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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A mudança climática agora é prioridade para Obama

Foram apenas pouco mais de 150 palavras, mas agitaram o mundo e os EUA como se fosse um tsunami de esperança. Barack Obama, na frente do Capitólio, discurso de posse para seu segundo mandato, falando em nome do povo estadunidense afirmou contundentemente: “Reagiremos à ameaça das mudanças climáticas, sabendo que se falharmos em fazê-lo estaremos traindo nossas crianças e as futuras gerações. Alguns ainda podem negar o esmagador julgamento da ciência, mas ninguém pode evitar o impacto devastador dos violentos incêndios, da seca que paralisa o campo e das tempestades mais poderosas”. Estava lançado o “Protocolo Obama” sobre mudanças climáticas. Segundo o New York Times, Obama lutará contra os efeitos do aquecimento global principalmente mediante decretos presidenciais que o jornal denomina “medidas administrativas” para evitar um confronto direto no Congresso. Algumas dessas medidas incluem a dificílima redução das emissões das centrais de energia, o aumento da eficiência dos eletrodomésticos e a diminuição da pegada de carbono do governo federal. A Casa Branca também planeja lançar uma campanha com o objetivo de conquistar amplo apoio público, mas advertiu aos ambientalistas que não esperem um “compromisso absoluto”. O próprio Obama antecipou a dureza da luta em seu discurso: “O caminho em direção às fontes de energia sustentáveis será longo e às vezes, difícil. Mas os EUA não podem resistir a essa transição, precisamos liderá-la. Não podemos ceder a outras nações a tecnologia que alimentará novos empregos e novas indústrias. É assim que manteremos nosso vigor econômico e nossa riqueza nacional; nossas florestas e cursos d’água; nossas terras cultiváveis e picos cobertos de neve. É assim que preservaremos nosso planeta, que Deus deixou aos nossos cuidados”. Depois de evitar o tema da mudança climática ao longo de sua segunda campanha presidencial, Obama renovou seu compromisso ambiental já na primeira entrevista coletiva realizada após a reeleição propondo um debate nacional sobre o clima. “Eu acredito firmemente que a mudança climática é real e que o impacto das emissões de carbono é resultado das atividades humanas”, disse ele. “E, como consequência, acho que temos uma obrigação para com as gerações futuras para fazer algo sobre isso”. Agora, milhares de ambientalistas dos EUA exigem dele, entre outras medidas prioritárias, que rejeite definitivamente a construção do oleoduto Keystone XL, projetado para transportar petróleo altamente poluente das areias betuminosas de Alberta, no Canadá, até o Golfo do México. Esse petróleo sujo lançará anualmente 27 milhões de toneladas métricas de CO2 à atmosfera, equivalente às emissões de 6.2 milhões de novos carros. De acordo com estudos recentes, a poluição do ar mata mais do que o colesterol e a redução da poluição dos combustíveis fósseis diminuirá os custos da saúde. A nomeação de John Kerry como Secretário de Estado é um indicador de que o fator ambiental terá seu lugar de destaque na política internacional dos EUA. Kerry, que tem especial interesse nas questões ambientais acompanhou as discussões da RIO+20. O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que quando era Embaixador nos EUA conheceu Kerry e ele demonstrou “muito interesse em questões do meio ambiente”. A construção de uma economia de energia limpa gerará mais empregos e permitirá uma prosperidade sustentável amplamente compartilhada. Nesse sentido, Obama afirmou que pode liderar a travessia para um ambiente mais equilibrado junto com outras lideranças dos EUA e do mundo, entre elas o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial, que acaba de lançar em Davos seu “Global Risks 2013” onde se afirma, surpreendentemente, que as mudanças climáticas são o maior problema atual da humanidade. O mundo espera um “Yes, we can” um “Sim, nós podemos” ambiental de parte de Obama. (Eco21)

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