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domingo, 30 de novembro de 2014

Pesquisadores descobrem nova espécie de peixe no RS

Pesquisadores de Pelotas, no Sul do Rio Grande do Sul, descreverem recentemente uma nova espécie de peixe. Batizado de Austrolebias bagual, ele vive em poças temporárias, ambientes que se formam anualmente e secam meses depois. A descoberta ocorreu em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo. A nova espécie atinge cinco centímetros de comprimento, possui o fundo claro e listras tranversais mais escuras, além de variar em colorações de azul e verde nas nadadeiras. Conforme o vice-coordenador do Instituto Pró-Pampa, responsável pela pesquisa, esse tipo de peixe utiliza uma estratégia para manutenção da espécie. Luis Lanés explica que, quando a poça seca, os ovos se mantêm depositados no solo. “Sempre fazemos as pesquisas no período de chuva, basicamente de junho até dezembro, no máximo. Depois, essas poças secam. Mas os ovinhos continuam, ficam enterrados no solo e voltam a se desenvolver na próxima temporada. Eles já estão adaptados”, afirmou. . Apesar dessa característica, a espécie é considerada “criticamente ameaçada” de extinção. Segundo Lanés, ela vive em ambientes restritos e em áreas utilizadas para agricultura, como cultivo de arroz e trigo. A descoberta ocorreu através do Projeto Peixes Anuais do Pampa. (Fonte: G1)

Orégano reduz consumo de sal por hipertensos, diz estudo da USP

O uso de orégano ou outras ervas finas nos alimentos pode ajudar hipertensos a reduzirem o consumo de sal, segundo pesquisa desenvolvida por nutricionistas da Universidade de São Paulo (USP), na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Um estudo com 120 pessoas revelou que pacientes que sofrem de pressão alta preferem alimentos com maior dosagem de sal e com dosagem intermediária, se o alimento estiver acompanhado desses condimentos. O objetivo da pesquisa era determinar se realmente existia preferência por alimentos salgados e acabou comprovando cientificamente uma recomendação culinária que substitui o sal da comida por temperos, segundo a nutricionista Patrícia Villela. O estudo foi feito com homens e mulheres que foram divididos em quatro grupos: com idosos hipertensos, idosos com pressão normal (ou normotensos), jovens hipertensos e jovens sem a doença. Os participantes receberam três amostras de pães com diferentes dosagens de sal. O primeiro era semelhante ao produzido nas padarias de todo o país, com o teor de 1,8% de sódio. O segundo tinha uma quantidade inferior, com 1,2%, e o terceiro a maior quantidade de sal, 2,4%, que representa o consumo máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), igual a cinco gramas de sal por dia. Testes – Sem perceber uma diferença de textura ou visual nos pães, os pacientes provaram os três tipos, tomando um copo de água entre cada teste e revelaram as preferências. “A maioria dos pacientes hipertensos preferiram as amostras mais salgadas. Independentemente da idade. Então, tanto os idosos quanto os jovens hipertensos preferiram as amostras mais salgadas”, afirmou Patrícia. Ainda de acordo com os resultados do teste, as pessoas sem pressão alta preferiram o pão com o teor de sódio intermediário, encontrado normalmente nas padarias. O maior consumo de alimentos salgados na dieta dos pacientes hipertensos também ficou comprovado através de testes de urina. “Observamos que os pacientes hipertensos além de preferirem os alimentos mais salgados, eles têm uma maior excreção de sódio, mostrando que o consumo é alto em toda a dieta”. O excesso de sal na alimentação de pessoas hipertensas pode levar a derrame, infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Alternativas – A aposentada Teresinha de Jesus Carneval foi uma das pessoas que participaram da pesquisa. Com hipertensão, ela não nega sua preferência pelos alimentos mais salgados. “Eu gosto de alimentos mais salgadinhos, porque eu acho mais saboroso. Mas eu tento me controlar por causa da hipertensão. Então eu tento evitar. Fazer as coisas com menos sal, comprar coisas com menos sal”, disse. Ela também participou de um segundo experimento, em que foi mantido o teor de sal dos pães, mas foi adicionado orégano durante a sua preparação. “Ele tinha um sabor diferente. Era mais gostoso. Eu senti mais o sabor”, afirmou Teresinha. Nessa etapa da pesquisa foi observado que temperos naturais, como o orégano, podem agradar o paladar daquelas pessoas que gostam de alimentos mais salgados, mesmo com um teor menor de sal. “Uma vez adicionada essa erva, por ser um tempero mais bem aceito na população, os pacientes hipertensos que gostavam das amostras mais salgadas preferiram as amostras de médio sal. Já os pacientes com pressão normal, os não hipertensos que já preferiram aquelas amostras com média concentração de sal passaram a preferir as amostras com menos concentração de sal”, explicou a nutricionista. (Fonte: G1)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Vírus que deixa humanos mais “estúpidos” é descoberto

Um vírus que infecta o cérebro do ser humano e o torna mais “estúpido” foi descoberto por cientistas americanos. O chamado vírus “algae” não havia sido detectado anteriormente em pessoas saudáveis, mas foi encontrado em análises microscópicas de gargantas, podendo causar alterações nas funções cognitiva e visual. As informações são do The Independent. Cientistas da Escola de Medicina Johns Hopkins e da Universidade de Nebraska fizeram a descoberta “sem querer”, durante um estudo de micróbios na garganta. Surpreendentemente, as pesquisas encontraram DNA que batia com o do vírus em pessoas saudáveis. O médico virologista Robert Yolken, quem liderou o estudo, disse que “este é um exemplo impressionante que mostra que os micro-organismos inócuos que carregamos pode afetar o comportamento e cognição”. Segundo a publicação, muitas características diferentes entre duas pessoas são encodadas nos genes, sendo herdadas pelos pais, mas “muitas dessas diferenças podem ser alimentadas pelos vários micro-organismos que abrigamos e a forma como eles interagem com os nossos genes”. A pesquisa contou com 90 voluntários, sendo que 40 foram testados como positivo para a presença do algae. Aqueles que têm a presença do vírus se saíram pior em testes de avaliação de medidas, velocidade e processamento visual. Eles também obtiveram pontuações inferiores em tarefas concebidas para medir a atenção. O corpo humano carrega trilhões de bactérias, vírus e fungos. A maioria é inofensiva, mas as descobertas da pesquisa mostram que alguns micro-organismos podem deteriorar em funções cognitivas. (Fonte: Terra)

Orégano ajuda a diminuir consumo de sal

Pesquisadores brasileiros fizeram uma descoberta que promete ajudar não apenas os hipertensos, mas também as pessoas com pressão normal arterial a controlarem seu consumo de sal. "Nós conseguimos comprovar cientificamente uma recomendação culinária comum que ouvimos no dia a dia: a de substituir o sal por temperos como orégano ou ervas finas," disse Patrícia Teixeira Villela, da USP em Ribeirão Preto (SP). Enquanto a ingestão diária máxima de sal recomendada pela Organização Mundial de Saúde é de até 5 gramas, no Brasil o consumo diário de sal pode chegar a 12 gramas. Sal no pão Patrícia testou a inclusão do orégano no pão francês. Os testes foram realizados em 4 grupos, compostos, cada um, por cerca de 30 pessoas (homens e mulheres): idosos hipertensos, idosos normotensos, jovens hipertensos e jovens normotensos. O primeiro tipo de pão avaliado era semelhante ao produzido na padaria: com teor de sal de 1,8%. O segundo tipo de pão tinha uma quantidade inferior de sal: 1,2%; e o terceiro tipo tinha uma quantidade maior de sal: 2,4%. "Os hipertensos, tanto idosos como jovens, preferiram o pão com maior teor de sal", conta a pesquisadora, ressaltando que não é possível concluir se a pessoa ficou hipertensa porque come muito sal ou se ela come muito sal porque é hipertensa. "O que se sabemos é que o número de botões presentes nas papilas gustativas [responsáveis pelo reconhecimento do sabor das diferentes substâncias] diminuem conforme a idade", diz. Orégano no pão Para o segundo experimento, os pães foram fabricados com os 3 teores de sal mas, desta vez, a pesquisadora adicionou orégano durante a fabricação. A maioria dos participantes hipertensos passou a preferir o pão com orégano com teor de sal igual ao pão de padaria (1,8%). Os normotensos - com pressão arterial normal -, que no primeiro experimento escolheram o pão da padaria, passaram, no segundo experimento, a gostar mais do pão de orégano com menos sal (1,2%). A ideia inicial da pesquisadora era utilizar vários tipos de temperos, como alho, cebola, alecrim e coentro moído, mas os padeiros a convenceram a utilizar apenas o orégano. "Trata-se de um tempero mais comum e a aceitação seria maior e não interferiria no crescimento e consistência do pão, o que poderia influenciar na escolha dos participantes," relata ela. Agência USP

Sete maneiras de sentir-se satisfeito sem comer demais

Não se sentir saciado depois ou entre as refeições pode resultar em excessos na alimentação. Felizmente, vários estudos mostram que comer certos nutrientes e alimentos pode ajudar a reduzir o apetite e manter uma sensação de estar sem fome que dura mais tempo. Estes estudos foram revisados e sistematizados pela equipe da Dra. Linda Milo Ohr, do Instituto de Tecnologistas de Alimentos (EUA), em um artigo publicado na revista Food Technology. 1. Proteínas Adicionar uma proteína ao café da manhã todos os dias pode contribuir para melhorar a saciedade e a qualidade da alimentação (Leidy, 2013). Outro estudo mostrou que o consumo diário de um lanche da tarde com alto teor de proteína de soja melhora o controle do apetite, a saciedade e reduz os lanches noturnos não saudáveis entre os adolescentes (Leidy, 2014). Soro de leite, soja, ervilha e ovos, todos contribuem para uma sensação de saciedade. 2. Grãos inteiros e fibras Substituir o pão integral por pão de trigo refinado diminui a fome, eleva o nível de saciedade e dá menos vontade de comer (Forsberg, 2014). A aveia aumenta os níveis de hormônios ligados ao controle de apetite até quatro horas depois de uma refeição, ao contrário dos alimentos à base de arroz (Beck, 2009). 3. Ovos Os ovos são uma das proteínas mais densas na categoria não-carne. Já foi demonstrado que a ingestão de um ovo no café da manhã ajuda a reduzir a fome entre as refeições (Vander Wal, 2005). Comer um ovo por dia não aumenta o colesterol 4. Amêndoas e castanhas As gorduras saudáveis presentes nas amêndoas diminuem a fome e melhoram a dieta e a ingestão de vitamina E (Almond Board of California, 2013). Pessoas que ingerem uma porção (42 gramas) de amêndoas torradas levemente salgadas todos os dias relatam maior saciedade sem aumento do peso corporal (Tan e Mattes, 2013). 5. Leguminosas O grupo dos grãos da família das leguminosas inclui ervilhas, feijão, lentilhas e grão-de-bico. Eles são muito ricos em proteínas e pobres em gordura, e comprovadamente contribuem para uma sensação de plenitude após a refeição (Li, 2014). 6. Extrato de açafrão O extrato de açafrão tem um efeito benéfico sobre o apetite, o humor e comportamentos relacionados com comer lanches fora de hora (Gout, 2010). Isto ajuda a reduzir os excessos alimentares ligados ao hábito ou ao estresse. 7. Óleo de pinhão coreano Este tipo de azeite tem altos níveis de gorduras naturais saudáveis, que liberam o hormônio da saciedade, a colecistocinina (Einerhand, 2006). O mais comum azeitazeite de oliva também aumenta a sensação de saciedade (Schieberle, 2013). Diário da Saúde

Movimento Cisterna Já ensina como captar e aproveitar a água de chuva

Iniciativa, que integra a Aliança pela Água, lançou um site com dicas para instalar cisternas em casa. Que tal montar uma cisterna na sua casa para reaproveitar a água da chuva? Pois esta é a proposta do Movimento Cisterna Já , iniciativa lançada no dia 29 de outubro no encontro Aliança pela Água – coalizão de organizações da sociedade civil para contribuir com a construção de segurança hídrica em São Paulo – do qual o Instituto Akatu também participa. O Cisterna Já é um movimento independente de cidadãos que estão preocupados em aumentar a resiliência urbana diante da crise da água. Por isso, seus organizadores tiveram a ideia de criar uma página na internet para promover a capacitação dos moradores paulistas para a captação e reaproveitamento da água da chuva. Vale lembrar que esta água deve se destinar apenas aos usos não potáveis – como descarga sanitária, faxina e regar plantas, por exemplo – e pode suprir até 50% do consumo de uma residência. No site do Movimento Cisterna Já, há um manual de instrução para a instalação de uma cisterna simples e de baixo custo. Há também uma agenda com cursos, oficinas e mutirões para aprender, na prática, como construir esse tipo de reservatório em casa. Tem ainda uma lista com vários links para reportagens sobre esse assunto. Quer publicar fotos e vídeos sobre sua cisterna? O Cisterna Já indica o site Sempre Sustentável. Lá já tem muitas pessoas que divulgaram suas iniciativas e experiências. Em outubro, o Instituto Akatu lançou também uma campanha: a #águapedeágua, uma mobilização da sociedade pelo consumo consciente de água. Vamos participar? * Publicado originalmente no site Akatu. (Akatu)

Caribe contra a mudança climática a partir das bases sociais

Gunthorpes, Antiga, 13/11/2014 – Preocupados com a segurança alimentar em Antiga e Barbuda, dois grupos comunitários desenvolvem uma iniciativa para mobilizar as pessoas em atividades de mitigação e adaptação à mudança climática, cujas consequências afetaram a produção agrícola local. “Quero que pelo menos dez mil pessoas se unam em Antiga e Barbuda nesse processo para tentar mitigar os efeitos da mudança climática”, disse à IPS uma das promotoras do evento, Evelyn Weeks. “Escolho a agricultura porque é um dos setores mais afetados pelo fenômeno e um dos que mais contribui para a mudança climática”, explicou Weeks, que está à frente da Sociedade de Hidroponia, Aquicultura e Agroecologia, com sede neste país. “Planejo mobilizar pelo menos dez mil famílias em ações climáticas, como classificação de resíduos, elaboração de adubo e agricultura ecológica diversificada”, acrescentou. Outro objetivo do projeto é “ajudar a proteger nossa biodiversidade, nossos ecossistemas e nossa segurança alimentar” usando as funções do ecossistema na horticultura, pois com isso os agricultores não terão que retroceder às monoculturas e ao uso de pesticidas e fertilizantes químicos, afirmou. A segurança alimentar gera preocupação não só nesse país, mas em todos os pequenos Estados insulares em desenvolvimento (Peid), porque a variabilidade climática afeta a agricultura. Os especialistas preveem eventos climáticos mais extremos, como inundações e secas, bem como tempestades mais intensas no longo prazo no Oceano Atlântico. Weeks destacou que os projetos propostos pelos pequenos produtores em áreas vulneráveis contarão com ajuda econômica do Programa de Pequenas Doações (PPD), do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF). “Nossa segurança alimentar é uma das coisas mais valorizadas, da qual devemos cuidar, e uma agricultura ecológica é o que ajudará a nos proteger”, afirmou Weeks. “Apelo às igrejas, aos grupos comunitários e de agricultores, a organizações não governamentais e a sociedades de amigos, escolas, etc., para que mobilizem seus membros e possamos reunir dez mil pessoas ou mais para mitigar a mudança climática e nos adaptar a ela”, detalhou. Weeks também explicou que a classificação do lixo compreende o redirecionamento dos alimentos para que não cheguem ao lixão de Cooks, em um esforço nacional para elaborar adubo orgânico. “Se restos de comida forem jogados no lixo, onde terminarão? Vão parar nos lixões, que liberarão mais metano na atmosfera”, afirmou. O metano e o dióxido de carbono liberados na atmosfera são produto da decomposição de matéria orgânica em condições anaeróbicas (sem oxigênio). Grandes quantidades de material orgânico, como restos de alimentos, e condições úmidas aumentam a produção de gás, em especial de metano, nos lixões. Como o metano tem potencial de aquecimento atmosférico 72 vezes maior do que o dióxido de carbono, a elaboração de adubo é uma importante atividade de mitigação. O adubo também serve para reconstruir solos degradados e, por conseguinte, ajuda a agricultura. Pamela Thomas, diretora da Rede de Agricultores do Caribe (CaFAN), disse que sua organização recebeu aprovação para projetos de agricultura inteligente, com fundos do GEF. “Procuramos fazer uma agricultura inteligente. Isto é, preservar a atividade e proteger as plantas dos raios de sol”, explicou a também embaixadora da sociedade civil para agricultura junto à Organização das Nações Unidas (ONU). “Também coletaremos água e utilizaremos bombas movidas a energia solar para extraí-la e usá-la na irrigação”, acrescentou. A CaFAN representa agricultores dos 15 Estados da Comunidade do Caribe (Caricom). Fundada por organizações agrícolas da região em 2002, negocia em nome de seus membros e desenvolve programas e projetos para melhorar seu sustento, além de colaborar com todos os atores do setor a favor dos trabalhadores agrícolas. “Se uma nação não pode alimentar a si mesma, o que será de nós?”, perguntou Thomas, acrescentando que deseja que mais agricultores abandonem os fertilizantes sintéticos e os pesticidas e se voltem para a agricultura orgânica. Antiga e Barbuda foi o país do Caribe que mais recursos destinou à importação de alimentos por habitante, com cerca de US$ 1.170, seguida de Barbados, com US$ 1.126, Bahamas, com US$ 1.106, e Santa Lúcia, com USS 969. Além do gasto, depender das importações aumenta a vulnerabilidade, pois os furacões podem interromper o fornecimento de alimentos. Por isso a agricultura é um setor importante para o financiamento do PPD. O diretor-executivo do GEF, Naoko Ishii, que se reuniu com a delegação caribenha na Conferência das Nações Unidas sobre os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, realizada em Samoa no mês de setembro, elogiou os grupos comunitários dessa região. “Fiquei bastante impressionado com sua determinação em lutar contra a mudança climática e contra outros desafios”, afirmou à IPS. “Também me entusiasmou muito que tenham adotado um enfoque mais integrado do que em outras partes do mundo”, acrescentou. A circunscrição caribenha do GDF é integrada por Antiga e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Cuba, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Ishii se mostrou “bastante entusiasmado” com a participação de oito países na iniciativa Desafio do Caribe, um projeto de grande escala promovido pela Nature Conservancy, que investiu US$ 20 milhões em troca do compromisso dos países da região de apoiarem e gerirem as existentes e novas áreas protegidas. Os países membros devem proteger 20% de seus habitats marinhos e costeiros até 2020. Bahamas, Jamaica, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Granada, Antiga e Barbuda, e São Cristóvão e Neves já fazem parte do projeto. Ishii também disse que alguns dos países que participam do Desafio do Caribe já haviam recebido fundos do GEF e que há quatro projetos do GEF que apoiam a iniciativa. São projetos com fundos duradouros para a gestão de ecossistemas marinhos em países da Organização de Estados do Caribe Oriental, construção de uma rede nacional sustentável de áreas marinhas protegida para as Bahamas, reavaliação do sistema nacional de áreas marinhas protegidas para alcançar a sustentabilidade econômica na República Dominicana, e fortalecimento da sustentabilidade operacional e econômica do sistema nacional de áreas protegidas na Jamaica. Envolverde/IPS (IPS)

Poluição mata mais do que acidentes de trânsito

Autos e motos respondem por 90% da poluição em São Paulo. No Rio de Janeiro, a taxa é de 77%. Especialistas sugerem substituir motores a combustão por sistemas elétricos Pesquisa realizada pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade revela que a poluição mata mais do que acidentes de trânsito em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 2011, no Rio, os números chegaram a 4.566 óbitos – 50% a mais do que as ocorrências ao volante, que marcaram 3.044. Já no estado paulista, o resultado é ainda mais alarmante. Houve 15.700 vítimas da atmosfera poluída, contra 7.867 do tráfego; ou seja, mais que o dobro. O estudo revelou, ainda, que mesmo se a emissão de poluentes reduzisse em 5% ao ano, em 2030 a má qualidade do ar chegará a matar 256 mil paulistanos. Sem projeção para o Rio, estima-se que entre 2006 e 2012, 14 pessoas morreram diariamente. Segundo o levantamento, quem mais sofre com os efeitos nocivos da má qualidade do ar são as crianças, os idosos e os portadores de doenças respiratórias, como asma, rinite alérgica e bronquite. As mucosas ressecam facilmente, sem falar nos prejuízos à defesa do corpo e à resistência do pulmão. Dessa forma, o organismo está mais propenso a desenvolver infecções virais e bacterianas. O pneumologista Oliver Nascimento, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), explica que todos ficamos muito vulneráveis às substâncias presentes na atmosfera, uma vez que, devido à respiração, os pulmões recebem diretamente os inúmeros poluentes. “No ar estão, predominantemente, os elementos derivados da queima dos combustíveis fósseis, liberados pelos automóveis, como o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre e o dióxido de hidrogênio”, explica Oliver. Em São Paulo, estes fatores são responsáveis por 90% da poluição; no Rio de Janeiro, 77%. Além de afetar o sistema respiratório, estes gases podem passar pelos alvéolos e alcançar a corrente sanguínea – espalhando-se e afetando todo o organismo. Em longo prazo, além de piorar os quadros já existentes de síndrome pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), por exemplo, pode propiciar alterações cardiovasculares. ImagemHandler Poluição mata mais do que acidentes de trânsito Segundo as informações da Organização Mundial da Saúde estes distúrbios respondem por 80% das mortes provenientes da poluição. A exposição contínua e prolongada também aumenta as chances de câncer – principalmente de pulmão, assim como é fator desencadeante de doenças neurológicas como Parkinson, Mal de Alzheimer e ansiedade, devido a inalação de metais pesados. Diminuir as emissões Conforme o Ministério do Meio Ambiente, desde 1990 a emissão de poluentes na atmosfera caiu drasticamente. Entre 1991 e 1992, os automóveis liberavam 13 mil partículas; atualmente são 10 mil. Entretanto, o nível de gás carbônico continua a subir. Por isso, em 2013 o Governo Federal lançou o programa Inovar Auto, condicionando a redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) à redução de ejeção da substância. “O poder público deve se preocupar em melhorar o transporte público. Com isso, teremos diminuição na quantidade de carros particulares circulantes. Claro que o coletivo também deve ser limpo, utilizando biocombustível ou energia elétrica”, conclui dr. Oliver. O estudo completo pode ser acessado no site do Instituto Saúde e Sustentabilidade. * Publicado originalmente no site Mobilize Brasil. (Mobilize Brasil)

Aedes aegypti representa risco em 125 municípios do país, diz governo

O Ministério da Saúde atualizou para 125 o número de municípios do Brasil risco alto de registrar infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya. O número anterior, divulgado na semana passada, era de 117 municípios. De acordo com a pasta, nessas cidades foram encontrados focos do mosquito em quatro de cada cem casas visitadas. As informações integram o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), feito em outubro, que analisou a existência de locais com larvas em 1.524 cidades. Seu objetivo é apontar as regiões com maior risco de transmissão das doenças. De acordo com o levantamento, Rio Branco é a única capital em situação de risco, com índice de 4,2. São dez as capitais que apresentaram situação de alerta (Porto Alegre, Cuiabá, Vitória, Maceió, Natal, Recife, São Luís, Aracaju, Belém e Porto Velho) e outras 11 estão com índices satisfatórios (Curitiba, Florianópolis, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Macapá, Teresina e João Pessoa). Cinco capitais (Boa Vista, Manaus, Palmas, Fortaleza e Salvador) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa. Segundo o governo, outras 552 cidades foram classificadas em situação de alerta (pois tinham entre uma e três casas a cada cem com larvas) e 847 apresentaram situação satisfatória (um ou menos imóveis de cada centena continha focos do Aedes aegypti). No ano passado, o LIRAa apontou 159 municípios em situação de risco e 539 em alerta. Apesar do número de cidades consideradas críticas ter sido menor este ano em relação a 2013, há uma preocupação maior por causa dos casos de chikungunya. Até 25 de outubro, foram diagnosticados 824 casos da febre no país. O primeiro foi confirmado em setembro. Já os casos de dengue somam 556.317 este ano. Neste ano, 379 pessoas morreram por dengue no país, segundo o Ministério da Saúde. Em 2013, foram 646 óbitos. De acordo com a pasta, o estudo é importante para reduzir a transmissão durante o verão, que é a estação mais propícia, já que a combinação de chuva e calor é ideal para a procriação do Aedes aegypti. “Se não agirmos com rapidez, em janeiro vai para 8% a 10% [8 a 10 casas com o foco do mosquito a cada 100 imóveis]”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Nova campanha – Com o slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, o ministério lançou uma campanha nesta terça para chamar a atenção sobre a importância da prevenção ao mosquito transmissor das duas doenças. Foram produzidas peças publicitárias com imagens que mostram os criadouros do Aedes aegypti, como vasos de plantas com água, sacos de lixo, caixas d’água abertos, pneus desprotegidos e garrafas plásticas destampadas. De acordo com a pasta, é preciso destacar que a forma de combate ao foco do mosquito é a mesma para se evitar as duas doenças. Sintomas – A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes. (Fonte: G1)

Qual é a aranha mais mortífera do mundo?

Antes de falarmos sobre a capacidade mortal das aranhas, é importante esclarecer algumas coisinhas, como, por exemplo: é MUITO improvável que qualquer aranha, mesmo a mais tóxica possível, te faça algum verdadeiro mal; e é quase impossível morrer de picada de aranha no mundo em que vivemos hoje. Dito isso, podemos prosseguir com mais informação, menos pânico. Antes de falarmos sobre a capacidade mortal das aranhas, é importante esclarecer algumas coisinhas, como, por exemplo: é MUITO improvável que qualquer aranha, mesmo a mais tóxica possível, te faça algum verdadeiro mal; e é quase impossível morrer de picada de aranha no mundo em que vivemos hoje. Um estudo realizado em 2000 descreveu 422 picadas por aranhas Phoneutria, principalmente P. nigriventer e P. keyserlingi, no leste costeiro do Brasil. Duas crianças ficaram gravemente doentes como resultado das mordidas, apenas uma morreu. Em contraste, mais de 80% das vítimas restantes apresentaram sintomas leves ou nenhum sintoma. Outra espécie perigosa comumente citada é a P. fera. Só que esta aranha vive na Amazônia, longe das áreas de cultivo de banana no Brasil – e da maioria das pessoas. Por consequência, elas representam pouca ameaça fora da região, embora possam haver exceções. As famosas, mas que não merecem a fama De todas as aranhas cuja toxicidade é conhecida atualmente, as mais venenosas são provavelmente as aranhas-teia-de-funil da Austrália (dos gêneros Atrax e Hadronyche). Suas mordidas são letais para as crianças pequenas dentro de minutos ou poucas horas, e para adultos dentro de 24 horas. Então elas devem ter matado muita gente, não? Não. Não houve mortes australianas desde que um antídoto foi desenvolvido. As famosas viúvas-negras, do gênero Latrodectus, também não matam quase ninguém. Sua mordida é praticamente uma coisa do passado, já que tratamento e antídoto oferecem um tremendo alívio. As mortes durante a primeira parte do século 20 podem ter sido devido a picadas que ocorreram em homens mordidos na genitália, onde a pele fina e alta vascularização permitiram a introdução rápida do veneno. A chegada de água encanada minimizou as picadas das viúvas. Aranha-marrom Aranha-marrom A temida aranha-marrom é outra que não merece tanta atenção. Embora os aracnídeos do gênero Loxosceles tenham fama de causar grandes problemas, como ocorre com a Phoneutria, há uma grande dose de exagero. A maioria de suas picadas só causa problemas pequenos. Cerca de 10% dos atingidos desenvolvem necrose significativa da pele e, mesmo assim, essas pessoas podem ser tratadas com uma intervenção mínima. Menos de 1% das mordidas de aranha-marrom se tornam sistêmicas e podem causar morte em 12 a 30 horas, geralmente em crianças. No entanto, diálise e hidratação podem reverter até os efeitos sistêmicos. [LiveScience] Veja Imagens Assustadoras Do Maior Aracnídeo Do Mundo, A Aranha-Golias-Comedora-De-Pássaros Autor: Natasha Romanzoti tem 25 anos, é jornalista, apaixonada por esportes, livros de suspense, séries de todos os tipos e doces de todos os gostos..

13 cientistas brasileiros que merecem nosso respeito

Todos os dias lemos notícias sobre pesquisadores internacionais que fizeram descobertas ou avanços em diferentes aéreas da ciência. Mas e aqui no Brasil? Não se avança em nada? Muito pelo contrário. Nesses 500 anos de história, muitos nomes regionais se destacaram exponencialmente em todo o mundo por contribuições das mais diversas. Confira apenas alguns cientistas brasileiros que merecem nossa admiração: 13. Suzana Herculano-Houzel (1972-), neurocientista e primeira brasileira a dar uma palestra na Conferência TEDGlobal cientistas brasileiros 12 Suzana Herculano-Houzel é uma neurocientista carioca que dirige o Laboratório de Neuroanatomia Comparada na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Dra. Suzana estuda o cérebro humano, e sua pesquisa é tão importante que já foi assunto da Conferência TEDGlobal. Ela foi a primeira cientista brasileira a dar uma palestra nesse evento mundialmente reconhecido. Sua grande contribuição para a ciência foi a criação de uma forma de comparar o número de neurônios em cérebros de diferentes animais, usando o que ela chama de “sopa cerebral”. Seu método de dissolução das membranas celulares para fazer uma sopa, usando simples detergente, destrói as membranas das células, mas deixa os núcleos intactos. Isso permite que pesquisadores contem facilmente as células cerebrais através de um microscópio. Usando esse método, ela conseguiu, pela primeira vez na história, contar com precisão o número de neurônios do cérebro humano: 86 bilhões. Outra grande descoberta da qual Suzana teve participação foi uma pesquisa que concluiu que assar a comida foi o fator que levou os humanos a terem cérebros maiores. Isso nos diferenciou enormemente dos outros animais, e levou a nossa dominação do planeta. 12. Marcelo Gleiser (1959-), astrônomo e físico que defende a imperfeição do universo cientistas brasileiros 4 Marcelo Gleiser é um físico, astrônomo, professor e escritor brasileiro, conhecido inclusive nos Estados Unidos por seus lecionamentos e pesquisas científicas. Escreveu sete livros e publicou três coletâneas de artigos e, em 2007, foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia. Um tema recorrente em seus trabalhos é o debate entre as visões de mundo religiosas e científicas. Um de seus livros, “Criação Imperfeita”, argumenta que a crença de pesquisadores de que exista algum sentido oculto no universo é uma contaminação da religião sobre a ciência, um ato de fé incompatível com a racionalidade. Segundo ele, temos que derrubar o mito de que o mundo é perfeito, já que a natureza tem nos mostrado justamente o contrário: que suas leis são complexas, seus elementos irregulares e assimétricos, e que a vida na forma como conhecemos só surgiu devido a uma série de acontecimentos cósmicos improváveis que culminaram em um planeta habitável. 11. Milton Santos (1926–2001), geógrafo que ganhou o mais importante prêmio da área cientistas brasileiros 11 Milton Santos teve uma carreira extensa, que começou na Faculdade Católica de Filosofia na Bahia. Tendo feito doutorado na França e viajado pela Europa e pela África, publicou em 1960 um dos seus artigos mais famosos, o estudo “Mariana em Preto e Branco”. No final dos anos 1950, Milton participou de um concurso (que acabou não se realizando) para livre-docente na Universidade Federal da Bahia. Após ter recorrido à Justiça, conseguiu prestar o exame, defendendo brilhantemente a tese “Os Estudos Regionais e o Futuro da Geografia”. Milton Santos foi um dos fundadores do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia, um ícone dos estudos da área. Pouco tempo depois, no entanto, com o golpe militar de 1964, Milton foi preso e exilado. Convidado a lecionar na Universidade de Toulouse (França), ficou ali três anos. Na década de 1970, o cientista estudou e trabalhou em universidades no Peru, na Venezuela e nos EUA. Entre 1975 e 1976, chegou a ser pesquisador no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Em 1977, retornou para o Brasil, trazendo já completa a obra “Por uma Geografia Nova”. Em 1984, conseguiu o posto de professor titular na Universidade de São Paulo (USP). No período final de sua vida, em 1994, recebeu o Prêmio Vautrim Lud, considerado “o Nobel da Geografia”. Foi agraciado com inúmeras honrarias, títulos e medalhas e morreu aos 75 anos, legando obras e atividades que foram um marco nos estudos geográficos no Brasil. 10. Euryclides Zerbini (1912-1993), cirurgião que realizou o primeiro transplante de coração da América Latina cientistas brasileiros 10 Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, Euryclides Zerbini especializou-se em cirurgia geral, e mais tarde estudou cirurgia torácica, cardíaca e pulmonar nos EUA. Em 1957, iniciou experiências para abertura do coração em animais, utilizando circulação extracorpórea. Na Universidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, foi colega do Dr. Christian Barnard, o primeiro cirurgião a realizar um transplante cardíaco. Em 26 de maio de 1968, ele realizou no Hospital das Clínicas, em São Paulo, o primeiro transplante de coração da América Latina. O êxito do cirurgião trouxe para o Brasil a admiração e o respeito das outras nações, tornando o país um dos mais avançados centros de cirurgia cardiológica do mundo. Professor da USP, criou o Centro de Ensino de Cirurgia Cardíaca, que se transformaria no Instituto do Coração (Incor) em 1975. Durante seus 58 anos de carreira, recebeu 125 títulos honoríficos e inúmeras homenagens de governos de todo o mundo, além de ter realizado mais de 40 mil cirurgias cardíacas, pessoalmente ou por meio de sua equipe. 9. Carlos Paz de Araújo (1954-), dono de 600 patentes que lhe renderam US$ 150 milhões cientistas brasileiros 9 Aos 17 anos, quando desembarcou nos EUA para fazer um intercâmbio, Carlos Paz de Araújo nunca mais voltou. O cientista nascido em Natal graduou-se em engenharia elétrica na Universidade Notre Dame e, apesar da discriminação em relação aos latinos dos professores, teve desempenho escolar tão bom que conquistou uma bolsa da Força Aérea Americana para fazer mestrado e doutorado. Hoje, cerca de 35 anos depois, o brasileiro naturalizado americano coleciona um portfólio de quase 600 patentes registradas em seu nome. A maior parte delas está associada à nanotecnologia, em especial um chip de memória ferroelétrica, cujo custo é inferior aos modelos tradicionais e a capacidade, maior. Ao todo, estima-se que ele tenha acumulado mais de US$ 150 milhões em licenças e royalties pelo mundo afora. Em 2006, Araújo foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio máximo de inovação tecnológica, concedido pelo Institute of Electrical and Electronic Engineers, mais conhecido como prêmio Daniel Noble Award. Entre diversas outras empresas que usam sua tecnologia, a Panasonic, a gigante japonesa dos eletrônicos, adquiriu 9% do capital de sua empresa, a Symetrix. Apesar do enorme sucesso de Araújo, ele é desconhecido no próprio país. Enquanto o Japão usa a tecnologia inventada por ele em seu sistema de transporte público, a China a usa em carteiras de identidade, e algumas das principais fabricantes de computadores (como Sony e Acer) a usem em modelos de leitores de cartões, o chip de memória do brasileiro não é usado no Brasil e nos EUA, por causa de interesses econômicos. 8. Bartolomeu de Gusmão (1685-1724), padre que construiu o primeiro balão do mundo cientistas brasileiros 8 Bartolomeu Lourenço de Gusmão foi um sacerdote e inventor brasileiro. A mais famosa de suas experiências foi o primeiro balão construído no mundo. Ele apresentou sua obra no Palácio Real para o então Rei de Portugal, D. João V, em 1709. Por falta de documentos históricos, é difícil saber como a invenção realmente ocorreu, mas crê-se que o padre, ao examinar o comportamento de uma chama, percebeu que o ar quente podia elevar pequenos objetos. Foi isso que o inspirou a projetar o primeiro aeróstato, um aparelho parecido com nosso balão de São João. Nascido em Santos, o “padre voador” teve uma carreia conturbada. Foi perseguido pela Inquisição por ser amigo de judeus e teve que fugir para a Holanda, onde fez experiências com lentes. Mais tarde, seguiu para a França, onde vendia remédios fabricados por ele nas ruas. Formado em Direito, teve atuação nos tribunais, foi membro da Academia Real de História, cumpriu missões diplomáticas com o apoio do rei D. João V e até foi nomeado Secretário dos Estrangeiros. Por conta de suas invenções, Bartolomeu sofria bullying dos fidalgos e inquisidores, que o viam como um “bruxo”. Morreu na Espanha, acometido por uma febre, em novembro de 1724. 7. Adolpho Lutz (1855-1940), médico e sanitarista que combateu doenças graves e descobriu que o leite precisava ser pasteurizado cientistas brasileiros 7 Nascido no Rio de Janeiro, Adolpho Lutz foi levado aos dois anos de idade para a Suíça, terra de origem de seus pais. Formou-se em medicina pela Universidade de Berna, porém voltou ao Brasil aos 26 anos por escolha própria, para ajudar no seu país natal. Segundo ele, as condições de higiene da época agravavam o quadro da saúde pública brasileira. Lutz atendia à população carente e viajava frequentemente à Europa para acompanhar as novidades dos centros científicos, trazendo-as para o Brasil Imperial. Ele combateu várias doenças importantes por aqui: febre amarela, varíola, peste bubônica, febre tifoide, cólera, malária e tuberculose. Uma vitória importante em sua carreira foi identificar o mosquito Aedes aegypti como o transmissor do vírus causador da febre amarela. Ele mesmo e outros médicos foram cobaias para a experiência que comprovou o mecanismo de transmissão da moléstia. Depois de anos lutando pelo Brasil, uma polêmica na cidade de São Paulo foi a gota d’água para que Lutz se retirasse da vida pública nessa cidade. Ele afirmava que a tuberculose bovina podia ser transmitida ao homem por meio do consumo do leite de vaca, mas acabou sendo ridicularizado por médicos que apoiavam os interesses comerciais dos pecuaristas. Lutz tinha razão, tanto que hoje a pasteurização do leite para consumo humano é absoluta rotina. 6. José Leite Lopes (1918-2006), único físico brasileiro detentor do Unesco Science Prize cientistas brasileiros 6 José Leite Lopes foi fundamental para criação e consolidação da física teórica no Brasil. Participou de articulações para criar o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e outras instituições importantes, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em 1940, iniciou sua formação em Física na Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro. Passou também pelo Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade de São Paulo (USP), onde aprofundou suas pesquisas. Em 1944, graças a uma bolsa do governo americano, Leite Lopes fez doutorado na Universidade de Princeton (EUA), onde iniciou seu trabalho de tese sob orientação de Wolfgang Pauli, prêmio Nobel de Física em 1945 e um dos fundadores da Mecânica Quântica. Na universidade, assistiu cursos ministrados por Einstein, Pauli e Reichenbach, entre outros. Como pesquisador, destacou-se na área de física de partículas e trabalhou no problema da integração de forças fundamentais da natureza. Por muito pouco não chegou à teoria unificada das interações eletromagnéticas e fracas, que deu o prêmio Nobel a Steven Weinberg. Seu principal trabalho na área foi a previsão teórica de um novo tipo de partícula fundamental, o bóson vetorial. Leite Lopes foi membro de diversas academias de ciências e recebeu vários convites para trabalhar no exterior. Aceitou, em 1970, o convite da Universidade de Strasbourg, onde ficou até 1985 quando foi convidado a dirigir a instituição que havia sido fundada por ele em 1949, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Além de trabalhos originais de pesquisa científica e de filosofia da física, publicou vários livros adotados internacionalmente. 5. Herch Moysés Nussenzveig (1933-), físico autor de livros didáticos muito conhecidos cientistas brasileiros 5 Bacharel e doutor em Física pela Universidade de São Paulo, Herch estudou na França, foi pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e atualmente é professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Ciências. Já ganhou diversos prêmios e homenagens, incluindo o Prêmio Max Born, outorgado pela Optical Society a cientistas que tenham dado contribuições significativas no campo da óptica em 1986, e uma condecoração da Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico em 1995. Fez pesquisas em diferentes campos, incluindo teoria da difração, casualidade e relações de dispersão; propriedades analíticas de amplitudes de espalhamento; atraso temporal; teoria do laser e teoria do arco-íris e da auréola. É autor de vários livros didáticos, entre eles a coleção Curso de Física Básica, que recebeu o Prêmio Jabuti em 1999 na categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática. 4. Duília de Mello (1963-), astrônoma brasileira que cuida de projetos na NASA cientistas brasileiros 13 Duília de Mello é formada em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, é professora e coordenadora do programa Ciência sem Fronteiras na Universidade Católica de Washington, nos EUA, além de trabalhar em alguns projetos da NASA, a agência espacial norte-americana. Duília descobriu e escreveu sobre a supernova 1997D em janeiro de 1997, no Chile. Hoje, ela é uma estrela muito citada por ser a supernova mais fraca já vista até hoje, sendo que a astrônoma a viu praticamente a olho nu. Em conjunto com Claudia Oliveira, em 2008, ela também descobriu as bolhas azuis, estrelas que nascem do lado de fora das galáxias em processo de colisão. 3. César Lattes (1924-2005), físico mundialmente famoso que confirmou a existência do méson pi cientistas brasileiros 3 Um dos mais famosos cientistas brasileiros de todos os tempos, Cesare Mansueto Giulio Lattes revolucionou o estudo da física no país. Entre suas conquistas mais famosas, confirmou a existência da partícula conhecida como méson pi, responsável pelo comportamento das forças nucleares. Com formação na USP, Lattes também trabalhou no Laboratório H. H. Wills, na Universidade de Bristol, onde fez a descoberta do méson. Em seguida, ficou conhecido internacionalmente e foi trabalhar em Berkeley, na Califórnia. Lá, identificou as trajetórias dos píons produzidos no acelerador de partículas da Universidade. Outra grande contribuição de Lattes foi a idealização de um laboratório de Física Cósmica em La Paz, Bolívia, que se transformou em um centro científico internacional, abrigando pesquisadores de quase todos os continentes. Lattes foi membro da Academia Brasileira de Ciências, da União Internacional de Física Pura e Aplicada, do Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos, das Sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física, entre outras instituições. Também recebeu muitas homenagens e prêmios no Brasil e no exterior, incluindo o Prêmio Einstein, o Prêmio Fonseca Costa do CNPq e a Medalha Santos Dumont. 2. Oswaldo Cruz (1872-1917), sanitarista que salvou a vida de milhares de brasileiros cientistas brasileiros 2 Oswaldo Cruz foi um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro, pioneiro no estudo de doenças tropicais e da medicina experimental no Brasil. Tendo estudado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e em Paris, combateu em 1899 o surto de peste bubônica que ocorria em Santos e em outras cidades portuárias brasileiras e, em 1900, fundou o Instituto Soroterápico Nacional, no Rio de Janeiro, que depois passou a se chamar Instituto Oswaldo Cruz. A instituição possui grande respeito internacional. Cruz coordenou campanhas para erradicação da febre amarela, varíola e eliminação dos focos de insetos transmissores de doenças tropicais no Brasil. Com o objetivo de erradicar as moléstias contagiosas, gerou uma campanha de vacinação forçada, que acabou sendo conhecida como a Revolta da Vacina. O ato salvou a vida de muitas pessoas. No ano de 1916, colaborou para a fundação da Academia Brasileira de Ciências e se tornou prefeito de Petrópolis, RJ. Faleceu no ano seguinte, devido a problemas de saúde. 1. Carlos Chagas (1879-1934), médico brasileiro descobridor da doença de Chagas cientistas brasileiros 1 Carlos Chagas ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1896, doutorando-se em 1903. No ano anterior, havia entrado como voluntário para o Instituto Soroterápico, atual Instituto Oswaldo Cruz. Em 1905, colaborou nos esforços para a erradicação da malária na cidade de Itatinga, no estado de São Paulo. Ficou conhecido nos meios científicos ao defender o combate da malária através do uso de inseticida, formulando a teoria da transmissão domiciliar da doença. Chagas dedicou-se também à pesquisa de outras doenças endêmicas. Por exemplo, descreveu o tripanossoma – o protozoário causador da doença de Chagas – dando-lhe o nome de Tripanossoma cruzi, em homenagem ao mestre Oswaldo Cruz. A descoberta da nova condição e dos meios profiláticos para combatê-la começaram a se disseminar em escala internacional, de forma que a Sociedade Brasileira de Patologia batizou a nova doença com o nome de seu descobridor. Chagas ainda foi convidado pelo presidente da República, Venceslau Brás, a organizar as medidas sanitárias para o combate à gripe espanhola no Rio de Janeiro, num momento em que dois terços da população estavam contaminados. Em 1919, foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública, que passou a ser dirigido por Chagas. Em 1925, o cientista tornou-se professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, foi fundado o Curso Especial de Higiene e Saúde Pública, instituição pioneira na pesquisa e difusão dos conhecimentos de microbiologia. Ainda em 1925, Chagas foi agraciado com o prêmio Kümmel, da Universidade de Hamburgo. Em seus últimos anos, recebeu um grande número de honrarias, títulos e condecorações, em homenagem a toda uma vida dedicada à pesquisa e à saúde pública. Cientistas Brasileiros Descobrem Que Minas Gerais Já Teve Um Mar Autor: Natasha Romanzoti tem 25 anos, é jornalista, apaixonada por esportes, livros de suspense, séries de todos os tipos e doces de todos os gostos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Uso de antibióticos em peixes pode causar resistência a germes em humanos

A cada ano nos Estados Unidos, os germes resistentes a antibióticos fazem com que cerca de 2 milhões de pessoas adoeçam nos Estados Unidos, e causem a morte de cerca de 23 mil delas, de acordo com a Infectious Diseases Society of America. O uso de antibióticos em animais que são criados para consumo humano, contribuem para o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos. Agora, pesquisadores descobriram que antibióticos usados em peixes de criação (e também em peixes selvagens) podem ser um motivo de preocupação, originando casos de resistência aos antibióticos em seres humanos. Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona analisaram 27 amostras de frutos do mar que se originaram em 11 países e foram compradas em lojas no Arizona e na Califórnia. As espécies incluíram cinco dos 10 principais tipos mais consumidos de frutos do mar nos Estados Unidos: camarão, tilápia, bagre, panga e salmão do Atlântico. Quantidades detectáveis ​​de cinco antibióticos foram encontrados nas amostras de frutos do mar: oxitetraciclina no camarão selvagem, tilápia cultivada, salmão e trutas de viveiro; 4-epioxitetraciclina no salmão de viveiro; sulfadimetoxina no camarão cultivado; ormetoprim no salmão de viveiro; e virginiamicina em salmão de viveiro que tinha sido comercializado como sendo livre de antibióticos. O antibiótico mais comum na amostra foi a oxitetraciclina, que também é o antibiótico mais utilizado em peixes de viveiro. Embora os níveis de antibióticos em amostras de frutos do mar tenham sido inferiores aos limites do US Food and Drug Administration, esses níveis podem ainda promover o desenvolvimento de resistência aos antibióticos, disseram os pesquisadores. O estudo foi publicado recentemente no Journal of Hazardous Materials. Fonte: Arizona State University, news release, Oct. 20, 2014 Copyright © 2014 Bibliomed, Inc.

Sono, Memória e Aprendizado.

- Como se subdivide o sono humano? - Como o sono interfere com a memória? - Conclusão O sono se relaciona diretamente com o processo de memória. No entanto descrever como é sua participação é um procedimento complicado, já que tanto o sono quanto o aprendizado consistem em processos qualitativos de diferentes estágios, cada um envolvendo processos bioquímicos separados e localizações neurológicas diferentes. Por exemplo, a memória é dividida em 2 tipos, declarada e não declarada (esta com inúmeros subtipos), cada uma das quais envolvendo vários estágios (estabilização, aumento, etc). Finalmente, determinar em que momento o aprendizado ocorreu, depende da graduação escolhida. A conclusão dessa complexidade faz com que os diversos autores tenham opiniões diferentes. Como se subdivide o sono humano? Através da análise do eletroencefalograma (EEG), podemos dividir o sono em 2 fases distintas: a fase de ondas lentas ou slow-wave sleep (SWS) e a fase rapid-eye--movement (REM). A fase SWS pode ainda ser subdividida em Fases 1, 2, 3 e 4(1). É nesta fase que ocorre a maioria dos sonhos. Em cada noite de sono, há uma alternância (em média) cada 90 minutos entre as fases SWS e REM(1), mas na segunda parte da noite predomina a fase REM(9). Como o sono interfere com a memória? Experiências com ratos mostraram que qualquer alteração que ocorra no tipo de sono pode interferir no processo de memória. Uma hipótese atual demonstra que a fase de ondas lentas (SWS), está envolvida no processo de limpeza da memória antiga, que não está em uso, enquanto que o sono REM (fase rapid-eye—movement), se relaciona ao processo de retenção de novos conhecimentos. Algumas controvérsias existem com relação ao sono e o sistema de memorização e aprendizado. Os conceitos existentes, relacionados a sono REM foram especificamente modificados, após o caso de um paciente israelita, que teve seu sono REM abolido, após uma lesão cerebral. Nos 35 anos seguintes este homem prosperou surpreendentemente como advogado, pintor e "inventor" de palavras cruzadas. Amigos o descreviam como uma pessoa completamente normal. Desafortunadamente outros casos como este não foram descritos ou acompanhados pela literatura, para uma melhor descrição dos casos de pacientes com alteração do sono REM. O aprendizado de ações que envolvem técnicas aumenta tanto em acurácia, quanto em velocidade, após o sono, embora uma "intensificação" do sono não suprima a necessidade da intensificação da pratica para o domínio da técnica. Conclusão: Até o presente, é prudente concluir, que todos os tipos de sono se relacionam à consolidação da memória e não existe a necessidade especifica de um tipo de sono para sua consolidação. Para finalizar, descobriu-se também que existem alguns tipos de memória que não são potencializadas pelo sono. Porém, no entanto, não existe, como foi descrito anteriormente, uma dissociação entre memória e sono, ambos estão interligados. Copyright © 2010 Bibliomed, Inc.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Perguntas e respostas sobre sarampo

A campanha de vacinação contra o sarampo será realizada em todo o Brasil no período de 8 a 28 de novembro. As crianças poderão ser vacinadas em todas as unidades básicas de saúde, em todos os postos de vacinação e também em locais estratégicos instalados em cada região para facilitar o acesso à vacinação. Nesta campanha, será utilizada a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). O que é o sarampo? É uma doença viral aguda, grave, transmissível e de alta contagiosidade. O sarampo é considerado uma antroponose (circulação exclusiva inter-humana) que atinge ambos os sexos indistintamente. É causa de muitos sofrimentos e mortes entre crianças menores de 5 anos, sobretudo as desnutridas e de países subdesenvolvidos, em vista das suas frequentes complicações. Quais são as manifestações do sarampo? Em geral há febre alta, que inicia entre 10 e 12 dias após a exposição ao vírus, e permanece cerca de 4 a 7 dias, exantema (manchas vermelhas), coriza, tosse, olhos vermelhos e lacrimejantes, conjuntivite e pequenas manchas brancas no interior das bochechas (manchas de Koplic), que se desenvolvem na fase inicial da doença. O exantema, inicia no pescoço, face, tronco e membros superiores, durante três dias, com disseminação atingindo mãos e pés, permanecendo entre 5 e 6 dias. Qual é o modo de transmissão do sarampo? O sarampo é transmitido pelo contato com as secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. A infecção se produz por disseminação de gotículas (secreção orofaringe - saliva, espirros) ou pelo contato direto com o doente. Qual é o período de incubação do sarampo? Em média de 7 a 18 dias. Geralmente de 10 dias, podendo variar entre 7 e 18 dias, desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema. Qual é o período de transmissão do vírus do sarampo? Inicia-se de 4 a 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu aparecimento. O período de maior transmissibilidade ocorre entre os 2 dias antes e os 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. Qual é a situação do sarampo no mundo? De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mesmo com a diminuição de 78% das mortes por sarampo no mundo (de 562.000 mortes no ano 2000 para 122.000 em 2012), a doença ainda é muito comum em muitos países, principalmente Europa, África e Ásia. Mais de 20 milhões de pessoas são afetadas por sarampo a cada ano. Qual é a situação atual do sarampo no Brasil? No Brasil, os últimos casos autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e desde então, os casos registrados eram importados ou relacionados à importação. Entretanto, em 2013 e 2014 foram confirmados 755 casos da doença no país, com maior concentração nos estados de Pernambuco e Ceará, sendo as crianças menores de cinco anos as mais acometidas. Agência Saúde

Aedes aegypti representa risco em 117 municípios do país, diz governo

Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (4) aponta que 117 municípios do Brasil, incluindo dez capitais, têm risco alto de registrar infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya. De acordo com a pasta, nessas cidades foram encontrados focos do mosquito em quatro de cada cem casas visitadas. As informações integram o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), feito em outubro, que analisou a existência de locais com larvas em 1.463 cidades. Seu objetivo é apontar as regiões com maior risco de transmissão das doenças. Belém (PA), Porto Velho (RO), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), São Luis (MA), Aracaju (SE), Vitória (ES), Cuiabá (MT) e Porto Alegre (RS) são as capitais com maior risco de infestação. A região Nordeste é a que concentra mais municípios em situação crítica: 96 das 727 localidades nordestinas pesquisadas. Segundo o governo, outras 533 cidades foram classificadas em situação de alerta (pois tinham entre uma e três casas a cada cem com larvas) e 813 apresentaram situação satisfatória (um ou menos imóveis de cada centena continha focos do Aedes aegypti). No ano passado, o LIRAa apontou 159 municípios em situação de risco e 539 em alerta. Apesar do número de cidades consideradas críticas ter sido menor este ano em relação a 2013, há uma preocupação maior por causa dos casos de chikungunya. Até 25 de outubro, foram diagnosticados 824 casos da febre no país. O primeiro foi confirmado em setembro. Já os casos de dengue somam 556.317 este ano. Enfrentamento similar – O ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu que a similaridade entre a dengue e o chikungunya preocupa. Segundo ele, as medidas de enfrentamento e prevenção são parecidas e poderiam provocar perda da capacidade de diagnosticar e conduzir os casos de dengue – maior preocupação do governo devido à sua letalidade. “Sem dúvida nenhuma, [o que preocupa mais é] a dengue. Nós não teremos óbitos por chikungunya e nós temos óbitos com a dengue. Muito embora tenhamos reduzido em 40% o total de mortes de 2013 para 2014, tem uma manifestação mais grave, muito mais preocupante que chikungunya.” Neste ano, 379 pessoas morreram por dengue no país, segundo o Ministério da Saúde. Em 2013, foram 646 óbitos. De acordo com a pasta, o estudo é importante para reduzir a transmissão durante o verão, que é a estação mais propícia, já que a combinação de chuva e calor é ideal para a procriação do Aedes aegypti. “Se não agirmos com rapidez, em janeiro vai para 8% a 10% [8 a 10 casas com o foco do mosquito a cada 100 imóveis]”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Nova campanha – Com o slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, o ministério lançou uma campanha nesta terça para chamar a atenção sobre a importância da prevenção ao mosquito transmissor das duas doenças. Foram produzidas peças publicitárias com imagens que mostram os criadouros do Aedes aegypti, como vasos de plantas com água, sacos de lixo, caixas d’água abertos, pneus desprotegidos e garrafas plásticas destampadas. De acordo com a pasta, é preciso destacar que a forma de combate ao foco do mosquito é a mesma para se evitar as duas doenças. Sintomas – A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes. (Fonte: G1)

ONU alerta para impacto ecológico dos aparelhos eletrónicos no planeta

As Nações Unidas advertem para o impacto ecológico negativo de milhões de telemóveis, máquinas digitais, computadores, 'tablets' e demais artigos eletrónicos que, anualmente, acabam no lixo comum. De acordo com a ONU, se no ano 2000 foram produzidas cerca de dez milhões de toneladas de desperdícios eletrónicos, esse número ascende agora aos 500 milhões [de toneladas de desperdícios], o equivalente a oito vezes o peso da pirâmide egípcia de Gizé. Este número significa que cada habitante do planeta gera uma média de sete quilogramas de lixo tecnológico e os cálculos efetuados pelas Nações Unidas preveem que nos próximos três anos esses resíduos aumentem em um terço. A produção de lixo 'per capita' varia segundo a riqueza e a consciência ambiental de cada país: entre os 63 quilogramas [de lixo] gerados por um habitante do Qatar, passando pelos quase 30 quilogramas de um norte-americano, 23 quilogramas de um alemão, 18 quilogramas de um espanhol, nove de um mexicano, sete de um brasileiro ou 620 gramas de um habitante do Mali. A ONU adverte que a maioria dos parelhos eletrónicos, que têm uma vida cada vez mais curta, estão carregados de metais pesados e são muito prejudiciais para a saúde. O gabinete das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), com sede em Viena, estima que em 2016 os países em desenvolvimento irão produzir mais lixo eletrónico do que os países industrializados. Segundo estimativas da Agência Europeia do Meio Ambiente, pelo menos 25 mil toneladas de desperdício eletrónico saem por ano, e de forma ilegal, da União Europeia como bens em segunda mão, embora se trate de produtos inutilizados. http://www.acorianooriental.pt/

Por que as plantas não sofrem queimaduras solares?

Plantas vivem constantemente um dilema. Elas precisam de energia solar para produzir seu alimento, ao mesmo tempo que precisam se proteger das radiações letais do sol com algum tipo de “protetor solar”. A radiação ultravioleta que causa câncer de pele nos seres humanos também pode causar danos severos ao DNA das plantas, atrapalhando seu crescimento. De alguma forma, as plantas conseguem se cuidar. Embora testes bioquímicos sugiram que elas possuem substâncias que poderiam estar fazendo isto, ninguém tinha evidências. Uma das substâncias mais promissoras para o papel de bloqueador solar era um grupo de moléculas chamadas de esteres sinapatos, produzidos e enviados para a superfície das plantas. A equipe do cientista Timothy Swier, da Universidade Purdue, queria confirmar essa hipótese. Eles radiaram estas moléculas na fase de gás com raios laser ultravioleta, medindo sua absorção, e descobriram que elas têm de fato a propriedade de bloquear a radiação. Mas não é qualquer ultravioleta que elas bloqueiam: é o ultravioleta B, ou UVB, a faixa do espectro entre 280 nm e 320 nm responsável pelas queimaduras solares, pelo envelhecimento da pele e pelo desenvolvimento de câncer de pele. Ao bloquear totalmente o UVB, esta substância é muito eficiente como protetor solar vegetal. Infelizmente, a princípio, não é possível usar essas moléculas nos protetores feitos para nós. Além disso, já temos protetores para nossa pele com substâncias igualmente eficazes. A utilidade desta descoberta é no desenvolvimento de plantas que sejam mais resistentes às radiações UVB. [ScienceDaily, NewScientist, PhysOrg]

Evolução: o que é? Descubra aqui!

O que é evolução? Em biologia, a teoria da evolução não diz exatamente como a vida começou aqui na Terra, mas ajuda a compreender como ela, assim que passou a existir, diversificou-se nas mais incríveis formas que vemos hoje e no registro fóssil. Ela também permite que entendamos como as criaturas modernas continuam a se adaptar e se modificar atualmente. Mas como definir a evolução? Ela pode ser definida como qualquer mudança nas características hereditárias (tanto características físicas, como a cor da pele de ratos ou manchas nas asas de borboletas, como comportamentos, como a forma que os cachorros se cumprimentam com uma cheirada) dentro de populações pelas gerações. E como isto funciona? Todos os seres vivos saudáveis, de unicelulares e amebas a flores e golfinhos, são capazes de reprodução, um processo que produz cópias dos pais pela duplicação do DNA, o que resulta na transmissão da informação desse DNA para as gerações futuras. É o DNA, ou melhor, as informações codificadas no DNA, que dizem se o ser vivo será uma flor ou um ser humano. Esse DNA não é o mesmo em todos os seres vivos – o seu DNA é bastante diferente do de uma flor, mas só um pouco diferente do de Elvis Presley (o que explica por que, ainda assim, você pode não agir ou se parecer com o Rei). Os seres unicelulares e outras criaturas mais simples se reproduzem fazendo uma duplicata do seu DNA, movendo cada cópia para um canto diferente da célula, e então a dividindo, de forma que cada metade cresce novamente. Se tudo der certo, as cópias serão idênticas ao original. Só que, na natureza, as coisas não são sempre perfeitas. Quando o DNA é duplicado, podem ocorrer erros que o modificam, gerando o que chamamos de mutação. Estas mutações, que acontecem acidentalmente e aleatoriamente em qualquer trecho do DNA, acabam produzindo variações na forma do corpo e função da criatura que herda o DNA modificado. Se o indivíduo mutante viver o suficiente para se reproduzir e produzir descendência saudável, esta característica será passada adiante. Ou seja, aconteceu uma “evolução”: mudanças em características hereditárias dentro de uma população através de gerações. Para outros animais, o processo reprodutivo é mais complicado. Normalmente, eles encontram um parceiro da mesma espécie e combinam metade do DNA de um com metade do DNA do outro. Isto faz com que o descendente não seja uma cópia exata de nenhum dos dois, mas uma combinação de características misturadas. Por exemplo, no caso de um texugo, garras compridas da mãe e pata mais larga do pai. Se o filhote sobreviver, ele vai passar as características que recebeu de seus pais. Novamente, temos evolução acontecendo. Nesses casos, mutações também acontecem. O filhote pode ter características próprias, resultantes da alteração de alguns genes. Novamente, se o filhote sobreviver, passará estas características únicas para a próxima geração. Tanto cientistas quanto leigos têm observado a evolução acontecendo o tempo todo. Pequenas mudanças que encontramos aqui e ali vão se acumulando com o passar de novas gerações, resultando em mudanças dramáticas com o passar do tempo. Um exemplo é a mudança ocorrida com os cães. Se voltarmos no tempo alguns milhares de anos, descobriremos que os cães descendem dos lobos cinza. A cada geração, a evolução dos cães foi guiada pelos seus criadores, que selecionavam os filhotes de acordo com características que achavam desejáveis, o que acabou gerando os diferentes cães que vemos hoje – alguns selecionados pelo tamanho, outros pela inteligência, e outros ainda pela agressividade. Atualmente, poucos cães se parecem e se comportam como seus ancestrais. E isto não acontece só com os cães. Evidências de outros campos, como a genética, química, paleontologia e até mesmo matemática sugerem que, assim como os cães têm um ancestral comum, todos os seres vivos também têm um. Não sabemos como foi a primeira forma de vida ou como ela passou a existir, mas o processo simples da reprodução com variação por bilhões de anos é o responsável por toda a diversidade da vida que vemos hoje. E a evolução não é aleatória. Para transformar um lobo cinzento em um mini-poodle, a evolução aleatória teve que ser guiada cuidadosamente por um criador de cães inteligente. Da mesma forma, todos os mamíferos parecem ter tido como ancestral uma criatura com aspecto de musaranho, mas as diferenças de um musaranho para um elefante são muito maiores que as diferenças entre um lobo e um poodle. Quem guiou este processo? Na metade do século 19, Charles Darwin e Alfred Russel Wallace descobriram, de forma independente, que um agente inteligente não é necessário, e existe outra força capaz de guiar a evolução randômica para produzir ordem e funções complexas. Eles chamaram esta força de seleção natural. Mas este é assunto para outro dia. http://hypescience.com/

10 tentativas de explicar a vida sem a evolução darwiniana

Em 1831, Charles Darwin começou sua viagem como naturalista à bordo do HMS Beagle, por pouco mais de quatro anos. Nesta viagem, em que ele visitou a América do Sul, alguns pontos da África, da Austrália e da Oceania, ele coletou espécimes que levaram à produção de sua obra máxima, “A Origem das Espécies”, publicada em 1859. Em sua obra, Darwin propõe uma explicação para a origem da diversidade da vida através dos mecanismos de seleção natural de características que tornam um animal mais apto a sobreviver, processo que com o tempo dá origem a novas espécies e que ficou conhecido como a Teoria da Evolução Darwiniana. Mas Darwin não foi o primeiro nem o último a propor um mecanismo para explicar a vida. 10. A Montanha Paradisíaca de Carolus Linnaeus Carolus Linnaeus (1707-1778) é bem famoso dentro da biologia. Ele criou o sistema de dois nomes latinos usados até hoje para identificar os seres vivos, com o qual classificou milhares de espécies de plantas e animais, e deu uma importante contribuição para a biogeografia moderna. Mas, como muitos de sua época, ele acreditava que as narrativas de criação e dilúvio bíblicas eram relatos de fatos, e tratou de adequar suas descobertas e hipóteses a esta visão do mundo. Para explicar a diversidade da vida, ele sugeriu que em algum momento deveria haver uma enorme montanha em uma ilha no equador, com diferentes biomas ao longo de suas encostas. Este seria o local da criação, e todos os organismos vivos teriam sido criados exatamente como os vemos hoje. Quando as águas baixaram, os animais se deslocaram para os lugares em que se encontravam na época. Este processo teria se repetido depois do dilúvio de Noé. Apesar de Linnaeus ser uma celebridade de seu tempo, sua hipótese da montanha paradisíaca sofreu alguma oposição. Como animais como os pinguins sobreviveram a um passeio pelo deserto para chegar ao polo sul? E por que havia camelos em um deserto e não em outro? 9. “Origem no Norte”, George Louis LeClerc, Conde de Buffon George Louis LeClerc (1707-1788), Conde de Buffon, era um estudioso francês que, do nada, decidiu escrever um resumo do conhecimento humano sobre o mundo natural chamado “Historie Naturelle”, com 44 volumes. Buffon também havia notado que regiões similares, mas isoladas, possuíam biotas diferentes. Por exemplo, apesar dos polos serem gelados, haviam pinguins só no sul, e ursos polares só no norte. Esta observação recebeu o nome de “Lei de Buffon” e hoje é meio que considerada óbvia. LeClerc rejeitava a ideia de Linnaeus, e criou sua própria hipótese, de que Deus teria criado todos os animais como eles são hoje, só que perto do Polo Norte, durante um período em que o clima era temperado, e de lá eles teriam se espalhado pelo mundo. O Conde de Buffon também acreditava que os animais podiam sofrer mudanças orgânicas, através do que ele chamava de “partículas orgânicas”, que seriam componentes do ambiente capazes de modificar os organismos. 8. “Montanhas da Criação”, de Karl Willdenow Karl Kudwig Willdenow (1765–1812) era um estudioso e botânico alemão. Como Linnaeus, ele classificou milhares de espécies. Seu herbário continha 20.000 espécimes quando ele morreu, e ainda pode ser visitado no Jardim Botânico de Berlim. Willdenow pegou o conceito da montanha paradisíaca e deu uma turbinada nele, dizendo que, apesar do momento da criação ser um só, ele aconteceu em vários lugares ao mesmo tempo, em várias montanhas que estavam acima da linha da água durante a criação e durante o dilúvio. Ele tirou esta ideia a partir de sua preocupação com as plantas, que são basicamente imóveis, fato que o fez achar um pouco complicado elas povoarem o planeta a partir de um único local. As montanhas hipotéticas de Willdenow abrigavam cada uma um diferente biota e, quando as águas retrocederam, animais e plantas, todos criados como são hoje, desceram as montanhas para povoar as diferentes regiões no globo. 7. “Evolução Lamarckiana”, de Jean Baptiste Lamarck É difícil que alguém nunca tenha ouvido falar de Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck (1744–1829). Todos os professores e livros-texto de biologia gostam de apresentá-lo um pouco antes de Darwin, já que é fácil mostrar que suas ideias sobre evolução estavam erradas. A hipótese evolutiva de Lamarck estava bastante centrada na ideia do uso e desuso. Ele notou que a maioria dos animais tinham estruturas vestigiais, o que lhe deu a ideia que, quando um animal usa bastante um órgão, ele se modifica para se acomodar a este uso. Atributos obtidos durante a vida de um animal seriam passados a seus descendentes. O exemplo da girafa é clássico, a girafa teria esticado o pescoço que teria ficado maior, o que faria com que seus descendentes tivessem pescoço comprido. Considerando que não existia ainda a genética mendeliana, a ideia do “uso e desuso” até que não era de todo má, mas haviam sérios furos nela. Por exemplo, se alguém perde uma perna em um acidente automobilístico, seus descendentes não vão nascer sem a perna. E filhos de halterofilistas não nascem com o corpo musculoso. Apesar disso, Lamarck teve alguns seguidores no século 20, como o botanista soviético Ivan Michurin, que por sua vez inspirou o também botanista Trofim Lysenko e Josehp Stalin, que aplicaram o Michurinismo na agricultura soviética. Não deu certo, mas mesmo assim foram precisos 20 anos para corrigir este erro. 6. “Formas Básicas”, anônimo X-Evolutionist é uma blogueira cristã criacionista, e não tem as mesmas credenciais dos outros membros desta lista, mas as ideias dela desafiam nossos conceitos de classificação de espécie. Ela sugere que existe um número de formas básicas de animais no planeta, como gatos, ursos ou cães. Diferenças locais devido a fatores ambientais específicos poderiam existir, mas cães, lobos e coiotes, por exemplo, seriam a mesma espécie, modificada pelo ambiente, já que eles podem cruzar entre si. Entretanto, existe mais de uma forma de definir o que são espécies, e não é difícil encontrar “formas básicas” que não se cruzam, como pandas e ursos polares, leopardos e guepardos, e assim por diante. 5. “Apéiron”, de Anaximandro Anaximandro (610 – 546 aC) era um filósofo jônico que, como todo bom grego, resumiu suas descobertas e ideias sobre o mundo natural em um longo poema chamado “Sobre a Natureza”. Para muitos cientistas, suas ideias sobre a origem das espécies parecem uma proto-teoria evolucionista. Ele sugeriu que a Terra era formada por uma substância sem forma chamada apéiron. Organismos, como plantas e animais, começaram a aparecer da lama, e os primeiros animais foram os peixes, dos quais os humanos teriam emergido. Além de seu poema sobre a natureza, ele também fez um dos primeiros mapas do mundo e estudou astronomia. A maior parte de seu trabalho está perdida, e por isto não há como saber quanto de seu poema é baseado em observações do mundo natural, quanto na mitologia da época. 4. Gene Egoísta de Richard Dawkins Até a década de 1960, os biólogos entendiam a seleção natural mais a termos de indivíduos. Alguns biólogos começaram a sugerir que talvez a seleção natural fosse melhor compreendida em termos de genes. O livro de Dawkins, “O Gene Egoísta”, popularizou esta ideia. Nesta visão, são os genes que estão em competição com suas cópias ou alelos dentro dos próprios organismos. Segundo Dawkins, não é apropriado pensar a evolução em termos de indivíduos, porque isto pressupõe que os genes estão trabalhando em cooperação e não em competição. A visão centrada em genes faz sentido à luz da ideia da vida se originando a partir de uma sopa primordial, mas existem muitas objeções à ideia, como a de que algumas populações não fazem intercâmbio de alelos, e que alguns alelos são dependentes de outros para sobrevivência. 3. “Teoria Neutra da Evolução Molecular”, de Motoo Kimura Ao mesmo tempo que Dawkins estava fazendo seu trabalho sobre genes egoístas, Motoo Kimura estava sugerindo que algumas mudanças evolutivas a nível molecular não serviam a propósito algum, ou seja, eram simplesmente neutras. A ideia de Kimura é que, ao mesmo tempo que um animal está adaptado a algum nicho ecológico através da seleção natural, existem mutações dentro da população ou indivíduos que não tem valor adaptativo e também não atrapalham os indivíduos, mas continuam presentes na população devido à deriva genética. Esta teoria não desconsidera a importância da seleção natural, mas sugere que nem todos os componentes de um organismo são o resultado de seleção natural. 2. “A Luta pela Sobrevivência”, de Al-Jahiz Al-Jahiz (776-868) era um estudioso islâmico que escreveu sobre muitos assuntos. um de seus livros mais conhecidos é o “Livro dos Animais”, em que ele expressa observações biológicas muito similares à Teoria da Evolução de Darwin. As ideias de Al-Jahiz são explicadas em três partes, A Luta pela Sobrevivência, A Transformação das Espécies e Fatores Ambientais. Segundo ele, todo indivíduo está, em algum sentido, em luta com outros pela vida. Fatores ambientais ajudam os organismos a gradualmente desenvolver novas características, ao ponto de se tornarem organismos totalmente diferentes, ajudando-os a competir na luta pela sobrevivência. Se ele não é um precursor de Darwin, pelo menos é de Lamarck. A diferença principal é que era um muçulmano devoto vivendo no Iraque medieval, então ele postulou que Alá era quem dava forma à vida e que Sua vontade era o principal fator de evolução, mais que qualquer outro. 1. “As Leis da Vida Orgânica”, de Erasmus Darwin Erasmus Darwin (1731-1802), avô de Charles Darwin, foi um cientista importante do século 18. Além de naturalista e botanista, ele também era médico, filósofo e poeta. Como Anaximandro, ele descreveu suas observações sobre o mundo natural na forma de versos. Observador excepcional, usou uma abordagem integrativa, observando animais domesticados e selvagens, estudando paleontologia, biogeografia, embriologia e anatomia. A hipótese de Erasmus era que a vida se originara de um único ancestral comum, mas ele teve dificuldades para explicar como as espécies evoluíram. Mesmo sem ter conhecido o trabalho de Lamarck, as suas ideias de “uso e desuso” eram bastante similares à evolução lamarckiana. Entretanto, Erasmus de certa forma prenunciou (ou será que inspirou?) as ideias de seu neto, ao extrapolar as ideias de “uso e desuso” e sugerir que os animais poderiam mudar como resultado da seleção sexual e competição. Bônus: “Equilíbrio Pontuado”, de Niles Eldregde e Stephen Jay Gould A ideia de equilíbrio pontuado foi sugerida pela primeira vez em 1972. Basicamente, a evolução de Darwin postula um processo gradual de mudanças, em que as espécies vão acumulando novos traços lentamente até que se tornam uma nova espécie. O equilíbrio pontuado sugere que a vida permanece constante até que, em um período curto de tempo, evolui rapidamente em resposta a algum evento drástico. Muitos consideram esta teoria como um melhoramento da teoria de Darwin, ou uma sucessora dela, uma vez que está mais de acordo com o registro fóssil e também já foi observada em ação. [Listverse]

Concentrações de gases do efeito estufa são maiores em 800 mil anos

As concentrações de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera alcançaram o nível mais elevado dos últimos 800 mil anos, anunciaram especialistas em um relatório divulgado neste domingo (2) em Copenhague, na Dinamarca. A temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos aumentou 0,85ºC entre 1880 e 2012, um aquecimento de velocidade inédita, destacou o Painel Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). Segundo os cientistas, o mundo tem pouco tempo para conseguir manter o aumento global da temperatura abaixo do limite de 2ºC, a meta da comunidade internacional. As emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa devem ser reduzidas de 40 a 70% entre 2010 e 2050 e desaparecer até 2100, anunciou o IPCC, no relatório mais completo sobre as mudanças climáticas desde 2007. O relatório científico do IPCC serve de base para as negociações entre os países sobre medida para reduzir as emissões de gases-estufa. De acordo com o relatório, a Terra caminha atualmente para um aumento de pelo menos 4ºC até 2100 na comparação com nível da era pré-industrial, o que provocará grandes secas, inundações, aumento do nível do mar e extinção de muitas espécies, além de fome, populações deslocadas e conflitos potenciais. “A justificativa científica para dar prioridade a uma ação contra a mudança climática é mais clara que nunca”, disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri. “Temos pouco tempo pela frente antes que passe a janela de oportunidade para permanecer abaixo dos 2ºC”. O relatório – a primeira revisão global do IPCC desde 2007 – foi divulgado antes das negociações de dezembro em Lima, que pretendem traçar o caminho para a grande reunião de dezembro de 2015 em Paris, que tem como meta a assinatura de um compromisso para alcançar a meta dos 2ºC. As negociações esbarram há vários anos no debate sobre quais países deveriam assumir o custo da redução das emissões de gases do efeito estufa, que procedem principalmente do petróleo, gás e carvão, que atualmente constituem grande parte da energia consumida. O documento afirma que o uso de energias renováveis, o aumento da eficiência energética e o desenvolvimento de outras medidas destinadas a limitar as emissões custaria muito menos que enfrentar as consequências do aquecimento global. A conta a pagar atualmente para atingir a meta ainda é possível, mas adiar a resposta aumentaria consideravelmente a fatura para as gerações futuras. “Os custos das políticas de limitação variam, mas o crescimento mundial não seria gravemente afetado”, afirma o IPCC, que calcula que curvas “ambiciosas” de redução de carbono provocarão uma queda de apenas 0,06% no crescimento mundial neste século, que deve ser em média anual de entre 1,6 e 3%. “Comparado ao risco iminente dos efeitos irreversíveis da mudança climática, os riscos a assumir para alcançar uma redução são administráveis”, destaca Youba Sokona, um dos cientistas responsáveis pelo relatório. De acordo com o cenário de emissões mais otimista dos quatro citados no documento, a temperatura média do planeta aumentará este ano entre 0,3 e 1,7 ºC, o que levará a uma alta de 26 a 55 cm do nível do mar. Segundo a hipótese mais alarmista, o planeta terá um aquecimento de entre 2,6 e 4,8ºC, o que provocará um aumento de entre 45 e 82 cm do nível do mar. O relatório adverte, sem rodeios, que caso as tendências atuais sejam mantidas, “a mudança climática tem mais probabilidades de exceder 4ºC que de não fazê-lo até 2100″, na comparação com os níveis da era pré-industrial. Risco de dano irreversível – Sem ações adicionais para limitar as emissões, “o aquecimento até o fim do século XXI conduzirá a um risco de impacto irreversível generalizado a nível global”, destaca o IPCC. O relatório adverte para os riscos como consequência de um sistema climático alterado: - agravamento da segurança alimentar, com impacto nas colheitas de grãos e na pesca; - aceleração da extinção das espécies e dano ao ecossistemas dos quais o ser humano depende; - correntes migratórias provocadas pelo impacto econômico dos danos da mudança climática e a perda de terras em consequência do aumento do nível do mar; - maior escassez de água, especialmente nas regiões subtropicais, mas também um risco de maiores inundações nas latitudes do norte e do Pacífico equatorial; - riscos de conflitos por causa da escassez de recursos e impacto sobre a saúde provocado pelas ondas de calor e a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos. Se as emissões de CO2 prosseguirem a longo prazo, a acidificação dos oceanos e o aumento do nível dos mares continuará nos próximos séculos. O risco a longo prazo permanece desconhecido sobre uma perda ‘abrupta e irreversível’ dos gelos antárticos, que provocaria um grande aumento do nível das águas. O IPCC foi criado em 1988 para fornecer aos governos informações neutras e objetiva sobre as mudanças climáticas, seus impactos e as medidas para reverter o problema. O relatório elaborado por mais de 800 especialistas é o quinto resumo geral da situação publicado nos 26 anos de história do painel. O documento anterior da mesma importância foi publicado em 2007 e ajudou a preparar a reunião de cúpula de Copenhague de 2009, que fracassou na tentativa de obter a assinatura de um acordo global. Consequências drásticas – O primeiro capítulo afirmava que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau. Sobre as previsões, a primeira parte trouxe também a informação de que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900). Isso se a queima de combustíveis fósseis continuar no ritmo atual e sem o cumprimento de políticas climáticas já existentes. Os 259 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimaram ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte. Impactos e adaptação – Já o segundo capítulo, lançado no fim de março, concluiu que são “altamente confiáveis” as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século. E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões nos próximos anos. O texto aponta que populações pobres de regiões costeiras podem sofrer com o aumento do nível do mar, altas temperaturas acentuariam o risco de insegurança alimentar e que áreas tropicais da África, América do Sul e da Ásia devem sofrer com inundações causadas pelo excesso de tempestades. O documento afirma também que há fortes evidências de uma redução da oferta de água potável em territórios subtropicais secos, o que aumentaria disputas pelo uso de bacias hidrográficas, além de uma possível perda de espécies de plantas e animais pela pressão humana, como a poluição e o desmatamento de florestas. A terceira e última parte afirma que são necessárias mais ações para cortar as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento do planeta a 2ºC até 2100. Segundo os cientistas, é preciso abandonar os combustíveis fósseis poluentes e utilizar fontes mais limpas para evitar o efeito estufa, que poderá provocar um aumento da temperatura do planeta entre 3,7ºC e 4,8ºC antes de 2100, o que seria um nível catastrófico. (Fonte: G1)

Relatório final do IPCC não deixa dúvidas: precisamos agir agora

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) lançou ontem (2) a parte final de seu 5º Relatório de Avaliação do clima. Esse volume sintetiza os documentos e as descobertas do órgão do último ano e traz, pela primeira vez, a clara mensagem aos governantes de que nossa visão deve ser zerar as emissões de gases de efeito estufa. Entre 2000 e 2010 as emissões cresceram mais rapidamente do que na década anterior, sobretudo em razão do aumento do uso de carvão para geração de energia. Hoje, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera é a mais alta desde últimos 800 mil anos. Se nada for feito, a previsão é de que até 2100 a temperatura média global aumente 5ºC. A maneira mais fácil de reduzir essa tendência é acelerar a adoção de energias renováveis, um processo que já tem acontecido ao redor do mundo. “Para os cientistas, não há nenhuma dúvida sobre como devemos lidar com as mudanças climáticas. Os Governos podem entender isso e começar a reduzir imediatamente o uso de carvão e óleo, ou podem ignorar essa realidade e só lidar com ela mais tarde, a um custo econômico e social muito mais elevado. Não há porque ignorar o elevado potencial das energias renováveis e atrasar nossa migração para um futuro sustentável.”, disse Martin Kaiser, diretor de política climática internacional do Greenpeace. A eliminação do uso de combustíveis fósseis juntamente a outras medidas (como o fim do desmatamento) pode levar a que, em 2100, as emissões globais de gases de efeito estufa sejam quase zeradas. Se considerarmos somente as emissões de geração de eletricidade, contudo, esse número precisa ser alcançado ainda em 2050. As conclusões do relatório final do IPCC não deixam dúvidas referentes ao que pode acontecer caso nada seja feito para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa. “Agora, é preciso que, no próximo ano, em Paris, os governantes traduzam esses fatos em um compromisso de redução de emissões que reflita a urgência e a importância do momento em que estamos.”, disse Bárbara Rubim, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. * Publicado originalmente no site Greenpeace. (Greenpeace)

Casos de contaminação da água são mais comuns do que se conhece

“Há ainda várias contaminações que carecem de estudos, como o nitrato em grandes cidades, fertilizantes e agroquímicos nas zonas rurais e solventes clorados em áreas industriais”, destaca o diretor do Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas, Ricardo Hirata. A grave crise de abastecimento de água que vem assolando a região metropolitana de São Paulo chamou a atenção do País para um problema que vinha sendo anunciado há muito tempo. A crescente demanda hídrica, seja para o fornecimento de eletricidade, seja para o consumo ou para a produção industrial, aumentou a níveis muito superiores do que as alternativas tradicionais são capazes de suprir. Falar em desertificação talvez seja um exagero. No entanto, o fato obrigou governos e especialistas a buscarem alternativas para o abastecimento, e uma delas é o uso de águas subterrâneas. Para o diretor do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas – Cepas, Ricardo Hirata, enquanto países da Europa e da América do Norte são fortemente dependentes das águas subterrâneas, no Brasil seu uso ainda é tímido frente à potencialidade de aproveitamento. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Hirata defende que o uso da água subterrânea de forma mais ampla e integrada aos demais recursos hídricos é uma solução que vem chamando atenção do mundo inteiro. “Isso é particularmente verdade quando analisamos que as cidades que são abastecidas por mais de um recurso de forma integrada e inteligente são mais resilientes a problemas de longos períodos de estiagens, como os observados hoje em São Paulo”, destaca. No entanto, esta alternativa deve ser bem estudada e medidas de suporte devem ser tomadas para permitir sua viabilidade. Isto porque, ainda que institutos de pesquisas como o próprio Cepas analisem a qualidade destas águas subterrâneas, Hirata reconhece: há muito menos casos de contaminação conhecidos do que a realidade apresenta. “Há ainda várias contaminações que carecem de estudos, como o nitrato em grandes cidades, fertilizantes e agroquímicos nas zonas rurais e solventes clorados em áreas industriais”, destaca o diretor. O nitrato é um contaminante pouco tóxico, mas muito insidioso nas águas subterrâneas. É possível afirmar que quase todas as cidades do país sofrem em algum grau desse problema, advindo de vazamento da rede pública de esgoto ou da sua ausência, quando a população faz uso de fossas negras. O grande problema é que em áreas onde há algum monitoramento da qualidade das águas subterrâneas, vê-se que as concentrações estão aumentando persistentemente. Resolver esse problema que atinge áreas tão grandes é difícil e caro. Alternativas de tratamento da água também são caras, e em algumas cidades, como Natal (RN), a solução tem sido de mesclar as águas contaminadas com águas de outras fontes, sem nitrato. Casos de contaminação da água são mais comuns do que se conhece Foto: Cecília Bastos/Jornal da USP Ricardo Hirata é geólogo formado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, com mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo – USP e pós-doutorado na Universidade de Waterloo, no Canadá. Atualmente é professor do Instituto de Geociências da USP e Diretor do Cepas. Hirata atua ainda como consultor da Unesco e de diversas outras organizações sobre o tema hídrico. Confira a entrevista: IHU On-Line – Com a crise de abastecimento em São Paulo, fala-se em possíveis riscos de desertificação, como de extermínio das reservas hídricas existentes no subsolo. Esse risco existe de fato? Em que proporção, no atual momento? Ricardo Hirata - É um exagero pensar que temos risco de desertificação de parte do Estado de São Paulo. A crise da água é muito mais um descompasso entre a produção da água e a demanda. Ou seja, as concessionárias públicas, sobretudo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, não se prepararam adequadamente para eventos climáticos dessa natureza, embora os hidrólogos e outros especialistas tenham previsto que eles poderiam ocorrer. A desertificação existe em outras áreas, mas não há riscos na Região Metropolitana de São Paulo. IHU On-Line – A partir da sua experiência de trabalho em outros países, é possível fazer comparações entre os recursos hídricos e as águas subterrâneas brasileiras com a de outros locais do mundo, tanto em relação ao atual quadro das águas subterrâneas quanto às políticas públicas desenvolvidas para garantir a qualidade dos recursos hídricos? Ricardo Hirata - Muitos países da Europa e da América do Norte são fortemente dependentes das águas subterrâneas, assim como na Ásia, onde há milhões de poços fornecendo água para a agricultura e para as cidades. No Brasil o uso ainda é pequeno (frente à potencialidade), mas estima-se que 53% dos municípios se abastecem total ou parcialmente do recurso subterrâneo. O uso privado, geralmente complementar à rede pública, faz o diferencial da água subterrânea, embora não apareçam nas estatísticas. Há centenas de milhares de poços pelo Brasil participando da economia e fornecendo água de boa qualidade para os usuários, e em alguns lugares sendo a única alternativa econômica. Mas o mundo tem acordado para o uso da água subterrânea de forma mais ampla e mais integrada aos demais recursos disponíveis para o abastecimento de uma cidade ou um empreendimento. Isso é particularmente verdade quando analisamos que as cidades que são abastecidas por mais de um recurso de forma integrada e inteligente são mais resilientes a problemas de longos períodos de estiagens, como os observados hoje em São Paulo. Assim, cidades como Madri, que se abastece de água superficial e subterrânea, sofrem menos com as secas. Os países europeus e norte-americanos, com maior tradição na gestão dos recursos hídricos, possuem leis que têm funcionado de forma adequada. O Brasil está apenas iniciando esse processo. O país tem avançado muito nos últimos anos, mas ainda são as águas subterrâneas a parte mais frágil da gestão dos recursos. Como o recurso hídrico subterrâneo é de competência dos estados, há ainda diferenças significativas entre as Unidades da Federação, mas em todas elas ainda há uma grande quantidade de poços ilegais e vários problemas de contaminação de solo e aquíferos que ainda estão para ser estudados, inclusive avaliando os impactos na população e na ecologia. IHU On-Line – Quais são as principais constatações do Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas – Cepas e do Instituto de Geociências da USP em relação à contaminação da água? Ricardo Hirata - Acreditamos que o número de casos conhecidos de contaminação das águas subterrâneas e dos solos pelas agências ambientais seja imensamente menor do que os casos existentes. Há ainda várias contaminações que carecem de estudos adequados, como o nitrato em grandes cidades, fertilizantes e agroquímicos nas zonas rurais e solventes clorados em áreas industriais e, sobretudo, em aquíferos profundos fraturados. Em paralelo, ainda estamos começando a descontaminar os aquíferos, e nos faltam técnicas adequadas e adaptadas às condições climáticas e geológicas brasileiras. Ou seja, há muito que fazer, e as universidades e centros de pesquisas ainda não estão respondendo à altura das reais necessidades da sociedade. IHU On-Line – Quais são as implicações da presença de nitrato na água a ser consumida pela população? Ricardo Hirata - O nitrato é um contaminante pouco tóxico, mas muito insidioso nas águas subterrâneas. É possível afirmar que quase todas as cidades do país sofrem em algum grau desse problema, advindo de vazamento da rede pública de esgoto ou da sua ausência, quando a população faz uso de fossas negras. O grande problema é que em áreas onde há algum monitoramento da qualidade das águas subterrâneas, vê-se que as concentrações estão aumentando persistentemente. Resolver esse problema que atinge áreas tão grandes é difícil e caro. Alternativas de tratamento da água também são caras, e em algumas cidades, como Natal (RN), a solução tem sido mesclar as águas contaminadas com águas de outras fontes, sem nitrato. IHU On-Line – Segundo notícias da imprensa, com base numa pesquisa da USP, aproximadamente 75% das cidades paulistas têm abastecimento de água público feito por águas de aquíferos. O senhor confirma essa informação? O que esse dado representa? Ricardo Hirata - Sim, o estado de São Paulo é dependente das águas subterrâneas para o abastecimento público nessas proporções. Quando consideramos a população em números absolutos, vemos que 36% da população é abastecida pelas águas subterrâneas. Adicionalmente, há dezenas de milhares de poços que suprem o usuário privado. A maioria das indústrias e grandes empreendimentos têm poços que servem ao abastecimento adicional e complementar à rede pública. É importante dizer que muitos desses poços ainda são ilegais e desconhecidos dos órgãos gestores, dificultando uma avaliação do real papel que essas águas desempenham na sociedade e na economia do estado. Veja a Região Metropolitana de São Paulo, que tem o abastecimento público baseado em sistemas de água superficial. Por ano são perfurados mais de mil poços, fornecendo mais de 0,8 m3/s, sem nenhum investimento do poder público. Essa água está aliviando as pressões do sistema público hoje deficitário. No total, temos mais de 10 m3/s extraídos dos aquíferos. É o terceiro maior manancial de água da região, disperso entre 12 mil poços nas mãos da iniciativa privada. Se não fosse a presença desses poços no abastecimento complementar, o sistema público de água já estaria em crise há muito tempo. IHU On-Line – O senhor concorda com especialistas, que afirmam não haver solução de curto prazo para solucionar a questão do abastecimento de água em São Paulo? Ricardo Hirata - Todos os sistemas de abastecimento, sejam eles para fornecer água para uma casa ou uma cidade, têm riscos de um dia falhar. Cabe aos tomadores de decisão fazer com que esses riscos sejam mínimos. Em sistemas apoiados em água superficial, os riscos são avaliados estatisticamente baseados no histórico de chuvas de uma região, pois estão associados à intensidade de chuvas que alimentam os reservatórios. Claro que para serem mínimos, precisamos de investimentos para aumentar a produção e/ou reduzir a demanda. O que houve em São Paulo é que esses riscos foram negligenciados. Estudos mostravam que havia riscos pequenos de secas dessa magnitude. Optou-se por não investir na melhora do abastecimento, em detrimento a outros investimentos de governo. O problema é ainda pior, pois faltou a esses tomadores de decisão uma avaliação correta dos prejuízos que a falta desse investimento na produção de água traria à região. Mas também faltou um plano de contingência. Ou seja, um conjunto de ações coordenadas sobre o que fazer caso determinado problema de estiagem ocorresse. Faltou pesar tudo isso e dizer à população: há um risco pequeno, podemos arriscar? Quais são as perdas? É aceitável? Isso é gestão do recurso hídrico. Hoje fomos todos surpreendidos. IHU On-Line – Em que medida investimentos em saneamento básico poderiam garantir uma melhora na qualidade da água subterrânea? Ricardo Hirata - Há uma forte correlação entre a falta de redes de esgoto ou redes antigas de esgoto e a contaminação das águas subterrâneas. Ter redes novas, feitas de tubos de plástico, e com boa manutenção é fundamental para reduzir a contaminação de nitrato em aquíferos urbanos. Aliás, recomendamos que, em qualquer novo empreendimento urbano, a rede de esgoto chegue antes da população, evitando assim a contaminação dos aquíferos e garantindo que a nova população possa inclusive fazer uso dessas águas subterrâneas. A falta de saneamento traz também outro problema de contaminação dos rios, reduzindo a oferta de água de superfície. A falta de saneamento faz com que os rios sejam perceptivamente feios, dando a ideia do “mal cuidado”, não cria o valor do cuidar, que o cidadão deve ter, além, obviamente, da redução da vida aquática, etc. * Publicado originalmente no site IHU On-Line. (IHU On-Line)