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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxico por ano, alertam ambientalistas

O Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxicos, cabendo a cada brasileiro o consumo médio de 5,2 litros de veneno agrícola por ano. O dado foi divulgado na quarta-feira (3) por ambientalistas, quando é celebrado o Dia Internacional da Luta contra os Agrotóxicos. A data lembra a tragédia ocorrida há 30 anos, na cidade de Bhopal, na Índia, quando uma fábrica da Union Carbide, atual Dow Chemical, explodiu, liberando toneladas de veneno no ar, matando nas primeiras horas 2 mil pessoas e vitimando de forma fatal outras milhares nos dias seguintes. A data foi lembrada em diversas cidades brasileiras. No Rio de Janeiro foi organizado um protesto, na Cinelândia, em frente à Câmara de Vereadores. O integrante da coordenação nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida Alan Tygel criticou o modelo agrícola brasileiro, dirigido à exportação e altamente dependente de agrotóxicos. “Nós, aqui no Brasil, estamos desde 2008 na liderança como os maiores consumidores de agrotóxicos no mundo. Isso por conta do modelo adotado pelo país, do agronegócio. O Brasil se coloca no cenário mundial como exportador de matérias primas básicas, sem nenhum valor agregado, como é o caso da soja, do milho e da cana. São produtos que ocupam a maior parte da área agricultável brasileira, à medida em que a superfície para alimentos básicos vem diminuindo”, destacou o ativista. Segundo ele, o país é campeão no uso de agrotóxicos, com consumo per capita de 5,2 litros por habitante ao ano. “Mas isso não é dividido de forma igual. Se pegarmos municípios do Mato Grosso, por exemplo, como Lucas do Rio Verde, lá se consome 120 litros de agrotóxicos por habitante”, alertou Tygel. Os ambientalistas querem o fim da pulverização aérea – medida já praticamente banida em toda Europa -, o fim da comercialização de princípios ativos proibidos em outros países e o fim da isenção fiscal para os agrotóxicos. “Uma das nossas bandeiras é o fim da pulverização aérea, pois uma pequena parte do agrotóxico cai na planta, e a grande parte cai no solo, na água e nas comunidades que moram no entorno. Temos populações indígenas pulverizadas por agrotóxicos, que desenvolveram uma série de doenças, desde coceiras e tonteiras até câncer e depressão, levando ao suicídio e à má formação fetal”, enfatizou Tygel. Além disso, ressaltou que o meio ambiente é fortemente impactado, com extinção em massa de diversas espécies de insetos, como abelhas, repercutindo na baixa polinização das plantas e na produção de mel. Também as águas são contaminadas com moléculas absorvidas pelos animais e pelo ser humano, levando a uma série de doenças, que muitas vezes são passadas das mães para os filhos. Mais informações sobre o assunto podem ser obtidas na página www.contraosagrotoxicos.org. (Fonte: Agência Brasil)

Esqueça tudo o que você pensava que sabia sobre genes e mutações

Os genes simplesmente não existem da forma simplista que tem sido apregoada há décadas. E a visão das mutações genéticas ensinada nos livros-texto não é mais adequada. Estas conclusões que prometem alterar para sempre o campo da genética foram anunciadas na revista Nature por uma equipe internacional liderada por pesquisadores do Instituto Max Planck de Genética Molecular, na Alemanha. Sequenciamento ambíguo Em 2001, os cientistas anunciaram a decodificação bem-sucedida do primeiro genoma humano. Desde então, milhares mais foram sequenciados. Enquanto o Projeto Genoma Humano recebeu uma verba de US$53 bilhões, o preço de uma análise genética em breve deverá cair abaixo da marca dos 1.000 dólares. Dado este ritmo acelerado de desenvolvimento, é fácil esquecer que a tecnologia disponível só lê um produto ambíguo da informação genética. Os métodos analíticos comumente empregados não levam em conta o fato de que cada pessoa tem dois conjuntos de material genético. "Assim, eles estão ignorando uma propriedade essencial do genoma humano. É importante saber, por exemplo, como as mutações são distribuídas entre os dois conjuntos de cromossomos," alerta a Dra. Margret Hoehe, cuja equipe realizou o estudo que promete mudar para sempre a forma como se vê a genética. Esqueça tudo o que você pensava que sabia sobre genes e mutações "Nós precisamos fundamentalmente repensar a visão dos genes que cada aluno vem aprendendo desde a época de Gregor Mendel." [Imagem: Art 4 Science] Genes são extraordinariamente individuais Hoehe e sua equipe desenvolveram métodos de genética molecular e de bioinformática que tornaram possível sequenciar os dois conjuntos de cromossomos de um ser humano separadamente. Os pesquisadores decodificaram as partes materna e paterna do genoma de 14 pessoas e complementaram a análise com o material genético de 372 voluntários do Projeto 1000 Genomas. "Quatorze pessoas pode não parecer muito, mas, dado o desafio técnico, é uma conquista sem precedentes", diz Hoehe. E apenas neste grupo relativamente pequeno a equipe encontrou milhões de formas diferentes de genes, mostrando que os genes são praticamente individuais. Os resultados mostram também que as mutações genéticas não ocorrem aleatoriamente nos dois conjuntos de cromossomos parentais, sendo distribuídas em uma proporção "mágica" em cada um. Os resultados mostram que a maioria dos genes pode ocorrer em muitas formas diferentes dentro de uma população: em média, cada gene pode existir em cerca de 250 formas diferentes. Os pesquisadores descobriram cerca de quatro milhões de formas de genes diferentes apenas nos cerca de 400 genomas que eles analisaram. Este valor certamente vai aumentar à medida que mais genomas humanos forem examinados com a nova técnica. Mais de 85% de todos os genes humanos não têm uma forma predominante, que ocorra em mais de metade de todos os indivíduos. Esta enorme diversidade significa que mais da metade de todos os genes em um indivíduo - cerca de 9.000 em 17.500 - ocorrem exclusivamente em uma pessoa - portanto, são genes individuais no verdadeiro sentido da palavra. Genes e mutações O gene, como se imaginava até agora, existe apenas em casos excepcionais. "Nós precisamos fundamentalmente repensar a visão dos genes que cada aluno vem aprendendo desde a época de Gregor Mendel. Além disso, a visão convencional de mutações individuais não é mais adequada. Em vez disso, temos que considerar as duas formas do gene e a combinação de suas variantes," explicou Hoehe. Ao analisar os genomas, portanto, os cientistas precisarão examinar cada forma parental do gene separadamente, bem como os efeitos de ambas as formas como um par. Segundo os pesquisadores, as mutações dos genes também não são distribuídas aleatoriamente entre os cromossomos parentais. Eles descobriram que 60% das mutações afetam o mesmo conjunto de cromossomos, e 40% afetam os dois conjuntos. Os cientistas chamam-nas de mutações cis e trans, respectivamente. Evidentemente, um organismo deve ter mais mutações cis, com a segunda forma do gene permanecendo intacta. Esqueça tudo o que você pensava que sabia sobre genes e mutações Recentemente, o inventor da edição do DNA alertou que a técnica possui riscos e ainda não está pronta para ser testada em humanos. [Imagem: MIT Technology Review/Greg Peverill-Conti] "É incrível como precisamente a relação de 60:40 é mantida. Ela ocorre no genoma de cada indivíduo - quase como uma fórmula mágica," comentou Hoehe. A proporção de 60:40 parece ser essencial para a sobrevivência: "Esta fórmula pode nos ajudar a entender como a variabilidade genética ocorre e como isto afeta a função do gene." Isto fica ainda mais dramático quando se recorda que, há exatamente um ano, pesquisadores norte-americanos descobriram que as mutações variam no organismo do mesmo indivíduo - uma pessoa pode ter uma mutação em uma parte do corpo e manter o DNA original em outra - e mutações genéticas idênticas ocorrem em pessoas não aparentadas e sem relação umas com as outras. Além disso, já se demonstrou que células geneticamente idênticas comportam-se de formas diferentes. Genética e doenças Embora o afã de algumas empresas de conquistar mercados esteja tentando introduzir análises genéticas na saúde pública e até patentear os genes humanos, estes resultados alteram a interpretação das análises genéticas e seu uso para a predição de doenças. Além disso, se quiser nascer eficaz, a medicina individualizada não poderá ignorar a "natureza dual" dos genomas humanos, diz a pesquisadora. "Nossas investigações ao nível das proteínas mostraram que 96% de todos os genes têm pelo menos de 5 a 20 diferentes formas de proteína. Isso resulta em uma tremenda diversidade individual em possíveis interações entre genes, e mostra como o desafio de desenvolver terapias individualizadas é intimidante," disse Hoehe. Até agora, os cientistas e médicos vinham estimando o risco de doenças somente pela presença ou ausência de mutações em determinados genes. No entanto, há evidências de que no câncer, por exemplo, a gravidade e o desenvolvimento da doença são determinados pela distribuição errada de uma mutação. Assim, a localização das mutações tem de ser considerada no diagnóstico, no prognóstico e na prevenção de doenças. Instituto Max Planc

2014 pode ser o ano mais quente desde 1850, diz agência da ONU

O ano de 2014 caminha para ser um dos mais quentes já registrados, senão o mais quente, caso as temperaturas permaneçam acima da média até o fim de dezembro. A informação preliminar foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira (3), na Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, em Lima. Na prévia do relatório “Status Global do Clima 2014”, a agência da ONU apontou que de janeiro a outubro deste ano a temperatura média da superfície da Terra e dos oceanos foi de 14,57 graus centígrados, 0,57ºC acima da média entre 1961 e 1990, período usado como referência pela OMM. O recorde até então é de 0,55 grau centígrado, registrado em 2005 e 2010. Se as temperaturas de novembro e dezembro seguirem essa tendência, 2014 passará a ser considerado o ano mais quente desde 1850, quando esse tipo de medição foi iniciado. A confirmação só deve acontecer no primeiro trimestre de 2015. Mas para a OMM, já é possível afirmar que dos 15 anos mais quentes da história, 14 foram no século 21. “O que vimos neste ano é consistente com o que esperamos de um clima em mudança”, disse Michel Jarraud, secretário-executivo da OMM, em comunicado divulgado pela instituição. “As emissões recordes de gases-estufa associadas às concentrações de gases na atmosfera estão levando o planeta para um futuro incerto e inóspito”, complementou. A análise é feita a partir de resultados obtidos pela Agência Americana Oceânica e Atmosférica, a NOAA, o Met Office, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e a agência espacial americana, a Nasa. Impactos no Brasil – O documento da OMM cita a seca na região Sudeste do Brasil como uma das anomalias que ocorreram em consequência da temperatura global maior. De acordo com o texto, a seca severa em áreas do leste do país e na região central “causou um déficit hídrico grave que se estende por mais de dois anos. A cidade de São Paulo tem sido particularmente afetada com a grave escassez de água e o baixo nível do reservatório Cantareira”, disse o informe. Segundo a meteorologia, a seca que atingiu o Sudeste brasileiro neste ano foi a pior em 80 anos. Somente no estado de São Paulo, a estiagem deverá causar a maior perda em 50 anos na agricultura. A OMM afirma ainda que as temperaturas na América do Sul ficaram acima da média em grande parte do continente, principalmente no Sul do Brasil e no Norte da Argentina. Tempestades e emissões – O levantamento também aponta que até 13 de novembro ocorreram 72 tempestades tropicais no mundo, total inferior à média de 89 tempestades anuais entre 1981 e 2010. Sobre as emissões de CO2, principal gás de efeito estufa, a OMM estima que os níveis atmosféricos estão em 396 ppm (partes por milhão). Uma maior quantidade desse e outros gases causa a elevação da temperatura no planeta, causando desarranjos no clima. O documento cita que em várias partes do globo a superfície dos mares ficou aquecida, sem a ocorrência do fenômeno climático El Niño, conhecido por aumentar a temperatura na região do Pacífico e provocar distúrbios no clima em várias partes do planeta. Sobre o degelo no Ártico, este ano, segundo a OMM, a extensão anual de gelo no Oceano Ártico foi a sexta menor já medida, totalizando 5,02 milhões de km², em 17 de setembro. (Fonte: G1)

O cálculo renal, ou pedra nos rins

O cálculo renal, ou pedra nos rins, é uma massa dura formada por cristais que se separam da urina e se unem para formar pedras. Sob condições normais, a urina contém substâncias que previnem a formação dos cristais. Entretanto, esses inibidores podem se tornar ineficientes causando a formação dos cálculos. A doença é duas vezes mais comum em homens e seu pico de incidência ocorre entre os 20 e 40 anos de idade. Tipos de cálculos Os cálculos renais podem conter variáveis combinações de elementos químicos. O tipo mais comum de cálculo renal contém cálcio em combinação com oxalato ou fosfato (que estão presentes em uma dieta normal e fazem parte dos ossos e músculos). Esses cálculos representam 75% de todos os cálculos renais. Um tipo menos comum de cálculo é causado pela infecção urinária. Esse tipo de cálculo é chamado estruvita ou cálculo infeccioso. Eles podem ser de grande tamanho e obstruir a via urinária, podendo levar a grandes danos renais. Ainda menos comuns são os cálculos de ácido úrico, que estão associados com a gota ou quimioterapia, compreendendo cerce de 10% dos cálculos renais, e outros mais raros. Causas A causa exata da formação dos cálculos nem sempre é conhecida. Embora certos alimentos possam promover a formação de cálculos em pessoas que são susceptíveis, os cientistas não acreditam que algum tipo de alimento cause cálculos em pessoas não susceptíveis. Uma pessoa que tenha algum familiar que já teve cálculo renal pode ser mais propensa a desenvolver cálculos. Infecções urinárias, distúrbios renais e metabólicos também estão relacionados com a formação de cálculos. A desidratação, muito importante nos lugares de clima quente, também é um importante fator de risco para a formação dos cálculos renais. Outras causas de cálculo renal são gota, excesso de ingestão de vitamina D, e obstrução do trato urinário. Certos diuréticos, antiácidos e outros medicamentos podem aumentar o risco de formação de cálculos pelo aumento de cálcio na urina. Sintomas Usualmente, o primeiro sintoma de um cálculo renal é uma dor intensa. A dor começa subitamente quando a pedra se move no trato urinário, causando irritação e obstrução. Tipicamente, a pessoa sente uma dor aguda no dorso ou abdômen inferior. Pode ocorrer palpitação, náusea e vômito. Mais tarde, a dor pode chegar até a virilha. Se a pedra for muito grande para ser expelida facilmente, a dor continua devido à contração dos músculos na tentativa de eliminar o cálculo. Quando o cálculo cresce ou se move, pode aparecer sangue na urina. Com a descida da pedra pode ocorrer aumento da freqüência urinária, forte desejo de urinar e sensação de ardor durante a saída da urina. Se houver febre e calafrios acompanhando esses sintomas, uma infecção pode estar presente. Diagnóstico A presença de sintomas sugestivos de cálculo renal, dor súbita no dorso ou sangue na urina, deve ser avaliada por um médico. Testes diagnósticos específicos podem então ser realizados para confirmar o diagnóstico. Exames de sangue e de urina podem ajudar a detectar algumas anormalidades que podem promover a formação de cálculos. Em adição, o exame de urina pode detectar sangue na urina assim como a presença de cristais. Mais freqüentemente, os cálculos renais são encontrados em radiografia ou ultra-sonografia. Esses métodos diagnósticos oferecem informações importantes sobre o tamanho e localização das pedras. Tratamento Na ocorrência de um episódio de cólica renal, são utilizados analgésicos para alívio da dor e hidratação para corrigir um possível quadro de desidratação, que predispõe a formação dos cálculos. A maior parte dos cálculos menores que 5mm são eliminados espontaneamente, sem a necessidade de intervenções para sua retirada. Os cálculos maiores de 7mm necessitam, via de regra, de algum tipo de intervenção. Atualmente o método mais utilizados para eliminação de cálculos maiores que 7mm é a Litotripsia com Ondas de Choque Extracorpórea (LOCE), um aparelho que emite ondas de choque que ao atingir o cálculo fragmenta-o. Esta terapia tem um índice de sucesso em 90 a 100% dos casos para cálculos menores que 2 cm.Existem ainda outras técnicas, a citoureteroscopia, que utiliza a fibra ótica para visualizar o cálculo, a nefrolitotomia percutânea, em que um aparelho é introduzido pela pele e chega até o local do cálculo que pode ser fragmentado, por exemplo, através de lazer, e por fim a cirurgia, última medida terapêutica. Prevenção Uma vez tido um cálculo renal, a pessoa sempre estará susceptível à formação de novos cálculos. A taxa de recorrência é de 10% no primeiro ano, 35% nos 5 anos subseqüentes e 50 a 60% em 10 anos. Por isso a grande importância de medidas de prevenção. Uma simples e importante mudança para prevenir as pedras nos rins é o aumento da ingestão de líquidos, preferencialmente água, no mínimo de 2 a 3 litros por dia. Para as pessoas com maior propensão para formar cálculos de oxalato de cálcio, a redução da ingestão de certos alimentos pode ser indicada se a urina conter um excesso de oxalato. Esses alimentos incluem: chocolate, café, cola, nozes, beterraba, espinafre, morango e chá. Para os cálculos de estruvita, também chamados de infecciosos, após a sua remoção é importante manter a urina livre da bactéria que pode causar a infecção. Exames de urina regulares são indicados para monitorar a presença da bactéria da urina. Em alguns casos, há a necessidade do uso de medicamentos específicos para prevenir a recorrência dos cálculos. É importante ressaltar que a prevenção de novos cálculos deve ser feita pelo resto da vida. Copyright © 2005 Bibliomed, Inc.

Europeus suspendem compra de madeira ilegal da Amazônia brasileira

Várias empresas europeias suspenderam a compra de madeira da Amazônia brasileira comercializada pela serralheria Rainbow Trading Importação e Exportação LTDA, denunciada pelo Greenpeace/Brasil por vender madeira extraída ilegalmente da floresta. As empresas holandesas Stiho e LTL Woodproucts e a francesa Rougier Sylvaco pararam de trabalhar com a Rainbow Trading no estado amazônico do Pará até que a empresa esteja fora de investigação, informou a ONG enviado à AFP nesta quinta-feira. Na Suécia, o importador Interwood disse que não comprará mais madeira da Rainbow e que deixará também de importar o valioso ipê amazônico – muito cobiçado na Europa, sobretudo para construir deques de piscinas, cujo valor pode chegar a 3.200 dólares o metro quadrado -, já que não consegue verificar a legalidade do produto. Da mesma forma, “seis contêineres da Rainbow Trading foram bloqueados pelas autoridades belgas. A entrada de sua madeira é proibida no mercado até que as autoridades competentes investiguem a fundo o carregamento”, informou o Greenpeace, destacando, ainda, que a Rainbow Trading acumula dívida de 500.000 reais (193.000 dólares) com instituições ambientais brasileiras. “Suspendendo a compra de madeira da Amazônia, os mercados enviam uma mensagem muito clara de que toda a cadeia está contaminada, já que o risco de ilegalidade é alto demais”, comemora o Greenpeace no texto, onde também pediu a Brasília que faça “uma sólida reforma no sistema de controle”. Em 15 de outubro, o Greenpeace/Brasil denunciou que árvores cortadas clandestinamente na região de Santarém (Pará) são transportadas durante a noite a serralherias que tratam e exportam a madeira para a Europa como se sua origem fosse legal. Santarém concentra o principal polo da indústria madeireira do Pará, estado que produz e exporta mais madeira da Amazônia. A investigação do Greenpeace – que escondeu aparelhos de GPS debaixo dos caminhões que transportam madeira para vigiar seu trajeto – revelou, ainda, “que os documentos oficiais não são, nem sequer, capazes de garantir a origem legal da madeira”. “Ao manter as portas abertas à madeira ilegal, o mercado se torna cúmplice da destruição na Amazônia”, avaliou a ONG na ocasião. Segundo dados do instituto Imazon, entre agosto de 2011 e julho de 2012, 78% das zonas de atividade florestal no Pará não tinham autorização para cortar madeira. O Greenpeace lançou em maio a campanha “A crise silenciosa na Amazônia” e denunciou que de 20% a 40% da madeira importada para a Europa são de origem ilegal. (Fonte: G1)

OMM diz que El Niño deve se formar e afetar Norte, Sul e Nordeste do Brasil

A Organização Meteorológica Mundial, a OMM, divulgou nesta quinta-feira (4) que há 75% de chance de se formar um El Niño até março de 2015, que provocaria alterações no clima do Norte, Nordeste e Sul do Brasil, como estiagem e excesso de chuvas. O informe da OMM foi anunciado durante a Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, que acontece em Lima, no Peru. Batizado em homenagem ao Menino Jesus (em espanhol, “El Niño”), o fenômeno aquece a água do Oceano Pacífico e provoca alterações na atmosfera, como variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas. De acordo com o texto, ao longo deste ano os meteorologistas detectaram anomalias que tinham características do El Niño em várias regiões do planeta, mas o fenômeno em si não tinha se formado. Medições feitas nos últimos dois meses no Pacífico indicaram uma elevação da temperatura entre 0,5ºC e 1ºC acima do normal, o que indica que um El Niño de nível fraco deverá se formar. “Ele está se formando e não é uma boa notícia para o Nordeste, Norte e nem para o Sul do país”, explica ao G1 Maxx Dilley, diretor de previsões climáticas da OMM. Anna Barbara Coutinho de Melo, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, explica. “O principal efeito é o excesso de chuva na Região Sul do país e parte da Argentina, e seca no Norte e Nordeste. No Rio Grande do Sul há grande chance de chuvas acima da média. A seca deve afetar Maranhão, Piauí, Ceará, Amazonas, Roraima e o restante do Norte. Não há como saber o volume da precipitação, nem quanto a temperatura deverá aumentar”, explica. No entanto, Anna afirma que a chance de os termômetros baterem recordes como ocorreu no verão deste ano são remotas, já que isso aconteceu devido a um bloqueio atmosférico existente sobre o Brasil, que impediu a chegada de massas de ar frio sobre o país. (Fonte: G1)

domingo, 14 de dezembro de 2014

Anvisa estuda reclassificar canabidiol como medicamento

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), está estudando a reclassificação do canabidiol como medicamento. O canabidiol é uma substância, presente na folha da maconha (Cannabis sativa), mas é diferente do composto também presente na planta e que causa dependência química - o tetrahidrocanabinol (THC). O canabidiol está sendo usado para tratamento de doenças neurológicas, câncer, mal de Parkinson, entre outras. "Por ser um derivado da Cannabis, o canadibiol estava incluso na Lista E, que é a lista de plantas que podem originar substâncias entorpecentes e psicotrópicas, e na Lista F, que são substâncias de uso proscrito no Brasil, de entorpecentes e psicotrópicos", disse Ivo Bucaresky, da Anvisa. Caso seja reclassificado, o canabidiol irá para a Lista C1, "que é uma lista de [remédios] controlados que envolve uma série de medicamentos, sejam medicamentos de grande grau de risco e, por isso, têm que ter controle, sejam medicamentos novos, que têm que ir testando," disse Bucaresky. A reclassificação deverá facilitar a importação da substância por pessoas jurídicas e para pesquisas científicas e evitar que os pacientes tenham que entrar na justiça para conseguir seus medicamentos. Desde abril deste ano, a Anvisa recebeu mais de 200 pedidos para importação do canabidiol. Agência Brasil

Uma possível alternativa aos antibióticos

Uma equipe internacional liderada por cientistas da Universidade de Berna (Suíça) desenvolveu uma nova substância para o tratamento de infecções bacterianas graves que não possui compostos antibióticos. Enquanto os antibióticos naturais não chegam, a substância poderá se tornar uma nova arma na luta contra a resistência a esses medicamentos que está gerando as chamadas superbactérias. Lipossomas A nova substância foi sintetizada a partir de nanopartículas artificiais feitas de lipídios, uma espécie de "lipossomas", que se assemelham muito à membrana das células. Estes lipossomas atuam como chamarizes para as toxinas bacterianas, sendo capazes de sequestrá-las e neutralizá-las. Sem as toxinas, as bactérias ficam sem defesa e podem ser eliminadas até mesmo pelas células do próprio sistema imunológico do paciente. "Nós fabricamos uma isca irresistível para as toxinas bacterianas. As toxinas são fatalmente atraídas para os lipossomas e, uma vez que são capturadas, elas podem ser facilmente eliminadas sem perigo para as células hospedeiras," disse o Dr. Eduard Babiychuk, membro da equipe. "Como as bactérias não são alvejadas diretamente, os lipossomas não promovem o desenvolvimento da resistência bacteriana," acrescentou sua colega Annette Draeger. A substância foi testada em animais de laboratório, sendo que os camundongos nos quais foi induzida uma septicemia fatal sobreviveram sem terapia adicional com antibióticos. O estudo foi publicado revista Nature Biotechnology. Ainda não há previsão do início dos testes em seres humanos. Resistência bacteriana Desde o desenvolvimento de penicilina, há quase 90 anos, os antibióticos têm sido o padrão ouro para o tratamento das infecções bacterianas. No entanto, a Organização Mundial da Saúde tem avisado repetidamente sobre o aparecimento crescente de bactérias que desenvolvem resistência aos antibióticos. Uma vez que os antibióticos deixam de proteger contra a infecção bacteriana, uma simples pneumonia pode ser fatal. Contudo, ainda não foi desenvolvida uma alternativa terapêutica capaz de eliminar as bactérias sem induzir resistência bacteriana, e as várias alternativas aos antibióticos desenvolvidas até agora ainda não conseguiram sair dos laboratórios. http://www.diariodasaude.com.br/

Pneus velhos ganham carga nova como baterias

Negro de fumo Pneus reciclados poderão ganhar vida nova como eletrodos nas baterias de íons de lítio que alimentam os veículos elétricos e armazenam a energia produzida por fazendas eólicas e solares. Modificando as características microestruturais do negro de fumo, uma substância recuperada a partir de pneus descartados, uma equipe chefiada por Parans Paranthaman e Amit Naskar, do Laboratório Nacional Oak Ridge, nos Estados Unidos, está desenvolvendo o que eles garantem ser o melhor anodo para baterias de íons de lítio já feito. O anodo é o eletrodo negativo, usado como receptor para o armazenamento de lítio durante o carregamento das baterias. "Usar pneus velhos para o armazenamento de energia é muito atraente não só do ponto de vista da reciclagem dos materiais de carbono, mas também para controlar os riscos ambientais causados por pilhas de resíduos de pneus," disse Paranthaman. Negro de fumo pirolítico A técnica usa um pré-tratamento para recuperar o negro de fumo pirolítico, que é semelhante ao grafite, só que sintético. Quando utilizado nos anodos das baterias de lítio, a bateria ganha uma capacidade de recarregamento - retenção de carga e número de ciclos - que é maior do que o que é possível com o uso do grafite natural. Depois de 100 ciclos, O protótipo de bateria fabricado com o material apresenta 390 miliamperes/hora por grama de anodo de carbono derivado dos pneus, o que excede as melhores propriedades do grafite comercial. Os pesquisadores atribuem isto à microestrutura única do carbono derivado dos pneus reciclados. Os anodos são um dos componentes principais das baterias, respondendo por algo entre 11 e 15% do seu custo, de acordo com Naskar, que observou ainda que o novo método poderia eliminar uma série de outros obstáculos à melhoria das baterias. "Esta tecnologia resolve o desafio de criar um material para anodos que é ambientalmente benigno e barato, com uma elevada área superficial, grande capacidade e estabilidade a longo prazo," concluiu Naskar. O laboratório está negociando parcerias com empresas para a construção de protótipos das baterias em maior escala. Site Inovação Tecnológica

Estamos no meio de uma extinção em massa. A causa dela vai chocar você

O número enorme de espécies que estão sendo extintas não deixa dúvidas, estamos em meio a um evento de extinção em massa, um tipo de evento que causa o desaparecimento de muitas espécies ao mesmo tempo. Mas o que é uma extinção? E uma extinção em massa? E o que causa uma extinção em massa? Lá pelos anos 1790, o naturalista francês Georges Cuvier, analisando rochas que continham fósseis, chegou à notável conclusão que se tratavam de animais que não mais existiam mais, que tinham sido extintos, o que ele chamou de “espécies perdidas”. O número enorme de espécies que estão sendo extintas não deixa dúvidas, estamos em meio a um evento de extinção em massa, um tipo de evento que causa o desaparecimento de muitas espécies ao mesmo tempo. Mas o que é uma extinção? E uma extinção em massa? E o que causa uma extinção em massa? Lá pelos anos 1790, o naturalista francês Georges Cuvier, analisando rochas que continham fósseis, chegou à notável conclusão que se tratavam de animais que não mais existiam mais, que tinham sido extintos, o que ele chamou de “espécies perdidas”. A ideia de que extinções em massa podiam acontecer surgiu na ciência, e o exame dos registros fósseis identificou 5 eventos de extinção, e a extinção do Cretáceo-Paleogeno é a mais recente. A estimativa é que 98% de todas as espécies de seres vivos que já existiram estão extintas. Além desta, há a extinção do Triássico-Jurássico, do fim do Devoniano, do Ordoviciano-Siluriano, e a pior de todas, a extinção do final do Permiano, tão grande que extinguiu 96% das espécies vivas da época, e recebeu o nome de “A Grande Agonia”. A 6ª extinção em massa do nosso planeta Seria tudo legal se não fosse por um problema, estamos agora na sexta grande extinção em massa do planeta. Estudos recentes mostram que a taxa de extinção de vários animais aumentou muito. Veja o caso dos mamíferos, o normal é que em cada 700 anos uma espécie seja extinta, e a taxa atual é de 1.000 espécies extintas neste mesmo período. Ou dos anfíbios, que normalmente teria uma espécie sendo extinta a cada 1000 anos, tem uma taxa de 45.000 espécies extintas no mesmo período. E o culpado pela mortandade já foi identificado também. Ele está lendo este artigo neste momento. Isto mesmo, é você (e eu também). E como isto está acontecendo? 13 mil anos atrás aconteceu o fim da última Era do Gelo, e coincidiu com a extinção da megafauna da época: mamute lanudo, tigre dentes-de-sabre, e megatério, todos desapareceram debaixo das lanças dos humanos. A caça e a agricultura tem alterado a paisagem e os ecossistemas de formas que parecem pequenas, mas são significativas. E tudo piorou com a Revolução Industrial. Com exceção da primeira bactéria a produzir oxigênio, nenhum outro ser vivo causou alterações tão significativas no planeta a ponto de merecer uma era especial – estamos agora no antropoceno, a Era do Homem.7 bilhões de seres humanos no planeta tendem a consumir muito, a ocupar muito espaço, e a aumentar a taxa de CO2 na atmosfera, que já é a maior nos últimos 800.000 anos. Além disso, relocamos espécies para outros habitats, causando mais devastação indireta, como a extinção dos pássaros de Guam por serpentes que pegaram carona em aviões, ou a extinção de centenas de ciclídeos nos lagos africanos depois da introdução da Perca do Nilo, por pescadores. Insetos, anfíbios, outros vertebrados, um monte de espécies estão desaparecendo, algumas delas antes mesmo que a gente tenha alguma chance de catalogar ou mesmo saber da existência. E nós próprios também estamos correndo risco de extinção. Não há um único grupo de seres vivos que não esteja ameaçado de extinção, atualmente. E como estas extinções vão nos afetar? Não sabemos. Ninguém ficou doente quando os dodôs foram extintos, nas Ilhas Maurício, provavelmente só o ambiente das ilhas foi afetado, mas não podemos dizer o mesmo sobre outras espécies – quando examinamos qualquer espécie, por mais insignificante que pareça, encontramos uma complicada teia de inter-relações. Todas merecem o esforço de serem salvas, mesmo que não entendamos exatamente qual o papel delas no mundo. Nosso conhecimento e compreensão dos ecossistemas do planeta podem ser incompletos, mas o efeito que causamos neles não tem limites. Tomara que as ferramentas e tecnologia que usamos para empurrar as espécies em direção à extinção também sirvam para que a gente reverta este quadro. [Science Alert]

Negociações climáticas: mais de 20 anos de esforços

As negociações internacionais sobre as mudanças climáticas, que começaram há mais de 20 anos, resultaram, em 1997, no Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em 2005 e deveria dar lugar, no fim de 2015, a um novo acordo multilateral. Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês) é o nome dado aos encontros anuais de representantes dos 195 países (mais a União Europeia), que ratificaram a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Lima sedia, entre 1º e 12 de dezembro, a 20ª COP. O país anfitrião preside e organiza os debates. Às vezes há negociações intermediárias, especialmente em Bonn, mas as decisões são aprovadas nas COP. Os países-membros enviam delegações, mas as negociações se realizam em grupos regionais (África, América Latina e Caribe, Ásia, Europa) ou de alianças políticas como os Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), grupo dos 77, e China, Países menos avançados (49 membros), Aosis (pequenos Estados insulares), Alba (nove países, incluindo Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador). Os ministros chegam nos últimos dias para adotar as decisões. A comunidade internacional se fixou como meta, em 2009, em Copenhague, limitar o elevação das temperaturas globais a 2ºC com relação à era pré-industrial. Até agora, o termômetro já subiu 0,8º C. O objetivo é evitar os efeitos catastróficos de um aumento brutal das temperaturas médias no planeta. Os cientistas avaliam que, para manter a meta dos 2ºC, as emissões de gases causadores de efeito estufa devem diminuir entre 40% e 70% até 2050. O futuro acordo deve comprometer todos os países participantes. O Protocolo de Kyoto, no qual 37 países se comprometeram a reduzir suas emissões entre 2008 e 2012 com relação a 1990, era obligatório, mas isto não impediu que o Canadá se retirasse ou que o Japão revisse para baixo seu compromisso. O caráter obrigatório, portanto, é teórico e repousa antes de tudo na pressão internacional. Os Estados Unidos tinham assinado o Protocolo de Kyoto, mas acabou não ratificando. A forma legal do futuro acordo fica por definir: um tratado, um protocolo, anexos… Quais são os principais pontos em disputa? – A responsabilidade histórica dos países ricos nas mudanças climáticas costuma ser um argumento apresentado pelos países em desenvolvimento, para os quais este aspecto deve ser levado em conta para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (“responsabilidade diferenciada”). Mas a China é agora o principal emissor de CO2, à frente de Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão. E são as emissões atuais e futuras que vão determinar a amplitude do reaquecimento do planeta. Os países em vias de desenvolvimento, particularmente os mais pobres, exigem dinheiro para financiar a redução dos gases de efeito estufa, sem comprometer seu desenvolvimento. Em 2009, os países ricos se comprometeram em Copenhague a avaliar progressivamente a 100 bilhões de dólares em 2020 as ajudas à atenuação das mudanças climáticas e à adaptação. Os países em vias de desenvolvimento querem zelar para que esta ajuda ao clima se some à ajuda ao desenvolvimento ao invés de substituí-la. Até meados de 2015, os países devem anunciar sua meta de redução de gases de efeito estufa e os meios para consegui-lo. Em Lima, espera-se que avance um consenso sobre estas “contribuições nacionais”: redução absoluta, como Europa e Estados Unidos (respectivamente – 40% em 2030 com relação a 1990 e -26% ou -28% até 2025 com relação a 2005), baixa das emissões por habitante, por unidade do PIB, em setores de atividades precisos (florestal, construção, geração de energia), etc. (Fonte: Terra)

As várias faces dos problemas ambientais

Seja no caso do acordo firmado entre EUA e China, seja na crise hídrica brasileira, autoridades preferem ações paliativas a entender que existem problemas insolúveis a curto prazo. Nos últimos dias, a temática ambiental recebeu importantes notícias, mas em sentidos opostos. Em primeiro lugar o estabelecimento do acordo climático, estabelecido pelas duas maiores potências econômicas mundiais. Estados Unidos e China, os maiores países poluidores e responsáveis por 45% das emissões de gases de efeito estufa do planeta, finalmente decidiram fixar metas para a redução de suas “pegadas ecológicas”. Certamente isso irá representar uma mudança ao menos simbólica na forma como a questão do aquecimento global e das mudanças climáticas foi tratada até o momento. Já em terras pátrias e na contramão do proposto pelos líderes da economia mundial está o gerenciamento da crise da água que afeta dramaticamente São Paulo, mas que também assusta outras regiões e estados brasileiros. Recentes declarações do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e da presidenta da República, Dilma Rousseff, vaticinaram o fim do problema da crise da água com a redentora chegada das chuvas. Na sequência uma rápida análise sobre esses dois movimentos recentes. EUA e China Reunidos em Pequim para uma série de acordos comerciais, o presidente norte-americano, Barack Obama e o presidente chinês Xi Jinping, anunciaram novas metas para a redução de suas emissões, um ano antes da COP de Paris (Conferência do Clima), no qual será discutido um novo acordo climático global. A China, responsável sozinha por 29% das emissões globais dos gases de efeito estufa, principalmente em razão do uso do carvão como fonte energética propulsora de seu crescimento, fixou a meta de atingir um teto dessas emissões em meados de 2030, com um viés de que esse limite chegue antes dessa data. Depois disso deverá reduzi-lo progressivamente nos anos subsequentes. Apesar de ainda ser pouco ambicioso e representar uma carta de intenções, mais do que ações efetivas, esta é a primeira vez que a China aceita se comprometer com uma redução de emissões. Já os Estados Unidos anunciaram que pretendem reduzir entre 26 e 28% as suas emissões até 2025, em relação aos níveis registrados em 2005. Também um avanço em relação a metas anteriores. Em ambos os casos, as potências enviaram a todos os países do planeta um importante recado sobre a importância de se enfrentar os desafios climáticos. A ambição da reunião do próximo ano é obter um acordo mundial suficientemente ambicioso para limitar o aquecimento global a 2.°C. O aumento na temperatura poderá trazer consequências extremas de alcance global, o que significaria, entre vários impactos, uma dramática redução dos recursos, um número maior de conflitos principalmente entre as nações mais carentes, a elevação do nível dos oceanos e a extinção de espécies responsáveis pelo equilíbrio da biodiversidade terrestre. As medidas anunciadas pelos Estados Unidos e a China não tem a capacidade de mudar as análises de cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, em sua sigla em inglês). Segundo esses mesmos cientistas, o tempo é muito curto para evitar o aumento da temperatura global. Mesmo assim, causou uma boa impressão o fato de potências que sempre estiveram em posições contrárias acordarem que é sim necessário trabalhar pela redução das emissões. Claro que a China continua a defender a tese de que os países mais desenvolvidos devem reduzir de maneira mais expressiva suas emissões em relação aos demais países, sejam eles os que estão em franco desenvolvimento ou aqueles mais pobres. Bem, as mudanças nem sempre ocorrem na velocidade desejada! Falta de água De volta ao Brasil varonil, recentemente o governador paulista esteve no Palácio do Planalto para solicitar uma ajuda emergencial no valor total de R$ 3,5 bilhões para enfrentar a crise hídrica enfrentada pelo estado de São Paulo. Nada mais natural que Geraldo Alckmin tenha feito esse movimento diante da terrível situação que tanto tem assustado a população. Mas espantoso é observar que o pedido da verba refere-se basicamente a obras de infraestrutura, com interligações de reservatórios, construção de estações de reuso de água e abertura de poços artesianos. A recuperação dos mananciais, o reflorestamento de áreas críticas e a despoluição de rios e córregos não foram mencionados como ações necessárias para solucionar a escassez que atinge a capital paulista e uma grande quantidade de cidades do estado. Talvez sejam lembradas em outro momento… Quem sabe para quando o problema voltar? Como assim, voltar? O leitor/internauta poderá, espantado, perguntar. Então repito: quando o problema voltar! Pois, segundo nossas autoridades, tanto o governador paulista quanto a presidenta, a chegada da temporada de chuvas irá solucionar a crise da falta de água. Acreditem se quiserem, eles afirmaram, apesar de todas as informações em contrário, que estamos caminhando para uma solução no abastecimento de água! Basicamente, o que difere os dois fatos relatados não são as ações propostas pelas potências mundiais ou o enfrentamento local para a questão da falta d’água. Ambas demonstram serem paliativas ou apenas uma sequência de boas intenções com poucos resultados concretos. No caso internacional, ao menos, há o reconhecimento para a gravidade do problema vinculado ao aquecimento global. Pouco, sem dúvida, mas ao menos um diagnóstico correto. Já em relação ao posicionamento de dois dos principais líderes nacionais, o que assusta é que, apesar de tudo, ainda existe uma incrível resistência em entender e aceitar que existem problemas insolúveis no curto prazo. Assim como a água não nasce de obras de concreto, mas sim de um meio ambiente saudável e protegido, muitas das respostas que procuramos estão em decisões inteligentes e sustentáveis que vão impactar na vida de todos, no presente e no futuro. A questão é que devemos esperar mais de nossas lideranças. Nós, seres humanos, dependemos disso, não importa onde estejamos, em São Paulo, em Pequim ou Nova York, tanto faz. Afinal, o Planeta Terra é um só. * Reinaldo Canto é jornalista especializado em Sustentabilidade e Consumo Consciente e pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento. Passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do País. Foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos. Atualmente é colaborador e parceiro da Envolverde, professor em Gestão Ambiental na FAPPES e palestrante e consultor na área ambiental. ** Publicado originalmente no site Carta Capital.

Cientistas advertem sobre possíveis danos da luta contra mudança climática

A aplicação de algum dos planos pensados para diminuir o fenômeno da mudança climática poderia ter consequências desastrosas para milhões de pessoas, apesar de serem necessários para salvar o planeta, advertiu nesta quarta-feira um estudo científico. Essa é uma das conclusões extraídas por uma pesquisa conjunta desenvolvida por especialistas das universidades britânicas de Leeds, Bristol e Oxford sobre o que se conhece agora como geoengenharia ou engenharia climática. A geoengenharia coloca modelos teóricos que, em algumas ocasiões, parecem extremos, como o que propõe “bombardear” a atmosfera com partículas de sulfato que, como um guarda-chuva, criariam sombra sobre a superfície terrestre e ajudariam a diminuir a temperatura. Outros teóricos deste campo propõem “fertilizar” o oceano com ferro para favorecer que as algas absorvam dióxido de carbono, ideias que frequentemente foram alvo de críticas, por exemplo, de organizações ambientalistas. Neste contexto está o estudo das três universidades citadas, que aspira explorar em mais detalhe os efeitos dessas teorias e oferecer fatos científicos. Em entrevista à emissora “BBC”, um de seus autores, Matt Watson (Universidade de Bristol), disse que, na realidade, as questões que rodeiam a geoengenharia -como poderia ser útil ou quais são seus pontos a favor e contra- “são muito, muito complicadas”. “Não gosto da ideia, mas cada vez estamos mais convencidos de que temos que investigá-la. Pessoalmente, estas coisas me parecem aterrorizantes, mas será preciso decidir se é melhor não fazer nada, seguir igual e chegar a um mundo com uma alta da temperatura de 4 graus centígrados”, reconheceu o especialista. Para sua pesquisa, os cientistas recorreram a modelos informáticos que simulavam os efeitos que poderia chegar a ter o uso de diferentes tecnologias no marco da aplicação de uma teoria da geoengenharia. Um dos achados mais significativos é que nenhum dos cenários imaginários colocados mostrou que a temperatura média do planeta voltaria a se situar nos níveis registrados entre 1986 e 2005, o que sugere que, talvez, a aplicação de um determinado fato deve se prolongar mais no tempo. Em outra instância, os cientistas acharam evidências de que a aplicação de alguma dessas teorias da engenharia climática poderia provocar graves mudanças no regime de chuvas, o que poderia ter um efeito catastrófico para milhões de pessoas. Por exemplo, o simulador informático para provar a chamada “gestão da radiação solar”, que bloquearia os raios do sol, demonstrou que essa técnica poderia reduzir a temperatura global, mas exerceria profundas mudanças nas precipitações durante a monção. “Descobrimos que entre 1,2 bilhão e 4,1 bilhões de pessoas poderiam ser negativamente afetadas por mudanças nos regimes de chuvas”, apontou o Piers Forster, da Universidade de Leeds. (Fonte: Terra)

Unesco defende que desenvolvimento sustentável faça parte do currículo escolar

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) pediu que a educação para a sustentabilidade esteja na agenda de compromissos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que serão definidos pela ONU em 2015. O pronunciamento da entidade foi feito durante encontro realizado em Nagoia, no Japão, para marcar o encerramento do fim da Década das Nações Unidas de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, iniciada em 2005. O setor registrou alguns avanços, mas ainda há muito o que ser feito. Especialistas internacionais e estudantes do mundo todo, inclusive do Brasil, debateram estratégias para melhorar o ensino e como o tema sustentabilidade deve fazer parte do currículo das escolas. Participaram da reunião de três dias cerca de 1.100 representantes de 148 países. Para eles, é urgente que se invista na formação de professores e mobilização da juventude. No próprio Japão, apenas 20% da população diz saber o que é educação para o desenvolvimento sustentável. No Brasil, ainda se luta para oferecer uma educação de base de qualidade aos alunos das escolas públicas. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE em 2013, 8,5% dos brasileiros com 15 anos ou mais são analfabetos. Já o número de pessoas com 10 anos ou mais que não têm instrução, ou estudaram menos de um ano, é de 16 milhões. (Fonte: Planeta Sustentável)

Jovens representam 37% dos novos casos de Aids no DF, diz Saúde

A Secretaria de Saúde promove até a próxima segunda-feira (1ª) a Semana Distrital de Prevenção de DSTs no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O foco são os jovens, já que 37% dos casos de Aids dos últimos anos foram diagnosticados em pessoas entre 15 e 29 anos. De acordo com a pasta, a média é de 508 ocorrências por ano. Os dados também mostraram que, para cada vítima feminina, há quatro homens com a doença. No mesmo período houve aumento do número de casos de sífilis em Brasília. Até setembro deste ano foram 469, a maioria entre homens – 72%. Durante a semana, ocorrerão ações de prevenção no Centro de Testagem e Aconselhamento da Rodoviária do Plano Piloto, nos serviços de saúde da Asa Sul, do Guará, e de outras localidades da cidade. (Fonte: G1)

Nova parede promete ‘aposentar’ ventilador e ar-condicionado

Quando o assunto é refrigerar os ambientes, o ar-condicionado e o ventilador ainda são os aparelhos mais utilizados, não é mesmo? O problema é que o primeiro costuma turbinar a conta de luz, enquanto o segundo geralmente funciona com aquele barulho irritante. Ao pensar nisso, estudantes espanhóis desenvolvem um produto que promete acrescentar mais uma alternativa para amenizar o calor. Trata-se da cerâmica de hidrogênio, um novo material que interage com a temperatura atmosférica. Assim, o produto promete resfriar o ambiente em dias de calor ao passo que isola o espaço no inverno. A ideia ainda é um conceito. Mas, nos próximos anos pode ser possível encontrar essa parede, que refrigera, na loja de materiais de construção mais próxima. Chamado de hidrocerâmica, o novo material de construção é formado por bolhas de hidrogel que interagem com o meio ambiente. O hidrogel é um insumo tecnológico com capacidade de absorver até 400 vezes sua massa em água. Bolhas carregadas – Segundo o site de inovações Springwise, o novo material de construção pode ser ‘carregado’ por água e, em dias de calor, evaporar o líquido refrescante para dentro do ambiente. Em sentido oposto, quando chove e a temperatura torna-se mais amena, as bolhas de hidrogênio são carregadas novamente de água e isolam a construção. A ideia ainda é um conceito, mas não se admire se, nos próximos anos, você encontrar essa parede que refrigera na loja de materiais de construção mais próxima. (Fonte: Terra)

O Ebola no oeste africano: os primeiros nove meses de epidemia e suas projeções

Em 23 março de 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada de um surto de doença do vírus Ebola (EVD) na Guiné. Em 8 de agosto, a OMS declarou a epidemia como uma "emergência de saúde pública de preocupação internacional". Até 14 de setembro de 2014, um total de 4.507 casos prováveis ​​e confirmados, incluindo 2.296 mortes por EVD (espécie Zaire) foram relatados em cinco países da África Ocidental - Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal e Serra Leoa. Analisamos um subconjunto detalhada de dados sobre 3343 casos confirmados e 667 casos prováveis ​​recolhidos na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, em 14 de setembro. A maioria dos pacientes tem entre 15 a 44 anos de idade (49,9% do sexo masculino), e estima-se que a taxa de letalidade seja de 70,8% entre pessoas com evolução clínica conhecida de infecção. O curso da infecção, incluindo sinais e sintomas, período de incubação (11,4 dias) e intervalo de série (15,3 dias) é semelhante ao relatado em surtos anteriores de EVD. Com base nos períodos iniciais de crescimento exponencial, os números de reprodução básicos estimados ( R 0 ) são de 1,71 para a Guiné, 1,83 para a Libéria e 2,02 para a Serra Leoa. Os números de reprodução atuais estimados ( R ) são 1,81 para a Guiné, 1,51 para a Libéria e 1,38 para a Serra Leoa; os tempos de duplicação correspondentes são 15,7 dias para a Guiné, 23,6 dias para a Libéria e 30,2 dias para Serra Leoa. Supondo que nenhuma mudança nas ações de controle da epidemia seja feita, até 02 de novembro de 2014 os números relatados cumulativos de casos confirmados e prováveis ​​estão previstos para ser de 5740 na Guiné, 9890 na Libéria e 5000 em Serra Leoa, superior a 20 mil no total. Estes dados indicam que, sem melhorias drásticas em medidas de controle, o número de casos de mortes e de EVD deverão continuar aumentando em centenas a milhares por semana nos próximos meses. Fonte: N Engl J Med 2014; 371:1481-1495; October 16, 2014. Copyright © 2014 Bibliomed, Inc.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Todo brasileiro pode receber tratamento dentário de graça no SUS

Todo brasileiro pode receber tratamento dentário de graça, graças ao programa Brasil Sorridente, criado em 2004. Em 2014 o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com cinco vezes mais equipes de saúde bucal do que a população contava em 2002. São mais de 24 mil equipes atendendo em 89,6% dos municípios de todo o Brasil. Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios de Próteses Dentárias públicos, por exemplo, não existiam em 2002 e hoje são 1.029 centros e 1.479 laboratórios à disposição. A ampliação dos serviços de saúde bucal no SUS tem garantido uma redução da parcela da população mais vulnerável que nunca havia ido ao dentista. Mais de 80 milhões de brasileiros já foram beneficiados desde a criação do programa. Desde 2003, o número de profissionais de saúde bucal foi ampliado em 50%, chegando a 65.347. Em apenas uma década, o Programa colocou o Brasil no grupo de países de baixa prevalência de cáries, de acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é reconhecido como o maior programa de saúde bucal público do mundo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2003 (PNAD) demonstrou que 46,6% das crianças de 5 anos e 43,5% das crianças de 12 anos nunca tiveram cárie dentária. Houve uma queda de 26% na incidência de cárie dentária na faixa etária de 12 anos e, também, a redução de perda dentária e do número de dentes afetados por cáries além da ampliação no acesso aos serviços de saúde bucal para as faixas etárias de 15 a 19 anos; 35 a 44 anos; e 65 a 74 anos. O investimento do Programa Brasil Sorridente entre 2003 e 2013 foi de R$ 7 bilhões. Para 2014, a previsão de investimento é de R$ 1,2 bilhão. Ministério da Saúde

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

HIV pode ser transmitido por instrumentos de manicure?

Além da via clássica da transmissão pelo sexo sem proteção, existem várias fontes alternativas que podem potencialmente permitir a transmissão do HIV, como seringas ou a transmissão de mãe para filho. Embora os instrumentos de manicure não estejam nesta lista de fontes alternativas, um caso de transmissão do HIV que pode estar ligado ao compartilhamento de instrumentos comumente usados em salões de beleza foi descoberto por pesquisadores brasileiros. Elaine Monteiro Matsuda e seus colegas do Instituto Adolfo Lutz e da Universidade de São Paulo descreveram o caso de uma mulher de 22 anos de idade com infecção avançada pelo HIV, mas sem nenhum fator de risco aparente para adquirir o vírus. A paciente estudada pela equipe relatou ter compartilhado instrumentos de manicure anos antes com uma parente que mais tarde descobriu ser HIV-positiva. A análise genética dos vírus de ambas as pacientes sugere que esses vírus compartilhavam um ancestral comum, indicando a possibilidade de que o HIV tenha sido transmitido através dos instrumentos de manicure. Sem medo "Esta transmissão do HIV através de equipamento de manicure compartilhado é um evento muito raro, que não deve servir para fazer as pessoas temerem o HIV ou o contato com pessoas infectadas pelo HIV. Ele deve tornar as pessoas conscientes de que compartilhar quaisquer utensílios com possível contato sangue-sangue, tais como agulhas usadas para drogas, tatuagens ou acupuntura, pode resultar na transmissão de vírus tais como o vírus da hepatite C (HCV) e do HIV," comentou o Dr. Brian Foley, do Laboratório Nacional de Los Alamos (EUA) e um dos editores da revista que publicou o caso. "Além disso, existem outros vírus e bactérias comuns que também podem se alastrar através do compartilhamento de equipamentos sem a desinfecção adequada entre os utilizadores," acrescentou Foley. O estudo, que está chamando a atenção da comunidade médica, foi publicado na revista científica AIDS Research and Human Retroviruses. Diário da Saúde

Energéticos têm efeitos colaterais graves e podem ser mortais para criançaS

Dar bebidas energéticas a crianças não parece uma grande ideia, mas muitas acabam consumindo este tipo de produto. Uma nova pesquisa mostra que milhares de crianças têm enfrentado efeitos colaterais graves – e potencialmente mortais – após o consumo de bebidas energéticas. Mais de 5 mil casos de pessoas que ficaram doentes de bebidas energéticas foram relatados nos centros de controle de envenenamento dos Estados Unidos entre 2010 e 2013. De acordo com um estudo apresentado em uma reunião da Associação Norte-Americana do Coração, quase metade desses casos foram de crianças que não perceberam o que estavam bebendo. Muitos desses casos envolviam efeitos secundários graves, como convulsões, arritmias cardíacas ou pressão arterial perigosamente alta. As crianças menores de 6 anos de idade muitas vezes bebiam estes produtos por engano. “Elas não vão a uma loja e os compram; elas os encontraram na geladeira, deixados por um pai ou um irmão mais velho”, explica o coautor Steven Lipshultz, pediatra-chefe do Hospital Infantil de Michigan. Bebidas perigosas? Bebidas energéticas geralmente contêm altos níveis de açúcar e, no mínimo, mais cafeína que uma xícara de café. Porém, os fabricantes muitas vezes incrementam os efeitos de aumento de energia com uma mistura de outros ingredientes, que vão desde taurina e carnitina – um aminoácido natural – ao ginseng, uma erva chinesa normalmente usada na medicina alternativa. Mas, apesar dessa “mistura especial” de ingredientes, os estudos sugerem bebidas energéticas não aumentam a atenção mais do que uma xícara de café. Bebidas energéticas podem ter efeitos colaterais desagradáveis. Em 2007, Lipshultz começou a notar que as crianças e adultos que consumiram bebidas energéticas estavam dando entrada nas salas de emergência. Foi aí que começou a se perguntar se uma nova tendência preocupante estava ocorrendo. Assim, ele e seus colegas decidiram rastrear os dados dos centros de controle de intoxicação em todo o mundo. Em 2011, a equipe relatou que os casos de doenças associadas ao consumo de bebidas energéticas tinham disparado, com efeitos colaterais como problemas cardíacos, danos no fígado, convulsões e até morte. Em um estudo separado, o governo dos EUA descobriu que atendimentos de emergência relacionados ao consumo de bebidas energéticas cresceram exponencialmente entre 2005 e 2011. Agora, para ver se a tendência mudou recentemente, Lipshultz e seus colegas analisaram dados de todos os centros de controle de envenenamento dos EUA entre outubro de 2010 e setembro de 2013. Eles descobriram que 5.156 casos foram relatados, com cerca de 40% envolvendo crianças com menos de 6 anos de idade. Além disso, as bebidas que incluíam certos aditivos, tais como aminoácidos e extratos de plantas, tendem a causar problemas mais graves do que aquelas que apenas incluíam cafeína em pó. Os extratos podem conter cafeína adicional que não é registrada no rótulo da bebida e compostos que ainda não foram bem estudados e que poderiam estar causando efeitos desconhecidos adicionais, especialmente quando consumidos em conjunto com muitos outros aditivos e cafeína. “Você realmente não pode dissecar o que é o efeito do ginseng, o que é o efeito da taurina, o que é o efeito de guaraná, o que é o efeito da cafeína”, conta Lipshultz. Uma rotulagem melhor? A maioria das pessoas não está ciente do potencial que as bebidas energéticas têm de efeitos secundários graves. Como resultado, adultos podem deixar as bebidas acessíveis, sem saber, colocando as crianças em risco. Rotular as bebidas energéticas com algo semelhante ao aviso do Ministério da Saúde que aparece em cigarros poderia ajudar a reduzir algumas destas exposições não intencionais, opina o cientista. Crianças e adultos com fatores de risco subjacentes (tais como problemas com convulsões, arritmia ou uma predisposição para pressão arterial elevada), bem como cuidadores dessas crianças, também deve saber os riscos e ser aconselhados a não consumir bebidas energéticas. [LiveScience]

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Quantos km preciso andar para queimar esse refrigerante?

Uma medida tão simples quanto mostrar quanto exercício é necessário para queimar as calorias de um refrigerante é suficiente para diminuir o consumo das bebidas adocicadas por adolescentes. Os adolescentes que viam cartazes explicando a quantidade de quilômetros que precisariam caminhar para queimar as calorias de uma lata de refrigerante mostraram-se mais propensos a sair da loja com uma bebida com um número inferior de calorias, com uma bebida menor ou com uma bebida mais saudável, como um suco. Melhor do que isso, o acompanhamento dos voluntários mostrou que as novas escolhas mais saudáveis persistiram semanas depois que os cartazes foram retirados. O experimento foi realizado pela equipe de Pesquisas em Saúde Pública da Dra. Sara Bleich, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Traduzindo calorias em quilômetros Os pesquisadores concluíram que simplesmente mostrar quantas calorias cada produto tem não é suficiente para quebrar os maus hábitos alimentares - traduzir essas medidas em quilômetros a andar é mais eficaz. "As pessoas realmente não entendem o que significa dizer que uma lata de refrigerante normal tem 250 calorias," comenta a Dra. Bleich. "Se você for dar às pessoas informações sobre calorias, provavelmente há uma maneira melhor de fazer isso. "O que a nossa pesquisa revelou é que, quando você explica calorias de uma forma facilmente compreensível, como quantos quilômetros de caminhada são necessários para queimá-las, você pode incentivar a mudança de comportamento." Os cartazes comparavam os refrigerantes com bebidas energéticas e com suco de frutas - cada lata de bebida adocicada contendo 250 calorias tem o equivalente a 16 colheres de chá de açúcar, o que exige 50 minutos de corrida ou 8,5 km de caminhada para serem queimadas. Adolescentes conscientes Os pesquisadores observaram 3.098 compras feitas por adolescentes com idades entre 12 e 18 anos e entrevistaram 25% deles depois de saírem da loja. Dos 35% que disseram ter visto os cartazes, 59% disse acreditar neles e 40% disse ter mudado sua compra em razão do alerta. "Esta é uma maneira muito barata para que as crianças com idade suficiente para tomar suas próprias decisões de compra bebam menos bebidas adoçadas com açúcar, e a medida parece ser eficaz mesmo depois de [os cartazes] serem removidos", diz Bleich. http://www.diariodasaude.com.br/

Aedes aegypti representa risco em 117 municípios do país, diz governo

Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (4) aponta que 117 municípios do Brasil, incluindo dez capitais, têm risco alto de registrar infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya. De acordo com a pasta, nessas cidades foram encontrados focos do mosquito em quatro de cada cem casas visitadas. As informações integram o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), feito em outubro, que analisou a existência de locais com larvas em 1.463 cidades. Seu objetivo é apontar as regiões com maior risco de transmissão das doenças. Belém (PA), Porto Velho (RO), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), São Luis (MA), Aracaju (SE), Vitória (ES), Cuiabá (MT) e Porto Alegre (RS) são as capitais com maior risco de infestação. A região Nordeste é a que concentra mais municípios em situação crítica: 96 das 727 localidades nordestinas pesquisadas. Segundo o governo, outras 533 cidades foram classificadas em situação de alerta (pois tinham entre uma e três casas a cada cem com larvas) e 813 apresentaram situação satisfatória (um ou menos imóveis de cada centena continha focos do Aedes aegypti). No ano passado, o LIRAa apontou 159 municípios em situação de risco e 539 em alerta. Apesar do número de cidades consideradas críticas ter sido menor este ano em relação a 2013, há uma preocupação maior por causa dos casos de chikungunya. Até 25 de outubro, foram diagnosticados 824 casos da febre no país. O primeiro foi confirmado em setembro. Já os casos de dengue somam 556.317 este ano. Enfrentamento similar – O ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu que a similaridade entre a dengue e o chikungunya preocupa. Segundo ele, as medidas de enfrentamento e prevenção são parecidas e poderiam provocar perda da capacidade de diagnosticar e conduzir os casos de dengue – maior preocupação do governo devido à sua letalidade. “Sem dúvida nenhuma, [o que preocupa mais é] a dengue. Nós não teremos óbitos por chikungunya e nós temos óbitos com a dengue. Muito embora tenhamos reduzido em 40% o total de mortes de 2013 para 2014, tem uma manifestação mais grave, muito mais preocupante que chikungunya.” Neste ano, 379 pessoas morreram por dengue no país, segundo o Ministério da Saúde. Em 2013, foram 646 óbitos. De acordo com a pasta, o estudo é importante para reduzir a transmissão durante o verão, que é a estação mais propícia, já que a combinação de chuva e calor é ideal para a procriação do Aedes aegypti. “Se não agirmos com rapidez, em janeiro vai para 8% a 10% [8 a 10 casas com o foco do mosquito a cada 100 imóveis]”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Nova campanha – Com o slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, o ministério lançou uma campanha nesta terça para chamar a atenção sobre a importância da prevenção ao mosquito transmissor das duas doenças. Foram produzidas peças publicitárias com imagens que mostram os criadouros do Aedes aegypti, como vasos de plantas com água, sacos de lixo, caixas d’água abertos, pneus desprotegidos e garrafas plásticas destampadas. De acordo com a pasta, é preciso destacar que a forma de combate ao foco do mosquito é a mesma para se evitar as duas doenças. Sintomas – A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes. (Fonte: G1)

Sociedade terá voz nas políticas de adaptação climática

A população participará da construção de estratégia de enfrentamento aos impactos do aquecimento global. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou, nesta terça-feira (04), chamada pública para subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima. Com o objetivo de garantir a inclusão e dar transparência ao processo, as sugestões serão recebidas até 15 de dezembro de 2014. Aberta ao público em geral, a chamada pública possibilitará a participação dos interessados no desenvolvimento de políticas públicas ligadas à adaptação. Além de fomentar o engajamento e a conscientização sobre o assunto, a medida alimentará os gestores públicos com informações e contribuições que podem fazer parte do texto final do plano. Os subsídios recebidos serão avaliados pelo Grupo de Trabalho Adaptação, formado por integrantes do Executivo Federal e do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Integração - O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink, destaca que a participação social é fundamental para o sucesso do plano. “Estamos dando mais um passo importante na Política Nacional sobre Mudança do Clima”, afirma Klink. “Há uma construção cada vez mais integradora das ações de adaptação com o que já está em curso na área de mitigação. Com a construção do plano, o governo brasileiro está mostrando que tem uma visão de longo prazo, essencial nesse processo.” O lançamento da chamada antecede a 20ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima, das Nações Unidas, que será realizada em dezembro em Lima, capital do Peru. De acordo com Klink, a iniciativa confirma o papel de destaque desempenhado pelo Brasil perante a comunidade internacional. “Será discutido o novo acordo climático global. É um momento de extrema relevância para mostrar que estamos fazendo a nossa parte”, explica o secretário. Efeito estufa – Apesar de considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sido intensificado nas últimas décadas acarretando mudanças climáticas. Essas alterações resultam do aumento descontrolado das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias é consequência de diversas atividades humanas, entre elas o transporte urbano, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia. (Fonte: MMA)

Estudo aborda papel da Amazônia na regulação do clima na América do Sul

Se olharmos para a disposição de zonas desérticas ao redor do mundo, percebemos que não existe deserto ao leste da Cordilheira dos Andes, mesmo com as condições propícias para que isso acontecesse. Para Antonio Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a grande responsável por manter o clima ameno no coração do continente sul-americano é a floresta amazônica. No caso particular do Sudeste brasileiro, a Amazônia teria sido a responsável por manter as condições climáticas naturais da região, mesmo com a destruição completa da Mata Atlântica. No entanto, o desmatamento progressivo da floresta e a degradação decorrente dessas atividades exploratórias na região estão destruindo essa capacidade de regulação climática da Amazônia, o que pode nos levar a mudanças abruptas e profundas no clima do continente – como, por exemplo, a prolongada estiagem que São Paulo vive em 2014. Essa capacidade de regulação do clima e a ameaça do desmatamento da Amazônia são alguns dos principais destaques do relatório “O Futuro Climático da Amazônia”, apresentado por Antônio Nobre no último dia 30 em São Paulo. Conduzido no âmbito da Articulação Regional Amazônica (ARA), com apoio do projeto “Rios Voadores”, do Instituto Socioambiental (ISA) e do WWF-Brasil (estes últimos, membros do OC), este estudo sistematiza e organiza informações e conhecimento de diferentes áreas para elaborar um panorama geral de como a Amazônia impacta na configuração climática da porção do continente sul-americano a leste da Cordilheira dos Andes e de como o desmatamento da Amazônia ameaça não apenas quem vive na região hoje coberta pela floresta, mas também quem vive além dela. “Precisamos olhar para a floresta. Estamos ignorando uma tecnologia natural que ainda não conhecemos em grande parte, que a natureza levou dezenas de milhões de anos para criar”, reflete Antônio Nobre. “Nossa sociedade perdeu a capacidade de valorizar aquilo que não conhece, mas ou nos dispomos a entender isso ou seremos devorados”. A Amazônia como reguladora do clima O estudo aponta para cinco fatores que ajudam a entender o papel da floresta amazônica na regulação do clima nos territórios a leste dos Andes. Primeiro, a capacidade da floresta de manter a umidade do ar mesmo quilômetros adentro da América do Sul. “Em outros lugares, o ar que entra no continente acaba secando e resultando em desertos”, explica Nobre. Em outras regiões, a presença de gêiseres ajuda a manter níveis altos de umidade em terrenos mais distantes do litoral. Como a Amazônia não possui algo do tipo, o que explica sua capacidade de manter a umidade relativa do ar são suas árvores. “As árvores funcionam como gêiseres, extraindo água pelas raízes, levando essa água através do tronco para as folhas, que por sua vez jogam essa água evaporada para a atmosfera”. Pela estrutura da flora amazônica, seu dossel (estrato superior das florestas, formado pelo conjunto das copas das árvores, considerado um dos lugares com maior biodiversidade nas florestas tropicais) consegue frenar os ventos que chegam do oceano e ajuda a manter a umidade nos níveis mais altos do céu. O segundo aspecto é a dinâmica de precipitações na Amazônia. Graças a essa arquitetura natural, o ar sobre a floresta é muito limpo, no mesmo nível do ar sobre os oceanos. A pureza do ar, associada com a umidade e com a emissão de odores a partir da floresta, permite que ocorra mais chuvas na Amazônia do que no próprio oceano, de forma mais amena e menos destrutiva do que nos oceanos. “Esse é um mecanismo regador, que ajuda a distribuir a umidade pela floresta através de precipitações baixas, não violentas e férteis”, aponta Nobre. Essa dinâmica nas precipitações nos leva ao terceiro elemento importante para entender o papel de regulação climática da Amazônia: sua capacidade de puxar a umidade do oceano para o continente, revertendo o padrão observado em outras regiões do planeta. De acordo com Nobre, “como se evapora mais água na floresta do que no oceano, a atmosfera da floresta acaba puxando o vento do mar para dentro, o que ajuda a trazer mais chuvas para a região”. Essa é a base da chamada “teoria da bomba biótica de umidade”, que nos ajuda a entender o quarto ponto: a regulação climática em si. “O oceano verde puxa umidade do oceano azul, e o fluxo de água através dos chamados rios voadores é conduzido para os territórios a leste dos Andes, que são sazonalmente irrigados por essa água”, explica Nobre. Essa não é uma bomba qualquer: cada árvore amazônica de grande porte pode evaporar mais de mil litros de água por dia. Todos os dias, quase 20 bilhões de toneladas de água são evaporadas pela floresta, mais do que o aporte diário de água para o rio Amazonas. Para se ter uma ideia do que isso implica, a energia solar consumida nessa evaporação é equivalente à produção de energia total de 50 mil Usinas de Itaipu. Uma única usina de Itaipu precisaria operar a toda carga por 150 anos para conseguir fazer aquilo que a floresta amazônica faz em um único dia. O papel de regulação climática também nos ajuda a entender o quinto ponto levantado pela pesquisa: o motivo pelo qual não ocorrem eventos climáticos extremos em regiões de floresta e seus arredores. De acordo com Nobre, o funcionamento dessa “bomba”, tirando a umidade do oceano e trazendo-a para o continente, também ajuda a evitar que eventos desse tipo aconteçam. A falta de grandes eventos extremos na Amazônia deve-se, também ao efeito de frenagem dos ventos exercido pela “rugosidade” da copa das árvores, que provocam um efeito dosador, distribuidor e dissipador da energia dos ventos. Amazoniadestruicao Estudo aborda papel da Amazônia na regulação do clima na América do SulA destruição da Amazônia Para Antonio Nobre, olhar para a questão do desmatamento apenas através das taxas anuais é uma ilusão destrutiva. O mais importante é olhar para a destruição agregada da floresta, e nesse caso, os números são assustadores. Em 40 anos, o Brasil desmatou 762.979 km2, território equivalente a três Estados de São Paulo e a duas Alemanhas. “Para se ter uma ideia da destruição, é como se tivéssemos um trator a jato, trabalhando sem parar, a 726 km/h durante todos esses anos, ou mais de 900 tratores normais, lado a lado, operando dia e noite, fazendo apenas corte raso”, aponta Nobre. Os números ficam ainda piores quando agregamos a eles as regiões de degradação florestal, que ainda são contabilizadas como floresta, mas que não possuem nenhum tipo de função ecológica: em quatro décadas, o Brasil perdeu efetivamente 2.062.914 km2 de floresta amazônica. Essa destruição massiva está quebrando a dinâmica da bomba biótica de umidade. A fuligem decorrente das queimadas aumenta o núcleo de condensação e diminui o vapor de água. Isso diminui consideravelmente o volume de precipitação durante a estação seca e gera chuvas torrenciais e violentas durante a estação chuvosa – como observado em anos recentes na região amazônica. Com a diminuição progressiva da mata e a mudança profunda na dinâmica de precipitação, a floresta amazônica está sendo conduzida para a destruição completa. Aquilo que a natureza levou 50 milhões de anos para construir e que se manteve praticamente ileso durante esse período, mesmo com as flutuações do clima global, a motosserra está levando apenas alguns segundos para destruir: são quase duas mil árvores derrubadas por minuto na região da Amazônia. Essa destruição é praticamente definitiva: os terrenos devastados não se recuperam naturalmente e acabam virando savana. Pela teoria da bomba, a floresta destruída pode ter um destino mais cruel, por causa da reversão do padrão atual dos ventos do oceano para o continente: a Amazônia pode virar um grande deserto. Para o resto do continente, o fim do funcionamento da bomba biótica de umidade pode significar mudanças profundas nas dinâmicas climáticas. Os “rios voadores” da Amazônia para o Sudeste brasileiro podem deixar de existir, o que levaria a uma queda no volume de precipitações nessa região. “De certo modo, a Amazônia compensou o impacto da destruição da Mata Atlântica da mesma forma que as grandes florestas na Rússia também compensaram a eliminação das florestas europeias, mas estamos colocando tudo a perder ao destruir a Amazônia”, reflete Antônio Nobre Estudo Estudo aborda papel da Amazônia na regulação do clima na América do SulO que fazer O tempo para ação é curto e o volume de ação necessário para reverter o cenário é grande. Por isso, precisamos agir o quanto antes, defende Antônio Nobre. “Em 2008, quando eclodiu a crise financeira internacional, os governos do mundo gastaram trilhões de dólares para salvar o sistema financeiro global de uma catástrofe. Mas a falência climática de que estamos nos aproximando nos últimos anos é muito maior que a do sistema financeiro, e estamos procrastinando por quinze anos. Precisamos sair disso”. Nobre defende a adoção de cinco passos imediatos para reverter esse cenário. Primeiro, uma verdadeira estratégia de guerra contra a ignorância sobre clima e sobre Amazônia. Segundo, a paralisação imediata, total e completa do desmatamento na Amazônia. Terceiro, a abolição do uso de fogo, evitando assim fumaça e fuligem no ar amazônico. Quarto, o desenvolvimento de estratégias de recuperação natural da floresta. Finalmente, a conscientização das elites governantes, que precisam sair de uma visão arcaica sobre o uso da floresta e adotar uma visão mais integrada e completa da utilidade da floresta enquanto floresta. Infelizmente, o panorama atual não nos permite vislumbrar a ação imediata. “Se o Brasil tivesse cumprido o que está escrito no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, de 2008, estaríamos chegando ao desmatamento zero da Amazônia no ano que vem”, observa Carlos Rittl, secretário executivo do OC. “Mas estamos longe disso: aumentamos a taxa de desmatamento no ano passado, continuamos sem uma estratégia definida para redução das emissões a partir da redução do desmatamento, sem instrumentos econômicos para fortalecer esses esforços, e não temos a harmonização de outras políticas públicas nacionais com a política de clima, o que é uma exigência da própria Lei que estabeleceu a Política Nacional sobre Mudança do Clima”. Além dos problemas domésticos, a falta de articulação entre os nove países que dividem entre si porções da Amazônia também é dramática. “Todas as iniciativas multilaterais em Amazônia são ridículas. O governo brasileiro não dá apoio a esses entendimentos, preferindo a bilateralidade”, observa Beto Ricardo, do ISA. “Não é mais possível pensar em Amazônia brasileira. O que acontece na Amazônia de um país impacta nas demais. Todos estamos sofrendo com os mesmos problemas”, aponta Claudio Moretti, do WWF. “Por exemplo, os dados sobre desmatamento mostram que temos 25 fronteiras ativas de desmatamento, a maior parte delas na encosta andino-amazônica”. Ou seja, o desafio não está apenas em desenvolver soluções para preservar a Amazônia no Brasil, mas também de levar esses esforços para os demais países amazônicos, que também começam a sofrer com os impactos da degradação da floresta – por exemplo, a Bolívia e as chuvas históricas que caíram no começo do ano (e que, por sua vez, resultaram em cheias históricas na região do Acre e de Rondônia). Para Nobre, mesmo com as dificuldades, a solução é viável – desde que tenhamos vontade política para isso. “Na última década, nós vimos um engajamento único entre governo, sociedade e ciência nos levando para a maior redução histórica no volume de desmatamento. Essa articulação, desmobilizada depois da aprovação do Novo Código Florestal, é um caminho a ser retomado na proteção da floresta amazônica”, conclui o pesquisador. * Publicado originalmente nos site Observatório do Clima. (Observatório do Clima)

Próximo verão será o 1º com dengue e chikungunya circulando no país

O vírus chikungunya deve se espalhar pelo país seguindo o padrão de disseminação da dengue, segundo infectologistas ouvidos pelo G1. No próximo verão, portanto, é provável que diferentes regiões do país tenham surtos simultâneos de dengue e chikungunya. Desde que chegou ao Brasil até o dia 25 de outubro, o chikungunya já infectou 828 pessoas, de acordo com balanço mais recente do Ministério da Saúde. O primeiro caso de transmissão interna do vírus no país foi registrado em setembro. O médico Carlos Roberto Brites Alves, da Sociedade Brasileira de Infectologia, lembra que os vetores das duas doenças são os mesmos: os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. “Temos dengue há mais de duas décadas e não conseguimos eliminar a infecção, pois não conseguimos eliminar os mosquitos. A chance de o chikungunya seguir um padrão semelhante de ocorrência é grande”, diz o especialista. Para Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor do livro “Pandemias: a humanidade em risco”, o histórico do vírus nos últimos 10 anos permite concluir que ele deve continuar se espalhando. “A expansão do vírus começou em 2004, quando estava no interior da África e foi parar no litoral do Quênia. De 2004 para cá, houve uma expansão progressiva pela costa leste da África, pelas ilhas do Oceano Índico e países do sul e sudeste da Ásia. Em dezembro do ano passado, chegou às ilhas Martinica e Guadalupe e acabou se espalhando pelo Caribe”, diz Ujvari. “Isso mostra nitidamente que é um vírus que está se espalhando pela locomoção humana.” Ele lembra que na época de férias há uma movimentação maior de pessoas, inclusive para as ilhas do Caribe, onde há grande disseminação do vírus. “Vai haver um fluxo de pessoas que podem trazer o vírus. Se houver chuvas, que levam a um maior número de mosquitos, tem uma chance muito grande de o chikungunya eclodir como uma epidemia no próximo verão.” Tendência da dengue – No ano passado, o país registrou um número muito alto de casos de dengue: 1.452.489 pessoas foram infectadas. Este ano, até 11 de outubro, foram 547.612 casos, o que representa uma tendência de diminuição de infecções. Para Alves, medidas locais como o controle dos criadouros de mosquitos e o uso de mosquitos geneticamente modificados para controlar os vetores da doença podem surtir efeito no próximo verão. Além disso, quando há um número muito grande de infectados em um ano, no ano seguinte, o número de casos tende a ser menor, pois já há mais pessoas imunes aos subtipos de vírus que circularam no período anterior. Epidemias simultâneas – Nos últimos 10 anos, já houve ocorrências de epidemias simultâneas de chikungunya e dengue no mundo, segundo Ujvari. Foi o que aconteceu no Gabão, em 2007: o chikungunya chegou ao país no meio de uma epidemia de dengue. Nesses casos, como os sintomas iniciais são parecidos, como febre, dor de cabeça e dor muscular, pode haver dificuldade de diferenciar os dois. Como nenhuma das duas doenças tem tratamentos específicos – a estratégia limita-se a tratar os sintomas – Ujvari afirma que o melhor, quando há dúvida sobre o diagnóstico, é conduzir como se fosse um caso de dengue. Apesar de provocarem sintomas parecidos, tratam-se de vírus totalmente distintos. Quem já pegou dengue, portanto, não está imune ao chikungunya. O fato de já ter tido dengue também não determina que uma infecção por chikungunya seja mais grave. Campanha do Ministério da Saúde – No início do mês, o Ministério da Saúde lançou uma campanha para alertar sobre a importância da prevenção contra dengue e chikungunya. Chamada “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, a campanha estimula o combate ao mosquito transmissor das doenças. O ministro da saúde, Arthur Chioro, afirmou durante o lançamento da ação que o que preocupa mais é a dengue. “Nós não teremos óbitos por chikungunya e nós temos óbitos com a dengue. Muito embora tenhamos reduzido em 40% o total de mortes de 2013 para 2014, tem uma manifestação mais grave, muito mais preocupante que chikungunya.” ‘Aqueles que se dobram’ – A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Como as pessoas pegam o vírus? – Por ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue. O risco aumenta, portanto, em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles também picam principalmente durante o dia. O chikungunya tem subtipos diferentes, como a dengue? – Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes. Quais são os sintomas? – Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares. Em média, os sintomas duram entre 10 e 15 dias, desaparecendo em seguida. Em alguns casos, porém, as dores articulares podem permanecer por meses e até anos. De acordo com a OMS, complicações graves são incomuns. Em casos mais raros, há relatos de complicações cardíacas e neurológicas, principalmente em pacientes idosos. Com frequência, os sintomas são tão brandos que a infecção não chega a ser identificada, ou é erroneamente diagnosticada como dengue. Tem tratamento? – Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides. Como se prevenir? – Sobre a prevenção, valem as mesmas regras aplicadas à dengue: ela é feita por meio do controle dos mosquitos que transmitem o vírus. Portanto, evitar água parada, que os insetos usam para se reproduzir, é a principal medida. Em casos específicos de surtos, o uso de inseticidas e telas protetoras nas janelas das casas também pode ser aconselhado. (Fonte: G1)

Orégano reduz consumo de sal por hipertensos, diz estudo da USP

O uso de orégano ou outras ervas finas nos alimentos pode ajudar hipertensos a reduzirem o consumo de sal, segundo pesquisa desenvolvida por nutricionistas da Universidade de São Paulo (USP), na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Um estudo com 120 pessoas revelou que pacientes que sofrem de pressão alta preferem alimentos com maior dosagem de sal e com dosagem intermediária, se o alimento estiver acompanhado desses condimentos. O objetivo da pesquisa era determinar se realmente existia preferência por alimentos salgados e acabou comprovando cientificamente uma recomendação culinária que substitui o sal da comida por temperos, segundo a nutricionista Patrícia Villela. O estudo foi feito com homens e mulheres que foram divididos em quatro grupos: com idosos hipertensos, idosos com pressão normal (ou normotensos), jovens hipertensos e jovens sem a doença. Os participantes receberam três amostras de pães com diferentes dosagens de sal. O primeiro era semelhante ao produzido nas padarias de todo o país, com o teor de 1,8% de sódio. O segundo tinha uma quantidade inferior, com 1,2%, e o terceiro a maior quantidade de sal, 2,4%, que representa o consumo máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), igual a cinco gramas de sal por dia. Testes – Sem perceber uma diferença de textura ou visual nos pães, os pacientes provaram os três tipos, tomando um copo de água entre cada teste e revelaram as preferências. “A maioria dos pacientes hipertensos preferiram as amostras mais salgadas. Independentemente da idade. Então, tanto os idosos quanto os jovens hipertensos preferiram as amostras mais salgadas”, afirmou Patrícia. Ainda de acordo com os resultados do teste, as pessoas sem pressão alta preferiram o pão com o teor de sódio intermediário, encontrado normalmente nas padarias. O maior consumo de alimentos salgados na dieta dos pacientes hipertensos também ficou comprovado através de testes de urina. “Observamos que os pacientes hipertensos além de preferirem os alimentos mais salgados, eles têm uma maior excreção de sódio, mostrando que o consumo é alto em toda a dieta”. O excesso de sal na alimentação de pessoas hipertensas pode levar a derrame, infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Alternativas – A aposentada Teresinha de Jesus Carneval foi uma das pessoas que participaram da pesquisa. Com hipertensão, ela não nega sua preferência pelos alimentos mais salgados. “Eu gosto de alimentos mais salgadinhos, porque eu acho mais saboroso. Mas eu tento me controlar por causa da hipertensão. Então eu tento evitar. Fazer as coisas com menos sal, comprar coisas com menos sal”, disse. Ela também participou de um segundo experimento, em que foi mantido o teor de sal dos pães, mas foi adicionado orégano durante a sua preparação. “Ele tinha um sabor diferente. Era mais gostoso. Eu senti mais o sabor”, afirmou Teresinha. Nessa etapa da pesquisa foi observado que temperos naturais, como o orégano, podem agradar o paladar daquelas pessoas que gostam de alimentos mais salgados, mesmo com um teor menor de sal. “Uma vez adicionada essa erva, por ser um tempero mais bem aceito na população, os pacientes hipertensos que gostavam das amostras mais salgadas preferiram as amostras de médio sal. Já os pacientes com pressão normal, os não hipertensos que já preferiram aquelas amostras com média concentração de sal passaram a preferir as amostras com menos concentração de sal”, explicou a nutricionista. (Fonte: G1)

Abobrinha é o alimento com mais resíduos de agrotóxicos

A abobrinha foi o alimento no qual foram encontrados mais resíduos de agrotóxicos, segundo pesquisa divulgada pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Entre as amostras de abobrinha, alface, feijão, fubá de milho, tomate e uva, 25% apresentaram irregularidades. As amostras foram coletadas em supermercados e feiras, em todos os estados brasileiros - estatísticas apontam o Brasil como o país que mais consome agrotóxicos no mundo. O levantamento mostra que 1,9% dos alimentos tem uma quantidade de agrotóxicos acima do limite, e em 23% foram encontrados resíduos de produtos não autorizados para a cultura do alimento. Entre as 229 amostras de abobrinha, 48% foram consideradas insatisfatórias, 45% por terem ingredientes ativos não autorizados. Segundo a gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, isso pode acontecer porque existem poucos produtos registrados para o cultivo da abobrinha. Das 240 amostras de alface 45% foram reprovadas, o feijão, das 245, teve 7,3% insatisfatórias, o fubá de milho, das 208 amostras apresentou 2,9% insatisfatórias; no caso do tomate, das 246 amostras, 16% e a uva, das 229, teve 29% com irregularidades. Apesar dos resultados, a superintendente de toxicologia da Anvisa, Sílvia Cazenave, assegura que os benefícios de consumir alimentos in natura superam os riscos da ingestão de resíduos de agrotóxicos. "A melhor recomendação é que as pessoas devem variar muito o tipo e de alimento que consomem", recomendou Sílvia. Esta é a segunda parte do levantamento de 2012. Na primeira, morango apareceu com 59% de irregularidades nas amostras e o pepino, que em 2011 tinha sido líder no ranking de agrotóxicos, com 42%. O objetivo da Anvisa é rastrear o alimento e chegar até o produtor para orientá-lo a usar os agrotóxicos da forma adequada. Agência Brasil

Crianças com alergia a leite não devem tomar vacina contra sarampo

O Ministério da Saúde emitiu uma alerta às secretarias estaduais e municipais de Saúde para que não apliquem a vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, em crianças com histórico de alergia à proteína do leite de vaca (APVL). A medida foi tomada depois que a Secretaria de Saúde do Amazonas suspendeu a vacinação em todo depois que quatro casos de reação à vacina foram registrados em Manaus. Outros estados De acordo com o presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, quatro crianças tiveram reação alérgica após terem sido vacinadas - três delas apresentaram reação anafilática logo depois da aplicação e uma delas apresentou hipersensibilidade à dose com ocorrência tardia. "Estamos aguardando o posicionamento do Ministério da Saúde. Até onde sabemos, isso não ocorreu só aqui no estado do Amazonas. Em outros estados isso também vem ocorrendo. Por medida de precaução, as secretarias de Saúde do estado e do município resolveram interromper a campanha até que sejam esclarecidos os fatos", destacou Albuquerque. O Ministério da Saúde não divulgou os dados de reações verificados em outros estados, mas afirma que a restrição vale apenas para doses fornecidas pelo laboratório Serum Institutte of India Ltd. O comunicado destaca que o laboratório é pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde e fornece, há anos, doses para vários países, inclusive para o Brasil. Todos os lotes da vacina tríplice viral aplicadas no país passaram por análise no Instituto de Qualidade em Saúde, que não conseguiu detectar o problema, e as vacinas foram aprovadas para uso. Agência Brasil

O importante é a função do HDL, não apenas seu nível

Efluxo de colesterol Já se sabia que os exames de colesterol ruim podem dar resultados ruins, mas agora se descobriu que o método de medição atual do HDL, o chamado colesterol bom, também pode não expressar o que realmente está ocorrendo no organismo. Isto porque os exames refletem apenas os níveis circulantes de HDL no sangue, e não as propriedades funcionais dessa lipoproteína. A boa notícia é que uma outra técnica, chamada "capacidade de efluxo do colesterol", ou efluxo de colesterol, consegue medir a funcionalidade do colesterol HDL. A equipe do Dr. Anand Rohatgi, da Universidade Sudoeste do Texas (EUA), mediu o efluxo de colesterol em mais de 3.000 participantes de um estudo multi-étnico, comparando os resultados com os níveis tradicionais de HDL e a relação dos dois resultados com o risco cardiovascular. Sua conclusão é que o efluxo do colesterol é não apenas um indicador melhor do risco cardiovascular, como também um alvo melhor para tratamentos terapêuticos do que as medições convencionais de HDL. Propriedade funcional do colesterol O método para medir a propriedade funcional do colesterol foi criado apenas recentemente, e ainda não é utilizado em larga escala. A função chave do HDL é remover o colesterol de placas formadas nos vasos sanguíneos e transportá-lo até o fígado para excreção. O efluxo de colesterol mede se o HDL presente no sangue - que é detectado pelo exame tradicional - está mesmo cumprindo esse papel. O estudo constatou que a medida funcional do efluxo de colesterol fornece informações significativamente diferentes daquelas da medição padrão do colesterol HDL. Os resultados revelaram uma relação de proteção significativa do efluxo do colesterol contra o risco cardiovascular. Quanto melhor o efluxo de colesterol de uma pessoa, menor a probabilidade de que ela sofra um ataque cardíaco, derrame ou morte por doença cardíaca. A associação foi muito mais forte com o efluxo do colesterol do que com os resultados da medição tradicional do nível de colesterol HDL. Número sem eficácia O colesterol HDL tem sido considerado como "bom colesterol" porque inúmeros estudos populacionais têm demonstrado uma relação inversa forte e consistente entre os níveis de colesterol HDL e o risco de doença cardíaca. "Infelizmente, essa observação não se traduziu em terapias eficazes que visem o colesterol HDL," comentou o Dr. Rohatgi. "A niacina aumenta o colesterol HDL em 20 a 25 por cento e novos medicamentos, chamados inibidores da CETP, aumentam o colesterol HDL ainda mais, mas nenhum deles se mostrou capaz de reduzir os eventos cardíacos." "Então agora nós estamos olhando nos bastidores, por assim dizer, e estamos percebendo que a história toda do que o HDL faz não está sendo contada pelos níveis de colesterol HDL sozinhos," continuou o Dr. Rohatgi. "O HDL é muito dinâmico. Ele tem muitas funções que não são totalmente captadas pela medição dos níveis estáticos de colesterol. A hipótese mudou de uma hipótese de 'colesterol-HDL' para uma hipótese 'função-HDL' para captar melhor o risco cardiovascular e fornecer um alvo melhor para terapias para reduzir esse risco," concluiu o médico. Diário da Saúde

80 milhões de bactérias são trocadas durante um beijo

De acordo com cientistas do museu Micropia e do TNO (Organização para Pesquisa Científica Aplicada da Holanda), na Holanda, cerca de 80 milhões de bactérias são transferidas durante um beijo de dez segundos. Outra descoberta do estudo foi que parceiros que se beijam pelo menos nove vezes por dia têm comunidades bacteriais semelhantes. O ecossistema de mais de 100 trilhões de micro-organismos que vivem em nossos corpos – nosso microbioma – é essencial para inúmeras funções como digestão dos alimentos, síntese de nutrientes e prevenção de doenças. A boca é lar de mais de 700 variedades de bactérias. A pesquisa concluiu que essas bactérias podem ser “trocadas” no intercâmbio do beijo. 21 casais participaram do estudo. Eles preencheram questionários sobre seu comportamento, incluindo a frequência com que se beijavam. Amostras foram recolhidas para estudar a microbiota bucal da língua e saliva de cada um. Numa experiência controlada para quantificar a transferência de bactérias, um membro de cada um dos pares tomou uma bebida probiótica contendo variedades específicas de bactérias, incluindo Lactobacillus e Bifidobacteria. Depois de um beijo íntimo, os pesquisadores descobriram que a quantidade de bactérias probióticas na saliva do receptor triplicou. Eles calcularam que, no total, 80 milhões de bactérias foram transferidas durante um beijo de dez segundos. Os resultados também mostraram que, quando os casais se beijam intimamente frequentemente, suas microbiotas ficam semelhantes. Nove beijos íntimos por dia levaram a casais com microbiota salivar significativamente parecida. O beijo e a evolução De acordo com Remco Kort, principal autor do estudo, o beijo íntimo envolve contato pleno de línguas e troca de saliva. Este parece ser um comportamento único dos seres humanos e é comum em mais de 90% das culturas conhecidas. Se só nós fazemos isso, e praticamente todos nós fazemos isso, qual a função – evolutivamente falando – do beijo? “Curiosamente, as explicações para a função do beijo íntimo em humanos incluem um papel importante para a microbiota presente na cavidade oral, embora, a nosso conhecimento, os efeitos exatos do beijo sobre a microbiota bucal nunca tinham sido estudados. Nós queríamos saber até que ponto os parceiros compartilham sua microbiota oral, e descobrimos que, quanto mais um casal beija, mais parecidas [as suas microbiotas] são”, explica Kort. O estudo também sugere que o estilo de vida, os hábitos alimentares e os de cuidados pessoais interferem com a microbiota bucal, especialmente da língua. Enquanto a microbiota da língua era mais similar entre parceiros românticos do que indivíduos não aparentados, sua semelhança não se alterou com o beijo mais frequente, em contraste com a microbiota da saliva. Uma curiosidade do estudo é que 74% dos homens relataram beijar intimamente suas parceiras mais frequentemente do que as mulheres do mesmo casal relataram. Isto resultou em uma média relatada de dez beijos por dia por parte dos homens, enquanto as mulheres relataram em média cinco beijos por dia. [ScienceDaily]