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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Peixe fora da água dá pistas sobre evolução das espécies para a terra

Um primitivo peixe mostrou que, mesmo fora da água, é capaz de se locomover e oferecer pistas sobre a evolução das espécies do mar para a terra, de acordo com um novo estudo realizado na Universidade de Ottawa, no Canadá. Capaz de respirar na superfície, o espécime passou inclusive por modificações em seu esqueleto para melhorar sua locomoção. A pesquisadora Emily Standen, da Universidade McGill, decidiu criar uma espécie de peixe fora da água. Juntamente com o paleontologista Hans Larsson, ela escolheu o bichir-de-senegal ou enguia dinossauro (Polypterus senegalus senegalus), uma espécie com características primitivas que lembra um ancestral dos animais terrestres. Equipado com pulmões e escamas duras, o bichir usa as nadadeiras peitorais atrás da cabeça para se movimentar em terra e ir de uma poça de água para outra. Os pesquisadores compraram 149 espécimes com dois meses de vida e mantiveram 111 em um terrário durante 8 meses. Os outros 38 ficaram em um aquário. Os peixes criados em terra apresentaram mudanças na estrutura de seu esqueleto que lhes permitiram se locomover em terra. Os bichires passaram a usar suas nadadeiras dianteiras para se erguer e “caminhar”. A estrutura que seria semelhante à nossa coluna vertebral tornou-se mais reforçada e longa para dar maior apoio ao restante do corpo. “Todas as mudanças que observamos estão documentadas no estudo dos fósseis”, afirma a pesquisadora Emily Standen, especialista em biomecânica comparative e evolucionária na Universidade de Ottawa. “Os resultados podem jogar uma luz sobre um fator que teria parte na origem dos tetrápodes”, diz Per Ahlberg, uma paleontologista da Universidade Uppsala na Suécia. Resta aos cientistas entender esse desenvolvimento na evolução e passagem das espécies aquáticas para a vida na terra. As mudanças – chamadas plasticidade desenvolvimentista – deram aos animais “vantagens” em sua luta pela sobrevivência, possivelmente passada em seus genes para as novas gerações, que os pesquisadores vão acompanhar em novo estudo. “Eventualmente, essas mudanças podem se tornar permanentes com o tempo”, diz Emily Standen. “Mas como isso acontece”, diz, ainda permanece um “mistério”. (Fonte: UOL)

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