Páginas

sábado, 14 de junho de 2014

Spray nasal poderá substituir comprimidos

Remédios são bons, mas poderiam ser melhores: eles poderiam, por exemplo, ter menos efeitos colaterais. Toda vez que temos uma infecção ou uma dor de cabeça, por exemplo, e tomamos um comprimido, nosso corpo recebe uma quantidade da droga muito maior do que realmente precisa. A razão para isso é que apenas uma fração do princípio ativo do medicamento contido no comprimido chega aos lugares certos do corpo. Assim, é necessário tomar uma quantidade grande para que a quantidade que chega ao lugar certo seja suficiente para fazer efeito. O resto nunca chega ao destino, espalhando-se pelo corpo e eventualmente causando efeitos colaterais indesejáveis, antes de serem descartados pelo organismo. Esse tipo de sobredosagem é especialmente sério no caso das doenças do cérebro, porque o cérebro possui uma barreira natural de proteção que não é fácil de transpor. "Pessoas com doenças cerebrais muitas vezes recebem grandes quantidades de medicamentos desnecessários. Durante uma vida longa, ou se você tem uma doença crônica, isso pode tornar-se problemático para a sua saúde," explica o Dr. Massimiliano Di Cagno, da Universidade do Sul da Dinamarca. Inspiração nos viciados em cocaína Para encontrar maneiras mais eficientes de levar os medicamentos até o cérebro, Massimiliano e seus colegas voltaram sua atenção para o nariz - especificamente para a parede nasal e a mucosa viscosa que a recobre. Segundo ele, sabemos muito bem, com base nos viciados em cocaína, por exemplo, que as substâncias podem ser assimiladas de forma extremamente rápida através do nariz, chegando ao cérebro sem demora. Com tal inspiração, a equipe voltou-se para um polímero natural de açúcar que não só é capaz de transportar as moléculas do medicamento através da parede nasal, como também - e mais importante - levar a droga até onde ela é necessária. "Nós resolvemos o problema de inserir a droga através do nariz, e nós resolvemos o problema de liberar a droga uma vez que ela tenha entrado no cérebro. Agora há um terceiro grande desafio restante: garantir um fornecimento estável dos medicamentos por um longo período. Isto é especialmente importante se você é um paciente crônico e precisa da droga a cada hora ou algo parecido," disse Massimiliano, acrescentando que é nisso que sua equipe está trabalhando agora. Redação do Diário da Saúde

Nenhum comentário: