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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quem são os verdadeiros "culpados" pelo aquecimento global?

Sete culpados Um novo estudo sobre o aquecimento global promete acender as controvérsias sobre o tema, não tanto pelos resultados que apresenta, mas pela forma como os resultados estão sendo apresentados. Trata-se de um caso muito ilustrativo de como um "estudo científico" pode chegar a conclusões ou interpretações que pouco têm de científicas. Damon Matthews e seus colegas da Universidade de Concordia, no Canadá, queriam saber quais países contribuem mais para o aquecimento global "como uma forma de alocar responsabilidades históricas pelas mudanças climáticas observadas," segundo eles. Sua conclusão principal foi apresentada em seu estudo e em um comunicado à imprensa feito pela universidade, intitulado "Maiores criminosos do aquecimento global". A revista britânica New Scientist, alterou um pouco a manchete e publicou uma reportagem com o título "Os sete 'pecadores mortais' do aquecimento global". Os culpados, em ordem de culpa, crime ou pecaminosidade são: Estados Unidos, China, Rússia, Brasil, Índia, Alemanha e Reino Unido. Segundo os pesquisadores, esses países foram responsáveis por mais de 60% do aquecimento global entre 1906 e 2005. Antropogênico sem humanos Ocorre que a corrente principal da ciência defende que o aquecimento global é de origem antropogênica, ou seja, é causado pelo homem. Assim, para descobrir quais países mais contribuíram para o aquecimento global é necessário dividir os efeitos do aquecimento pela população de cada país. Quando isto é feito, o Canadá, país onde foi feito o estudo e que não aparece na anunciada lista de "criminosos", salta diretamente para o terceiro lugar do pódio - na verdade o Canadá é o 10º colocado na lista original, o que talvez explique um anúncio de cabalísticos "sete culpados". Quando a população é levada em conta, todas as primeiras sete posições - número de culpados escolhido pelos próprios pesquisadores - passam a ser ocupadas por países desenvolvidos. Os autores do estudo não concordam muito com isso: "Está claro que a população sozinha não determina a contribuição climática de um país", dizem eles, sem apresentar argumentos para essa alegada clareza, a menos que se considere a área de cada país - um elemento natural - como um fator essencial, o que tiraria peso do argumento de um aquecimento global antropogênico. Assim, a conclusão do estudo, e o que foi liberado para a imprensa com grande alarde, foi uma lista de supostos "criminosos" indiciados sem base científica, uma vez que trata-se de um cálculo de responsabilidade pelo aquecimento global causado por humanos que não leva em conta os humanos. Site Inovação Tecnológica

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