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domingo, 30 de dezembro de 2012

10 possíveis próximos passos da evolução humana

A evolução humana não é somente algo do passado. Embora tenhamos mesmo evoluído durantes todos esses milhões de anos, ainda não paramos de evoluir. Isso significa que ainda há muito espaço para melhoras, e, se a civilização continuar no mesmo caminho que trilha hoje, algumas grandes mudanças podem ser esperadas para os próximos 200.000 anos. Confira dez delas: 1 – MONOETNIA Multiculturalismo é a essência da sociedade moderna. Não deve ser surpresa, então, que os seres humanos evoluam para um único grupo étnico, se a mistura das culturas continuar. Conforme a miscigenação se tornar mais comum, os seres humanos perderão lentamente as características distintivas de sua etnia, e assumirão características de diversas partes do mundo. Uma pesquisa até indicou que todos se parecerão como os brasileiros (um povo bastante miscigenado) em “pouco” tempo. Há uma vantagem óbvia nisso: “raça” já não será mais um problema. 2 – SISTEMA IMUNOLÓGICO FRACO Conforme os seres humanos tornam-se mais e mais dependentes de medicamentos para a sobrevivência, o sistema imunológico vai enfraquecendo lentamente. A melhor maneira de explicar isso é com um exemplo: o uso de hormônios. Imagine um futuro em que, com a ajuda de suplementos, você possa regular seus hormônios para maximizar o seu bem-estar. Com o tempo, seu corpo se tornaria dependente dos hormônios adicionais, ao ponto de parar de fazer por si mesmo o que os suplementos podem fazer em seu lugar. Os processos que criam hormônios se tornariam menos importantes para a sobrevivência, uma vez que o seu corpo sempre tem o suficiente, graças aos suplementos. Depois de dezenas de milhares de anos, é provável que os seres humanos evoluam ao ponto de hormônios não serem mais criados organicamente dentro de nosso corpo. Se ajuda externa fosse inteiramente responsável pela nossa sobrevivência, muitas de nossas funções internas poderiam se tornar obsoletas. Por que o seu corpo precisaria de um poderoso sistema imunológico se todos os patógenos pudessem ser curados com medicação? De fato, é uma desvantagem da utilização de medicamentos para combater doenças. 3 – MENOS MASSA MUSCULAR Há duas causas previsíveis para o enfraquecimento físico gradual da raça humana. A primeira é a nossa crescente dependência da tecnologia – e de máquinas, em particular – para fazer o nosso trabalho sujo. Quanto menos cada geração depender da força física, mais provável é que toda a espécie fique mais fraca. A segunda causa possível para a atrofia muscular é um pouco mais impressionante: envolve um cenário em que nós temos que mudar para o espaço. Em tal cenário, a força física é quase desnecessária para o dia-a-dia. Eventualmente, perderíamos a maioria de nossa massa muscular. 4 – MAIS ALTURA A altura humana tem crescido rapidamente nos últimos dois séculos. Ao longo dos últimos 150 anos, a altura média da espécie aumentou 10 centímetros. Acredita-se que a principal força motriz por trás deste crescimento é a abundância de nutrição disponível para muitos de nós. Quanto mais a criança tem para comer, mais energia ele ou ela tem para crescer. Enquanto tivermos a capacidade de comer em excesso, a espécie vai continuar a crescer (e ficar mais alta). Se o céu é o limite, ou se a biologia vai nos parar em algum lugar, só o tempo – e a evolução – dirá. Os 10 maiores mistérios da evolução humana 5 – MENOS PELO Já perdemos a maior parte do pelo do nosso corpo por uma série de razões. Seguindo esse caminho, é provável que os seres humanos se tornem ainda mais carecas ao longo do tempo. As mulheres, em particular, são frequentemente vistas como mais atraentes com menos pelo em várias partes de seus corpos. Como esse traço oferece vantagem a um indivíduo quando se trata de atratividade sexual, podemos postular que, ao longo do tempo, as mulheres evoluam para ter menos pelo. O mesmo pode ser dito para os homens, mas como há menos pressão social para que tenham pele lisa, a mudança permanente provavelmente ocorrerá mais lentamente. 6 – MUDANÇAS CEREBRAIS A tecnologia já afetou a forma como a nossa memória funciona. O cérebro humano, sendo uma máquina em busca da máxima eficiência, tipicamente memoriza o ponto onde a informação é armazenada, em vez de a própria informação. É muito mais fácil de lembrar onde você colocou o livro com as informações do que recordar o conteúdo real do livro, não é mesmo? Na era da internet, essa peculiaridade mental tornou-se especialmente importante. Nós não tentamos mais decorar números de telefones, simplesmente os buscamos. Não tentamos lembrar de respostas, as pesquisamos na web,e assim por diante. Conforme a tecnologia se torna mais avançada, o nosso cérebro vai se adaptar a fim de maximizar sua eficiência, talvez em detrimento de nossa memória. 7 – DENTES MENORES A mudança mais óbvia em nossos maxilares será o desaparecimento dos dentes do siso, que não tem mais utilidade aos seres humanos modernos. Muitos grupos étnicos já têm baixas taxas de ocorrência desse tipo de dente. Além disso, também podemos esperar que os nossos dentes fiquem menores. Ao longo da evolução do homem, tem havido uma tendência geral para dentes pequenos. Evidências mostram que nos últimos 100.000 anos, nossos dentes reduziram pela metade em tamanho. Nossos maxilares também encolheram. A tendência deve continuar, especialmente porque nossa comida é cada vez mais facilmente digerível. 8 – MENOS DEDOS DO PÉ Antes dos humanos andarem eretos, nossos dedos eram usados para a luta, assim como nossas mãos. Conforme dependemos menos da escalada e mais de ficar de pé, nossos pés têm lentamente se reduziram ao seu tamanho atual. A evolução agora caminha para livrar-nos do nosso quinto dedo do pé, o menor. Em comparação com os dedos maiores que servem para nos dar equilíbrio e andar, os pequenos não servem de nada, e podemos sobreviver muito bem sem eles. Devido a isso, e por causa dos problemas que surgem a partir de sua existência desnecessária – como serem frequentemente esmagados em sapatos e em esbarrões com objetos -, podemos esperar que os humanos se tornem uma criatura de quatro dedos. 9 – CRÂNIOS MENORES OU MAIORES Duas escolas de pensamento existem sobre a questão do volume do nosso crânio. Uma, que conta com o apoio de muitos cientistas, afirma que nosso crânio está no limite de seu tamanho. Qualquer pessoa que tenha dado à luz sabe que a cabeça de uma criança já é, para falar diplomaticamente, bastante grande. Por esta razão, muitos biólogos acreditam que uma cabeça maior tornaria o nascimento impossível – algo que o processo evolutivo eliminaria gradualmente rapidamente, sem dúvida. A grande cabeça no nascimento é também mais propensa a ferir ou matar a mãe. Assim, parece inevitável que o tamanho da nossa cabeça fique o mesmo, ou até menor. No entanto, isso ignora o fato de que cesarianas são comuns e oferecem oportunidades para a sobrevivência de crianças com grandes cabeças. Na verdade, alguns acreditam que a cesárea acabará por ser mais segura do que o parto natural no futuro, o que leva à possibilidade de que as crianças com cabeças pequenas, naturalmente entregues, sobrevivam menos. Mas tal dependência seria perigosa para os seres humanos. Se humanos “cabeçudos” perdessem a capacidade de realizar cesarianas, poderíamos esperar uma extinção rápida. 10 – AUTOEVOLUÇÃO Os seres humanos podem, eventualmente, chegar a um ponto no qual “forcem” a evolução em si mesmos através do uso da tecnologia. Seja através de órgãos biônicos, por exemplo, ou por meio de seleção genética, na qual futuros pais escolhem as características de seu filho antes do nascimento, a evolução humana deverá caminhar por essa estrada. A seleção genética, em particular, pode levar rapidamente a um boom de “bebês projetados”, nos quais todos os defeitos e traços indesejáveis podem ser removidos. Se isso se generalizar, poderia potencialmente forçar muitos traços humanos (negativos ou não) à extinção.[Listverse]http://hypescience.com

sábado, 29 de dezembro de 2012

Governo gaúcho vai criar sistema para controlar uso de agrotóxicos

O governo do Rio Grande do Sul vai criar um sistema de rastreamento eletrônico para controlar o uso de agrotóxicos. A decisão foi anunciada após a revelação de que produtos proibidos no Brasil estão sendo usados em lavouras de arroz do estado, como mostra a reportagem do RBS Notícias. A análise feita dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontrou doze tipos diferentes de agrotóxicos em 55 amostras de arroz. Três deles não têm autorização de uso para arroz no Brasil. O que representa um risco para a saúde tanto dos agricultores quanto das pessoas que consomem o alimento. “Um trabalhador que ficou com a roupa impregnado com o produto está sujeito a um quadro clínico bastante grave, a ponto de ser levado a UTI com insuficiência respiratória”, diz a coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas, Isabela Lucchese Gavioli. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) diz que o contrabando de produtos químicos deve ser fiscalizado pela Polícia Federal e Pela Receita Federal. E que pretende aumentar o controle do uso de agrotóxicos com a contratação de mais agrônomos e um novo sistema eletrônico para o rastreamento dos produtos distribuídos no estado. “Vai estar dentro do sistema todos os produtos com suas dosagens e suas indicações. A receita agronômica só vai sair se o responsável técnico estiver habilitado e se a recomendação for correta”, explica o gerente da divisão de produção vegetal da Seapa, José Candido Motta. Além do arroz, técnicos que fazem a coleta de amostras de alimentos para um programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontraram irregularidades no uso de produtos químicos em vários produtos. A Anvisa constatou problemas, principalmente no cultivo de pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%) e alface (54,2%). Entre as irregularidades estão a utilização de agrotóxicos não autorizados ou em quantidade acima da permitida. “É importante que a pessoa que está produzindo saiba que a sua produção, a sua propriedade rural, ela é responsável também por saúde pública. À medida que eu produzo observando as boas práticas de produção agrícola, eu vou estar trazendo benefícios para as pessoas que vão consumir o meu produto”, destaca o engenheiro de alimentos, Bruno Hoernig. (Fonte: G1)

Desmatamento na Amazônia sobe 129% nos últimos 4 meses, diz ONG

O desmatamento da floresta amazônica cresceu 129% nos últimos quatro meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, segundo dados divulgados na última semana pela ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). De agosto a novembro de 2012, 1.206 km² de vegetação da Amazônia Legal foram destruídos, aponta o Imazon. É praticamente a mesma extensão da cidade do Rio de Janeiro, e mais do que os 527 km² devastados no mesmo período de 2011. A ONG usa dados de satélite para fazer um levantamento independente da destruição da Amazônia, o chamado Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). As informações são diferentes das fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o levantamento usado pelo governo federal. Por isso, os dados não podem ser comparados. O estado em que ocorreu maior desmatamento, no período, foi o Pará (51% do total desmatado). Em seguida estão Mato Grosso (21%), Rondônia (13%) e Amazonas (12%). Foram destruídos 613 km² de floresta só no Pará, de acordo com o Imazon. Aquecimento no desmate – Para o pesquisador do Imazon, Heron Martins, a detecção mostra que “pode ter ocorrido um aquecimento no desmate” nos últimos meses, mesmo com anúncios recentes de queda na devastação da Amazônia. “Nos quatro meses, no acumulado, estamos muito acima do que ficou no acumulado do ano passado”, pondera Martins. “Isso já foi reportado principalmente para as autoridades do Pará, em algumas reuniões com governo e com municípios”, afirma. Uma das razões apontadas pelo pesquisador para o aumento no desmate no território paraense é o asfaltamento da rodovia BR-163, que forna mais fácil o acesso tanto por motoristas quanto por exploradores de madeira ilegal na região do oeste do estado. “O asfalto em si não é o problema, mas a obra sem fiscalização facilita o acesso por parte de quem vai desmatar”, diz Martins. Grande parte do desmatamento na Amazônia ocorre de julho a outubro, meses de maior seca, segundo o pesquisador. A partir de novembro, a chuva dificulta a extração ilegal da madeira, o que não significa que a destruição da mata desapareça. “Existem casos em que continua havendo desmatamento, nestes outros períodos”, diz Martins. Novembro – Considerando apenas novembro, foram detectados 55 km² de desmatamento na Amazônia Legal, segundo o Imazon. É mais do que a devastação ocorrida no mesmo mês em 2011, quando 16 km² da floresta foram perdidos. Os dados, no entanto, estão comprometidos devido à cobertura de nuvens neste mês, o que prejudicou o registro do satélite, afirma a ONG. Para Martins, o desmatamento também está ligado à redução de sete Unidades de Conservação ambiental no país. A construção de hidrelétricas motivou a redução da área de cinco, dessas sete. “Além do fato em si, de reduzir a área protegida, isso gera expectativa de que outras unidades de conservação podem ser diminuídas”, o que motiva madeireiros ilegais e outros agentes da devastação da floresta, diz o pesquisador. Balanço anual – Segundo o monitoramento anual do Inpe, o chamado Prodes, foram desmatados 4.656 km² da Amazônia no período de agosto de 2011 e julho de 2012, mais de três vezes o tamanho da capital paulista. A área desmatada é 27% menor que a registrada anteriormente, entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Foi a menor taxa desde que o Inpe começou a fazer a medição, em 1988. Segundo o governo federal, a estimativa possui margem de erro de 10%, e os dados finais do levantamento devem ser divulgados no próximo ano. As informações do Prodes consolidam dados coletados ao longo de um ano por satélites capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso. Segundo o Ibama, entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram registrados 3.456 autos de infração na região da Amazônia Legal. (Fonte: Rafael Sampaio/ Globo Natureza)

Ano de 2012 bateu recordes de temperatura e degelo extremo

Em 2012 ocorreram fenômenos climáticos extremos em todo o mundo, sobretudo no hemisfério norte, com grandes ondas de calor e de frio e um degelo sem precedentes do gelo ártico, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O ano começou com um episódio do fenômeno climático La Niña de intensidade moderada, que provocou o resfriamento extremo do clima e continuou com um aumento importante das temperaturas a partir de abril, informou a agência especializada da ONU. Apesar dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña, que incidiram nas temperaturas, continua “a tendência geral de aquecimento global de longo prazo, imputável às mudanças climáticas antrópicas”, isto é, relacionadas com a ação humana, explicou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. “Queremos que esta informação seja levada em conta em Doha”, acrescentou em alusão à conferência que, de segunda-feira até 7 de dezembro reúne 190 países para decidir sobre o futuro do Protocolo de Kyoto e estabelecer as bases de um grande acordo para 2015. O protocolo, assinado em 2007, é o único tratado legal que fixa os objetivos cifrados para reduzir a emissão de gases causadores de efeito estufa. Segundo o relatório da OMM, o período 2001-2011 já tinha sido o mais quente registrado e a tendência dos primeiros meses deste ano apontavam a que “2012 não será uma exceção à regra”, indicou a organização. De janeiro a outubro vivemos o período mais quente compreendido nestes meses desde que começaram os registros em 1850, explicou a agência da ONU, com temperaturas mundiais na superfície do oceano e em terra superiores em 0,45 °C à média de 14,2 °C do período 1961-1990. Outras consequências do aquecimento global são o degelo da calota do Ártico, que em 16 de setembro alcançou sua menor extensão anual (3,41 milhões de quilômetros quadrados) desde que começaram os registros por satélite. Estes dados confirmam os publicados em setembro pelo NSDIC, centro americano especializado em gelo e neve. A calota de gelo do Ártico perdeu, assim, um total de 11,83 milhões de quilômetros quadrados entre março e setembro. Além disso, a extensão mínima de 2012 foi 49% inferior (cerca de 3,3 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à superfície da Índia) na média mínima do período 1979-2000. “A extensão de gelo marinho no Ártico alcançou um novo mínimo. A velocidade alarmante com que está ocorrendo o degelo nesta região este ano, dando destaque às profundas mudanças que estão ocorrendo nos oceanos e na biosfera”, disse Jarraud. Seu veredicto é severo: “as mudanças climáticas estão ocorrendo diante dos nossos olhos e continuarão assim como consequência da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, que aumentou de forma constante e voltou a alcançar novos recordes”. Em 2012 também foram registrados outros fenômenos extremos. Na bacia do Atlântico, por exemplo, a atividade da temporada de furacões foi superior à média pelo terceiro ano consecutivo, com 19 tempestades, das quais dez alcançaram a categoria de furacões, como foi o caso de Sandy, que provocou estragos nos Estados Unidos e no Caribe. O ano também foi marcado por grandes nevascas e temperaturas extremas entre o final de janeiro e meados de fevereiro, sobretudo na Rússia e na Europa, com temperaturas que despencaram até – 50ºC, um frio que, segundo o secretário-geral da agência da ONU, “pode estar relacionado com o degelo no Ártico”. As cifras definitivas sobre o clima em 2012 serão publicadas em março de 2013. (Fonte: Portal Terra)

O assento do vaso sanitário é mesmo o local mais sujo da casa?

Se as pessoas tivessem que adivinhar qual o lugar mais sujo de suas casas, diriam normalmente “o vaso sanitário” ou pelo menos algum outro item do banheiro, não é o mesmo? Apesar de qualquer coisa que tenha a ver com evacuação levar fama de “suja”, sinto-lhe informar que é mais seguro cortar seus legumes em um assento de vaso sanitário do que em uma tábua de cortar alimentos (utensílio de cozinha), já que a segunda tem 200 vezes mais bactérias fecais. Quem chegou a essa conclusão foi o Dr. Chuck Gerba, professor de microbiologia da Universidade do Arizona (EUA), que estuda como as doenças são transferidas através do ambiente. Seu trabalho envolve medir quantas bactérias são encontradas em utensílios domésticos, e de que tipos são. Ele particularmente procura por bactérias fecais, tais como a E. coli e a Staphylococcus aureus. Em seus estudos, Gerba descobriu que no assento de toalete médio há cerca de 50 bactérias a cada 2,54 centímetros quadrados. “É uma das coisas mais limpas da casa, em termos de micro-organismos”, diz. “É um padrão de ouro, não há muitas coisas mais limpas do que um assento de vaso sanitário quando se trata de germes”. Seu teclado pode ser mais sujo do que um vaso sanitário Isso pode ser porque todos temem que o banheiro fique sujo, então o limpam mais regularmente do que outras coisas, deixando-o sempre impecável. O mesmo não é verdade para outros itens domésticos, no entanto. Bactérias vêm para a cozinha, por exemplo, por meio de produtos de carne crua ou vísceras de animais, onde um monte de bactérias fecais se origina. E qual o item mais sujo em nossas casas? A esponja ou pano de cozinha. De acordo com Gerba, existem cerca de 10 milhões de bactérias por 2,54 centímetros quadrados em uma esponja, e um milhão em um pano de prato. Os lugares mais sujos no local de trabalho Em outras palavras, uma esponja de cozinha é 200.000 vezes mais suja do que um assento de vaso sanitário, e um pano de prato é 20.000 vezes mais sujo. E é assim no mundo todo. “Sempre a coisa mais suja, de longe, é a esponja de cozinha”, diz John Oxford, professor de virologia da Universidade de Londres (Reino Unido) e presidente do Conselho de Higiene, um organismo internacional que compara os padrões de higiene em todo o mundo. Seu mais recente estudo examinou amostras de casas em nove países diferentes, e descobriu que 21% dos panos de cozinha “visivelmente limpos” continham, na verdade, níveis elevados de contaminação. Os panos também falharam no teste bacteriano que procura por E.coli. O estudo internacional também identifica bactérias fecais em outros lugares ao redor da casa. Essas já variam mais de um país para outro. A Arábia Saudita tem os mais sujos frigoríficos, com 95% dos frigoríficos no estudo falhando no teste de bacteriologia para E.coli. Na África do Sul, o mais sujo item é a selagem em banheiros, com quase dois terços com níveis insatisfatórios de E. coli. Embora seja indelicado dizer quais países são mais “sujos”, Oxford afirmou que países como Austrália e Canadá estão particularmente no topo da lista de higiene, enquanto países mais abaixo nessa lista são rotineiramente Índia e Malásia. Fora de casa também há sujeira Se a sua própria casa é suja, imagine outros locais. O escritório é um deles. O telefone, que as pessoas usam bastante, colocam perto da boca e não limpam com frequência, pode ser particularmente sujo. Os 8 lugares mais “sujos e contaminados” dos shoppings Segundo Gerba, o ambiente de trabalho médio tem 400 vezes mais bactérias do que um assento sanitário. O supermercado é outro local bastante sujo. Carrinhos de compras são especialmente ruins. E cerca de metade dos sacos de compras reutilizáveis têm bactérias fecais. Alguns têm mais bactérias fecais que roupas íntimas, porque estas são lavadas frequentemente, enquanto as sacolas não. E agora, José? E o que tudo isso significa para nós, em termos de riscos para a saúde? Quais são as áreas mais contaminadas em um quarto de hotel? A E. coli é uma bactéria indicadora. Ela pode não causar, por si só, alguma doença horrível, mas indica que há fezes por perto, e ela pode conter outros organismos, como Salmonella e Shigella, que são muito virulentos. Mas também não há razão para pânico, visto que todos nós tocamos essas coisas surpreendentemente sujas todos os dias, e no geral não ficamos constantemente doentes. “Temos sorte que, como evoluímos mais de dois milhões de anos atrás, temos todo um conjunto de genes cuja única função é fazer com que o sistema imunológico entre em ação”, diz Oxford. Porém, não fique tão dependente da sorte. Levante-se agora mesmo, esterilize-se sua tábua de cortar alimentos, troque sua esponja de lavar louça e lave sua sacola de compras.[BBC] http://hypescience.com

Turismo, sim, poluição, não

Um novo tipo de viagem vem ganhando espaço na agenda global, principalmente neste período de fim de ano e férias: o turismo sustentável. Além de gerar emprego e renda, benefícios sociais e preservar o meio ambiente, as práticas do turista sustentável vão desde o planejamento até o meio de transporte utilizado. Para orientar e dar informações sobre esse novo modelo de turismo, o Ministério do Meio Ambiente orienta e esclarece dúvidas com a campanha Passaporte Verde. Trata-se de um guia, disponível na maioria dos pontos turísticos e rede hoteleira brasileira, com detalhes, informações e orientações sobre o turismo sustentável, atividade que respeita o meio ambiente, favorece a economia local e o desenvolvimento social e econômico das comunidades. A publicação é resultado da força-tarefa internacional para o desenvolvimento do turismo sustentável. No Brasil, a campanha é coordenada pelos ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). “Ao escolher seu destino, o turista deve certificar-se que o local oferece meios de transporte, acomodações e tratamento de lixo e esgoto adequados”, destaca o gerente de Projetos da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR) do Ministério do Meio Ambiente, Allan Milhomens. Para isso, deve preferir acomodações que tenham equipamentos eficientes e que permitam o uso racional da energia e da água e priorize o serviço de guias e condutores integrantes das comunidades locais. Além de preocupe-se com as emissões de gás carbônico dos meios de transporte que utiliza. Cultura e tradição – Após escolher o destino, o turista deve buscar informações sobre a região a ser visitada, cultura e tradição do seu povo, o que garantirá uma melhor convivência durante a sua permanência no local. Outra dica é buscar conhecer as Unidades de Conservação que permitem visitação, como parques, áreas de proteção ambiental, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas particulares, entre outras. Conforme destaca o coordenador da SEDR, o interesse pelo contato com ambientes naturais favorece o trabalho de conservação desses espaços. Ao fazer a mala, o turista deve pensar no que deve levar, já que a quantidade de itens na bagagem aumenta o impacto da viagem, devido às emissões de gás carbônico e lixo que gera. Uma alternativa é tentar não levar de casa nada que possa encontrar no destino final ou comprar produtos de higiene ou alimentos nos mercados locais. “Sem contar que ao tomar essas atitudes, o turista estará contribuindo com a geração de empregos e aumentando a renda dos moradores”, destaca o representante do MMA. Ele alerta, ainda, para o turista ter cuidado com pilhas, baterias e lâmpadas, pequenos objetos que contêm materiais tóxicos que contaminam a água e o solo quando descartados de forma inadequada. A dica é jamais jogar esse material no lixo comum e depositar esses itens em coletores específicos. Caso o turista não encontrar lugar adequado para depositá-los, traga-os de volta. Menos esforço – Embalagens são um problema para o meio ambiente em qualquer ocasião, inclusive em viagens. A orientação é retirar as mercadorias das embalagens antes de viajar. Além de produzir menos lixo, o turista deixará sua bagagem mais leve, evitar emissões durante o transporte e poupar fôlego durante caminhadas com mochila. “Caso queira levar uma embalagem cheia, traga-a vazia na volta”, orienta Allan Milhomens. Xampus e sabonetes líquidos ecologicamente corretos (biodegradáveis) já estão disponíveis. Uma alternativa é utilizá-los nas viagens e usar a menor quantidade possível. “Isso mantém as fontes de água potável, rios e mares livres de poluição”, acrescenta. Além disso, o viajante pode dar uma finalidade cultural às revistas e aos livros que terminou de ler, deixando-os na própria comunidade ou na escola local. Tanto para um fim de semana como para uma viagem mais longa, o turista sustentável deve escolher a acomodação que segue as mesmas práticas verdes que deveria ter na sua casa. Esses cuidados vão desde o tipo de construção até o modo como o empreendimento se relaciona com seus colaboradores e com a comunidade. No Brasil, além da rede hoteleira e das pousadas, há a opção de hospedagem na casa dos moradores locais em algumas regiões. Prefira instalações que se preocupem com a sustentabilidade nos seus serviços. (Fonte: Sophia Gebrim/ MMA)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Catástrofes que podem acabar com o mundo

Tsunami. Terremoto. Crise nuclear. Veio tudo de uma vez para os japoneses. Um tremor de 9.0 na escala Richter sacudiu o Japão em 11 de março, e o país já contava quase 9 mil mortos até o fechamento desta edição. Outras 13 mil pessoas ainda estavam desaparecidas. A catástrofe chamou a atenção de todo o mundo não só pelas vidas perdidas e pelos dramáticos esforços de resgate. O Japão é um dos países mais bem preparados para enfrentar desastres naturais, e ainda assim foi devastado pela força da natureza. Um sinal de que nenhum país está a salvo. Em 2010, desastres naturais mataram pelo menos 234 mil pessoas e afetaram quase outras 200 milhões no mundo. Nenhum especialista é capaz de dizer se esse número vai diminuir ou aumentar daqui para a frente, mas já se sabe que a intensidade das catástrofes vai crescer. O aquecimento global fará a temperatura subir - ela será até 3,5º C mais alta até 2035, segundo a Agência Internacional de Energia. Isso significa mais secas, enchentes, erupções, furacões destruidores e até terremotos. E, sim, pode existir uma ligação entre esses fenômenos e a ação humana. Nas páginas seguintes, você descobre os riscos que corremos. E como podemos nos preparar. TSUNAMI Mesmo com todas as precauções, o Japão não foi páreo para a onda destruidora. "Uma desgraça nunca vem sozinha", diz o ditado. E a geologia comprova: após um grande tremor de terra, vem sempre um tsunami - expressão em japonês que aposentou "maremoto"e significa "onda que avança sobre a costa". Felizmente, é preciso que se chegue a pelo menos 7 pontos na escala Richter para detonar essa maré de destruição - isso explica serem apenas 8 as ocorrências graves nos últimos 10 anos. Dessas, duas foram no Japão, a mais recente no começo de março, provocada por um dos maiores terremotos da história. As nações com vista para o Pacífico, como o arquipélago japonês, são justamente as que correm mais risco, pela concentração de vulcões ativos e áreas com perigo de terremoto. Mas os tsunamis não se contentam em promover arrastões marítimos só perto de onde se formam. Eles podem atingir locais a milhares de quilômetros de seu ponto de origem. Em 1960, houve um que começou no Chile e atravessou o oceano, passando pelo Havaí e chegando a matar 200 pessoas no Japão. Nem o Brasil escapa. O maior risco conhecido é o dos terremotos que podem ocorrer nas ilhas Sandwich do Sul (que ligam a América do Sul à Antártida). "Eles gerariam tsunamis que poderiam afetar a costa brasileira", afirma Costas Synolakis, geólogo da University of South California. No entanto, ainda não se sabe ao certo a probabilidade real de isso ocorrer, pois faltam pesquisas. Há quem defenda que, com o aquecimento global, o problema tende a aumentar. O especialista Bill McGuide, da London University, acredita que o degelo nos polos deve fazer a crosta terrestre se movimentar para cima, o que causará terremotos e, por consequência, tsunamis. Para piorar, os métodos de prevenção ainda estão capengas. No Japão, os quebra-mares construídos para conter as ondas gigantes não deram nem para o começo. E a maior parte das casas não estava pronta para resistir à força das águas. "Faltam investimentos", diz o professor Synolakis. Para ele, pouco foi feito desde o desastre na Indonésia, em 2004, que deixou 230 mil vítimas. Os principais problemas são a falta de mapeamento de quais áreas podem ser atingidas e o número limitado de tsunamógrafos - como seu nome sugere, são os aparelhos que medem a fre-quência e o tamanho das ondas. Mas a pedra maior no caminho é a falta de informação, como no desastre das ilhas Samoa, em 2009, que deixou 189 vítimas. Muitas tentaram fugir de carro e, com o trânsito, morreram afogadas dentro deles. O correto teria sido caminhar até os terrenos altos nas redondezas e esperar o aguaceiro passar. Para aliviar as tragédias, o aviso precisa ser rápido e eficaz. Na Indonésia, em 2004, muitos dos 230 mil mortos não chegaram a ver o alerta emitido pela televisão local. A razão: eles viviam em vilas sem energia elétrica. Mas em muitos casos não há sequer tempo para divulgar a informação: um tsunami formado perto da costa pode chegar a ela em menos de 10 minutos. No caso recente do Japão, o problema de comunicação foi agravado porque o terremoto havia sido tão forte que cortou até a internet. Outra medida necessária é investir em uma arquitetura antitsunami. Um bom exemplo é o dos templos islâmicos na Indonésia, que passaram ilesos pela avalanche de ondas. Suas grandes colunas circulares, que sustentavam os andares superiores, permitiram que a água fluísse livremente. Moral da história: se não pode vencê-lo, adapte-se a ele. Probabilidade de ocorrer - Média Letalidade - Média Perspectiva para o futuro - Igual a hoje A cada ano, ocorrem 6 tsunamis no mundo FURACÃO O desastre no Japão será o mais caro da história, já declararam analistas que calculam prejuízos com catástrofes. O líder prestes a ser desbancado é um furacão: o Katrina. Em 2005, quando varreu a costa dos EUA, o Katrina causou prejuízos de mais de US$ 100 bilhões. De onde ele saiu, virão outros mais poderosos. Os furacões (nome usado no Atlântico) e tufões (nome usado principalmente no Pacífico) estão se fortalecendo. Entre 1981 e 2006, a velocidade deles aumentou 7,8 metros por segundo, de acordo com a Universidade Estadual da Flórida, que analisou os mais velozes. A fúria é impulsionada pela superfície dos oceanos, cada vez mais quente. (Temperaturas acima de 26 ºC são propícias à formação de furacões.) Os maiores alvos podem ser a costa dos EUA, do México e países do mar do Caribe. A princípio, o Brasil não corre risco: nossas redondezas têm ventos fortes, e furacões só se formam em áreas de calmaria. Mas o clima pode mudar. Em 2004, o Catarina atingiu o estado de Santa Catarina e matou pelo menos 3 pessoas. "Se tivemos um, é possível que haja outro", diz Augusto José Pereira Filho, professor de ciências atmosférias da USP. Probabilidade de ocorrer - Alta Letalidade - Alta Perspectiva para o futuro - Piorar VULCÃO Nos últimos 100 anos, os vulcões deixaram 100 mil mortos. Considerando o período, não é muito (acidentes de carro, por exemplo, matam 35 mil pessoas por ano só no Brasil). A principal ameaça gerada pelas erupções é o lançamento de cinzas na atmosfera, o que provocaria chuva tóxica e esfriamento global. Existem 6 supervulcões no planeta: três nos EUA, um no Japão, um na Nova Zelândia e um na Indonésia. Cada um deles poderia lançar uma nuvem de cinzas 3 mil vezes maior que aquela que cobriu a Europa após a erupção do islandês Eyjafjallajökull, em 2010. Outro perigo está nas ilhas Canárias, perto do noroeste africano. Lá existe um vulcão cuja erupção faria com que grandes blocos de pedra se desprendessem das ilhas, gerando um tsunami que inundaria o sul do Reino Unido, devastaria a costa leste americana e chegaria ao Nordeste brasileiro com ondas de até 3 metros de altura. Probabilidade de ocorrer - Média Letalidade - Baixa Perspectiva para o futuro - Igual a hoje TERREMOTO Ele não é um fenômeno estritamente natural - também pode ser causado pelo homem. Mas a ciência tem uma nova arma para estudá-lo. A ciência não consegue prever os terremotos. Mas especialistas acreditam que, com grandes cidades, como Tóquio e Los Angeles, construídas em regiões instáveis, a tendência é acontecer pelo menos uma grande tragédia por década. 400 milhões de pessoas vivem em metrópoles que podem sofrer um grande terremoto nos próximos 200 anos. "Nenhuma cidade está preparada para um tremor de 9 graus na escala Richter, como o que ocorreu no Japão", explica o professor de sismologia Afonso Vasconcelos Lopes, da USP. Isso porque as construções são projetadas para suportar o pior terremoto já ocorrrido no local - e poucos lugares já sofreram abalos sísmicos de 9 graus. Ao contrário do Japão, o Brasil fica numa área geologicamente estável. Mas isso não é uma garantia absoluta. "Mesmo numa cidade como São Paulo, que em tese está segura, é preciso calcular a resistência das obras", diz Vasconcelos. É que existe um tipo de abalo sísmico, chamado de intraplaca, que pode acontecer mesmo em regiões supostamente imunes. Esse fenômeno é causado por fragilidades nas placas tectônicas e responsável por 10% dos sismos no planeta. Os EUA sofreram um terremoto intraplaca de 8 graus no começo do século 19, e também já houve um no Brasil - um tremor de 6,2 graus na serra do Tombador, em Mato Grosso, em 1955. Além disso, os terremotos estão deixando de ser desastres estritamente naturais. O de Sichuan, que matou 69 mil pessoas na China em 2008, pode ter sido desencadeado pela construção de uma represa. Cientistas da Universidade Columbia acreditam que o peso da água teria afetado o equilíbrio sísmico do local. O governo chinês não liberou os registros do evento, impedindo que a tese fosse estudada com mais profundidade. Mas ela é aceita por boa parte dos especialistas. Até porque não foi a primeira vez que isso aconteceu. Quando a represa Hoover foi construída nos EUA, na década de 1930, a região onde ela fica (perto de Las Vegas) sofreu centenas de abalos de 4 a 5 graus. Mas os sismologistas têm uma nova arma. É o Quake Catcher, um software que foi criado pela Universidade Stanford. Esse programa usa sensores presentes no disco rígido de qualquer computador para medir a atividade sísmica do local onde se encontra e envia as informações para os cientistas. Se milhões de pessoas instalarem o programa, os pesquisadores terão um retrato mais detalhado da atividade sísmica na Terra - para um dia, quem sabe, conseguir prever os terremotos. Probabilidade de ocorrer - Alta Letalidade - Alta Perspectiva para o futuro - Piorar ENCHENTES Não é impressão sua: está piorando. A última década concentrou 50 das 180 maiores enchentes dos últimos 100 anos. Apesar de ter menos grife que outros desastres, as enchentes matam muito. No verão que passou, as chuvas causaram um estrago inédito no Rio de Janeiro: 700 mortos e 14 mil desalojados e desabrigados. Mas nada comparável a China e Índia, onde a densidade populacional leva a tragédias com milhões de vítimas - além da destruição, as enchentes disseminam doenças infecciosas. As estatísticas que sinalizam para o aumento do problema sempre foram vistas com ressalva pelos meteorologistas. Para eles, é preciso uma longa sequência histórica para comprovar uma mudança. Pois essa mudança começou a ser comprovada. Pela primeira vez, foi provado que os gases do efeito estufa provocam aumento de chuva. Ou seja, não só está piorando como é culpa nossa. "Agora podemos dizer com confiança: o aumento da intensidade de chuvas no final do século 20 não pode ser explicado pelos modelos climáticos existentes", disse à revista Nature a pesquisadora Gabriele Hegerl, líder da pesquisa da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. É só um primeiro passo, mas que lá na frente ainda pode resultar até em compensação dos países ricos por enchentes em regiões pobres. Ao menos, agora a ciência admite que o tempo está ruim. Probabilidade de ocorrer - Muito alta Letalidade - Muito alta Perspectiva para o futuro - Piorar SECA A falta de água poderá atingir dois terços da população mundial em 2025. Grandes regiões de Ásia e África, além de trechos menores de Austrália, EUA, América Central e América do Sul (inclusive o nordeste brasileiro) já estão hoje em situação de escassez ou se aproximando disso. Os resultados podem ser devastadores. Se afeta a agricultura, a seca é capaz de forçar populações a migrar para não sofrer com a falta de alimentos e doenças. Em 1932, vítimas da seca no Ceará deixaram o interior em busca de socorro no litoral, por exemplo. Ficar onde moravam poderia levar à morte - o que aconteceu com 1 milhão de etíopes após uma queda no volume de chuvas em 1984. E a previsão é de que as secas se intensifiquem. O aumento da temperatura global alimentou a evaporação no solo de países como a Austrália. A chuva gerada por esse vapor caiu em outras regiões, e o resultado são solos mais áridos. Para piorar, cada vez mais moramos em cidades, onde a água fica poluída. "Precisamos ser mais eficientes com nossos recursos", diz Michael Hayes, diretor do Centro Nacional de Mitigação da Seca, dos EUA. Probabilidade de ocorrer - Média Letalidade - Média Perspectiva para o futuro - Piorar CATÁSTROFE NUCLEAR As usinas nucleares são seguras. E estão ficando mais seguras ainda. Mas alguma coisa sempre pode dar errado. Veja qual é o pior cenário possível. Desde que o primeiro reator nuclear começou a produzir eletricidade, em 1951, houve apenas um acidente grave - em Chernobyl. Pelas piores estimativas, ele causou 4 000 mortes. É bastante. Mas é muito menos que as 300 mil pessoas que morrem a cada ano devido à poluição gerada pela queima de combustíveis fósseis. Estatisticamente, as usinas nucleares são a maneira mais segura que existe de produzir energia. E elas estão ficando mais seguras. Em 1990, os reatores espalhados pelo mundo apresentavam em média 1,8 scrum (desligamento não-programado, geralmente acionado pelos sistemas de emergência do reator) a cada 7 000 horas de operação. Hoje, essa taxa é 0,5. Ou seja: as usinas estão funcionando muito melhor que no passado. Ok. Agora diga isso para os japoneses, que estão vendo seu país enfrentar uma crise nuclear. O risco de acidente nunca é zero. O pior que poderia acontecer, para o mundo, seria um incidente grave nas usinas de Kursk, Smolensk e Leningrado, na Rússia. Ao todo, elas possuem 11 reatores do tipo RBMK-1000 - o mesmo que era usado em Chernobyl. O problema está na chamada contenção, uma estrutura de aço e concreto que envolve o reator nuclear - e que os RBMK (sigla em russo que significa reator de alta potência) simplesmente não possuem. "Ele é um prédio comum, aberto", explica Fernando Carvalho, professor de engenharia nuclear da UFRJ. Isso significa que, se o reator explodir, pode lançar grande quantidade de material na atmosfera. Foi o que aconteceu em Chernobyl, onde se formou uma nuvem radioativa que viajou 2 000 km e chegou até a França. Nas demais usinas nucleares, que possuem estruturas de contenção do reator, seria difícil ocorrer um vazamento tão grande. O ponto mais delicado de todo reator nuclear, seja ele do tipo RBMK ou dos padrões BWR (boiling water reactor, usado no Japão) e PWR (pressurized water reactor, caso de Angra 1 e 2), é o sistema de refrigeração. O reator precisa receber água corrente, que é bombeada por um sistema elétrico. Ele não pode ficar sem refrigeração em hipótese nenhuma. Por isso, as usinas tomam precauções extremas. Se faltar eletricidade, entra em ação um sistema de backup. "As usinas de Angra possuem 4 geradores a diesel cada uma. É quatro vezes mais do que seria necessário", afirma Laércio Vinhas, diretor de segurança da Comissão Nacional de Energia Nuclear. No Japão, esses geradores a diesel foram danificados pelo tsunami - e os reatores ficaram sem refrigeração adequada. O combustível nuclear (no caso das usinas japonesas, pastilhas de urânio) continua liberando calor, mesmo se o reator for desligado. Se não houver refrigeração, a temperatura sobe perigosamente - em meia hora, passa do nível normal (285º C) para mais de 800 graus. Quando o calor chega a 1200º C, o revestimento das pastilhas derrete. Isso libera hidrogênio - um gás altamente inflamável, responsável pelas explosões em Fukushima. Se nada for feito, a temperatura continua subindo, há liberação de gases radioativos e, a 1800º C, o cilindro de metal que protege o reator começa a se desfazer. Depois de três dias, o calor pode chegar a 2400º C - quando o próprio urânio começa a derreter. Mas por que o Japão construiu uma usina nuclear perto da costa, numa região vulnerável a tsunamis? Por causa da água. Muitos dos 442 reatores existentes no planeta estão localizados perto do mar ou de rios - justamente para que tenham um fornecimento abundante de água. Os reatores mais modernos possuem sistemas de refrigeração passivos, ou seja, que funcionam mesmo se houver falha total nas bombas elétricas e nos geradores a diesel. Quatro modelos desse tipo estão sendo construídos na China, com inauguração prevista para 2013. Mas mesmo eles não estão livres de críticas - o governo dos EUA diz que o novo modelo, criado pela empresa americana Westinghouse, não oferece proteção contra ataques terroristas (pois sua estrutura não suportaria a colisão de um avião). Mas é pouco provável que terroristas consigam arremessar um avião contra uma usina nuclear. É mais provável que tentem praticar um ataque radiológico. Uma pesquisa feita com 85 especialistas em armas nucleares estimou em 39,8% a probabilidade de um ataque desse tipo em alguma cidade dos EUA até 2015. Primeiro, terroristas se apoderam de algum tipo de material radioativo - como o césio-137 usado em máquinas de radiografia. Ele é acoplado a uma bomba comum, que é detonada no centro de uma metrópole. Essa explosão provoca uma chuva de partículas radioativas que pode se espalhar numa área de até 40 quarteirões - que, dependendo do grau de contaminção, poderiam se tornar inabitáveis por meses, anos ou até décadas. O pior pesadelo nuclear seria um conflito armado. Simulações feitas por duas universidades americanas apontam que um conflito nuclear entre Índia e Paquistão deixaria 12 milhões de mortos. Os incêndios resultantes das explosões lançariam 5 milhões de toneladas de fuligem na atmosfera. Isso bloquearia parte da luz solar, esfriando o planeta em 1,25º C e reduzindo as chuvas em 9%. "As plantações cresceriam mais devagar, e as colheitas seriam abreviadas. E o maior problema seria o pânico [de contaminação]. Os países parariam de exportar e importar comida", diz Alan Robock, climatologista da Universidade Rutgers e autor de vários estudos a respeito. As explosões também teriam um efeito catastrófico sobre a camada de ozônio, que seria reduzida em até 70% num período de 5 anos. Mas, para que esse cenário aconteça, Índia e Paquistão precisariam detonar 50 bombas atômicas cada um - um cenário muito difícl de acontecer. Probabilidade de ocorrer - Muito baixa Letalidade - Baixa Perspectiva para o futuro - Melhorar 442 é o número de reatores nucleares em operação no planeta. Os EUA são o país com mais reatores (104). 11 é o número de reatores RBMK-1000 em uso na Rússia. É um modelo considerado pouco seguro - o mesmo do acidente de Chernobyl. TEMPESTADE SOLAR Um dia, a Terra será engolida pelo Sol - mas só daqui a 7,6 bilhões de anos. Até lá, o pior que pode acontecer são as tempestades solares. Elas são descargas de radiação eletromagnética que, ao chegar à Terra, danificam tudo o que é elétrico ou eletrônico - como carros, aviões, computadores, satélites e redes de transmissão de energia. O pior caso registrado aconteceu em 1859, quando uma tempestade queimou boa parte das linhas de telégrafo dos EUA. Hoje, com nossa dependência tecnológica, as consequências seriam muito piores. Um relatório do governo dos EUA estima que uma tempestade de grandes proporções causaria de US$ 1 a 2 trilhões em prejuízos, dos quais a humanidade levaria 10 anos para se recuperar. A principal linha de defesa é a prevenção, com o desligamento de aparelhos e redes elétricas antes da tempestade. O alarme seria dado pela Advanced Composititon Explorer, uma nave da Nasa que está a 1,5 milhão de km da Terra e é capaz de detectar as tempestades solares aproximadamente um dia antes que elas cheguem aqui. Probabilidade de ocorrer - Baixa Letalidade - Muito baixa Perspectiva para o futuro - Piorar ASTEROIDE A chance de colisão é mínima. Mas, se ele for grande e no alvo, ainda não estamos preparados. Não é uma questão de se, mas de quando. Um asteroide como aquele que extinguiu os dinossauros, entre 15 e 20 quilômetros de largura, é um evento bem raro: atinge a Terra a cada 100 milhões de anos, em média. Mas pedras entre 50 e 100 metros, com poder para destruir uma metrópole, caem com mais frequência: a cada 500 anos. Novamente, é uma média histórica - ou seja, podem ter caído dois na mesma semana e nenhum nos 2000 anos seguintes. A última dessas visitas indesejadas foi em 30 de junho de 1908. Foi o caso clássico de "se uma árvore cai no meio da Amazônia, ninguém fica sabendo", com a diferença de que era um asteroide na floresta de Tunguska, na Sibéria, extremo nordeste do então Império Russo. Apesar de produzir uma onda de choque que devastou uma área que equivale à Grande São Paulo, eram 3 mil quilômetros quadrados inabitados. Nenhuma pessoa morreu e o caso não repercutiu. O próximo - que ninguém garante que vai esperar até 2408 - vai encontrar um mundo mais povoado, com 20 regiões metropolitanas de mais de 10 milhões de habitantes. Qualquer uma delas seria dizimada se atingida por uma rocha espacial do tamanho de um ginásio esportivo. A questão é: o que vamos fazer quando ele vier? "No futuro, vamos prever uma colisão com décadas de antecedência e, quando chegar a hora, evitá-la", diz David Morrison, responsável pela divisão da Nasa encarregada de ficar de olho nos asteroides e que revê estatísticas incessantemente. "Mas, por enquanto, não estamos seguros." O último asteroide que provou isso foi o 2008 TC3, em outubro de 2010. Do tamanho de um automóvel, ele foi detectado apenas 20 horas antes do impacto, quando estava a 500 mil quilômetros - quase chegando na Lua. Por sorte, explodiu a 37 km do solo, sobre o deserto na fronteira do Egito com o Sudão. Por enquanto, os planos estão no papel - e parecem mais roteiro de blockbuster. Mandar a bomba mais potente rumo ao asteroide, por exemplo, não é tão fácil quando parece. Para desviar sua trajetória, seria preciso interceptá-lo com anos de antecedência. Outra ideia é enviar uma nave apenas para pairar ao lado do asteroide e, com a força gravitacional gerada pela sua massa, alterar a rota original do pedregulho. Uma nave com espelhos poderia direcionar a luz do Sol para tostar o asteroide: a evaporação trataria de desviá-lo para longe da Terra. Pelas contas da Nasa, dois objetos mecerem atenção: o 2007 VK184 e o 2011 AG5, que estarão nas redondezas terrestres entre 2036 e 2057. Na escala de perigo de colisão, eles têm grau 1 de 10 - "na revisão dos cálculos, devem voltar ao 0", diz Morrison. Tudo são possibilidades. Só uma coisa é certa: um dia a pedra cai. Probabilidade de ocorrer - Muito baixa Letalidade - Muito alta Perspectiva para o futuro - Igual a hoje VAI QUE... ...Cai na terra O impacto de um corpo celeste de 50 metros de diâmetro com o planeta é equivalente ao de uma bomba nuclear. Quanto maior o tamanho do objeto, pior o estrago. ...Afunda no mar A queda de um asteroide no oceano também seria mortal. Uma pilha de pedras de 100 metros, por exemplo, causaria um tsunami que engoliria edifícios litorâneos. Texto: Bruno Garattoni , Emiliano Urbim, Otavio Cohen, Larissa Santana e Thiago Minami http://super.abril.com.br/ecologia/catastrofes-podem-acabar-mundo-626280.shtml

O planeta já acabou várias vezes

Poluição, aquecimento global, extinções em massa. A Terra pode não estar nos seus melhores dias. Mesmo assim ela é um oásis de calma hoje se formos comparar com o que já aconteceu por aqui. É que o planeta tem o desagradável hábito de se transformar no inferno de vez em quando. Em alguns casos, nosso ar já se tornou irrespirável e abrasante; em outros, vulcões escureceram o céu por anos, ou espessas camadas de gelo fizeram a Terra inteira virar uma cópia da Antártida. O tipo de estrago que a nossa espécie seria capaz de causar com um holocausto atômico ou o aquecimento global fica pequeno perto dessas catástrofes. Para todos os efeitos, é como se o mundo já tivesse acabado - várias vezes. E o resultado é desolador: 99,9% das espécies que já existiram foram extintas. Os cientistas reconhecem ao menos 5 ocasiões em que mais da metade das espécies da Terra sumiram. São as chamadas Big Five, as maiores extinções de todos os tempos. Elas aconteceram nos últimos 500 milhões de anos, em intervalos que variaram de 50 milhões a 150 milhões de anos, mais ou menos - para você ter uma ideia do que é isso, lembre-se que o homem moderno surgiu há menos de 200 mil anos, e que nosso ancestral comum com os chimpanzés estava vivo há meros 5 milhões de anos. A lista das Big Five restringe-se às catástrofes que aconteceram depois que a vida deixou de ser exclusivamente microscópica e se tornou visível a olho nu, em parte porque é mais fácil identificar com certeza esse tipo de evento com a ajuda de fósseis de animais e plantas. Mas coisas muito ruins já aconteciam por aqui quando os únicos seres vivos eram micróbios. Nessa época, há quase 1 bilhão de anos, há indícios de que o planeta tenha passado 100 milhões de anos congelado - e que alguns dos nossos microancestrais só tenham sobrevivido graças a uma fresta aqui, outra ali. Durante esse tempo, quem estivesse no espaço veria o planeta todo branco, como uma bolona de neve (já que a Terra é azul por causa do mar). Como esse foi um apocalipse bem particular, ele é o ponto de partida desta série de infográficos mesmo não fazendo parte das Big Five. Nessa vez, o mundo acabou por um resfriamento global, uma coisa que acontece de tempos em tempos, já que a Terra dá umas bambeadas em torno do seu próprio eixo de rotação, como se fosse um pião, e esse bamboleio mexe com a distribuição de luz solar na superfície, podendo levar a eras glaciais. Mas houve outros cavaleiros do apocalipse: certos vulcões, por exemplo, são capazes de jogar tanto gás carbônico na atmosfera que o atual aquecimento global, provocado pela emissão dessa substância por nossas fábricas e carros, pareceria fichinha. Calcula-se, por exemplo, que emissões vulcânicas há 250 milhões de anos causaram a pior de todas as extinções, com o sumiço de 90% ou mais das espécies. Elas teriam aumentado a temperatura do planeta em até 6o C. Já a ação humana, nos últimos 100 anos, só foi suficiente para gerar uma "febre" de 0,75o C. A estimativa é que o vulcanismo e outros eventos, como o esgotamento do oxigênio dos mares, tenham sido a causa das grandes extinções. Então o segundo infográfico aqui é sobre uma que provavelmente juntou vários desses ingredientes - e que, por isso mesmo, foi a maior de todas. Os mais assustadores entre os agentes de destruição, porém, são outros: os asteroides, que podem causar tanto estrago quanto milhões de bombas atômicas. Um deles, por sinal, foi o responsável pela última e mais famosa das grandes extinções (aqui embaixo). Foi há 65 milhões de anos, quando um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro caiu no atual México e exterminou os dinossauros. As Big Five mataram a torto e a direito. Mesmo entre as espécies sobreviventes, a redução no número de indivíduos foi absurda. Por exemplo: se os 6 bilhões de pessoas do mundo morressem e sobrassem só você e alguém do sexo oposto para começar tudo de novo, significaria que a humanidade sobreviveu. Foi o que aconteceu com a maior parte das espécies que venceram os apocalipses. E os sobreviventes teriam escapado, quase sempre, por pura sorte. Um dos poucos "seguros de vida" de uma espécie seria estar espalhada pelo mundo todo, sugere Michael Benton, paleontólogo da Universidade de Bristol: com exemplares em toda parte, haveria mais chances de que ao menos alguns sobreviventes sobrassem. Já para o paleontólogo Reinaldo José Bertini, da Unesp de Rio Claro (interior paulista), também vale a pena ser um animal no estilo "faz-tudo", sem adaptações maravilhosas para nenhum ambiente, mas capaz de se virar com vários tipos de comida e abrigo. "É por isso que nós imaginamos que espécies nesse estilo, como baratas, sobreviveriam a um desastre nuclear", diz. Seja como for, nem a forma de vida menos exigente (feito as cianobactérias, que só precisam de água, luz do Sol e um punhado de nutrientes para prosperar) vai ser páreo para o que aguarda a Terra daqui a 1 bilhão de anos: o Sol vai ficar 10% mais quente. A temperatura vai subir a ponto de toda a água evaporar. E sem água líquida não há vida. A não ser que alguma civilização descendente dos humanos dê um jeito de semear a vida em Marte (que então estará hospitaleiro), será o fim da jornada. Se você quer um motivo para valorizar o nosso planeta de hoje, eis o melhor de todos: no fundo, ele é tão passageiro quanto a sua vida. Os fins do mundo Veja 3 vezes em que o planeta praticamente acabou. Nesta aqui, que aconteceu há 750 milhões de anos, ele virou uma bola de neve 1. Como começou O pontapé inicial do congelamento foi uma rodada de formação de montanhas. A posição que as massas de terra assumiram mudaram as correntes marítimas. E elas começaram a esfriar a Terra. 2. Aspirador de CO2 Para piorar, as rochas nas novas cordilheiras começaram a reagir quimicamente com a água da chuva e o gás carbônico (CO2), o gás que funciona como um cobertor para o planeta, mantendo calor do Sol na superfície. A reação faz a pedra sugar CO2 da atmosfera. 3. Sem cobertor Rochas com C02 se desprendem das montanhas e vão parar no mar, onde viram carbonato de cálcio. O CO2 fica aprisionado lá. E o planeta esfria. 4. Freezer natural Nisso, geleiras cobriram terras e mares. Aí veio outro problema: elas funcionam como um espelho para a luz solar. Resultado: fazem o calor escapar mais ainda! 5. 100 milhões de anos no frio Com menos calor, as geleiras aumentavam. E, quanto mais gelo, mais luz refletida, num círculo vicioso. Nisso, as geleiras tomaram o planeta por 100 milhões de anos. 6. O alívio Mas uma hora acabou. Quem salvou a pátria foram os vulcões, que nunca pararam de cuspir lava e CO2. Isso foi injetando gás carbônico na atmosfera. Ela recuperou sua capacidade de reter calor e o gelo derreteu. O pior de todos Há 250 milhões de anos, a vida foi praticamente deletada da face da Terra 1. Como começou Rachaduras vulcânicas entraram em erupção na Sibéria e cobriram de lava uma área equivalente à metade do Brasil. A região virou uma filial do inferno. 2. Mar de lava A erupção cobriu a Sibéria com uma camada de 3 quilômetros (!) de espessura de lava - o que exterminou a vida lá. Mas o pior ainda estava por vir. 3. Céu Negro A poeira desse derrame vulcânico escureceu temporariamente os céus da Terra. Isso esfriou o planeta, matando espécies que não suportavam o frio. 4. CO2 a rodo O resfriamento generalizado dura pouco. É que o CO2 dos mesmo vulcões criou efeito estufa suficiente para aumentar a temperatura do planeta em 6o C. Aí quem se complicou foram as espécies que não suportam calor. 5. Bombas-relógio O calor faz com que blocos de gelo cheios de metano derretam no fundo do mar. Livre, o gás sobe em bolhas, reagindo com o oxigênio e deixando a água e o ar quase irrespiráveis. É o fim do rei dos mares da época: o trilobita. 6. A mais brava Foi a maior das extinções: 95% das espécies desapareceram. Até os insetos, que passam batido pelas grandes extinções, se deram mal: um terço das espécies deles sumiu. 7. Fim da crise Levaria 80 milhões de anos para que a Terra voltasse a ficar cheia de vida. Por sorte, répteis que dariam origem aos mamíferos (e a você) sobreviveram. Fogo do céu A última grande extinção, que matou os dinos 1. Como começou Bastou um asteroide menor que um bairro para causar uma hecatombe tão violenta quanto a detonação de milhões de bombas atômicas, desencadeando uma série de eventos destruidores. 2. Olha a onda Um dos primeiros efeitos foram tsunamis que deixariam no chinelo aquele de 2003: o mar avançou quilômetros terra adentro em vários lugares do mundo. 3. Chama o bombeiro Ao mesmo tempo, o calor vindo dos fragmentos do asteroide pode ter provocado incêndios catastróficos. 4. No breu A parte mais devastadora do impacto foi a capa de fragmentos do objeto que tampou a luz do Sol e impediu que plantas fizessem fotossíntese. E elas foram morrendo. 5. Comida zero Sem boa parte das plantas, a cadeia alimentar desmorona: herbívoros, e os carnívoros que se alimentavam deles, morrem. 6. Réquiem para os monstros Até 75% das espécies sumiram, incluindo dinossauros e plesiossauros (répteis marinhos). Mas sobrou um descendente deles: os pássaros. 7. Nós na fita Com o fim dos dinos, o mundo virou um lugar menos perigoso. Sorte dos minimamíferos que deram origem a nós! O fim de tudo Sim: o mundo tem data certa para acabar de vez Quando o sol bater O Sol está ficando cada vez mais quente. Em 1 bilhão de anos a temperatura será tão alta que não vai existir mais água líquida. Uns 6 bilhões de anos depois, ele vai crescer e engolir a Terra. Para saber mais When Life Nearly Died Michael J. Benton, Thames & Hudson, 2003 http://super.abril.com.br/ciencia/ja-era-616624.shtml

Mascote da Copa, tatu-bola poderá ser extinto em 50 anos

Mascote da Copa do Mundo de 2014 classificado como espécie “vulnerável” em uma tabela internacional de animais em risco de extinção, o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) será rebaixado para a categoria “em perigo de extinção”, um nível mais próximo da extinção. A mudança de status do tatu-bola deverá ser anunciada no início do ano que vem, quando o governo brasileiro fará uma atualização da situação de espécies brasileiras na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o tatu-bola foi uma das 1.818 espécies brasileiras analisadas em levantamento concluído em outubro deste ano. A mudança de status do animal aguarda a aprovação do Ministério do Meio Ambiente. De acordo com a escala usada pela IUCN, o risco de extinção do mamífero, que já era considerado “alto”, passa a ser considerado “muito alto”. A vice-presidente do grupo de pesquisa sobre Xenartros (tatus, tamanduás e preguiças) da IUCN, a brasileira Flávia Miranda, que participou do levantamento do ICMBio, disse à Agência Brasil que a espécie perdeu mais de 50% de seu habitat nos últimos dez anos. “Na última avaliação do Brasil, esse status caiu. A situação ficou bem mais crítica. Conseguimos sentar com alguns pesquisadores do Nordeste e vimos que está havendo declínio populacional”, disse Flávia. Organização não-governamental responsável pela campanha em prol da escolha do tatu-bola como mascote da Copa do Mundo de 2014, a Associação Caatinga diz que a espécie é muito sensível à destruição de seu habitat – a caatinga e o cerrado brasileiros – e só consegue sobreviver em ambientes bem conservados. “É uma espécie que sente as alterações no ambiente. Se há desmatamento, queimada, expansão urbana ou de novas áreas de agricultura, ele desaparece, porque não suporta alterações ambientais”, explica o secretário-executivo da Associação Caatinga, Rodrigo Castro. Segundo ele, o tatu-bola está em perigo e, se nada for feito de imediato em termos de preservação, a espécie poderá ser extinta em até 50 anos. Castro lembra que o mamífero também sofre ameaça de caçadores, embora a caça venha diminuindo com o passar do tempo, já tem sido mais difícil encontrar a espécie na natureza. Com a escolha do animal como mascote da Copa de 2014, Castro acredita que os olhos do mundo se voltarão para a espécie e sua situação de ameaça poderá ser revertida. “A Associação Caatinga se aliou à IUCN, em junho deste ano, e construiu um projeto de conservação do tatu-bola, que pretende, em dez anos, reduzir o status de ameça dentro da lista vermelha”, disse. Além de ações voltadas para a pesquisa, a conservação das áreas onde há tatus-bola e a educação ambiental, pretende-se usar eventos e jogos da Copa do Mundo para divulgar a espécie. “Estamos buscando parceria com a Fifa [Federação Internacional de Futebol, que realiza o mundial], com patrocinadores do evento e outras entidades preocupadas com questões ambientais”, disse. Apesar disso, de acordo com o coordenador-geral de Manejo para a Conservação ICMBio, Ugo Vercillo, o tatu-bola não receberá nenhum tratamento especial do governo brasileiro por ter sido escolhido mascote da Copa de 2014. “Não existe nenhuma mudança do nosso planejamento em virtude da espécie ser mascote da Copa do Mundo. Está previsto, no próximo ano, elaborarmos o Plano de Ação dos Xenartros, que incluirá o tatu-bola”, informou por e-mail. (Fonte: Vitor Abdala/ Agência Brasil)

Espécies ameaçadas se reproduzem em zoológico da serra gaúcha

Aves em extinção estão se reproduzindo no Zoológico de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul. Filhotes de espécies raras, como papagaios-charão, maracanãs-verdadeiro e cardeais-amarelo nasceram durante a primavera, cresceram e chegaram saudáveis ao verão. Com sério risco de desaparecer, o papagaio-charão vive apenas no Rio Grande do Sul e tem as penas com as cores da bandeira do estado: verde, vermelho e amarelo. Foi eleita a ave-símbolo de Gramado. “O papagaio-charão é endêmico do Rio Grande do Sul. Só ocorre aqui. A espécie se reproduz uma vez ao ano e o nascimento em cativeiro comprova o bem-estar das aves que vivem no zoo”, diz o veterinário Renan Stadler. O veterinário também cita o nascimento de dois filhotes de cardeal-amarelo. O zoo realiza um projeto para salvar a espécie que está praticamente extinta em vida livre. “Estamos obtendo resultados positivos com o projeto. Estamos trabalhando para salvar o cardeal-amarelo, que é uma vítima do tráfico de animais”, frisa. Outro nascimento aguardado é o dos pinguins-de-magalhães. O casal da espécie faz revezamento para chocar os ovos, e a expectativa é que os filhotes nasçam nas próximas semanas. Segundo a equipe de veterinários, a reprodução de pinguins em zoológico é inédita no Brasil. Antes, havia sido registrada apenas em aquários do estado de São Paulo. “Em cativeiro, tivemos apenas três no Brasil. Já em zoológicos é a primeira vez que ocorre”, garante a técnica em veterinária Christina Capalbo. Vítimas de um derramamento de óleo em Santa Catarina, os pinguins foram trazidos para Gramado um junho de 2009. As aves foram mantidas em cativeiro porque não teriam condições de sobreviver em habitat natural: o pai é cego de um olho e a fêmea apresentou problemas respiratórios. Atualmente, oito animais da espécie vivem no parque. (Fonte: G1)

Brasileiros darão volta ao mundo para ver ameaça do plástico ao mar

Um casal de brasileiros assumiu a responsabilidade de contribuir com a ciência para obter mais detalhes sobre o impacto do plástico nos oceanos. Eles resolveram dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro para colher amostras da água, que poderão fornecer detalhes sobre a atual situação dos mares. Os paulistas Marcela Rocha e Danilo Mesquista embarcam nesta terça-feira (25), dia de Natal, na primeira etapa da “Expedição 4 Ventos”, que deve durar pelo menos 2 anos e pretende percorrer 48,2 mil km, passar por ao menos 20 países e cruzar os Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico. Em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), eles recolherão amostras para auxiliar na investigação do microplástico, partículas de 5 milímetros de materiais orgânicos sintéticos que ficam na superfície do mar e ameaçam a biodiversidade. A paixão pelo mar, aliada ao hobbie do casal por aulas de mergulho, desenvolveu a preocupação em preservar o universo marinho – cuja perda da biodiversidade fez acender um alerta mundial. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 13 mil partículas de lixo plástico são encontradas em cada quilômetro quadrado do mar, mas o problema é maior no Norte do Pacífico. As partículas plásticas estão sendo aspiradas pelas criaturas do mar e pelas aves, e a mistura é rica em produtos químicos tóxicos. Pássaros e peixes morrem de inanição por confundirem as partículas plásticas com alimento. Estudos já comprovaram que até mesmo os plânctons, a base da cadeia alimentar, estão sendo impactados. Em entrevista ao G1 direto de Miami, nos Estados Unidos, de onde o veleiro modelo Gulfstar 37 partirá nesta terça, Marcela Rocha, componente da missão, afirmou que a coleta das micropartículas será feita por uma rede especial desenvolvida pela USP em parceria com a Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera (NOAA, na tradução do inglês), instituto do governo dos EUA. Chamada de rede de Nêuston, o equipamento vai recolher o plástico da superfície marinha e as amostras serão enviadas, sob refrigeração, para os laboratórios da USP. “Acreditamos que o estudo pode contribuir para a constatação sobre a realidade das águas do planeta, além de um plano de prevenção para a preservação da vida marinha”, explica. O veleiro – Um Gulfstar 37 pés será o meio de transporte do casal – que já se prepara psicologicamente para a convivência no isolamento. “O Danilo já me alertou que se a TPM pegar pesada, vou para o bote de salvamento”, brinca Marcela, que é radialista e abandonou a profissão pelo projeto (mesma decisão tomada por Danilo, também radialista). Preparado com um dessalinizador (que transforma água salobra em potável), além de ser autossuficiente em energia, graças a um painel solar e um gerador eólico, o barco terá comunicação via satélite, internet e telefone, com o apoio de uma empresa de telefonia móvel. O navio sairá de Miami em direção a Cuba, atravessando o Mar do Caribe rumo ao Panamá, onde terão acesso ao Oceano Pacífico, com foco na parte Sul. Depois, cruzarão parte da Ásia, acessando o Oceano Índico, até o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, onde entram nas águas do Atlântico Sul, rumo ao Brasil. A previsão é que veleiro chegue em águas brasileiras em fevereiro de 2015. Segundo Marcela, a expedição visitará áreas ainda inóspitas, carentes de estudos, principalmente aquelas do Pacífico Sul e Atlântico Sul. Ela afirma que a ilha de Lixo conhecida como “Grande Porção de Lixo do Pacífico”, localizada entre os EUA, Canadá e o Havaí, não será alvo da pesquisa. Desafio mundial – A proteção dos oceanos se tornou uma das principais bandeiras da Organização das Nações Unidas (ONU). Neste ano, durante a conferência Rio+20, países negociaram a criação de regras mais duras para preservação marinha, com o objetivo de proteger a biodiversidade e não impactar a segurança alimentar. Rosalinda Montone, professora do Instituto Oceanográfico da USP e responsável por analisar as partículas de poluentes recolhidas em alto mar, disse que esses fragmentos podem impactar a cadeia alimentar dos oceanos. Ela ressalta a importância da expedição e disse que a captação de amostras é uma das partes mais difíceis do projeto. “Vamos depender muito de coleta, considerada uma parte crítica e cuidadosa”, disse. Ela afirma que o objetivo da parceria entre o IO e a expedição é realizar um mapeamento dos pontos do planeta onde ocorrem alta concentração de partículas de plástico. “Temos que pensar no uso do plástico no continente, não no mar. Certamente será um dos grandes desafios da humanidade”, explica a pesquisadora. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)

Aquecimento pode reduzir oferta de água em região dos EUA, diz estudo

Os recursos hídricos superficiais, como rios e lagos, do sudoeste dos Estados Unidos, afetado no último verão pela pior seca que o país enfrentou em mais de 50 anos, podem diminuir em até 10% nas próximas décadas devido ao aquecimento global, de acordo com um estudo publicado na revista “Nature Climate Change” neste domingo (23). Segundo a investigação científica, as chuvas podem aumentar no Norte da Califórnia durante o inverno e em áreas de captação do Rio Colorado. No entanto, o aumento da evaporação devido à elevação da temperatura global poderá ultrapassar os níveis de precipitação. O estado do Texas poderá ser o mais prejudicado pela redução da oferta de água, provocada pela escassez de chuvas aliada à evaporação excessiva, de acordo com as simulações dos pesquisadores norte-americanos. No geral, o sudoeste dos EUA perderá até 10% dos recursos hídricos superficiais entre 2021 e 2040, em comparação com a segunda metade do século 20, segundo Richard Seager, pesquisador da Universidade Columbia, em Nova York.“É uma redução muito significativa, dada a pressão sobre o Rio Colorado para as tarefas agrícolas e domésticas”, acrescentou. Neste ano, o país sofreu sua pior seca em 56 anos, que provocou um forte aumento global dos preços dos alimentos. (Fonte: Globo Natureza)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou na terça-feira, 18 de dezembro, a campanha Ano Internacional da Cooperação pela Água 2013, destinada ao Dia (22 de março) e ao Ano Internacional da Água. A iniciativa pretende alcançar cinco objetivos: 1. Conscientizar sobre a importância, os benefícios e os desafios da cooperação em questões relacionadas à água; 2. Gerar conhecimento e construir capacidades em prol da cooperação pela água; 3. Provocar ações concretas e inovadoras em prol da cooperação pela água; 4. Fomentar parcerias, diálogo e cooperação pela água como prioridades máximas, mesmo após 2013; 5. Fortalecer a cooperação internacional pela água para abrir caminho para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável defendidos por toda a comunidade que trata sobre água e atendendo às necessidades de todas as sociedades. Segundo a organização, a humanidade não pode prosperar sem a cooperação no manejo da água, e o desenvolvimento da assistência pelos recursos hídricos envolve uma abordagem que reúne fatores e disciplinas culturais, educacionais e científicas e deve cobrir diversas dimensões: religiosa, ética, social, política, legal, institucional e econômica. A cooperação pela água assume muitas formas, desde a parceria por meio de fronteiras para o manejo de aquíferos subterrâneos e bacias fluviais compartilhadas, até o intercâmbio de dados científicos, à parceria em uma vila rural para a construção de um poço ou para o fornecimento de água potável através de redes urbanas. O Ano Internacional de Cooperação pela Água, em 2013, deseja encorajar partes interessadas nos níveis internacional, regional, nacional e local a agir em prol do acesso aos recursos hídricos. Conheça mais sobre a campanha. http://www.watercooperation2013.org/ http://envolverde.com.br

Empresas de óleo de cozinha, baterias e filtros automotivos assinam termo de compromisso para coleta de resíduos

Associações brasileiras de óleo vegetal, baterias e filtros automotivos assinaram na quinta-feira (20) um termo de compromisso com o governo do estado de São Paulo em que se responsabilizam pela coleta de resíduos de seus produtos nos municípios paulistas. De acordo com o secretário do Meio Ambiente do estado, Bruno Covas, a ação demonstra o amadurecimento do setor produtivo, que entendeu a importância de se investir no destino final dos resíduos sólidos. “A gente tinha uma cadeia produtiva linear. O produto era criado, consumido e jogado fora. A gente está, aos poucos, introduzindo uma cadeia produtiva circular. Esse produto, depois de ser utilizado, é reaproveitado e com apoio e financiamento da própria indústria”, declarou. O termo foi assinado também pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e a Associação de Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e Industriais (Abrafiltros). No caso da Abiove, que representa empresas responsáveis pelo processamento e fabricação do óleo de cozinha, haverá ampliação do número de pontos de coleta já existentes, passando dos atuais 800 locais de recolhimento para cerca de 1.000 em todo o estado. Segundo Bernardo Machado Pires, diretor de Sustentabilidade da Abiove, a ideia é aumentar para 900 pontos, em um prazo de dois a três anos, e chegar a 1.000 em, no máximo, quatro anos. Bernardo destacou também a criação do site www.oleosustentavel.org.br para orientar os consumidores sobre os pontos de entrega mais próximos. “Toda indústria que fabrica produtos que tenham impacto ambiental têm a responsabilidade, compartilhada com os governos, de ajudar a trazer de volta esses resíduos”, disse. Após a coleta do óleo, organizações não governamentais (ONGs) cadastradas se encarregam do reaproveitamento do material. “O óleo é muito usado para biodiesel, tintas, vernizes e sabão. Tem muitas comunidades que usam esse óleo e até têm um bom retorno econômico. Uma boa alternativa de trabalho e renda para as comunidades mais pobres”, disse Bernardo. Já a coleta dos filtros automotivos usados, feita pela Abrafiltros, teve início em julho deste ano, como forma de teste, em um grupo de cerca de dez municípios do estado. Segundo João Moura, presidente da associação, o recolhimento tem sido feito nos postos de combustíveis, de onde os filtros são enviados para usinas de processamento. “Lá, sofrem uma lavagem inicial e depois são triturados. A chapa é separada do resíduo do meio filtrante, que são papéis, cola, borracha e plástico que determinados filtros usam. Depois, são compactados e a chapa é enviada para a usina e os resíduos de papel, borracha, plásticos seguem como componente energético em cimenteiras”, disse. Ao contrário do óleo, que tem custo baixo para reciclagem, os filtros exigem maior investimento das empresas fabricantes. “Para o nosso setor é um custo muito representativo, porque o filtro é um dos poucos que você não pode reaproveitar. O único benefício é para o meio ambiente”, declarou Moura. André Luis Saraiva, diretor de Responsabilidade Socioambiental da Abinee, informou que, no setor de baterias automotivas, a logística reversa já é uma realidade. “Hoje, esse segmento recicla 98% do volume comercializado”, disse. Segundo Saraiva, sempre que um consumidor vai a uma autoelétrica trocar a bateria do carro, ele entrega o produto antigo ao revendedor que o repassa para a destinação correta. A importância da assinatura do acordo desta quinta-feira, de acordo com o diretor da Abinee, está na fiscalização do cumprimento da lei. “A Cetesb pode ampliar a sua margem de ver quem não está cumprindo o acordo. As empresas que não estiverem cumprindo sofrerão as sanções que a lei prevê”, disse. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, os próximos setores a adotarem o sistema de logística reversa são o de lâmpadas fluorescentes e de embalagens de alimentos e bebidas. “Vamos chegar em um futuro, espero não muito longe, em que as indústrias que não tiverem o seu plano de logística reversa não vão poder comercializar no estado de São Paulo”, disse. (Fonte: Fernanda Cruz/ Agência Brasil)

Mais seis estados aderem ao Cadastro Ambiental Rural

Seis estados aderiram nesta quinta-feira (20) ao acordo com o governo federal para implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Com a assinatura pelos governos do Amapá, de Alagoas, da Paraíba, de Roraima, do Maranhão e do Tocantins, são 18 estados integrados à medida, que se tornou obrigatória desde a aprovação do novo Código Florestal. A expectativa do governo é que, até janeiro do ano que vem, os estados de Goiás, da Bahia e o Distrito Federal consigam ajustar detalhes jurídicos para aderir ao programa. Mudanças recentes no documento elaborado pelo governo passaram a exigir, por exemplo, a informação sobre todas as autorizações de supressão de vegetação estadual. Nem todas as unidades da federação conseguiram adequar suas legislações locais com as novas regras. No caso de outros seis estados, como Mato Grosso do Sul e o Pará, que têm seus próprios cadastros, os governos terão apenas que fazer ajustes para integrar os dados com o banco de informações nacional. “O que fizemos foi mais um passo em torno da implementação do CAR. Temos o desafio de cadastrar quase 5,4 milhões de propriedades rurais no Brasil em dois anos, no máximo”, disse a ministra Izabella Teixeira, depois da assinatura dos convênios, ao lembrar as exigências e prazos estipulados pela legislação florestal. “A estratégia é a mesma que levou à construção do Código Florestal, chamando todos os parceiros que estão envolvidos diretamente”. Com a adesão, os estados passarão a receber os cursos de capacitação de técnicos para montar o cadastro, além dos dados e das imagens que foram contratadas pelo Ministério do Meio Ambiente. No caso dos proprietários, a ministra disse que, além de ser uma obrigação legal, o CAR é o primeiro passo para a regularização ambiental e condição para acessar créditos de políticas públicas. “Ao fazer o cadastro, o produtor vai contar com o órgão ambiental para a regularização. Se ele tem que recuperar área de proteção permanente ou reserva legal, ele vai assinar um acordo de cooperação que vai ser monitorado até ele recuperar, por exemplo”, disse Izabella Teixeira. Na assinatura desta quinta-feira, o governo estendeu as parcerias às várias instituições representativas do setor. A intenção é aproveitar o cadastro que as entidades mantêm para acrescentar ao CAR. No caso da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), existem 2,3 mil sindicados rurais associados e 1,7 milhões de produtores. O cadastro ambiental rural também terá informações dos mais de 10 milhões de associados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e dos 4 mil sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A expectativa, segundo Izabella Teixeira, é que até 2014 todo o cadastramento esteja concluído. “A lei estabelece a obrigação de ter área de proteção permanente e de reserva legal. Precisamos ter isso mais do que mapeado, implantado, porque é possível produzir com sustentabilidade, sem agredir o meio ambiente, com os rios protegidos, os topos de morros protegidos”, disse. (Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)

Bactérias podem ter causado a maior extinção mundial já registrada

Entre 250 e 252 milhões de anos atrás, cerca de 96% da vida oceânica e 70% da vida terrestre pereceram em um dos eventos de extinção mais impressionantes da história, que marcou a transição entre o Permiano e o Triássico. O motivo de tanta vida morrendo ainda não foi bem esclarecido. Existem algumas hipóteses, como, por exemplo, um impacto de meteorito igual ao que matou os dinossauros, ou então uma erupção gigantesca de um vulcão, ou até envenenamento maciço do oceano, ou ainda uma gigantesca liberação de metano. Alguns pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, nos EUA) acreditam, no entanto, que pode ter sido uma combinação de todos estes fatores – e a chave para essa mistura é uma bactéria capaz de consumir níquel e produzir metano. A hipótese de Daniel Rothman e seus colegas começa com a atividade vulcânica nas Províncias Vulcânicas Siberianas, no norte da Rússia, produzindo imensas quantidades de níquel, mais ou menos no período do final do Permiano. Quanto tempo levou para a Terra se recuperar da maior extinção em massa? As erupções também jogaram imensas quantias de cinza e poeira na atmosfera, tornando os vulcões culpados de alterar drasticamente a atmosfera. Mas o golpe final veio quando a lava rica em níquel chegou ao oceano, onde a bactéria metanosarcina estava esperando. Segundo análises genéticas, cerca de 252 milhões de anos atrás esta bactéria adquiriu a capacidade de processar o níquel. O excesso de níquel acabou produzindo um salto na sua população, que por sua vez produziu montanhas de metano, além de acabar com o oxigênio dos oceanos. Depois de toda a mortandade, as bactérias e algas remanescentes consumiram todos os recursos disponíveis, tornando uma possível recuperação ainda mais difícil. Mas esta hipótese tem alguns problemas. Por exemplo, não está bem claro como o níquel teria chegado aos oceanos. O que nos resta é esperar por mais capítulos desse mistério. [LiveScience, PopSci]

HPV entre as mulheres: o que é, sintomas e tratamentos

Riscos do HPV Depois de dar adeus aos preconceitos, às proibições e à repressão sexual, tanto os homens quanto as mulheres passaram a iniciar sua vida sexual muito cedo e a ter uma vida sexual mais ativa. Porém, esta intensa atividade pode vir acompanhada de alguns problemas de saúde, que merecem atenção e tratamento adequado. Entre estas questões encontra-se o HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba diferentes tipos e, por ser transmitido sexualmente, pode provocar o surgimento de lesões genitais de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero e do pênis, entre outros sinais de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer). HPV em mulheres Por ser um vírus que atinge um grande percentual de mulheres, apesar de afetar também os homens, entrevistamos a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo. Nesta conversa, a médica fala sobre o que é o HPV, seus sintomas, porque ele atinge mais mulheres do que homens e os tratamentos para combater este terrível inimigo da saúde íntima. O que é o HPV e por que é tão perigoso? Meninas também podem desenvolver o câncer no colo uterino devido ao HPV? É a sigla em inglês para papiloma vírus humano - Human Papiloma Virus. É um vírus transmitido através do contato da pele e, no caso da região genital, transmitido através de relações sexuais e podem causar lesões no pênis, vagina, colo do útero e vulva. Meninas que apresentam o HPV de alto risco podem desenvolver o câncer de colo uterino, apesar de ser raro nesta faixa etária. As mulheres são mais vulneráveis ao HPV? Em caso positivo, por que? Em geral, as mulheres apresentam-se mais vulneráveis à infecção pelo HPV por apresentarem variações tanto do ciclo hormonal quanto da imunidade ao longo do mês, diferentemente dos homens. Com isso, apresentam mais chance de contrair a infecção. O que ocorre quando um indivíduo é infectado pelo HPV? Os sintomas sempre aparecem? Quais são? Nem sempre os sintomas aparecem naquele momento. O vírus pode ficar incubado e aparecer muitos anos depois. Os sintomas dependem do tipo de HPV que infecta a mulher. As manifestações mais comuns na região genital são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, conhecidas como "crista de galo". Já outras pacientes com lesões subclínicas podem não apresentar sintomas, podendo ter apenas manifestações discretas como corrimentos de repetição, por exemplo. No caso dos tipos de alto risco, o HPV pode causar, a longo prazo, o câncer de colo de útero ou antes disso, lesões precursoras do câncer. Como o HPV pode provocar o câncer de colo de útero? O HPV provoca alterações estruturais no material genético da célula do colo do útero e da vulva e com isso causa uma alteração genética chamada atipia que transforma a célula normal em uma célula com potencial de malignidade. Quanto tempo os sintomas demoram para aparecer? Dependerá de pessoa para pessoa e da imunidade (defesa do corpo) da mesma. Em mulheres grávidas, quais os riscos da infecção por HPV? O risco na mulher grávida, pode ser maior, já que a imunidade da mulher nessa fase da vida é menor. Com isso o risco de contrair a infecção é maior e se a mulher já tiver o vírus, a chance do aparecimento de lesões é maior também. Como é feito o diagnóstico? Quais são os exames solicitados? E se a menina for virgem e estiver com suspeita de HPV? As verrugas genitais podem ser encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou vagina e podem ser visibilizadas através de exame urológico (peniscopia), ginecológico (colposcopia e vulvoscopia). Já o diagnóstico de suspeita pode ser feito através do exame citológico (exame preventivo de Papanicolaou). O diagnóstico definitivo é realizado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida e o PCR e biópsia da região suspeita. Se a menina for virgem, o HPV externo (de vulva) pode ser diagnosticado sem dificuldades. Como é feito o tratamento? Quanto tempo dura? Na maioria das vezes, a infecção é assintomática. Nos casos das verrugas, os tratamentos são realizados através de uso de ácidos no local da verruga, uso de laser ou ainda a retirada cirúrgica apenas. Em alguns casos de HPV em colo de útero, pode ser realizada apenas a cauterização do local. A duração do tratamento depende da extensão do processo e da recidiva da doença. Como prevenir o contágio? O uso de preservativos em todas as relações sexuais durante todo o tempo. Nem sempre o homem ou a mulher apresentam lesões visíveis a olho nu. Por isso não se pode bobear. Poderia falar um pouco sobre a vacina contra o HPV? Como ela funciona? Por que ela gerou tanta polêmica? Ela já pode ser tomada no Brasil? Quem pode tomar? A vacina foi criada com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, assim, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no câncer de colo do útero (HPV-16 e HPV-18). O impacto real da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas. A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. A vacina pode ser tomada no Brasil e é administrada em 3 doses, com 1, 2 e 6 meses. Qual o tempo de proteção após a vacinação? Os estudos atuais estimam o tempo de infecção em 8 anos e meio. A partir de qual idade, se pode tomar a vacina? Preconiza-se a aplicação da vacina a partir dos 9 anos de idade. A vacina está disponível na rede pública de saúde? Infelizmente, ainda não. Redação do Diário da Saúde

HPV oral é mais comum entre os homens

HPV oral A infecção oral pelo HPV (Papilomavírus Humano) é mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Enquanto o HPV entre as mulheres vem sendo discutido entre as autoridades de saúde há muito tempo, só mais recentemente se reconheceu que o HPV também é coisa de homem. A nova descoberta - da maior prevalência do HPV oral em homens - pode explicar porque os homens são mais suscetíveis ao desenvolvimento dos cânceres de cabeça e pescoço, associados ao vírus. Pacientes com HPV oral tipo 16 (HPV-16) têm até 14 mais chances de desenvolver um desses dois tipos de câncer. Preferencialmente masculino A correlação entre o HPV e o câncer oral somente foi estabelecida em 2007, por isso ainda não se sabe muito bem como detectar ou prevenir esses tipos de câncer. A nova pesquisa, realizada nos EUA, mostrou que 7% da população entre 14 e 69 anos de idade possuem o HPV oral. A surpresa é que o vírus é três vezes mais comum entre os homens (10,1%) do que entre as mulheres (3,6%). Especificamente quanto ao HPV-16, a ocorrência é menor, 1% da população, mas novamente os homens se destacam - o vírus é 5 cinco vezes mais comum entre os homens do que entre as mulheres. "Este estudo da infecção oral pelo HPV é o primeiro passo essencial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção do câncer orofaríngeo," disse a Dra. Maura Gillison, da Universidade do Estado de Ohio, coordenadora do trabalho.Redação do Diário da Saúde

Aumenta índice de câncer de boca e garganta entre jovens

Perfil de idade Até pouco tempo atrás, os tumores de boca e de garganta eram tipicamente associados a pacientes com mais de 50 anos e histórico de consumo pesado de álcool e tabaco. Mas, nos últimos anos, estudos epidemiológicos têm apontado uma emergência de casos em pessoas jovens que nunca fumaram ou beberam - a maioria deles associada à infecção pelo papiloma vírus humano (HPV). A mudança no perfil dos afetados por esse tipo de câncer tem grandes implicações nos programas de prevenção, detecção precoce e também no tratamento da doença. Doença menos agressiva "Levantamentos anteriores feitos no Brasil apontavam uma prevalência de infecção pelo HPV menor que 2% nos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Mas um estudo nosso publicado em 2012 mostra que em pacientes jovens com tumores de boca a prevalência é de 32%. Isso é bem alto", disse o médico Luiz Paulo Kowalski, do Hospital A.C. Camargo. Entre os mais velhos, o índice de infecção pelo HPV foi de 8%. "Nos dois grupos, o estágio da doença era parecido, a localização do tumor era semelhante e, ainda assim, os pacientes jovens HPV positivos tinham taxa de sobrevida melhores que os demais", contou Kowalski. Esse achado reforça dados de estudos anteriores que apontam um melhor prognóstico para pacientes HPV positivo. "Parece ser um tumor diferente, com comportamento mais localizado e menos agressivo. Em geral, os pacientes respondem melhor ao tratamento", disse. Tumores associados com o HPV são menos agressivos Comportamento sexual Agora trabalhando para identificar marcadores de resposta ao tratamento, os pesquisadores encontraram um dado interessante: enquanto 78% dos pacientes da cidade de São Paulo são positivos para a presença do vírus, todos os voluntários de Barretos, no interior do estado, foram negativos. "Provavelmente essa diferença se deve ao fato de que na capital as pessoas aderiram mais às campanhas antifumo e hoje bebem menos do que antigamente. Já no interior, os hábitos mudaram menos. Além disso, o comportamento sexual na capital também está mais diferente e isso é um dos fatores ao qual se atribui o aumento da ocorrência dos casos de câncer associados ao HPV", explicou Kowalski. "A discrepância nos índices de infecção pelo vírus, mais uma vez, se refletiu nos resultados terapêuticos alcançados em cada grupo negativo, e a resposta terapêutica é muito pior", disse. Cigarro, álcool e HPV Há 20 anos, o panorama para um jovem com câncer de cabeça e pescoço era muito ruim. "Em geral, eram pessoas que começaram a fumar e beber muito cedo. Tinham más condições nutricionais, um estado físico muito comprometido e tumores muito agressivos", contou Kowalski. Hoje, por outro lado, um paciente jovem, HPV positivo, sem histórico de consumo pesado de álcool e cigarro tem grandes chances de sobreviver ao tratamento e de voltar à vida normal. Para Kowalski, essa mudança de paradigma exige a revisão dos programas de prevenção e detecção precoce da doença, muito focados em cuidados com a boca e em pacientes fumantes e alcoólicos. "Agora temos de nos preocupar com todas as pessoas. Mesmo quem não fuma e não bebe pode estar em risco", disse. Segundo o médico, embora existam mais de 200 variações de HPV, a maioria dos casos de câncer de orofaringe está associada aos tipos 16 e 18, para os quais existe vacina. Agência Fapesp

Quantos copos de leite uma criança deve tomar por dia?

Dose diária de leite Quantos copos de leite devo dar para meus filhos? Dois copos por dia, responde uma equipe de médicos que finalmente decidiu tirar a questão a limpo. "Nós começamos a pesquisar o assunto porque as recomendações profissionais sobre a ingestão de leite não eram claras, e os médicos e pais queriam respostas," conta o Dr. Jonathon Maguire, do Hospital St. Michael (EUA). Os resultados foram publicados na revista Pediatrics. Ferro e vitamina D Os médicos verificaram como o leite de vaca afeta o armazenamento de ferro e vitamina D pelo corpo, que são dois dos principais nutrientes do leite. O estudo analisou 1.300 crianças entre dois e cinco anos de idade. Os pesquisadores verificaram que crianças que tomam mais do que dois copos de leite por dia têm maiores reservas de vitamina D, mas menores reservas de ferro. Leite na medida certa A deficiência de vitamina D nas crianças está associada com problemas na formação óssea. Já a deficiência de ferro pode levar à anemia e atrasos no desenvolvimento cognitivo. "Nós verificamos que dois copos de leite por dia são suficientes para manter níveis adequados de vitamina D para a maior parte das crianças, ao mesmo tempo mantendo a reserva de ferro," disse o médico. "Tomar mais leite causou uma redução na reserva de ferro sem grandes benefícios da vitamina D adicional," concluiu ele. Redação do Diário da Saúde

Mais empresas da bolsa fazem relatórios de sustentabilidade

A porcentagem de empresas listadas na BM&FBOVESPA que aderiram ao Relate ou Explique cresceu de 45,31% para 57,95% em, apenas, cinco meses. Lançada neste ano de 2012 em função da Rio+20, a iniciativa cobra das companhias a publicação de seus relatórios de sustentabilidade ou, então, uma explicação de por que ainda não produzem o documento. A ideia é facilitar o acesso dos stakeholders – sobretudo dos investidores e analistas – às práticas de sustentabilidade das empresas listadas na BM&FBOVESPA, dando maior transparência ao mercado e incentivando cada vez mais companhias a aderiram à prática. Por enquanto, tem funcionado: o número de empresas participantes do Relate ou Explique aumentou de 203, em maio – quando a iniciativa foi lançada -, para 253, em outubro. Atualmente, cerca de 435 empresas estão listadas na BM&FBOVESPA. (Fonte: Planeta Sustentável)

Carvão será a fonte de energia mais usada no mundo em 10 anos

O carvão, grande gerador de gases de efeito estufa, se aproximará em cinco anos do petróleo como primeira fonte de energia mundial e pode superá-lo em dez anos, devido ao desenvolvimento acelerado dos países emergentes, considera a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório publicado nesta terça-feira (18). “Graças a sua abundância e a uma insaciável demanda de eletricidade nos mercados emergentes, o carvão já representou cerca da metade do aumento da demanda mundial de energia na primeira década do século XXI”, ressalta a Agência Internacional de Energia (AIE), com sede em Paris. O consumo de carvão em 2017 será de 4,32 bilhões de toneladas equivalentes ao petróleo, contra 4,4 bilhões de toneladas de petróleo. E em 10 anos superará o petróleo devido ao crescimento de mercados emergentes gigantescos, como China e Índia, segundo a AIE. “A cota de carvão nas fontes de energia mundial segue progredindo a cada ano”, afirma a diretora da organização, Maria van der Hoeven. Como resume a AIE, “o carvão é a China” e “a China é o carvão”. A China, que não para de inaugurar centrais elétricas de carvão, representou no ano passado 46,2% do consumo mundial deste combustível. A barreira dos 50% será alcançada a partir de 2014, o que significa que a China consumirá a partir deste ano mais carvão que todos os demais países do mundo juntos. A importação de carvão crescerá de forma importante na América Latina, em particular no Brasil, onde as compras de carvão de coque aumentarão 45%, chegando a 20 Mtce (toneladas métricas equivalentes de carvão) em 2017, indica o relatório. Além dos Estados Unidos, as importações do Brasil provêm de Moçambique e Colômbia, onde várias empresas brasileiras – Vale, entre elas – desenvolvem importantes projetos mineradores. A AIE, uma organização vinculada à OCDE, “espera que a demanda de carvão aumente em todas as regiões do mundo”, com a exceção notável dos Estados Unidos, onde o desenvolvimento do gás de xisto provocou uma forte queda do preço do gás, que torna o carvão muito menos competitivo. Mas o carvão é uma energia muito poluente. “Apenas uma concorrência feroz de um gás a baixo preço permite reduzir a demanda de carvão”, adverte a AIE. “Europa, China e outros países devem tomar nota disso”, acrescenta. No entanto, o declive do carvão nos Estados Unidos gerou um “boom” das exportações americanas, especialmente em direção à Europa. Consequência: a tonelada de carvão na Europa passou de 130 dólares a tonelada em março de 2011 a 85 dólares em maio de 2012. Por isso, embora o Velho Continente permaneça com objetivos ambientais ambiciosos, muitos países estão retomando o carvão como fonte de energia. No primeiro semestre de 2011, Espanha, Alemanha e Reino Unido produziram menos eletricidade a partir do gás – energia mais limpa – e mais a partir do carvão, destaca a AIE. Hoje, o carvão já representa cerca de 28% de toda a energia consumida no mundo e é a primeira fonte de eletricidade, segundo a AIE. A emergência desta energia também ocorre num momento em que os objetivos contra o aquecimento climático parecem ter passado para um segundo plano. “O resultado é que, sem restrição no consumo de carvão mediante políticas climáticas, a demanda e o CO2 seguirão aumentando”, adverte a organização. (Fonte: Portal iG)

Recuperar os oceanos custa R$ 10,4 bilhões iniciais, diz relatório da ONU

Um relatório recém-divulgado pela ONU estima ser necessário aplicar US$ 5 bilhões (R$ 10,4 bilhões, em valores atuais) como investimento inicial para reverter a degradação dos oceanos no mundo. Os recursos, se aplicados ao longo dos próximos 20 anos, serão suficientes para catalisar ações e novos fluxos financeiros na recuperação dos mares. O objetivo do documento, chamado “Catalisando o Financiamento dos Oceanos”, é ajudar empresas privadas e o setor público a criar políticas claras e incentivos para a proteção dos mares, uma vez que a degradação oceânica atinge centenas de milhões de pessoas nos países mais pobres. Segundo o chefe de governança de água e oceano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Andrew Hudson, os mares estão “sob séria ameaça devido à poluição, superexploração, perda de habitat, espécies invasoras e mudanças climáticas”. As afirmações foram feitas durante o lançamento do relatório nos EUA, na última sexta-feira (14), de acordo com o site da ONU. O documento defende a aplicação de uma mistura de políticas públicas e ações de mercado para a preservação dos oceanos e sua gestão sustentável. O problema não é “irreversível”, aponta o relatório, se houver um bom gerenciamento dos mares. (Fonte: Globo Natureza)