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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Tabaco faz mal à saúde desde a plantação do fumo

Lavouras de fumo O Brasil quer tornar mais conhecidos pela população, principalmente a rural, os danos causados pela lavoura do tabaco à saúde dos trabalhadores envolvidos no seu cultivo e ao meio ambiente. Mas, sem medidas específicas de divulgação, será difícil avançar no processo de diversificação das áreas onde o fumo é cultivado. A avaliação é do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou de um seminário organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para tratar do tema. Produtores que trabalham no cultivo do fumo - na chamada indústria fumageira - estão sujeitos a diversos riscos, entre eles o de intoxicação por nicotina e agrotóxicos. "Todo o esforço que nós tivemos para divulgar os danos do fumo à saúde das pessoas, com parcerias com a mídia e o envolvimento de lideranças da sociedade, ajudou a consolidar no país o consenso [sobre o assunto]. "É fundamental construir um consenso no imaginário das nossas populações, sobretudo na rural, do quão danoso é participar da cultura do fumo em qualquer momento da atividade produtiva. Sem ele [o consenso], vamos ter dificuldade de avançar no conjunto de políticas que possa estimular a diversificação", disse o ministro. Alternativas à cultura do fumo O seminário ocorre a cerca de um mês da Conferência das Partes (COP 5) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde, marcada para novembro, na Coreia do Sul. O Brasil é signatário do documento que, entre outras coisas, prevê o apoio a alternativas economicamente viáveis aos agricultores de fumo. Mesmo sem dar mais detalhes de como seria construído esse consenso, Padilha destacou que é preciso desenvolver ações que envolvam vários setores da sociedade para garantir resultados semelhantes aos conquistados com as campanhas de combate ao fumo. O ministro lembrou que desde o fim da década de 1990 o número de fumantes no país caiu de 35% da população para 15%. Transição do fumo para culturas saudáveis O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, declarou que o principal gargalo para que produtores de fumo diversifiquem sua atividade é a rentabilidade superior à gerada por outras culturas. Segundo dados apresentados por ele, a renda obtida por hectare cultivado com o cultivo do fumo pode ser de seis a oito vezes maior do que com milho e quatro vezes maior do que a gerada pela produção de leite. Entre as medidas que o governo vem implementando para apoiar o processo de transição e tornar mais atrativas outras atividades na terra, o ministro citou o programa de crédito subsidiado, que garante taxas de juros mais baixas aos produtores que não cultivem o fumo. "Também há programas de assistência técnica e apoio à comercialização, mas enquanto houver gente fumando, vai ter gente plantando fumo", disse, destacando que o Brasil é um dos poucos países que têm política de apoio à diversificação produtiva em áreas de fumicultura. "A gente sempre ficava doente" Geovane Cognacco é agricultor rural em Leoberto Leal, município a 150 quilômetros de Florianópolis. A propriedade da família, até 2004, era destinada exclusivamente ao plantio do tabaco. Com o apoio de organizações não governamentais locais, como o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), que oferece assistência técnica e difunde os conceitos da agroecologia, o pedaço de terra de 60 hectares passou a produzir verduras e uva. Segundo ele, os casos de mal-estar e de enjoo entre os produtores diminuíram e a rentabilidade aumentou. "Resolvermos iniciar a transição porque percebemos que não estávamos produzindo alimento. Além disso, com o fumo, a gente sempre ficava doente, tinha muito enjoo. Agora, que deixamos de cultivar esse produto, não existe mais o problema e o rendimento passou de R$ 60 mil por ano para cerca de R$ 100 mil no mesmo período", disse. Existem cerca de 200 mil famílias de agricultores envolvidas com a produção de fumo, concentradas principalmente na Região Sul. Agência Brasil

Estudo revela as causas da extinção das espécies pelo aquecimento global

Ao contrário do que se acreditava sobre o aquecimento global, raras foram as populações de animais e plantas que foram extintas apenas pelo aumento das temperaturas. Estudo da Universidade Stony Brook de Nova York que revisou 136 casos de espécies extintas mostrou que o aquecimento não é o fator da mudança climática que mais influencia a extinção local das espécies. O aquecimento global altera o equilíbrio da natureza, o que, por sua vez, pode provocar o desaparecimento das espécies, mas não existe uma relação direta entre a elevação das temperaturas e a extinção local de seres vivos, explicou John Wiens, da Universidade Stony Brook de Nova York e autor do trabalho publicado no periódico científico “Proceedings of the Royal Society B”. Os pesquisadores afirmam que as mudanças climáticas podem influenciar mais frequentemente a extinção e declínios populacionais pela alteração nas interações das espécies, como por exemplo, reduzir a população de presas de um predador. “Estas mudanças de interações podem fazer com que pequenas mudanças do clima se tornem perigosas para a sobrevivência das espécies”, disse Wiens. O pesquisador alerta para a falta de conhecimento sobre as causas das extinções. “Dúzias de estudos demonstraram que as extinções locais parecem estar associadas à mudança climática. Na maioria dos casos, a causa principal do declive no número de exemplares não foi identificada, o que ressalta quão limitado é nosso conhecimento neste tema crucial”, afirmou Wiens. (Fonte: Portal iG)

CNPq recebe até quinta-feira propostas sobre métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) está selecionando propostas para estruturação da Rede Nacional de Métodos Alternativos ao Uso de Animais em Pesquisas (Renama). O prazo para inscrições vai até quinta-feira (18). A Renama foi criada em junho deste ano com o objetivo de atuar no desenvolvimento, na validação e na certificação de tecnologias e de métodos alternativos ao uso de animais para os testes de segurança e de eficácia de medicamentos e cosméticos. Outra atribuição da rede é promover maior integração de trabalhos e estudos colaborativos de grupos que atuam nessa área. Pelo edital, estão previstos recursos no valor de R$ 1,1 milhão para propostas voltadas para as linhas temáticas: financiamento de pesquisas para implementação em laboratórios, desenvolvimento e validação de modelo de pele humana na forma de kits para testes de segurança e eficácia, e métodos alternativos ao uso de animais. As propostas devem ser encaminhadas ao CNPq exclusivamente pela internet e acompanhadas de arquivo contendo o projeto. A chamada e o regulamento podem ser conferidos no site da instituição. De acordo com o presidente da Federação Latino-Americana de Biofísica, Marcelo Morales, a criação e o fortalecimento do Renama são fundamentais para o avanço da substituição de animais em pesquisas, quando houver comprovação científica da eficácia do método alternativo. Morales, que também é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), citou o exemplo de um método certificado internacionalmente para substituir os animais em testes de irritabilidade de pele. Esses kits, com estruturas celulares produzidas em cultura, são comercializados, mas o curto prazo de validade prejudica a importação pelo Brasil. “O Brasil ainda não usa esse kit porque não conseguimos importar e usar durante o período de validade, que é apenas sete dias. Depois de ser enviado e passar por todos os trâmites da alfândega, o prazo já foi ultrapassado. É muito importante que tenhamos uma rede nacional que faça pesquisa com esses métodos alternativos e nos permita substituir sempre que possível”, avaliou. Morales enfatiza, no entanto, que o uso de animais para fins científicos ainda será necessário por muito tempo. “Neste momento, o Brasil dá os primeiros passos na proliferação desses métodos, mas ainda há uma necessidade muito grande dos animais para a ciência. Só vamos conseguir substituir em alguns casos. Ainda é desta forma [com uso dos animais] que vamos conseguir fazer novas metodologias para a produção de medicamentos e de vacinas não só para uso de seres humanos, mas também dos próprios animais”, explicou. Ele lembrou que a legislação brasileira exige que todas as instituições em que são feitas pesquisas com o uso de animais tenham uma comissão de bioética responsável por garantir que não lhes seja causado sofrimento. A representante no Brasil da organização Worldwide Events to End Animal Cruelty (Weeac), que defende o fim da crueldade contra animais, Patrícia El-Moor, vê com certo otimismo a iniciativa do governo brasileiro. Embora reconheça que a criação do Renama causa desconfiança entre ativistas que exigem uma resposta mais rápida e definitiva às suas demandas, ela acredita que a rede vai contribuir, de fato, para incentivar pesquisas de métodos substitutivos. “Muitos ativistas defendem a libertação animal completa e imediata, mas eu acho que essa iniciativa, pelo menos, acaba com o argumento, de quem utiliza animais para fins didáticos ou em experiências científicas, que não há incentivo para o desenvolvimento de outros métodos. É um primeiro passo”, destacou. (Fonte: Thais Leitão/ Agência Brasil)

Mortalidade por AVC cai 32% em dez anos

Mortes por AVC A mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) caiu 32% na faixa etária até os 70 anos É o que o Ministério da Saúde cataloga como mortes evitáveis. Apesar da queda, verificada entre 2000 e 2010, a doença está entre as principais causas de morte e internação no país. Só em 2010, mais de 33 mil pessoas morreram em decorrência de AVC nessa faixa etária. Como detectar o AVC O acidente vascular cerebral decorre da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. Essa falta ou restrição no fornecimento de sangue pode provocar lesão ou morte celular e danos nas funções neurológicas. Além de provocar mortes, o AVC é a principal causa de incapacidade em adultos no mundo. Para saber se uma pessoa está tendo AVC, primeiramente, pedir que a pessoa sorria e que se observe se o sorriso está torto. Em seguida, verificar se ela consegue levantar os dois braços. Outro passo é verificar se há alguma diferença na fala, se está arrastada ou enrolada. Caso seja identificado algum desses sinais, deve-se procurar imediatamente um serviço de saúde. Alteplase Até 2014, o Ministério da Saúde deverá investir R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de AVC. Desse total, cerca de R$ 370 milhões serão utilizados para financiar leitos hospitalares e R$ 96 milhões serão aplicados na oferta de tratamento com uso de Alteplase (enzima que ajuda na dissolução de coágulos sanguíneos). Agência Brasil

Dia Mundial da Visão: da prevenção ao olho biônico

Direito à Visão No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão, segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB) instituíram o Programa Visão 2020: O Direito à Visão para tentar combater a condição. O objetivo do programa é eliminar a cegueira evitável em todo o mundo até o ano 2020. Isso porque até 80% dos casos de cegueira resultam de causas previsíveis e/ou tratáveis, mas a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo e uma criança perde a visão a cada minuto. São 285 milhões de pessoas no mundo vivendo com baixa visão ou cegueira. Desses, 39 milhões são cegas e 246 milhões têm deficiência visual moderada ou grave. Glaucoma De acordo com o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Marco Antônio Rey Faria, campanhas como a do Dia Mundial da Visão são importantes para conscientizar a população sobre a necessidade de acompanhamento médico especializado, para evitar que os problemas dos olhos se agravem e acabem resultando em cegueira, que poderia ser evitada em cerca de 80% dos casos. Segundo o médico, muitas doenças relacionadas à visão não apresentam sintomas e, quando descobertas, já estão em estágio bastante avançado e de difícil regressão. "É o caso do glaucoma, a maior causa de cegueira no mundo, sendo que, no Brasil, mais de 1 milhão de pessoas são portadoras da doença", informa Rey Faria. O glaucoma se caracteriza pelo aumento da pressão intraocultar que leva a uma atrofia progressiva do nervo óptico, se não controlada, e compromete o campo de visão do paciente. Apesar da gravidade, hoje o glaucoma pode ser tratado com sucesso, tanto com drogas como por meio de laser e cirurgias até de implante de válvulas na região afetada. Olho biônico Para Marco Antônio Rey Faria, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o futuro da oftalmologia está no "olho biônico". Apesar da importância da prevenção e do acompanhamento das pessoas que ainda têm visão, o olho biônico poderá devolver a visão a quem perdeu totalmente a capacidade de enxergar. O pesquisador acredita que a tecnologia se tornará rotineira "no máximo em 20 anos". O olho biônico utiliza uma câmera de vídeo para enviar ao cérebro as imagens captadas por eletrodos que o paciente pode ter instalados até na língua. Protótipo de olho robótico Uma experiência foi feita recentemente na Austrália, embora o olho biônico experimental ainda não seja dotado de uma câmera. Olho "pré-biônico" faz paciente cega ver a luz O Bionic Vision Australia (BVA), consórcio financiado pelo governo, implantou o "protótipo preliminar" de um olho robótico em uma mulher com perda hereditária da visão provocada por retinite pigmentosa degenerativa, um tipo de degeneração da retina que leva à perda da visão e não tem cura. Descrito como um "olho pré-biônico", o aparelho com 24 eletrodos foi colocado sobre a retina da paciente e enviou impulsos elétricos para estimular as células nervosas de seus olhos. O dispositivo de Ashworth só funciona quando está conectado dentro do laboratório e o presidente do BVA, David Penington, disse que seria usado para explorar como as imagens são "construídas" pelo cérebro e pelo olho. Agência Brasil

Brasil é exemplo na erradicação da raiva animal e humana

Menos raiva no mundo O Brasil é considerado exemplo internacional no combate eficaz da raiva animal. Segundo Rosângela Ribeiro, da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla em inglês), com a implantação pelo Ministério da Saúde, em 1973, do Programa Nacional de Prevenção da Raiva, o país tem sido eficaz no combate à doença. Foi por meio desse programa, acrescentou, que o Brasil conseguiu baixar o número de casos de raiva humanos e animais em mais de 90%, desde a década de 80. De acordo com dados do Ministério da Saúde, enquanto em 1990 foram registrados 73 casos de raiva humana no país, no ano passado esse número caiu para apenas dois oficialmente notificados. Outros países da América Latina, entre os quais o México, o Peru e o Chile, também conseguiram obter esse resultado por meio da vacinação em massa gratuita. Em toda a região, os casos de raiva canina caíram de 25 mil, em 1977, para 196, em 2011, informou a WSPA. Sem sacrifícios Durante o Dia Mundial da Raiva, lembrado no último sábado, a WSPA lançou pelo segundo ano consecutivo a campanha Coleiras Vermelhas - Na Luta contra a Raiva. O objetivo é mostrar para as pessoas que existem métodos humanitários, sustentáveis e mais efetivos de combater a raiva. De acordo levantamento feito pela entidade, cerca de 20 milhões de cães são sacrificados por ano no mundo na tentativa de erradicar a doença, que mata 55 mil pessoas anualmente. "Essa campanha vai levar informação aos governos de vários países que ainda sacrificam cães para controlar essa zoonose. Nós queremos que esses governos implementem programas de vacinação em massa, gratuitos, de todos os cães, como uma forma humanitária de controlar a doença", declarou a gerente da WSPA Brasil. Agência Brasil

Anvisa quer mais controle na venda de medicamentos tarja vermelha

Sinal vermelho A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) abriu discussão em audiência pública para debater a necessidade de apresentação de receita médica para compra de medicamentos de tarja vermelha. A proposta da ANVISA é implementar medidas de fiscalização e educação para alertar sobre os riscos da automedicação e estimular o consumo racional de medicamentos no país. Os medicamentos de tarja vermelha correspondem a 65% do mercado de medicamentos. Para a maioria desses produtos, a legislação sanitária exige apenas a apresentação da receita médica no ato da compra. As farmácias não são obrigadas a reter as receitas. Grupo de trabalho Dirceu Barbano, diretor-presidente da ANVISA, não acredita que a retenção de receita seja o melhor caminho. "Seria necessário criar um prédio ao lado das farmácias para guardar as receitas retidas", ironizou. Em sua opinião, o mais indicado seria atuar na conscientização da população. "A prescrição médica é fundamental para garantir um diagnóstico correto e o uso seguro e eficaz do medicamento ", disse Barbano. A sugestão que teve mais força entre os representantes da indústria farmacêutica foi a formação de um "grupo de trabalho" para a proposição de novas ideias sobre o tema. Representantes dos farmacêuticos sugeriram que haja uma nova classificação que inclua medicamentos que possam ser indicados por profissionais da área. Agência Brasil

Atual emissão de gases deve elevar oceano em mais de 1 m, diz estudo

Estudo publicado nesta terça-feira (2) no jornal científico “Environmental Research Letters” afirma que as atuais emissões de gases causadores do efeito estufa já poderão provocar um aumento irreversível da temperatura, que fará o nível do mar subir por milhares de anos. De acordo com a investigação científica conduzida por um grupo de pesquisadores europeus, os gases liberados até agora na atmosfera por atividades humanas será responsável pela elevação do mar em 1,1 metro até o ano 3.000. Entretanto, para os pesquisadores os danos podem ser ainda piores se o cenário atual de emissões (chamado de A2) prosseguir nos próximos anos. De acordo com especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), se nada for feito para mudar o ritmo de poluição e lançamento de gases impactantes, poderá ocorrer um aumento de temperatura entre 2 °C e 5,4° C até 2100 e a elevação do mar em 6,8 metros nos próximos mil anos. Toda ação tem uma reação – Segundo o professor Philippe Huybrechts, um dos autores do estudo, a atual inércia da sociedade vai impactar a longo prazo as camadas de gelo e o nível do mar. Em todos os cenários pesquisados – alguns com aumento de temperatura maior, outros com um aquecimento em menor magnitude – o gelo derretido na Groenlândia será responsável por mais da metade da subida do nível do mar. O artigo diz ainda que é preciso limitar a concentração de gases causadores do efeito estufa rapidamente, já que é a única opção realista para mitigar o impacto da mudança do clima. “Quanto menor o aquecimento, menos grave será a consequência para o planeta”, conclui o professor. (Fonte: Globo Natureza)

Conservação remunerada

O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), tema do Projeto de Lei PSA 792/2007, foi objeto de um seminário, na tarde desta terça-feira (09/10), na Câmara dos Deputados, em Brasília. O debate, promovido pela Comissão de Finanças e Tributação, teve por base a transferência de recursos àqueles que, voluntariamente, ajudam a conservar os ecossistemas e a diversidade biológica do país, além de produzir serviços fundamentais à manutenção da vida no planeta. O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti, representando disse que o debate é uma oportunidade de unir todos os setores do governo e o parlamento em torno do tema sustentabilidade. “Pagar por serviços ambientais é colocar preço no trabalho voluntário de povos indígenas e comunidades tradicionais por conservarem as florestas e o meio ambiente de onde retiram seu sustento, com a preocupação de não destruir”, argumentou. Comunidades - De acordo com Cavalcanti, é necessário avaliar os custos e os benefícios decorrentes dos diferentes usos do solo, além de se combinar conservação de florestas com o pagamento pela conservação ambiental. Para o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), que solicitou a realização do seminário, “o debate sobre o PSA permite recolher subsídios de técnicos, cientistas, parlamentares, empresários, ambientalistas e da sociedade em geral, que são fundamentais para a elaboração do parecer ao Projeto de Lei”. O professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), Maurício Carvalho Amazonas, um dos convidados do seminário, destacou como principal problema da proposta é o aspecto contratualista da proposta em tramitação na Câmara. “Essa concepção provoca conflitos por tratar o pagamento pelo serviço de forma equivocada”, avaliou o professor, para quem a remuneração em dinheiro por um serviço já prestado à sociedade faz parte de uma lógica compensatória. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Luciano Mattos, criticou o texto atual do projeto de lei, sob o argumento de que a proposta deixou de fora a produção agropecuária sustentável. “O enfoque apenas em conservação traz consequências negativas do ponto de vista econômico, pois a produção agropecuária cria laços econômicos, como a venda de insumos, e se o agricultor simplesmente para de produzir, isso acaba com a cadeia produtiva”, argumentou. (Fonte: Luciene de Assis/ MMA)

Quase 50% das frutas e vegetais produzidos não são consumidos

Fora da mesa Quase 50% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados ao longo da cadeia que vai do produtor ao consumidor. A conclusão é do projeto europeu "Veg-i-Trade", que tem a participação de pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Estas perdas ocorrem do campo à mesa: durante a produção agrícola, processamento, distribuição, nos supermercados e nas casas dos consumidores. O objetivo dos pesquisadores é tentar reduzir as perdas na cadeia de produção das frutas e vegetais. E os consumidores também têm um papel a desempenhar. Desperdício de frutas e vegetais De acordo com um relatório da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), as principais perdas estão ligados à produção dos produtos frescos. Cerca de 20% dos alimentos frescos são perdidos, entre outros, devido a: danos acidentais durante a colheita danos por insetos danos mecânicos e/ou vazamentos durante a operação de colheita não atendimento a requisitos de qualidade dos supermercados e outras empresas. Mas os pesquisadores constataram que as perdas continuam depois que as frutas e vegetais foram para comercialização. Oferta sem demanda e demanda sem uso A falta de sintonia entre a oferta e a demanda é outra razão importante para as perdas. Durante o manejo pós-colheita e o processamento, 5,5% das verduras e vegetais se perde, por exemplo, por más condições de armazenagem, na produção de suco, ou durante as interrupções de processo e acidentes. Na cadeia de distribuição e supermercados, outros 7,5% são perdidos devido à degradação e superação do prazo de validade. Finalmente, 13% do que é produzido se perde devido ao comportamento dos consumidores, que jogam fora frutas e vegetais ainda comestíveis. Um dos elementos importantes, responsável pelo desperdício nas residências, é a perda devido ao armazenamento em temperatura inadequada, ou simplesmente por deixar passar o prazo de validade. Doar para quem precisa Nem todas as perdas são irreversíveis, porque um grande esforço tem sido feito na valorização destes produtos. Em instalações de fermentação, produtos frescos não negociáveis podem ser transformados em energia. Produtos frescos ligeiramente danificados também podem ser aproveitados para fazer produtos derivados como doces, sopas etc. Talvez por estar sendo feito na Europa, o estudo não levanta como possibilidade de aproveitamento a doação dos alimentos não comercializados para pessoas carentes ou instituições que atendem a essas pessoas. Diário da Saúde

Cerveja brasileira tem até 50% de milho

Cevada Cevada, lúpulo e água são conhecidos pela maioria das pessoas como as matérias-primas principais para a fabricação da cerveja. Porém, o que poucos sabem é que o milho é um importante ingrediente da cerveja nacional e que pode estar presente em até metade de sua composição. A conclusão é de uma pesquisa realizada no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP. Os pesquisadores analisaram 77 marcas do produto, incluindo 49 produzidas no Brasil, e 28 importadas, fabricadas na Europa, Américas do Sul e do Norte e na China. Cerveja de milho A legislação brasileira estabelece que parte da cevada pode ser substituída por adjuntos como milho, arroz, trigo, centeio, aveia e sorgo. Porém, a substituição da cevada não deve ultrapassar 50%. Caso outro cereal seja utilizado em maior proporção que a cevada, o produto deve ser chamado com o nome do vegetal predominante, como a cerveja de milho, por exemplo. Os suplementos mais utilizados são o xarope e sêmola de milho e arroz. "As cervejarias não são obrigadas a descrever detalhadamente todos os ingredientes existentes na cerveja e, normalmente, usam o termo genérico cereais não maltados, em vez da especificação de cada produto que a constitui," explica Sílvia Fernanda Mardegan, coordenadora do estudo. Sílvia atestou que muitos fabricantes utilizam milho em substituição aos ingredientes originais da cerveja. A receita original da cerveja foi instituída na Alemanha em 1516, quando se promulgou a Lei de Pureza da Baviera, criando um padrão do fermentado de cevada. Análise de isótopos O uso de isótopos estáveis do carbono possibilitou determinar a composição das marcas pesquisadas, uma vez que a análise isotópica é uma ferramenta importante na determinação da composição de origem de alimentos e bebidas. "Por meio dessa ferramenta, pudemos constatar que o milho é um importante componente das cervejas brasileiras", explica Silvia. Isso se deve ao fato de que diferenças no tipo de fotossíntese das plantas refletem em variações na composição isotópica do carbono. Plantas como a cevada, principal constituintes da cerveja, apresentam ciclo do tipo C3, enquanto o milho é uma planta tipo C4, o qual é utilizado como adjunto em certas bebidas alcoólicas, uma vez que aceleram o processo de fermentação e reduzem os custos de produção. "Com base nesses dados, descobrimos que, do total de cervejas pesquisadas, apenas 21 utilizam somente cevada. Por outro lado, os valores isotópicos de 16 cervejas brasileiras indicam a presença de aproximadamente 50% de milho em sua composição", conta Sílvia. Cervejas artesanais puras A partir dessa metodologia, a pesquisa desvendou uma substancial diferença entre as cervejas comerciais, produzidas em grande escala, e as estrangeiras e artesanais. "O estudo concluiu que as marcas convencionais são compostas de uma mistura de milho e cevada, enquanto a maioria das pequenas cervejarias, que fabricam de maneira artesanal e têm uma produção limitada, parecem visar à produção de bebidas utilizando exclusivamente a cevada", conclui a pesquisadora. Com informações do Cena

Anvisa proíbe o comércio e o uso de medicamentos injetáveis que contenham chá verde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu na segunda-feira (8) a fabricação, a manipulação, a distribuição, o comércio, a divulgação, a administração e o uso de medicamentos injetáveis à base de extratos vegetais como o chá verde. De acordo com resolução publicada no Diário Oficial da União, a medida foi tomada após a identificação de propagandas na internet de tratamentos estéticos para emagrecimento e combate à gorduras localizadas sugerindo o uso de formulações injetáveis contendo chá verde isolado ou associado a outras substâncias. A Anvisa ressaltou que não há estudos que comprovem a segurança e a eficácia da aplicação de formulações subcutâneas contendo chá verde ou outros extratos vegetais, isolados ou em associação. A resolução entrou em vigor nesta segunda-feira. (Fonte: Paula Laboissière/ Agência Brasil)

Ações simples e domésticas

Simples ações que começam dentro de casa surgem como alternativas para a preservação do meio ambiente. Entre vários outros benefícios, a mudança de comportamento pode contribuir para a redução de emissões de gases poluentes e substâncias responsáveis pelas mudanças climáticas no planeta. O Dia do Consumo Consciente, comemorado em 15 de outubro, é uma oportunidade para que a população passe a fazer a sua parte. As geladeiras e os freezers antigos estão entre os principais vilões da atmosfera. Os equipamentos de refrigeração produzidos até 2001 contêm clorofluorcarbono (CFC), substância destruidora da camada de ozônio. Caso haja vazamentos do gás, esses aparelhos se tornam potenciais agressores da concentração do gás ozônio que filtra a radiação ultravioleta da Terra. Prevenção - No Brasil, o consumo do clorofluorcarbono foi proibido, mas ainda existem os chamados bancos de CFC, presentes justamente nos refrigeradores mais velhos. De acordo com a coordenadora de Proteção da Camada de Ozônio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Magna Luduvice, o ideal seria substituí-los por equipamentos novos. Caso não seja possível trocá-los, a manutenção deve ser feita regularmente por técnicos especializados. O controle das substâncias destruidoras do ozônio deve se estender ao comércio. Para combater a liberação indevida de hidroclorofluorcarbono (HCFC), outro responsável pelo buraco da camada de ozônio, o MMA e a Associação Brasileira de Supermercados desenvolvem um projeto demonstrativo de treinamento para manutenção de refrigeradores em estabelecimentos do ramo. “O índice de vazamentos em supermercados é muito alto”, alerta Magna. Energia - A substituição por refrigeradores mais recentes também traz benefícios em relação ao consumo de energia. Tanto para as geladeiras, quanto para os demais eletrodomésticos, é necessário dar preferência a produtos com o Selo A do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). “A preservação da camada de ozônio e a eficiência energética têm uma ligação significativa. É importante incentivar boas práticas nesse sentido”, afirma Magna. Confira dicas de consumo consciente: - ECONOMIZE ENERGIA ELÉTRICA: - não deixe luzes acesas sem necessidade; - compre eletrodomésticos eficientes (Classe A); - troque lâmpadas incandescentes por fluorescentes - não tome banhos demorados e, no verão, ajuste a chave do chuveiro; - utilize aquecedor solar quando possível; - mantenha a borracha vedadora de sua geladeira sempre em boas condições - limpe ou troque os filtros do ar-condicionado; - evite usar a secadora de roupas; - configure seu computador para o modo de economia de energia, o monitor é responsável por até 80% do consumo total de uma máquina; - TRANSPORTES - dê preferência ao transporte coletivo e à bicicleta; - ofereça ou pegue carona; - faça manutenção constante do veículo; - calibre seus pneus; - quando for trocar de carro, considere um modelo menos poluente; OUTRAS INICIATIVAS - compre móveis feitos com madeira certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council); - separe o lixo - não desperdice comida; - dê preferência aos alimentos frescos, em vez dos congelados, que, além de mais caros, consomem até 10 vezes mais energia para serem produzidos; - evite substituir desnecessariamente aparelhos que agregam alta tecnologia, como por exemplo celulares; - reduza o consumo de produtos descartáveis; - para subir dois ou três andares, dê preferência a escada ao invés de usar o elevador; - imprima apenas o que for necessário e use os dois lados das folhas. - dê preferência a papéis reciclados sempre que possível; - sempre que possível faça videoconferências, evitando descolamentos e viagens desnecessárias; - conscientize-se sobre o produto que está comprando; pesquise se empresa adota ações sustentáveis na produção e se já foi multada por crime ambiental; - ao investir em um fundo ou empresa, priorize aquelas que têm boas práticas sócio-ambientais. (Fonte: Lucas Tolentino/ MMA)

Estudo: células-tronco podem ajudar em terapia para doenças cerebrais

Dois novos estudos indicam que transplantes naturais de células-tronco podem trazer benefícios a pacientes com a falta de habilidade de produzir mielina saudável – uma gordura protetora localizada em volta de fibras nervosas. Os resultados, publicados na revista Science, sugerem que células-tronco neurais, que podem se diferenciar na produção de mielina nas células do cérebro (chamadas oligodendrócitos), podem servir como tratamento para a deficiência, também chamada de leucodistrofia. A mielina tem um papel fundamental na transmissão rápida e precisa de correntes elétricas carregando dados de uma célula nervosa a outra. Quando o processo é interrompido, indivíduos afetados têm condições motoras e intelectuais prejudicadas. O pesquisador Nobuko Uchida e sua equipe transplantaram células-tronco neurais de humanos em cérebros de camundongos e descobriram que essas células se diferenciavam preferencialmente dos oligodendrócitos que produziam mielina. A mielina saudável cobriu os axônios (parte do neurônio responsável pela condução de impulsos elétricos) e melhorou a condição nervosa dos animais. Em um estudo separado, a equipe do pesquisador Nalin Gupta implantou cirurgicamente células-tronco neurais diretamente no lobo frontal de quatro meninos jovens que tinham a doença de Pelizaeus-Merzbacher (PMD), uma rara condição genética caracterizada pela falta de habilidade de formação de mielina. Exames de ressonância magnética feitos antes dos transplantes e cinco vezes no ano após a cirurgia mostraram um crescimento na produção de mielina saudável. Os pesquisadores observaram avanços nas funções motoras de três dos meninos testados. Juntos, os resultados dos dois estudos sugerem que o transplante de células-tronco neurais pode ser um tratamento promissor para a PMD e outras leucodistrofias. (Fonte: Portal Terra)

Estudo sobre o aquecimento global analisa comportamento de aves

O impacto das mudanças climáticas no meio ambiente está sendo analisado por um grupo de pesquisadores brasileiros e canadenses em uma parceria da da Universidade de Taubaté (Unitau) com University of Canada Scarborough. A ferramenta desse estudo é o comportamento dos beija-flores. Os estudos de campo são feitos nas cidades de Taubaté, Ubatuba, Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí. A Professora Dra. Maria Cecília Toledo, da Unitau, afirma que o primeiro passo é a adaptação da ave ao ambiente. “Ele tem que se acostumar com a armadilha. A partir do momento que ele se acostuma no bebedouro, que ele vai adquirindo confiança, até que chega a hora, com muita rapidez, porque eles são muito rápidos, de capturá-los, mas é um jogo de paciência”, afirma. Depois do campo, os pesquisadores levam os pássaros para um laboratório. As gaiolas são adaptadas com balança e uma câmera de alta velocidade. O pesquisador canadense Kenneth Welsh explica que os equipamentos vão indicar, por exemplo, quantas calorias os beija-flores perdem durante o vôo, quanto oxigênio respiram e a frequência da batida das asas. Os dados servem para avaliar o comportamento dos pássaros em diferentes temperaturas. Os pesquisadores querem saber se beija-flores conseguiriam sobreviver ao aumento da temperatura da terra. A espécie foi escolhida por ser frágil e pequena. No laboratório os pássaros encaram uma maratona de testes que dura, no máximo, 12 horas. É a contribuição deles para um trabalho que envolve o aquecimento global. Depois de todo o trabalho de campo, os pássaros são trazidos exatamente para o local de onde foram capturados. E então são soltos novamente na natureza. “Quando a gente volta, solta ele e fala ‘vai embora para a sua casa’, é tudo de bom. É a pesquisa dando certo”, completou a pesquisadora. (Fonte: G1)

Horário de verão não trará economia para o consumidor

Economia no pico O horário de verão começa no próximo dia 21 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e mais o estado da Bahia. A medida poderá trazer uma diminuição da demanda de energia nos horários de pico entre 5% e 5,5%, dando maior estabilidade ao sistema elétrico. Mas isto não representará redução da conta de luz para o consumidor. A avaliação é do professor Reinaldo Castro Souza, da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Sem economia para o consumidor No verão, o sistema elétrico tende a ficar muito carregada no horário que se estende das 18 horas às 21 horas, principalmente no horário de pico, quando a iluminação pública é ativada e as pessoas vão para suas casas, ligam a televisão e usam o chuveiro elétrico. Com o horário de verão, não há a coincidência de uso de energia sobretudo quanto à iluminação pública, destacou Reinaldo. Para os consumidores residenciais, considerados de baixa tensão, o professor explicou que não há diminuição na conta de luz porque os consumidores continuam usando energia, mas apenas deslocam esse uso. "Você apenas está ajudando o sistema elétrico brasileiro e o Operador Nacional do Sistema (ONS) a não ter que ligar termelétricas e fazer altas manobras para gerar mais energia," diz o especialista. Para a indústria e o comércio, dependendo da tarifa que têm contratada com a distribuidora, pode haver algum ganho porque vão estar economizando nesse horário de ponta. Só com sol forte Para o sistema, contudo, há uma redução da demanda. "Há uma queda, nesse período mais crítico, em torno de 5% da demanda. A potência demandada pelos consumidores vai ser menor nesse horário de ponta. As estimativas ao longo dos anos são em torno de 5% a 5,5% de redução de demanda. Mas o consumo praticamente fica o mesmo, principalmente para os consumidores de baixa tensão," explica Reinaldo. Porém, a diminuição da demanda é registrada somente nos dias quentes, quando a luminosidade natural é forte. Nos dias nublados e com chuva, a diminuição é zero. Agência Brasil

sábado, 6 de outubro de 2012

Sociedade civil e governo vão discutir estratégias para resíduos sólidos em 2013

Brasília – As contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país serão concluídas no fim do ano que vem. Enquanto isso, os debates municipais e regionais que precedem o encontro, marcado para outubro de 2013, começam em três meses. Mas será apenas durante a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que esses setores vão apresentar, em tom mais conclusivo, as estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas. Silvano Silvério da Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explicou que a conferência é um processo. “Haverá mobilização local para depois chegar à conferência. Temos as etapas regional e municipal que começam em janeiro”, acrescentou. Ao lembrar que os debates municipais e regionais terão início poucos dias depois da posse dos novos prefeitos, que serão eleitos este mês, o diretor do MMA acrescentou que eles começarão os mandatos dando prioridade à área em que há maior necessidade de medidas urgentes. Silvério destacou que a conferência não é o local das “resoluções”, mas tem papel fundamental para esclarecer metas e driblar dificuldades na adoção das exigências previstas pela PNRS. Alguns especialistas endossam a aposta e acreditam que tanto a conferência quanto os eventos preparatórios podem minimizar, ao longo desses meses, alguns dos temores em relação às determinações da política. “A estratégia do governo é priorizar a implementação da politica”, disse Silvério. Mas, as regras, criadas em 2010, com responsabilidades previstas para todos os setores e esferas de governo no tratamento e destinação de resíduos, ainda estão longe dos resultados esperados. Este ano, por exemplo, alguns prazos importantes, previstos pela PNRS, chegaram ao fim. Desde o último dia 2 de agosto, as prefeituras e governos estaduais que quiserem recursos federais para o manejo de resíduos têm que apresentar um plano local com estratégias para o setor. A norma e o prazo foram publicados há dois anos, mas a maioria das administrações locais não cumpriu a determinação. Mais de 90% das prefeituras não apresentaram os planos municipais. As autoridades estaduais e municipais alertam, agora, para as dificuldades em desativar lixões. A política nacional prevê que todos os lixões do país sejam extintos até 2014. Muitos administradores públicos, no entanto, alegam não ter recursos suficientes para atender à exigência e apontam o excesso de burocracia, principalmente em relação aos contratos licitados com empresas de transporte e administradoras de depósitos que ainda estarão em vigor em 2014. “Costumo dizer que o prazo dos lixões é muito ousado, mas tivemos uma avaliação história que mostrou que em 1998, 35% dos resíduos eram despejados em aterros. Esse volume aumentou para 58% em 2008, período em que ainda não tínhamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, disse Silvério, acrescentando que o fim dos lixões já é uma “tendência dos últimos dez anos e por isso não é impossível”. Dados do Ministério das Cidades mostram que mais da metade dos 5.564 municípios brasileiros ainda não dão a destinação correta para o lixo. Pelo lado dos empresários, a discussão gira em torno da logística reversa, que prevê o retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveitados pelo fabricante. O mecanismo exige o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição, desde fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor. O governo pretende, com a conferência, aumentar o conhecimento técnico, científico e político sobre o tema. “O que vai acontecer é um processo de cada um internalizar as responsabilidades e implementar. A conferência vai dar luz e capilaridade ao debate. A intenção não é levantar demandas, mas mostrar que cada um pode absorver sua responsabilidade”, explicou Silvério. A aposta é que com esse tipo de debate, empresas, governos e organizações sociais busquem alternativas que integrem produção e consumo sustentáveis, a redução de impactos ambientais nas cidades brasileiras e que estimulem a geração de emprego e renda a partir das medidas adotadas em todo o país em relação ao tratamento e destino de resíduos sólidos. Técnicos do MMA ainda estão elaborando o texto-base que servirá de ponto de partida para as discussões entre representantes de universidades, povos indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores, organizações não governamentais, movimentos sociais e empresários. * Edição: Graça Adjuto ** Publicado originalmente no site Agência Brasil. (Agência Brasil)

Sociedade civil e governo vão discutir estratégias para resíduos sólidos em 2013

Brasília – As contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país serão concluídas no fim do ano que vem. Enquanto isso, os debates municipais e regionais que precedem o encontro, marcado para outubro de 2013, começam em três meses. Mas será apenas durante a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que esses setores vão apresentar, em tom mais conclusivo, as estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas. Silvano Silvério da Costa, diretor do Departamento de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explicou que a conferência é um processo. “Haverá mobilização local para depois chegar à conferência. Temos as etapas regional e municipal que começam em janeiro”, acrescentou. Ao lembrar que os debates municipais e regionais terão início poucos dias depois da posse dos novos prefeitos, que serão eleitos este mês, o diretor do MMA acrescentou que eles começarão os mandatos dando prioridade à área em que há maior necessidade de medidas urgentes. Silvério destacou que a conferência não é o local das “resoluções”, mas tem papel fundamental para esclarecer metas e driblar dificuldades na adoção das exigências previstas pela PNRS. Alguns especialistas endossam a aposta e acreditam que tanto a conferência quanto os eventos preparatórios podem minimizar, ao longo desses meses, alguns dos temores em relação às determinações da política. “A estratégia do governo é priorizar a implementação da politica”, disse Silvério. Mas, as regras, criadas em 2010, com responsabilidades previstas para todos os setores e esferas de governo no tratamento e destinação de resíduos, ainda estão longe dos resultados esperados. Este ano, por exemplo, alguns prazos importantes, previstos pela PNRS, chegaram ao fim. Desde o último dia 2 de agosto, as prefeituras e governos estaduais que quiserem recursos federais para o manejo de resíduos têm que apresentar um plano local com estratégias para o setor. A norma e o prazo foram publicados há dois anos, mas a maioria das administrações locais não cumpriu a determinação. Mais de 90% das prefeituras não apresentaram os planos municipais. As autoridades estaduais e municipais alertam, agora, para as dificuldades em desativar lixões. A política nacional prevê que todos os lixões do país sejam extintos até 2014. Muitos administradores públicos, no entanto, alegam não ter recursos suficientes para atender à exigência e apontam o excesso de burocracia, principalmente em relação aos contratos licitados com empresas de transporte e administradoras de depósitos que ainda estarão em vigor em 2014. “Costumo dizer que o prazo dos lixões é muito ousado, mas tivemos uma avaliação história que mostrou que em 1998, 35% dos resíduos eram despejados em aterros. Esse volume aumentou para 58% em 2008, período em que ainda não tínhamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, disse Silvério, acrescentando que o fim dos lixões já é uma “tendência dos últimos dez anos e por isso não é impossível”. Dados do Ministério das Cidades mostram que mais da metade dos 5.564 municípios brasileiros ainda não dão a destinação correta para o lixo. Pelo lado dos empresários, a discussão gira em torno da logística reversa, que prevê o retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveitados pelo fabricante. O mecanismo exige o envolvimento de todos na linha de produção e distribuição, desde fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor. O governo pretende, com a conferência, aumentar o conhecimento técnico, científico e político sobre o tema. “O que vai acontecer é um processo de cada um internalizar as responsabilidades e implementar. A conferência vai dar luz e capilaridade ao debate. A intenção não é levantar demandas, mas mostrar que cada um pode absorver sua responsabilidade”, explicou Silvério. A aposta é que com esse tipo de debate, empresas, governos e organizações sociais busquem alternativas que integrem produção e consumo sustentáveis, a redução de impactos ambientais nas cidades brasileiras e que estimulem a geração de emprego e renda a partir das medidas adotadas em todo o país em relação ao tratamento e destino de resíduos sólidos. Técnicos do MMA ainda estão elaborando o texto-base que servirá de ponto de partida para as discussões entre representantes de universidades, povos indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores, organizações não governamentais, movimentos sociais e empresários. * Edição: Graça Adjuto ** Publicado originalmente no site Agência Brasil. (Agência Brasil)

Menos sal, mais saúde: corte seu consumo de sal gradualmente

Seu gosto pelos alimentos salgados é um hábito adquirido, então é possível reaprender a comer menos sal (o cloreto de sódio, como você já sabe). Diminua seu consumo aos poucos, até seu paladar se acostumar. Após algumas semanas reduzindo esse tempero nos alimentos, você vai achar algumas comidas bastante salgadas. Comece usando não mais que ¼ de uma colher (chá) por dia nos alimentos. Isso vale para as comidas que você prepara e para aquelas que já estão prontas (salada, por exemplo). Aos poucos, você pode até deixar de usá-lo totalmente e vai se acostumar ao gosto real dos alimentos. Sua saúde agradece. Outras dicas que você pode seguir: • Coma mais comidas frescas, feitas em casa, e deixe de lado as refeições pré-preparadas. Frutas e vegetais contêm pouco sal: coma à vontade e aproveite os benefícios da comida saudável. Prepare a carne que você come também: condimentos mais aromáticos do que salgados podem fazer você descobrir novas maneiras de comer aquele suculento filé. Bacon, salsicha, hambúrguer e presunto: deixe de lado. Além do sal, esses alimentos podem ter diversos outros aditivos químicos. • Olhe os rótulos, escolha pela quantidade de sódio. Se você for comprar comida industrializada (ok, sabemos que não é preciso ser radical), escolha entre similares com menor quantidade de sódio. • Quando cozinhar, corte o sal para o mínimo. Sabe a parte da receita que diz “sal a gosto”? Opte pelo mínimo, você vai gostar. Alguns tipos de alimentos, como pão, provavelmente vão precisar do sal pelo simples fato de não “funcionarem” sem ele (determinadas reações químicas podem não ocorrer pela falta desse elemento). Livros de receita especializados em comidas para hipertensos podem ajudar você a ter opções nessas horas. • Condimentos: só aqueles que não salgam. Molho de soja tipo shoyu, molhos de salada prontos, ketchup, mostarda: todos têm sal. Hora de fazer seus próprios molhos. • Use o sal light com parcimônia. Os substitutos do sal (o chamado sal light) podem ajudar você a ingerir menos cloreto de sódio, mas algumas marcas são ricas em cloreto de potássio. Então, não subestime o mal que eles podem fazer. Não adianta substituir um elemento pelo outro, pois o potássio também contribui para problemas nos rins. • Use ervas, pimentas e outras formas de dar sabor aos alimentos. Manjericão, alecrim, orégano, salsa, cebolinha, pimentas diversas, alho. Tudo isso pode ser plantado ou comprado. Além disso, sucos de frutas diversas, vinho, azeite balsâmico e mesmo o gersal (feito de gergelim torrado), tudo isso pode dar novas misturas e adicionar um sabor às comidas que você nunca viu igual. * Publicado originalmente no site O que eu tenho.

Plantas transgênicas: Por que e para quem?

Banidos na Suíça por moratória até o final de 2013, os organismos geneticamente modificados (OGM) poderão ter que esperar mais quatro anos para entrar no país. As conclusões positivas dos cientistas não serão certamente suficientes para convencer os políticos e ainda menos os opositores ferrenhos. Liberados há quinze anos nas Américas e na Índia, os OGM, ou plantas transgênicas, continuam a suscitar desconfiança na Europa e ainda mais na Suíça. Em 2005, a população suíça aprovou uma moratória de cinco anos sobre a comercialização. Em 2010, o Parlamento prolongou a interdição por mais três anos. Plantas transgênicas continuam proibidas na Suíça Cientistas confiam nos transgênicos Durante esse período, sob mandato do governo federal, cientistas suíços estudaram a utilidade e os riscos de disseminação dessas plantas, fruto da "engenharia genética verde", através do Programa Nacional de Pesquisa (PNR 59). Iniciado em 2005, ao mesmo tempo que a moratória, as conclusões foram divulgadas em 28 de agosto último. Elas são claras. As pesquisas não "evidenciaram qualquer risco para a saúde nem para o meio ambiente". Os cientistas acrescentam que o benefício econômico dos OGM para agricultura suíça é, por enquanto, "modesto", mas que poderia melhorar "com a introdução de variedades combinando diferentes características como uma resistência aos herbicidas e às doenças." A síntese do relatório final do PRN 59 aparece como um sinal verde do meio científico ao governo. "O senhor lança um apelo à política?", perguntou um jornalista no momento da apresentação do relatório à imprensa. "Absolutamente", respondeu o professor Dirk Dobbelaere, da Universidade de Berna, presidente do comitê de direção do PNR 59. Sociedade desconfia dos transgênicos O apelo é bem documentado, mas tem poucas chances de ser ouvido, pelo menos de imediato. No dia seguinte à apresentação, o diário de Zurique Tages-Anzeiger sondou alguns deputados e senadores. Mesmo à direita, eles dizem ser a favor de prolongar a moratória, combatida por certos meios econômicos. Em fevereiro, o agricultor e deputado federal democrata-cristão Markus Ritter apresentou uma moção pedindo a prorrogação da moratória até 2017; 121 de seus colegas (em 200) assinaram a moção e o governo federal propõe que ela seja aprovada. Markus Ritter disputará em 21 de novembro a presidência da União Suíça de Agricultores (USP, na sigla em francês), maior entidade representativa do setor. Os agricultores continuam majoritariamente opostos à cultura de OGM, mesmo se "não é uma oposição de princípio", como explica Bernard Nicod, membro do comitê diretor da USP. "A produção de plantas transgênicas deve obedecer três critérios: ser interessante do ponto de vista ecológico, agronômico e econômico. Atualmente nenhum desses critérios é respeitado," disse ele. Quanto aos consumidores, apenas menos de um quarto estaria disposto a comer transgênicos, mas 80% são pela liberdade de escolha entre produtos naturais e produtos da engenharia genética. ONGs desconfiam ainda mais O Greenpeace Suíça, por sua vez, reagiu imediatamente às conclusões do PNR 59, denunciando "a ausência de análises aprofundadas dos riscos de consumo de produtos modificados geneticamente para a saúde humana e dos animais." Sobre as questões de saúde, de fato, os cientistas suíços não fizeram suas próprias pesquisas, mas passaram a pente fino a literatura mundial já existente (mais de 1.000 estudos). Como nota o relatório, "não há razão de supor que na Suíça o organismo humano ou animal reajam de maneira diferente aos OGM no que no estrangeiro". Mas esses estudos não têm a isenção necessária, denuncia o Greenpeace, porque as repercussões sobre a saúde poderiam se manifestar a longo prazo. Além disso, a organização tem sérias dúvidas acerca da independência desses estudos, que frequentemente seriam financiados pela indústria dos transgênicos. "Não é um não de princípio a toda forma de engenharia genética", diz Françoise Minarro, porta-voz do Greenpeace Suíça. "Somos muito menos extremistas do que a imagem que as pessoas têm de nós. Somos pela pesquisa em meio fechado, por exemplo, para fins médicos. Uma exploração industrial não teria o mesmo efeito do que os testes de laboratório ou ao ar livre em parcelas bem pequenas. Queremos simplesmente que se aplique o princípio de precaução". Consequentemente, a ONG pede a prorrogação da moratória. A Fundação Suíça pela Cooperação Swissaid também é claramente pela prorrogação da moratória. Segundo ela, os OGM só "agravam o problema da fome no mundo." O rolo compressor Monsanto "Os OGM significam poluição, produção intensiva e desaparecimento das culturas tradicionais. E a imensa maioria dessas plantas nem têm um rendimento superior às outras", acrescenta Françoise Minarro, que cita o Mundo segundo Monsanto, documentário e livro de Marie-Monique Robin, de 2007. Dos Estados Unidos ao Vietnã e da Europa ao Paraguai, a jornalista de investigação francesa (Prêmio Albert-Londres 1995) revelou as práticas comerciais pelo menos agressivas da multinacional agroquímica norte-americana, pioneira e hoje líder mundial das sementes transgênicas. Pode-se ver especialmente como Monsanto dita a legislação muito liberal nos Estados Unidos em matéria de utilização da engenharia genética. Frente à câmera de Marie-Monique Robin, Dan Glickman, antigo ministro da Agricultura do governo de Bill Clinton, admite ter "sofrido muita pressão para não ser, digamos, muito exigente." Sobrevivência do mais apto ou do mais útil Com uma tal paternidade, os OGM comerciais têm realmente um odor desagradável. Mas, para seus estudos, os cientistas suíços do PNR 59 não compraram sementes da Monsanto. Todas provinham de laboratórios públicos ou universitários suíços. Fabio Mascher, do Centro Federal de Pesquisa Agroscope Changins-Wädenswil, trabalhou com testes ao ar livre de trigo transgênico para avaliar a resistência a certos fungos e os riscos de disseminação na natureza. A criação de plantas transgênicas não faz parte dos trabalhos desse doutor em fitopatologia, especialista de métodos de seleção clássicos. "Sim, a evolução das espécies se baseia, entre outras, nas mutações genéticas. Elas são o motor da evolução. São elas que criam a biodiversidade" explica. "Segundo as teses de Darwin, a natureza seleciona as espécies mais aptas a sobreviver. A seleção clássica manterá o que for mais útil às necessidades humanas, que não são obrigatoriamente as mesmas", prossegue. "Mas essas necessidades não são puramente comerciais", acrescenta Fabio Mascher. "Trata-se de aumentar a resistência às doenças ou o rendimento para alimentar mais gente, para a sobrevivência de nossa espécie finalmente." Alimentar mais gente é, de fato, um dos objetivos atribuídos aos OGM e plantas transgênicas pelas autoridades políticas que encomendaram o PNR 59. Resta convencê-las que esse objetivo pode ser alcançado sem muitos efeitos colaterais indesejáveis. http://www.diariodasaude.com.br

Córneas artificiais prontas para testes em humanos

Transplante de córnea e fila de espera são duas expressões que parecem não ter nada a ver uma com a outra, mas que o lado duro da realidade mantém intimamente interligadas. Um agravante para isso é que muitos pacientes não toleram as córneas naturais transplantadas. Para esses, nem mesmo a fila de espera representa uma esperança. Assim, sem poder contar com as córneas naturais, pesquisadores de todo o mundo trabalham arduamente para criar córneas artificiais que possam atender às necessidades dos pacientes. A boa notícia vem agora da equipe do Dr. Joachim Storsberg, do Instituto de Polímeros Aplicados em Potsdam, na Alemanha, que trabalha em uma córnea artificial de plástico desde 2007. Resultados comprovados Os primeiros esforços já deram frutos, resultando em uma córnea artificial que atende as necessidades de pacientes cuja córnea se torna translúcida, uma condição extremamente difícil de tratar. Com os primeiros sucessos, o pesquisador agora está fabricando córneas mais flexíveis também quanto ao uso. "Nós estamos no processo de desenvolvimento de dois tipos diferentes de córneas artificiais. Um deles será usada como alternativa para a córnea de um doador nos casos onde o paciente não tolera o transplante," diz o pesquisador, ressaltando que este é o caso mais crítico, uma vez que nem mesmo a fila de transplantes é uma opção para esses pacientes. O segundo tipo pretende ser mais genérico, eventualmente substituindo de vez as córneas de doadores em todos os transplantes. Testes em humanos Quando fala em "processo de desenvolvimento", o pesquisador se refere aos testes necessários para que o dispositivo seja aprovado pelas autoridades de saúde, uma vez que os protótipos já estão prontos. As novas córneas artificiais são feitas com polímeros com propriedades de absorção de água ainda mais eficientes. Uma segunda camada de revestimento garante maior firmeza do implante no olho. Além disso, a borda da córnea artificial recebeu uma alteração química que induz o crescimento local de células, o que representa um elemento de "ancoragem definitiva" do implante no olho. Os testes iniciais já mostraram que os novos revestimentos não induzem respostas imunológicas, atestando a biocompatibilidade dos materiais usados. Todos os testes foram feitos em coelhos. Agora a equipe irá começar os testes em humanos. Redação do Site Inovação Tecnológica

Brasil evolui em produção científica na área de tuberculose, mas falta inovação, diz estudo

Estudo publicado na edição deste mês do jornal científico internacional Plus One mostra que o Brasil evoluiu muito em termos de produção científica na área da tuberculose, mas não houve a contrapartida necessária em termos de inovação. O Brasil saiu de 1% de participação em artigos científicos sobre tuberculose no mundo, em 1995, atingindo 5% de participação em 2010. Essa evolução, porém, não foi acompanhada pelo número de pedidos de patentes depositados por pesquisadores nacionais no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), disse na quinta-feira (4) à Agência Brasil o pesquisador do instituto, Alexandre Guimarães Vasconcellos. Ele assina o estudo junto com Carlos Medicis Morel, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foram depositados 18 pedidos de patentes relacionadas à tuberculose no período. “Da mesma forma que o esforço de publicações de artigos está concentrada nas universidades do Sudeste do país, são esses mesmos atores institucionais que depositam as patentes. Então, a participação da indústria ainda é muito pequena: menos de 20% dos depósitos de patentes têm envolvimento da indústria”, disse Vasconcellos. Isso gera uma preocupação, segundo o pesquisador do INPI, porque “não é adequado esperar que a universidade, sozinha, vá conseguir levar novos produtos para o mercado”. O trabalho efetuado pelos pesquisadores do INPI e da Fiocruz identificou a existência de um gargalo no sistema, que é a baixa participação da indústria nesse processo. Entre os caminhos sugeridos para pensar políticas públicas que solucionem o problema destaca-se o apoio a projetos estruturantes, que permitam ao país inovar na área da saúde, como os que vêm sendo feitos pelo Programa Brasil Maior, do governo federal, e pelo próprio Ministério da Saúde. Um desses projetos é o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia e Saúde (CDTS), que vem sendo construído na Fiocruz, com foco em inovação. O trabalho indica a necessidade de articular as competências nacionais existentes e promover a integração entre indústria e universidade. “A intensa produção científica que a gente está desenvolvendo ainda não está se transformando em novos produtos protegidos por patentes”, disse. Dos 18 depósitos de patentes de nacionais efetuados no Inpi, oito foram indeferidos ou arquivados. Os dez restantes estão andamento. “A gente tem mais de 800 artigos publicados no período e não tem nenhuma patente concedida nesse setor”. Dos cerca de 28 mil estudos publicados no mundo, 860 são de autores brasileiros. Para Vasconcellos, é preciso que a produção científica se transforme em inovação. Ele considera isso fundamental, no caso da tuberculose, para atacar um sério problema de saúde pública brasileiro. Vasconcelos explicou que para ter parceria entre universidades e empresas há necessidade de uma ampla participação dessas duas instituições. “O que a gente mostra é que a participação da indústria no nosso país, em termos de depósitos nessa área, é inferior a 20%. E a universidade, sozinha, não tem estrutura de fábrica”, disse. Para ele, a universidade não vai conseguir levar novos produtos para o mercado, pois precisa da empresa e de projetos como o do CDTS. “É preciso criar essa infraestrutura no país para que essa intensa produção de conhecimento gerada possa desaguar em inovações úteis e fundamentais para enfrentar os desafios da saúde pública no país”, defendeu o pesquisador do Inpi. (Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

Mundo está preocupado com efeito da mudança climática, diz pesquisa

As populações em todo o mundo estão conscientes e preocupadas com as mudanças climáticas, principalmente as que vivem nos países do Hemisfério Sul, menos ricas e mais expostas, indica uma vasta pesquisa Ipsos realizada em 13 países de três continentes. Quase 9 em cada dez pessoas consultadas consideraram que o clima mudou nestes últimos 20 anos, de acordo com estudo encomendado pela companhia de seguros Axa e apresentado em Paris nesta quinta-feira (4). Os povos dos países mais próximos dos trópicos são os mais convictos da realidade do aquecimento global, como em Hong Kong (97%) e Indonésia (98%). Em contrapartida, nos Estados Unidos, onde o ceticismo climático está profundamente enraizado, este número é de 72%. Das pessoas entrevistadas, 73% dizem ter comprovado essas mudanças por si mesmas. O aumento da temperatura média foi percebida por 80% deles, e as secas foram identificadas por 77%, especialmente em países como Itália, Espanha, Turquia e México. Mais de 83% observaram chuvas mais intensas, o número mais elevado foi em Hong Kong, com 94%. Países ricos não se preocupam tanto com impactos – Agora, quando se trata de identificar as causas dessa mudanças, há grandes divergências. Nos Estados Unidos, 42% dos entrevistados acreditam que as causas são naturais, assim como 34% na Grã-Bretanha. No sentido contrário, a responsabilidade dos homens foi mencionada por 94% dos entrevistados em Hong Kong e 92% no México. A preocupação com o aumento do termômetro é generalizada. Mas se a inquietação é quase unânime nos países em desenvolvimento (97% declararam preocupação), o grau de ansiedade é mais difusa nos países ricos (81%). No geral, as populações temem as enchentes, a elevação das temperaturas, a seca, más colheitas e também a disseminação de doenças e conflitos pelo acesso a água ou comida. A pesquisa foi realizada entre 5 julho e 6 agosto de 2012 pela internet, e teve a participação de 13.000 pessoas com mais de 18 anos, da França, Alemanha, Itália, Bélgica, Suíça, Espanha, Grã-Bretanha, Japão, Hong Kong, Indonésia, Turquia, Reino Unidos e México. (Fonte: G1)

máquina capaz de sequenciar um genoma inteiro em dois dias

Hoje em dia, sequenciar DNA já não é tão incomum. Porém, esse processo pode levar muito tempo, e, por isso, não tem sido considerado prático para uso corrente na medicina hospitalar. Agora, pesquisadores realizaram um estudo no hospital Children’s Mercy Hospitals and Clinics, em Kansas (EUA), no qual utilizaram uma máquina para sequenciar genomas inteiros de bebês recém-nascidos na UTI (unidade de terapia intensiva) em apenas dois dias. Isso permitiria que os exames emitissem resultados rápido o suficiente para determinar regimes de tratamento e salvar vidas. Normalmente, testes genéticos em unidades de terapia intensiva demoram mais de um mês, às vezes dois, o que significa que, enquanto isso, os bebês recebem tratamento agressivo, baseado em “chutes”, e muitas vezes morrem. A Illumina HiSeq 2500 poderia mudar isso: essa máquina ajuda os médicos a obter uma análise genética em 50 horas. Como funciona a máquina A tecnologia de sequenciamento de genoma já evoluiu a ponto de não ser esse o problema que leva mais tempo; analisar os dados, muitas vezes incompreensíveis, que resultam do sequenciamento é que é demorado. Em lugares como a UTI Neonatal, cada minuto conta e pode salvar a vida de um bebê. Para melhorar a velocidade de diagnóstico, os pesquisadores programaram o genoma sequenciado para apontar cerca de 600 doenças genéticas, a maioria das quais são difíceis de diagnosticar porque são resultado de mutações em um único gene. Um programa de software com variantes genéticas como base calcula qual a probabilidade delas terem causado a doença da criança. O plano é, eventualmente, expandir o banco de dados para as 3.500 doenças genéticas conhecidas, oferecendo aos médicos uma maneira de restringir os resultados ao identificar sintomas ou fatores que aceleram o processo de busca simples. Cada análise ultrarrápida custa em média 13.500 dólares (cerca de R$ 27 mil), mas quando se trata da vida de um bebê, não parece muito. Além disso, os cientistas acreditam que a tecnologia vai ficar mais barata conforme for amplamente utilizada. Resultados Durante o estudo, todos os bebês que tiveram seus genomas sequenciados em dois dias (7 recém-nascidos criticamente doentes da UTI neonatal que haviam nascido prematuramente) estavam tão mal que acabaram falecendo. Mas há esperança de que, no futuro, tal tempo de resposta rápido permita que os médicos salvem mais vidas. Afinal de contas, apesar dos médicos não terem conseguido ajudar essas crianças, o novo processo identificou com precisão os problemas genéticos em 5 das 7, mostrando que os pesquisadores estão no caminho certo para acelerar o processo de diagnóstico. Além dos bebês, as análises rápidas têm o potencial de mudar a maneira como todos se tratam, crianças e adultos. Durante a pesquisa, uma família descobriu que seus outros filhos saudáveis podem ser portadores de uma forma extremamente rara e letal de epilepsia. Outra descobriu que a mutação do seu bebê não foi herdada, então eles provavelmente terão mais sucesso com uma futura gravidez. Uma terceira família descobriu a mutação que os levou a perder dois outros bebês. Todas essas pessoas podem agora tomar as medidas necessárias para combater esses resultados. Por exemplo, a terceira família pode realizar triagem genética pré-implantação para garantir que o seu próximo bebê não tenha a mutação.http://hypescience.com/

O poder das cores dos alimentos

Quanto mais colorida sua alimentação, melhor para a sua saúde. Você já deve ter ouvido isso alguma vez. Mas será que isso é verdade? “Sim, a informação está corretíssima. A alimentação ‘colorida’ diminui em muito as chances de uma deficiência alimentar. Mas é bom lembrar que estamos falando de alimentos que não sejam industrializados. O ideal é o mínimo de 5 porções de frutas, legumes e verduras diariamente, de preferência de cores variadas”, confirma Ludimila Eler, nutricionista da área de Check-up do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Para facilitar a escolha desses alimentos a especialista montou um roteiro de cores dos alimentos e as suas propriedades para a saúde. Alimentos roxos Amoras, framboesas, jabuticaba e repolho roxo são ricos em polifenóis, uma espécie de antioxidante que protege as células do organismo contra sua degradação natural e age diminuindo o ritmo do envelhecimento. Alimentos vermelhos Uvas, que dependendo do tipo também são mais puxados pro roxo (e contêm as características indicadas acima) são consideradas alimentos do tipo vermelho. Ricas em resveratrol, elas ajudam a diminuir o colesterol ruim e ajudam a melhorar a circulação sanguínea. Morangos, tomates, pimentão vermelho, romã, goiaba vermelha são outros tipos de alimentos ricos em licopeno. No homem esse tipo de substância protege contra o câncer de próstata. Nas mulheres diminui o risco de desenvolver o câncer de colo de útero. “Associadas a algum tipo de gordura – como o azeite em saladas ou então ingeridos junto com derivados do leite na sua versão regular, por exemplo – elas têm o poder do licopeno potencializado”, diz Eler. Alimentos alaranjados Laranja, tangerina e outras frutas cítricas são ricas em vitamina C e antioxidantes. Ajudam na manutenção do sistema imunológico. E de acordo com uma pesquisa brasileira podem também ajudar no combate ao colesterol (veja AQUI). Alimentos verdes Ricos em clorofila, ajudam a desintoxicar o corpo, além de hidratarem (uma ótima pedida para os dias mais quentes e secos). “Associados a alimentos ricos em fósforo e ferro – como o alho, comum em diversas receitas – são benéficos para o sangue também”, indica a nutricionista. Alimentos brancos Nessa lista estão o alho, a banana e a maçã (lembrando que a polpa dessas frutas é esbranquiçada), a couve-flor, o nabo e a pinha. Todos esses alimentos são ricos em potássio, importante para o funcionamento dos músculos, incluindo o coração. Além disso são ricos em vitaminas do complexo B, que combate os sintomas da depressão. O alho também contêm cálcio, bom para os ossos e é um ótimo antibiótico natural. Alimentos marrons Castanhas, nozes, feijão e cereais integrais, como a aveia, são ótimos antioxidantes e contêm selênio, que ameniza a TPM. As castanhas e as nozes ainda contêm gorduras que ajudam no controle do colesterol ruim. No caso dos cereais integrais há ainda o zinco e o cromo, que também contribuem para deixar a TPM mais leve e também são recomendados para mulheres na idade de menopausa. Já o feijão também contêm magnésio e potássio. Alimentos pretos Ou seriam bebidas? Não importa, pois o café e o chá preto são ótimos estimulantes para o sistema nervoso e contêm altos níveis de antioxidantes. “Só não são indicados para pessoas ansiosas, que sofram de insônia ou aquelas com problemas estomacais. Como são ácidos podem piorar o quadro de gastrite, por exemplo”, alerta Eler. Com tantas opções de todas as cores fica fácil montar um cardápio “arco-íris” e se alimentar melhor focando na sua saúde, não? * Publicado originalmente no site O que eu tenho.

Turbinas eólicas verticais são melhores para o mar

As turbinas verticais têm várias vantagens em relação às turbinas eólicas tradicionais para a geração de energia no mar.[Imagem: Josh Paquette/Matt Baron] Custos eólicos Gerar energia dos ventos nas áreas costeiras, ou mesmo bem longe do litoral, é promissor por pelo menos dois motivos importantes. Em primeiro lugar, elimina-se um dos maiores elementos do custo de implantação de uma fazenda eólica, que é o custo da terra. Além disso, os ventos marinhos são mais estáveis e constantes do que na maioria das regiões terrestres. Mas há também inconvenientes, como os maiores custos de instalação e manutenção dos equipamentos. A saída para evitar esses sobrecustos, e ainda utilizar equipamentos mais baratos, pode estar nas turbinas de vento de eixo vertical, segundo um estudo que comparou as vantagens técnicas e econômicas do uso de cada um dos tipos de turbina. Turbinas eólicas de eixo vertical "As turbinas eólicas de eixo vertical são elegantes em termos de sua simplicidade mecânica," explica Josh Paquette, dos Laboratórios Sandia, nos Estados Unidos, coautor do estudo. "Elas têm menos partes móveis porque não precisam de um sistema de controle para apontá-las na direção do vento para que gerem energia," acrescenta o pesquisador. Além da maior simplicidade mecânica, as turbinas eólicas verticais têm duas outras vantagens que podem ajudar a reduzir o custo da energia: um centro de gravidade mais baixo e maior escalabilidade, permitindo a construção de turbinas maiores. Um centro de gravidade mais baixo significa que elas flutuam de forma mais estável, dispensando a fixação no leito marinho, o que tem o benefício adicional de um menor impacto ambiental. Além disso, o gerador propriamente dito fica à flor-d'água, facilitando sua manutenção. Custo das pás Segundo os pesquisadores, as pás para as turbinas verticais serão mais caras de fabricar do que as pás das turbinas tradicionais quando se alcançarem dimensões acima dos 300 metros. Mas, conforme os aerogeradores e suas fundações ficam maiores - na escala dos 10 a 20 MW - turbinas e rotores se tornam uma parte pequena do custo total do sistema, de forma que os outros benefícios da arquitetura vertical mais do que compensam o custo mais elevado dos rotores. Redação do Site Inovação Tecnológica