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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Lâmpadas fluorescentes compactas são produtos perigosos, dizem cientistas

Democratização do risco Há poucos anos, ambientalistas pressionavam os legisladores de todo o mundo para banir as lâmpadas incandescentes, reconhecidamente grandes consumidoras de energia - seu grande problema é que elas desperdiçam muita energia na forma de calor. Em seu lugar, foram adotadas as lâmpadas fluorescentes compactas, que gastam menos energia. O problema é que essas lâmpadas aparentemente mais econômicas levam em seu interior não apenas o tóxico mercúrio, mas também uma série de outros metais pesados, usados na fabricação dos seus circuitos eletrônicos. Antes restrito a locais determinados e de mais fácil controle, o mercúrio finalmente se espalhou "democraticamente" por todo o globo. Riscos das lâmpadas fluorescentes compactas Agora, as tão recomendadas lâmpadas fluorescentes compactas precisam ser banidas - pelo menos é o que os cientistas estão dizendo. E eles não estão usando meias-palavras: um novo estudo alerta que as lâmpadas fluorescentes compactas, assim como os LEDs, deveriam entrar para a lista de produtos perigosos. Outros estudos já haviam demonstrado que o mercúrio liberado pelas lâmpadas eletrônicas pode superar os níveis de segurança. Mas Seong-Rin Lim e seus colegas da Universidade da Califórnia, em Davis e Irvine, mostraram que o problema é bem maior. Enquanto o limite para a liberação de chumbo no ambiente é de 5 mg/l, as lâmpadas fluorescentes compactas podem liberar 132 mg/l, e os LEDs 44 mg/l. O limite de segurança para o cobre é de 2.500 mg/kg, mas as duas fontes de iluminação atingem 111.000 e 31.600 mg/kg, respectivamente. Tanto lâmpadas fluorescentes compactas, quanto LEDs, usam ainda alumínio, ouro, prata e zinco - as lâmpadas incandescentes, por outro lado, usam quantidades mínimas desses metais, sobretudo daqueles que são tóxicos. O resultado não mudou nem mesmo quando os pesquisadores analisaram todo o ciclo de vida dos três tipos de lâmpadas. Em comparação com as lâmpadas incandescentes, as lâmpadas fluorescentes compactas têm 26 vezes mais riscos de efeitos danosos ao meio ambiente por causa da toxicidade dos metais usados em sua fabricação - os LEDs têm um risco 3 vezes maior do que as lâmpadas incandescentes. Convenção de Minamata sobre Mercúrio A recém-negociada Convenção de Minamata sobre Mercúrio estabeleceu metas para o banimento de diversos usos do mercúrio, de longe o maior risco contido nas lâmpadas fluorescentes compactas. A proposta de banimento desses usos até 2020 cita "Determinados tipos de lâmpadas fluorescentes compactas (CFLs)", mas o texto final ainda não foi divulgado - o documento só deverá assinado pelos 140 países que negociaram o acordo a partir de Outubro. Não é a primeira vez que as tentativas de driblar problemas ambientais dão resultados opostos aos esperados: recentemente os cientistas anunciaram que os mesmos gases que salvaram a camada de ozônio agora ameaçam o clima - de resto, avisos contundentes para os apressados proponentes da geoengenharia. Bibliografia: Potential Environmental Impacts from the Metals in Incandescent, Compact Fluorescent Lamp (CFL), and Light-Emitting Diode (LED) Bulbs Seong-Rin Lim, Daniel Kang, Oladele A. Ogunseitan, Julie M. Schoenung Environmental Science and Technology Vol.: 47 (2), pp 1040-1047 DOI: 10.1021/es302886m Site Inovação Tecnológica

Vacina contra HIV começa a ser testada em humanos na França

Cientistas vão iniciar nas próximas semanas testes clínicos de uma vacina contra a Aids, em Marselha, no sul da França, com 48 voluntários soropositivos, dando uma nova esperança na luta contra o vírus. A iniciativa foi anunciada nesta terça-feira (29) pelo professor Erwann Loret. “Não é o fim da Aids”, ponderou Loret, embora a expectativa dos pesquisadores seja a de conseguir substituir os coquetéis de antirretrovirais, cujos efeitos colaterais costumam ser bastante incômodos, pela vacina. “O alvo é uma proteína denominada Tat (transativador de transcrição viral)”, acrescentou o professor, que apresentou em um hospital de Marselha o teste clínico autorizado em 24 de janeiro pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM). Nos soropositivos, esta proteína desempenha o papel de “guarda-costas das células infectadas”, explicou. Logo, o organismo não consegue nem reconhecê-la, nem neutralizá-la, aspecto que a vacina quer reverter. Quarenta e oito pacientes soropositivos e em tratamento com coquetéis vão participar do estudo. Os testes começarão em algumas semanas, prazo para selecionar os voluntários, explicar-lhes os riscos da experiência e obter o consentimento deles . Os primeiros esboços de resultados são aguardados para daqui a cinco meses. Os pacientes serão vacinados três vezes, com um mês de intervalo entre cada dose. Em seguida, eles deverão suspender o tratamento com coquetéis durante dois meses. “Se, após estes dois meses, a viremia (taxa de vírus no sangue) for indetectável”, então o estudo terá cumprido os critérios estabelecidos pela OnuAids (órgão das Nações Unidas focado no combae à Aids), explicou o professor Loret. Em caso de sucesso, 80 pessoas participarão de testes, a metade delas tomando a vacina e a outra, um placebo. Os cientistas alertam, porém, que serão necessários vários anos para saber se a vacina constitui ou não um avanço. “De 25 a 26 testes com vacinas anti-HIV são realizados no mundo atualmente”, estimou o professor Jean-François Delfraissy, diretor da Agência Nacional de Pesquisas sobre a Aids (ANRS) da França. Apesar de animador, o anúncio também exige cautela disse o professor. “É preciso ser prudente com as mensagens que transmitimos aos pacientes e ao grande público”, declarou durante uma coletiva por telefone. A opinião dele é compartilhada por Marie Suzan, presidente regional da AIDES, associação francesa de combate à Aids. Segundo ela, é sábio “aguardar para ver no que vai dar” a pesquisa. Em 2011, 34 milhões de pessoas viviam no mundo com HIV e 2,5 milhões foram contaminadas. Desde que foi descoberto, o vírus causou mais de 30 milhões de mortes e estima-se que, a cada ano, 1,8 milhão de pessoas morra de HIV/Aids, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). (Fonte: G1)

A mudança climática agora é prioridade para Obama

Foram apenas pouco mais de 150 palavras, mas agitaram o mundo e os EUA como se fosse um tsunami de esperança. Barack Obama, na frente do Capitólio, discurso de posse para seu segundo mandato, falando em nome do povo estadunidense afirmou contundentemente: “Reagiremos à ameaça das mudanças climáticas, sabendo que se falharmos em fazê-lo estaremos traindo nossas crianças e as futuras gerações. Alguns ainda podem negar o esmagador julgamento da ciência, mas ninguém pode evitar o impacto devastador dos violentos incêndios, da seca que paralisa o campo e das tempestades mais poderosas”. Estava lançado o “Protocolo Obama” sobre mudanças climáticas. Segundo o New York Times, Obama lutará contra os efeitos do aquecimento global principalmente mediante decretos presidenciais que o jornal denomina “medidas administrativas” para evitar um confronto direto no Congresso. Algumas dessas medidas incluem a dificílima redução das emissões das centrais de energia, o aumento da eficiência dos eletrodomésticos e a diminuição da pegada de carbono do governo federal. A Casa Branca também planeja lançar uma campanha com o objetivo de conquistar amplo apoio público, mas advertiu aos ambientalistas que não esperem um “compromisso absoluto”. O próprio Obama antecipou a dureza da luta em seu discurso: “O caminho em direção às fontes de energia sustentáveis será longo e às vezes, difícil. Mas os EUA não podem resistir a essa transição, precisamos liderá-la. Não podemos ceder a outras nações a tecnologia que alimentará novos empregos e novas indústrias. É assim que manteremos nosso vigor econômico e nossa riqueza nacional; nossas florestas e cursos d’água; nossas terras cultiváveis e picos cobertos de neve. É assim que preservaremos nosso planeta, que Deus deixou aos nossos cuidados”. Depois de evitar o tema da mudança climática ao longo de sua segunda campanha presidencial, Obama renovou seu compromisso ambiental já na primeira entrevista coletiva realizada após a reeleição propondo um debate nacional sobre o clima. “Eu acredito firmemente que a mudança climática é real e que o impacto das emissões de carbono é resultado das atividades humanas”, disse ele. “E, como consequência, acho que temos uma obrigação para com as gerações futuras para fazer algo sobre isso”. Agora, milhares de ambientalistas dos EUA exigem dele, entre outras medidas prioritárias, que rejeite definitivamente a construção do oleoduto Keystone XL, projetado para transportar petróleo altamente poluente das areias betuminosas de Alberta, no Canadá, até o Golfo do México. Esse petróleo sujo lançará anualmente 27 milhões de toneladas métricas de CO2 à atmosfera, equivalente às emissões de 6.2 milhões de novos carros. De acordo com estudos recentes, a poluição do ar mata mais do que o colesterol e a redução da poluição dos combustíveis fósseis diminuirá os custos da saúde. A nomeação de John Kerry como Secretário de Estado é um indicador de que o fator ambiental terá seu lugar de destaque na política internacional dos EUA. Kerry, que tem especial interesse nas questões ambientais acompanhou as discussões da RIO+20. O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que quando era Embaixador nos EUA conheceu Kerry e ele demonstrou “muito interesse em questões do meio ambiente”. A construção de uma economia de energia limpa gerará mais empregos e permitirá uma prosperidade sustentável amplamente compartilhada. Nesse sentido, Obama afirmou que pode liderar a travessia para um ambiente mais equilibrado junto com outras lideranças dos EUA e do mundo, entre elas o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial, que acaba de lançar em Davos seu “Global Risks 2013” onde se afirma, surpreendentemente, que as mudanças climáticas são o maior problema atual da humanidade. O mundo espera um “Yes, we can” um “Sim, nós podemos” ambiental de parte de Obama. (Eco21)

Volume de embalagens de agrotóxicos recolhidas e descartadas corretamente superou 37,7 mil toneladas

O balanço do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) divulgado na terça-feira, 29 de janeiro, apontou que, apenas em 2012, o volume de embalagens recolhidas e destinadas corretamente por agricultores, comerciantes e fabricantes superou as 37,7 mil toneladas – o que indica um aumento de 9% em relação ao registro de 2011. Nos últimos dez anos, mais de 237 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos utilizadas nas propriedades rurais brasileiras voltaram para os fabricantes, que reutilizaram ou eliminaram o material seguindo padrões ambientais definidos por lei. A ação, conhecida como logística reversa, se tornou obrigatória para o setor em 2002. Representantes do inpEV, destacaram que o aumento do volume de embalagens recolhidas reflete o maior uso de agrotóxicos no país, mas também mostra que o atendimento à legislação nacional tem acompanhado o incremento da atividade agrícola. A gestão pós-consumo, prevista em lei, atribui responsabilidades para toda a cadeia produtiva, incluindo agricultores, fabricantes e canais de distribuição e o apoio do Poder Público. Dados Os números do sistema da logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, conhecido como Sistema Campo Limpo, indicaram os estados que mais encaminharam embalagens vazias para a destinação no final de 2012: Paraná (4,8 mil toneladas), São Paulo (4,5 mil toneladas) e Goiás (4 mil toneladas). Juntamente com Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, esses estados respondem por 62% do total de embalagens vazias que foram retiradas do campo no Brasil. Apesar de ainda estar longe do topo da lista, em 2012, os agricultores, fabricantes e comerciantes de Alagoas recolheram 395% mais embalagens do que no ano anterior, passando de 34 para 170 volumes. No Pará, a logística reversa teve um salto de 132%, passando de 63 para 147. E no Rio Grande do Norte, onde foi registrado o terceiro maior crescimento percentual da medida, o volume recolhido passou de 38 para 74, com aumento de 96%. * Com informações da Agência Brasil. ** Publicado originalmente no site EcoD. (EcoD)

Lixões preocupam prefeitos

A sala de atendimento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), no Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília, foi bastante movimentada nesta segunda-feira (28), primeiro dia do encontro. Gestores, vindos de diferentes regiões do país aproveitaram a manhã para obter informações sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trata do fim dos lixões. Pela lei, estes depósitos de lixo a céu aberto precisam ser substituídos por aterros sanitários até 2014. Representantes do MMA orientaram os gestores sobre quais instrumentos o governo federal oferece para auxiliar nesse processo. O prefeito de Tamarana (PR), Paulino de Souza, por exemplo, buscou informações sobre a formação de consórcios. O gerente de Projetos da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Saburo Takahashi, afirmou que a maioria dos dirigentes municipais procurou se informar sobre os procedimentos do ministério e os recursos disponíveis, além de dados sobre a formação dos planos municipais de resíduos sólidos. Ele atendeu 14 prefeitos nesta manhã. Prejuízo - O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campelo, também reforça que o descarte incorreto dos resíduos sólidos afeta e envolve a todos. Os lençóis freáticos e os animais, como o gado, por exemplo, podem ser prejudicados se não houver o descarte adequado do lixo. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) também foi tema bastante solicitado. A prefeita de Torres (RS), Nívea Pereira, veio com sua equipe receber orientação sobre como deve proceder para cadastrar os imóveis rurais em seu município. ”Fui muito bem orientada”, disse a gestora, que conversou com o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral. Os prefeitos também se informaram sobre o programa Bolsa Verde e Unidades de Conservação. O atendimento tem sido feito de forma compartilhada, pois todas as áreas do Ministério do Meio Ambiente estão relacionadas entre si, explica o gerente de Recursos Genéticos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, Lídio Coradi. Os estados mais representados foram os de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo, Paraná e Piauí. A sala de atendimento segue até quarta-feira (30). (Fonte: MMA)

Litoral sustentável e planejado

Prefeitos e representantes de municípios do Amapá, Ceará, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Norte conheceram, na tarde desta segunda-feira (28), o funcionamento do Projeto Orla, iniciativa do governo federal que promove o planejamento das costas marinha e fluvial brasileiras. A apresentação faz parte da agenda de atendimento do Ministério do Meio Ambiente aos prefeitos participantes do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, que acontece até a próxima quarta-feira (30), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O Projeto Orla é uma ação desenvolvida em parceria entre a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, por meio da Gerência Costeira, e a Secretaria de Patrimônio da União do Ministério Público da União, e busca organizar todas as atividades desenvolvidas ao longo da orla, desde o comércio até a gestão das comunidades que vivem nessas áreas. “Viemos buscar mais informações sobre o projeto justamente por conta da preocupação que temos em conservar a nossa praia, ainda com muitas áreas de vegetação nativa”, disse a representante do município de Alcântara (MA) e primeira-dama, Vilciléia Costa Lima. Para ela, o planejamento do litoral irá contribuir para a preservação do meio ambiente, sustentabilidade local e geração de emprego e renda para a comunidade. Rio Jari – Para o prefeito de Laranjal do Jari (AP), Zeca Madeireiro, a iniciativa do governo representa a preocupação em torno da preservação do que o Brasil tem de mais rico e diverso, que são suas praias e rios. No seu município, a orla é fluvial, e fica às margens do Rio Jari, em área de divisa entre os estados do Amapá e Pará. “O nosso objetivo é construir uma área às margens do rio, com quiosques, áreas de lazer, barraquinhas diversas e a famosa feira do peixe”, detalha o prefeito. Segundo ele, com as orientações do Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de Patrimônio da União, agora já é possível pensar e projetar uma orla para o município. O município que possui orla marinha ou fluvial interessado em aderir ao Projeto Orla deve procurar a Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Após aderir ao projeto, cabe à prefeitura organizar oficinas de treinamento e capacitação de instrutores, que atuarão como multiplicadores. Toda a capacitação e treinamento técnico são promovidos pela Gerência Costeira do Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de Patrimônio da União. A responsável pela Gerência Costeira do Departamento de Zoneamento Territorial da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Leila Swerts explica que as oficinas buscam fomentar a participação cidadã nos municípios, como ferramenta para promover o uso sustentável dos recursos naturais e ordenamento da ocupação dos espaços litorâneos. Além de aprofundar o conhecimento sobre a metodologia do projeto, os alunos conheceram, também, o conjunto de leis e informações que regulamentam a Zona Costeira, bem como os instrumentos de gestão patrimonial. Ordenamento – O Projeto Orla é uma iniciativa governamental com ações que buscam o ordenamento dos espaços litorâneos sob domínio da União, aproximando as políticas ambiental e patrimonial, com ampla articulação entre as três esferas de governo e a sociedade. Entre os objetivos estão o fortalecimento da capacidade de atuação e articulação de diferentes atores dos setores público e privado na gestão integrada da orla; desenvolvimento de mecanismos de participação e controle social e valorização de ações inovadoras de gestão voltadas ao uso sustentável dos recursos naturais e da ocupação dos espaços litorâneos. “Dessa forma, o projeto busca responder a uma série de desafios, como reflexo da fragilidade dos ecossistemas da orla, do crescimento do uso e ocupação de forma desordenada e irregular, do aumento dos processos erosivos e de fontes contaminantes”, diz Leila Swerts. O atendimento do Projeto Orla aos prefeitos continua durante todo o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas. Nesta terça-feira (29), às 18h, os municípios dos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Espírito Santo serão recebidos pela equipe do Ministério do Meio Ambiente. Já na quarta-feira (30), às 12h30, será a vez do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (Fonte: MMA)

Ao menos 1 em cada 5 pessoas foi infectada pela gripe suína, diz estudo

Pelo menos uma em cada cinco pessoas foi infectada pela gripe suína (H1N1) durante o primeiro ano da pandemia, em 2009, embora alguns não tenham apresentado os sintomas mais graves da doença, revela estudo publicado no jornal “Influenza and Other Respiratory Viruses”. Os resultados são fruto de uma colaboração internacional liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Colégio Imperial de Londres. Os pesquisadores analisaram dados de 19 países, incluindo o Reino Unido, Estados Unidos, China e Índia, para avaliar o impacto global da pandemia de influenza de 2009. O estudo revela que entre 20% e 27% das pessoas estudadas foram infectadas pela pandemia, durante o primeiro ano de circulação do vírus. Os pesquisadores acreditam que a incidência da gripe tenha sido a mesma em países em que não há dados disponíveis, o que significa que mais de um quarto da população mundial pode ter sido infectada. De acordo com o artigo, as maiores taxas de infecção foram registradas em crianças e jovens, com 47% das pessoas com idades entre cinco e 19 anos mostrando sinais de contaminação pelo vírus. Os mais velhos foram menos afetados, com a infecção de apenas 11% das pessoas com 65 anos ou mais. O estudo foi baseado em resultados de mais de 20 pesquisas, envolvendo cerca de 90 mil amostras de sangue coletadas antes, durante e depois da pandemia. O material foi testados a partir de anticorpos produzidos pelo corpo em resposta à cepa específica da gripe que causou a pandemia. Estima-se que 200 mil pessoas morreram da doença, que começou no México e se espalhou rapidamente para os demais países ao redor do planeta. Com base nesse número, os autores sugerem que a taxa de mortalidade da H1N1 foi inferior a 0,02%. “Conhecendo a proporção da população infectada em diferentes grupos etários e a proporção de pessoas que morreu, podemos ajudar na criação de um plano de saúde pública para responder às pandemias. Essas informações serão utilizadas [...] para desenvolver modelos matemáticos que prevejam como os surtos de gripe se espalham e quais os efeitos das diferentes intervenções”, acredita o principal autor do estudo, Anthony Mounts, da OMS. O artigo afirma ainda que as múltiplas exposições ao vírus em circulação antes do surgimento da gripe suína podem ter dado às pessoas mais velhas alguma proteção contra o H1N1 que surgiu em 2009. Isso porque as amostras de sangue anteriores à pandemia revelam que 14% das pessoas com 65 anos ou mais já tinham anticorpos que reagiram com a cepa da gripe suína. “Este estudo é o resultado de um esforço conjunto de mais de 27 grupos de pesquisa em todo o mundo. Todos compartilharam seus dados e experiências conosco para ajudar a melhorar nossa compreensão do impacto global da pandemia”, afirmou uma das principais autoras do estudo, Maria Van Kerkhove, do Colégio Imperial de Londres. (Fonte: G1)

Pernilongos podem sobreviver até três meses após criadouros serem destruídos

Altas temperaturas, chuvas intercaladas e o precário saneamento básico em algumas regiões das cidades propiciam uma maior proliferação e desenvolvimento do pernilongo (Culex quinquefasciatus) e de diversas espécies de insetos no verão. “As formas adultas do pernilongo sobrevivem em média três meses, se dispersando num raio de 2,5 quilômetros (km) a procura de abrigo e alimento Devido a isso, mesmo que haja ações de controle químico e ambiental nos criadouros, a comunidade circunvizinha sofre com o problema da infestação enquanto perdurarem as condições favoráveis”, afirma Sirlei Antunes Morais, bióloga da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, autora de livro sobre o inseto junto com o professor Delsio Natal. O livro contém análises e resultados das pesquisas feitas durante o mestrado de Sirlei na FSP sobre a população de Culex do rio Pinheiros, que atravessa a Cidade de São Paulo. Segundo as pesquisas de Sirlei, “as pragas de modo geral proliferam em ambientes degradados, em áreas desmatadas e cidades sem infraestrutura e destino adequado de resíduos sólidos e líquidos tanto domésticos como industriais”, sendo de extrema importância o cuidado não só com o interior da residência, mas com todo o seu perímetro. Riscos – Mais do que incomodar, coçar e zumbir nos ouvidos, os mosquitos podem trazer riscos às pessoas. Em primeiro lugar, “a picada pode desencadear processos alérgicos, dependendo do sistema imune da pessoa”, explica a pesquisadora. Além dos processos alérgicos, muitos destes insetos são vetores em ciclos de doenças mais graves, como o Aedes aegypti, portador do vírus da dengue. Em áreas mais periféricas ou rurais, algumas espécies podem transmitir arbovírus e leishmanias, sem contar o Anopheles, portador de plasmódios da malária. Segundo Sirlei, o pernilongo costuma atacar à noite, enquanto o Aedes ataca durante o dia, o que pode facilitar na sua identificação. “Em áreas urbanizadas os mosquitos que picam durante o dia podem ser apontados como o Aedes aegypti. À noite pode ser o Culex, que transmite a filariose em algumas áreas do Nordeste onde há a presença do agente”, resume. Como evitá-los? – Com base nas informações levantadas durante os estudos, a cientista alerta para os problemas que os mosquitos podem causar e dá dicas para diminuir sua ação. A primeira medida, é não deixar água parada em vasos de plantas, pneus, garrafas e tudo que possa ser um procriador de larvas de mosquitos. Manter os quintais limpos e não jogar lixo a céu aberto são outras medida essenciais. (Fonte: UOL)

Sustentabilidade é a meta

Os brasileiros elegeram, em 2012, 664 mulheres para comandar prefeituras em todas as regiões do Brasil pelos próximos quatro anos. Dirigentes municipais estão em Brasília para o II Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas receberam as boas vindas da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a abertura da Oficina sobre Autonomia Econômica das Mulheres, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na tarde desta segunda-feira (28). Izabella lembrou que o Ministério do Meio Ambiente colocou à disposição dos participantes do evento todas as informações disponíveis sobre os programas que desenvolve para construir um Brasil mais sustentável. Disse que meio ambiente é tudo, ao afirmar que ter qualidade de vida e bem-estar depende da eliminação da miséria. “Um país se constrói com políticas estruturantes de longo prazo, com escolas, educação, sem lixo e com um sistema adequado de tratamento de esgotos”, salientou a ministra. “A proposta do governo federal, é fazer municípios fortes e um Brasil sustentável, sem desigualdades, sem pobreza”. Conquistas - A ministra para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Eleonora Menecucci, coordenadora da mesa, afirmou ser muito importante para o governo federal a participação política das mulheres na ocupação de cargos no Poder Executivo. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, lembrou das grandes conquistas protagonizadas pelas mulheres, que há menos de cem anos sequer podiam votar. ”Hoje estamos aqui discutindo o futuro dos nossos municípios, do nosso país, com competência e eficiência”, acrescentou. Em nome da Secretaria de Relações Institucionais, a ministra Ideli Salvatti falou que as mulheres que ocupam cargos de prestação de serviços estão sob os olhares de todos. “Por isso temos de ser muito competentes, porque podemos melhorar a vida das pessoas”, salientou. Inclusão social - “Tenho um grande orgulho de fazer parte deste time de mulheres, que participam ativamente da execução de políticas sociais para atingirmos a meta de um Brasil sem miséria”, discursou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. É possível, segundo ela, acabar com a miséria nos municípios, promovendo-se a inclusão de milhões e milhões de brasileiros, a partir do trabalho das prefeitas e vice-prefeitas. O II Encontro Nacional de Novos Prefeitos e Prefeitas vai até quarta-feira (30), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Uma equipe técnica do Ministério do Meio Ambiente está a postos para esclarecer dúvidas e fornecer informações sobre os programas e políticas do MMA. O tema do encontro é “Municípios Fortes, Brasil Sustentável” e visa auxiliar os novos gestores a executarem programas e ações federais, com foco no desenvolvimento sustentável. (Fonte: MMA)

Brasileiros querem desenvolver vacina contra hantavírus

Hantavirose Em questão de horas, o raio X do pulmão de um paciente pode passar de normal para o de alguém que está morrendo. A descrição da doença, feita por médicos que já acompanharam casos de hantavirose, é impressionante. O que começa muitas vezes como uma simples febre vira uma pneumonia gravíssima em curto tempo, com pouca chance de reversão. O nome oficial da hantavirose é síndrome pulmonar e cardiovascular por hantavírus (SPCVH). A doença é adquirida ao se respirar a exalação da urina, da saliva e das fezes de ratos silvestres infectados. Desde que foi descoberta nas Américas, em 1993, até hoje foram registrados cerca de 1,6 mil casos no Brasil. O número é baixíssimo, se comparado com outras moléstias, mas o que preocupa é a sua letalidade: quase metade dos infectados morreu. Em 2012, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou no país 47 casos confirmados dessa doença causada pelo que os médicos chamam de vírus emergentes. Diagnóstico da hantavirose O Centro de Pesquisa em Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, que pertence à USP, que construiu um laboratório de nível 3 de biossegurança (o segundo mais seguro da escala) para estudar esse microrganismo tão virulento. Em 2006, pesquisadores da instituição depositaram um pedido de patente, publicada dois anos depois, de uma proteína antigênica de hantavírus - que provoca a formação de anticorpos específicos quando introduzida no organismo. Atualmente, a proteína é usada para fazer o diagnóstico da doença. Mas a ideia agora é criar uma vacina contra a hantavirose a partir dessa proteína. "Como ela induz a produção de anticorpos, poderia ser avaliado o seu potencial como vacina", disse o pesquisador Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, coordenador do projeto. "Temos de saber antes se essa proteína que produzimos protege animais contra a infecção. Se ela proteger, vamos em frente até chegar ao homem. É um processo demorado, mas nós pretendemos começar", afirmou. A fim de produzir a proteína do hantavírus, os pesquisadores selecionaram um gene do vírus Araraquara - principal responsável pelas hantaviroses da região de Cerrado brasileiro, atingindo uma área que vai do nordeste do Estado de São Paulo até o sul do Maranhão - e o transferiram para uma bactéria. A bactéria passou a produzir a proteína, que depois foi purificada pelos cientistas para ser utilizada nos testes. Os anticorpos no sangue do paciente são detectados por um teste imunoenzimático denominado Elisa. Oropouche Outro vírus na mira dos cientistas é o oropouche, bastante importante para a saúde pública, principalmente na Amazônia. "Há mais de meio milhão de casos de infecção pelo vírus oropouche no Brasil; ele só perde para a dengue em termos de frequência de arbovírus [transmitidos por artrópodes, como os mosquitos]", disse o virologista Eurico de Arruda Neto O vírus causa uma doença similar à dengue, chamada febre do oropouche. Mas, em cerca de 5% dos casos, ele pode provocar também meningoencefalite. Até pouco tempo atrás, ninguém sabia como ele matava as células que infectava. "Descobrimos que o vírus oropouche de fato mata a célula porque induz a apoptose (morte celular programada). Essa apoptose é mediada pela via mitocondrial e é dependente de uma proteína viral específica, chamada NSs", disse Arruda. Com base em dados epidemiológicos e sorológicos, os pesquisadores acreditam que o vírus está mudando de comportamento e aparecendo em outras regiões do Brasil, além do Norte. "Os médicos aqui do Sudeste não conhecem esse vírus, mal o estudam na escola de medicina, porque é um vírus amazônico. Mas acho que ele circula muito mais do que a gente pensa no Sudeste. Só que ele circula na mesma época da dengue, então o médico confunde o quadro clínico com dengue", disse Arruda. A fim de testar drogas e vacinas contra o oropouche, os pesquisadores desenvolveram modelos experimentais de infecção em hamster e em camundongo. "Em ambos os animais, o vírus mostrou infectar o sistema nervoso central afetando neurônios e induzindo a apoptose deles. Além do sistema nervoso central, o vírus também se replica com bastante intensidade no fígado, matando células hepáticas", explicou Arruda.Agência Fapesp

Surgem esperanças de uma vacina contra Alzheimer

Estimular a defesa natural Cientistas da Universidade de Laval (Canadá) descobriram uma forma de estimular o mecanismo de defesa natural do cérebro em pessoas com Mal de Alzheimer. A descoberta, publicada na revista científica PNAS, abre o caminho para o desenvolvimento de um tratamento para a doença, hoje incurável. Mais do que isso, afirmam o Dr. Serge Rivest e sua equipe, os resultados abrem a possibilidade da criação de uma vacina contra Alzheimer. Placas senis Uma das principais características do Mal de Alzheimer é a produção de uma molécula conhecida como beta amiloide. As células microgliais, as defensoras do sistema nervoso, são incapazes de eliminar essa substância, que se acumula e forma placas conhecidas como placas senis. Os pesquisadores agora identificaram uma molécula que incrementa a atividade das células imunológicas do cérebro - a molécula é chamada MPL (lipídio monofosforil A). Em um estudo em camundongos, injeções de MPL por um período de 20 semanas eliminaram até 80% das placas senis. Além disso, testes que avaliam a capacidade dos camundongos para aprender novas tarefas mostraram melhorias significativas de desempenho no mesmo período. Vacina contra Alzheimer? Segundo os pesquisadores, há duas possibilidades de uso para a MPL. Na primeira, a droga poderia ser injetada por via intramuscular para retardar o desenvolvimento da doença. Na segunda, ela poderia ser incorporada em uma vacina para estimular a produção de anticorpos contra as amiloides beta. "A vacina poderia ser dada a pessoas que já têm a doença para estimular sua imunidade natural," disse o Dr. Rivest. "Ela também poderia ser administrada como medida preventiva em pessoas com fatores de risco para a doença de Alzheimer". Antes disso, porém, será necessário efetuar os testes clínicos em humanos. Redação do Diário da Saúde

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Resistência a antibióticos pode causar desastre “apocalíptico”

O aumento de bactérias resistentes a antibióticos não é nenhuma novidade – só no ano passado, diversos alertas foram feitos por médicos e especialistas, e até pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a iminente crise de infecções resistentes a drogas que pode acabar com a medicina moderna. Agora, a diretora-médica da Inglaterra, Dame Sally Davies, afirmou que essa crise é comparável à ameaça do aquecimento global para nossa sociedade. Como existem poucos antibióticos para substituir os remédios que estão ficando comprometidos, no futuro, uma cirurgia de rotina pode se tornar mortal devido à ameaça de infecção. Segundo os especialistas, este é um problema global que precisa de muito mais atenção. Os antibióticos têm sido uma das maiores histórias de sucesso na medicina. No entanto, as bactérias são inimigos fácil e rapidamente adaptáveis que encontram novas maneiras de burlar as drogas. Há crescentes relatos de resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia nas enfermarias de hospitais de todo o mundo. Hoje em dia, só há um antibiótico útil para tratar a gonorreia. “Podemos nunca ver o aquecimento global – o cenário apocalíptico atual é que, quando eu precisar de um novo quadril daqui 20 anos, morrerei de uma infecção de rotina porque nós não temos mais antibióticos funcionais”, argumenta Sally Davies. “Não há um mercado para fazer novos antibióticos, de modo que, conforme essas bactérias se tornam resistentes, o que fariam naturalmente, mas que estamos acelerando por causa da forma como os antibióticos são usados, não haverá novos remédios”, explica. Medidas urgentes Se ninguém fizer nada, a Organização Mundial de Saúde prevê que o mundo caminhará para uma “era pós-antibióticos”, no qual “muitas infecções comuns não terão mais uma cura e, mais uma vez, matarão”. “Esse é um assunto muito sério. Precisamos prestar mais atenção a ele. Precisamos de recursos para a vigilância, recursos para lidar com o problema e para obter informações públicas”, afirma Hugh Pennington, microbiologista da Universidade de Aberdeen (Escócia). As empresas farmacêuticas estão ficando sem opções. “Temos de estar cientes de que não vamos ter novos remédios milagrosos, porque simplesmente não há nenhum”, alerta. Enquanto os cientistas não descobrem uma solução para esse problema, as pessoas podem fazer a parte delas especialmente não tomando antibióticos sem ser absolutamente necessário. O uso desses medicamentos em casos desnecessários faz com que diversas variedades de bactérias se tornem resistentes aos antibióticos modernos.[BBC]

Bactérias resistentes ‘ameaçam mais que aquecimento global’

O aumento de infecções resistentes a medicamentos é comparável à ameaça do aquecimento global, de acordo com a principal autoridade de Saúde da Inglaterra. Sally Davies, chefe do serviço médico civil da Inglaterra, disse que as bactérias foram se tornando resistentes às drogas atuais e há poucos antibióticos para substituí-las. Ela disse a uma comissão de deputados britânicos que uma operação de rotina pode se tornar letal devido à ameaça de infecção. Especialistas disseram que este é uma problema global e que precisa de mais atenção. Os antibióticos são uma das maiores histórias de sucesso na medicina. No entanto, as bactérias são um inimigo que se adapta rapidamente e encontra novas maneiras de burlar as drogas. Um dos exemplos desta ameaça é o Staphylococcus aureus resistente à meticilina – ou SARM (também conhecido pela sigla em inglês MRSA – Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) -, uma bactéria que rapidamente se tornou uma das palavras mais temidas nas enfermarias de hospitais, e há também crescentes relatos de resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia. “Cenário apocalíptico” – Davies disse: “É possível que a gente jamais veja o aquecimento global acontecer, então o cenário apocalíptico é quando eu precisar operar meu quadril daqui a em 20 anos e for morrer de uma infecção de rotina, porque os antibióticos não funcionam mais.” Ela disse que só um único antibiótico sobrou para tratar a gonorreia. “É muito grave, e é muito grave porque nós não estamos usando nossos antibióticos de forma efetiva”. “Não há um modelo de mercado para fazer novos antibióticos, de modo que estas bactérias se tornaram resistentes, o que ocorreria naturalmente, mas estamos estimulando isso pela forma com que antibióticos são usados, e não haverá novos antibióticos adiante.” Arsenal vazio – O alerta feito pela especialista no Parlamento britânico ecoa avisos semelhantes feitos pela Organização Mundial de Saúde, dizendo que o mundo está caminhando para uma “era pós-antibióticos”, a menos que sejam tomadas medidas. A entidade pinta um futuro no qual “muitas infecções comuns não terão mais uma cura e, mais uma vez, matarão incessantemente”. O professor Hugh Pennington, microbiologista da Universidade de Aberdeen, disse que a resistência a drogas é “um problema muito, muito sério”. “Precisamos prestar mais atenção a ele. Precisamos de recursos para monitoramento, para lidar com o problema e para fazer informações públicas circularem adequadamente.” Ele sublinhou que este não era um problema exclusivo da Grã Bretanha. “As pessoas estão indo para o exterior para operações, ou para, vamos dizer, fazer turismo sexual e trazer para cá gonorreia, que é um grande problema em termos de resistência a antibióticos – e também há tuberculose em muitas partes do mundo”. Pennington disse que as empresas fabricantes estavam sem opções também, porque todas as drogas mais simples já haviam sido produzidas. “Temos de estar cientes de que não vamos ter novos remédios milagrosos, porque simplesmente não há novos remédios”. (Fonte: G1)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Como os prefeitos podem aderir ao Programa Cidades Sustentáveis

Uma carta de uma página que contém a promessa de mudar toda história de um município. Este é o poder implícito na carta compromisso do Programa Cidades Sustentáveis (PCS), que tem como missão sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável. Dentro do programa, a Plataforma Cidades Sustentáveis traz uma agenda que aborda diferentes áreas da gestão pública com indicadores para o desenvolvimento, execução e avaliação de políticas públicas. A plataforma inclui ainda um banco de dados com exemplos de boas práticas nacionais e internacionais em sustentabilidade. Conheça o vídeo explicativo do programa: A assinatura da carta é um meio do gesto confirmar seu engajamento com o desenvolvimento sustentável em seu município. Os signatários se comprometem em promover a Plataforma Cidades Sustentáveis em suas cidades e a prestar contas das ações desenvolvidas e dos avanços alcançados por meio de relatórios, revelando a evolução dos indicadores básicos relacionados a cada eixo. O documento possui 100 indicadores, abordando a governança municipal através de 12 eixos temáticos: Bens naturais; Justiça social; Cultura de paz; Gestão local para sustentabilidade; Planejamento e desenho urbano; Cultura; Educação e qualidade de vida; Economia dinâmica; Consumo responsável; Mobilidade urbana; Ação social para a saúde. Adesão Os prefeitos que desejam aderir o programa precisam apenas assinar o documento, disponível na Plataforma Cidades Sustentáveis, e enviá-lo ao endereço do projeto. Caso desejem lançar publicamente o apoio ao programa, basta enviar um e-mail. Simples assim. Após a adesão, os prefeitos têm acesso a ferramentas que o ajudam na missão de fazer as cidades se desenvolverem de forma justa e sustentável. Portal EcoD

Mudanças climáticas: uma questão de educação

Pedagogos ambientais pesquisam maneiras mais eficientes de transmitir informações ambientais. O tema deve ser abordado em cursos universitários, escolas e na formação de jornalistas. Todo mundo discute as mudanças climáticas. Muitas notícias tratam desse tema, que também é considerado uma das grandes questões da política ambiental desta década. Pelo menos essa é a impressão que ficou após as últimas Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2012, no México, de 2011, na África do Sul, e de 2012, no Catar. Porém, uma pesquisa realizada pela Comissão Europeia revelou que essa impressão não condiz com a realidade. Os resultados indicaram que um quarto dos europeus são céticos com relação às mudanças climáticas. Além disso, quase metade dos entrevistados não se considera bem informado sobre o aquecimento global. “Em geral, há um conhecimento superficial. Quando se trata de um tema específico, a maioria da população sabe pouco sobre o assunto”, conta Udo Kuckartz, professor de Pedagogia da Universidade de Marburg. “Precisamos de novos modelos educacionais para tratar das questões climáticas e abordagens que transformem conhecimentos em atitudes pró-ambientais.” Da teoria à prática – Kuckratz, um dos pesquisadores sobre consciência ambiental mais conhecidos da Alemanha, levanta a seguinte questão: Qual é o método didático mais eficiente para se abordar a mudança climática com o objetivo de gerar ações a favor do meio ambiente? Pedagogos e psicólogos do mundo inteiro trabalham em pesquisas nessa área. A mudança climática é um novo campo de investigação. A maioria das pesquisas parte do seguinte princípio: descobrir quais são os modelos didáticos utilizados atualmente para tratar dessa questão e quais deles mostram-se eficientes em escolas e cursos de graduação e pós-graduação. Segundo Gerhard de Haan, professor de Pedagogia da Universidade Livre de Berlim (FU Berlin), a maioria dos cursos que abordam a temática é de formação profissional complementar, voltada para adultos. De Haan destaca a eficiência de bolsas para pesquisa, como as concedidas pela Fundação Humboldt a pesquisadores de países emergentes e em desenvolvimento. Através desse programa, os bolsistas podem trabalhar por um ano em projetos energéticos e climáticos em universidades alemãs. “Essas ações são muito eficientes, pois focam em multiplicadores e são voltadas para o lado econômico. Fundações, empresas e governo deveriam oferecer mais bolsas como essa”, diz. Vários grupos de empresas já financiam pesquisadores. “Tem muita coisa acontecendo no momento”, diz Kuckartz. Além disso, há iniciativas governamentais, como na Dinamarca. Por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de Copenhague, em 2009, o governo distribuiu bolsas de estudo para estudantes estrangeiros em áreas como tecnologia eólica, engenharia e química ambiental. Novos programas de estudo – Kuckartz observou que na última década foram criados vários cursos universitários com foco em temas como clima e energia. “Entretanto, a maioria deles é nas áreas de ciências naturais ou administração ambiental. Cursos com conteúdos sociais quase inexistem.” Há também um déficit nas escolas. “Educação ambiental é um tema tratado, principalmente, nas aulas de geografia e não em outras disciplinas, como biologia, política e ciências sociais”, explica De Haan. Além disso, o conteúdo ambiental não faz parte da grade curricular dos cursos de formação dos futuros professores. Posteriormente, os docentes decidem se abordarão ou não o tema em suas aulas. Existem, entretanto, algumas iniciativas regionais. É o caso do programa de formação complementar Coragem para a Sustentabilidade, financiado pela Unesco. Esse projeto foi desenvolvido por um grupo de fundações em parceira com o governo federal alemão e é oferecido aprofessores dos estados de Hessen, Sarre e Renânia-Palatinado. Mas a oferta ainda é pequena. “Apenas 5% das escolas são alcançadas pela iniciativa”, diz Kuckartz. Formação de jornalistas: EUA como modelo – A falta de conhecimento sobre questões relacionadas ao meio ambiente também atinge outros setores. Os meios de comunicação de massa são os principais fornecedores de informação sobre o clima. No entanto, na Europa faltam disciplinas sobre esse tema nas grades universitárias para os estudantes de jornalismo. Já nos Estados Unidos, há vários cursos de jornalismo ambiental. Também são frequentes os debates especializados sobre o tema. Há ainda atores internacionais relevantes na área, como a Sociedade de Jornalistas Ambientais (SEJ, na sigla em inglês), que foca na questão de como produzir melhores matérias sobre clima e meio ambiente. Porém, o jornalismo europeu parece estar se mexendo, dedicando-se com cada vez mais frequência aos temas clima e sustentabilidade. Grandes eventos deram um novo sentido à temática, como o Global Media Forum da Deutsche Welle de 2010 – voltado à formação de jornalistas sobre as mudanças climáticas. (Fonte: Portal Terra)

Ministério da Saúde anuncia produção de insulina no Brasil

Transferência de tecnologia O Laboratório Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vai passar a produzir insulina, medicamento usado no tratamento do diabetes. Um acordo firmado entre o governo e o laboratório ucraniano Indar, que vai transferir a tecnologia, irá permitir a produção nacional do remédio, segundo o Ministério da Saúde. A previsão é que, em três anos, o Brasil passe a fabricar a droga em escala industrial. Pelo cronograma, o início da produção de cristais de insulina pela Fiocruz começa este ano. A fábrica de produção dos cristais (princípio ativo do medicamento) estará estruturada em 2014. No ano seguinte, serão feitos testes, qualificações e ajustes técnicos para a validação das instalações produtivas. Em 2016, a transferência de tecnologia pelo laboratório Indar à Fiocruz será concluída para o início da produção em escala industrial e, em 2017, o país estará preparado para a fabricação em grande escala. "Calcula-se que a parceira entre a Fiocruz e o laboratório Indar resulte em uma economia de R$ 800 milhões para o governo brasileiro (considerando também a redução no preço dos insumos)", informou o ministério, por meio de nota. Ao todo, 7,6 milhões de brasileiros têm diabetes, dos quais 900 mil dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Inovação na produção de insulina Outra novidade anunciada pelo Ministério da Saúde é uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório privado Biomm. A empresa brasileira detém tecnologia totalmente nacional e inovadora para a produção de insulina, que foi patenteada em conjunto com a Universidade de Brasília e é reconhecida por países com os EUA, Canadá e Comunidade Europeia. "Este estímulo do Ministério da Saúde trará de volta, para produzir no país, a antiga líder nacional, que se retirou do mercado farmacêutico brasileiro no começo dos anos 2000", observa Alexandre Padilha, em referência à Biobrás. "Isto dá mais segurança aos pacientes e ao SUS", acrescenta o ministro. "Esta parceria permitirá ao Brasil obter todo o ciclo de produção de insulina, possibilitando que o país conquiste autonomia tecnológica para a consequente eliminação de dificuldades de abastecimento do medicamento e de vulnerabilidade em relação a flutuações de preços no mercado mundial", afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. Ministério da Saúde e Agência Brasil

Ministério da Saúde quer mais pesquisa científica em DST, AIDS e hepatite

Mais ciência O Ministério da Saúde lançou edital para selecionar pesquisas em DST, AIDS e hepatites virais. O edital, que contempla 23 linhas de pesquisa, prevê investimentos de R$ 4 milhões para o financiamento dos estudos. Os projetos devem escolher entre três temas: prevenção e epidemiologia; diagnóstico e desenvolvimento tecnológico; e gestão e avaliação de políticas públicas de saúde. Prevenção e epidemiologia Metade dos recursos se destina a pesquisas voltadas para prevenção e epidemiologia. Uma das linhas de pesquisa nessa área é a aceitabilidade e a efetividade de novas tecnologias de prevenção ao HIV, como profilaxia pré-exposição sexual, circuncisão, tratamento como prevenção e microbicidas. Entre as populações-alvo dos estudos estão profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, travestis e transgêneros. O investimento em pesquisas tem como foco, ainda, pessoas privadas de liberdade e população de rua. "É fundamental conhecer as metodologias de intervenções locais bem-sucedidas, principalmente com foco em populações em situação de maior vulnerabilidade", avalia o diretor do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco. Incentivo à pesquisa Segundo Greco, o incentivo à pesquisa contribui para o aprimoramento da política brasileira de AIDS e hepatites virais, e para a implementação de políticas públicas de saúde. Podem participar da seleção, instituições de ensino superior, institutos e centros de pesquisa e desenvolvimento públicos ou privados, sem fins lucrativos. Empresas públicas, organizações não-governamentais e serviços de saúde que desenvolvam atividades de pesquisa, também podem concorrer ao financiamento. As inscrições já estão abertas e o edital completo pode ser acessado no site do ministério. Agência Brasil

Tecnologia pode tirar do leite proteína que causa alergia

Alergia ao leite bovino A pesquisadora Mariana Bataglin Villas Boas, da Unicamp, conseguiu modificar uma proteína do leite bovino que é capaz de causar alergia principalmente em crianças. Isso cria uma alternativa à formulação de ingredientes na alimentação que sejam menos nocivos às pessoas suscetíveis a esta reação imunológica. Mariana debruçou-se sobre a proteína chamada beta-lactoglobulina, existente no leite de mamíferos, exceto no de humanos. Essa proteína pode desencadear desde um simples processo alérgico, como coceira, até sintomas mais graves, atingindo o trato gastrointestinal e provocando diarreia, irritação e fezes sanguinolentas. Proteína, mas sem alergia A pesquisa envolveu a modificação estrutural da proteína usando dois processos - polimerização por transglutaminase e hidrólise por proteases - que diminuem a resposta do sistema imunológico. Isso implicou em alterar a proteína em diferentes pontos de sua estrutura, avaliando se ainda ela permanecia com seu componente alérgico após cada modificação. "Não queríamos que ela ficasse como uma fórmula hidrolisada e sim que conservasse algumas das suas características. Mas reconhecemos que, a partir do momento em que acontecem alterações, ela já não pode ser mais reconhecida como algo alergênico," diz a pesquisadora. O leite bovino, segundo ela, "puxa" a lista dos alimentos potencialmente alergênicos. Alergia e intolerância ao leite A alergia ao leite bovino não é o mesmo que intolerância ao alimento, que envolve um processo voltado à incapacidade de digestão da lactose, e não uma reação alérgica. Os produtos disponíveis no mercado com fórmulas destinadas às crianças com problemas de alergia à proteína do leite ainda apresentam uma "alergenicidade residual", decorrente do fato de a hidrólise isoladamente ter uma ação limitada - daí o uso da segunda técnica (polimerização), de forma a obter um resultado completo. A proteína estudada por Mariana não é encontrada no leite materno. Este é um ponto crucial a ser esclarecido, sinaliza ela, já que o leite materno é mais indispensável ainda nos primeiros meses de vida, e o recém-nascido pode não aceitar uma proteína vinda do leite bovino, comumente usado como substituto. Jornal da Unicamp

Tipo de colesterol quase desconhecido pode ser o pior de todos

Pior tipo de colesterol Você já ouviu falar muitas vezes de colesterol bom e colesterol ruim. Mas já ouviu algo sobre "colesterol horrível"? Segundo cientistas dinamarqueses, é esse "colesterol horrível" o responsável pelo aumento do risco de ataques cardíacos isquêmicos - o risco chega a ser três vezes maior para os portadores desse tipo de colesterol. Embora os cientistas tenham dividido o colesterol entre bom e ruim, ninguém até hoje sabia explicar porque muitas pessoas com níveis normais de colesterol também desenvolvem as doenças cardiovasculares. Colesterol remanescente Enquanto o nome de "colesterol ruim" vai para as LDL (Low-Density Lipoproteins, lipoproteínas de densidade baixa), o "colesterol muito ruim" é derivado das VLDL (Very Low-Density Lipoproteins, lipoproteínas de densidade muito baixa). Ele também é conhecido como colesterol remanescente, já que é formado por partículas remanescentes de colesterol, algo parecido com uma "sobra de colesterol" - isso faz com que esse tipo de colesterol responda também pela sigla RLP (remnant-like particle, partículas similares a sobras, em tradução livre). "Um alto nível de colesterol horrível é resultado de níveis elevados de gordura normal no sangue (triglicérides). As causas mais importantes do colesterol muito ruim alto são o sobrepeso e a obesidade. Pessoas com colesterol muito ruim alto devem ser aconselhadas a perder peso, mas drogas como estatinas e fibratos também podem reduzir os níveis de colesterol horrível no sangue," diz o Dr. Borge Nordestgaard, da Universidade de Copenhague. Metabolização do colesterol Um novo estudo realizado pela equipe do Dr. Nordestgaard demonstrou que não é exatamente o colesterol ruim, mas o colesterol horrível, o grande responsável pelo risco cardiovascular. "O colesterol LDL, ou mau colesterol, é obviamente ruim, mas nosso novo estudo revelou que é o colesterol horrível a causa direta da arteriosclerose, o endurecimento das artérias, que resulta em ataques cardíacos isquêmicos e morte prematura," diz o pesquisador. O estudo analisou 73.000 pessoas, mostrando que quem tem altos níveis de colesterol RLP, ou colesterol remanescente, têm três vezes mais chance de ter esse um ataque cardíaco isquêmico, que é causado pela falta de oxigênio no músculo cardíaco devido ao estreitamento das artérias. Normalmente o colesterol remanescente é metabolizado pelo fígado, mas parece haver indivíduos em que essa metabolização fica comprometida, o que foi o foco deste estudo. Os pesquisadores identificaram 20.000 pessoas, dentre as 73.000 pesquisadas, que apresentavam níveis elevados de colesterol remanescente, eventualmente devido a predisposições genéticas. Remédios e exames "Eu espero que esse novo conhecimento leve a melhores tratamentos preventivos, e espero também que a indústria farmacêutica possa desenvolver novas drogas destinadas especificamente para baixar índices elevados do colesterol horrível," concluiu o pesquisador. Outra esperança é que os pesquisadores possam desenvolver exames capazes de detectar o colesterol remanescente em testes normais de sangue, como os usados hoje para detectar os níveis de colesterol bom e ruim e triglicérides. O estudo mostrou que há uma correlação direta entre o nível de triglicérides no sangue e os elevados níveis de colesterol remanescente. http://www.diariodasaude.com.br

Asiáticos e índios vêm de grupo chinês de 40 mil anos, mostra DNA

Os atuais asiáticos e indígenas das Américas são descendentes de um grupo de pessoas que viveu na China há 40 mil anos, segundo análise do DNA de um fóssil cujo estudo foi publicado esta semana nos Estados Unidos. A análise genética do osso de uma perna descoberto em 2003 em uma caverna em Tianyun, na China, mostrou que os primeiros humanos modernos em Pequim se diferenciavam geneticamente de seus ancestrais, os europeus modernos. Para a pesquisa, realizada por cientistas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha, e da Academia Chinesa de Ciências, foi usado o DNA nuclear e mitocondrial do fóssil. Com base nessas análises, foi reconstruído o perfil genético do dono da perna, um indivíduo que viveu em uma época relevante da história dos humanos modernos, afirmaram os cientistas em comunicado divulgado na segunda-feira (21). “Essa pessoa viveu durante uma importante transição evolutiva dos primeiros humanos modernos, que compartilhavam algumas características com as espécies anteriores, como os neandertais, e substituíram os neandertais e os denisovanos, posteriormente extintos”, disse o principal autor do estudo, Svante Paabo, do Max Planck. A análise genética dos ossos antigos mostrou semelhanças com os perfis dos asiáticos e nativos americanos da atualidade, explicaram os pesquisadores. O estudo também demonstrou que os primeiros humanos modernos que viveram perto de Pequim já tinham se separado geneticamente dos ancestrais dos europeus modernos. Além disso, a proporção de DNA dos neandertais e dos denisovanos não era maior que a dos humanos modernos na região. Cientistas já tinham encontrado fósseis de habitantes da Eurásia de 40 mil e 50 mil anos, com um aspecto similar aos seres humanos de hoje. No entanto, os pesquisadores destacam em que a relação genética entre esses primeiros humanos e a população atual não tinha tomado forma, como agora. “Análises adicionais dos primeiros humanos modernos de toda a Eurásia nos permitiriam ajustar nossa compreensão de quando e como os humanos modernos se distribuíram pela Europa e Ásia”, disse Paabo. (Fonte: G1)

Ministério do Meio Ambiente vai mapear florestas brasileiras

Equipes de técnicos e especialistas começam a ser deslocadas este ano para a Amazônia, onde terão que mapear as florestas da região em detalhes. Atualmente, apesar de o Brasil ser coberto por 60% de florestas nativas, os dados sobre estas áreas limitam-se a imagens da cobertura vegetal, por satélites, por exemplo. O objetivo do governo é detalhar aspectos como a qualidade dos solos, as espécies existentes em cada área e o potencial de captura e emissão de gás carbônico pelas florestas. Os investimentos para o levantamento somam, pelo menos, R$ 65 milhões. Os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foram contratados nesta quinta-feira (24) pelo Ministério do Meio Ambiente. A proposta é que as equipes coletem em campo as informações sobre as áreas e analisem todo o material que vai compor o Inventário Florestal Nacional (IFN), que começou a ser construído em 2010. “Em debates internacionais sobre mudanças de clima, por exemplo, saberemos que florestas são estas que temos, qual a qualidade de nossas florestas, teremos descoberta de espécies, conhecimento sobre espécies em extinção, além das informações sobre a distribuição desses territórios e do potencial de uso econômico das florestas”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O inventário também reunirá informações sobre florestas situadas em outros biomas, como o Cerrado e a Caatinga. Desde que o projeto foi aprovado, o governo mapeou florestas em Santa Catarina e no Distrito Federal, em uma fase experimental. Para o levantamento no Cerrado, o Banco Interamericano de Desenvolvimento disponibilizou US$ 10 milhões e, em Santa Catarina, os técnicos descobriram florestas que estão sendo regeneradas naturalmente, sem que os especialistas soubessem que o processo estava ocorrendo. Ao todo serão mapeados quase 22 mil pontos em todo o território nacional. Em toda Amazônia, haverá em torno de 7 mil pontos. Apenas no Arco do Desmatamento, formado por Rondônia, centro e norte do Mato Grosso e leste do Pará e onde será iniciado o levantamento da região, serão levantadas informações de cerca de 3 mil pontos amostrais, distantes 20 quilômetros um do outro. As informações detalhadas sobres as florestas brasileiras também devem balizar as políticas do governo para conservação da biodiversidade no território nacional e as novas concessões florestais. “O Brasil só fez um levantamento como este uma vez, que foi publicado nos anos 1980, com dados dos anos 1970 e não foi um levantamento nacional. Este é o primeiro ‘censo’ florestal e será o trabalho de maior envergadura de todo o planeta”, disse Izabella Teixeira. “Normalmente vemos as florestas do ponto de vista de perda [desmatamento e queimadas]. Com o inventário vamos conhecer a floresta por dentro. Vamos obter vários resultados. A ideia é que, de 5 em 5 anos, façamos novas medições”, acrescentou Antônio Carlos Hummel, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que está conduzindo o levantamento. Além de dados sobre espécies arbóreas e sobre o solo, Hummel destacou que a população que vive no entorno das florestas também será questionada. Segundo ele, serão aplicados quatro diferentes questionários para saber como estas comunidades convivem nestes territórios. Os dados serão divulgados parcialmente todos os anos, mas a conclusão de todo o levantamento só sairá em 2016. (Fonte: Agência Brasil)

Vacina tetravalente contra a dengue é testada com sucesso

Cientistas do NIH (Institutos Nacionais de Saúde, dos EUA) desenvolveram uma vacina tretavalente segura contra a dengue que se provou eficaz em estimular uma resposta imune forte na maioria dos pacientes. A dengue é uma doença causada por quatro vírus relacionados – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – transmitidos aos seres humanos por mosquitos Aedes. É prevalente em muitas regiões tropicais e subtropicais do mundo. A Organização Mundial de Saúde estima que, a cada ano, 50 a 100 milhões de casos de dengue ocorrem em todo o mundo, resultando em 500.000 internações de pacientes com casos graves. No Brasil, o número de casos de dengue este mês diminuiu 60% em relação a janeiro do ano passado, segundo o Programa Nacional de Controle da Dengue. Em janeiro de 2011 foram registrados 40 mil casos em todo o país, enquanto em 2012 foram registrados 16 mil. Contra tudo e contra todos A infecção com um dos vírus da dengue resulta na imunidade a esse vírus específico, mas não aos outros três. Pesquisas mostram que a probabilidade de doença grave aumenta quando uma pessoa é subsequentemente infectada com um vírus da dengue diferente. Isso sugere que a vacina da dengue ideal seria tetravalente, isto é, protegeria contra os quatro vírus da dengue simultaneamente. “A carga global de dengue é enorme e está crescendo”, disse Anthony S. Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte do NIH. “Estamos cautelosamente otimistas sobre estes recentes resultados de ensaios clínicos com a vacina tetravalente desenvolvida, mas muito mais trabalho ainda precisa ser feito”. Fase I: sucesso A Fase I do estudo clínico, lançada em julho de 2010 e coordenada por Anna Durbin, da Universidade Johns Hopkins em Baltimore (EUA), testou uma dose única de quatro versões da vacina contra a dengue. As vacinas são feitas de vírus vivos atenuados, o que significa que contêm vírus enfraquecidos o suficiente para não causar a doença, mas induzir uma resposta imune. Cada uma das quatro vacinas testadas incluíram misturas diferentes de componentes destinados a proteger contra os quatro vírus da dengue. 112 homens e mulheres saudáveis com idades entre 18 a 50 anos que não tinham sido previamente expostos ao vírus da dengue ou afins, como vírus do Nilo Ocidental e vírus da febre amarela, participaram do estudo. Os participantes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos. Em cada grupo, 20 voluntários receberam uma única dose de 0,5 mililitro subcutânea (sob a pele) de uma das combinações de vacinas tetravalentes, e outros 8 receberam placebo. Todos foram monitorados para reações adversas imediatas por pelo menos 30 minutos após a vacinação. Subsequentemente, suas temperaturas corporais foram monitoradas três vezes por dia durante 16 dias. Exames físicos foram feitos nos dias 16, 21, 28, 42 e 180 do estudo. As quatro combinações de vacinas induziram respostas de anticorpos contra cada um dos vírus da dengue. A combinação de vacina TV003 pareceu induzir a resposta mais equilibrada de anticorpos contra os vírus de dengue. Uma dose única de TV003 resultou em uma resposta de anticorpos a todos os quatro vírus da dengue em 45% dos participantes, e contra três dos quatro vírus em adicionais 45% dos pacientes. No geral, uma resposta imunitária a pelo menos três vírus foi observada em 90% dos indivíduos vacinados com TV003. “O que é mais promissor é que TV003 obteve respostas de anticorpos sólidos após apenas uma dose. Outras vacinas em desenvolvimento requerem duas ou três injeções em doses mais elevadas para atingir resultados semelhantes”, explicou Stephen Whitehead, do Laboratório NIAID. Todas as quatro candidatas a vacinas tetravalentes foram consideradas seguras, e nenhum participante experimentou febre ou outros sintomas de dengue após a vacinação. O efeito colateral mais comum foi uma erupção cutânea fraca (64% dos indivíduos vacinados), composta por pequenos inchaços não dolorosos nos braços e torso, que sumiram dentro de cinco a sete dias. A presença da erupção pareceu correlacionar-se com a cor de pele branca e com uma forte resposta imune à vacina. 90% dos vacinados brancos registraram uma erupção relacionada com a vacina, enquanto apenas 35% dos afro-americanos vacinados desenvolveram uma erupção cutânea. Além disso, 97% dos vacinados brancos (42 de 43) desenvolveram anticorpos contra pelo menos três dos vírus da dengue, em comparação com 60% dos receptores de vacina afro-americanos (22 de 37). Não está claro o que causou essa diferença, mas estudos anteriores de surtos graves de dengue no Brasil, Cuba e Haiti sugerem que os negros podem ter alguma proteção inerente da infecção por dengue. Alternativamente, fatores desconhecidos podem ter resultado numa fraca resposta de anticorpos à vacina entre afro-americanos. Novas pesquisas sobre diferenças raciais na infecção por dengue e taxas de resposta de anticorpos à vacina contra a dengue são necessárias para entender essas conclusões. O próximo passo da pesquisa é avaliar ainda mais a segurança da vacina e sua capacidade de estimular uma resposta imune em voluntários saudáveis e em pessoas que foram infectadas anteriormente pela dengue ou vírus relacionados. Brasil em teste A produção barata de TV003 (custo inferior a US$ 1 ou cerca de R$ 2,05 por dose) é fundamental para seu uso potencial em países em desenvolvimento. Fabricantes no Brasil, Índia e Vietnã, países onde a dengue é predominante, já licenciaram a tecnologia da vacina para produção e avaliação. Ensaios de Fase II para testar a segurança de TV003 e sua capacidade de criar uma resposta imunológica começarão em breve no Brasil e na Tailândia. http://hypescience.com

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nasa mostra que seca de 2005 afetou área da Amazônia por anos

Um estudo da agência espacial americana (Nasa) revela que uma área da floresta amazônica com duas vezes o tamanho da Califórnia (equivalente a mais de 800 mil quilômetros quadrados) continuou sofrendo os efeitos de uma grande seca que começou em 2005. Os resultados foram publicados na revista “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA. A pesquisa sugere que a floresta tropical amazônica pode estar mostrando os primeiros sinais de degradação em larga escala devido à mudança climática. A equipe internacional de pesquisadores, liderados pela Nasa, avaliou mais de uma década de dados captados por satélite entre 2000 e 2009 sobre a Amazônia. A análise também incluiu medições da precipitação das chuvas tropicais, do teor de umidade e da cobertura florestal. Os resultados revelam que, durante o verão de 2005, mais de 700 mil quilômetros quadrados (70 milhões de hectares) de floresta no sudoeste da Amazônia enfrentaram uma extensa e severa seca. A “megasseca”, como é chamada pelos pesquisadores, provocou danos generalizados à cobertura florestal, com a morte de galhos e quedas de árvores, especialmente as maiores e mais antigas, que são mais vulneráveis do que às demais por oferecem abrigo ao restante da vegetação. Embora os níveis de precipitação tenham voltado ao normal nos anos seguintes à seca, os prejuízos continuaram durante a segunda grave seca que começou em 2010, acreditam os cientistas. Esse “golpe duplo”, afirma o artigo, sugere um efeito generalizado das mudanças climáticas nas regiões sul e oeste da Amazônia. “Esperávamos que a cobertura da floresta se recuperasse depois de um ano com o vigor da nova vegetação, mas o dano parece persistir até a seca subsequente, em 2010″, afirmou o coautor do estudo, Yadvinder Malhi, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os pesquisadores atribuem a seca de 2005 ao aquecimento das temperaturas da superfície do mar do Atlântico tropical. “O mesmo fenômeno climático que ajudou a formar os furacões Katrina e Rita, ao longo da costa dos EUA, em 2005, provavelmente também causou a grave seca no sudoeste da Amazônia”, acredita Sassan Saatchi, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. De acordo com ele, o estudo indica que as “megassecas” podem ter efeitos duradouros sobre as florestas tropicais. “Nossos resultados sugerem que, se as secas continuam ocorrendo em intervalos entre cinco e 10 anos, [...] elas podem alterar a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas da Amazônia”. Em 2005, cerca de 30% (1,7 milhões de quilômetros quadrados) da bacia amazônica foi afetada, com mais de 5% da floresta submetida à seca, afirma o estudo. Cinco anos depois, a seca de 2010 afetou quase metade de toda a extensão da Amazônia. Os dados obtidos via satélite demonstram ainda um aumento no número de incêndios florestais e da mortandade de árvores. (Fonte: Globo Natureza)

Programa de reciclagem transforma bitucas de cigarro em plástico

Sentado em seu escritório em Trenton, em Nova Jersey, na costa leste dos Estados Unidos, Tom Szaky é o bem sucedido jovem presidente de uma empresa que lançou o primeiro programa de reciclagem de pontas de cigarro exportado ao mundo. Segundo Szaky, os cigarros são a principal fonte de resíduos do mundo e respondem por 37% de tudo o que as pessoas jogam fora. Como o jovem empresário adora desafios, encontrar uma solução para reciclar esse descarte era um dos seus três grandes objetivos de 2012, junto com o das gomas de mascar e o das fraldas usadas. O programa de coleta de gomas de mascar será lançado no Brasil e o de fraldas usadas, nos Estados Unidos, explicou. Lançado em maio no Canadá, o programa de reciclagem de pontas de cigarro da sua empresa TerraCycle garante a coleta do material descartado e a transformação das bitucas em plástico. O material, depois, pode ser usado em novos produtos, como cinzeiros. O programa também já foi levado para os Estados Unidos e a Espanha. O princípio é o mesmo e independente do país: os voluntários, que podem ser pessoas, empresas, organizações de defesa do meio ambiente, coletam as pontas de cigarro e as enviam à sede nacional da TerraCycle, que paga pelo custo do pacote. As cinzas são esterilizadas e dissecadas, misturando o papel e o tabaco, enquanto o acetato de celulose, material plástico usado no filtro, é fundido e reciclado. O programa é pago pela indústria do tabaco, de acordo com Szaky. Ele afirma que s empresas do setor ficam satisfeitas em demonstrar uma boa ação perante a opinião pública, e os voluntários recebem pontos para financiar projetos em escolas ou associações de caridade. A reciclagem de pontas de cigarro não é a primeira operação lançada pelo TerraCycle, uma empresa que há dez anos se especializou em reciclagem e na “transreciclagem” (transformação de um produto reciclado em algo novo e de valor superior) de sessenta maços diferentes. Entre eles estão embalagens de sucos de fruta, garrafas plásticas, canetas, copos de café, papéis de bombons e escovas de dentes. O sucesso da empresa tem superado as expectativas. “Recuperamos muito rápido mais de um milhão de cigarros. Organizações formidáveis têm garantido a coleta, e a indústria do tabaco mostrou tanto entusiasmo que lançou o programa nos Estados Unidos e na Europa”, comemorou Szaky. “Nos próximos quatro meses, o programa será lançado na França, na Alemanha, na Suíça, na Áustria, na Noruega, na Dinamarca, na Suécia, na Finlândia e talvez no México”, afirmou o jovem nascido há 30 anos na Hungria e criado no Canadá. Tom Szaky, cuja empresa emprega uma centena de pessoas no mundo, disse que quer chegar em 2013 a novos países da América Latina e do leste europeu. “Quero resolver todos os problemas de resíduos que existem, começando pelos produtos que se pensa que não podem ser reciclados”, afirmou. (Fonte: UOL)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

10 coisas que você precisa saber sobre a fome em 2013

As Nações Unidas publicaram nessa quarta-feira, 9, uma lista sobre as 10 coisas que todos devem saber a respeito da fome neste novo ano. Confira abaixo os tópicos compilados pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA: 1. O mundo tem cerca de 870 milhões de pessoas que não têm o necessário para comer para levar uma vida saúdável. Isto significa que uma em cada oito habitantes do globo vai para a cama, todos os dias, passando fome. (Fonte: FAO, 2012) 2. O número de pessoas vivendo com fome crônica baixou para 130 milhões nas últimas duas décadas. Nos países em desenvolvimento, a prevalência da má nutrição caiu de 23,2% para 14,9% no período de 1990-2010. (Fonte: FAO, 2012) 3. A maioria do progresso contra a fome foi alcançado antes de 2007/2008, quando ocorreu a crise econômica global. Desde então, os avanços na redução do problema foram desacelerados e estagnados. (Fonte: FAO, 2012) 4. A fome é o problema número 1 na lista dos 10 maiores riscos de saúde. Ela mata mais pessoas todos os anos que doenças como Aids, malária e tuberculose combinadas. (Fonte: Unaids, 2010. OMS, 2011) 5. A má nutrição está ligada a um terço da morte de crianças com menos de cinco anos nos países em desenvolvimento. (Fonte: Igme, 2011). 6. Os primeiros mil dias da vida de uma criança, da gravidez aos dois anos de idade, são fundamentais para o combate à má nutrição. Uma dieta apropriada, nesta época da vida, protege os menores de nanismos físico e mental, que podem resultar da má nutrição. (Fonte: Igme, 2011). 7. Custa apenas 25 centavos de dólar americano, por dia, para garantir que uma criança tenha acesso a todas os nutrientes e vitaminas necessários ao crescimento saudável. (Fonte: Igme, 2011) 8. Se mulheres, nas áreas rurais, tiverem o mesmo acesso à terra, à tecnologia, à educação, ao mercado e aos serviços financeiros que os homens têm, o número de pessoas com fome poderia diminuir entre 100 e 150 milhões. (Fonte: FAO, 2011) 9. Até 2050, as mudanças climáticas e os padrões irregulares da temperatura terão colocado mais 24 milhões de pessoas em situação de fome. Quase metade destas crianças estarão vivendo na África Subsaariana. (Fonte: PMA, 2009) 10. A fome é o maior problema solucionável do mundo. * Publicado originalmente no site Rádio ONU e retirado do site Mercado Ético. (Mercado Ético)

Corpo em forma de pera não é mais saudável que forma de maçã

Corpo pera ou corpo maçã? Os especialistas dividem as pessoas com sobrepeso ou obesidade em dois formatos característicos do corpo: o formato de pera e o formato de maçã. Pessoas com o corpo em formato de pera têm a gordura mais concentrada nas nádegas, quadris e coxas. Já as pessoas com corpo em formato de maçã têm a gordura mais concentrada ao redor do abdome. Historicamente, os médicos têm presumido que o corpo em formato de maçã carrega consigo os maiores riscos de doenças cardiovasculares e diabetes. Mas não é isso o que mostra um novo estudo realizado na Universidade da Califórnia (EUA), que mostrou que os presumidos efeitos protetores de ter um corpo em formato de pera são um mito. Gordura no abdome ou nos quadris "A gordura no abdômen tem sido considerada a mais prejudicial à saúde, e se acreditava que a gordura glútea protegesse contra a diabetes, doenças cardíacas e síndrome metabólica," resume Ishwarlal Jialal, principal autor do estudo. "Mas nossa pesquisa ajuda a dissipar o mito de que a gordura glútea é 'inocente'," acrescenta ele. O estudo mostrou que a gordura armazenada na área das nádegas - conhecida como tecido adiposo glúteo - produz níveis anormais de quemerina e omentina-1, proteínas que podem causar inflamações e uma condição prediabética conhecida como resistência à insulina. Os efeitos foram detectados em indivíduos nos primeiros estágios da síndrome metabólica, um grupo de fatores de risco que ocorrem juntos, dobrando o risco de doenças cardíacas e aumentando o risco de diabetes em até cinco vezes. Esses fatores de risco incluem ter um grande perímetro da cintura, baixos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), ou bom colesterol, pressão alta e elevados níveis de triglicérides. Estudos epidemiológicos O estudo também sugere que os níveis anormais dessas proteínas podem ser um indicador precoce para identificar as pessoas com maior risco de desenvolver a síndrome metabólica. O pesquisador sugere a realização de estudos epidemiológicos que possam avaliar o uso dos níveis das proteínas na população como um biomarcador para o risco de desenvolvimento do diabetes e de doenças cardiovasculares. Redação do Diário da Saúde

Doenças tropicais são combatidas, mas dengue ainda preocupa, diz OMS

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta quarta-feira (16) revela que, nos últimos anos, foram registrados grandes progressos na luta contra as doenças tropicais, mas a dengue ainda apresenta um avanço preocupante e mata milhares de pessoas anualmente. “A OMS observou progressos sem precedentes contra 17 enfermidades tropicais descuidadas, graças a uma nova estratégia global, ao fornecimento regular de medicamentos de qualidade e ao custo controlado e apoiado por inúmeros associados”, indica o relatório. Duas dessas doenças poderão ser erradicadas até 2020: a dracunculíase, também conhecida como doença do verme da Guiné, e o pian, uma doença da pele e das articulações transmitida por uma bactéria. Cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são atingidas por essas 17 enfermidades tropicais. O texto da OMS, que teve sua primeira edição foi publicada em 2010, também estabelece – além da dracunculíase e do pian – outras três doenças para serem eliminadas nos próximos sete anos, e objetivos para controlar mais nove males nesse período. “Com essa nova etapa no combate dessas doenças, progredimos no caminho de uma cobertura da saúde universal”, declarou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. Segundo ela, o principal desafio atualmente é o garantir acesso a medicamentos “para as pessoas que precisam deles quando necessário”. Nesse sentido, a indústria farmacêutica tem doado lotes importantes de remédios, informou a OMS. Em 2010, cerca de 711 milhões de pessoas receberam, de forma preventiva, tratamento para pelo menos quatro doenças causadas por parasitas: elefantíase (filariose linfática), oncocercose (que pode causar cegueira), esquistossomose e helmintíases transmitidas pelo solo. Nos próximos cinco anos, a OMS fixou como objetivo tratar 235 milhões de pessoas contra a esquistossomose. Em relação à doença do verme da Guiné, a entidade indica que foram registrados apenas 521 casos entre janeiro e setembro de 2012, duas vezes menos que o mesmo período de 2011. Por sua vez, a doença do sono (tripanossomíase) atingiu menos de 7 mil pessoas na África em 2011, em comparação com os mais de 30 mil casos anuais no início da década de 2000. Já a raiva havia sido eliminada em vários países, e a OMS tem o objetivo de erradicá-la totalmente até 2020. Os especialistas da organização observaram, no entanto, que a dengue progride de forma inquietante, por causa das mudanças climáticas e dos grandes movimentos populacionais. No ano passado, a dengue foi a doença viral que mais progrediu no mundo. E, nos últimos 50 anos, sua incidência se multiplicou por 30. Segundo a OMS, cerca de 2 milhões de casos de dengue anuais foram registrados em 100 países nos dois últimos anos, causando entre 5 mil e 6 mil mortos. Durante uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o especialista em dengue da OMS Raman Velayudhan estimou que a doença era geralmente subestimada no mundo. Segundo ele, há cerca de 50 milhões de casos e mais de 20 mil mortes por ano em todo o planeta. (Fonte: G1)

Os 4 maiores erros de quem quer emagrecer (e como evitá-los)

Mais um ano começa e milhões de pessoas colocam em prática sua resolução de emagrecer. Infelizmente, não é segredo que poucos conseguirão. “Perder peso é uma das principais resoluções feitas todos os anos, porém apenas 20% das pessoas conseguem perder peso e não voltar a engordar”, aponta a médica Jessica Bartfield, do Loyola Center for Metabolic Surgery & Bariatric Care. Contudo, o fracasso de uma dieta não é fruto de uma maldição, mas de certos descuidos, apontados a seguir por Bartfield: 1 – SUBESTIMAR SEU CONSUMO DIÁRIO DE CALORIAS Sem levar em conta os mínimos (mas constantes) “assaltos” à geladeira, muita gente sequer se dá conta do quanto come ao longo do dia. Outro risco é o de abusar em restaurantes, especialmente bufês, enchendo o prato mais para “provar de tudo” do que para se saciar. Perder peso: como aplicativos para celular podem ajudar a emagrecer? “Preste atenção na hora de se servir e use copos e colheres de medidas para manter as porções razoáveis”, aconselha a médica. 2 – SUPERESTIMAR A QUEIMA DE CALORIAS EM EXERCÍCIOS Para perder em torno de 450 gramas, seria preciso queimar/cortar 500 kcal por semana. “É muito difícil conseguir isso apenas com exercícios, e seriam necessários 60 minutos ou mais de atividade intensa por dia”, explica. Seria melhor, portanto, praticar exercícios moderados ou intensos durante 30 minutos em alguns dias da semana; para ajudar a medir o progresso de caminhadas, ela recomenda o uso de um pedômetro. Impotência? Tente perder peso 3 – REFEIÇÕES EM HORÁRIOS IRREGULARES “Você precisa de uma quantidade constante de glicose ao longo do dia para ter energia e evitar que o metabolismo desacelere”. Eis as sugestões da médica: tomar o café da manhã na primeira hora depois de acordar; fazer um lanche ou uma refeição a cada três ou quatro horas; e evitar ficar mais de cinco horas sem comer. Perder peso pode ter uma desvantagem: aumenta o nível de poluentes no sangue 4 – SONO INADEQUADO “Estudos já mostraram que pessoas que dormem menos seis horas por dia têm maiores níveis de grelina, um hormônio que estimula o apetite, particularmente por refeições altamente calóricas e ricas em carboidratos”, destaca Bartfield. “Além disso, pouco sono aumenta os níveis de cortisol, um hormônio do estresse que pode levar ao ganho de peso”. Como perder peso comendo bolo Ela compara o desafio de manter uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios a aprender a andar de bicicleta: é difícil no começo, exige prática, mas com o tempo você conseguirá o que deseja. Para facilitar a busca, ela também recomenda o apoio de especialistas: psicólogos, nutricionistas, médicos e, se necessário, cirurgiões. http://hypescience.com

Alimentos com maior teor de vitaminas e nutrientes já estão sendo produzidos no Brasil

Rio de Janeiro – Feijão com o dobro de ferro, batata-doce alaranjada com muita vitamina A e arroz polido com altos teores de zinco. Esses alimentos já estão sendo produzidos no Brasil e podem ser aliados importantes no combate à desnutrição, principalmente da população mais pobre. Os produtos foram desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e são conhecidos como alimentos biofortificados. A técnica proporciona o melhoramento por meio da seleção das sementes que apresentam características desejáveis de micronutrientes e não usa a manipulação genética, o que significa que não são alimentos transgênicos. A pesquisa começou há cerca de dez anos, sob a coordenação da engenheira de alimentos da Embrapa Marilia Nucci. “Nós estamos desenvolvendo cultivos agrícolas com maiores teores de ferro, zinco e pró-vitamina A. Começamos trabalhando com mandioca, feijão e milho. Depois fomos adicionando outros alimentos, como o feijão caupi [variedade resistente à seca], batata-doce, trigo e abóbora. Estamos buscando alimentos básicos, consumidos em grande quantidade pela população mais carente.” A Embrapa dispõe de uma quantidade de sementes para o plantio das safras. A distribuição é feita por meio de pedidos diretos, que podem ser feitos por prefeituras ou escolas, podendo ser utilizados nos programas de merenda escolar. O foco do projeto é a Região Nordeste. Testes foram feitos nos estados do Maranhão, de Sergipe e do Piauí, onde também é processada a multiplicação das sementes. O feijão teve os teores elevados de 50 gramas para 90 gramas de ferro por quilo. A mandioca, que praticamente não tem betacaroteno, passou para nove microgramas por grama. A batata-doce teve o betacaroteno elevado de 10 microgramas por grama para 115 microgramas por grama. O arroz teve o teor de zinco acrescido de 12 para 18 microgramas por quilo. “A batata-doce que nós lançamos é cor de abóbora. Ela tem a mesma quantidade de pró-vitamina A que a cenoura. O gosto é muito bom e está agradando principalmente as crianças”, disse. A Embrapa faz parte de uma aliança internacional para desenvolver alimentos biofortificados, mas a propriedade intelectual do que for desenvolvido no Brasil pertencerá à empresa. No país, já são cerca de 1,2 mil famílias plantando alimentos biofortificados, com expectativa de se chegar a 15 mil nos próximos três anos. Em 2014, a Embrapa pretende desenvolver um teste de impacto nutricional com a população para medir os resultados dos alimentos biofortificados em comparação aos convencionais. Atualmente a empresa desenvolve sete variedades agrícolas: abóbora, arroz, batata-doce, feijão, feijão caupi, mandioca e milho. Outras informações podem ser acessadas na página da Embrapa sobre o projeto: www.biofort.com.br. * Edição: Aécio Amado. ** Publicado originalmente no site Agência Brasil. (Agência Brasil)

O que é melhor para perder peso: exercícios ou dieta?

Depende de suas crenças Fazer dieta ou exercícios físicos? Esta é a dúvida com que se depara a maioria das pessoas que acredita que é hora de ficar de bem com a balança - e com a saúde. E foi esta a questão colocada por uma série de estudos realizados em cinco países, em três continentes. A resposta não poderia ser mais surpreendente: Depende! O estudo mostrou que a capacidade de perder peso - ou a tendência a aumentar de peso - depende se a pessoa acredita que a obesidade é causada pelo excesso de alimentação ou pela falta de exercícios físicos. "Quanto mais você acredita que a causa é a dieta, mais magro você ficará, em média," garante Brent McFerran, da Universidade de Michigan (EUA). Subestimar o quanto se come As pessoas que acreditam que o excesso de peso e a obesidade são causados pela dieta tendem a comer menos. Por outro lado, aquelas que acreditam que o excesso de peso e a obesidade são causados pela falta de exercícios deveriam exercitar-se mais. O problema é que essas pessoas tendem a superestimar a quantidade de calorias queimadas durante os exercícios e subestimar a quantidade de comida que ingerem. Crença de peso Isso não quer dizer que o exercício não ajuda a perder peso, desde que a ingestão de calorias não aumente, afirma Anirban Mukhopadhyay, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, coautor do estudo. "Nossa descoberta é simplesmente que as pessoas que acreditam fortemente na falta de exercícios como causa primária [do excesso de peso], em vez de uma dieta ruim, tendem a ter massas corporais mais elevadas," alerta. Redação do Diário da Saúde

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Leite materno tem mais de 700 espécies de bactérias benéficas

Microbioma do leite materno O leite materno parece ser o alimento mais puro que existe. Por isso pode parecer surpreendente a descoberta feita por cientistas espanhóis. Traçando a microbiota bacteriana do leite humano, eles rastrearam mais de 700 espécies de bactérias. E não é que as amostras do leite materno estivessem contaminadas: essas bactérias são essenciais para o desenvolvimento da flora bacteriana do bebê e do seu sistema imunológico. Colostro María Carmen Collado e Alex Mira usaram uma técnica baseada no sequenciamento maciço de DNA para identificar o conjunto de bactérias contidas no leite materno - o chamado microbioma. Os resultados permitirão pela primeira vez determinar as variáveis pré e pós-natal que influenciam a riqueza microbiana do leite e sua influência no desenvolvimento do bebê. A maior quantidade de bactérias - mais de 700 espécies - foi encontrada no colostro, a primeira secreção das glândulas mamárias, logo após o parto. Os cientistas também analisaram o leite materno aos três e aos seis meses de amamentação. Os gêneros mais comuns de bactérias encontradas nas amostras de colostro foram Weissella, Leuconostoc, Staphylococcus, Streptococcus e Lactococcus. No leite entre o primeiro e o sexto mês de amamentação foram observadas principalmente bactérias típicas da cavidade oral, como Veillonella, Leptotrichia e Prevotella. Efeitos negativos da obesidade e cesariana O estudo revelou ainda que o leite de mães com sobrepeso ou aquelas que ganharam mais peso do que o recomendado durante a gravidez contém uma menor diversidade de espécies bacterianas. O tipo de parto também afeta o microbioma do leite materno: o leite de mães que deram à luz por uma cesariana planejada é diferente e não é tão rico em microrganismos como o de mães que tiveram um parto vaginal. De forma um tanto surpreendente, quando a cesariana não é planejada, ou seja, quando a realização do procedimento cirúrgico é decidida durante o parto, a composição do leite é muito semelhante ao de mães que têm parto normal. Isto sugere que o estado hormonal da mãe no momento do parto também desempenha um papel no microbioma do leite: "A ausência de sinais de estresse fisiológico, bem como sinais hormonais específicos para o parto, podem influenciar a composição e a diversidade microbiana do leite materno," afirmam os autores. Metabólico ou imunológico Uma vez que as bactérias presentes no leite materno constituem a etapa inicial de contato com os microrganismos que colonizam o sistema digestivo do bebê, os pesquisadores agora estão trabalhando para descobrir se o papel das bactérias é metabólico (ajudando o lactente a digerir o leite, por exemplo) ou imunológico (ajudando a distinguir entre organismos benéficos e invasores). Segundo eles, a descoberta será importante para diminuir os riscos de alergias, asma e doenças autoimunes nos bebês.Redação do Diário da Saúde

Brasil está na contramão da discussão sobre agrotóxicos

Maior usuário de agrotóxicos do mundo Em 1862, a bióloga norte americana Rachel Carson deu o primeiro alerta sobre os efeitos adversos da utilização de pesticidas e inseticidas químicos sintéticos. A pesquisadora explicava como o DDT - Dicloro-Difenil-Tricloroetano -, por exemplo, penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem, com o risco de causar câncer e dano genético. A consequência dessas descobertas foi a proibição nacional da utilização de DDT e outros pesticidas, e o surgimento de grupos ambientalistas nos Estados Unidos. O Brasil, ao contrário de muitos países da Europa, está na contramão dessa proibição. O uso de agrotóxicos está regulamentado através da Lei n.º 7.802/89 e do Decreto n.º 4.074, de 2002 e, segundo pesquisa feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde, o país se tornou o maior usuário de agrotóxico do mundo. Agrotóxicos não autorizados são encontrados em alimentos Tecnologia não saudável De que maneira um produto químico, que já foi utilizado como arma de destruição de pessoas, pode ser "receitado" pelo governo como um componente para o desenvolvimento da agricultura? No mínimo, os riscos que o seu uso pode trazer para a saúde humana, sobretudo através contaminação dos alimentos, não são levados em conta. Segundo Ademário Galvão Spínola e Altino Bonfim, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o problema é que a sociedade não toma parte dessa discussão e acaba consumindo produtos contaminados. "Os agrotóxicos são uma temática que está essencialmente ligada à saúde pública, mas tem uma forte ligação com o agronegócio, onde o país se propõe a exportar mais e acaba usando a tecnologia para aumentar e tornar essa prática mais rentável possível com o uso do agrotóxico", problematizou Spínola. Ademário também avalia que está em pauta o porquê da permissão, no Brasil, do uso de substâncias que foram banidas em outros países, justamente por haver evidências de que prejudicam a saúde das pessoas, dos animais e dos solos. "Temos que entender que o agrotóxico é um veneno que mata a praga e mantém a agricultura produtiva, mas ele mata também as vidas pertencentes a esse ambiente no entorno, como as bactérias do solo, os animais e em alguns casos contamina até as águas dos rios". Agrotóxicos ameaçam saúde humana e meio ambiente O Brasil é campeão no uso de agrotóxicos devido à priorização da política de exportação dos estados. "Os nossos governos estão cada dia mais interessados na política de exportação, na perspectiva da reprimarização da economia, baseada nas commodities dos alimentos. Hoje, diante de todos os riscos provocados pelo uso abusivo do agrotóxico, eu, enquanto médico, tenho a preocupação de receitar alimentos saudáveis, reforçando que tem que ser sem agrotóxico", afirmou. Revolução verde O surgimento da Revolução Verde - nas décadas de 60 e 70, o qual se baseia na utilização de sementes geneticamente melhoradas e uso de fertilizantes e agrotóxicos para aumentar a produção agrícola, foi fundamental para a expansão, no Brasil, da importação de produtos químicos, da instalação de indústrias produtoras e formuladoras de agrotóxicos. O governo também seguiu este modelo agrícola e incentivou, através do crédito rural, o uso de agrotóxicos e fertilizantes. Lançada campanha nacional contra o uso de agrotóxicos Infelizmente, não é possível contar com os orgânicos para uma produção e consumo livres de pesticidas. Eles são inviáveis devido ao alto custo, e reforçam um quadro de injustiça socioambiental. Os mais pobres pagam o preço. Isto é, além de não terem o direito de escolha, consomem o alimento mais contaminado. Ademário explica ainda que é falsa a viabilidade dos orgânicos porque outras pesquisas já identificaram impactos do consumo desses alimentos na saúde. Agroecologia O pesquisador aponta a Agroecologia como melhor alternativa para o desvencilhamento dessas práticas danosas à saúde. "Temos que voltar ao tempo dos nossos avós e pais, onde plantávamos nosso alimento em casa, livre de venenos e de transgênicos. Precisamos nos reeducar para sermos menos consumistas e mais próximos da natureza", defende. "O governo tem que legislar para obrigar o comerciante a identificar nas prateleiras os produtos que usam agrotóxicos e o quanto está presente no produto, pois a olho nu a população não tem como identificar", reivindica o professor, que comenta a existência de um projeto que propõe que o restaurante universitário da UFBA use apenas produtos isentos de agrotóxicos. O professor destaca, nesse sentido, a importância de se divulgar essas informações na imprensa para que a população tenha o direito de escolha. "Na UFBA, vários professores fazem estudo acerca do uso dos agrotóxicos e nossa intenção é unir esses estudos no próximo ano para unir esforços em tono do esclarecimento dessa temática à sociedade". Nádia Conceição - UFBA

Vírus é filmado infectando uma célula pela primeira vez

Robô vivo Cientistas conseguiram filmar pela primeira vez um vírus invadindo uma célula. A descoberta do mecanismo de infecção é importante para que os cientistas descubram formas de evitá-la. Ian Molineux e seus colegas da Universidade do Texas (EUA) revelaram detalhes das mudanças na estrutura do vírus T7 conforme ele infectava uma bactéria E. coli. O processo lembra um robô atuando na execução de uma tarefa, embora um robô capaz de encontrar a melhor maneira de fazê-lo. Como um vírus infecta uma célula Para infectar uma célula, um vírus deve primeiro encontrar uma célula adequada, e então inserir nela seu material genético. Após encontrada a célula, o processo é muito rápido. O vírus estende uma ou duas de suas seis fibras externas, que lembram antenas, mas que normalmente ficam enroladas na base de sua "cabeça". O vírus usa essas fibras como se fossem pernas, que ele usa para se locomover sobre a superfície da célula, em busca do melhor ponto para a invasão. Encontrado o ponto ótimo, o vírus passa por uma alteração estrutural, conforme ele injeta algumas de suas proteínas através da membrana externa da célula, criando um caminho para passagem de seu material genético. Quando o DNA viral é passado para a célula, o caminho de proteínas se rompe, permitindo que a célula conserte sua membrana. Vírus que andam "Embora muitos desses detalhes sejam específicos para o T7, o processo como um todo muda completamente nosso entendimento de como um vírus infecta uma célula," disse o Dr. Molineux. Por exemplo, os pesquisadores agora sabem que a maioria das fibras é normalmente ligada à cabeça do vírus, em vez de serem "antenas" estendidas espalhadas pela superfície, como se pensava. E que essas fibras estão em um equilíbrio dinâmico entre estados recolhido e estendido também é algo novo. Molineux afirmou que a ideia de que os fagos "andam" sobre a superfície celular foi proposta anteriormente, mas esta é a primeira evidência experimental de que é exatamente isso que acontece.Redação do Diário da Saúde

Cientistas revisam previsão do aquecimento global

Modelo de computador O Met Office, o centro nacional de meteorologia britânico, revisou uma de suas previsões sobre o quanto o mundo ficará mais quente nos próximos anos. A nova projeção calcula que o aumento na temperatura pode ser menor do que o previsto anteriormente. Segundo o novo estudo, a temperatura média deve ser elevada em 0,43º C até 2017 - enquanto a projeção anterior sugeria o aquecimento global de 0,54º C. O centro afirma que a mudança ocorreu porque foi usado um novo tipo de modelo de computador, que utiliza parâmetros diferentes. Se a nova previsão se mostrar correta, a temperatura média global permaneceria praticamente a mesma por cerca de duas décadas. Desaceleração, não reversão Os novos dados reabriram uma polêmica no mundo científico, já que um dos principais argumentos usados por críticos que não concordam com a tese do aquecimento global é o de que não há evidências suficientes para a constatação de uma mudança significativa nas temperaturas mundiais. Para os céticos, uma aparente estabilização do aquecimento global representa um sinal de que os alertas sobre a ameaça do aquecimento global foram exagerados. Um porta-voz do Met Office disse, no entanto, que "a nova previsão definitivamente não sugere temperaturas mais baixas, já que ainda há uma tendência a longo termo de aquecimento global, se compararmos com os anos 50, 60 e 70". "Nossa previsão é a de temperaturas que estarão próximas aos níveis recordes que vimos nos últimos anos." O porta-voz afirmou ainda que, como a variação natural é baseada em ciclos, esses fatores podem mudar em algum ponto. O centro britânico procurou ressaltar que o novo projeto é resultado de um trabalho experimental e que ele não altera as projeções de longo prazo do órgão. Por que a desaceleração do aquecimento? As previsões são baseadas em uma comparação com a média de temperatura global no período entre 1971 e 2000. O modelo anterior projetava que o período de 2012 a 2016 seria 0,54º C mais quente que a média - com uma margem de erro de 0,36 a 0,72º C. Já o novo modelo prevê um aumento cerca de 20%, de 0,43º C - com uma margem de 0,28% a 0,59%. Essa temperatura seria apenas um pouco mais alta do que o ano recorde, 1998, quando acredita-se que o fenômeno conhecido como El Niño tenha causado mais calor. Cientistas climáticos do Met Office e de outros centros vêm tentando entender o que está acontecendo no período mais recente. A explicação mais óbvia baseia-se em uma variação natural, com ciclos de mudanças na atividade solar, na temperatura e nos movimentos dos oceanos. David Shukman - BBC

Monitoramento ambiental no Pará será mais detalhado

Novas tecnologias incorporadas ao sistema de monitoramento ambiental do Pará vão fornecer dados mais precisos para o combate à degradação do meio ambiente no estado. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema), além dos novos equipamentos, técnicos geógrafos, engenheiros ambientais, florestais, agrônomos, dentre outras especialidades, estão qualificados para realizar análises a partir do geoprocessamento de dados, como o sensoriamento remoto. De acordo com a Sema, o geoprocessamento utiliza várias técnicas que permitem a obtenção de informações geográficas específicas sobre certas localizações. A partir de mapas e imagens de satélite, é possível determinar a extensão de uma determinada área, se há a realização de queimadas ou desmatamentos, por exemplo. Em locais de difícil acesso, a geotecnologia permite que seja traçado um panorama sobre a situação da área, incluindo um mapeamento do local. O monitoramento da atividade carvoeira é um dos principais pontos a ser analisado de forma mais detalhada, segundo o gerente de monitoramento ambiental da Sema, Rodolfo Gadelha. “O monitoramento se estende também a desmatamentos e a planos de manejo florestal, que a partir deste ano serão verificados em duas etapas: por sensoriamento remoto, através da detecção de exploração florestal seletiva, e por meio da movimentação dos créditos virtuais no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora)”, explica. A Sema informou que, além do desmatamento e da exploração seletiva, outras mudanças atividades causadas por atividades econômicas também serão monitoradas. Órgãos do estado ligados aos setores de licenciamento ambiental também terão acesso aos dados. Prevenção – Os mecanismos utilizados para realizar a previsão e monitoramento do tempo no Pará também foram reforçados. Programas que permitem o acompanhamento das condições atmosféricas em tempo real já são utilizados por especialistas da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema). De acordo com o coordenador de informação e planejamento hídrico da Sema, Antonio Sousa, as informações mais precisas e em tempo real do nível dos rios, servirão como suporte para a Defesa Civil do Pará, por exemplo, para alertar a população sobre as cheias. “A previsão de tempo com antecedência vai permitir também a antecipação de medidas de defesa a condições extremas, principalmente nas questões pontuais de alagamentos na Região Metropolitana de Belém”, prevê. (Fonte: G1)