% da área coberta entre 1951 e 1980. A análise não apenas afirma que as ondas de calor se expandiram devido ao aquecimento global, como também demonstra que o chamado calor moderado (quando as temperaturas estão 50% acima do que seria o esperado) mais do que dobraram, passando de 33% para 75% no mesmo período. “Podemos declarar, com alto grau de confiança, que anomalias extremas como as vistas no Texas e Oklahoma em 2011 e em Moscou em 2010 foram consequências do aquecimento global”, escreveu Hansen. O verão de 2011 foi o mais quente da história nos estados norte-americanos do Texas e Oklahoma. Já na Rússia, o verão de 2010 teve as temperaturas mais elevadas em 130 anos de registros. A análise publicada no PNAS destaca que “uma pessoa com idade suficiente para lembrar-se do clima entre 1951 e 1980 é capaz de perceber a existência das mudanças climáticas, especialmente no verão”. Os pesquisadores reconhecem que condições climáticas locais obviamente atuam nos eventos extremos, mas que as mudanças climáticas são agora um fator fundamental. “Não é incomum que meteorologistas rejeitem o aquecimento global como a causa desses eventos, oferecendo outras explicações meteorológicas. Por exemplo, foi afirmado que a onda de calor em Moscou foi causada por uma situação de ‘bloqueio’ atmosférico e que a do Texas foi resultado de alterações nas temperaturas oceânicas decorrentes do La Niña. Entretanto, ‘bloqueios’ e La Niña sempre foram comuns e os eventos em questão só aconteceram agora que o aquecimento global está atuando”, argumenta a análise. As conclusões deste novo estudo se somam a um trabalho recente realizado por cientistas do serviço meteorológico britânico (Met Office), da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) e de centros de pesquisas de diversas universidades, que afirma que o aquecimento global tornou mais prováveis alguns dos eventos climáticos extremos do ano passado. Batizado de “Explicando Eventos Extremos de 2011 a partir de uma Perspectiva Climática”, o trabalho acompanha o relatório anual “Estado do Clima 2011”, divulgado pelo NOAA. Em seu artigo no Washington Post, Hansen afirma que ainda é possível evitar as piores consequências das mudanças climáticas, mas que estamos desperdiçando um tempo precioso. “Podemos solucionar o desafio das mudanças climáticas com uma taxa crescente para o carbono sobre as empresas dos combustíveis fósseis, com 100% desses recursos sendo direcionados para residentes legais em uma base per capita. Isto estimularia inovações e criaria uma economia de energia limpa com milhões de novos empregos. É uma solução simples, honesta e efetiva. O futuro é agora. E é quente”, conclui Hansen. ** Publicado originalmente no site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)

Novo boletim confirma tendência de queda no número de óbitos por gripe A

O Ministério da Saúde registra 254 mortes de pacientes por infecção com o vírus Influenza H1N1 desde janeiro até 29 de julho passado. Um boletim atualizado obtido nesta sexta-feira (3) pela Agência Brasil confirma a tendência de queda do número de óbitos nas últimas semanas. O pico do número de mortes por influenza A (H1N1) – gripe suína, a infecção provocada pelo vírus, ocorreu na 25ª semana do ano, entre os dias 17 e 23 de junho, quando 46 pessoas morreram. Nas três semanas seguintes, o total de mortes caiu, sucessivamente, para 36, 28 e 18. Como ainda há óbitos em investigação, esses números devem sofrer alterações nos próximos dias. Das 254 mortes verificadas no país, 154 (60,6%) ocorreram na Região Sul e 70 (27,6%), na Região Sudeste. O Centro-Oeste registrou 17 mortes. O Nordeste teve sete. E o Norte, seis. Estado com maior número de mortos (72) pelo vírus, Santa Catarina não registra novos óbitos desde o dia 23 de julho. O Rio Grande do Sul também já detectou uma tendência de queda do nível de mortalidade da doença. O total de mortes ocorridas em 2012 corresponde, até o momento, a 12,3% do total verificado em 2009, quando 2.060 pessoas morreram no Brasil. O fim da pandemia da doença foi decretado em agosto de 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Levantamento do Ministério da Saúde apontou que metade dos pacientes mortos este ano em Santa Catarina recebeu o antiviral oseltamivir, conhecido pelo nome comercial Tamiflu, mais de seis dias após o surgimento dos sintomas. O antiviral, que reduz as chances de evolução da doença para um quadro grave, é mais eficaz nas primeiras 48 horas da doença. A mesma investigação é feita agora com relação às mortes ocorridas no Rio Grande do Sul. Os médicos brasileiros estão orientados a receitar o oseltamivir a todos os pacientes com síndrome gripal residentes nos estados onde há maior circulação do vírus, mesmo antes de resultados de exames ou sinais de agravamento. A síndrome gripal é caracterizada pelo surgimento simultâneo de febre e tosse ou dor de garganta, além de dor de cabeça, dor muscular ou dor nas articulações. (Fonte: Fernando César Oliveira/Agência Brasil)

Registro de queimadas no país este ano é 61% maior do que em 2011

O registro de focos de incêndio no Brasil aumentou 61% de janeiro até esta sexta-feira (3), em comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve 20,2 mil ocorrências. Pelas imagens captadas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde janeiro até esta sexta (3), foram identificadas 32,6 mil ocorrências no país. A população do estado de Mato Grosso é a que tem sentido os maiores efeitos das queimadas, com o registro de mais de 6 mil ocorrências. No Maranhão, o número de focos de incêndio chega a 5,6 mil. Os casos no Piauí, na Bahia e no Tocantis mantêm-se em torno de 3 mil ocorrências mapeadas pelos 11 satélites do instituto. O coordenador do Monitoramento de Queimadas do Inpe, Alberto Setzer, explicou que, este ano, as condições climáticas estão mais propícias aos incêndios, diferentemente de 2011, cujo cenário foi mais úmido. No ano passado, o monitoramento de incêndios revelou um decréscimo de 56% das ocorrências em relação aos registros de 2010. “O ano passado foi chuvoso. Mas, normalmente, neste período do ano, algumas regiões do Brasil Central ficam até três meses sem chuva e isso favorece a propagação do fogo. Algumas regiões de Mato Grosso e do Tocantins já estão há 30 dias sem chuvas”, explicou Setzer. Apesar do clima seco, com temperaturas acima dos 30 graus Celsius e a baixa umidade [abaixo de 40%], o pesquisador do Inpe revela que praticamente todos os casos são provocados pela ação do humana. “Na seca, não tem ocorrência de raio que poderia começar o incêndio. A origem não é o clima. O problema é que, com a seca, as pessoas começam a colocar fogo”, disse. Apesar de confirmar a lógica de que quanto maior a estiagem, maior o número de focos de incêndio detectados, Stezer acredita que o fator econômico exerce também forte influência. Em um primeiro cenário, há a influência da economia sobre a atividade agrícola. Quando o mercado acelera o ritmo, com produtos como a soja sendo vendidos a preços considerados atrativos, os produtores sentem-se estimulados a aumentar as fronteiras agrícolas. E essa ação é feita basicamente a partir de queimadas. Outra situação em que o fator econômico exerce influência é a realidade agrícola de São Paulo, onde, por exemplo, são queimados, anualmente, 20 mil quilômetros quadrados nas áreas rurais para colheita manual da cana-de-açúcar. “É um processo que está sendo mecanizado, mas ainda 50% dos cultivares são colhidos manualmente, o que exige o uso do fogo”, disse o pesquisador. Setzer acrescenta a falta de fiscalização como fator responsável pelo aumento das queimadas no país. “As leis são boas e está tudo bom no papel, mas, na realidade, há milhares de focos e ninguém está monitorando.” Para ele, a receita para inverter a situação das queimadas nesta época do ano é uma “dobradinha educação-fiscalização. A única forma de prevenir [os incêndios] é as pessoas não usarem o fogo. A origem do fogo é claríssima. Não há dúvida que é a ação humana”. Do total de focos identificados pelo Inpe, 55,5% estão concentrados nas regiões do bioma Cerrado, onde há registros, desde janeiro até hoje, de 18,1 mil ocorrências, seguidas pelas regiões do bioma Amazônia, onde estão concentrados 21,5% dos focos de incêndio, ou seja, pouco mais de 7 mil ocorrências. (Fonte: Carolina Gonçalves /Agência Brasil)

Brasil vai produzir vacina que protege contra quatro doenças de uma única vez

O Brasil vai produzir vacina tetraviral que protege contra quatro doenças de uma única vez – contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). O acordo que prevê a produção da vacina será assinado neste sábado (4), no Rio de Janeiro, e prevê a transferência de tecnologia do laboratório público Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para o laboratório privado GlaxoSmithKline. Segundo o Ministério da Saúde, a partir de 2013, a vacina tetraviral fará parte do calendário de imunização do Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro Alexandre Padilha disse na sexta-feira (3), durante aula inaugural de um curso de medicina na zona leste de São Paulo, que o acordo garante o acesso a medicamentos e vacinas sem depender de outros países. “Podemos tomar como exemplo a pandemia do vírus [Influenza] H1N1, quando a vacina não era produzida no país e não foram feitas doses em quantidade adequada”, justificou o ministro, que irá participar da assinatura do acordo no Auditório Museu da Vida, na sede da Fiocruz. O ministro destacou que a empresa possui interesse em produzir o medicamento no Brasil por causa do tamanho do mercado consumidor nacional. “Produzir aqui significa distribuir para milhões de pessoas. Atualmente, temos 34 projetos que são parcerias com empresas”, explicou. No evento, Padilha comentou a tendência de queda das mortes provocadas pela influenza A (H1N1) – gripe suína na Região Sul.“A medida que avançamos no inverno, vai diminuindo a circulação do vírus da gripe. Mas isso não significa que devemos reduzir a vigilância, sobretudo, quanto ao uso do oseltamivir [medicamento de nome comercial Tamiflu]. Umas das razões para a diminuição do número de óbitos foi porque o uso começou a ser mais precoce”, reforçou. (Fonte: Camila Maciel/ Agência Brasil)

As 10 maiores causas de morte do mundo

Já parou para pensar qual seria a doença mais mortal de todas? Não há uma resposta simples para essa pergunta: depende muito do sistema de saúde de cada país. Além disso, não é sempre que se descobre o que levou à morte de uma pessoa, o que diminui a precisão dos dados. Ao analisar as 57 milhões de mortes registradas no mundo em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que uma parte considerável foi causada por doenças cardíacas isquêmicas: 7,25 milhões (12,8%) dos casos, o que as colocou em 1º lugar na média mundial. Porém, nos países de baixa renda, essas enfermidades ficaram em 4º lugar: a principal causa de morte foram infecções respiratórias, responsáveis por 1,05 milhão (11,3%) nesses países, seguidas por doenças que provocam diarreia (8,2%) e complicações causadas por Aids (2,7%). Ainda segundo o relatório da OMS, nos países de baixa renda apenas uma em cada cinco pessoas vive até os 70 anos (contra dois terços nos países “ricos” e quase metade nos países de média renda). Outro dado preocupante: o tabagismo (e suas complicações) foi responsável pela morte de um em cada dez adultos em 2008 – e vale ressaltar que, muitas vezes, o cigarro é uma “causa escondida” de várias doenças apontadas no estudo. Aplicativo grátis mostra suas chances de desenvolver câncer, diabetes e derrame Uma comparação curiosa: se essas 57 milhões de pessoas que morreram em 2008 fossem representadas por um grupo de mil pessoas, 159 viriam de países de alta renda, 677 pessoas viriam de países de média renda e as demais (163), de países de baixa renda. De acordo com o relatório, estudar as principais causas de morte no mundo e em determinados grupos de países é importante para ajudar no desenvolvimento de assistência de saúde à população. A seguir, confira as dez maiores causas de morte em 2008, seguidas pela porcentagem de casos: Doenças cardíacas isquêmicas: 12,8%; Derrame e outras doenças neurovasculares: 10,8%; Infecções respiratórias: 6,1%; Doenças de obstrução pulmonar crônica: 5,8%; Doenças que causam diarreia: 4,3%; HIV/Aids: 3,1%; Câncer de traqueia, brônquios e pulmões: 2,4%; Tuberculose: 2,4%; Diabetes mellitus: 2,2%; Acidentes de trânsito: 2,1%. http://hypescience.com

domingo, 12 de agosto de 2012

Publicado estudo sobre mutação do vírus da gripe aviária

Críticas Depois de um longo e inusitado debate sobre dois estudos que mostram como o vírus H5N1, da gripe aviária, pode se tornar transmissível em mamíferos, um dos estudos foi integralmente publicado hoje (3 de maio 2012) na revista Nature. Um painel de especialistas do governo norte-americano tentou impedir a publicação alegando risco de bioterrorismo. Foi uma das primeiras tentativas de censura à ciência a vir à tona e alcançar o debate público. Tanto a revista Nature quanto a Science recusaram-se inicialmente a publicar os artigos. A própria Organização Mundial da Saúde criticou duramente os cientistas que criaram o vírus mutante da gripe aviária. Puxão de orelhas A Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou duramente os cientistas que criaram em laboratório uma cepa mortal do vírus H5N1, da gripe aviária. Duas equipes de cientistas, uma da Holanda e outra dos Estados Unidos, afirmam ter encontrado um modo de criar uma linhagem do H5N1 transmissível entre humanos, o que o torna capaz de provocar pandemias letais. Anunciada nos últimos dias de 2011, a pesquisa ainda não foi aceita para publicação por nenhuma revista científica pelas preocupações éticas e pelo temor de que os resultados possam levar à criação de armas biológicas. Até agora, nem mesmo os cientistas criadores dos vírus mutantes conseguiram justificar sua pesquisa ou demonstrar qualquer benefício que ela possa produzir. Controle dos cientistas Segundo a OMS, o trabalho dos cientistas criadores do vírus mortal deve ser rigidamente controlado, podendo ter riscos significativos à saúde humana em nível mundial. "A Organização Mundial da Saúde está profundamente preocupada com as potenciais consequências negativas", diz a organização, destacando a transmissibilidade do vírus entre humanos e o possível mau uso da pesquisa como as maiores preocupações. Assessores de segurança dos Estados Unidos também fizeram um pedido de censura inédito, temendo que a publicação de detalhes do estudo possa difundir conhecimento suficiente para a fabricação de uma arma biológica. O Conselho Nacional de Ciência para a Biossegurança daquele país também pediu às revistas Science e Nature, às quais o trabalho foi submetido, que disponibilizem o estudo apenas em versões editadas, o que não foi aceito até agora. Para a OMS, "embora esteja claro que o ato de conduzir pesquisas para obter conhecimento deve continuar, também está claro que certas pesquisas, e principalmente aquelas que podem gerar formas mais perigosas de vírus, têm riscos". H5N1 O vírus H5N1 é extremamente mortal em pessoas diretamente expostas ao vírus de aves infectadas. Desde que foi detectado, em 1997, cerca de 600 pessoas o contraíram e mais da metade delas morreram, uma taxa de letalidade inédita. A letalidade só não é maior porque, até agora, não existia uma forma natural do vírus transmissível de humano para humano - o homem só adquire o H5N1 a partir das aves. Mas os cientistas criaram artificialmente essa mutação, e nem mesmo as revistas científicas sabem como lidar com tal "descoberta". A prestigiada Science fez um chamamento público, pedindo que os próprios cientistas sugiram como lidar com os resultados de tal pesquisa. Benefícios incertos O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos afirma que financiou os dois estudos sobre como o vírus poderia ficar mais transmissível em humanos com o objetivo de obter conhecimento sobre como reagir se a mutação ocorrer de forma natural. Mas os estudos não indicam como destruir o vírus criado. A OMS afirma que tal pesquisa deveria ser feita "apenas depois que tiverem sido identificados todos os riscos à saúde pública e benefícios importantes" e "houver a certeza que as proteções necessárias para minimizar o potencial para consequências negativas estejam em vigor". Segundo a OMS, esse tipo de pesquisa deveria ser feito "apenas depois que tiverem sido identificados todos os riscos à saúde pública e benefícios importantes" e "houver a certeza que as proteções necessárias para minimizar o potencial para consequências negativas estejam em vigor". Em Fevereiro deste ano, a organização tentou mais uma vez impedir a publicação: Mutação induzida em laboratório Há pouco mais de um mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu um duro puxão de orelhas nos cientistas que criaram um vírus mutante da gripe aviária. Graças à mutação induzida em laboratório pelos cientistas, o perigoso vírus H5N1 passou a ser transmissível entre humanos. Desde que foi detectado, em 1997, cerca de 600 pessoas contraíram o H5N1 e mais da metade delas morreram, uma taxa de letalidade inédita - mas o vírus selvagem não consegue passar de uma pessoa para outra, apenas das aves para os humanos. Com a modificação feita pelos cientistas, o perigo do vírus seria incalculável. Censura à ciência Desde então, tem havido uma controvérsia inédita sobre se o estudo científico relatando como os cientistas induziram a mutação no vírus H5N1 deve ser publicada ou não. No mais recente capítulo da história, especialistas em saúde pública, reunidos em Genebra, não chegaram a um acordo quanto sobre a publicação da pesquisa. Com isto, a reunião da OMS decidiu que mais discussões são necessárias e ordenou uma moratória de prazo indefinido sobre as pesquisas. Segundo a organização, a sua publicação nas revistas científicas Science e Nature, que vinha sendo aventada, poderia dar ensinamentos a bioterroristas que queiram causar uma pandemia global. Liberdade acadêmica Os dois estudos foram submetidos às revistas científicas em novembro do ano passado, mas o NSABB (Conselho Científico para a Biossegurança Nacional dos EUA) pediu aos editores que omitissem partes dos artigos científicos, alegando que os detalhes poderiam ser usados por extremistas para desenvolver vírus poderosos. A censura causou protestos entre cientistas, que alegam que a medida fere a liberdade acadêmica. Alguns alegam até que os detalhes dos estudos já eram amplamente conhecidos no meio científico e que sua censura teria pouco efeito prático. Desde então, os pesquisadores envolvidos nos estudos e os periódicos científicos vêm debatendo a questão. Defesa Mas especialistas em saúde pública e cientistas acabaram concordando que a publicação seria não apenas importante, mas essencial para a vigilância da gripe estar pronta para um vírus que pode evoluir naturalmente para se tornar infeccioso entre humanos e causar uma pandemia global. O que os cientistas fizeram foi induzir essas mutações do vírus em laboratório - ou seja, a pesquisa resultou nesse tão temido vírus, que consegue passar de humano para humano - na verdade, a transmissibilidade é maior, podendo se dar entre mamíferos em geral. "Nosso estudo mostra que relativamente poucas mutações de aminoácidos são suficientes para um vírus com uma hemaglutinina H5 aviária adquirir a capacidade de transmissão entre mamíferos," afirmou Yoshihiro Kawaoka, um dos autores do estudo agora publicado. "Este estudo traz benefícios significativos à saúde pública e contribui para o nosso entendimento deste importante patógeno. Ao identificar mutações que facilitam a transmissão entre mamíferos, aqueles cujo trabalho é monitorar vírus circulantes na natureza podem procurar por essas mutações, tomando medidas para efetivamente proteger a saúde humana," completou. Kawaoka adverte que podem haver outras mutações desconhecidas que também permitam que o vírus seja transmitido entre mamíferos. Este argumento é feito na defesa da continuidade das pesquisas, que poderiam ser interrompidas por cortes nas verbas governamentais. Híbrido dos vírus H1N1 e H5N1 Desde o final de 2003, os vírus H5N1 já infectaram pelo menos 600 pessoas, a maioria na Ásia, e matou mais da metade das pessoas infectadas - uma virulência sem precedentes. Mas o vírus, que até agora só podia ser adquirido através do contato próximo com aves domésticas, não era transmissível de humano para humano. Agora é, pelo menos nos laboratórios participantes da pesquisa, que afirmam estar seguindo todos os protocolos de segurança para que o vírus não escape para a natureza. Se o vírus H5N1 atualmente em circulação no mundo pode de fato adquirir as mutações adicionais necessários para causar uma pandemia é uma questão em aberto, de acordo com Kawaoka: "É difícil prever. As mutações adicionais podem emergir conforme o vírus continua a circular." O vírus híbrido transmissível entre mamíferos foi feito através da montagem do gene hemaglutinina do vírus H5N1 no vírus da gripe H1N1; o híbrido H5-H1N1 parece ser menos patogênico do que o vírus H1N1, segundo os cientistas. Redação do Diário da Saúde

Novo vírus H3N8 causa "gripe das focas"

H3N8 Um novo vírus da gripe - classificado como H3N8 - foi descoberto por cientistas que tentavam descobrir a causa da mortandade de 162 focas nos EUA. O vírus, derivado da gripe das aves, adaptou-se para infectar mamíferos, mas aparentemente ainda não é capaz de atingir os humanos. A maioria das focas mortas eram filhotes com até seis meses de idade, diagnosticadas com pneumonia. Elas morreram em 2011 na região da Nova Inglaterra (EUA). Ao decodificar o DNA do H3N8, os cientistas da Universidade de Colúmbia descobriram que se trata de uma mutação de um vírus que circula entre aves aquáticas da América do Norte desde 2002. Gripe das focas As análises indicam que as mutações aumentaram a virulência do H3N8, que passou apresentar sintomas mais severos do que uma gripe comum. O temor dos cientistas é que as focas, e eventualmente outros animais selvagens, possam estar servindo como elo de ligação para que os vírus que atingem as aves cheguem aos humanos. Isso aconteceu recentemente com os porcos, dando origem à chamada gripe suína, ou gripe A(H1N1). Mutações induzidas Nos últimos meses, um estudo sobre uma mutação do vírus da gripe aviária, induzida artificialmente por cientistas em laboratório, causou polêmica. A própria comunidade científica se mostrou confusa com o experimento, e as revistas científicas Science e Nature inicialmente se recusaram a publicar os artigos. O principal temor era que esses vírus manipulados pudessem "vazar" dos laboratórios e contaminar pessoas, intencionalmente ou não. Depois de um longo debate, que envolveu a Organização Mundial da Saúde, os estudos foram finalmente publicados em Maio deste ano. Redação do Diário da Saúde

Vacina contra dengue tem êxito em teste

A ciência parece finalmente ter conseguido uma vitória contra a dengue. Pela primeira vez, uma vacina contra a doença foi eficaz em testes com humanos. Em um teste clínico com mais de 4.000 pacientes na Tailândia, uma vacina experimental produzida pela farmacêutica francesa Sanofi Pasteur conseguiu se mostrar eficiente contra três dos quatro sorotipos da dengue. Segundo a empresa, os experimentos mostraram que houve uma resposta imune para os quatro tipos, mas ainda não foi possível bater o martelo quanto à eficiência de um deles. O objetivo da fabricante é criar uma vacina que consiga imunizar contra todas as cepas virais. Os testes com a imunização nesse sentido continuam, e há um estudo ainda mais abrangente, com cerca de 31 mil pessoas de vários países, inclusive do Brasil, em andamento. A nova vacina usa um vírus atenuado, mas ainda vivo. Uma vez no corpo, ele não chega a provocar a doença, mas gera uma resposta do sistema imunológico, que começa a produzir anticorpos. Se, no futuro, a pessoa for de fato infectada pela dengue, seu organismo já terá a defesa “memorizada”, o que evitará o avanço do vírus. Nos testes, a imunização é feita em três doses, que devem ser tomadas com seis meses de intervalo. Os resultados ainda são preliminares, mas já animaram os pesquisadores. “A dengue não tem tratamento específico ou remédio que consiga eliminar o vírus. Basicamente, são feitos cuidados para manter o paciente bem até que o ciclo da doença termine”, diz a médica Rosana Richtmann, presidente da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia). “Por isso a vacina tem uma importância tão grande. Ela é algo que definitivamente nós estamos esperando há muito tempo”, completa ela. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 220 milhões de pessoas –mais do que as populações de Brasil e Portugal juntas– são infectadas por ano pelo vírus. Dessas, quase 2 milhões, a maioria crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que é a mais grave e letal da dengue. Cautela - Por enquanto, os dados do estudo foram apenas divulgados pela fabricante, e não estão publicados em revista especializada. Segundo a Sanofi, isso deve acontecer até o fim deste ano. A empresa também não informou quais foram os sorotipos com imunização eficaz. “A vacina é um grande passo, mas é preciso que ela funcione para os quatro sorotipos”, diz Alberto Chebabo, infectologista do hospital universitário da UFRJ. “O resultado, teoricamente falando, pode ser um risco aumentado de dengue hemorrágica, que acontece em geral quando a pessoa é infectada após já ter tido um outro sorotipo da doença. Se o paciente for contaminado pelo pelo vírus para o qual não houve imunização e já tiver os anticorpos por conta da vacina, o efeito pode ser semelhante”, avalia. (Fonte: Giuliana Miranda/ Folha.com)

Reduzir o consumo de sal diminui risco de câncer de estômago, diz ONG

Diminuir o consumo de alimentos salgados como pão, presunto e outros embutidos pode reduzir os riscos de câncer de estômago. O alerta foi feito pela ONG britânica World Cancer Research Fund (Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer, WCRF). A entidade, que oferece aconselhamento sobre a prevenção do câncer, quer que a população consuma menos sal e que a quantidade de sódio nos alimentos industrializados seja indicada mais claramente no rótulo. Apenas na Grã-Bretanha, um em sete cânceres do estômago poderiam ser prevenidos se as pessoas seguissem as recomendações diárias de consumo de sal, diz a ONG. Sal demais pode provocar pressão alta, doenças cardíacas e acidentes vasculares (derrames), além de câncer. O consumo diário recomendado pelas autoridades de saúde britânicas é 6 gramas. Mas, segundo o WCRF, os britânicos consomem, em média, 8,6 g por dia. No Brasil, um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicado em 2011, revelou que o brasileiro consome, em média, 8,2 g diárias de sal. Inimigo oculto – “O câncer de estômago é difícil de ser tratado com sucesso porque a maioria dos casos não é detectada até que a doença já esteja bem estabelecida”, disse a diretora de informação do WCRF, Kate Mendoza. “Isso enfatiza a importância de escolhermos um estilo de vida que previna a ocorrência da doença – como cortar o consumo de sal e comer mais frutas e legumes”. Comer muito sal, no entanto, não é uma questão de virar o saleiro sobre a batata frita. A maior parte do sal – cerca de 75% – que ingerimos já está no alimento. Por isso, o WCRF está pedindo que um sistema semelhante às luzes de um semáforo seja adotado nos rótulos de alimentos industrializados. Vermelho para índice alto, amarelo para médio e verde para baixo. Resistência – A proposta da entidade, no entanto, desagrada fabricantes e supermercados, que preferem outras formas de rotular os alimentos. Lucy Boyd, da entidade beneficente Cancer Research Uk, disse que a campanha do WCRF corrobora um relatório recente da Cancer Research UK, vinculando o consumo excessivo de sal ao desenvolvimento de câncer. Citando o caso específico da Grã-Bretanha, a representante diz que, de maneira geral, os britânicos comem sal demais. “E o consumo é maior entre os homens”, acrescenta. Ela sugere que uma rotulação melhor, por exemplo, usando o sistema baseado nas cores do semáforo, seria útil para ajudar os consumidores a diminuir a ingestão. (Fonte: G1)