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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Proteger 17% das terras do planeta salvaria dois terços das espécies de plantas

A maior parte da biodiversidade de plantas está concentrada numa área relativamente pequena do mundo, e isso é boa notícia para as metas de concentração mundial. Segundo um novo estudo, florestas que representam apenas 17% da cobertura terrestre do planeta concentram 67% das espécies vegetais conhecidas. O levantamento foi feito pelos pesquisadores com a intenção de averiguar se a meta da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica) de colocar 17% das terras do planeta dentro de unidades de conservação faz algum sentido. O documento, assinado em 2010 em Nagoya, também determinou como meta a preservação de 60% das espécies de vegetais do mundo. Os números foram obtidos por ecólogos que investigaram o herbário de 110 mil espécies de plantas do Jardim Botânico Real, em Kew, no Reino Unido, atrás de dados para mapear a diversidade mundial de plantas. Os resultados do estudo estão na última edição da revista “Science”. Como 13% das áreas terrestres já têm algum status de proteção, a meta de atingir os 17% até 2020 parece alcançável. Mas há uma ressalva: muitas das terras que já são protegidas – algumas delas em montanhas, outras em áreas polares – não possuem alta biodiversidade de plantas. “Teoricamente, a meta é alcançável, mas até aqui não temos sido bons em criar áreas de proteção de plantas nos lugares mais prioritários”, diz Clinton Jenkins, ecólogo da da Universidade Estadual da Carolina do Sul que participou do estudo. Segundo o pesquisador, portanto, provavelmente será preciso ter mais do que 17% das áreas do mundo dentro de unidades de conservação para que a meta de proteção de plantas da CDB seja atingida. Uma boa notícia trazida pelo estudo é que grande parte das zonas de alta biodiversidade vegetal se sobrepõem às de diversidade animal, e as metas de proteção pode ser atingidas em conjunto. O mapa gerado por Jenkins – feito com base no levantamento coordenado por Lucas Joppa, da Universidade Duke – indica em vermelho as regiões prioritárias, muitas delas em ilhas e pequenos ecossistemas isolados. Nesses locais há muitas espécies “endêmicas”, que são exclusivas de cada dada região. No Brasil, as únicas áreas que entrariam na cota dos 17% mais importantes são o Nordeste, o Sudeste e o Sul, por causa da alta diversidade e da pequena extensão territorial da Mata Atlântica. A Amazônia, apesar de possuir muita diversidade, é uma área muito ampla, o que faz com que tenha pouca “densidade de endemismo” – critério usado para estabelecer as áreas prioritárias. Jenkins, interessado na região, está de mudança para o Brasil. Beneficiário do programa Ciência sem Fronteira, vai ficar três anos no país treinando ecólogos no IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), em Nazaré Paulista (SP). (Fonte: Folha.com)

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