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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Anvisa suspende venda de dois medicamentos

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária () suspendeu o uso, a comercialização a distribuição e o uso de todos os lotes do medicamento Buprovil (Ibuprofeno) 20mg/ml, suspensão oral. O Buprovil é indicado para a redução de dores e inflamações agudas ou crônicas. A empresa fabricante - Multilab Ind. e Com. de Produtos Farmacêuticos - constatou, durante a validação de processo de fabricação, que alguns lotes do produto apresentaram teor de princípio ativo fora da especificação. A empresa deverá recolher os produtos do mercado. Foi divulgado ainda o recolhimento voluntário de todos os lotes do medicamento Poliginax óvulos, fabricado pela empresa Abbott. O medicamento apresentou resultado fora das especificações nos estudos de estabilidade. A Agência também interditou cautelarmente o lote 0212 do produto Máscara Reconstrutora Catiônica, marca Lindorel, fabricado em setembro de 2012 pela empresa Le Pieri Cosmético e com validade até setembro de 2014. A interdição vale por 90 dias e se deve em virtude dos resultados insatisfatórios nos ensaios de rotulagem e teor de formaldeído. Já o lote 081 do produto Restauração Instantânea pH 3,0 Kera-x, marca Agi Max, fabricado pela empresa RH Cosméticos em outubro de 2012 e com validade até outubro de 2014, também foi interditado cautelarmente por apresentar resultados insatisfatórios nos ensaios de rotulagem e teor de formaldeído. Cerca de 30 outros produtos sem registro também tiveram sua comercialização suspensa. Anvisa

Por que os fumantes engordam quando param de fumar?

A maioria dos fumantes ganha vários quilos quando pára de fumar. E isto não se deve a um aumento na ingestão de calorias, garante Luc Biedermann, do Hospital Universitário de Zurique (Suíça). Parar de fumar engorda Quando os fumantes dizem adeus aos seus cigarros, 80% deles ganha 7 quilos, em média. Seu peso aumenta mesmo que a sua ingestão de calorias permaneça a mesma, ou até mesmo caia em relação ao volume ingerido antes de parar de fumar. Qual então é a razão para este aumento de peso? A resposta parece estar em uma mudança na composição da flora intestinal após deixar de fumar. As cepas bacterianas que também predominam na flora intestinal de pessoas obesas passam a dominar no organismo das pessoas que deixam de fumar. Flora bacteriana Embora a diversidade bacteriana no intestino de fumantes e não fumantes mude pouco com o passar do tempo, deixar de fumar resulta em uma mudança importante na composição dos habitantes microbianos dos intestinos. As frações Proteobacteria e Bacteroidetes aumentam à custa de representantes dos filos Firmicutes e Actinobacteria. Nos voluntários monitorados pela equipe do Dr. Biedermann, verificou-se um ganho médio de 2,2 quilogramas depois do abandono do cigarro, embora a sua alimentação e os hábitos de beber tenham permanecido os mesmos - com a exceção de que, no final do estudo, os voluntários beberam em média um pouco mais álcool que antes de parar de fumar. A explicação foi encontrada na composição das diversas bactérias da flora intestinal, que mudou significativamente. A hipótese dos pesquisadores é que a flora bacteriana alterada fornece mais energia ao corpo, resultando em ganho de peso para os ex-fumantes. Diário da Saúde

Proteger 17% das terras do planeta salvaria dois terços das espécies de plantas

A maior parte da biodiversidade de plantas está concentrada numa área relativamente pequena do mundo, e isso é boa notícia para as metas de concentração mundial. Segundo um novo estudo, florestas que representam apenas 17% da cobertura terrestre do planeta concentram 67% das espécies vegetais conhecidas. O levantamento foi feito pelos pesquisadores com a intenção de averiguar se a meta da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica) de colocar 17% das terras do planeta dentro de unidades de conservação faz algum sentido. O documento, assinado em 2010 em Nagoya, também determinou como meta a preservação de 60% das espécies de vegetais do mundo. Os números foram obtidos por ecólogos que investigaram o herbário de 110 mil espécies de plantas do Jardim Botânico Real, em Kew, no Reino Unido, atrás de dados para mapear a diversidade mundial de plantas. Os resultados do estudo estão na última edição da revista “Science”. Como 13% das áreas terrestres já têm algum status de proteção, a meta de atingir os 17% até 2020 parece alcançável. Mas há uma ressalva: muitas das terras que já são protegidas – algumas delas em montanhas, outras em áreas polares – não possuem alta biodiversidade de plantas. “Teoricamente, a meta é alcançável, mas até aqui não temos sido bons em criar áreas de proteção de plantas nos lugares mais prioritários”, diz Clinton Jenkins, ecólogo da da Universidade Estadual da Carolina do Sul que participou do estudo. Segundo o pesquisador, portanto, provavelmente será preciso ter mais do que 17% das áreas do mundo dentro de unidades de conservação para que a meta de proteção de plantas da CDB seja atingida. Uma boa notícia trazida pelo estudo é que grande parte das zonas de alta biodiversidade vegetal se sobrepõem às de diversidade animal, e as metas de proteção pode ser atingidas em conjunto. O mapa gerado por Jenkins – feito com base no levantamento coordenado por Lucas Joppa, da Universidade Duke – indica em vermelho as regiões prioritárias, muitas delas em ilhas e pequenos ecossistemas isolados. Nesses locais há muitas espécies “endêmicas”, que são exclusivas de cada dada região. No Brasil, as únicas áreas que entrariam na cota dos 17% mais importantes são o Nordeste, o Sudeste e o Sul, por causa da alta diversidade e da pequena extensão territorial da Mata Atlântica. A Amazônia, apesar de possuir muita diversidade, é uma área muito ampla, o que faz com que tenha pouca “densidade de endemismo” – critério usado para estabelecer as áreas prioritárias. Jenkins, interessado na região, está de mudança para o Brasil. Beneficiário do programa Ciência sem Fronteira, vai ficar três anos no país treinando ecólogos no IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), em Nazaré Paulista (SP). (Fonte: Folha.com)

“Respirar em São Paulo é como fumar 4 cigarros por dia”, afirma Paulo Saldiva

Conscientizar a população de São Paulo, a maior cidade do Brasil, sobre a gravidade do problema que representa a poluição do ar é a principal missão do movimento São Paulo Merece Um Ar Mais Limpo, que utiliza dados científicos e promove mobilizações com essa finalidade. A organização conta com o embasamento de profissionais como o médico patologista Paulo Saldiva, um dos maiores especialistas do país nessa área.O projeto, que pode ser acompanhado por site, Facebook, Twitter e vídeos no Youtube, incentiva práticas mais sustentáveis que podem ser praticadas no dia a dia, a exemplo da utilização do transporte público, verificação de todas as informações sobre o carro antes da compra (inclusive o fator “poluente”), aproveitamento dos cinco lugares que os automóveis possuem, a adoção da prática de desligar o motor sempre que possível e optar por caminhadas ou pedaladas.m entrevista ao EcoD, Saldiva fez a seguinte definição: a “Poluição em SP é um tumor maligno, mas há cura”. Segundo o especialista, “respirar em São Paulo é como fumar quatro cigarros por dia”. Em apenas dois anos, mais de 20 mil crianças e mais de 8 mil idosos foram internados por problemas respiratórios relacionados à poluição atmosférica na capital paulista.“Eu sou otimista em relação a doenças, porque ninguém muda para melhor ou repensa seus hábitos se não tiver algum tipo de problema antes. Já vi gente que passou a comer menos depois que ficou obeso ou diabético, por exemplo. As doenças costumam fazer as pessoas sair da zona de conforto. Como estamos insatisfeitos, talvez estejamos criando as bases para melhorar a cidade”, ressaltou Saldiva ao EcoD, à época.O médico patologista ainda salienta que resolver o problema da poluição não é necessariamente solucionar o da mobilidade, já que se a frota de carros elétricos correspondesse a 100% da existente, melhoraria a questão da poluição, mas não da mobilidade.Para tentar melhorar os quadros, outros projetos estão sendo desenvolvidos em prol da causa, como o Bike Anjo que ensina iniciantes a pedalar com segurança, e o Cidade para Pessoas, que visa percorrer metrópoles pelo mundo a fim de mostrar que a sustentabilidade urbana é possível. * Publicado originalmente no site EcoD.

O que é o IPCC e o que esperar do relatório desta semana

Entidade afirmará que há 95% de probabilidade de que as atividades humanas sejam a principal causa para o aquecimento global e que estamos a caminho de uma elevação de 4,8ºC até o fim do século O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) foi estabelecido em 1988 e é formado por milhares de climatologistas, geógrafos, meteorologistas, economistas e outros especialistas que representam mais de uma centena de países. Em 2007, a entidade recebeu o Prêmio Nobel da Paz por “construir e divulgar um maior conhecimento sobre a mudança climática causada pelo homem e por fixar a base das medidas que são necessárias para resistir a essa crise”. O IPCC é dividido em três Grupos de Trabalho (GTs) e uma Força-Tarefa. O GT I é responsável pela “Base Científica da Mudança Climática”, o II lida com “Impactos da Mudança Climática, Adaptação e Vulnerabilidade” e o III está a cargo de explicar a “Mitigação da Mudança Climática”. A Força-Tarefa busca melhorar as metodologias para o cálculo e divulgação das emissões nacionais de gases do efeito estufa. É importante destacar que o IPCC não realiza as pesquisas climáticas que apresenta. Os relatórios que a entidade divulga são, na realidade, um panorama de tudo o que foi publicado na literatura científica recentemente. No entanto, esse trabalho tem imenso valor, pois traz para os governos e para a sociedade, em uma linguagem mais acessível, o que a ciência afirma estar acontecendo com o nosso planeta. Bases Científicas Já estão reunidos em Estocolmo, na Suécia, pesquisadores e representantes governamentais que têm como missão dar os retoques finais no relatório “Mudanças Climáticas 2013 – As bases físicas científicas”, resultado de quatro anos de trabalho do GT I e da análise de 9200 estudos, que será divulgado nesta sexta-feira (27). Algumas das conclusões do documento já foram apresentadas, entre elas que é “extremamente provável” (mais de 95% de probabilidade) que as atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis, sejam a principal causa para o aquecimento do planeta desde 1950. “É grande a confiança de que isso [as ações da humanidade] resultou no aquecimento dos oceanos, no derretimento de neve e gelo, no aumento do nível do mar e transformou alguns extremos climáticos”, afirma o documento. De acordo com o relatório, podemos esperar uma elevação de 4,8ºC nas temperaturas até 2100 se nada for feito. Porém, se cortes ambiciosos nas emissões de gases do efeito estufa forem realizados, o aquecimento global poderá ser limitado a 0,3ºC a mais do que hoje. No último século, as temperaturas subiram cerca de 0,8ºC. Para o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), que possui membros do IPCC em seus quadros, as projeções indicam que a temperatura média em todas as grandes regiões do Brasil será de 3ºC a 6ºC mais elevada em 2100 do que no final do século XX. O IPCC defende que o aquecimento global deveria ser limitado a 2ºC para que as piores consequências das mudanças climáticas, como o aumento da frequência e da intensidade dos eventos climáticos extremos, não aconteçam. O novo documento vai também detalhar porque o aquecimento global ficou mais lento nos últimos 15 anos, fato que está sendo utilizado por céticos para questionar toda a ciência climática. Uma das explicações é a maior ocorrência da La Niña, que resfria as águas do Oceano Pacífico. Outras variáveis naturais podem ter também um papel, como a atividade vulcânica, que dispersou partículas na atmosfera que refletem a luz do sol de volta para o espaço. O “Mudanças Climáticas 2013 – As bases físicas científicas” contou com a participação de 259 autores de 39 países e ouviu mais de 50 mil comentários. A previsão é de que o GT II apresentará seu relatório em março de 2014 e o GT III em abril. O grande documento síntese de todos esses trabalhos será a Quinta Avaliação do IPCC (IPCC Fifth Assessment Report - AR5), que deve ser divulgado durante a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no final do ano que vem em Lima, no Peru (COP 20). As outras quatro grandes avaliações do IPCC foram publicadas em 1990, 1995, 2001 e 2007.

Evidências da influência do homem no aquecimento global são "esmagadoras"

Grupo de pesquisadores destaca que há cada vez mais dados que comprovam que as emissões de gases do efeito estufa resultantes das atividades humanas são uma das causas das mudanças climáticas A dez dias de o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) publicar seu novo relatório, pesquisadores do Grupo Earth League, que reúne alguns dos mais renomados climatologistas do planeta, atestam que as mudanças climáticas são antropogênicas. Segundo a declaração dos estudiosos, as evidências de que o aquecimento global é causado ou influenciado pelo homem são “esmagadoras”: dos quase 14 mil artigos climáticos publicados sobre o aquecimento global, apenas 24 negavam o fenômeno ou que suas causas eram provenientes da ação humana. Entre os signatários da declaração estão Sir Brian Hoskins, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas do Imperial College de Londres, e Carlos Nobre, Secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Para o Earth League, mesmo um aquecimento de 2ºC, ou seja, aquele delimitado internacionalmente como "seguro", pode trazer consequências mais sérias do que as previstas anteriormente: até 2300, o aumento do nível do mar poderia chegar a 2,7 metros em relação à altura atual – entre outras consequências. O grupo afirma que, se os seres humanos continuarem a não agir, usando combustíveis fósseis e não limitando as emissões de gases do efeito estufa, o mundo pode chegar a um aquecimento de 4ºC até o final do século ou até antes. E esse aquecimento médio de 4ºC poderia significar consequências ainda mais graves para algumas regiões como, por exemplo, os polos, que costumam concentrar o calor absorvido pelo planeta. De acordo com os pesquisadores, nessas regiões o aquecimento poderia chegar a 8ºC, tendo grandes impactos nas massas continentais da América do Norte e Eurásia. A declaração do grupo continua, afirmando que esse aquecimento de 4ºC mudaria dramaticamente a Terra, e alguns litorais e ilhas inteiras submergiriam devido ao aumento do nível do mar, e mais ondas de calor causariam a diminuição de colheitas e até a perda de vidas. “Apesar da afirmação errônea de que o aquecimento global já parou, evidências mostram que uma vez que os conhecidos impactos do El Niño, aerossóis vulcânicos e variabilidade solar são retirados das observações, a tendência de aquecimento do sistema oceânico-atmosférico é ininterrupta; e que isso continuará [potencialmente até 4ºC] a menos que sérias ações de mitigação sejam tomadas”, diz o grupo. “Que o aquecimento global continua inabalável na última década é confirmado pelas medições oceânicas. Noventa por cento do calor adicional que a Terra absorve é devido ao aumento dos gases do efeito estufa armazenados nos oceanos, e os milhares de robôs de mensuração científica no oceano provam que eles continuam aquecendo a um ritmo constante. Enquanto isso, satélites mostram que os níveis do mar também aumentam de forma constante”, continuaram eles. “As duas últimas décadas foram pontuadas por secas devastadoras (como o dilúvio do Paquistão em 2010) que pode estar relacionado a uma reestruturação da circulação atmosférica. Os sinais do clima estão expressos pelo derretimento acelerado do gelo marinho do Ártico e pela retração da maioria das geleiras no mundo todo para todos verem. E isso é apenas o começo. Embora a ciência climática nos diga apenas o que pode acontecer e não o que fazer sobre isso, sentimos que a inação é uma perspectiva inaceitável”, acrescentaram os cientistas. Já outros dados, do Coupled Model Intercomparison Project (CMIP5), são ainda mais pessimistas: apontam um aumento de 6ºC nas temperaturas planetárias até 2100 comparadas aos níveis pré-industriais caso não aja nenhuma ação de mitigação. As consequências, nesse caso, seriam ainda piores. Felizmente, os pesquisadores indicam que pelo menos ações estão sendo tomadas por parte de algumas instituições. “Em resposta a esses fatos e números alarmantes, instituições políticas cruciais (tais como o Conselho de Segurança da ONU), agências internacionais (como o FMI) e associações empresariais (como o WBCSD) concluem que a prosperidade do ser humano está sendo desafiada. O Banco Mundial tem interesse particular na maioria das consequências evidentes de que a natureza e a civilização teriam que enfrentar um mundo 4ºC mais quente. E o Banco quer aprender quanto uma mudança no ambiente planetário pode colidir com suas estratégias para o desenvolvimento humano mundial e a redução da pobreza .” Para isso, os cientistas afirmam que as próprias instituições estão pedindo por uma estabilização climática agressiva, embora algumas das consequências já não possam mais ser completamente eliminadas, e eles acreditam que o tempo é curto para que decisões importantes sejam tomadas. “Instituições globais reconhecem que a ciência fala efetivamente com uma só voz sobre a realidade das mudanças climáticas. Em 2015, a comunidade global quer selar um acordo climático e também substituir as Metas de Desenvolvimento do Milênio por Metas do Desenvolvimento Sustentável. Dois anos é um período muito curto para criar a dinâmica política necessária. Ainda assim o consenso científico cresceu fortemente para garantir uma ação”, concluíram. Autor: Jéssica Lipinski - Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Suíça lidera ranking mundial de eficiência energética

Suíça e vários países da Europa, entre eles a Espanha, lideram o ranking mundial de eficiência energética, acesso aos recursos naturais e sustentabilidade ambiental, elaborado pelo Conselho Mundial de Energia (WEC, na sigla em inglês). Suíça, Dinamarca, Suécia, Reino Unido e Espanha são os únicos cinco países que receberam a nota AAA, segundo o relatório do WEC, uma organização não governamental com sede em Londres, dedicada à questão energética por quase um século. Os países avaliados foram classificados com letras por seu desempenho em três categorias: como conseguem seu abastecimento de energia, o quão acessível a energia é para a população e quanto de sua energia provém de fontes renováveis de baixa emissão de CO2. O país latino-americano mais bem colocado foi a Costa Rica (ABB, 21º na lista), e o pior, a Nicarágua (DDD, 113º). O Brasil, que obteve a nota ABC, ficou na 34ª posição, atrás da Colômbia (AAC, 24º) e da Argentina (ABB, 26º). Os Estados Unidos, que ocuparam o 15º lugar, obtiveram dois A por segurança e abastecimento de energia, mas C em termos de respeito ao meio ambiente, enquanto a China, com ADD, situou-se na 78ª posição, falhando no cuidado com o meio ambiente e no acesso à energia para todos. O último do ranking foi o Zimbábue (DDD, 129º). O relatório se baseou em entrevistas com mais de 50 funcionários de governo, bancos de desenvolvimento e especialistas internacionais de mais de 25 países, disse o WEC. Estrategistas políticos entrevistados para o relatório pediram o desenvolvimento de mais políticas de energia e instaram a indústria energética a ajudar os países desenvolvidos a avançar para uma geração de energia sustentável. O relatório foi divulgado três semanas antes do Congresso Mundial de Energia do WEC, que será realizado em outubro em Daegu, Coreia do Sul. (Fonte: Terra)

Cura do herpes: vírus é removido da corrente sanguínea pela primeira vez

O citomegalovírus (CMV) é um tipo muito comum de vírus do herpes. Estima-se que cerca de 70% da população carregue o CMV no corpo, e, embora ele geralmente não cause a doença, pode diminuir até 3,7 anos da expectativa de vida. A boa notícia é que pela primeira vez cientistas conseguiram remover esse vírus da corrente sanguínea. Em pessoas com sistema imunitário enfraquecido, o vírus pode causar adoecimento grave e até mesmo cegueira. Se uma pessoa com essas condições precisar de um transplante de medula óssea, há grandes chances de o único doador disponível carregar o CMV, o que é extremamente frequente. Pesquisadores encontraram a solução para este problema com a utilização de uma droga que é usada no tratamento do câncer, a vincristina. Pesquisa Quando o CMV está dormente, ele expressa um amontoado de genes, entre eles o UL138. Para investigar o que esse gene em específico faz com as células, pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido) o cultivaram junto com células humanas saudáveis na presença de aminoácidos marcados – as matérias-primas usadas para a produção de proteínas. Depois, os pesquisadores usaram espectrometria de massa para identificar como o UL138 alterou a expressão de proteínas nas células. “Sabemos que o vírus remodela a superfície da célula, por isso nos perguntamos: quais são as proteínas na superfície da célula e como o CMV as altera?”, explica Paul Lehner, que coordenou a pesquisa. No estudo, o citomegalovírus diminuiu a produção de uma proteína chamada MRP1, que bombeia elementos químicos tóxicos para fora das células – incluindo a vincristina, um remédio usado contra o câncer. Tratamento Os pesquisadores perceberam que, como as células infectadas não poderiam eliminar a vincristina, talvez a droga pudesse matar o vírus. E foi realmente isso que aconteceu, quando a equipe colheu amostras de sangue com CMV de 15 voluntários e as tratou com a droga. O vírus foi drasticamente reduzido e desapareceu, em alguns casos. Pesquisadores apontam que a vincristina pode ter efeitos secundários graves, por isso é improvável que seja usada para acabar com o citomegalovírus em pessoas saudáveis. No entanto, a droga poderá ser usada para tratar o sangue do doador de medula óssea antes de transplantes. [NewScientist]

Para painel do clima, nuvens devem elevar aquecimento

O papel das nuvens na mudança climática ainda é um assunto cheio de incertezas, mas o próximo relatório do IPCC (painel do clima da ONU) dá um passo na direção de um veredito. Segundo uma versão preliminar do documento, o que a ciência mostra até agora é que a alteração que o aquecimento global provoca na dinâmica de formação de nuvens contribui para que o calor se amplifique. A versão provisória do AR5, o quinto relatório do IPCC, a ser divulgado na sexta, reconhece que as nuvens têm efeitos paradoxais sobre o clima, algumas delas fazendo a Terra reter mais calor, outras fazendo o planeta refletir radiação solar. O texto porém, afirma que “o sinal do balanço de feedback radiativo é provavelmente positivo”. Em outras palavras, os cientistas têm 66% de certeza de que a mudança climática cria um ciclo vicioso, no qual nuvens aquecem um planeta que cria mais nuvens causadoras de aquecimento. Ainda não é um veredito com grau de certeza acachapante como o atribuído aos gases-estufa – a culpa do aquecimento global é da queima de combustíveis fósseis por ação humana com 95% de certeza, diz o relatório. Mas é uma grande evolução desde o último relatório, o AR4, em 2007, que se declarou incapaz de chegar a um consenso sobre a questão. “O fato de o AR4 ter botado o dedo na ferida e dito que a parte de aerossóis e nuvens era a mais crítica fez com que milhares de cientistas voltassem pesquisas para essa área”, diz Paulo Artaxo, climatologista da USP e coautor do capítulo dedicado ao tema no novo relatório. O maior problema era – e ainda é – saber se as nuvens baixas têm efeito positivo ou negativo sobre o aquecimento. Por estarem sob mais pressão, elas ficam mais compactas e ajudam a refletir luz solar. Já o vapor comum ou as nuvens mais altas (rarefeitas) retêm calor. O efeito das nuvens baixas era um dos aspectos mais explorados por grupos que negam o aquecimento global causado pelo homem. Ainda que o grau de certeza da nova resposta esteja abaixo do máximo, a alegação de que as nuvens vão salvar o planeta não tem obtido sustentação. O problema agora é projetar o futuro. Para isso, é preciso usar modelos matemáticos de previsão, que ainda não estão prontos para tal. Uma das principais razões para essa limitação, segundo Artaxo, é que a resolução dos modelos ainda é grosseira demais para tratar de nuvens. Uma célula do planeta em um modelo é como um pixel de 50 km de largura, mas nuvens são menores que isso, podendo ter 100 m ou menos. Os cientistas precisam então simplificar a representação das nuvens em seus modelos matemáticos do clima. Raios cósmicos – O novo relatório também descarta uma teoria que ganhou espaço entre críticos do IPCC: a de que a formação de nuvens pudesse estar sendo afetada por uma alteração sazonal na taxa de raios cósmicos. Defendida pelo físico dinamarquês Henrik Svensmark, a hipótese seria uma explicação alternativa para o aquecimento não relacionada aos combustíveis fósseis. Segundo Artaxo, o texto fez o maior esforço possível para não deixar nenhum aspecto de fora. “Você pode até achar que uma ou outra coisa é bobagem, mas não importa. É preciso analisar as evidências experimentais para verificar se uma coisa que parece a maior loucura do mundo é verdadeira ou não.” (Fonte: Folha.com)

Quando a evolução nos livrará de apêndices inúteis?

Nunca. Nós provavelmente estamos presos com o nosso apêndice, os dedinhos dos pés, o osso do cóccix e todos os nossos outros remanescentes evolutivos que hoje não tem mais utilidade. Os dentes do siso até podem eventualmente desaparecer, mas grandes mudanças como esta demoram milhões de anos – e ninguém garante que os seres humanos sobreviverão por tanto tempo. Além do mais, a maioria dos nossos vestígios aparentemente inúteis, na realidade podem ser úteis. “O cóccix é um ponto de conexão para uma série de músculos da pélvis. Precisamos dele para a locomoção vertical. Seria catastrófico se ele desaparecesse”, explica Kenneth Saladino, anatomista e fisiologista da Universidade do Estado da Geórgia, nos Estados Unidos. Já o apêndice, que ajudou nossos ancestrais distantes a digerir grama, evoluiu lentamente para assumir um novo propósito. Uma pesquisa liderada pelos cientistas William Parker e R. Randall Bollinger, da Universidade Duke, na Carolina do Norte, EUA, mostrou que o apêndice agora serve como uma espécie de “casa segura” para os micróbios que ajudam na digestão. “Cada um de nós tem entre 900 e 1.600 espécies de bactérias em nosso intestino – a certificação de que temos um sistema imunológico saudável”, conta Stephen Stearns, professor de biologia evolucionária na Universidade de Yale, Connectitut, EUA. “Se todas essas bactérias são perdidas por causa de uma doença, por exemplo, o apêndice funciona como um tanque de retenção para as boas bactérias”. Até mesmo o dedo mindinho ajuda a manter nosso equilíbrio e distribui o impacto por toda a extensão do pé quando corremos. Há apenas poucas peças verdadeiramente inúteis no nosso corpo, mas estas também permanecerão conosco por um bom tempo. Como Saladin coloca, “uma vez que vestígios evolutivos, como os músculos por trás de nossas orelhas, têm muito pouco impacto sobre o sucesso reprodutivo, não há nenhuma maneira de a seleção natural atuar contra eles”. Em outras palavras, a capacidade de mexer as orelhas só com os músculos da região (você consegue?) não interfere com sua capacidade de ter filhos. Os dentes do siso nos eram bem úteis, assim como o apêndice, quando comíamos muitas plantas, mas hoje apenas cerca de 5% de nós possui mandíbulas grandes o suficiente para comportar estes molares extras. “Os dentes do siso estão, provavelmente, no caminho da extinção”, diz Stearns, “mas isso ainda vai demorar um longo tempo”. O mais ridículo de todos os vestígios evolutivos é o mamilo masculino. “Ele não têm nenhuma função”, admite Stearns, “mas também não vão desaparecer”. Todos os embriões, masculinos ou femininos, começam a desenvolver de acordo com o plano do corpo feminino. Apenas por volta da sexta semana de gestação que os genes dos cromossomos Y masculinos começam a se manifestar. “O plano de desenvolvimento básico conta com os dois mamilos, então você não pode se livrar deles geneticamente porque isso atrapalharia o desenvolvimento dos seios das mulheres” – e ninguém quer isso. [Pop Sci]

Por que o escorbuto é um dos maiores mistérios da evolução humana?

A doença conhecida como escorbuto costumava ser o flagelo da marinha e de quem mais enfrentasse as longuíssimas viagens de navios nos séculos passados. Muitos escravos, colonizadores e comerciantes perderam suas vidas por causa desse mal. Enquanto a última vez que você leu a palavra “escorbuto” provavelmente foi em um livro de História, a doença ainda é uma praga para os biólogos evolucionários – eles não sabem explicar totalmente por que o escorbuto existe apenas nos seres humanos. No passado, depois de muitos meses no mar se alimentando apenas de carne de porco salgada, biscoitos de água e sal e rum, os viajantes começavam a passar mal. A primeira manifestação da doença costumava ser as manchas vermelhas que surgiam como se fossem manchas de sangue embaixo da pele. Na sequência, os marinheiros, escravos, imigrantes e outros perdiam os dentes e suas gengivas sangravam. Finalmente, a doença atacava o sistema nervoso e eles perdiam a conexão com a realidade. Era, de fato, uma péssima maneira de se morrer. Imagine o alívio generalizado quando se descobriu que o consumo de um pouco de alguma fruta cítrica, como o limão ou a laranja, já seria o suficiente para manter as pessoas saudáveis. Por um tempo, a notícia deixou todo mundo contente, até que os cientistas localizaram o elemento que impedia o desenvolvimento do escorbuto – a vitamina C – e passaram a se perguntar por que a doença só parecia afetar os seres humanos. Havia muitos animais que mantinham uma dieta ainda menos variada do que a dos marinheiros do século 18 e eram imunes à doença. Os cientistas descobriram que seus corpos fabricavam vitamina C; os nossos, não. Apenas no caso dos primatas (gorilas, chimpanzés, seres humanos e alguns tipos de macaco), o organismo deixava de produzir esta vitamina necessária. E a culpa nem é da genética. Nós possuímos o gene que permite a produção interna de vitamina C, a diferença é que alguma mutação precede este gene e impede a sua expressão. A questão é: por que isso acontece? Não há dúvidas de que precisamos da vitamina C para nos mantermos vivos. A maioria dos animais que perderam a capacidade de produzir sua própria vitamina pode ingerir o suficiente para sobreviver, mas as mutações genéticas precisam ser vantajosas para se tornarem dominante em tantas espécies. Quais vantagens esta mutação em questão poderia ter trazido para ter se propagado com tanto sucesso? Esta é uma questão ainda em andamento. Ninguém pode respondê-la com toda a certeza; os cientistas apenas têm alguma ideia do porquê isso aconteceu conosco. Um dos subprodutos da fabricação de vitamina C é o peróxido de hidrogênio. Este elemento muitas vezes doa um de seus átomos de oxigênio às moléculas em torno dele, e é por isso que o peróxido forma bolhas quando entra em contato com o sangue. Este oxigênio recebido de presente pode alterar as moléculas ao redor, muitas vezes matando a célula que elas ocupam (esta é a razão pela qual as pessoas às vezes passam peróxido de hidrogênio em cortes feitos na pele: para matar as bactérias que podem ter entrado ali). Este também é o motivo pela qual a exposição ao peróxido de hidrogênio deve ser evitada. Embora diversos procedimentos que acontecem em nosso corpo também produzam peróxido de hidrogênio, este elemento pode matar células humanas, assim como o faz com as bactérias. Esta pode ser a explicação de por que precisamos tanto das frutas cítricas. Talvez a certeza de minimizar o peróxido de hidrogênio interno compense a possibilidade de um dia você desenvolver o escorbuto. Ou seja, não produzimos vitamina C porque um de seus possíveis efeitos colaterais pode ser a morte de algumas de nossas células. Justo.[io9]

10 maus hábitos que estão impedindo você de perder peso

O que poderia ser mais frustrante do que seguir passo a passo uma dieta durante semanas e, depois de tanto esforço, perceber que você não perdeu um grama sequer? Após todo o trabalho duro, todas as guloseimas que você não comeu, toda a força de vontade que você manteve desde começou a frequentar a academia, como pode você não ter perdido peso algum? Isso costuma ser o suficiente para fazer até a pessoa mais determinada jogar a toalha. No entanto, antes de desistir, respire fundo e lembre-se: a perda de peso pode parecer muito simples (é só queimar mais calorias do que você come), mas, na realidade, nossos organismos são muito mais complexos do que uma simples equação de calorias. É provável que você já tenha cometido alguns erros inocentes em sua jornada rumo à perda de peso. Confira, na lista abaixo, 10 maus hábitos que podem impedir você de obter os resultados desejados. 10. Fazer dieta por si só Desde quando a palavra “dieta” se refere a algo bom? O próprio termo implica restrição, limitação, e um esforço de curta duração para se obter resultados rápidos e, em seguida, retornar a uma forma “normal” de comer. Levantamentos do site “Spark People” têm mostrado que as pessoas que se consideram “em dieta” perdem menos peso e encontram mais problemas (como dificuldade em manter a disciplina e falta de motivação) do que as pessoas que estão tentando perder peso por meio de um estilo de vida saudável e duradouro. Além disso, fazer dieta geralmente significa dar adeus a coisas boas, como jantar fora, suas comidas favoritas, sobremesas e até mesmo sua vida social. Você não precisa ser um especialista em psicologia para saber que quando você diz a si mesmo que você não pode ter algo, você geralmente o quer ainda mais. Esta forma de pensar pode ser diretamente responsável por sabotar seus esforços. Como Consertar: Dispense as dietas e se concentre na adoção de um estilo de vida saudável baseado em alimentos nutritivos e mudanças pequenas, porém realistas com as quais você poderá viver com a longo prazo. 9. Mudar todos os seus hábitos alimentares da noite para o dia Quantas vezes você não quis nem saber e comeu todos os “maus” alimentos que você sabe que não deve – e prometeu em seguida começar uma nova dieta a partir da próxima semana, do próximo mês ou do próximo ano? Quantas vezes você já decidiu, de repente, limpar sua cozinha, jogar fora todo o “lixo” e comprar apenas alimentos saudáveis? Nada disso deu certo, não é mesmo? Ninguém espera que você mude todos os seus hábitos alimentares da noite para o dia – e você nem deveria. Para perder peso com sucesso e mantê-lo longe de você, é necessário que você adote um padrão alimentar que você poderá seguir durante o resto de sua vida. Como Consertar: Comer de forma saudável não significa jogar fora metade da sua geladeira, e sim comer mais os alimentos que são verdadeiramente bons para você. Para ser bem sucedido nessa tarefa, você deve implementar pequenas e realistas alterações em sua dieta. Na próxima semana, troque o leite integral pelo semidesnatado, e mude o seu pão habitual para uma versão integral mais saudável. Quando você se acostumar com isso, defina uma nova meta simples, como comer uma porção de frutas ou vegetais frescos todos os dias. 8. Livrar-se de certos alimentos completamente Como já mencionado anteriormente, rotular certos alimentos (deliciosos) como proibidos por causa de sua dieta faz você desejá-los ainda mais. Seja porque elas se sentem fora de controle quando perto de certos alimentos, seja porque elas leram sobre (e acreditaram em) uma determinada dieta que promete resultados espetaculares se você apenas parar de comer trigo, glúten, carboidratos, açúcar ou leite, muitas pessoas acreditam que, para perder peso, é preciso desistir de certas comidas, incluindo alimentos específicos que elas amam. A dieta realmente saudável à qual você poderá seguir para sempre inclue todos os alimentos que você ama. Se você não pretende desistir de sorvete ou de pão para sempre, então não pare de comer nenhum desses alimentos temporariamente. Via de regra, as pessoas tendem a desistir de alguns alimentos durante um tempo. No entanto, quando percebem o “sucesso” da perda de peso (geralmente resultado da ingestão de menos calorias e não porque algum aspecto desse alimento específico ocasiona a perda de peso), volta a consumir a comida que havia sido deixada para trás, e o peso tende a voltar também. Como Consertar: Tudo com moderação. Em vez de focar nos alimentos que você não pode ter, defina metas para comer em maior quantidade os alimentos que você sabe que são bons para você. Permitir a si mesmo porções controladas do alimento que você está pensando em banir irá mantê-lo feliz e contente. Além disso, também deve evitar que você caia na tentação de se acabar no chocolate por não aguentar a proibição autoimposta. 7. Só se preocupar com as calorias As calorias são mesmo a chave para a perda de peso. Na realidade, é o equilíbrio da sua equação de calorias (o quanto você come – o quanto você queima) que resulta em um controle de peso bem sucedido. Entretanto, existem muitos outros fatores para a perda de peso e o estilo de vida saudável do que a quantidade pura e simples de calorias. Alguns alimentos que possuem mais calorias por porção são, na verdade, mais saudáveis para você do que outras comidas que têm menos calorias. Quer um exemplo? Um abacate inteiro é mais saudável para seu coração do que um pacote de 100 calorias de salgadinhos industrializados. Ou seja, além do número de calorias, outras informações nutricionais também contam (e muito). Como Consertar: Quando estiver monitorando a quantidade de calorias, não se esqueça de olhar para os outros nutrientes essenciais também, como proteínas e gorduras saudáveis, além de vitaminas essenciais e minerais, que são importantes para a sua saúde em geral. O ideal seria usar um pouco o método de tentativa e erro para equilibrar não só a sua equação de calorias, mas as opções de consumo de proteína, gordura, carboidratos e micronutrientes (vitaminas e minerais) para que você alcance seus objetivos nutricionais. 6. Concentrar-se demais na balança Você quer perder peso, então é natural que você se pese constantemente, certo? Sim… e não. O peso (cientificamente, o termo correto seria “massa”, mas utilizaremos a expressão consagrada pelo uso popular) é uma maneira fácil de medir seu progresso, mas não conta toda a história. Mesmo que o ponteiro da balança não se mexer, não significa que você não está fazendo grandes progressos em direção à perda de peso e a uma vida mais saudável. Você pode perder gordurinhas extras na cintura, ficar mais magro, ganhar massa muscular, reduzir a porcentagem de gordura corporal, ficar mais bem hidratado e se sentir melhor sem uma mudança visível na balança. Como Consertar: Lembre-se de que a balança lhe conta apenas uma coisa: a massa total de todas as suas partes do corpo em um dado momento. Não deposite todas as suas esperanças nisso. Pese-se com menos frequência (uma vez a cada 10 dias está bom) e não deixe de prestar atenção em todos os outros sinais de que mudanças surpreendentes estão acontecendo em seu corpo, mesmo que a balança não acuse. Esta é a melhor maneira de se manter motivado a longo prazo. 5. Só fazer dieta e não se exercitar Esta pode ser uma das razões mais comuns para a sua perda de peso se estagnar. Sim, você pode perder peso apenas por meio de dieta, mas isso vai ser muito mais difícil. Você pode apenas cortar calorias, mas isso só lhe trará fome excessiva e fraqueza. Por outro lado, por meio de atividades físicas, juntamente com mudanças na dieta, você poderá comer mais (e se sentir mais satisfeito) e ainda perder peso. Além disso, você terá todos os benefícios físicos e mentais surpreendentes das pessoas que se exercitam regularmente, incluindo melhor aparência, melhor tônus muscular e um corpo mais saudável em geral. Como Consertar: Adicione exercício físico ao seu plano de perda de peso. Não precisa ser algo chato, cansativo ou muito demorado. Na verdade, apenas 10 minutos por dia já podem fazer uma enorme diferença em seus resultados. 4. Tentar comer o mínimo possível Se o corte de calorias é bom para a perda de peso, comer o mínimo possível é o melhor a se fazer numa dieta, certo? Errado (especialmente se você também está tentando alimentar o seu corpo para exercícios regulares). Você precisa ingerir um determinado nível de calorias para conseguir manter seu corpo em condições ideias de funcionamento e obter todos os nutrientes essenciais de que seu corpo precisa para se manter saudável. Comer muito menos do que isso pode causar sérios problemas a longo prazo e danificar o seu metabolismo, fazendo com que a perda de peso se torne ainda mais difícil. Como Consertar: Não basta adivinhar de quantas calorias você precisa, tampouco vale comer exatamente o que outra pessoa come. Procure se alimentar dentro de uma variação de calorias adequada para você, que irá ajudá-lo a alcançar seu objetivo de perda de peso. Não há nenhuma razão para ingerir menos do que isso. 3. Desistir muito fácil Nenhuma pessoa que já perdeu peso alcançou com sucesso esse objetivo porque foi perfeito o tempo todo. Contratempos acontecem a todos, mesmo às pessoas mais bem-sucedidas (e, a propósito, isso vale para todos os aspectos da vida, e não apenas a dietas). Todos nós já tivemos dias em que tomamos a decisão errada durante uma refeição ou mesmo por um dia inteiro no quesito alimentos ingeridos. Todos nós já deixamos de ir à academia, comemos só uma coxinha de almoço por escolha ou por falta de tempo, etc. Mas a dica é deixar esses momentos de fraqueza para trás, perdoar a si mesmo pelos seus, aprender com as falhas, e simplesmente seguir firme com a dieta. Como Consertar: Lembre-se de que a perfeição não tem lugar em um plano de perda de peso. Quando você cometer um erro ou sentir que você não está progredindo o suficiente, não desista. A mudança de hábitos requer tempo. No momento em que você estiver na iminência de desistir, procure ajuda e não espere até a próxima semana ou o próximo mês para voltar à dieta. 2. Confundir “saudável” com “de baixa caloria” Pesquisas mostram que, quando os consumidores veem palavras-chave em embalagens de alimentos que lembram o conceito de “saudável” (assim como “sem glúten”, “orgânico”, “totalmente natural”, “sem açúcar”, “baixo teor de gordura”, etc), automaticamente presumem que o alimento em questão possui pouca quantidade de calorias. Isso não poderia estar mais longe da verdade. Os fabricantes de alimentos incluem todos os tipos de linguagem atraente em seus pacotes, sabendo que você vai pensar exatamente isso. Mas nenhuma dessas palavras realmente diz muito sobre o quão saudável o produto é – e nenhuma das expressões tem qualquer efeito sobre as calorias de um alimento. Como Consertar: Leia os rótulos das embalagens com um olhar bem crítico. Sempre confira as informações nutricionais (assim como os ingredientes) do alimento para obter uma imagem completa de como a comida que você está prestes a adquirir realmente é. Isso vale para cardápios de restaurantes também. Não deixe que as palavras que soam saudáveis te façam pensar que a comida realmente possui poucas calorias. Preste atenção nas palavras abstratas e peça o esclarecimento do garçom caso alguma informação não lhe pareça muito clara antes de fazer seu pedido. 1. Criar expectativas irrealistas Hoje em dia, uma inocente fila de supermercado lhe apresenta inúmeras revistas em cujas capas diversas mulheres contam como perderam quantidades incríveis de quilos em um tempo reduzidíssimo. O depoimento de famosos e até reality shows cujo objetivo é perder mais peso em menos tempo contribuem para a sensação de que tudo isso é muito fácil de ser alcançado e que você também é capaz de conseguir resultados assim. O que ninguém conta é que, na verdade, estes são resultados extremos e anormais, que a maioria das pessoas simplesmente não consegue replicar. Se você espera emagrecer de forma rápida e consistente, estas expectativas irreais podem te levar ao fracasso. Não há nada pior do que ter a expectativa de perder 5 quilos em sua primeira semana e não emagrecer nem 500 gramas. Como Consertar: Mude suas expectativas e sua mentalidade. Se você planeja perder 5 quilos em uma semana, não conseguir diminuir seu peso em mais de 500 gramas é uma grande decepção. Por outro lado, se você espera perder justamente 500 gramas em 7 dias e consegue atingir esse objetivo, você se sente bem sucedido e inspirado para continuar trabalhando firme. Emagrecer entre 500 gramas e um quilo por semana, ou até mesmo menos do que isso, como 300 gramas, é um grande progresso que deve ser elogiado. Na realidade, esta é a taxa saudável e realista de perda de peso que você pode esperar ao iniciar um plano de dieta e exercícios físicos. [Spark People]

Descoberta "super fruta" que era considerada praga

Comer frutas faz bem e todos conhecem bem as frutas. Ou quase todas. Nos últimos anos, pesquisas têm mostrado que frutas não tão populares são verdadeiros tesouros alimentares. Pelos seus benefícios, elas são chamadas de "super frutas", entre as quais se incluem o mirtilo e até o bem brasileiro açaí. Agora, pesquisadores identificaram uma nova super fruta na região costeira da Escócia. Apesar de geralmente serem vistas como uma erva daninha espinhosa e invasiva, as bagas alaranjadas do espinheiro marítimo (Hippophae) estão cheias de vitaminas, minerais e antioxidantes. As bagas do espinheiro marítimo têm mais vitamina C do que um kiwi e mais vitamina E do que a soja. Os benefícios nutricionais da planta não foram explorados anteriormente devido aos problemas relacionados à sua colheita, e ao sabor amargo das bagas. Popular na China, na Noruega e na Rússia, a fruta do espinheiro marítimo é geralmente adicionada ao cereal e a sobremesas. Cientistas da Universidade de Queen Margaret, em Edimburgo, estão trabalhando em maneiras de usá-las em bebidas e alimentos, de forma a ampliar seu uso. "O espinheiro marítimo está literalmente repleto de potencial." Estamos muito animados que o nosso trabalho esteja transformando a reputação desta planta (antes) desvalorizada, e mostrando que seu valor nutricional pode adicionar muitos benefícios à dieta []," disse Mary Warnock, membro da equipe que está estudando a fruta. http://www.diariodasaude.com.br/

Porto Alegre/RS lidera ranking de água contaminada entre 20 capitais

A qualidade da água distribuída aos moradores de Porto Alegre é a pior entre 20 capitais brasileiras, segundo uma pesquisa elaborada pelo Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo. Divulgado na segunda-feira (23), o estudo coloca a capital gaúcha no topo do ranking, à frente de metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mesmo assim, ainda é considerada potável e atende os requisitos do Ministério da Saúde. A pesquisa indica que a água que sai da torneira dos porto-alegrenses possui grande concentração de “interferentes endócrinos”, substâncias que afetam o sistema hormonal de seres vivos, podendo causas sérios danos à saúde, alertam os pesquisadores. Consideradas como “contaminantes emergentes”, aparecem em controles de qualidade, mas não existem portarias ou leis que impeçam o consumo. Porém, se consumidas em larga escala e por longo prazo, podem causar diversas doenças, como diabetes, obesidade e câncer. A Unicamp coletou amostras de mananciais e de água tratada. O nível de cafeína foi usado como indicador da presença de contaminantes que têm ação estrógena, um efeito semelhante ao do hormônio feminino. Porto Alegre aparece com 2.257 nanogramas de cafeína por litro, bem próximo ao máximo recomendado (2.769 ng/l). O mínimo, segundo a pesquisa, é de 1.342 ng/l. Campo Grande é a segunda colocada, com 900 ng/l, seguida de Cuiabá, Belo Horizonte e Vitória. “A cafeína presente na água é quase toda excretada pela atividade humana. É uma droga muito consumida. A gente consome muito, seja junto a medicamentos, refrigerantes, energéticos”, afirmou o pesquisador Wilson Jardim, que liderou a pesquisa, ao site da Unicamp. Jardim ressaltou que em mananciais europeus, por exemplo, é difícil encontrar níveis de cafeína acima de 20 ng/l. “Em termos de contaminantes emergentes, no Brasil, bebemos água com qualidade comparável à da água não tratada lá de fora”, comparou. A avaliação de Jardim é que a qualidade da água no Brasil ainda precisa melhorar muito, principalmente em questões reguladoras. “A portaria 2914 do Ministério da Saúde, que normatiza a qualidade da água potável, é muito estática, e a nossa vida é dinâmica, nossa sociedade é dinâmica. A cada ano, são mais de mil novos componentes registrados”. (Fonte: G1)

MMA abre consulta pública nacional visando atualização do Plano Clima

O Ministério do Meio Ambiente, na condição de coordenador do Grupo Executivo (GEx) do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), lançou, nesta quinta-feira (26), consulta pública para atualização do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Plano Clima), o principal instrumento para a implantação da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Apresentado em 2008 pelo governo federal, o plano visa incentivar o desenvolvimento e o aprimoramento das ações de mitigação no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como objetiva a criação das condições internas para lidar com os impactos da mudança global do clima (adaptação). Avanços - Nesse período de cinco anos, foi aprovado, em 2009, pelo Congresso Nacional, a Política Nacional sobre Mudança do Clima, com o ineditismo da adoção de vários compromissos nacionais voluntários de redução de emissões. Além disso, foi criado o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e lançados diversos planos setoriais. Outro pontos que merecem destaque são a redução substancial do desmatamento no país, a mudança do perfil das emissões nacionais de gases de efeito estufa e a transformação substantiva da forma como diversos setores governamentais e não-governamentais se engajaram no esforço para enfrentar a mudança. Em paralelo, o MMA lançou o processo de preparação do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima e o país vem crescentemente aumentando seu protagonismo no contexto das negociações do regime internacional sobre mudança o tema. O processo de consulta pública se estende até o dia 25 de outubro. No período, qualquer cidadão brasileiro poderá oferecer suas contribuições, por meio do formulário disponível na internet. A ação será completada por reuniões presenciais nas cinco regiões do país. O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink, enfatiza que o processo que se inicia reforça o papel da sociedade brasileira na construção de um Plano que contemple a diversidade de interesses, bem como contribui para a construção das posições defendidas pelo país na negociação do regime internacional sobre mudança do clima. “Destaco, ainda, o papel do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que tem sido um fundamental instrumento para o diálogo da sociedade brasileira com o Governo no tema mudança do clima”, acrescenta. (Fonte: MMA)

possível fortalecer o sistema imunológico: mito ou realidade?

Na maior parte do tempo, nosso sistema imunológico faz um bom trabalho em combater germes causadores de doenças. Algumas vezes, ele falha, e ficamos doentes. E então surge a pergunta: será que dá para fazer alguma coisa para fortalecer o sistema imunológico, uma dieta, vitaminas, suplementos, mudanças de estilo de vida – o que será que poderia deixar o sistema imunológico praticamente perfeito? A ideia é tentadora, mas esbarra em alguns problemas. Um deles é que o sistema imunológico é exatamente um sistema, que depende de muitas variáveis que tem que estar bem afinadas para funcionar corretamente. O resultado é que as tentativas de fortalecer o sistema imunológico fracassaram até hoje. Isso não significa que não chegamos a algumas ideias, e embora não saibamos exatamente como fortalecer o sistema imunológico, alguns cientistas têm explorado os efeito de dietas, exercícios, idade, estresse psicológico, suplementos e outros fatores sobre ele. Os resultados ainda são preliminares, mas interessantes. Aparentemente, um estilo de vida saudável é um bom começo para dar ao sistema imunológico uma vantagem sobre os germes. Adote um estilo de vida saudável Escolher um estilo de vida saudável pode ajudar porque o sistema imunológico é parte do corpo e o corpo funciona melhor quando saudável. Neste caso: Não fume; Adote uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais, e pouca gordura saturada; Pratique exercícios; Mantenha-se com um peso saudável; Controle a pressão sanguínea; Se você bebe bebidas alcoólicas, faça-o com moderação; Garanta horas de sono apropriadas; Evite infecções: lave as mãos com frequência e cozinhe os alimentos; Visite seu médico regularmente. Cultive o ceticismo Muitos produtos alegam melhorar ou dar um reforço à imunidade, mas isso não faz sentido cientificamente. Por exemplo, aumentar o número de células no corpo, do sistema imunológico ou não, não é necessariamente uma boa coisa. Um exemplo é o “doping de sangue”: alguns atletas injetam sangue para aumentar o número de células sanguíneas e melhorar sua performance, mas isso pode causar um AVC. Reforçar as células do sistema imunológico leva à pergunta: quais células? Existem vários tipos diferentes que respondem a diferentes micróbios de diferentes formas. Tudo o que sabemos é que o corpo produz continuamente células do sistema imunológico – não sabemos quais são melhores. Aliás, o organismo já produz mais linfócitos do que pode usar, por exemplo. As células extras são removidas através do “suicídio celular”, a apoptose, e algumas até mesmo antes de serem usadas. Ninguém sabe qual o número de células que o organismo precisa para funcionar no ponto ótimo. Mas sabemos um pouco sobre a outra ponta da escala — quando o número de células T em um paciente com AIDS fica abaixo de certo nível, o paciente adoece por falta de células que combatam infecções. Sabemos então qual o nível inferior, mas nada sobre o nível máximo e o ideal. Por enquanto, os cientistas estão analisando o efeito de fatores como alimentos e suplementos sobre componentes como os linfócitos ou as citocinas, mas ninguém sabe qual a influência destes níveis sobre a capacidade do corpo de combater as doenças. Outra abordagem é estudar os efeitos de mudanças de estilo de vida sobre a incidência de doenças. Até agora não foi possível mostrar uma ligação direta entre certos estilos de vida e uma resposta imunológica melhorada, mas pelo menos já sabemos que provavelmente ela existe. Idade e imunidade Não sabemos as causas disso, mas o sistema imunológico perde sua eficiência a partir dos 65 anos. Processos infecciosos, inflamatórios e o câncer vão se tornando mais comuns. Uma linha de estudo avalia o funcionamento do timo, responsável pela produção de células T. O timo começa a perder sua função a partir do primeiro ano de vida, e vai decrescendo até chegar aos 65 anos, quando o decréscimo de sua função resulta numa queda na quantidade de células T. Outra pesquisa na mesma linha avalia se a capacidade da medula óssea de produzir células-tronco que irão se tornar células do sistema imune cai com a idade. Outra pesquisa tem estudado a duração dos linfócitos T “de memória”, responsáveis por guardar a memória imunológica. Em ratos, quanto mais velho o animal, menos tempo duram estas células, o que significa que ele pode pegar uma infecção de um organismo que o sistema imunológico já teve contato antes, justamente porque perdeu a “memória” dela. A redução da resposta imunológica de idosos a vacinas parece confirmar estas hipóteses. Finalmente, há uma terceira pesquisa tentando conectar a nutrição com o sistema imunológico em idosos. Por exemplo, uma deficiência em vitaminas e minerais essenciais em idosos, que comem menos ou tem menos variedade na dieta, pode ser responsável por uma queda na proteção do organismo. Não se sabe se suplementos alimentares poderiam ajudar. E as dietas? Sabe-se que pessoas pobres e mal nutridas são mais vulneráveis a doenças infecciosas, mas não está claro se o aumento de doenças é causado por um efeito da má nutrição sobre o sistema imunológico. Há poucos estudos sobre o assunto. Alguns efeitos já foram demonstrados, como o fato que uma deficiência em proteínas causa uma redução nos números e funções das células T e macrófagos, além da redução da produção de imunoglobulina A (IgA), um anticorpo. Da mesma forma, a deficiência de vários micronutrientes, como zinco, selênio, ferro, cobre, ácido fólico e Vitaminas A, B6, C e E, por exemplo, altera a resposta imunológica em animais, mas o impacto destas alterações sobre a saúde não é claro. A sugestão dos cientistas é garantir a ingestão diária destes micronutrientes, especialmente Selênio, cuja deficiência está associada a vários cânceres; Vitamina A, cuja deficiência está associada a um risco aumentado de doenças infeciosas; Vitamina B2, que parece aumentar a resistência a infecções bacterianas em ratos; Vitamina B6, cuja deficiência pode diminuir a capacidade dos linfócitos de amadurecerem e se tornarem vários tipos de células T e B. Mas cuidado que a megadose pode promover o crescimento de tumores; Vitamina C, cujo papel ainda não está claro, mas parece trabalhar junto com outros micronutrientes; Vitamina D, que sinaliza uma resposta antimicrobiana à bactéria responsável pela tuberculose, a Mycobacterium tuberculosis; Vitamina E, cuja administração aumentada de 30 mg para 200 mg diários em indivíduos com mais de 65 anos melhorou a resposta das vacinas contra a hepatite B e o tétano, e Zinco, que é essencial ao sistema imunológico — sua deficiência afeta a capacidade das células T e outras de funcionarem corretamente. Mas cuidado: excesso de zinco também pode inibir o funcionamento do sistema imunológico. Desconfie de suplementos Existem muitos produtos que prometem “aumentar a imunidade”, mas não há evidências de que funcionem. Mesmo que seja possível comprovar que alguma planta esteja aumentando os níveis de anticorpos, não significa que esteja beneficiando a imunidade como um todo. O sistema imunológico de cada pessoa é único, e responde de maneira diferente a esses produtos. Ou seja, pode ser que realmente aquele chazinho que sua tia tome esteja a protegendo de doenças, mas esse efeito benéfico certamente não será geral, ou seja, não será visto em toda a população. A maior parte da pesquisa neste sentido tem sido feita em crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com Aids. Entre os estudos feitos, existem os que precisam de uma comprovação por terceiros (alguém mais precisa repetir o estudo e ver se obtém os mesmos resultados). Considere então as descobertas nesta área como controversas e possivelmente com erros. Os compostos que já foram estudados são: Aloe vera. Não há evidência que ele possa modular a resposta imune, mas é auxiliar no tratamento de queimaduras leves, ferimentos e queimaduras de frio, e, quando combinado com hidrocortisona, em inflamações da pele. Também é a melhor opção para tratar o tecido da mama depois de uma terapia de radiação. Astragalus membranes. O derivado da raiz é comercializado como estimulante do sistema imunológico, mas as qualidades encontradas são fracas, e ele pode ser perigoso. Echinacea. Há muita controvérsia sobre esta planta, e muitos especialistas não recomendam tomá-la para prevenir gripes. Também possui sérios efeitos colaterais — já foram relatados choques anafiláticos. Alho. Ele parece ter algumas propriedades de combate à infecções, mas não há estudo que comprove seus benefícios para o ser humano. Pode baixar o risco de alguns tipos de câncer, mas é cedo para recomendá-lo em tratamentos. Gingseng. Existem muitas alegações sobre supostos benefícios da raiz do gingseng, mas os poucos estudos existentes até agora são considerados insuficientes para dar suporte a elas. Glycyrrhiza glabra (raiz de alcaçuz). É usada na medicina chinesa para uma variedade de doenças, mas sempre em combinação com outras ervas, ou seja, não se sabe se os efeitos são do alcaçuz mesmo. Além disso, tem efeitos colaterais potenciais que tornam aconselhável evitá-la. Probióticos. Estudos recentes apontam uma relação entre as bactérias “boas” e o sistema imunológico. Por exemplo, certas bactérias do intestino podem influenciam a correção de deficiências e aumentar o número de certas células T, embora não se saiba como elas fazem isso. É tentador fazer a relação de que ter mais das bactérias “boas” seja bom, mas não há evidências que apoiem isso. Conexão com o estresse Existem muitas doenças ligadas ao estresse emocional, e embora existam estudos do relacionamento entre o estresse e a função imunológica, esta não é uma área de pesquisa importante para a maioria dos imunologistas. Um dos problemas é a dificuldade de definir o que é estresse — diferentes pessoas reagem de forma diferente para a mesma situação e, quando a reação é o estresse, em diferentes graus. Também existe o estresse crônico, que não acontece repentinamente, mas ao longo de um período, como o causado por problemas familiares, relações no trabalho, etc. Some-se a isto o fato de que é difícil fazer “experimentos controlados” com pessoas, já que as variáveis são muitas, e a relação entre elas é muito complexa. Mas mesmo com todas estas dificuldades, alguns experimentos dão resultados consistentes, permitindo traçar algumas conclusões que se espera sejam razoáveis. Entre os experimentos e as conclusões, podemos contar com o seguinte: Situações estressantes atrasam a produção de anticorpos em ratos infectados com o vírus influenza e suprimem a atividade de células T em animais inoculados com o vírus da herpes simplex. O estresse social pode ser pior que o estresse físico: ratos sujeitos a estresse social (ficar em uma gaiola com ratos agressivos, sendo ameaçados, mas não feridos) tem o dobro de chances de morrer quando expostos a toxinas bacterianas em relação a ratos que sofreram estresse físico (ficaram sem água e comida por longos períodos). O isolamento também pode suprimir a função imunológica. Macacos separados de suas mães produziram menos linfócitos em resposta a antígenos e menos anticorpos em resposta a vírus. Situações estressantes também atrapalham a comunicação química entre os sistemas nervoso, endócrino (hormonal) e imunológico: Pessoas idosas cuidando de parentes com Alzheimer têm níveis mais altos de cortisol, e talvez por causa disso, a vacina da gripe produza menos anticorpos neles. Algumas medidas da atividade de células T são mais baixas em pacientes com depressão, e entre homens separados ou divorciados em comparação com homens casados. Pessoas que cuidam de marido ou esposa com Alzheimer e que tem menos amigos e ajuda externa têm mudanças maiores na função das células T. Pessoas de áreas que sofreram danos com desastres naturais, como o Furacão Andrew na Flórida, apresentaram uma atividade reduzida em várias medidas do sistema imunológico. Vale lembrar que estes estudos não apontam se as mudanças no sistema imunológico tenham efeitos adversos claros na saúde das pessoas. O frio adoece? Toda mãe já disse “vista um casaco ou você vai apanhar um resfriado!”. Mas os cientistas que estudam esta questão acreditam que a exposição ao frio moderado não aumenta a suscetibilidade a infecção. A conexão entre o frio e a gripe sazonal provavelmente tenha mais a ver com as pessoas passarem mais tempo em ambientes fechados do que com a temperatura. Por exemplos, infecções no trato respiratório superior são mais comuns em esquiadores de cross contry que fazem exercícios vigorosos no frio, embora a causa das infecções — ar seco ou exercício intenso, ou outra coisa — seja desconhecida. O frio também aumenta o nível de citocinas, mas qual a consequência disso? Você deve se agasalhar quando está frio? A resposta é sim. Se você está desconfortável, ou vai ficar longos períodos do lado de fora, então a hipotermia e queimaduras de frio são um risco real, mas não se preocupe com seu sistema imunológico. original Exercícios são bons ou ruins para a imunidade? Exercícios são importantes para a saúde: melhoram a saúde cardiovascular, baixam a pressão sanguínea, ajudam a controlar o peso e protegem contra várias doenças, mas será que ajudam a manter o sistema imunológico saudável? Não foi estabelecido se há uma ligação direta benéfica entre exercícios e o sistema imunológico, mas é razoável crer que exercícios regulares ajudam a ter mais saúde e isto pode favorecer o sistema imunológico, junto com o resto do corpo. CONCLUSÃO: Em resumo, não existe nada que a ciência possa afirmar que acelera as defesas do seu organismo. Mas comer bem, fazer exercício, dormir bem, se agasalhar e não se estressar é um bom começo.[Harvard Health Publications]

É possível evitar a barriguinha da meia-idade?

A barriga protuberante parece ser a marca registrada da meia-idade que se aproxima, surgindo por volta dos 40 anos de idade tanto em homens quanto em mulheres. Empregos estressantes, que deixem pouco tempo para que se pratiquem as duas horas e meia de exercícios físicos semanais recomendadas, além de muitas refeições feitas na rua, que muitas vezes têm alto conteúdo calórico - esse estilo de vida, comum a muita gente, faz com que aumente a gordura abdominal no corpo. Assim, aos poucos, aquele pneuzinho vai se formando na cintura, levando muitos a recorrer a novas estratégias de dietas. É que o problema não é apenas estético: o excesso de peso, especialmente na cintura, eleva os riscos de males cardíacos, derrames, alguns tipos de câncer e diabetes tipo 2. As mulheres ainda têm uma boa notícia, já que estudos indicam que, para elas, a gordura na barriga diminui risco de perda de memória. Comida boa e dança A maneira de prevenir isso é adotar um estilo de vida mais saudável ou encontrar uma atividade de lazer que resulte em alto gasto de energia, diz Michael Symonds, professor de desenvolvimento fisiológico da Universidade de Nottingham (Reino Unido). Ele próprio diz que mantém o mesmo peso que tinha aos 20 anos, apesar da grande quantidade de trabalho e de ter seis filhos. Assim, parece milagre que ele tenha tempo para pedalar 32 km por dia. Symonds também recomenda distância de comidas processadas com alto teor de açúcar e gorduras - trocando-as por vegetais frescos - e que, na medida do possível, evite-se o estresse no trabalho. "Pesquisas mostram que padrões inconstantes de sono também têm um impacto (no sobrepeso). Por causa disso, a propensão à obesidade é maior entre trabalhadores que têm turnos de trabalho em horários diferentes," acrescenta. Katya Mileva, pesquisadora da Universidade de South Bank, em Londres, sugere a dança como forma de pessoas entre 50 e 60 anos se manterem saudáveis. "Danças energéticas latinas (como samba e salsa) são atividades aeróbicas bastante dinâmicas", que também servem como distração, opina Mileva. Ela também recomenda atividades que exercitam a mente, como tai chi chuan e ioga. É possível evitar a barriguinha da meia-idade? Chocolate e salgadinhos: comer pouco satisfaz tanto quanto comer muito. [Imagem: Cornell University] Medida ideais da cintura Muitas das dicas para lidar com a barriga são de senso comum, mas a grande questão é saber quando agir - e fotos muitas vezes são uma ferramenta útil, por evidenciarem as diferenças na barriguinha em diferentes períodos da vida. O passo seguinte é medir a circunferência abdominal, um importante indicativo de quão saudável estamos. Alguns estudos indicam que uma cintura com mais de 88,9 cm entre mulheres e 102 cm entre homens representa "um risco substancialmente maior" de desenvolver problemas do coração e diabetes tipo 2. Segundo outros, mesmo uma circunferência abdominal de 81,3 cm para mulheres e 94 cm para homens traz riscos à saúde. O motivo, dizem especialistas, é que o acúmulo de gordura na barriga faz com que as artérias se estreitem, algo que a gordura dos quadris não faz. Pesquisadores dizem que todas as pessoas deveriam manter sua medida de cintura em menos da metade de sua altura. Isso significa que um homem de 1,82 m de altura deve ter uma cintura menor que 91 cm; uma mulher de 1,62 m não deve ter cintura maior do que 81 cm. Composição corporal Ao mesmo tempo, à medida que envelhecemos, fica mais difícil perder peso, já que nossa composição corporal muda. Isso é parte de um processo natural, diz Michael Symonds. "Entre os 30 e 40 anos, as pessoas tendem a se exercitar menos, e mudanças no metabolismo causam uma predisposição ao maior acúmulo de gordura." E a "gordura boa", que todos temos quando somos bebês, declina periodicamente ao longo da infância. Ao chegarmos na meia-idade, ela é substituída pela "gordura ruim", que se acumula na cintura e nos quadris. A idade também leva à perda de massa muscular, o que faz com que diminua nosso consumo de energia - tecidos adiposos, de gordura, necessitam de menos caloria para manter suas funções em comparação com os músculos. "Muitas pessoas se tornam menos ativas nessa idade. Se você está queimando menos calorias e não muda sua dieta, vai ganhar peso", explica Emma Williams, da Fundação Nutricional Britânica. "Mudanças hormonais também influenciam a distribuição de gordura no corpo, e se torna mais provável seu acúmulo no meio (cintura e quadril)," completa ela. A verdade é que, por esse menor gasto energético, não precisamos comer tanto nessa fase da vida. Um melhor equilíbrio certamente será obtido se a pessoa consegue se manter ativa, mantendo os músculos e queimando as calorias da dieta a que está acostumada. informações da BBC

Terra será habitável por pelo menos mais 1,7 bilhão de anos, diz estudo

As condições que fazem com que o planeta Terra seja habitável vão durar, pelo menos, mais 1,75 bilhão de anos, segundo cientistas da universidade inglesa de East Anglia. Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (19) pela revista “Astrobiology”, revela o tempo de habitabilidade do nosso planeta com base na distância para o Sol e nas temperaturas que possibilitam que o planeta tenha água líquida. A equipe de cientistas observou as estrelas na busca de inspiração e usaram alguns planetas recentemente descobertos fora de nosso sistema solar (exoplanetas) como exemplos para calibrar seu potencial para abrigar vida. O responsável pelo estudo, Andrew Rushby, da Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia, explicou que foi utilizado o conceito de zona habitável para fazer estimativas, ou seja, “a distância de um planeta em relação a sua estrela que faz com que as temperaturas sejam propícias para ter água líquida na superfície”. “Usamos os modelos de evolução estelar para calcular o final da vida habitável de um planeta, determinando quando deixará de estar na zona habitável”, disse Rushby. A equipe de cientistas considerou que a Terra deixará de ser habitável em algum momento dentro de 1,750 bilhão e 3,250 bilhões de anos. “Passado este ponto, a Terra estará na zona quente do Sol, com temperaturas tão altas que os mares se evaporarão. Acontece um evento de extinção catastrófica e terminal para toda a vida”, raciocinou. Impossível de viver – O responsável pela pesquisa acrescentou que “certamente, as condições dos seres humanos e de outras formas de vida complexas se tornarão impossíveis muito antes”, algo que, segundo disse, “está acelerando a mudança climática” gerada pelo homem. Para ele, os humanos teriam dificuldades inclusive com um pequeno aumento na temperatura e, perto do final, somente os micróbios em alguns nichos ambientais seriam capazes de suportar o calor. Rushby disse que ao olhar para o passado, uma quantidade similar de tempo, sabemos que houve vida celular na Terra e deu como exemplo que “tivemos insetos há 400 milhões de anos, dinossauros há 300 milhões e plantas com flor há 130 milhões de anos”. “Anatomicamente, os seres humanos só existiram durante os últimos 200 mil anos, por isso que se vê que é preciso muitíssimo tempo para que se desenvolva a vida inteligente”, disse. A quantidade de tempo habitável de um planeta é relevante pois revela dados sobre a possibilidade de evolução da vida complexa, “que é a que provavelmente mais requeira de um período de condições de habitabilidade”. “A medição de habitabilidade é útil porque nos permite investigar a possibilidade de que outros planetas abriguem vida e para entender que a etapa da vida pode estar em outro lugar da galáxia”, segundo explicou Rushby. Os astrônomos identificaram quase mil planetas fora do sistema solar, alguns dos quais foram analisados por estes especialistas, que estudaram a natureza evolutiva da habitabilidade planetária sobre o tempo astronômico e geológico. “Comparamos a Terra com oito planetas que estão atualmente em sua fase habitável, incluindo Marte. Descobrimos que os planetas que orbitam estrelas de massa menor tendem a ter zonas de vida mais habitáveis”, acrescentou. (Fonte: G1)

Crianças e adolescentes podem consumir energéticos?

Muitos energéticos têm sabor e aspecto de refrigerante, mas os níveis de cafeína são muito mais altos. A cafeína é um estimulante que, em excesso, pode levar a convulsões, batimentos cardíacos irregulares e, em casos extremos, a morte. Um relatório feito nos Estados Unidos pela associação Drug Abuse Warning Network mostrou que, em 2011, 20.783 pessoas foram parar no hospital por causa de bebidas estimulantes. Embora fabricantes dos energéticos afirmem que os produtos são seguros, muitos especialistas estão alertando os pais sobre os riscos do consumo por crianças e adolescentes. Nos Estados Unidos, refrigerantes não podem ter mais de 71 miligramas de cafeína a cada 354 ml da bebida. A Coca-Cola normal, por exemplo, tem 30 a 35 miligramas da substância nessa porção, enquanto um café do McDonalds com 473 ml tem 100 miligramas de cafeína. Se bebidas forem vendidas como suplementos alimentares dietéticos, alguns órgãos de saúde não controlam a quantidade de cafeína. Para exemplificar a situação, o energético Monster’s Worx Energy tem 200 mg de cafeína em apenas 59 ml da bebida, e o Rockstar Energy tem 214 mg em 473 ml. Até o momento, não existem pesquisas que mostrem se os energéticos produzem efeitos colaterais no sistema neurológico e cardiovascular em desenvolvimento. Mas já é comprovado que as bebidas podem elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial, causar distúrbios de ansiedade e gastrointestinais e insônia. [MedicalXpress]

domingo, 15 de setembro de 2013

Aprovada há três anos, a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos está lenta

O prazo para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) termina no ano que vem, mas, apesar dos avanços muitas das diretrizes inovadoras não saíram do papel. Entre elas estão os planos nacional, estaduais e municipais com o planejamento de longo prazo para cada ente da Federação. A política nacional foi sancionada em 2010, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o gerente de projetos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ronaldo Hipólito, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos está pronto, mas ainda não foi decretado pela Presidência da República. “Ele passou pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), foi discutido em audiências públicas nacionais, regionais, conselhos nacionais e temáticos. Está com a cara final, só esperando o decreto”. O texto pode ser acessado no site do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, instrumento também em construção pelo ministério, que vai monitorar o andamento da implantação da PNRS nos estados e municípios. Hipólito explicou que o plano apresenta diretrizes, estratégias e metas para direcionar estados e municípios sobre as áreas nas quais o governo federal pretende avançar mais rapidamente ou mais devagar nos vários pontos existentes dos instrumentos previstos na PNRS. “A política nacional coloca vários instrumentos, ela institui a necessidade de planos, de planejamento, que não é uma coisa que o brasileiro está acostumado a fazer, principalmente nessa área de resíduos sólidos”. Até o momento nenhum estado entregou ao ministério o planejamento para a implementação de políticas de resíduos sólidos. Os estados que já tinham o documento precisam se adequar às novas diretrizes. O Ministério do Meio Ambiente fez convênios para auxiliar os estados a construir seus planos e também apoia 616 municípios que se consorciaram para trabalhar no texto, selecionados por meio de chamadas públicas. O superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), Victor Zveibil, lembra que o planejamento abrange todos os tipos de resíduos. “O Plano de Resíduos Sólidos é muito mais amplo, porque não trata apenas de resíduos domésticos. Trata de resíduos de saúde, de resíduos de construção civil, de vários fluxos de resíduos. Vai trazer, também, indicações para a questão da coleta seletiva, da inclusão social de catadores e para as questões da logística reversa”. Entende-se por logística reversa o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou, ainda, outra destinação. Zveibil ressaltou que até o fim de setembro a proposta do plano deve estar pronta e será enviada à análise da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Ele informou que nenhum município fluminense entregou as propostas e ressaltou que ninguém é obrigado a fazer o documento. “Chamo a atenção para o fato de que ninguém é obrigado a entregar um plano para o governo federal e nenhum município é obrigado a entregar [o plano] para o estado. Ele é um pré-requisito para acessar recursos federais. Eu vou entregar porque nós estamos fazendo o plano com parte dos recursos proveniente do governo federal”, disse o superintendente. Outro ponto da PNRS em implantação são as cadeias de logística reversa, obrigatória para o recolhimento de alguns materiais. Ronaldo Hipólito destacou que foram instituídos grupos técnicos temáticos para começar a discutir os acordos com cinco setores: embalagem de óleos lubrificantes, embalagens em geral – plástico, metal, papelão e vidro – eletroeletrônicos, lâmpadas de mercúrio e mistas e a cadeia de medicamentos. “O [setor] de embalagens de óleo lubrificante já foi feito todo o processo e foi assinado o acordo entre o governo e essa cadeia de embalagem, em dezembro do ano passado. A cadeia de lâmpadas e de embalagens em geral já foi feito o contato, as instruções e os estudos necessários e as empresas e associações representativas nacionais já mandaram as propostas de acordo setorial. Para a cadeia de embalagem vieram quatro propostas, nós estamos discutindo como fazer para resumir em uma só”, informou, Hipólito. O setor de medicamentos tem algumas experiências pontuais em São Paulo e no Paraná, onde redes de farmácia fazem o recolhimento dos remédios. “Estamos verificando se essa seria a melhor forma de fazer e convocar uma chamada pública para o setor se pronunciar e apresentar os acordos”, destacou o superintendente. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012, publicação anual da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração de resíduo cresceu 1,3%, de 2011 para 2012, maior que a taxa de 0,9% de crescimento da população. O total de lixo gerado no Brasil, em 2012, chegou a 62.730.096 toneladas, uma média de 383,2 quilos por pessoa e a coleta de resíduo sólido urbano chega a 90,7% da população. Todos os dias, são coletados 178 toneladas de lixo, 1,25 quilo por habitante. Desse total, 58% teve destinação adequada, que são os aterros sanitários; 24,2% vão para aterros controlados e 17,8% ainda vão para os lixões. O levantamento é publicado há dez anos pela entidade e conclui que o comprometimento da sociedade brasileira com a questão aumentou muito. No entanto, a evolução para a gestão integrada dos resíduos sólidos ocorre a passos muito lentos e ainda é preciso aumentar os investimentos no setor de limpeza urbana para poder efetivar as políticas públicas previstas na Lei 12.305/2010. (Fonte: Agência Brasil)

Menos de 2% dos resíduos sólidos são reciclados

Mesmo com 60% dos municípios do país tendo alguma iniciativa de coleta seletiva, a quantidade de resíduo sólido urbano que de fato retorna à cadeia produtiva não chega a 2%. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 51,4% do material coletado são matéria orgânica; 13,5% são plástico; 13,1% são papel, papelão e tetra pak; 2,9% são metais; 2,4% dos resíduos são vidro; e 16,7% são outros materiais. De acordo com a Abrelpe, em 2012 foram produzidas 1.436 mil toneladas de alumínio primário e a reciclagem fica na faixa de 36%, chegando a 98,3% das latas de bebida, patamar com pouca variação nos últimos cinco anos. A produção de papel foi 10 milhões de toneladas e a taxa de recuperação com potencial para reciclagem está em 45,5%. Já em 2011, o consumo aparente de plásticos, foi 6,8 mil toneladas, das quais 1.000 toneladas recicladas - 57% no caso de PET. Em 2001, a reciclagem dessas garrafas era 32,9%. No setor de vidros, o dado mais recente é de 2008, quando a capacidade de produção instalada foi 3 mil toneladas, sendo 1.292 no setor de embalagens. Dessas, 47% são recicladas - incluindo 20% de embalagens retornáveis -, 33% reutilizados e 20% vai parar em aterros e lixões. No setor de vidros, o dado mais recente é de 2008, quando a capacidade de produção instalada era 3 mil toneladas, sendo 1,29 mil no setor de embalagens. Dessas, 47% são recicladas - incluindo 20% de embalagens retornáveis -, 33% reutilizadas e 20% vão parar em aterros e lixões. O gerente de Projetos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ronaldo Hipólito, explicou que a Política Nacional de Resíduos Sólidos não prevê prazo para implantar a coleta seletiva e a reciclagem dos materiais. “Nós colocamos metas no plano nacional: para 2015 uma quantidade de reciclagem e outra para 2019. Para os resíduos úmidos tem a compostagem, a biodigestão. Mas nós estamos trabalhando tudo paralelamente, porque não pode fechar primeiro o lixão para depois fazer a reciclagem”, disse Hippólito. Em tese, na hora de se fechar um lixão e colocar em funcionamento um aterro sanitário, onde só poderá ser depositado rejeito, obrigatoriamente terá que haver a coleta para retirar a parte que não deve ser enterrada, acrescentou. Quanto às cooperativas de catadores, Hipólito disse que foi criado um comitê interministerial para analisar essa inclusão socioeconômica. Já foram organizadas cerca de 200 cooperativas, das 1.300 que o ministério estima existirem no Brasil. Também foi lançada uma campanha educativa sobre a importância da separação dos resíduos. “Nós solicitamos ao Ipea, em 2010, um estudo sobre quanto o Brasil perde ao ano por não reciclar, por enterrar as coisas que poderiam ser reaproveitadas, e o Ipea chegou ao número de R$ 8 bilhões por ano. É muito dinheiro. Essa propaganda institucional que nós fizemos e pretendemos voltar esse ano a falar sobre o assunto, serve para conscientizar as pessoas sobre a importância que tem isso para a economia como um todo”, disse o técnico do Ministério do Meio Ambiente. De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, o governo do Rio de Janeiro tem apoiado as prefeituras para iniciar os projetos de coleta seletiva. “Os municípios tem que ter uma equipe para isso, tem que ter uma campanha de comunicação, tem que escolher alguns bairros para fazer um projeto piloto, não é uma coisa científica, é erro e acerto”. O superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), Victor Zveibil, explicou que 17 municípios, dos 92 do estado, começaram a implantar programas de coleta seletiva, entre eles Mesquita, Petrópolis e Niterói. Além disso, o governo lançou o Programa Catadores e Catadoras em Rede Solidária. “É um programa que a secretaria está iniciando em parceira com o Ministério do Trabalho e Emprego, que tem essa missão de reforçar as cooperativas e trabalhar a questão da comercialização, de uma rede de cooperativas para a reciclagem e para a comercialização. Esse levantamento já foi feito em 41 municípios”. Por mês, são recolhidas na capital 936 toneladas de material reciclável, dos 150 mil toneladas de lixo da coleta domiciliar. O material é destinado a cerca de 50 cooperativas cadastradas na Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). O engenheiro Mauro Wanderley Lima, da Diretoria Técnica e de Logística, lembrou que a coleta seletiva depende da colaboração da população. “A ideia é atingir todos os bairros do Rio até 2016. Agora, precisamos da colaboração da população e é uma coleta mais cara, porque você não pode comprimir o material, não pode ser misturado. O ideal é que você terminar de usar a lata de molho de tomate, o iogurte, dê uma lavadinha e entregue para a reciclagem”. A coordenadora do Movimento Nacional dos Catadores no Estado do Rio de Janeiro, Claudete Costa, ponderou que a situação de muitos catadores é precária. “Eu continuo trabalhando com o pessoal na rua, a gente cata o material, junta no “burrinho sem rabo” - carroça manual -, vê um local estratégico para fazer a triagem rapidamente e nem todo o material a gente tem tempo de juntar para reciclar, só o que está em alta no mercado”. Ela acrescentou que os catadores interrompem o trabalho às 15h quando passa o caminhão da Comlurb. De acordo com ela, as cooperativas beneficiadas pela coleta seletiva estão em situação melhor, mas ainda há cerca de 240 famílias trabalhando no aterro controlado de Gericinó, que vai fechar até o fim do ano. “Então está no mesmo trâmite que eu, daqui a pouco estão na rua. O pessoal quase não tem mais acesso como tinha antes. Poucas famílias estão sendo beneficiadas, porque está indo tudo para [o aterro sanitário de] Seropédica”. Claudete reclama que falta apoio da prefeitura para trabalhar. “Falta tudo, da estrutura do galpão, maquinário, para a coleta seletiva. Tem muitas cooperativas que estão na rua, tem muitas que estão em galpão alugado”. A SEA anunciou que “em breve” será inaugurado o Polo de Reciclagem de Gramacho, que vai aproveitar a mão de obra dos cerca de 400 catadores que atuavam no aterro controlado de Gramacho, fechado no ano passado. http://www.institutocarbonobrasil.org.br/

Cartilha oferece dicas sobre moradia sustentável

Fazer moradias sustentáveis que gerem economia e durabilidade pode ser mais fácil do que parece. Para orientar as pessoas que vão construir ou reformar, o Ministério do Meio Ambiente lançou uma cartilha, cujo principal objetivo é difundir práticas de obras sustentáveis aos consumidores. De forma bem didática, a publicação traz um mapa que mostra, em cada cômodo da casa, quais são as opções para execução de uma obra dentro dos conceitos de sustentabilidade. Além disso, o caderno aponta quais são as melhores disposições dos ambientes em uma residência para garantir o grau adequado de insolação e ventilação natural de cada lugar. Veja abaixo algumas dicas. Elaboração do projeto: - Preserve as espécies nativas existentes no terreno, pois elas garantem a estabilidade do solo e refrescam o ambiente. - Opte pela iluminação natural. Além de proporcionar economia de energia, é muito mais agradável do que a iluminação artificial. - Dependendo do clima da região, utilize coberturas verdes. Esse tipo de cobertura proporciona melhoria do conforto térmico e ajuda na retenção de águas pluviais. - Evite materiais de construção prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Por exemplo, a pintura da casa pode ser feita com tintas à base de água, que proporcionam isolamento, proteção contra corrosão, resistência à ação da maresia e evitam bactérias, fungos e algas em regiões úmidas. - Ao usar madeira, priorize o uso da certificada, que garante que o produto foi extraído de forma correta e é proveniente de florestas com manejo adequado. - Nas áreas externas, valorize os elementos naturais no tratamento paisagístico e o uso de espécies nativas. - Utilize reciclados da construção e pavimentação permeável. Prefira o piso externo intertravado, feito de material prensado e que possui vida útil longa e baixo custo de manutenção. Economia de água e energia: - Utilize iluminação de longa vida e baixo custo. Outra solução que ajuda a economizar energia elétrica é a instalação de um “dimmer”, dispositivo que regula a intensidade luminosa, e de sensores de presença nos ambientes. - Na hora de equipar a residência, fique atento ao comprar os eletrodomésticos. A dica é verificar a etiqueta PROCEL (Selo Procel Eletrobras de Economia de Energia), que indica o consumo energético dos aparelhos, e opte por aqueles mais eficientes. - Já para economizar água, reaproveite a água da chuva. - Construa cisternas para armazenagem e utilize a água para regar jardins, lavagem de pátios, entre outras finalidades. - Utilize também dispositivos economizadores de água: torneiras, bacias sanitárias e chuveiros com tecnologias que proporcionam a diminuição do consumo de água. Descarte correto - Durante a reforma ou construção, separe espaços, na residência, para separação adequada de resíduos. - Ao contratar a caçamba para entulhos, procure saber se a empresa descarta os resíduos corretamente. - Certifique-se que a obra esteja de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, do MMA, que prevê a destinação correta do lixo, incentivando a reciclagem e a sustentabilidade. Segundo a cartilha, mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto de atividades da sociedade são provenientes da construção. De acordo com dados da publicação, uma casa ou prédio sustentável gera uma economia de aproximadamente 30% em sua manutenção, gasta menos água e energia elétrica e tem uma vida útil e acessibilidade muito maiores. Outro aspecto positivo é que, atualmente, as moradias sustentáveis estão em alta no mercado imobiliário. Esses imóveis são, em média, de 10% a 30% mais valorizados. Reformas que tornem imóveis antigos mais eficientes também se beneficiam dessa valorização extra. BAIXE A CARTILHA NESTE SITE http://www.mma.gov.br/ http://www.institutocarbonobrasil.org.br/

Desperdício de alimento é terceiro maior emissor de CO2 do mundo

A comida desperdiçada no mundo responde por mais emissões de gases causadores de efeito estufa do que qualquer país, exceto China e Estados Unidos, disse a ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira (11). Todos os anos, cerca de um terço de todos os alimentos para consumo humano, aproximadamente de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçado, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la. Quase 30% das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, são usadas em vão. No seu relatório intitulado “A Pegada do Desperdício Alimentar”, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global. No mundo industrializado, a maior parte do lixo vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas. “A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60 por cento, a fim de atender a demanda da população em 2050″, diz a FAO. A organização sugere que se melhore a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento e métodos de embalagem. A FAO também disse que os consumidores no mundo desenvolvido devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras. As empresas devem dar comida excedente para instituições de caridade, e desenvolver alternativas para o despejo de resíduos orgânicos em aterros sanitários. A FAO estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base em preços de produção. O desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares- grande parte de hábitat natural transformado para tornar-se arável. (Fonte: G1)

Mudança climática transformará parte da Amazônia em savana, diz estudo

A mudança climática pode elevar a temperatura na Amazônia em até 6°C até o fim do século e reduzir a chuva quase à metade, o que transformaria partes da floresta em uma savana, segundo um estudo que prevê os efeitos sobre a economia e o ambiente de todo o país. A análise, elaborada por 345 pesquisadores entre 2007 e 2013, foi apresentada nesta terça-feira na Primeira Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima), realizada em São Paulo até sexta. Segundo os cálculos, o País se transformará nas próximas décadas, de maneira “gradual e variável”, em um país mais quente, com altas de temperatura de 1 a 6°C, dependendo da região. O sul e sudeste registrarão um aumento das precipitações, enquanto no norte, nordeste e região central haverá menos chuvas. Uma das conclusões do estudo, intitulado Relatório de Avaliação Nacional do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, é que os “eventos extremos de secas prolongadas”, principalmente na Amazônia, devem “acentuar” as mudanças a partir da segunda metade do século XXI. Assim, a Amazônia poderá registrar uma diminuição de chuvas de até 45% e uma elevação da temperatura que atingiria o máximo previsto pelo estudo, chegando aos 6°C. O estudo indica também que, se o desmatamento continuar pelo resto do século e chegar a destruir 40% da área de floresta, de 2000 a 2100 haverá uma mudança “drástica” no ciclo hidrológico. Isso provocaria uma redução de 40% nas chuvas sazonais, de julho a novembro na região, e um processo de “savanização” em alguns pontos da Amazônia. O ritmo de desmatamento se desacelerou a partir de 2005, quando a destruição de florestas amazônicas no Brasil provocou a emissão de gases equivalente a 2,03 bilhões de toneladas, quase o dobro da emissão de 1,25 bilhão em 2010, afirma pesquisa. A mudança climática terá um impacto direto na agricultura, geração e distribuição de energia e nos recursos hídricos do Brasil, com escassez de água no norte e abundância no sul, além de aumento do nível do mar com variações entre 20 e 30 centímetros até o fim do século. Como as mudanças afetarão todo o país, o estudo sugere que cada região melhore as condições da população e da produção para reduzir esses impactos. No encontro, a ONG WWF Brasil criticou os investimentos milionários do governo brasileiro para exploração de energia, de R$ 700 bilhões, e de R$ 107 bilhões para a expansão agropecuária, com impacto na Amazônia. A conferência é promovida pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no Espaço Apas, na capital paulista e conta com o apoio da Rede Brasileira de Pesquisas Sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. (Fonte: Terra)

Conhecimento sobre mudanças do clima no Brasil ainda tem lacunas

Divulgado na segunda-feira (9) em São Paulo, o Primeiro Relatório de Avaliação Nacional elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) traz conclusões preocupantes, como a de que a temperatura no Brasil pode aumentar de 3 ºC a 6 ºC até 2100, o que poderia afetar a produção de alimento e de energia no país. Mas também revela que existem lacunas nas informações sobre impacto ambiental e mudanças climáticas no país. Durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas, especialistas do painel observaram que há poucos dados em relação ao impacto ambiental exercido pelas indústrias no país. A falta de ferramentas precisas para medir tanto a devastação dos biomas quanto as mudanças oceânicas em decorrência do aquecimento global também foi mencionada no evento. Para Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa e coordenador do grupo de trabalho do PBMC que avaliou “impactos, vulnerabilidades e adaptação às mudanças climáticas”, faltam dados principalmente em relação aos desastres ambientais provocados pela atividade industrial. “O grande problema que identificamos com o relatório é que não tem um local onde você consiga ter acesso a essas informações”, diz Assad. Ele afirma que seu grupo de trabalho esperava que as informações sobre emissão de gases pela indústria pudessem ser obtidas no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o que não ocorreu. “Tem uma lacuna, mas ainda há vários relatórios que precisam ser compilados de uma maneira mais profunda para poder avaliar melhor a emissão da indústria”, acrescenta o pesquisador. Ele acrescenta que iniciativas de redução da emissão de gases de efeito estufa pelas indústrias devem focar na melhoria da eficiência energética, ou seja, na otimização do uso das fontes de energia. A falta de instrumentos de precisão para medir o impacto das atividades humanas nos biomas brasileiros foi mencionada durante a conferência pela pesquisadora Mercedes Bustamante, diretora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do grupo de trabalho do PBMC que avaliou a questão das “mitigações às mudanças climáticas”. “A Amazônia é, hoje, o único bioma cujo desmatamento é controlado por satélite”, observa Mercedes. Os outros cinco biomas brasileiros – Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa – apesar de sofrerem, proporcionalmente, uma devastação maior do que a Amazônia, não contam com esse tipo de controle de alta precisão. De acordo com o pesquisador Moacyr Araújo, membro do PBMC e do Laboratório de Oceanografia Física Estuarina e Costeira (Lofec), também não há no Brasil um sistema de observação mais consistente para avaliar as características oceânicas que estão sofrendo alterações devido às mudanças climáticas. Clima e sociedade – O evento abordou ainda a interação entre as questões climáticas e a sociedade. Para Mercedes, é preciso integrar, cada vez mais, cientistas do clima e cientistas sociais. “Olhando para a questão dos transportes, por exemplo, estamos analisando a emissão de gases, mas também a questão social envolvida”, afirma, mencionando os protestos recentes que ocorreram no país, desencadeados pela precariedade dos transportes. Os transportes foram apontados pelos especialistas como um setor que precisa de grandes mudanças com o objetivo reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Tanto o transporte dentro das grandes cidades – com o estímulo dos meios coletivos em detrimento dos veículos individuais -, quanto o transporte de mercadorias pelo país, hoje prioritariamente rodoviário. Para os membros do painel, é preciso estimular alternativas como o transporte aquático, por trens e por veículos elétricos ou híbridos. De acordo com o pesquisador Emílio La Rovere, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), medidas do governo como a redução do IPI dos veículos e o controle do preço da gasolina representam uma contradição em relação às iniciativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. (Fonte: Globo Natureza)