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sábado, 27 de setembro de 2014

Saiba por que você está vulnerável à chikungunya

População vulnerável Como previsto por especialistas, a febre chikungunya chegou ao Brasil. Trata-se de uma doença infecciosa febril, causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, e Aedes albopictus. O nome da doença significa "aqueles que se dobram", no idioma swahili, da Tanzânia, uma referência à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada no leste da África, entre 1952 e 1953. O vírus já circulava em alguns países da África e da Ásia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde o ano de 2004 o vírus já foi identificado em 19 países. Recentemente o vírus foi identificado nas Américas. Toda a população do continente é considerada como vulnerável, por dois motivos: como nunca circulou antes em nossa região, ninguém tem imunidade ao vírus e ambos os mosquitos capazes de transmitir a doença estão presentes em praticamente todas as áreas das Américas. Quais os principais sinais e sintomas da chikungunya? Febre acima de 39 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos - dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer também dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença. Quem apresentar a infecção passa a estar imune à doença e não será infectado novamente. Como se identifica um caso suspeito? O Ministério da Saúde definiu que devem ser consideradas como casos suspeitos todas as pessoas que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua. Após a picada do mosquito os sintomas aparecem em um período de dois a dez dias, podendo chegar a 12 dias. Esse é o chamado período de incubação. Se a pessoa for picada no período entre um dia antes do aparecimento da febre até o quinto dia de doença, o pernilongo ficará infectado pelo vírus e poderá transmitir a doença. Quais as semelhanças com a dengue? A dor nas articulações também ocorre nos casos de dengue, mas a intensidade na dengue é menor. Em se tratando de chikungunya, é importante reforçar que a dor articular, presente em 70% a 100% dos casos, é intensa e afeta principalmente pés e mãos (geralmente tornozelos e pulsos). As pessoas podem ter chikungunya e dengue ao mesmo tempo. Pernilongos da dengue e da chikungunya O vírus é transmitido pela picada da fêmea de pernilongos infectados. O Aedes aegypti tem presença essencialmente urbana e a fêmea alimenta-se preferencialmente de sangue humano. O mosquito adulto encontra-se dentro das residências e os habitats das larvas estão mais frequentemente em depósitos artificiais (pratos de vasos de plantas, lixo acumulado, pneus, recipientes abandonados etc.). O Aedes albopictus está presente majoritariamente em áreas rurais, peri-urbanas e alimenta-se principalmente de sangue de outros animais, embora também possa se alimentar de sangue humano. Suas larvas são encontradas mais frequentemente em habitats naturais, como internódios de bambu, buracos em árvores e cascas de frutas. Recipientes artificiais abandonados nas florestas e em plantações também podem servir de criadouros. Como saber se de fato uma pessoa tem chikungunya? O vírus só pode ser detectado em exames de laboratório. São três os tipos de testes capazes de detectar o chikungunya: sorologia, PCR em tempo real (RT-PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública. Atualmente, o laboratório de referência para realizar o diagnóstico laboratorial do chikungunya é o Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, localizado no Pará. Outros laboratórios de saúde pública estão em fase de treinamento para adotar o exame de detecção do vírus CHIKV. Agência Saúde

Ministro diz não descartar epidemia de febre chikungunya no país

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta quarta-feira (24) que o Brasil pode enfrentar uma epidemia da febre chikungunya – doença transmitida pelo mesmo vetor da febre amarela e da dengue. “Não descarto a possibilidade [de epidemia]”, afirmou o ministro, durante lançamento de campanha sobre doação de órgãos. Chioro afirmou que ainda não é possível estimar como a doença pode evoluir no país. “A gente ainda não consegue ter dimensão do número de casos nem da velocidade [de transmissão].” Nesta terça, o ministério divulgou que foram identificados, ao todo, 16 casos autóctones de febre chikungunya no Brasil – dois no Oiapoque, no Amapá, e 14 em Feira de Santana, na Bahia. Casos autóctones são aqueles contraídos dentro do próprio país. O país registrou também outros 37 casos importados, de pessoas que contraíram a doença em viagens a outros países. Pelas características epidemiológicas, vamos ter que trabalhar com a presença de mais uma doença viral” Ele também afirmou que a pasta está trabalhando junto a secretarias estaduais e municipais para evitar que a doença se espalhe. “Pelas características epidemiológicas, vamos ter que trabalhar com a presença de mais uma doença viral”, declarou. Chioro declarou que a pasta tem se preparado para combater a doença. “Desde 2012 o Ministério da Saúde já estabeleceu um plano de contingência porque a progressão da doença na América Central e em outros países já se colocava como risco, inclusive porque temos a presença tanto do Aedes Aegypti como do Aedes Albopictus”, afirmou. O ministro disse que as secretarias estaduais de saúde e as prefeituras têm adotado medidas para o controle dos mosquitos transmissores da doença. “Todas são muito conhecidas e estão sendo reforçadas e serão intensificadas a partir do mês de dezembro”, afirmou. A doença – A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). (Fonte: G1)

Ebola pode infectar 20 mil pessoas até novembro e seguir por anos

O surto do Ebola na África Ocidental pode infectar 20 mil pessoas até novembro, a menos que rigorosas medidas de prevenção da infecção sejam implementadas, e pode “permanecer” por anos em um padrão inalterado, disseram pesquisadores nesta terça-feira (23). Em um artigo publicado no New England Journal of Medicine, especialistas da Organização Mundial da Saúde e do Imperial College disseram que as infecções vão continuar a se proliferar exponencialmente a não ser que os pacientes sejam isolados, os contatos rastreados e as comunidades monitoradas. A OMS, em um planejamento inicial divulgado em 28 de agosto, previu que o vírus poderia infectar 20 mil pessoas nos próximos nove meses. O número atualizado de mortos chega a 2.811 pessoas entre 5.864 casos identificados, de acordo com dados da agência de saúde da ONU. O estudo mais recente, que marca o aniversário de seis meses desde que em 23 de março a OMS tomou conhecimento do surto de Ebola no sul da Guiné, reflete as projeções baseadas em dados coletados a partir de uma terceira onda de avanço do vírus na Guiné, Serra Leoa e na Libéria, o país mais afetado. “Com o crescimento exponencial, vamos observar um aumento no número de casos por semana de modo que até a segunda semana de novembro, nesses três países, nossa estimativa mais otimista é de mais de 20 mil casos, entre casos suspeitos e confirmados”, disse o dr. Cristopher Dye, diretor de estratégia da OMS e coautor do artigo, em uma coletiva de imprensa. Espera-se que 10 mil desses casos sejam registrados na Libéria, 5 mil em Serra Leoa e cerca de 6 mil na Guiné, disse ele. Mas esses números somente se tonarão realidade caso não seja implementado um controle de infecção mais intenso. “Todos estão certamente trabalhando muito duro para garantir que isso não seja a realidade que vamos ver”, disse Dye. “Ficarei surpreso se atingirmos 20 mil (casos) até lá”, acrescentou. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, anunciou na semana passada um plano de US$ 1 bilhão que prevê a criação de uma missão especial para combater a doença. “Se o controle for completamente bem-sucedido, da maneira que sabemos que pode ser, o Ebola vai desaparecer da população humana da África Ocidental e provavelmente retornar a reservatório animal”, disse Dye, indicando morcegos comedores de frutas como prováveis hospedeiros. Mas se os esforços de controle tiverem um sucesso somente parcial, a presença do vírus letal na população humana pode ser tornar “um traço permanente da vida na África Ocidental”, disse Dye. “A possibilidade alternativa que estamos discutindo é que a epidemia simplesmente permaneça, como permanecido pelos últimos meses, ao longo dos próximos anos, na ordem de anos, em vez de meses”, acrescentou o pesquisador. (Fonte: G1)

Brasil não assina declaração para zerar desmatamento até 2030

O Brasil não assinou a “Declaração de Nova York sobre Florestas”, documento que foi apresentado na Cúpula do Clima, que aconteceu nesta terça-feira (23), na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A informação foi confirmada pelo Itamaraty no fim da tarde desta terça-feira. A declaração prevê reduzir pela metade o desmatamento até 2020 e zerá-lo até 2030. Segundo a ONU, 150 parceiros assinaram o documento, incluindo 28 governos, 35 empresas, 16 grupos indígenas e 45 ONGs e grupos da sociedade civil. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, tinha dito nesta segunda-feira à agência Associated Press que o país não fora “convidado a se engajar no processo de preparação” da declaração. Em vez disso, segundo ela, o país recebeu uma cópia do texto da ONU, que pediu para aprová-lo sem a permissão de sugerir qualquer alteração. “Infelizmente, não fomos consultados. Mas eu acho que é impossível pensar que pode ter uma iniciativa global para florestas sem o Brasil dentro. Não faz sentido”, disse ela nesta segunda. O Itamaraty acrescentou que o documento não é da ONU, mas dos países que o assinaram, e que o texto necessitava de melhorias, por isso o Brasil optou por não assinar. Em entrevista à Rádio ONU na tarde desta terça, a ministra Izabella Teixeira disse que ainda não tinha sido informada sobre a decisão do Brasil em relação à declaração, acrescentando que quem estava conduzindo esse entendimento era o Itamaraty. “O Brasil tem interesse de estar em toda e qualquer iniciativa que dialogue de fato com a proteção das florestas e com a conciliação das atividades de desenvolvimento, crescimento econômico e inclusão social”, disse a ministra à Rádio ONU. Ela acrescentou que a cúpula foi uma iniciativa importante por parte do secretário-geral da ONU e que a reunião tem sido “extremamente positiva” do ponto de vista do Brasil. Para o coordenador do Greenpeace, Marcio Astrini, para o Brasil ser um modelo de desenvolvimento sustentável, o governo deveria não apenas ter assinado a declaração, como ter pressionado para que o documento fosse ainda mais ousado. “Temos uma meta mais ousada, de zerar o desmatamento até 2020. O que não quer dizer que achamos esse acordo ruim. É uma medida que propõe a redução do desmatamento e toda proposta de redução é bem-vinda”, diz Astrini. Ele observa que só o fato de esse documento ter sido elaborado e que alguns países tenham se comprometido a cumpri-lo e ajudar com recursos financeiros já é um progresso. “Já é um bom passo, mas precisa de muito mais do que isso. Normalmente, essas cúpulas são muito tímidas e apresentam propostas aquém do que se necessita.” Sobre a não adesão do Brasil ao documento, o conselheiro-sênior de política ambiental do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) Charles McNeill declarou que “houve esforços para chegar às pessoas do governo brasileiro, mas não houve resposta”. “Não havia vontade alguma de excluir o Brasil. É o país mais importante nesta área. Um esforço que envolve o Brasil é muito mais poderoso e impactante do que um que não envolve”, explica McNeill. (Fonte: G1)

Adoçantes artificiais podem contribuir para a epidemia de diabetes

Os adoçantes artificiais, promovidos como auxiliares para perda de peso e prevenção da diabetes, podem, na verdade, acelerar o desenvolvimento de intolerância à glicose e doença metabólica. De acordo com um artigo publicado na revista “Nature”, eles fazem isso de uma forma surpreendente: alterando a composição e função da microbiota intestinal, a população substancial de bactérias que reside em nossos intestinos. De acordo com Eran Elinav, do Departamento de Imunologia do Instituto Weizmann (Israel), que liderou a pesquisa em parceria com Eran Segal, o uso generalizado de adoçantes artificiais em bebidas e alimentos pode contribuir para a obesidade e epidemia de diabetes que está varrendo boa parte do mundo. Durante anos os pesquisadores vêm tentando entender o fato de que adoçantes artificiais não calóricos não parecem ajudar na perda de peso. Alguns estudos têm sugerido que eles podem até ter um efeito contrário. A novo pesquisa descobriu que os adoçantes artificiais, mesmo aqueles que não contêm açúcar, têm um efeito direto sobre a capacidade do corpo de utilizar a glicose. A intolerância à glicose – que acredita-se ocorrer quando o corpo não consegue lidar com grandes quantidades de açúcar na dieta – é o primeiro passo no caminho para a síndrome metabólica e diabetes do adulto. Os cientistas deram água com os três adoçantes artificiais mais comumente usados (nas quantias equivalentes àquelas permitidas por lei) a camundongos. Estes ratos desenvolveram intolerância à glicose, em comparação com os ratos que bebiam água ou mesmo água com açúcar. Repetir a experiência com diferentes tipos de ratos e diferentes doses dos adoçantes produziu os mesmos resultados – de alguma forma, estas substâncias induziram a intolerância à glicose. Em seguida, os pesquisadores investigaram a hipótese de que a microbiota intestinal estivesse envolvida neste fenômeno. Eles cogitaram que a bactéria poderia fazer isso ao reagir a novas substâncias, como adoçantes artificiais, que o próprio corpo pode não reconhecer como “alimento”. Com efeito, os adoçantes artificiais não são absorvidos no trato gastrointestinal, mas ao passar por ele encontram triliões de bactérias na microbiota intestinal. Então, os pesquisadores trataram os ratos com antibióticos para erradicar muitas das suas bactérias intestinais, o que resultou em uma reversão total dos efeitos dos adoçantes artificiais sobre o metabolismo da glicose. Depois, transferiram a microbiota de ratos que consumiram adoçantes artificiais aos ratos “livres de germes”, resultando em uma transmissão completa da intolerância à glicose para os ratos destinatários. O mesmo grupo verificou que a incubação da microbiota fora do corpo, em conjunto com edulcorantes artificiais, foi suficiente para induzir a intolerância à glucose nos ratos estéreis. A caracterização detalhada da microbiota nesses camundongos revelou profundas mudanças em suas populações bacterianas, incluindo novas funções microbianas que são conhecidas por inferir uma tendência para a obesidade, diabetes e complicações destes problemas em ratos e seres humanos. Para descobrir se o microbiota humano funciona da mesma forma, Elinav e Segal analisaram os dados recolhidos em seu projeto de nutrição personalizado, o maior estudo humano até hoje a analisar a relação entre nutrição e a microbiota. Aqui, descobriram uma associação significativa entre o consumo autorrelatado de adoçantes artificiais, configurações pessoais de bactérias no intestino e propensão para a intolerância à glicose. Em seguida, realizaram um experimento controlado, pedindo a um grupo de voluntários que em geral não come ou bebe alimentos adoçados artificialmente para consumi-los por uma semana e, em seguida, testaram seus níveis de glicose, bem como as composições de sua microbiota intestinal. Os resultados mostraram que muitos dos – mas não todos – voluntários tinham começado a desenvolver intolerância à glicose após apenas uma semana de consumo de adoçantes artificiais. A composição de sua microbiota intestinal explicou a diferença: os pesquisadores encontraram duas populações diferentes de bactérias do intestino humano – aquela que induziu a intolerância à glicose quando exposta aos adoçantes, e uma segunda, que não teve nenhum efeito. Elinav acredita que certas bactérias nos intestinos das pessoas que desenvolvem intolerância à glicose reagem aos adoçantes químicos através da secreção de substâncias que, em seguida, provocam uma resposta inflamatória similar à overdose de açúcar, promovendo mudanças na capacidade do organismo de utilizar a substância. [Medical Xpress, National Geographic, Reuters]

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Quantas horas de sono nós realmente precisamos?

Você certamente já ouviu aquela história que nós precisamos de 8 horas de sono todas as noites para funcionarmos corretamente durante o dia, não é? Bom, isso pode não estar exatamente certo para todo mundo. Quando se trata da quantidade de sono que pessoas adultas precisam, não há realmente um padrão para todos. O sono necessário pode variar substancialmente entre os indivíduos. O sono é regulado por processos circadianos e homeostáticos, que interagem para determinar seu momento e duração. O processo circadiano representa a mudança na propensão do sono ao longo de 24 horas, o nosso”relógio biológico” interno. O processo homeostático representa o acúmulo de pressão de sono durante a vigília e a dissipação da pressão de sono enquanto você dorme. Ambos os processos circadianos e homeostáticos são influenciados por fatores internos, tais como os genes, e fatores externos, como o histórico do sono, exercícios e doenças. As variações individuais de tempo e duração do sono podem ser em grande parte explicadas por esses fatores. Necessidade de sono individual Apesar dos genes formarem a base para o sincronismo do sono e a sua duração, muitos fatores externos também o influenciam. Talvez uma das causas mais comuns que afeta a duração do sono está relacionada ao histórico. Muitos adultos, sabendo ou não, experimentam uma restrição de sono por ficarem muito tempo acordado, muitas vezes em uma base diária ou semanal. Ficar sem dormir e restringir o sono aumenta a pressão durante as horas de repouso. Esta pressão dissipa-se quando estamos dormindo, de modo que uma pressão mais elevada do sono demanda mais tempo dormindo. Quanto mais deixamos de dormir, mais horas de sono precisamos. A necessidade de sono também varia com a idade. Pessoas idosas geralmente dormem menos do que os mais jovens. Isso acontece devido a mudanças na interação entre os processos circadianos e homeostáticos. As variações individuais no sono tornam difícil uma recomendação específica a respeito de quanto os adultos precisam dormir. No entanto, a maioria dos pesquisadores do sono concorda que um período de sete a nove horas de sono é o que a maioria dos adultos necessita para funcionar bem. Por que oito horas de sono? O sono restrito a sete horas ou menos resulta em prejuízos para o tempo de reação, tomada de decisões, concentração, memória e humor, assim como o aumento da sonolência, fadiga e prejuízo para algumas funções fisiológicas. Com base nestes resultados, parece que para a maioria da população adulta, algo entre sete e nove horas é a “quantidade certa”. Isso não quer dizer que dormir mais de nove horas não seja bom. Pelo contrário, estender a duração do sono pode ajudar a “proteger” a função de vigília durante períodos subsequentes de perda de sono. Embora não seja necessário dormir 10 horas o tempo todo, existem alguns benefícios claros em dormir mais. Se você acha que está bem com apenas seis horas de sono, por exemplo, a primeira pergunta que você precisa se fazer é se isso é realmente verdade. É possível satisfazer as necessidades do corpo e da mente com uma quantidade menor de sono, mas você teria que ser um dos poucos sortudos com a genética “certa”. No entanto, é mais provável que você simplesmente não tenha consciência de como a perda de sono está prejudicando as suas funções de vigília. Como nos sentimos nem sempre reflete o quão bem poderíamos estar funcionando, o que pode resultar em ilusões sobre quanto sono realmente precisamos. Se você precisa de um despertador para acordar e só pensa em dormir nos fins de semana e feriados, sua necessidade do sono provavelmente não está sendo atendida. Por outro lado, se você tem dificuldade para dormir por oito horas contínuas, tente não se preocupar muito, pois isso pode piorar as coisas. Algumas dicas que podem ajudar a determinar quanto e quando você precisa dormir: Mantenha um diário do seu sono. Inclua as vezes que você foi para a cama e acordou, como você dormiu e como você se sentiu durante o dia; Vá para a cama quando sentir sono ou estiver cansado; Se puder, não use um despertador, deixe o seu corpo acordar naturalmente; Tente obter exposição à luz solar natural durante o dia; Mantenha um horário regular para dormir todos os dias da semana. Depois de um tempo seguindo estes passos, você deve ser capaz de identificar o melhor momento e a duração ideal do seu sono – lembrando, claro, que ela pode variar conforme as circunstâncias, como períodos de doença ou estresse. [Science 20]

Quais são as VERDADEIRAS chances dos métodos contraceptivos falharem?

Contraceptivos falham com muito mais frequência do que você imagina. As estatísticas de taxas de falha que você vê na TV, nas caixinhas dos contraceptivos e tudo o mais são, geralmente, um pouco enganadoras – elas levam em conta apenas um determinado período. A questão é que, com o tempo, o risco de fracasso aumenta. Quanto mais tempo você usa um determinado contraceptivo – sejam pílulas, preservativos, espermicidas ou qualquer outra coisa -, mais chances ele tem de falhar. O mesmo acontece com qualquer jogo de azar que contém um elemento de risco. Imagine jogar roleta russa com um revólver. Você carrega uma bala no cilindro e puxa o gatilho. Suas chances são de uma em seis a cada vez que você repetir o processo. Mas repetir esse processo muitas vezes vai agravar o risco global da arma disparar. Muitos fatores estão envolvidos nesse aumento de risco. Você pode ficar mais desleixado e deixar a pílula vencer ou a camisinha rasgar etc. Em outras palavras, com o tempo, mais oportunidades vão aparecer para você usá-lo de forma inadequada ou inconsistente. Aliás, esse “uso inconsistente” foi tópico de uma pesquisa feita por James Trussell, professor de economia e assuntos públicos da Universidade de Princeton (EUA). Usando esses dados, Gregor Aisch e Bill Marsh calcularam as probabilidades dos métodos contraceptivos falharem. Eles consideraram duas coisas: Uso típico: é a norma. Reflete a eficácia de cada método para o jovem médio que nem sempre usa o método corretamente ou de forma consistente; Uso perfeito: mede a eficácia de cada método considerando seu uso exatamente como especificado e seguido de forma consistente. Poucos casais, se houver algum, usam métodos anticoncepcionais perfeitamente, especialmente durante longos períodos de tempo. Supondo o uso típico do preservativo masculino (camisinha) por um casal heterossexual, o número de mulheres que experimentarão uma gravidez não planejada ao longo de um período de dez anos é de cerca de 86 em 100. 86%! Compare isso com as 92% das mulheres que têm gravidezes não planejadas no mesmo período porque contam apenas com o método do coito interrompido (a “retirada” para que o sêmen não entre no corpo da mulher), é uma diferença ridícula, de apenas 6%. Para preservativos masculinos usados perfeitamente, a diferença entre as taxas de gravidezes é bem maior. As chances de uma mulher engravidar sem querer quando o casal tem uso perfeito da camisinha é de apenas 18% em dez anos. “A diferença entre as taxas de gravidez durante o uso típico e perfeito revela como os métodos não perdoam seu uso imperfeito”, afirma Trussell. O risco associado com o erro (ou negligência), em outras palavras, é alto. Isso parece sugerir que se você quiser que um controle de natalidade seja eficaz, é necessário minimizar a interação do usuário – já que seres humanos são imperfeitos e não conseguem fazer basicamente nada com perfeição. Métodos com menos interação do usuário seriam, por exemplo, vasectomia, DIU e esterilização feminina. Usados corretamente e de forma consistente, os métodos contraceptivos como camisinha e pílula são projetados para resultar em uma gravidez não planejada em apenas 3% das mulheres ao longo de um período de dez anos. Mesmo assim, durante o mesmo período de tempo, a taxa projetada de gravidez não planejada em mulheres que foram esterilizadas é mais baixa. Uso imperfeito – entenda O uso típico, ou imperfeito, implica que um método contraceptivo não é usado sempre, ou é usado com frequência, mas não com cuidado. Por exemplo, o uso típico do preservativo poderia incluir, na verdade, usar camisinha apenas ocasionalmente. Ou uma mulher poderia informar que está usando a pílula porque começou a usar esse método anos atrás, embora não compre uma caixa nova há meses. Além disso, pode esquecer de tomar a pílula alguns dias, mas continuar tomando depois, o que é um uso inadequado. É por essas e outras que implantes hormonais e DIUs são tão eficazes – você não tem como usá-los de forma inadequada. Mas, calma: não se desespere com uma estatística gritante como 86% porque seu uso é típico. Sua verdadeira probabilidade de uma gravidez não planejada pode ser na verdade menor, porque depende de quantos erros você comete em relação aos inúmeros métodos contraceptivos que você pode ou não usar. Métodos contraceptivos e sua eficácia: um susto Os dados abaixo são apenas uma média, e estão longe de refletir a realidade com precisão. Os números usados nos cálculos foram superestimados com base em dados coletados a partir de grandes populações. Mesmo assim, vale a reflexão.
Conclusão Estes números não podem te dizer com toda a certeza que a sua probabilidade de uma gravidez indesejada é tanto ou tanto. A única pessoa que pode dizer o quão consistente é seu uso de métodos contraceptivos é você. O que podemos dizer, no entanto, é que é extremamente necessário levar a sério as instruções de cada método. O que realmente conta é usá-los o mais adequadamente possível – ou é quase a mesma coisa que nem sequer usá-los. [io9]

Bahia confirma cinco casos de chikungunya e intensifica combate a mosquitos

Após confirmar cinco casos de chikungunya no município de Feira de Santana, a Secretaria de Saúde da Bahia está intensificando as ações de controle na tentativa de combater os vetores da doença – os mesmos mosquitos que transmitem o vírus da dengue. As ações preventivas incluem a busca ativa de casos suspeitos e a intensificação do trabalho de campo por meio de nebulização do inseticida UBV, processo conhecido como fumacê. Também está sendo feita a eliminação de criadouros do mosquito. Ainda segundo o governo baiano, as secretarias municipais de Saúde já foram orientadas a ficar em alerta para a ocorrência de casos da doença. Em nota divulgada na última terça-feira (16), o Ministério da Saúde confirmou os dois primeiros casos de transmissão do chikungunya no território brasileiro. Um homem de 53 anos e a filha, de 31 anos, que moram em Oiapoque, no Amapá, perceberam os sintomas da doença nos dias 27 e 28 de agosto e passam bem. A pasta confirmou ainda 37 casos da doença identificados no país, mas todos contraídos no exterior e desenvolveram os sintomas no Brasil. Assim como a dengue, a febre chikungunya é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictos, mas só tem um sorotipo, ou seja, cada pessoa só pega a doença uma vez. Os sintomas são os mesmos da dengue: dor de cabeça, febre, dores musculares e nas articulações e podem durar de três a dez dias. (Fonte: Agência Brasil)

Apenas 26% dos brasileiros evitam o açúcar, diz pesquisa

Dados de uma pesquisa mostram a relação que o brasileiro tem com o açúcar e, ao que tudo indica, somos uma população bastante ligada aos alimentos com este ingrediente. O estudo mostra que apenas 26% das pessoas evitam ingeri-lo. Além disso, 70% da população brasileira consome açúcar mais de uma vez por dia, enquanto 88% afirmam gostar do produto. Os números fazem parte da pesquisa ‘O que pensa e como age o brasileiro em relação ao consumo de açúcar’, realizada pelo Instituto Análise para a 4a edição do Encontro de Clientes Copersucar, encerrado na última sexta-feira (19). A amostra considerou 1 mil pessoas de 70 municípios e 22 estados. O objetivo era traçar os hábitos de consumo de açúcar e a percepção dos brasileiros de todas as faixas etárias e classes sociais sobre os benefícios e malefícios vinculados a sua ingestão. Alimentação e saúde – Entre os entrevistados, 82% preferem alimentos normais aos que têm rótulos ‘diet’ e ‘light’; enquanto que 74% não realizam nenhum tipo de dieta alimentar. No entanto, 42% entendem que a melhor maneira de manter a forma é a mudança de hábitos e reeducação alimentar e 76% são contrários a qualquer intervenção governamental de restrição ao consumo do açúcar. (Fonte: Terra)

Estudo diz que mudança climática provocará secas longas e severas

As mudanças climáticas vão provocar secas severas nas próximas décadas piores do que qualquer uma já vista nos últimos 2 mil anos, alertou uma nova pesquisa. Nas regiões semiáridas, como o sudoeste dos Estados Unidos, há uma chance de 80% de que ocorra uma seca que dure mais de uma década, informou um estudo publicado no “Journal of Climate”. O artigo escrito por acadêmicos da Universidade de Cornell, do Serviço Geológico dos EUA e da Universidade do Arizona combina dados históricos sobre secas com novos modelos climáticos analisando mudanças nos padrões de ocorrências de chuvas causadas pelo aquecimento global. Segundo um cenário pessimista, o risco de uma seca nos Estados Unidos durar mais de 35 fica entre 20 e 50%. O fardo da seca também deve pesar sobre países subtropicais em desenvolvimento, inclusive no mar Mediterrâneo, no sul e no oeste da África e na América Latina. “Os riscos nos subtrópicos parecem ser tão altos quanto ou mais altos que as estimativas para o sudoeste dos Estados Unidos”, escreveram os pesquisadores. Secas ocorridas no passado como a prevista agora são a suposta causa do colapso de civilizações importantes, como o império Khmer no Sudeste da Ásia, que caiu no século 14. A seca nos EUA nos anos 1930, que durou aproximadamente uma década, forçou um grande movimento migratório e agravou ainda mais a Grande Depressão. Pesquisadores disseram que a gravidade da seca pode ser ainda pior se o aquecimento global não for revisado. “A seriedade da seca no futuro será exacerbada por aumentos de temperatura, implicando que os nossos resultados deveriam ser vistos como conservadores”, disseram. “Estes achados enfatizam a necessidade de desenvolver estratégias de alívio à seca que possam lidar com décadas de mudança climática”. (Fonte: G1)

Teoria da evolução pode ajudar a entender as doenças, diz pesquisador

Entender como o corpo humano evoluiu ao longo de milhares de anos pode ajudar a entender as doenças que mais afetam a população hoje e pensar em estratégias para preveni-las e tratá-las. O pesquisador Daniel Lieberman, diretor do Departamento de Biologia Evolutiva Humana da Universidade de Harvard, falou sobre a medicina evolutiva no 1º Fórum Medicina do Amanhã, que acontece nesta sexta-feira (19) e sábado (20) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Muitas das doenças comuns de hoje e que não afetavam tanto nossos antepassados – como as doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e Alzheimer – podem ter relação com um descompasso entre a evolução do corpo humano e a evolução cultural. Lieberman diz que, apesar de o corpo humano continuar evoluindo e se adaptando, isso ocorre de forma muito mais lenta do que as mudanças ambientais e culturais. No período paleolítico, por exemplo, os homens comiam de 1 a 4 kg de açúcar por ano. Já a quantidade de fibra anual era de 40 kg. Hoje, um americano médio come de 45 a 50 kg de açúcar por ano e só 7 kg de fibra. A quantidade de atividade física praticada também é cada vez menor. A consequência é que há, hoje, muito mais doenças relacionadas à obesidade e à falta de atividade física. Evolução x saúde – O pesquisador lembra que as adaptações evolutivas têm como objetivo garantir a capacidade de reprodução do ser humano, mas nem sempre promovem a saúde. “A gordura é especialmente importante para a reprodução. Portanto, ter vontade de comer açúcar e gordura também é uma evolução”, diz o pesquisador. Lieberman conta que a tendência é que a medicina evolutiva saia da academia e entre para a prática clínica da medicina. “O fato de eu ter sido convidado para este evento por médicos é evidência de que não são só professores estão interessados nesta área, mas todo mundo. Se você olhar para as prateleiras de livros de auto-ajuda nos EUA e Europa, há muitos livros de sobre medicina evolutiva (sobre a dieta do Paleolítico, por exemplo). Então os pacientes também estão interessados. Nem sempre eles estão entendendo direito, mas têm um enorme interesse nisso”, afirma. Currículos de cursos de medicina como o da Universidade de Yale já incluem disciplinas de medicina evolutiva. Dieta do Paleolítico – O pesquisador tem uma visão crítica sobre uma das abordagens mais populares da medicina evolutiva, a chamada dieta do Paleolítico, que propõe que as pessoas comam como os homens da caverna para ter uma vida saudável. “Por um lado, é uma boa ideia, mas há dois problemas. Eles dizem que não deveríamos comer leite ou legumes. Isso é bobagem! Tivemos evolução desde que a agricultura surgiu, o que levou a muitos de nós digerir leite, então por que não deveríamos tomar leite? Em segundo lugar, só porque os homens da caverna comiam, não significa que é necessariamente saudável. Ou só porque fazemos de outra forma hoje, não significa que não é saudável.” (Fonte: G1)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Se colocássemos o gene FOXP2 em chimpanzés eles poderiam aprender a falar

O gene da fala foi nomeado assim antes dos cientistas entenderem o que ele realmente fazia. Agora, camundongos que receberam a versão humana do gene FOXP2 estão finalmente conseguindo esclarecer algumas questões sobre a forma como essa capacidade de se comunicar através da fala evoluiu nos primeiros seres humanos. Os ratos que receberam o tal gene parecem aprender mais facilmente tarefas inconscientes – algo que se assemelha ao que fazemos quando aprendemos uma nova rota para o trabalho, por exemplo. Os pesquisadores afirmam que este trabalho sugere que o gene FOXP2 poderia nos ajudar a aprender a falar quando crianças, pois nos daria o controle inconsciente sobre nossos lábios e língua. O FOXP2 é o gene mais profundamente estudado, justamente porque os pesquisadores suspeitam que ele pode ter desempenhado um papel crucial na evolução do cérebro humano. Ele foi descoberto na década de 1990 em uma família britânica conhecida como KE, onde alguns parentes têm dificuldades graves de fala causadas por uma mutação nesse gene. O FOXP2 foi apontado como uma espécie de codificador, algo como um “fator de transcrição”, uma proteína que regula a atividade de outros genes e é ativa no cérebro durante o desenvolvimento embrionário. Então se colocarmos esse gene FOXP2 em chimpanzés… Comparações entre os genomas de humanos e chimpanzés revelaram que desde que nos separamos dos chimpanzés houve duas mutações históricas fundamentais neste gene. Os pesquisadores acreditam que essas mutações deram uma mãozinha (e tanto) para o desenvolvimento das nossas capacidades vocais superiores. A grande questão é o que aconteceria se a versão humana desse gene fosse colocada em chimpanzés. Será que isso iria melhorar suas habilidades vocais, por exemplo? Será que eles aprenderiam a falar como nós? Nós talvez nunca saibamos a resposta para essa questão porque, como você já deve ter se questionado a essa altura da leitura, questões éticas impedem que esse tipo de pesquisa seja levada a diante. Até porque ninguém quer viver no Planeta dos Macacos, caso alguma mutação não planejada aconteça. No entanto, a versão humana do gene foi colocada em alguns ratinhos, como já dissemos no início. E o que os pesquisadores puderam observar foi que ele altera o cérebro de várias maneiras sutis, especialmente nos circuitos neurais envolvidos na aprendizagem. Até agora, porém, ainda não está claro quais os efeitos que isso teve sobre o comportamento ou a inteligência dos animais. Para descobrir, Ann Graybiel e seus colegas, ambos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), testaram os ratos usando uma cruz ou labirinto em forma de “T” que, em um determinado ponto do circuito, continha uma recompensa alimentar. O pensamento consciente O labirinto podia ser alterado para testar ambos os processos de aprendizagem, tanto inconscientes quanto conscientes. Às vezes a comida era colocada de modo que os animais sempre tinham de virar na mesma direção para encontrá-la, o que foi pensado para envolver a aprendizagem automática. Em outras ocasiões, a comida foi posta em diferentes braços do labirinto, mas com pistas visuais para mostrar onde estava escondida e como chegar lá. Uma espécie de charada que, pelo menos em humanos, requer processos de pensamento conscientes. De acordo com um dos pesquisadores envolvidos no estudo, foi uma boa maneira de diferenciar o teste entre estes dois modos de aprendizagem (consciente e inconsciente). Resultados Os ratos que receberam uma versão humana do gene FOXP2 aprenderam a encontrar a comida mais rápido do que os ratos normais – levaram oito dias em comparação com 12 dias dos ratos “normais” – quando o labirinto estava montado para que eles pudessem usar os dois processos de aprendizagem, arbitrariamente. Não foi observada diferença na taxa de aprendizagem quando os ratos tiveram de usar qualquer uma das estratégias separadas. Segundo Ann Graybiel, essa configuração é exatamente o que acontece quando os seres humanos aprendem uma nova rota para o trabalho: primeiro vamos nos guiando por sinais visuais, e depois que nos acostumamos é quase como se nossos pés conhecessem o caminho – a rota se torna automática. Os resultados sugerem que os camundongos FOXP2 eram melhores em aprender a transferir um comportamento do consciente para o controle automático, completa Graybiel. Boca automática Então, como isso tudo se relaciona com a evolução da linguagem? Segundo Graybiel, o discurso é muitas vezes visto como uma habilidade que exige um salto na capacidade de processamento de pensamento consciente, mas também é dependente de movimentos mais complexos dos lábios e da língua até que se torne automático. O gene FOXP2 poderia ter ajudado essa transição, quando os primeiros seres humanos ganharam a incrível habilidade de falar. Se isso for verdade, o gene também teria um papel fundamental quando as crianças estão aprendendo a falar. Faraneh Vargha-Khadem, da Universidade de Londres, adverte, porém, que o gene FOXP2 opera em muitas partes do cérebro e por isso essa constatação pode não necessariamente explicar seu papel na evolução do discurso. De qualquer maneira, as experiências com camundongos estão começando a provocar uma separação entre diferentes tipos de processos de aprendizado que são afetados pela versão humana do FOXP2, diz Dianne Newbury, da Universidade de Oxford, o que nos leva a concluir que, de um jeito ou de outro, essa é uma parte muito importante do quebra-cabeça. [newscientist]

Apenas 13% dos brasileiros têm acesso à coleta seletiva

Desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada, em 2010, o número de cidades do Brasil que fazem coleta seletiva mais que dobrou, com um aumento de 109%. Porém, apenas 13% dos cidadãos brasileiros têm acesso a esses programas, revela a Pesquisa Ciclosolf 2014, divulgada nesta quarta-feira (17). Realizado a cada dois anos pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), o estudo traça um panorama das práticas de coleta seletiva nos municípios brasileiros. Atualmente, 927 cidades praticam algum tipo de coleta – o que representa 17% do total de municípios -, mas apenas 28 milhões de pessoas conseguem usar o serviço. Para Victor Bicca, presidente da CEMPRE, o aumento no número de cidades com programas de coleta seletiva representa avanço na implantação dessas iniciativas, porém, ainda é preciso evoluir muito para garantir acesso a mais pessoas. As regiões Sudeste e Sul representam, segundo o estudo, 81% do total de municípios com programas de coleta, enquanto o Nordeste é responsável por 10% do total, o Centro-Oeste representa 7% e a Norte tem a menor taxa de adesão ao programa, com apenas 2% do total. De acordo com a pesquisa, 80% das cidades utilizam o modelo de coleta porta-a-porta e 45% delas possuem Postos de Entrega Voluntária. Além disso, 76% dos municípios contratam cooperativas de catadores para auxiliar na coleta. (Fonte: Planeta Sustentável)

A verdade sobre o colesterol

Durante anos, a medicina convencional nos disse que os níveis elevados de colesterol contribuem para doenças cardíacas e, como resultado, os médicos têm instruído seus pacientes a manter esses níveis baixos a praticamente qualquer custo. Estudos recentes, no entanto, demonstraram que esta abordagem de tudo ou nada para o colesterol e doenças cardíacas é falha e pode resultar em algumas consequências adversas inesperadas. Fatos Colesterol é um sólido ceroso, o colesterol é um tanto um lípido (gordura), como um esterol (álcool esteroide a partir do qual são produzidos hormônios esteroides). Ele passa por toda a corrente sanguínea, ligado a triglicerídeos e fosfolipídios e, juntos, os três são conhecidos como uma lipoproteína. Existem dois tipos de lipoproteínas – lipoproteínas de alta densidade (HDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL). As primeiras têm taxas de proteína superiores à proporção de gordura, enquanto o contrário acontece no segundo caso. As LDL transportam colesterol em todo o seu corpo para as células e tecidos que o requerem, enquanto as HDL coletam qualquer excesso de colesterol e o entregam para o fígado, que pode usá-lo para produzir bile, ou então reciclá-lo. Se houver excesso de gordura e colesterol no sistema, haverá muitas LDLs e, ao invés de entregar o colesterol necessário, elas vão começar a depositar colesterol extra nas artérias, o que pode causar aterosclerose, bloqueios e ataques cardíacos. O corpo faz seu próprio colesterol Necessário para uma variedade de funções, quase todas as células do organismo podem produzir o seu próprio colesterol. Quando os níveis estão baixos, uma proteína sinaliza as células para produzirem duas outras proteínas – uma que faz o colesterol e outra que ajuda as LDLs a recuperar o colesterol. Embora as células possam criar colesterol, o fígado é o produtor principal do corpo, e faz o suficiente para partilhar com outras partes do corpo. Para fazer colesterol, o corpo precisa de carbono, o bloco de construção mais básico da vida, presente numa grande variedade de alimentos, incluindo gorduras, proteínas e carboidratos. Na verdade, você pode ter uma dieta completamente livre de colesterol, e seu corpo ainda vai fazer toneladas de colesterol. O colesterol é necessário para a produção de vitamina D e hormônios sexuais A fim de transformar a luz solar em vitamina D, necessária para um sistema imunológico saudável e ossos fortes, o corpo mantém uma forma de colesterol na sua pele que absorve a radiação do sol e a converte em uma substância na qual o fígado trabalha para transformar em hidroxivitamina D. Esta é, em seguida, enviada para os rins, que a convertem em vitamina D utilizável. Da mesma forma, os esteróis no colesterol (álcoois esteroides) são elementos essenciais para a criação de hormônios sexuais humanos (que são esteroides), incluindo estrogênio, progesterona e testosterona. O colesterol é necessário para formar o revestimento exterior de células Componente importante da membrana plasmática – o revestimento exterior de células -, a rigidez do colesterol ajuda a sustentar a estrutura da célula e pode afetar a sua fluidez, chegando a impedir que a membrana congele. O colesterol é fundamental para a produção de bile O corpo converte o colesterol em sais biliares que são secretados na bile. A bile quebra as gorduras no trato digestivo, transformando-as em pequenos pedaços, adequados para interagir com enzimas digestivas, e também ajuda o intestino delgado a absorver gorduras. Doenças cardiovasculares não atingem principalmente pessoas com colesterol alto De acordo com o cirurgião cardíaco Mehmet Oz, menos da metade das pessoas que entram em hospitais com doenças cardiovasculares têm colesterol alto. Ter um alto colesterol “bom” não significa que você é menos propenso a ter um ataque cardíaco Não necessariamente. Em um estudo de 2012, publicado no The Lancet, revelou-se que quando uma pessoa tem alta taxa de HDL simplesmente devido à predisposição genética, ela não tem um menor risco de ataque cardíaco. Medicamentos de estatina não são completamente benignos ou previvem mortes por doenças do coração Pacientes tratados com estatina queixam-se de uma variedade de efeitos colaterais indesejados, incluindo dor muscular, fadiga e esquecimento. Além disso, embora um único estudo tenha mostrado uma taxa menor de mortalidade por doenças cardíacas em mulheres que tomaram estatinas, a maioria das pesquisas não mostra nenhuma diferença entre pessoas que tomam estatinas e pessoas que não tomam. Na verdade, o único grupo para o qual as estatinas têm mostrado consistentemente um efeito benéfico são homens de meia-idade que já sofreram um ataque cardíaco. Comer alimentos ricos em colesterol não aumenta o colesterol no sangue Ainda que, anos atrás, pessoas com níveis elevados de colesterol fossem alertadas contra o consumo de alimentos ricos em colesterol, como ovos e camarão, uma melhor compreensão da nutrição revelou que o colesterol nos alimentos tem muito menos efeito sobre o colesterol no sangue do que outros tipos de alimentos, particularmente gorduras saturadas. Colesterol alto não significa uma vida curta Em um estudo de 2003 que analisou 4.521 homens e mulheres com idades entre 65 e 94 anos, ao invés de o colesterol elevado ser culpado pela expectativa de vida mais curta, constatou-se que o baixo colesterol foi correlacionado com um maior risco de morte prematura. Inflamação, ao invés das LDL, pode ser um melhor preditor de doença cardíaca Pesquisas mostraram repetidamente uma ligação entre a proteína C-reativa (PCR), um “marcador de inflamação no corpo”, e doenças do coração. E, embora o debate ainda esteja aberto, muitos acreditam que a PCR pode ser um melhor indicador para o desenvolvimento de doenças cardíacas do que altos níveis de colesterol “ruim” (LDL). O maior contribuinte para a inflamação (e doenças cardíacas) podem ser carboidratos com alto índice glicêmico Os carboidratos mais fáceis de digerir, como os encontrados na maioria dos alimentos processados​​, bem como açúcares, pães disponíveis comercialmente e doces, são denominados de “alto índice glicêmico”. Isto significa que se transformam em açúcar no sangue (glicose) mais rápido do que os alimentos glicêmicos mais baixos. Estudos recentes estão começando a identificar uma forte ligação entre o consumo de alimentos com alto índice glicêmico e doenças do coração. Muitos sentem que a causa é que o aumento da glicose estimula a inflamação, a produção de gordura e a resistência à insulina. [Gizmodo]

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Caminhadas de 5 minutos revertem malefícios de ficar sentado

Riscos de ficar sentado demais Três caminhadas leves de 5 minutos cada uma revertem os danos causados às artérias das pernas por três horas de permanência sentada. Ficar sentado por longos períodos de tempo, como muitas pessoas fazem diariamente no trabalho ou na escola, está associado a fatores de risco que incluem níveis mais elevados de colesterol e maior circunferência da cintura - risco para doenças cardiovasculares e metabólicas. Estudos já mostraram que trabalhar de pé é melhor para a saúde do que trabalhar sentado e que ficar menos tempo sentado aumenta a expectativa de vida. Isto porque, quando nos sentamos, os músculos não se contraem para ajudar a bombear bem o sangue para o coração. O sangue pode então se acumular nas pernas e afetar a função endotelial, a capacidade dos vasos sanguíneos de se expandirem devido a um aumento do fluxo sanguíneo. "Nós mostramos que a postura sentada prolongada prejudica a função endotelial, que é um indicador precoce de doença cardiovascular, e que interromper esse tempo sentado previne o declínio nessa função," disse Saurabh Thosar, da Universidade de Indiana (EUA). Caminhadas curtas e leves Os experimentos mostraram que ficar sentado durante apenas uma hora piora a expansão das artérias das pernas em até 50%. Para tentar reverter a situação, os participantes do estudo ficaram sentados durante três horas, fazendo pequenas caminhadas de 5 minutos a cada hora. O resultado é que a função arterial permaneceu a mesma durante todo o período de três horas. As caminhadas de 5 minutos cada uma foram feitas em uma esteira, a uma velocidade de 3,2 km/h, divididas no período de três horas nas marcas de 30 minutos, 1,5 hora e 2,5 horas. Diário da Saúde

Revisão alimentar básica: o que você deve saber

Evidências crescentes têm demonstrado que as doenças crônicas não transmissíveis são influenciadas pela alimentação incorreta, caracterizada pelo consumo frequente de álcool e alimentos com alto teor de gorduras, sal ou açúcar em excesso, e pela falta de atividade física regular. A alimentação adequada e saudável inclui o consumo de diferentes alimentos e de água, que desempenha papel fundamental na regulação de muitas funções vitais do organismo. A necessidade ideal de água não é a mesma para todas as pessoas. Ela está relacionada ao clima, à massa corporal, ao consumo alimentar, à atividade física e aos hábitos adquiridos desde a infância. Os princípios de uma alimentação adequada e saudável pressupõem o consumo diário de uma variedade de alimentos naturais e minimamente processados (como cereais e tubérculos, feijões, frutas, verduras e legumes, carnes) de forma que a alimentação consiga fornecer água, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, para o bom funcionamento do organismo. Carboidratos: Alimentos com alta concentração de carboidratos, como os grãos (incluindo arroz, milho e trigo), pães, massas, tubérculos (como as batatas e o inhame) e raízes (como a mandioca) de forma geral são fontes de carboidratos complexos e fibras alimentares, mas também contêm vitaminas, minerais e proteínas. O açúcar (sacarose) não é necessário ao organismo humano, pois pertence ao grupo dos carboidratos simples e a energia fornecida por eles pode ser obtida por meio dos carboidratos complexos (amidos). Dessa forma, este açúcar simples deve ter seu consumo reduzido, visto que seu excesso está relacionado ao aumento do risco de obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. Frutas, legumes e verduras: Devem ser consumidos diariamente. Esses alimentos são fontes de fibra alimentar, vitaminas e minerais. O incentivo ao consumo concentra-se principalmente em suas formas naturais. Produtos com alta concentração de açúcar, como geleias de fruta, bebidas com sabor de fruta e vegetais em conserva, com alto teor de sal, não fazem parte desse incentivo. Vegetais ricos em proteínas: Particularmente os cereais integrais, as leguminosas, como os feijões, e também as sementes e castanhas são fontes de fibra alimentar, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro e outros minerais, além de pequena quantidade de gordura do tipo insaturada. Alimentos de origem animal: Incluir pequenas quantidades de carne de gado, porco, peixe, aves, ovos e também leite, queijo e iogurte, preferencialmente desnatados ou com baixos teores de gordura. Esses alimentos são fonte de ferro, cálcio e vitamina B12 (exclusiva de produtos de origem animal). Uma alimentação vegetariana adequada pode ser capaz de atender às necessidades nutricionais. Ao optar por uma alimentação vegetariana, é importante o acompanhamento com nutricionista para garantir a apropriada substituição e combinação dos alimentos e não aumentar o risco à saúde por inadequação alimentar. Alimentos fontes de gordura: As gorduras são fontes de ácidos graxos essenciais e de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), que necessariamente devem ser veiculados pelos alimentos, pois o organismo não pode produzi-los. Assim, todos os seres humanos precisam de fonte de gordura, de preferência insaturada (mono e poli-insaturada). A gordura saturada, presente em alimentos de origem animal, aumenta o risco de dislipidemias (alterações dos níveis das gorduras no sangue) e doenças cardíacas. Alimentos altamente processados ou ultraprocessados: Refrigerantes, biscoitos, salgadinhos de pacote e refeições prontas para aquecer possuem elevada densidade energética (calorias), são ricos em açúcar, gorduras (principalmente trans) e/ou sódio e possuem características, como alta palatabilidade e conveniência, que favorecem o consumo excessivo de calorias, aumentando o risco de obesidade. Por isso seu consumo deve ser evitado. Vale a pena ressaltar que nenhum alimento específico ou grupo deles isoladamente é suficiente para fornecer todos os nutrientes necessários a uma boa alimentação e, consequentemente, manutenção da saúde. Faça escolhas alimentares mais adequadas e melhore sua qualidade de vida! Ministério da Saúde

Chumbo e cádmio em chocolates são preocupantes, dizem pesquisadores

Metais pesados Cientistas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) constaram que chocolates vendidos no Brasil contêm diferentes níveis de chumbo e cádmio, metais que, quando em níveis muito elevados, podem causar problemas de saúde. Segundo eles, os níveis desses metais pesados estão associados ao teor de cacau que cada chocolate contém. Solange Cadore e seus colegas relataram suas descobertas na revista científica Journal of Agricultural and Food Chemistry. Segundo o artigo, a presença desses metais no chocolate pode ter implicações para a saúde, especialmente para as crianças, embora eles não tenham encontrado teores acima dos permitidos pela legislação brasileira. Benefícios e riscos Os pesquisadores destacam que o chocolate tem muitos benefícios potenciais à saúde, devido aos altos níveis de flavonoides e antioxidantes do cacau. Mas eles também explicam que outras pesquisas sugerem que componentes indesejáveis podem entrar na composição do alimento. Estudos anteriores mostraram que as plantas podem absorver chumbo e cádmio, dois metais que ocorrem naturalmente no solo. O chumbo em altas concentrações pode causar dor abdominal, dores de cabeça e anemia em adultos. Em crianças, o metal pesado pode causar alterações comportamentais e atraso de linguagem, entre outros problemas. O cádmio em altas concentrações pode causar danos a vários órgãos. Ele também tem efeitos similares ao estrogênio e quebra alguns hormônios. Preocupações para os fabricantes Os pesquisadores testaram 30 amostras comerciais de chocolate ao leite, chocolate amargo e chocolate branco comprados no comércio. Eles constataram que os chocolates amargos - ou chocolates escuros, com teor mais elevado de cacau - apresentam as maiores quantidades de chumbo e cádmio. Todos os níveis mensurados de chumbo e cádmio ficaram abaixo dos limites máximos estabelecidos pelas autoridades de saúde do Brasil, da União Europeia e da Organização Mundial de Saúde. O mesmo não ocorre, porém, em relação às regras estabelecidas pela FDA norte-americana (Food and Drug Administration), que recomenda que o nível de chumbo em doces não deve ser superior a 100 nanogramas por grama (ng/g) de doce - duas amostras analisadas pelos pesquisadores superaram esse limite, chegando a 130 a 140 ng/g. Talvez por isso a pesquisa tenha sido divulgada pela Sociedade Americana de Química, alertando aos norte-americanos que chocolates importados do Brasil são vendidos naquele país. http://www.diariodasaude.com.br/

Além de desertificação, São Paulo tem água de subsolo contaminada

São Paulo e parte dos Estados do Sul e Sudeste do país podem entrar tanto num ciclo de desertificação como de extermínio de suas reservas hídricas existentes no subsolo. A influência das queimadas e do desmatamento amazônico no ciclo das chuvas nas porções mais ao sul do país alarma tanto os cientistas tanto quanto aos níveis de contaminação das águas potáveis existentes. Com o volume de águas de superfície em diminuição considerável, as reservas subterrâneas estão em boa parte comprometidas. Seja por contaminação por esgoto, pesticidas ou mesmo pela falta de potabilidade. Há estudos sobre o uso a exaustão desses recursos em regiões onde o aquífero tem uma distribuição demasiadamente irregular. Desde 1998, pesquisadores da USP e outras entidades alertam para a exploração demasiada e sem critérios das águas subterrâneas, principalmente na agricultura. No trecho paulista, o Aquífero Guarani é explorado por mais de 1000 poços e isso ocorre numa faixa no sentido sudoeste-nordeste. Já a área de recarga ocupa cerca de 17.000 Km², onde se encontram a maior parte dos poços e grande parte dos problemas de contaminação. Há 13 anos um grupo de cientistas do Centro de Pesquisas de Água Subterrânea (Cepas) do Instituto de Geociências da USP pesquisa quanto a presença de Nitrato nas águas subterrâneas. Os estudos mostram uma crescente contaminação por esgoto urbano em diversas cidades paulistas. Esse elemento químico surge em processos de decomposição bacteriológica de matéria orgânica presente nos dejetos. “Em locais onde não há saneamento, a contaminação ocorre pelas fossas sépticas e negras, já nas áreas com redes de esgoto o problema são os vazamentos. As redes são antigas e não passam por manutenção periódica. A presença do nitrato em áreas urbanas com rede de esgoto não era esperada de forma tão intensa”, afirma o professor da USP Ricardo Hirata. O nitrato é cancerígeno e pode desenvolver diversas doenças, principalmente síndromes em crianças. São Paulo tem uma grande dependência da água subterrânea. Segundo a pesquisa da USP, cerca de 75% das cidades paulistas têm o abastecimento público total ou parcial feito por águas de aquíferos. “No Estado de São Paulo, quase 60% dos poços tubulares são ilegais, ou seja, não têm controle por parte do estado, com possibilidades de terem problemas de qualidade de suas águas. Isso significa que a população pode estar ingerindo água degradada por nitrato ou outros contaminantes e não saber”, alerta o professor da USP. Além do problema da recarga, dificultado pela falta de chuvas, descontaminar a água com nitrato é algo caro e algumas situações inviável. Para agravar o quadro, há uma redução drástica da água de subsolo em diversas regiões. A supressão das matas ciliares que recobrem as bacias tem forte impacto sobre a qualidade da água, encarecendo em cerca de 100 vezes o seu tratamento. O alerta para as péssimas condições das águas, tanto de superfície como de subsolo, foi feito também pelo pesquisador José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia (IIE). Segundo ele, em áreas com floresta contígua a cursos d’água que estão protegida, com algumas gotas de cloro por litro se tem água para consumo humano. “ Já em locais com vegetação degradada é preciso usar coagulantes, corretores de pH, flúor, oxidantes, desinfetantes, algicidas e substâncias para remover o gosto e o odor. Todo o serviço de filtragem prestado pela floresta precisa ser substituído por um sistema artificial e o custo passa de R$ 2 a R$ 3 a cada mil metros cúbicos para R$ 200 a R$ 300. Essa conta precisa ser relacionada com os custos do desmatamento”, afirmou. Quando a cobertura vegetal na bacia hidrográfica é adequada existe uma quantidade maior de água, por processos naturais, essa retorna para a atmosfera e favorece a precipitação. O escoamento da água das chuvas é mais lento, favorecendo a recarga e minimiza a erosão. Os A vegetação funciona como um filtro natural e ajuda a infiltrar a água no solo. “Em solos desnudos, o processo de drenagem da água da chuva ocorre de forma muito mais rápida e há uma perda considerável da superfície do solo, que tem como destino os corpos d’água. Essa matéria orgânica em suspensão altera completamente as características químicas da água, tanto a de superfície como a subterrânea”, explicou Tundisi. * Júlio Ottoboni é jornalista diplomado e pós-graduado em jornalismo científico. http://envolverde.com.br/

Você sabe o que é Esporotricose?

A esporotricose é uma doença que pode afetar animais e humanos, comumente classificada como micose. A esporotricose manifesta-se na forma de lesões na pele, geralmente nos braços, pernas e rosto, que se originam de um ou mais carocinhos vermelhos e podem virar feridas. Somente um dermatologista pode fazer o diagnóstico da doença em humanos, pois ela pode ser facilmente confundida com outras enfermidades da pele. Nos animais, o diagnóstico pode ser feito em clínicas veterinárias e os sinais mais comuns são lesões profundas na pele, geralmente com pus, que não cicatrizam e evoluem de forma rápida. O fungo causador da esporotricose (Sporothrix schenckii) costuma habitar o solo, palhas, vegetais e também madeiras, sendo transmitido por pedaços contaminados, como farpas ou espinhos. O contato direto com animais contaminados, em especial os gatos, também transmite a doença, por meio de arranhões, mordidas e toque em pontos lesionados da pele. Transmissão Algumas medidas simples podem evitar a transmissão do fungo. Em contato com animal suspeito de estar com a doença, deve-se utilizar luvas e lavar bem as mãos após o manuseio. Higienizar o ambiente também pode reduzir a quantidade de fungos dispersos e evitar novas contaminações. Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para impedir que o fungo se espalhe pelo solo. Não há registros de casos de transmissão entre humanos. Pelo que se sabe, as pessoas só contraem a doença pelo contato com animais ou ambientes infectados. Tratamento O tratamento recomendado, na maioria dos casos humanos e animais, é o uso de antifúngico, que deve ser receitado por médico ou médico veterinário. A dose a ser administrada deve ser avaliada por esses profissionais, de acordo com a gravidade da doença, mas, dependendo do caso, outros fármacos podem ser usados. Outro cuidado importante é isolar o animal em um ambiente próprio até que o tratamento da esporotricose esteja concluído, assim evita-se a contaminação de outros ambientes, animais e pessoas. Ministério da Saúde

Brasil segue sem medicamento para doenças causadas por fungos

"Quando se fala em micose, todo mundo pensa em infecção de unha, pé de atleta, frieira. Mas há infecções por fungos que são muito graves," explica a pesquisadora Franqueline Reichert Lima, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Segundo ela, as doenças fúngicas acometem principalmente pessoas com o sistema imunológico fragilizado por outras doenças. Exemplos destes fungos são os Cryptococcus, agentes causadores da criptococose. A pesquisadora isolou os fungos provenientes tanto de pacientes tratados no Hospital de Clínicas da Unicamp, quanto encontrados em fezes de pombo na cidade de Campinas (SP). A seguir, ela testou combinações de medicamentos antifúngicos para combatê-los. Doenças causadas por fungos As estruturas do Cryptococcus, presentes no ar, entram no corpo humano principalmente por inalação. Uma vez nos pulmões, podem vir a causar complicações, como pneumonia grave. Mas a principal complicação causada por esta espécie de fungo afeta o sistema nervoso central. "A infecção é por via inalatória. Tem como foco primário os pulmões, onde pode até passar despercebida. Porém, por disseminação pelo sangue, pode atingir diversos órgãos, especialmente o sistema nervoso central", disse Franqueline. A pesquisadora explica que os fungos "C. neoformans e C. gattii têm uma predileção a invadir o sistema nervoso central e podem causar meningite aguda, subaguda ou crônica, assim como meningoencefalite grave. Os sinais e sintomas estão geralmente presentes por diversas semanas e incluem cefaleia, febre, neuropatia craniana, alteração da consciência, letargia, perda de memória, sinais de irritação meníngea e coma". Os fungos do gênero Cryptococcus estão em toda parte, mas os pombos foram a principal fonte destes fungos analisada por Franqueline. "O pombo é muito estudado como sendo a principal fonte ambiental desse fungo", disse a pesquisadora. O pombo não é a única ave a abrigar o Cryptococcus em seu aparelho digestivo, mas sua presença marcante nos espaços urbanos acaba fazendo com que seja uma fonte de destaque. "Então, locais infestados de pombos, como praças públicas, seriam fontes ou reservatórios deste micro-organismos. Por isso é recomendado não alimentar esses animais," explica Franqueline. A mortalidade é alta. Estima-se que ocorram anualmente um milhão de casos de infecção por Cryptococcus, resultando em 600 mil mortes no mundo. No Brasil, não existem dados precisos, já que a infecção por Cryptococcus não é uma doença de notificação compulsória. "É um problema muito grave", disse Franqueline. "Muitas pessoas morrem, e das que sobrevivem, muitas apresentam sequelas. Perda de visão, audição, sequelas sérias". Medicamentos antifúngicos O objetivo do tratamento das infecções por Cryptococcus é erradicar o microrganismo, para evitar as sequelas neurológicas e mortes. O tratamento envolve três fases, sendo a primeira de redução da carga de fungos no organismo do paciente, chamada fase de indução. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade de Doenças Infecciosas dos Estados Unidos recomendam que essa primeira linha de ataque seja feita com a combinação de dois antifúngicos, a anfotericina B (AMB) e 5-flucitosina (5FC). Contudo, no Brasil e em vários outros países em desenvolvimento, da Ásia e da África, o 5FC não se encontra disponível. "Não está claro o motivo exato de o 5FC não estar disponível no Brasil", disse Franqueline. "Desconfiamos que sejam questões financeiras: ele é muito barato, provavelmente não dá o lucro que as empresas farmacêuticas gostariam. Mas, então, por que o Brasil não importa? Também nos fazemos essas perguntas". O produto foi retirado da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) em 2006, sob as justificativas de que causa efeitos colaterais e de que seu uso isolado, sem a AMB, leva a um rápido desenvolvimento de resistência pelo fungo. Além disso, o Ministério da Saúde afirma que a 5FC pode ser substituída por outro antifúngico na combinação com a AMB. "Mas podemos ver na literatura científica, em ensaios clínicos, que não é assim", disse a pesquisadora, referindo-se à alegação de que a 5FC é facilmente substituível. "A utilização da 5FC com a AMB ainda é a melhor opção terapêutica, com a menor taxa de mortalidade. Mas no Brasil não dispomos desse antifúngico, e por isso estudamos outros, com objetivo de buscar novas opções terapêuticas". Alternativas Para sua dissertação, Franqueline testou diferentes combinações de antifúngicos contra Cryptococcus. "Testamos a terbinafina, que é um antifúngico utilizado para micoses de unha, micoses de pele", disse ela. "Foi muito efetivo in vitro, porém in vivo ainda algumas questões precisariam ser investigadas". A dificuldade, explicou, é que a terbinafina parece não ser capaz de cruzar a chamada "barreira hematoencefálica", que filtra o sangue que chega ao cérebro. "Teríamos que buscar alguma forma de fazer esse antifúngico, que é muito potente in vitro, penetrar na barreira hematoencefálica, para que ele possa ser utilizado contra meningite", disse a pesquisadora. "Temos algumas ideias, mas nada para aplicação prática até o momento". Jornal da Unicamp

Biólogo pede devolução de metade da Terra para os animais

Um dos biólogos mais importantes do mundo surpreendeu ao propor à revista do Instituto Smithsoniano uma estratégia de conservação audaciosa, no final de agosto. Segundo Dr. Edward Osborne Wilson, influente cientista de 85 anos da Universidade de Harvard, para prevenir a “extinção em massa de espécies”, precisamos destinar metade do planeta exclusivamente para a proteção dos animais. Duas vezes vencedor do Prêmio Pulitzer e autor de mais de 25 livros, Dr. Wilson acredita que estamos enfrentando um “holocausto biológico”, causado pelos seres humanos. De acordo com ele, a sexta extinção em massa será tão devastadora quanto a extinção dos dinossauros, a menos que os humanos compartilhem o mundo com as outras 10 milhões de espécies de uma forma mais igualitária. A tese também é defendida pela jornalista Elizabeth Kolbert no livro The Sixth Extinction, trabalho de fôlego que dá uma perspectiva histórica do papel do ser humano no planeta. Metade para os animais, metade para nós. O plano de conservação de Wilson, apelidado de “Half Earth”, inclui a criação de cadeias de corredores ininterruptos de vida selvagem, alguns deles grandes o bastante para abrigar “parques nacionais de biodiversidade”, idealizados para impedir o desaparecimento de espécies. Tais medidas ajudariam os animais a reagir aos efeitos das mudanças climáticas por meio da migração e também evitariam isolamento em ilhas sem conexão com outros habitats, afirmou na entrevista. (Fonte: Planeta Sustentável)

Brasil pode começar vacinação contra meningite B em 2015

O Brasil deve começar em 2015 a vacinação contra a meningite do tipo B, de acordo com expectativa da presidenta da Comissão de Revisão de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. Ela explicou que a doença meningocócica é a causa mais comum de meningite bacteriana no Brasil, que “tradicionalmente é um campeão neste tipo de enfermidade na América Latina”, e os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo são os que registram as maiores incidências. Dados do Ministério Saúde registram 1,54 episódio para cada grupo de 100 mil habitantes em 2013. Segundo Isabella Ballalai, até 2010 o meningococo [bactéria causadora da doença] do tipo C era responsável por 80% de meningites no país. A partir daí, com a vacinação em crianças com menos de 2 anos, determinada pelo Ministério da Saúde, os casos diminuíram, embora o vírus ainda circulasse em maiores de 4 ou 5 anos de idade, nos adolescentes e nos adultos. A médica acrescentou que para a faixa com imunidade, o vilão passou a ser o meningococo do tipo B. “Era o inimigo número dois e passou a ser o primeiro causador da doença meningocócica. Então, a vacina do tipo B, junto com as que já existem nos tipos A, C, W e Y é a expectativa de prevenir os tipos de doença meningocócica que circulam entre nós. A gente espera ter esta vacina em 2015”, revelou Isabella à Agência Brasil. Segundo a SBIm, a meningite tem tratamento específico, mas, apesar disso, uma em cada grupo de cinco pessoas infectadas não resiste à doença. Entre os que sobrevivem, de 10% a 20% têm sequelas neurológicas, e outros ainda podem ser acometidas com problemas de surdez ou mesmo casos de amputação de membros. A vacinação contra meningite B será um dos assuntos em debate na 16ª edição da Jornada Nacional de Imunizações, promovida pela SBIm. O encontro, que começa nesta quarta-feira (10), no hotel Royal Tulip, em São Conrado, zona sul do Rio, e termina no sábado (13), terá como tema Perspectivas para os Próximos 10 Anos. Haverá uma sala para discutir especificamente os resultados obtidos na área. Para Isabella Ballalai, apesar de o Brasil ter um programa vacinal de imunizações considerado um dos melhores no mundo, não pode deixar de lado o controle de doenças em adultos. É preciso ter cobertura vacinal além da infância para evitar que doenças controladas atualmente, como a poliomielite, retornem ao país, e adiantou que o Ministério da Saúde deve anunciar, em novembro, a vacinação de gestantes contra a coqueluche. “Hoje, as doenças imunopreveníveis estão bem controladas na infância, e a gente sabe que muitas das vacinas não vão proteger para o resto da vida. A expectativa de vida só aumenta, e pretendemos que o tempo maior de vida seja com qualidade. As doenças infecciosas são as que mais matam, depois das cardiovasculares. Hoje, com as vacinas em idosos, contra a influenza [gripe] a gente consegue resultado até mesmo para doenças cardiovasculares. São estratégias que temos que discutir. Como chegar ao adulto e chamar os idosos para as salas de vacinação para que tenham proteção a longo prazo”, analisou. No encontro, as principais referências na área vão discutir desde a situação das doenças preveníveis por vacina ao desenvolvimento de imunobiológicos. “A gente já conhece os resultados, até hoje muito bons, conseguidos com a vacinação; a gente tem muita coisa a crescer, e hoje vivemos uma situação de conforto com a ausência das doenças imunopreveníveis e a necessidade de atingir outras faixas etárias nos próximos anos”, disse a médica da SBIm. A jornada vai debater também a vacinação contra a dengue, e de acordo Isabella, os testes da vacina indicam redução de 60% da doença e queda de 80% dos casos de hospitalização. “Se a dengue é um problema, o maior é a dengue grave, que hospitaliza e mata, e a gente tem perspectiva de 80% de redução. É uma vacina que a gente também espera para 2015 e torce muito para que chegue”, contou. Outra discussão importante vai ser o debate sobre a vacina contra o vírus Varicela-zoster, causador do herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro. A vacina foi aprovada pelo Ministério da Saúde e está disponível em clínicas privadas. De acordo com a médica, a prevenção pode evitar também o acidente vascular cerebral. (Fonte: Agência Brasil)

Emissão de gás carbônico no mundo tem maior salto desde 1984

A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera atingiu níveis recordes em 2013, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Entre 2012 e o ano passado, a taxa de acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera teve o crescimento mais rápido em um ano desde 1984. A OMM afirmou que o relatório ressalta a importância de um acordo mundial para limitar a emissões de gases do efeito estufa. Em 2009, líderes de todo o mundo concordaram em fechar um tratado para manter um aumento na temperatura global de no máximo 2ºC até 2020. O Boletim anual de Gases do Efeito Estufa não mede a produção de emissões, mas registra a quantidade de gases que permanecem na atmosfera depois das interações com terra, ar e oceanos. Cerca de metade das emissões acaba absorvida por mares, florestas e seres vivos. Mesmo assim, a concentração de CO2 na atmosfera bateu 396 partes por milhão (ppm) em 2013, um aumento de quase 3ppm em comparação com o ano anterior. Crescimento recorde – “O boletim mostra que, bem longe de estar caindo, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera de fato subiu no último ano na taxa mais rápida em quase 30 anos”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. A concentração de CO2 atual é de 142% dos níveis de 1750, ou seja, antes do início da Revolução Industrial. O acúmulo de outro potente gás de efeito estufa, o metano, foi de 253%. O estudo também indica que o crescimento recorde do CO2 em 2013 não se deve apenas a mais emissões, mas a uma redução na capacidade de absorção de carbono pela biosfera. A descoberta intrigou cientistas da OMM. A última vez que se constatou uma redução no nível de absorção da biosfera foi em 1998, quando houve um pico de queima de biomassa, aliado a um intenso El Niño. “Já em 2013 não houve impactos óbvios na biosfera, portanto, é ainda mais preocupante”, disse o chefe da divisão de Pesquisa Atmosféria da OMM, Oksana Tarasova. “Não entendemos se isso é uma coisa temporária ou permanente, e isso é preocupante.” Tarasova afirma que a descoberta pode indicar que a biosfera atingiu o seu limite, mas destaca que é impossível confirmá-lo no momento. Os dados compilados pela OMM cobrem os anos de 1990 a 2013 e mostram que gases como CO2, metano e óxido nitroso (N20), que sobrevivem na atmosfera por muitos anos, contribuíram para um aumento de 34% no aquecimento global. No entanto, a temperatura global média não subiu paralelamente à elevação da concentração de CO2, o que levou muitos a afirmarem que o aquecimento global havia parado. “O sistema climático não é linear, não é simples. Não há necessariamente um reflexo da temperatura na atmosfera, mas se analisarmos o perfil de temperatura dos oceanos, vê-se que o calor está indo para os mares”, disse Oksana Tarasova. O relatório também inclui pela primeira vez dados sobre a acidificação do mar provocada pelo dióxido de carbono. A OMM diz que diariamente os oceanos absorvem cerca de 4kg de CO2 por pessoa. Os pesquisadores acreditam que a atual taxa de acidificação seja a maior dos últimos 300 milhões de anos. Diante das evidências, a OMM urge líderes mundiais a tomarem decisões contundentes sobre a política climática. Em 23 de setembro será realizado em Nova York um encontro extraordinário sobre o clima, convocado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. No fim do ano, a ONU promove a sua reunião anual sobre mudanças climáticas, desta vez em Lima, no Peru. A expectativa é que os dois encontros cheguem ao consenso necessário para um novo acordo climático mundial na reunião anual da ONU de 2015, em Paris. No entanto, até o momento não se tem qualquer previsão de como transformar o acordo em algo legalmente vinculante, para que seja, de fato, efetivo. (Fonte: G1)

Escola na Guatemala é feita com Pneus!

Na Guatemala, em San Juan Comalapa, uma escola foi construída com materiais reutilizados. O projeto de construção verde, realizado pela ‘Long Way Home’ (LWH) para a elaboração da ‘Escola Maya Técnico Profissional’, foi feito usando pneus reciclados e garrafas. Este material é abundante e, quando cheio de lama, fornece massa térmica para regular a temperatura interna do edifício. Em alguns casos eles são deixados visíveis, fazendo parte do design da construção. Este tipo de edificação melhora o meio ambiente e altera a consciência da comunidade. Pois, os materiais utilizados na construção são poluentes potenciais caso sejam descartados de maneira incorreta no meio ambiente. A ideia é oferecer aos alunos as habilidades necessárias para romper o ciclo da pobreza na área. Na escola as crianças aprenderão sobre a cultura maia, currículo nacional da Guatemala e competências profissionais verdes. Será a primeira instituição educacional profissionalizante no local.

Células artificiais dão seus primeiros passos

As células são objetos complexos com um sistema metabólico sofisticado. Seus ancestrais evolutivos, as células primordiais, eram meramente compostas por uma membrana e algumas moléculas, fazendo com que esses fossem sistemas minimalistas, mas com perfeito funcionamento. Para descobrir a origem das células, um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Andreas Bausch se reuniu com um lema que exprime bem seus objetivos: “Voltar à origem da célula”. O sonho da vida deles é criar um modelo de célula simples com uma função específica, utilizando apenas ingredientes básicos. Nesse sentido, eles estão seguindo o princípio da biologia sintética, em que blocos de construção celular individuais são montados para criar sistemas biológicos artificiais com novas características. A ideia dos biofísicos era criar um modelo de célula com uma função biomecânica. Ela deveria ser capaz de mover-se e mudar sua forma sem influências externas – em outras palavras, a ideia era fazer células artificias mesmo. E, recentemente, eles comunicaram à imprensa internacional que finalmente conseguiram realizar esse sonho. As células artificias são como bolas mágicas O modelo dos biofísicos compreende um invólucro de membrana, dois tipos diferentes de biomoléculas e algum tipo de combustível. O envelope, também conhecido como vesícula, é feito de uma membrana lipídica de camada dupla, de forma análoga às membranas celulares naturais. Os cientistas encheram as vesículas com microtúbulos, componentes em forma de tubo do citoesqueleto, e moléculas de cinesina. Nas células, essas moléculas normalmente funcionam como motores moleculares que transportam blocos celulares de construção ao longo dos microtúbulos. Na experiência, estes motores empurram permanentemente os túbulos ao lado do outro. Para isso, a cinesina exige moléculas de ATP como portadoras de energia, que também estavam presentes na configuração experimental das células artificiais. Do ponto de vista físico, os microtúbulos formam um cristal líquido bidimensional sob a membrana, que fica em um estado de movimento permanente. “Podemos imaginar a camada de cristal líquido como troncos de árvore à deriva na superfície de um lago”, explica Felix Keber, principal autor do estudo. “Quando o fluxo fica muito congestionado, eles se alinham em paralelo, mas ainda podem flutuar um ao lado do outro”. “Com o nosso modelo biomolecular sintético, criamos uma nova opção para o desenvolvimento de modelos celulares mínimos”, explica Bausch. “Esse processo é ideal para aumentar a complexidade de uma forma modular a fim de reconstruir os processos celulares, como a migração de células ou a divisão celular de uma maneira controlada. E o fato de o sistema criado artificialmente poder ser exaustivamente descrito a partir de uma perspectiva física nos dá esperança de que nos próximos passos também seremos capazes de descobrir os princípios básicos por trás das deformações celulares múltiplas”.[io9]

Degradação florestal no Brasil preocupa especialistas

O Brasil avançou muito nos últimos 25 anos no monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica por meio de ações como a implementação do Programa de Cálculo do Deflorestamento da Amazônia (Prodes), em 1988, e do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), em 2004 – ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Agora, precisa olhar com mais atenção para outro problema ambiental tão grave quanto o desmatamento: a degradação florestal, que afeta não só a Amazônia, mas também outros biomas brasileiros. A avaliação foi feita por um grupo de pesquisadores de instituições como Inpe, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos), Instituto Max Planck (na Alemanha) e Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) durante o Workshop on Monitoring Forest Dynamics: carbon stocks, greenhouse gas fluxes and biodiversity, realizado entre os dias 2 e 4 de setembro na Universidade de Brasília (UnB). “Precisamos interpretar os dados do desmatamento na Amazônia, mas também olhar para outros processos da dinâmica florestal como a degradação florestal, que também tem impactos nas funções ecológicas, no armazenamento de carbono e na conservação da biodiversidade”, disse Mercedes Bustamante, professora do Departamento de Ecologia da UnB e organizadora do evento. De acordo com os participantes do encontro, a degradação florestal difere do desmatamento, que se caracteriza pelo corte raso de árvores e responsável pela alteração significativa da paisagem da Amazônia brasileira, quando parcelas da floresta são convertidas em áreas de pastagem. Já a degradação é definida pela perda da capacidade da floresta de realizar suas funções originais, como contribuir para o balanço climático, hídrico e de carbono, em razão do corte seletivo de árvores de interesse comercial e de queimadas intencionais, entre outros fatores. “A degradação fica em uma posição intermediária entre a floresta intacta e a que foi transformada em área de pastagem. É uma floresta que ainda não foi desmatada completamente”, resumiu Michael Keller, cientista do US Forest Service dos Estados Unidos e pesquisador visitante da Embrapa Monitoramento por Satélite. “Uma floresta degradada já não possui o mesmo estoque de carbono e a biodiversidade que tinha antes de ser afetada, mas, se for feito um manejo bem feito no prazo de 20 a 30 anos, ela pode se regenerar e até mesmo se aproximar de suas características originais”, explicou. Outra diferença significativa entre os dois processos, segundo os pesquisadores, é que o desmatamento é mais evidente e inequívoco e pode ser observado mais facilmente pelos satélites usados no monitoramento ambiental. A degradação, por sua vez, é mais sutil. Trata-se de um processo de longo prazo e deve ser acompanhada continuamente para que suas causas sejam identificadas. “É preciso o acompanhamento de longo prazo não só das mudanças na cobertura da floresta, mas dos processos que causam essas alterações ambientais”, disse Bustamante. “Sem isso, não é possível estimar qual será a trajetória das florestas degradadas e comparar com informações de estudos em campo para avaliar se vão se regenerar, se ganharão ou perderão carbono ou se podem evoluir para o desmatamento”, disse. Degradação da Amazônia No fim de agosto, o Inpe divulgou pela primeira vez o mapeamento de áreas de degradação florestal na Amazônia Legal nos anos de 2011, 2012 e 2013, feito pelo projeto Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira (Degrad). O objetivo da iniciativa é identificar, por meio de imagens de satélite, as áreas expostas à degradação florestal progressiva pela exploração seletiva de madeira, com ou sem uso de fogo, mas que ainda não sofreram o corte raso. Os dados do levantamento apontam que a taxa de degradação na região nesses três anos foi a menor registrada desde o início da série histórica do projeto, em 2007, e acompanha a tendência de queda de desmatamento por corte raso na floresta verificada pelo Prodes após 2005. “É preciso investir em um sistema de monitoramento em escala nacional que abranja e leve em conta as particularidades dos diferentes biomas brasileiros que também possuem tanta relevância na regulação do clima, conservação da biodiversidade e diversas funções ecossistêmicas como a Amazônia”, afirmou Bustamante. É mais fácil monitorar e identificar a degradação da Amazônia em comparação com outros biomas brasileiros, porque ela tem uma vegetação mais fechada e, por isso, as clareiras provocadas por derrubada de árvores, por exemplo, podem ser notadas mais facilmente. Já o Cerrado tem vegetação mais aberta, com maior sazonalidade de árvores, arbustos e gramíneas, dificultando a identificação das áreas degradadas. “A grande ênfase no monitoramento de degradação florestal no Brasil tem sido na Amazônia, mas a Embrapa está desenvolvendo, em parceria com o Inpe e a Universidade Federal de Goiás, um sistema de classificação das terras do Cerrado”, contou Keller. O Serviço Florestal Brasileiro (SFN) está avançando no desenvolvimento do Inventário Florestal Nacional do Brasil (IFN-BR), contou Joberto Freitas, pesquisador da instituição, durante palestra no evento. A ideia é que os dados do inventário sejam integrados com os de sensoriamento remoto para monitorar a degradação florestal nos diferentes biomas. “Muitos países, como os Estados Unidos, utilizam sistemas de monitoramento integrado como esse que o Brasil pretende desenvolver e esse é o caminho que o país deve seguir”, avaliou Keller. “O monitoramento da degradação utilizando dados integrados funciona muito melhor do que quando apenas baseado em dados de satélite ou só por meio de inventários de florestas”, afirmou. REDD+ Além do controle florestal, o monitoramento da degradação é importante para o Brasil e outros países em desenvolvimento definirem estratégias de promoção de aumento de cobertura vegetal e pedirem compensações financeiras por isso, como previsto pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O organismo internacional ligado ao IPCC instituiu um mecanismo, denominado REDD+ ou REDD plus, que permite a remuneração de países em desenvolvimento por seus resultados no combate ao desmatamento e à degradação florestal. A questão é que ainda não se sabe de que forma os países poderão comprovar o controle da degradação florestal, uma vez que não há uma linha de base para distinguir as suas causas – que podem ter origem em uma perturbação natural, como um período de seca intensa, ou na ação humana. Além disso, não há uma definição clara de degradação florestal entre os próprios países signatários da UNFCCC . “Do ponto de vista de alguns cientistas e países, a degradação é a perda no longo prazo da capacidade da floresta de continuar exercendo suas funções”, disse Thelma Krug, pesquisadora do Inpe e vice-presidente de uma força-tarefa do IPCC sobre inventários nacionais de gases de efeito estufa. “Por outro lado, há cientistas e países que dizem que, se a função da floresta for recuperada plenamente, isso não seria degradação”, ponderou. Segundo Krug, não há intenção de definir o conceito nas negociações climáticas internacionais para não dificultar o processo. “Se um determinado país não se vir refletido na definição de degradação ou de desmatamento em uma negociação, não é possível obter consenso.” * O repórter viajou a convite da Universidade de Brasília (UnB). ** Publicado originalmente no site Agência Fapesp.

Sistemas agroflorestais contribuem para a conservação dos recursos naturais em biomas diversos

Com o objetivo de propagar as agroflorestas por todo o país, com maior ênfase nos Assentamentos de Reforma Agrária, a Cooperafloresta, por meio do Projeto Agroflorestar, realiza pesquisas científicas nos assentamentos Mário Lago (Ribeirão Preto/SP) e Contestado (Lapa/PR). Nestas regiões as diferenças ambientais em todos os âmbitos refletem em características agroflorestais ainda não estudadas. Promover a irradiação das agroflorestas nos Assentamentos de Reforma Agrária em biomas diversos é a primordial proposta da segunda etapa da pesquisa científica do Projeto Agroflorestar, que está sendo realizado pela Cooperafloresta (Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo/SP e Adrianópolis/PR) e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental. À partir das experiências agroflorestais desenvolvidas pela Cooperafloresta na Mata Atlântica no Vale do Ribeira e Litoral do Paraná, está sendo realizada a pesquisa ‘Estoques de carbono nas florestas’ em assentamentos localizados na Lapa/PR e Ribeirão Preto/SP, onde predominam outras condições de clima, solo e biodiversidade, inclusive áreas degradadas no Bioma Cerrado. O objetivo é subsidiar e orientar a prática agroflorestal, facilitando a sua adoção e multiplicação. A grande sintonia do que prega e pratica o Projeto Agroflorestar em tornar a agroecologia a matriz produtiva nacionalmente hegemônica no âmbito da Reforma Agrária e da agricultura brasileira, potencializa imensamente sua capacidade de gerar impactos num cenário que extrapola em muito, os assentamentos e escolas nos quais o projeto atua diretamente. O engenheiro agrônomo Nelson Eduardo Corrêa Netto, coordenador do Projeto Agroflorestar e técnico da Cooperafloresta, alia também a isto à força de atuação, em âmbito nacional, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. “O MST envolve, de forma orgânica, mais de meio milhão de famílias no maior e mais determinado movimento social do país. Neste universo, a afirmação prática científica e socialmente monitorada de um paradigma no qual a Conservação da Natureza e a cooperação das pessoas entre si e com os processos naturais são a base do sistema produtivo representa um grande avanço”. O pesquisador deste tópico do Agroflorestar, o doutor Walter Steenbock, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMbio) ressalta a importância da agricultura familiar no processo de conservação ambiental, em todos os âmbitos, se comparada à agricultura convencional (Agronegócio). “Quando se tata de conservação ambiental, a agricultura familiar tem se mostrado mais eficiente que o agronegócio do ponto de vista social, econômico e ambiental”, aponta o pesquisador, que esteve à frente da primeira etapa da pesquisa inserida no Agroflorestar finalizada em dezembro de 2012. Resultados científicos da primeira etapa da pesquisa endossam esta afirmação, como a diversidade de produtos para a subsistência, que ampliou em cerca de 95% se comparado a quando praticavam a agricultura convencional (monocultura), que também maximiza a renda com a redução de gastos externos. E o mais importante – já que não se trata apenas das famílias que atuam hoje nas agroflorestas, mas do futuro de novas gerações: a recuperação de 1.000 hectares (ha) dos recursos naturais na área de atuação das 120 famílias associadas à Cooperafloresta (100 alqueires). Objetivos - “Além de trabalharmos para a propagação das agroflorestas, consideramos fundamental buscar a geração, por parte das esferas Municipais, Estaduais e Federal, de políticas públicas de crédito, de assistência técnica, de pesquisa, de educação e de regulamentação ambiental adequadas”, frisa Steenbock. “O investimento em conhecimento, pesquisa, desburocratização dos processos e regulamentação ambiental adequada são questões consideradas fundamentais para o desenvolvimento do setor. E este trabalho, somado aos que já obtivemos em âmbito global nos Sistemas Agroflorestais da Cooperafloresta com o balanço de carbono, e considerando os impactos positivos da agricultura agroflorestal produzindo bens e serviços mensuráveis, apontam o sucesso do trabalho realizado por toda a equipe da Cooperafloresta e de todas as famílias agricultoras”, avalia o pesquisador. Primeira etapa – A primeira etapa do experimento foi desenvolvida em 16 agroflorestas para a caracterização da estrutura florestal. Foram incluídas agroflorestas de diferentes idades, em distintas condições de solo e relevo e conduzidas sob variações amplas de manejo. “O manejo agroflorestal reflete na dinâmica do carbono, apontando para a possibilidade de agregar carbono, produção de alimentos e biodiversidade nos mesmos espaços”, esclarece Steenbock. Segunda etapa – A proposta do eixo de pesquisa, para o período de 2013/2014, é monitorar indicadores ambientais, de fertilidade do solo e produtivos, periodicamente, desde o início da implantação de agroflorestas. Considerando a analogia aos “retratos” das agroflorestas, realizados no período passado, a proposta atual é realizar “filmes” da dinâmica do carbono, da biodiversidade e da fertilidade do solo, de forma associada à descrição detalhada das práticas de manejo realizadas em cada agrofloresta sob análise. Sucesso dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) da Cooperafloresta junto aos Assentamentos de Reforma Agrária Atualmente, cerca de 180 famílias agriculturas assentadas, distribuídas nos municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá, Serra Negra (Litoral do Paraná), Lapa (Região Metropolitana de Curitiba/PR), Ribeirão Preto e Apiaí (ambos em São Paulo) estão tornando seus lotes em um modelo viável de produção alternativa à monocultura e um exemplo de reforma agrária bem-sucedida. Cada localidade com suas peculiaridades climáticas e comunidades diversas, estão se integrando em torno de um só objetivo: proteção e recuperação ambiental aliadas ao resgate da dignidade de vida das famílias. “Para tanto, o trabalho é detalhado, moroso, mas satisfatório.Apesar dos assentados já terem conhecimento sobre o respeito ao meio ambiente em razão do engajamento na causa da Reforma Agrária, na maioria dos lotes, a exemplo dos de Ribeirão Preto, as terras estão desgastadas pelo uso de agrotóxicos, heranças deixadas pelo cultivo da cana de açúcar. Diante disso, o processo, na sua íntegra, necessita do nosso apoio – do modelo de manejo, do apoio técnico nos processos de organização, formação e, principalmente, na capacitação das famílias agricultoras”, finaliza Nelson Eduardo Corrêa Netto. Pesquisa nos assentamentos – Em Ribeirão Preto, 90 famílias agricultoras do assentamento Mário Lago estão engajadas e a satisfação é evidente nas palavras de Zaquel Miguel de Carvalho, assentado oficialmente no município desde 2008. “Desde que estivemos em Barra do Turvo e pudemos ver o quanto nossa terra pode trazer felicidade, comprei a ideia. É disso que precisamos aqui no Mário Lago. Nossas terras foram destruídas e precisamos desfazer o mal que fizeram por aqui. Nossa água está contaminada pelo agrotóxico que aqui colocaram. Mas aprendi: agora estamos plantando água e terra”, comemora Zaquel Miguel de Carvalho. “Percebemos que o êxito da agrofloresta em Ribeirão Preto será fundamental para o sucesso do próprio assentamento, potencializando sua proposta de reunir recuperação ambiental e produção. O que nos deixa exultante é perceber que as lideranças e famílias locais estão se apropriando, cada vez mais, do Projeto Agroflorestar e sua proposta”, comemora o engenheiro agrônomo Nelson Eduardo Corrêa Netto. No assentamento Contestado, com 108 famílias do MST, na Lapa (PR), há outro exemplo da importante atuação do Projeto Agroflorestar. Os intercâmbios de conhecimento com as famílias agricultoras da Cooperafloresta socializando suas experiências de mais de 15 anos com agroflorestas, são de fundamental importância no processo de ampliação de referências de reforma agrária com agroflorestas. Na Lapa, 40 famílias implantaram áreas piloto de 750 m², em caráter experimental e demonstrativo. No município, a parceria do Contestado com a Escola Latino-Americana de Agroecologia (ELAA), que se localiza no Assentamento foi fundamental para a realização da pesquisa, já que a soma de esforços e respectivos conhecimentos, serão fundamentais para a disseminação do sucesso lá conferido. (Fonte: Cooperafloresta)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Cobra decapitada ainda é capaz de picar sua presa

Cobras venenosas são assustadoras quando estão vivas, mas também há motivos para temer essas criaturas depois que foram mortas ou tiveram a cabeça cortada fora. “Só porque os animais foram decapitados, isso não significa que os nervos deixaram de funcionar”, disse Steven Beaupré, professor de biologia da Universidade de Arkansas, nos EUA. Muitos animais ectotérmicos, ou seja, de sangue frio, compartilham esta característica, disse ele ao Live Science. “Cobras em geral são bem conhecidas por reter reflexos após a morte”, disse Beaupré. “Os corpos de serpentes continuam se movimentando no chão mesmo depois de terem sofrido uma decapitação”, acrescentou. Esses movimentos pós-morte são alimentados pelos íons, ou partículas eletricamente carregadas, que permanecem nas células nervosas de uma cobra depois que ela morre. Quando o nervo de uma cobra morta recentemente é estimulado, os canais se abrem, permitindo que os íons passem. Isto cria um impulso elétrico que permite ao músculo realizar uma ação de reflexo, como uma picada. Para cobras venenosas, morder é um dos reflexos que podem ser ativados no cérebro até mesmo horas após o animal morrer. “O reflexo de mordida é mais forte em cobras venenosas do que em alguns outros carnívoros, porque essas cobras usam sua mordida de outra forma. Ao contrário de um tigre, por exemplo, que mata a presa afundando seus dentes na carne do animal e se firmando, cobras mordem de forma extremamente rápida e, em seguida, afastam-se de suas presas para evitarem ser pisoteadas”. O ataque pode ocorrer em menos de um segundo. Na verdade, cascavéis são conhecidas por envenenar a presa em menos de dois décimos de segundo. (Fonte: UOL)