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domingo, 26 de abril de 2015

Desperdício de alimentos custa milhões para as cidades

eria necessário um terreno na área do México para produzir a quantidade de alimentos que as pessoas produzem, mas não comem, a cada ano. Mais comida é desperdiçada na fase de consumo – nas residências, restaurantes e cafeterias – do que em outros estágios da cadeia. Quase todas as áreas urbanas têm níveis altos de desperdício de alimentos – comida que poderia ser consumida quando chega às pessoas, mas é descartada antes ou depois de estragar. O desperdício de alimentos apresenta desafios significativos, mas também dá oportunidade para que as cidades reduzam as emissões de carbono e o desmatamento, além de mitigar o gasto de água com a agricultura. Os custos ambientais da produção de alimentos De acordo com as projeções, o mundo vai precisar aumentar a produção de alimentos em 70% até 2050. Isso causará uma estafa significativa no planeta. A produção de alimentos tem altos níveis de emissões porque converte floresta e savanas, que armazenam carbono, em pastos ou terras de cultivo. Por exemplo, na Indonésia, florestas tropicais estão sendo derrubadas para dar lugar ao cultivo de palma para produção de óleo, o fez do país o maior emissor de carbono por unidade de PIB. Além disso, 13% das emissões de carbono em 2010 foram de atividades agrícolas como criação de gado, uso de tratores e produção e uso de fertilizantes nitrogenados. A agricultura contribui com 24% das emissões de gases de efeito estufa, considerando a conversão de terras, explora 27% das terras do planeta e consome 70% da água doce no mundo. Considerando o efeito em escala da produção de alimentos no meio ambiente, reduzir o desperdício e a necessidade de produção crescente pode nos impulsionar para um mundo mais sustentável. A urbanização intensifica o desperdício de comida De acordo com a Royal Society, consumidores de países com economia em desenvolvimento desperdiçam mais alimentos por causa do relativo baixo custo da comida, por causa dos padrões altos de aparência dos alimentos e falta de conhecimento sobre a realidade da produção de alimentos. A urbanização traz esses três fatores no comportamento do consumidor porque quem mora na cidade ganha mais dinheiro que os trabalhadores rurais, tem altos padrões de aparência dos alimentos e compra alimentos nos supermercados. Para deixar o desafio do desperdício de alimentos mais difícil, a ONU estima que até 2050, mais 2,5 bilhões de pessoas passará a viver em áreas urbanas. A população urbana corresponderá a dois terços da população mundial. Como resultado, o desperdício de alimentos deverá crescer significativamente até 2050 na maioria das cidades. O desperdício de alimentos já está crescendo mundialmente. Por exemplo, em várias cidades chinesas, como Pequim e Xangai, alimentos já correspondem de 50% a 70% dos resíduos municipais. Vale considerar que há consumidores de países em desenvolvimento que não tem condições de refrigerar a comida em casa para preservá-la. Nas cidades surgem soluções inovadoras Felizmente, alguns governos, organizações não governamentais e empresas privadas já estão explorando métodos inovadores para reduzir o desperdício de comida. Por exemplo, algumas instituições estão redistribuindo alimentos para as pessoas que precisam. A FoodBank South Africa recolhe mais de 4 toneladas de comida anualmente e distribui mais de 14 milhões de refeições com a ajuda de organizações sem fins lucrativos da Cidade do Cabo, Joanesburgo e Durban. Seul, na Coreia do Sul, está implementando uma política de cobrar a população, organizações e restaurantes que desperdiçam comida. Isso irá estimular os restaurantes a reduzir o tamanho das porções e encorajar as pessoas a não comprar comida que eles não vão consumir. Em fevereiro de 2014, Hong Kong definiu uma meta de redução de desperdício de comida em 40% até 2022, considerando os parâmetros de 2011. O relatório foca no aumento de consciência do desperdício de alimentos e a reciclagem de restos de alimentos em compostagem ou queima para produção de energia. Por exemplo, 75% dos detentos do Instituto Lo Wu se voluntariaram a receber porções menores de comida, o que traz uma economia de 500 tigelas de arroz por dia. As cidades devem enfrentar, com urgência, o crescente desperdício de alimentos no mundo. O Programa Waste Resources and Action (WRAP) calculou que o custo dos alimentos que não são consumidos chega a 400 bilhões de dólares anualmente, o que significa um forte motivo financeiro para agir. O Instituto World Resources está liderando o desenvolvimento do Food Loss and Waste Protocol, que permitirá às cidades e entidades relatar o desperdício de alimentos de forma prática, com credibilidade e de forma consistente, internacionalmente. E, finalmente, o rascunho atual das metas de desenvolvimento sustentável da ONU (Sustainable Development Goals – SDGs) têm como meta “reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita globalmente, a nível de varejo e consumidor” até 2030. As cidades têm um papel indispensável no combate ao desperdício de alimentos, o que pode ajudar a alimentar 9,5 bilhões de pessoas com menos emissões de carbono e menor impacto sobre os recursos naturais. (Akatu/ #Envolverde) * Publicado originalmente no blog The City Fix, da World Resources Institute e retirado do site Akatu. (Akatu)

Ministério Público sai em defesa da fauna marinha gaúcha

Os Ministérios Públicos Estadual e Federal entraram na briga em prol da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do Rio Grande do Sul. Há 20 dias, o governador do estado decretou a suspensão do anexo I da lista e assim retirou a proteção de 33 espécies de peixes marinhos. Espécies como tubarão-azul, garoupa, bagre e dourado voltaram a ser pescadas e comercializadas. Agora, os MPs lutam na Justiça para derrubar o decreto. O decreto do governo gaúcho seguiu um parecer da Advocacia Geral da União, que determinava que a competência para definir regras e medidas de ordenamento pesqueiro e uso sustentável desses recursos cabia aos Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura, conforme Lei Federal nº 10.683. Como foi uma lista estadual que proibiu a pesca das espécies ameaçadas, o governo gaúcho entendeu que a normativa ultrapassava a competência do estado e suspendeu preventivamente a proteção. Contrários a este entendimento, os promotores moveram uma Ação Civil Pública pedindo a anulação do decreto do governador Sartori que, segundo eles, colocou em risco de extinção 33 espécies de peixes marinhos no estado. "Na dúvida sobre a correta interpretação do artigo 24 da Constituição Federal de 1988 e do artigo 8º da Lei Complementar 140/2011, o governador do estado optou por arrasar a Lista Vermelha do Rio Grande do Sul e, sem qualquer discussão pública e amparo científico, excluiu todas as espécies da ictiofauna marinha da aludida lista, ao invés de se posicionar pela proteção do meio ambiente e da biodiversidade estadual", reforça a ação. www.oeco.org.br

O que é a Agrossilvicultura

A agrossilvicultura é a prática de combinar espécies florestais (árvores ou outras espécies perenes lenhosas) com culturas agrícolas e/ou pecuária, com o objetivo melhorar o aproveitamento dos recursos naturais e a produção de alimentos. Também é chamada de sistemas agroflorestais (SAF's), ela busca o uso mais sustentável dos recursos produtivos. Embora técnicas de combinação de árvores com agropecuária já tenham sido praticadas antes mesmo do surgimento da agricultura moderna, a ciência da agrossilvicultura surgiu apenas na década de 1970, quando se realizaram grandes estudos sobre o papel das árvores na saúde do solos tropicais. As bases principais da prática estão na silvicultura (estudo da regeneração e exploração de florestas), agricultura, zootecnia e manejo do solo. Seus objetivos varia da produção de alimentos, produtos florestais madeireiros e não madeireiros, melhoria da paisagem, incremento da diversidade genética e conservação ambiental. Os SAF's têm vantagens em relação aos sistemas convencionais de uso da terra, pois permitem maior diversidade e maior sustentabilidade. A coexistência de mais de uma espécie numa mesma área melhora a utilização da água e dos nutrientes do solo. Há ainda a recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes e o controle de ervas daninhas. Classificação A classificação de sistemas agroflorestais (SAF's) mais empregada inclui: as árvores, os cultivos e os animais, que podem ser classificados como: Sílviagrícola: árvores associadas com cultivos agrícolas anuais e/ou perenes. São exemplos: jardins domésticos, "taungya" (plantio de espécies agrícolas nos primeiros anos dos povoamentos florestais), alley cropping (plantio de árvores em fileiras ou faixas e cultivo agrícola entre as fileiras ou faixas) Silvipastoril: árvores associadas com pecuária. Esta combinação potencializa a produção de madeira e de proteína animal. São exemplos: Banco de proteína (plantio de árvores em áreas de produção de proteína para corte ou pasto direto), árvores em pastagens naturais e/ou plantadas (para regeneração artificial ou natural de árvores em áreas de pastagens naturais ou artificiais), pasto em áreas reflorestadas. Agrossilvipastoril: árvores associadas com cultivos agrícolas e atividade pecuária. Seu correto manejo possibilita ao mesmo tempo a conservação ambiental, o aumento da produtividade agrícola, o conforto e a maior produção animal, além de melhor qualidade de vida, contribuindo para a fixação do homem no campo. São exemplos: jardins domésticos com animais, método "taungya" seguido de pastagem durante a fase de manutenção de florestas. http://www.oeco.org.br/

Conservar o solo para preservar a água e reduzir a fome

A ONU declarou 2015 o Ano Internacional do Solo. O objetivo é reduzir o número de pessoas que ainda passam fome no mundo, visto que o aumento da erosão de solos reduz as terras férteis e, logo, a produção de alimentos. O elemento comum na degradação do solo é o aumento do seu uso para produção de alimentos ou urbanização. O solo é um recurso essencial para a humanidade, porém visto como um recurso renovável, cuja degradação pode ser revertida rápido. Ao contrário, a formação dos solos é um processo lento,em escala de tempo geológica,durante a qual se formam os minerais e as rochas se desagregam. O solo depende de fatores como clima e organismos -- a microflora e microfauna, vegetais, animais e o homem. Também é função do tipo de rocha que o originou e o relevo em que se encontra. De acordo com os fatores de formação, o solo pode apresentar maior concentração de elementos orgânicos, de argila, de ferro, entre outros, o que caracterizará o tipo de atividade para o qual é propício. Por exemplo, para a construção de edificações o solo deve ser coeso, sem grande concentração de areia, um material que se esfarela. Já para a atividade agrícola, deve conter matéria orgânica e elementos essenciais para o crescimento das plantas. Para a agricultura, sua fertilidade depende da presença de nutrientes específicos, tais como cloro, boro, zinco, manganês, níquel, cobalto, molibdênio, ferro, cobre, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, enxofre e magnésio. A FAO destaca que 33% dos solos mundiais estão degradados. A atividade agrícola sem cuidados em áreas íngremespode prejudicar o solo, assim como a mecanização inadequadapode compactá-lo. O arado e a passagem de máquinas produzem erosão pela concentração de água da chuva em pequenos sulcos. O processoerosivofavorece a perda de nutrientes para o desenvolvimento das plantas, e pode provocar o empobrecimentoe a acidificação do solo, principalmente quando ocorrem queimadas. A utilização exagerada de fertilizantese plantio constante do mesmo tipo de cultura – que retira da terra sempre os mesmos nutrientes – exaurem o solo.O resultado pode ser a queda da sua produtividade para o cultivo. Os processos de salinização e de encharcamen to do solo são responsáveis por aproximadamente 15% de perda de terras produtivas no mundo (FAO, 2015). O manejo hídrico mal realizado degrada terras agricultáveis, pois a drenagem inadequada encharca o solo por provocar a subida do lençol freático, ou salinizá-lo, o que ocorre quando a drenagem ineficiente produz acumulação de sais na superfície e matam as plantas. Este processo é recorrente em climas áridos ou semiáridos, onde a precipitação é escassa e os sais não são lavados do solo, como em áreas do semiárido brasileiro. A ONU estima que a atual taxa de desertificação sejapróxima de 21 milhões de hectares por ano, área semelhante a do estado do Paraná. Mudanças no clima são o principal fator por trás deste processo, que pode ocorrer tanto por causas naturais, quanto pela intervenção humana. Entre as últimas, intensificam a desertificação a emissão de poluentes, desmatamento e asobre utilização dos recursos hídricos. Se não adotarmos práticas de conservação perderemos a base para a produção de alimentos. As florestas não se desenvolverão e, logo, faltará água. Por isto, devemos usar 2015, ano Internacional do Solo, para dar o alerta: sem cuidados vamos esgotar uma das bases para a sobrevivência humana. http://www.oeco.org.br/convidados/29070-conservar-o-solo-para-preservar-a-agua-e-reduzir-a-fome

Saiba as diferenças entre Faringite e Laringite

Faringite bacteriana e faringite viral Quando a faringe é acometida por dor, pigarro, irritação e desconforto acompanhados por sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular, as possíveis causas são bactérias ou vírus na região da garganta que liga o nariz e a boca ao esôfago e à laringe. Quando a infecção é bacteriana, causada, por exemplo, pelo Streptococcus pyogenes, a doença costuma ser aguda, causando febre e dor na região. O tratamento, nestes casos, deve ser indicado pelo médico, com a utilização de antibiótico. A confirmação da faringite pode ser feita por exame laboratorial, que detecta a presença da bactéria na amostra recolhida da secreção local. Quando não há bactéria, mas os sintomas são identificados, o diagnóstico pode ser de faringite viral. Os casos de infecção viral na faringe são comumente precedidos por coriza, tosse. Estes casos são os mais comuns e tratáveis com a utilização de anti-inflamatórios. Nas crianças também podem ocorrer dores abdominais, calafrios, náuseas e vômitos. A dor costuma instalar-se de forma mais intensa nos dois lados da garganta e, quando causa dificuldade intensa para ingerir alimentos ou até mesmo líquidos, a faringe pode ter sido acometida por abscesso, que é pus acumulado em uma região devido ao processo infeccioso. Laringite A laringe, que conecta faringe à traqueia, quando inflamada, resulta, normalmente, em rouquidão da voz, pois é onde as pregas vocais estão situadas. A maioria dos casos de laringite ocorre por infecção viral ou excesso de esforço vocal e pode ter curta duração ou tornar-se crônica, quando ocorre por mais tempo. As lesões da laringe podem ser causadas por sinusite recorrente, uso excessivo de álcool, uso de tabaco, esforço da voz além do habitual, fumaças, refluxo gastresofágico, substâncias alérgicas e outros. Para recuperar-se da laringite, é indicado não usar a voz, para não sobrecarregar as pregas vocais até que elas desinflamem, além da ingestão de líquidos para hidratar a região e, nos casos de refluxo do conteúdo estomacal, a ingestão de alimentos leves, livres de gordura, condimentos, bebidas gaseificadas, bebidas alcoólicas, bem como doces e alimentos apimentados é a principal recomendação. O tratamento a base de medicamentos deve ser indicado pelo médico após avaliar o paciente, pois em caso de refluxo-gastresofágico, por exemplo, para tratar a laringite, o paciente deve tratar também o estômago. É importante evitar a automedicação, pois os casos de infecção bacteriana em que o tratamento não é realizado de forma adequada, o paciente pode ter o quadro agravado para casos de febre reumática e glomerulonefrite, que é a inflamação da unidade funcional do rim responsável pela filtragem do sangue. Ministério da Saúde

Tudo o que se queria saber sobre a mudança climática

Nova Délhi, Índia, 17/4/2015 – Entre a quantidade esmagadora de informação sobre a mudança climática, seja de origem científica ou as teorias conspirativas que nunca faltam, destaca-se uma avaliação exaustiva realizada por um centro de estudos da Índia sobre os avanços em matéria de mitigação e adaptação ao fenômeno. O informe do Instituto de Recursos e Energia (Teri), com sede em Nova Délhi, oferece um prognóstico detalhado sobre o que cada país pode esperar nos próximos anos, e constitui, de fato, um plano para a ação em um momento em que numerosos cientistas temem que se esgote o tempo para frear o ritmo com que avança o aquecimento global. O Informe Global sobre Sustentabilidade 2015, divulgado no começo deste mês na Cúpula de Desenvolvimento Sustentável de Nova Délhi, apresenta uma lista dos 20 países, entre 193, que correm mais riscos com a mudança climática, segundo o impacto real de eventos extremos documentados os últimos 34 anos, concretamente de 1980 a 2013. O informe do Teri cita dados reunidos pelo Centro de Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres (Cred), da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, que tem uma base de dados sobre desastres naturais dos últimos cem anos. O estudo concluiu que em 2002 multiplicou por dez o número de desastres naturais, em relação aos 50 registrados em 1975. Em 2011, 75% das mortes em razão dessa consistente tendência ao aumento de desastres ambientais ocorreram nos países em desenvolvimento. Moçambique foi o país com maior risco do mundo, seguido do Sudão e da Coreia do Norte. Nos dois primeiros, os eventos climáticos extremos deixaram mais de seis mortos em cada cem mil pessoas, a maior proporção entre todos os países, enquanto a nação asiática sofreu as maiores perdas econômicas ao ano, cerca de 1,65% do produto interno bruto (PIB). Em 2011, foram registrados os maiores danos em termos econômicos, cerca de US$ 350 bilhões, a maior cifra desde 1975. A situação é especialmente grave na Ásia, onde países como Birmânia, Bangladesh e Filipinas, com cerca de 300 milhões de habitantes no total, estão em uma situação particularmente vulnerável diante dos desastres climáticos. A China, apesar de seu crescimento econômico, não pôde reduzir o risco de desastres para sua população, que, se prevê, chegará a 1,4 bilhão de pessoas no final deste ano, e ficou em sexto lugar entre os países asiáticos mais vulneráveis à mudança climática. Os esforços sustentados de Bangladesh permitiram ao país fortalecer suas defesas contra o aumento do nível do mar, seu maior desafio em matéria de mudança climática, mas o risco é grande e segue no terceiro lugar. A Índia, segundo país mais populoso do mundo e que poderá chegar a 1,26 bilhão de habitantes até o final deste ano, ficou em décimo lugar, seguida do Sri Lanka, em 14º, e do Nepal, em 15º lugar. Na África, Etiópia e Somália também são considerados extremamente vulneráveis, enquanto, na Europa, Albânia, Moldávia, Espanha e França são os primeiros da lista, seguidos da Rússia, em sexto lugar. No continente americano, o Estado insular Santa Lúcia está em primeiro lugar, seguido de Granada e Honduras. O país mais populoso da região, o Brasil, com 200 milhões de habitantes, ficou em 20ª lugar. Nos 110 anos entre 1900 e 2009, os desastres hidrometeorológicos aumentaram de 25 para 3.526. Os eventos desse tipo, geológicos e biológicos em conjunto aumentaram de 72 para 11.571 no mesmo período, afirma o estudo. Nos 60 anos entre 1970 e 2030, a Ásia sofrerá a pior parte das inundações, dos ciclones e do aumento do nível do mar. Projeta-se que este último fenômeno afetará 83 milhões de pessoas ao ano, comparado com os 16,5 milhões na Europa, nove milhões na América do Norte e seis milhões na África. O Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres estima que as perdas econômicas globais até o final deste século chegarão a US$ 25 trilhões, a menos que imediatamente sejam tomadas medidas de mitigação e adaptação à mudança climática e de redução do risco de desastres. Os custos de adaptação ultrapassam as previsões iniciais na medida em que se passa da teoria para a prática. As nações em desenvolvimento, por exemplo, precisam do dobro, ou triplo, do que se havia estimado, entre US$ 70 bilhões e US$ 100 bilhões ao ano até 2050, com uma escassez de fundos significativa depois de 2020, segundo o informe Brecha na Adaptação, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em dezembro de 2014. Foi avaliada a capacidade de adaptação de cada país mediante indicadores como acesso a água, segurança alimentar, saúde e capacidades socioeconômicas. Nesse item, a Libéria ficou na pior colocação, pois um quarto de seus habitantes não tem água potável, 56% da população urbana mora em favelas e há grande incidência de malária, agravada pela falta de médicos, um para cada 70 mil pessoas. No outro extremo da capacidade de adaptação, Mônaco tem 100% de acesso a água potável, nenhum assentamento irregular, zero má nutrição, 100% de alfabetização, 71 médicos para cada cem mil habitantes e nem uma pessoa que viva com menos de US$ 1 por dia. Cuba, Noruega, Suíça e Holanda estão entre os cinco países com melhor capacidade de adaptação. Por sua vez, os Estados Unidos estão em 8º lugar, a Grã-Bretanha em 25º, China em 98º e Índia em 146º. O estudo também classifica os países segundo sua responsabilidade no aquecimento da Terra. A Grã-Bretanha é a maior responsável histórica, com 940 toneladas de dióxido de carbono por habitante, emitidas durante o auge da industrialização (1850-1989). A China foi a maior emissora de gases contaminantes em 2011, com 10,26 bilhões de toneladas, e a Índia a terceira, com 2,358 bilhões de toneladas. Envolverde/IPS (IPS)

Estudo com tribo amazônica mostra como vida moderna está mudando as bactérias nos humanos

Os corpos de todas as pessoas são repletos de bactérias, e estes micróbios fazem muitas coisas boas, como formar o sistema imunológico e ajudar a digestão. Mas dietas modernas, antibióticos e até a higiene parecem estar reduzindo a variedade de micróbios presentes em nossa anatomia. Um estudo publicado nesta sexta-feira (17) que analisou micróbios no estômago, na boca e na pele de indígenas de uma tribo pequena e isolada na selva amazônica do sul da Venezuela revelou o quanto a vida moderna pode estar alterando as bactérias corporais da humanidade. Os índios yanomami, afastados do mundo exterior até 2009, possuem a coleção mais diversificada de bactérias já encontrada em pessoas, inclusive algumas jamais detectadas em humanos, disseram cientistas cuja pesquisa foi divulgada no periódico Science Advances. Os pesquisadores se surpreenderam ao descobrir que os micróbios dos yanomami abrigam genes resistentes a antibióticos, entre eles os que conferem resistência a antibióticos feitos pelo homem, levando em conta que nunca foram expostos a antibióticos comerciais. Todas as pessoas têm trilhões de micróbios, coletivamente chamados de microbiota, que vivem dentro ou na superfície de virtualmente todas as partes do corpo. Eles contribuem para funções essenciais à saúde humana, como o desenvolvimento do sistema imunológico, o processamento de alimentos e o combate a patógenos invasores. “Nosso estudo indica que a microbiota pré-humana moderna era composta por uma variedade maior de bactérias e uma variedade maior de funções de bactérias quando comparada a populações afetadas por práticas modernas, como comida processada e antibióticos”, afirmou Gautam Dantas, professor de patologia e imunologia da Universidade de Washington na cidade de St. Louis. A redução na diversidade da microbiota pode estar ligada ao aumento de doenças imunológicas e metabólicas como asma, alergias, diabetes e obesidade nas últimas décadas, declarou Maria Dominguez-Bello, professora de medicina no Centro Médico Langone da Universidade de Nova York. Os pesquisadores analisaram amostras microbiais de 34 dos 54 índios yanomami. Elas foram comparadas a um grupo dos Estados Unidos, outro povo indígena da Amazônia venezuelana, os Guahibo, e a moradores do interior do Malaui, no sul da África. Os yanomami revelaram ter o dobro do número de variedades de micróbios das cobaias norte-americanas e de 30 a 40 por cento mais variedades que os Guahibo e os habitantes rurais do Malaui. Algumas das bactérias encontradas nos yanomami, mas não em outros, têm efeitos benéficos, como proteger contra o cálculo renal. (Fonte: UOL)

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Rouquidão e outros problemas das cordas vocais

"A voz é o som que resulta da vibração das pregas vocais e de todas as estruturas do chamado aparelho fonador. A laringe é como se fosse um pequeno tubo que comunica a cavidade oral com a traquéia, levando o ar até os pulmões. Ela contém as pregas vocais e, quando o ar sai dos pulmões, ele vibra essas pregas, que se movimentam reduzindo ou aumentando a passagem do ar, produzindo sons que se amplificam no percurso até a boca." Introdução As pregas vocais podem ser acometidas por várias doenças, incluindo o câncer de laringe, a rouquidão funcional, os nódulos e os pólipos. Alguns desses problemas resultam de uso excessivo da voz, sendo completamente revertidos após descanso vocal. Abordaremos nesse texto os problemas mais comuns. Abaixo, uma lista dos principais agentes que afetam a voz: • Álcool; • Uso de drogas: ressecam a laringe, prejudicando a voz; • Cigarro: a fumaça quente irrita e agride a mucosa da laringe. Provoca tosse crônica (que dura mais que três semanas) e pigarro; • Alergias; • Alimentação; • Hábitos vocais inadequados: pigarrear, tossir com esforço; • Poluição do ar; • Ar condicionado: reduz a umidade do ar, ressecando a laringe. Rouquidão A rouquidão ou disfonia é um problema bastante comum na população, sendo definida como qualquer alteração no caráter da voz. É a falta de clareza do som. Na grande maioria das vezes, é um problema transitório, associado a infecções da laringe. A rouquidão pode ser classificada como aguda (curta duração) ou crônica (15 dias ou mais). As causas de rouquidão podem ser divididas em dois grandes grupos: 1. Funcionais Nesse grupo, a rouquidão é causada pelo próprio uso da voz, não sendo encontrada nenhuma doença das cordas vocais. São dois os mecanismos responsáveis: • Uso incorreto da voz: pode ocorrer devido à imitação de outros padrões de voz, que não o do próprio indivíduo; em casos de indivíduos que usam intensamente a voz (como os cantores), mas que não tomam os cuidados adequados. • Inadaptações fônicas: ocorre devido à falta de adaptação do aparelho fonador à produção da fala. Essas inadaptações podem ser anatômicas, como malformações da laringe, o que dificulta a produção dos sons; ou funcionais, como alterações das relações fala/respiração, fala/deglutição. 2. Orgânicas Ocorre quando encontramos alguma alteração anatômica das pregas vocais. Existem vários tipos: • Nódulos, pólipos: são tumores benignos das cordas vocais, e podem se originar do mau uso da voz. • Cistos: são tumores também benignos, que contém líquido no seu interior (são como "bolsas de líquido"). • Edema de Reinke: é o inchaço das cordas vocais, que ocorre devido ao tabagismo (fumo). Esse inchaço prejudica a movimentação das pregas vocais. É a principal causa de voz rouca e grave em mulheres fumantes. • Papilomas: são tumores vegetantes (com aspecto semelhante ao de "couve-flor"). Eles causam rouquidão importante. • Paralisia das pregas vocais: ocorre quando há uma lesão dos nervos que comandam as pregas. Existem várias causas: cardíacas, tumores de outros locais próximos, após cirurgias na região. Existem outras causas também comuns, como o refluxo gastresofágico (há passagem de secreção ácida do estômago para o esôfago, que pode alcançar a laringe e irritar as pregas vocais); gripes e resfriados; após esforço vocal intenso (após shows, jogos de futebol). Entre os casos de rouquidão aguda, a causa mais comum é a laringite aguda, ou seja, inflamação aguda da mucosa da laringe devido a infecções por vírus ou bactérias. Nesses casos, a rouquidão pode aparecer sozinha ou se acompanhar de outros sintomas, como tosse, coriza ("nariz escorrendo"). Geralmente surge após uma gripe ou resfriado, não requerendo tratamento e desaparecendo espontaneamente. Toda pessoa com quadro de rouquidão que dure mais de 10-15 dias deve procurar um médico para avaliação detalhada. A maioria das causas agudas (laringite aguda) resolve-se antes de 10 dias, e não requer maiores preocupações. Já a rouquidão crônica, duradoura, demanda atenção especial. Tratamento O especialista responsável é o otorrinolaringologista, e ele é capaz de fazer exames que permitem a visualização das pregas vocais. Com isso, ele consegue identificar a presença de lesões que podem ser responsáveis pela rouquidão. O tratamento vai, então, depender do tipo de causa. Nos casos funcionais, o principal tratamento é a chamada fonoterapia. O paciente aprende como usar a fala de maneira mais equilibrada e adequada. Isso é conseguido pela realização de exercícios específicos, orientados por profissional capacitado, o fonoaudiólogo. O tratamento dos nódulos pode ser feito com a fonoterapia, mas em alguns casos é necessária a realização de cirurgia para sua retirada. Os pólipos são retirados com cirurgia, seguida de fonoterapia no pós-operatório. Os cistos recebem o mesmo tratamento dos pólipos. O edema de Reinke é tratado com a interrupção do tabagismo (o que é indicado sempre, para todos os pacientes com rouquidão), e também fonoterapia. Os papilomas são tratados com cirurgia, porém a possibilidade de recidiva é grande. A paralisia de pregas vocais é tratada com fonoterapia. Alguns cuidados para ter uma voz saudável: • Evite o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas; • Consumo moderado de café; • Não praticar a automedicação. Alguns medicamentos podem agredir a laringe; • Beba bastante líquido durante o dia, pelo menos 2 litros; • Evite passar grande parte do tempo em ambientes poluídos; • Evite gritar e alterar seu padrão de voz. Copyright © 2006 Bibliomed, Inc. 05 de janeiro de 2006.

Duas de cada três pessoas sofrerão com falta de água em 2050, diz ONU

A escassez de água afetará dois terços da população mundial em 2050 devido ao uso excessivo de recursos hídricos para a produção de alimentos, alertou nesta terça-feira (14) a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esta é uma das conclusões do relatório “Para um futuro com segurança hídrica e alimentícia”, elaborado pela FAO foi apresentado no segundo dia do VII Fórum Mundial da Água (FMA), realizado em Daegu, na Coreia do Sul. Atualmente, 40% da população do planeta sofre com a escassez de água, uma proporção que aumentará até dois terços de população para 2050, diz o documento. Este crescimento existirá pelo “sobreconsumo de água para a produção de alimentos e a agricultura”, segundo a FAO. A organização ressalta que atualmente há várias zonas do planeta onde é utilizada mais água subterrânea e não há tanta reposição de forma natural. Em particular, o relatório aponta “grandes zonas da Ásia meridional e oriental, Oriente Médio, África do Norte e América do Norte e Central”, acrescentando que em algumas regiões “a agricultura intensiva, o desenvolvimento industrial e o crescimento urbano são responsáveis da contaminação das fontes de água”. Governos precisam atuar com urgência – Por isso, a FAO pede aos governos de todo o mundo que atuem “para assegurar que a produção agrícola, criadora de gado e pesqueira seja realizada de forma sustentável e contemple ao mesmo tempo a salvaguarda dos recursos hídricos”. “A segurança alimentar e hídrica estão estreitamente unidas”, disse Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial de Água, ao apresentar o relatório. Ele também defendeu uma agricultura centrada na sustentabilidade mais do que na rentabilidade imediata. “Achamos que desenvolvendo os enfoques locais e com os investimentos adequados, os líderes mundiais podem assegurar que haverá suficiente volume, qualidade e acesso à água para garantir a segurança alimentar em 2050 e além”, afirmou Braga, que também é secretário estadual de saneamento e recursos hídricos do estado de São Paulo. Agricultura: maior consumidor de água – Segundo o relatório, em 2050 será necessário 60% a mais de alimentos para alimentar o planeta, enquanto a agricultura seguirá sendo o maior consumidor de água em nível mundial. Inclusive com o aumento da urbanização, em 2050 grande parte da população mundial seguirá ganhando a vida com a agricultura, enquanto o setor verá como o volume de água disponível se reduzirá devido à concorrência das cidades e à indústria. Neste cenário, os agricultores e sobretudo os pequenos camponeses terão que encontrar novas vias “através da tecnologia e das práticas de gestão” para aumentar sua produção com uma disponibilidade limitada de terra e de água, acrescenta o documento. O FMA, um evento trienal que está na sétima edição, é organizado pelo Conselho Mundial de Água, uma plataforma internacional fundada em 1996 para dar resposta aos problemas vinculados a este recurso em nível mundial. (Fonte: G1)

DNA não explica todos os traços herdados

Traços herdados dos pais e passados de geração em geração não são determinados apenas pelo DNA. A herança epigenética já vem sendo bem documentada nos anos recentes, mas agora os cientistas descobriram que a hereditariedade pode ser transmitida por outros materiais nas células. Histonas Robin Allshire e seus colegas da Universidade de Edimburgo (Reino Unido) estavam estudando as histonas, proteínas encontradas nas células, mas que não fazem parte do código genético, funcionando como bobinas em torno das quais as moléculas de DNA se enrolam. As histonas são conhecidas por controlar se genes são ligados ou silenciados. O que se descobriu agora é que mudanças que ocorrem naturalmente nestas proteínas, mudanças estas que afetam o modo como elas controlam os genes, podem ser sustentadas de uma geração para a seguinte, influenciando assim quais características são passadas dos pais para os filhos. Isto demonstra de forma cabal que o DNA não é o único responsável pela hereditariedade. Herança epigenética Agora os cientistas terão que esclarecer como e quando este mecanismo de herança ocorre na natureza, e se ele está ligado a traços especiais ou a determinadas condições de saúde. Eles poderão também verificar se as alterações das histonas que são causadas por condições ambientais - como estresse ou dieta - podem influenciar a função de genes transmitidos aos descendentes, eventualmente elucidando um novo mecanismo fisiológico da hereditariedade. Veja outras notícias recentes que ajudaram a destronar o DNA da posição de elemento único da hereditariedade: Células herdam informação que não está no DNA Revolução na genética: DNA não é único e mutações podem não ser aleatórias Estilo de vida altera DNA e influencia metabolismo Descoberto o MicroDNA, uma nova entidade genética Decepção com o DNA: afogados em dados, morrendo de sede de conhecimento Redação do Diário da Saúde

Cientistas alertam: podemos estar repetindo a pior extinção em massa da história

É um dos mistérios mais duradouros da ciência: o que causou a pior extinção em massa na história da Terra? E, não, não estamos falando daquilo que dizimou os dinossauros. Cientistas afirmam que enormes quantidades de dióxido de carbono expelido por erupções vulcânicas colossais na Sibéria podem ter tornado os oceanos do mundo perigosamente ácidos 252 milhões de anos atrás, ajudando a impulsionar uma calamidade ambiental global que matou a maioria das criaturas terrestres e marítimas. s pesquisadores estudaram rochas nos Emirados Árabes Unidos, que estavam no fundo do mar na época e continham um registro detalhado das mudanças das condições oceânicas no final do período Permiano. Repetindo o erro “Este é um dos poucos casos em que fomos capazes de mostrar que um evento de acidificação do oceano aconteceu”, afirma Rachel Wood, geocientista da Universidade de Edimburgo, na Escócia. “Isso é significativo porque acreditamos que nossos oceanos modernos estão se tornando ácidos de forma semelhante”, acrescenta Wood. “Estes resultados podem nos ajudar a entender a ameaça que isso representa para a vida marinha”. Várias hipóteses foram aventadas para explicar a extinção em massa que superou até mesmo aquela causada pelo impacto de um asteroide que dizimou os dinossauros e muitos outros animais 65 milhões de anos atrás. Os pesquisadores dizem que a acidificação dos oceanos sempre foi uma suspeita, mas nenhuma evidência direta havia sido encontrada até agora. Erupções maciças que formaram uma imensa região de rocha vulcânica chamada Siberian Traps representaram um dos maiores eventos vulcânicos do passado há meio bilhão de anos, com duração de um milhão de anos e que abrange a fronteira entre os Períodos Permiano e Triássico. 60 mil anos de extinção As quantidades prodigiosas de dióxido de carbono a partir das erupções tiveram consequências terríveis para a vida marinha e terrestre. A absorção de dióxido de carbono mudou letalmente, mas temporariamente, a composição química dos oceanos. A extinção em massa resultante se desenrolou ao longo de um período de 60 mil anos, dizem os pesquisadores. Os trilobites e os escorpiões do mar – habitantes dos mares por centenas de milhões de anos – estavam entre as muitas criaturas marinhas que desapareceram. Animais terrestres enfrentaram o aquecimento global e uma secagem geral do clima. A maioria dos répteis semelhantes a mamíferos morreram, com exceção de algumas linhagens, incluindo os que foram os ancestrais dos mamíferos modernos, como seres humanos. A extinção em massa também abriu o caminho para os primeiros dinossauros, cerca de 20 milhões de anos depois. [Reuters]

Tudo o que sabíamos sobre a formação dos continentes pode mudar

Uma equipe internacional de pesquisadores revelou novas informações sobre como os continentes foram gerados na Terra mais de 2,5 bilhões de anos atrás, e como esses processos têm continuado nos últimos 70 milhões de anos e afetado profundamente a vida no planeta e seu clima. O estudo detalha como eventos geológicos recentes – no caso, atividades vulcânicas de 10 milhões de anos atrás onde hoje estão o Panamá e a Costa Rica – guardam os segredos da construção dos continentes, que ocorreu bilhões de anos antes. A descoberta fornece uma nova compreensão sobre a formação da crosta continental da Terra – massas de rocha flutuantes ricas em sílica, um composto que combina silício e oxigênio, que “boiam” sobre a Astenosfera, uma das camadas do manto externo da Terra. “Sem a crosta continental, todo o planeta seria coberto com água”, explica Esteban Gazel, professor assistente de geologia na Faculdade de Ciências da Universidade da Virgínia, nos EUA. “A maioria dos planetas terrestres do sistema solar têm crostas basálticas semelhantes à crosta oceânica da Terra, mas as massas continentais – grossas camadas silícicas e flutuantes – são uma característica única da Terra”. Crosta jovem A massa continental do planeta se formou no período Arqueano, cerca de 2,5 bilhões de anos atrás. A Terra era três vezes mais quente, a atividade vulcânica era consideravelmente maior e a vida era provavelmente muito limitada. Muitos cientistas acreditam que toda a crosta continental do planeta foi gerada durante este período, e o material teria se reciclado continuamente através de colisões de placas tectônicas na camada mais externa do planeta. Mas a nova pesquisa mostra que uma crosta continental “juvenil” foi produzida ao longo da história da Terra. “Se a Terra reciclava toda a sua crosta continental sempre foi o grande mistério”, diz Gazel. “Nós fomos capazes de usar a formação da ponte de terra que é a América Central como um laboratório natural para entender como os continentes se formaram, e descobrimos que, enquanto a produção maciça de crosta continental, que teve lugar durante o Arqueano, já não é a norma, há exceções que produziram uma crosta continental ‘juvenil'”. Os pesquisadores usaram dados geoquímicos e geofísicos para reconstruir a evolução do que é hoje a Costa Rica e o Panamá, lugar que foi gerado quando duas placas oceânicas colidiram e derreteram a crosta oceânica rica em ferro e magnésio nos últimos 70 milhões de anos, afirma Gazel. A fusão da crosta oceânica originalmente produziu o que hoje são as Ilhas Galápagos, reproduzindo as condições encontradas no Arqueano para fornecer o “ingrediente que faltava” na geração de crosta continental. Parte desconhecida da evolução do planeta Os pesquisadores descobriram que a assinatura geoquímica de lavas de erupções alcançaram esta composição parecida com uma crosta continental cerca de 10 milhões de anos atrás. Eles testaram o material e observaram ondas sísmicas viajando através da crosta em velocidades mais próximas às observadas na crosta continental em todo o mundo. As Ilhas Aleutas ocidentais e o segmento de Iwo Jima das ilhas Izu-Bonin são outros exemplos de crosta continental juvenil que se formou recentemente. O estudo levanta questões sobre o impacto global que a crosta continental mais recente tem gerado ao longo dos tempos, e o papel que isso desempenhou na evolução não só dos continentes, mas da vida em si. Por exemplo, a formação da ponte de terra da América Central resultou no fechamento do canal de água, que mudou a forma como o oceano circulou, separando espécies marinhas, além de causar um forte impacto sobre o clima do planeta. “Nós revelamos uma grande parte desconhecida na evolução do nosso planeta”, aponta Gazel. [Phys]

Para professor da USP, liberação do eucalipto transgênico é um erro

A liberação comercial do eucalipto transgênico no Brasil é um erro, segundo avaliação de um dos integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Kageyama. A CTNBio decidiu na quinta-feira (9) pela comercialização do produto por 18 votos a favor e 3 contra, e Kageyama foi um dos votos vencidos. O professor disse que existem, ainda, muitas dúvidas científicas sobre os impactos do plantio do eucalipto transgênico e do prejuízo para, principalmente, os pequenos produtores rurais. Além disso, segundo ele, os produtos a partir da planta poderão sofrer sanções no comércio nacional e internacional. Com a decisão, de acordo com a FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda, empresa de biotecnologia da Suzano Papel e Celulose, o Brasil torna-se o primeiro país a liberar a comercialização do eucalipto transgênico. Segundo a FuturaGene, o eucalipto modificado tem 20% mais produtividade e poderá ser usado para produção de madeira, papel, entre outros itens. Kageyama explicou que o aumento da produtividade ocorre às custas da aceleração do processo de crescimento e amadurecimento de uma árvore de 7 anos para 5 anos. Esse período, segundo ele, é o que a planta absorve mais água. O consumo pode ser ainda maior com o eucalipto transgênico, o que pode causar danos ao meio ambiente. Além disso, o pólen dos eucaliptos geneticamente modificados pode ser transportado por quilômetros por insetos e podem contaminar o mel orgânico de cerca de 500 mil pequenos produtores, que serão prejudicados na hora da certificação de seus produtos. De acordo com dados divulgados pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), o Brasil é o maior produtor de mel orgânico, só no ano passado foram 16 mil toneladas de mel de eucalipto. O problema da certificação poderá chegar também ao mercado externo. “É um tiro no pé plantar transgênicos quando as principais certificadoras internacionais são contra a certificação de florestas transgênicas”, disse Kageyama. De acordo com dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o Brasil, em 2010, posicionou-se como o décimo produtor mundial de papel e, em 2012, produziu 10,3 milhões de toneladas. Nos últimos dez anos, o país aumentou sua produção em 27%, com crescimento médio de 2,7% ao ano. Kageyama manifestou sua preocupação também com o precedente aberto com a decisão da CNTBio. De acordo com o professor pelo menos outros dois processos para a autorização da comercialização de eucalipto transgênico tramitam no CNTBio. A liberação para a FuturaGene pode criar precedentes, o que considera preocupante. Para a FuturaGene, a liberação é um dos marcos mais significativos para a indústria florestal. “A aprovação marca também o início de uma nova fase para o manejo florestal sustentável, com o Brasil ocupando a posição de primeiro país a completar o ciclo de desenvolvimento desta tecnologia, que possibilitará produzir mais com menos recursos”, afirmou a empresa por meio de nota. (Fonte: Agência Brasil)

Brasil lança plano de combate a poluentes cancerígenos

O governo brasileiro concluiu o texto final do Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes. O documento traz medidas de controle relacionadas ao uso, à produção, importação, exportação e à disposição final de substâncias poluidoras, conhecidas como Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). Segundo o plano, os estados deverão realizar ações para a identificação e destinação adequada dos estoques de agrotóxicos POPs existentes e campanhas para banimento completo desses produtos. A indústria também deve adotar práticas para evitar a contaminação do solo, água, e humana e implantar técnicas para eliminar os POPs, assim como buscar alternativas menos tóxicas. A Convenção de Estocolmo, que entrou em vigor em 17 de maio de 2004, estabelece que os países adotem medidas de controle relacionadas aos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). O Brasil ratificou a Convenção em 2004 e “assumiu o compromisso de promover a redução e a eliminação dessas substâncias com a finalidade de proteger o meio ambiente e a saúde humana”, segundo o ministério do Meio Ambiente. O Plano reúne um conjunto de atividades a serem cumpridas pelo Brasil na eliminação dos POPs. Apesar de proibidos no Brasil por serem cancerígenos e difíceis de se degradar na natureza, os POPs ainda estão presentes no mercado e a população está exposta a seus efeitos. A maioria está relacionada aos agrotóxicos, à indústria, à queima de lixo e à siderurgia. (Fonte: UOL)

Pesticidas em alimentos reduzem fertilidade masculina

Homens que comem frutas e legumes com níveis mais elevados de resíduos de pesticidas - tais como morangos, espinafres e pimentões - apresentam uma produção de esperma mais baixa e menor porcentagem de espermatozoides normais do que aqueles que selecionam alimentos com menores níveis de pesticidas. Os pesticidas estão associados com uma série de doenças em adultos e em crianças, mas seus efeitos sobre a fertilidade é pouco conhecida. "Pelo que sabemos, este é o primeiro estudo que vincula o consumo de resíduos de pesticidas em frutas e legumes, uma via primária de exposição para a maioria das pessoas, a um efeito adverso sobre a saúde reprodutiva em seres humanos," disse Jorge Chavarro, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA). Saúde reprodutiva Que o consumo de frutas e vegetais cultivados de forma tradicional resulta em níveis de pesticidas mensuráveis na urina tem sido atestado por numerosos estudos. A exposição ocupacional e ambiental aos pesticidas também já foi associada a uma menor qualidade do sêmen, mas não se sabia que a simples ingestão de produtos vegetais com resíduos dentro dos níveis aceitáveis pelas autoridades de saúde é suficiente para afetar a saúde reprodutiva. Os pesquisadores classificaram as frutas e vegetais de acordo com a quantidade de resíduos de pesticidas, que são elevados para pimentas, espinafre, morangos, maçãs e peras, e mais baixos a moderados em ervilhas, feijões, laranjas e cebolas. Os resultados mostraram que os homens que comem maiores quantidades de frutas e legumes com níveis mais elevados de resíduos de pesticidas - mais de 1,5 porção por dia - têm uma contagem de esperma 49% mais baixa e uma porcentagem de espermatozoides normais 32% menor do que os homens que comem menos de 0,5 porção por dia. Eles também apresentam menor contagem de esperma e menores volumes ejaculados. Evitar os pesticidas, não as frutas "Estes resultados não devem desencorajar o consumo de frutas e hortaliças em geral. Isto sugere que o que se deve fazer é implementar estratégias que visem especificamente evitar os resíduos de pesticidas, consumindo produtos cultivados organicamente ou evitando produtos conhecidos por terem grandes quantidades de resíduos," recomenda Jorge Chavarro. Redação do Diário da Saúde

Participe da pesquisa de opinião do observatório do clima

O Observatório do Clima e o Climate Reality Project Brasil estão fazendo uma pesquisa sobre qual deveria ser posição brasileira na negociação do novo acordo do clima, que será assinado neste ano em Paris. O governo brasileiro deverá se comprometer com uma meta voluntária de emissões para o ano de 2030, assim como foi decidido pelos países participantes das últimas duas Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Este documento, que o governo brasileiro irá submeter às Nações Unidas nos próximos meses, deverá esclarecer, dentre outras coisas, como a meta brasileira vai contribuir para alcançar o objetivo acordado na Convenção do Clima em Copenhague de manter o manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2 °C. Pensando nisso, o Observatório do Clima, junto com o Climate Reality Project Brasil, resolver realizar uma pesquisa para saber a opinião do leitor sobre a qual a meta que o Brasil deveria adotar. O tempo de preenchimento do questionário é de 10 minutos. São 20 questões. Os resultados serão divulgados no site do Observatório até o final de abril. A autoria da resposta não será divulgada. Clique aqui para preencher o formulário. O objetivo da pesquisa é compilar as opiniões em um documento que apresente uma visão da sociedade brasileira sobre a contribuição do nosso país para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. Esses dados serão enviados ao governo brasileiro posteriormente. Saiba Mais Pesquisa de Opinião: Qual deve ser a Contribuição do Brasil para a Convenção do Clima em Paris? Leia Também Mudanças do clima reduzem produção de alimentos Novo estudo sobre clima muda opinião de cientistas céticos Brasil na Cúpula do Clima: retrocesso e oportunidade perdida http://www.oeco.org.br/noticias

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Brasil lidera consumo de agrotóxicos no mundo e Inca pede redução do uso

Relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Câncer, o Inca, pede a redução do uso de agrotóxicos no país. O texto cita que o Brasil se tornou o maior consumidor desses produtos no planeta, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas em 2009, equivalente a um consumo médio de 5,2 kg de veneno agrícola por habitante. A informação é do estudo “Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida”, publicado em 2011 pela pesquisadora Flavia Londres. A instituição afirma que a liberação do uso de sementes transgênicas no país foi uma das responsáveis por colocar o Brasil no primeiro lugar deste ranking, “uma vez que o cultivo dessas sementes geneticamente modificadas exige grandes quantidades destes produtos”. O documento indica também que a venda de agrotóxicos tem registrado constante aumento no país, saltando de US$ 2 bilhões para US$ 7 bilhões entre 2001 e 2008, e alcançando valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 2001. Risco à saúde – De acordo com o Inca, as atuais práticas de uso de produtos químicos sintéticos usados para matar insetos ou plantas no ambiente rural e urbano oferecem risco à saúde. A instituição afirma que essas substâncias geram grandes problemas como poluição ambiental e intoxicação de pessoas, como trabalhadores e moradores dos arredores de plantações e criações. “As intoxicações agudas (…) são caracterizadas por efeitos como irritação da pele e olhos, coceira, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, convulsões e morte”, explica a nota do instituto, sediado no Rio de Janeiro. “Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos de agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer”, destaca o documento. Contaminação indireta – Citando análises realizadas por órgãos oficiais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, o Inca afirma que a presença de agrotóxicos “não ocorre apenas em alimentos “in natura”, mas também “em muitos produtos alimentícios processados pela indústria, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas e outros que têm como ingredientes o trigo, o milho e a soja, por exemplo”. Segundo o instituto, a preocupação com os agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras, que são considerados alimentos fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância na prevenção do câncer. “O foco essencial está no combate ao uso dos agrotóxicos, que contamina todas as fontes de recursos vitais, incluindo alimentos, solos, águas, leite materno e ar”, ressalta a nota. O Inca finaliza o documento citando que o Brasil precisa mudar sua política de incentivo à produção de agrotóxicos, como a isenção de impostos ao setor – o que, segundo o relatório, é algo que vai na contramão das medidas protetoras recomendadas –, e a liberação de tipos de substâncias que são proibidas em outros países. Além disso, pede que marcos políticos para o enfrentamento do uso de agrotóxicos sejam cumpridos para que ocorra “redução progressiva e sustentada” desses produtos no país. (Fonte: G1)

Beber mais água diminui o risco de cálculos renais

Beber uma maior quantidade de água irá diminuir o risco pessoal de surgimento de cálculos renais (as famosas “pedras nos rins”), dizem pesquisadores. Um novo estudo fez uma revisão de nove estudos anteriores, que incluíram cerca de 274 mil pessoas. Mais de 550 pessoas tinham um histórico de cálculos nos rins. Os cálculos nos rins podem causar um desconforto significativo e alto custo, juntamente com um potencial de contribuir para o desenvolvimento da doença renal; assim, a confirmação de possibilidade de se reduzir o risco através de uma melhor hidratação é um achado importante A avaliação concluiu que as pessoas que produziram 2 a 2,5 litros de urina por dia tinham 50 por cento menos probabilidade de formar pedras nos rins do que aquelas que produziam menos urina. Essa quantidade de produção de urina está associada a beber cerca de oito a dez copos de água por dia, de acordo com os pesquisadores. Beber muita água mantém a urina menos concentrada com resíduos de produtos. Micção frequente significa que os minerais que causam os cálculos têm menos oportunidade de se agruparem nos rins e no trato urinário, os pesquisadores explicaram. O estudo foi apresentado nos Estados Unidos em uma reunião National Kidney Foundation, em Dallas. Cerca de um em cada 10 pessoas nos Estados Unidos desenvolvem pedras nos rins, a fundação informou. Fonte: National Kidney Foundation, news release, March 26, 2015

A água revela o despreparo do Brasil para enfrentar os impactos do clima

A água é o elemento da natureza que melhor expressa os impactos do clima, quer seja por secas estremas ou grandes enchentes, e evidencia como estamos sendo, todos, diretamente afetados. Viva em uma grande metrópole ou no campo, os impactos do desmatamento e da poluição nos atingem diariamente e podem ser sentidos nas coisas mais corriqueiras do cotidiano, desde a falta d’água ao preço dos alimentos ou de contas como de água e luz. Apesar das evidencias e dos alertas da comunidade científica, nem mesmo a falta de chuvas na região sudeste, que ganhou o status de crise hídrica e ressuscitou o fantasma do apagão, foi suficiente para fazer com que o Brasil se posicionasse em relação ao compromisso que levará à Conferencia do Clima de Paris com medidas efetivas para combater o desmatamento e reduzir as emissões de CO2. Autoridades e governantes ainda se mantêm céticos perante a importância da preservação das florestas e da Mata Atlântica para garantir água, resiliência, qualidade de vida nas cidades e sustentabilidade às atividades produtivas. A demora na implementação de políticas públicas e medidas efetivas para enfrentamento da crise da água, somada ao contexto político, econômico e de descredito da sociedade em muitas instituições públicas, tem levado organizações civis e movimentos sociais a promoverem ações, campanhas e iniciativas locais para minimizar os problemas. As soluções criativas e solidárias, além das mudanças de comportamento, ajudam, mas são insuficientes diante da dimensão dos impactos e do modelo de desenvolvimento que ainda prevalece no país. A situação das nossas cidades é muito diferente da dos discursos e dos compromissos diplomáticos, que não são implementados efetivamente. Desde 2011, o Brasil se comprometeu com a Estratégia Internacional para Redução de Desastres (Eird), coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para construção de cidades resilientes. Segundo a Estratégia, “Cidades Resilientes” são aquelas capazes de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente de desastres ou impactos do clima, e de maneira organizada, prevenir para evitar que vidas e bens sejam perdidos. Esse compromisso envolve dez providências essenciais que deveriam ser implementadas por prefeitos e gestores públicos. As principais delas são o planejamento e o uso do solo, a implantação e manutenção de infraestrutura, saneamento básico, áreas verdes e áreas protegidas, educação e participação das comunidades e da sociedade civil organizada. No Brasil, ainda estamos longe dessa realidade, mas alguns municípios, como o Rio de Janeiro, começam a dar os primeiros passos em busca desse compromisso. Em janeiro de 2015, a Prefeitura do Rio de Janeiro lançou o documento “Rio Resiliente: Diagnóstico e Áreas de Foco”, em que aponta cinco vulnerabilidades climáticas da cidade: chuvas fortes, ventos fortes, ondas e ilhas de calor, elevação do nível do mar e seca prolongada. O objetivo desse documento, segundo a Prefeitura, é indicar à sociedade e às gestores públicos os desafios a serem enfrentados nos próximos anos e décadas, de forma que a preocupação ambiental seja efetivamente incorporada no planejamento de longo prazo da cidade. Uma vez identificadas essas vulnerabilidades, a próxima etapa é apresentar projetos concretos que as mitiguem, evitando que a cidade seja surpreendida como se deu no caso recente da crise hídrica no sudeste. A Prefeitura já avalia formas de promover a eficiência energética e hídrica de seus prédios, inclusive suas quase 1.500 escolas. No caso de chuvas fortes, o maior problema, por ocasionar vítimas fatais, é o deslizamento em encostas de morros. Com a implantação de um radar meteorológico e do Centro de Operações Rio em 2010, mapeamento geológico, instalação de sirenes e abrigos, assim como treinamento de comunidades para evacuação, não há registro de mortes por deslizamentos desde o verão de 2011. A mitigação ou redução de riscos e desastres decorrentes da ocupação irregular dessas áreas de risco, que deveriam ser aquelas áreas de preservação permanente (APP) urbanas, localizadas em margens de rios e fundos de vale, conservam ecossistemas e ambientes mais equilibrados e promovem impactos positivos em saúde pública e bem-estar das comunidades. Infelizmente, essas áreas que devem ser preservadas para garantir segurança às populações e aumentar a resiliência das cidades, estão ameaças por mais retrocessos na legislação ambiental. Tramita no Congresso Nacional mais um projeto de lei (PL6830/2013) de autoria do Deputado Valdir Colato (PMDB-SC) que pode reduzir as APPs urbanas, transferindo para os municípios a autonomia para estabelecer o tamanho das faixas de preservação. Atualmente, o Código Florestal estabelece o tamanho da APP em áreas rurais e urbanas, cabendo aos municípios legislar de forma complementar a essa norma Federal. Esse é apenas mais um exemplo prático de como alguns legisladores, motivados muitas vezes por interesses pontuais, ou desconhecimento, insistem em manter o Brasil na contramão da história. Enquanto países e cidades renaturalizam rios e ampliam instrumentos de proteção às suas florestas para evitar acidentes, aqui buscam de forma recorrente desproteger. Por isso, é preciso estar atento às votações e projetos de lei que tramitam no Poder Legislativo e que podem impactar ainda mais as nossas vidas. E exigir que o Governo Brasileiro assuma compromisso efetivo com o desmatamento e com um novo modelo de desenvolvimento para o país. * Mario Mantovani é diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG brasileira que desenvolve projetos e campanhas em defesa das Florestas, do Mar e da qualidade de vida nas Cidades. Saiba como apoiar as ações da Fundação. * Publicado originalmente no Brasil Post e retirado do site SOS Mata Atlântica.

Transfusão de sangue terá novos procedimentos de segurança

Para garantir o maior controle dos processos que envolvem a doação de sangue na rede pública de saúde - da coleta e realização dos testes até a transfusão do sangue - foi lançado Sistema Hemovida Web - Módulo Transfusional. O sistema deverá facilitar a rastreabilidade dos componentes de sangue, como plasma, plaquetas e hemácias, recebidos e distribuídos pelas Agências Transfusionais (ATs) que ficam, em sua maioria, dentro de hospitais. Cabe às agências transfusionais a responsabilidade por armazenar o sangue e seus derivados, realizar exames pré-transfusionais, liberar e transportar os produtos sanguíneos para as transfusões nos setores do Complexo Hospitalar. A expectativa é que a ferramenta atenda cerca de 1.700 serviços da rede de hemoterapia brasileira, que representa aproximadamente 70% da rede. No total, o Brasil conta hoje com 2.700 serviços de coleta e distribuição de componentes do sangue. Monitoramento do sangue As principais funcionalidades do software são o controle e o monitoramento dos componentes de sangue coletados e distribuídos em todo o país. Além disso, a ferramenta vai contar com cadastro de pacientes, médicos e técnicos, informações sobre o resultado de exames realizados em cada bolsa de sangue, tipagem sanguínea e destinação final do material. Além de garantir o controle dos processos envolvidos na coleta e transfusão de sangue, o sistema vai acelerar o processo e propiciar maior segurança aos pacientes. Atualmente, 1,6% da população brasileira tem o hábito de doar sangue. O índice está dentro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para autossuficiência dos países que é de 1% a 3% da população doando sangue. Ministério da Saúde

Qual deve ser a contribuição do Brasil para a conferência de Paris?

O Observatório do Clima e o Climate Reality Project Brasil querem ouvir você sobre a posição brasileira na negociação do novo acordo do clima, que será assinado neste ano. Participe da pesquisa de opinião. Caro leitor, Nas duas últimas Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas foi decidido que todos os países deverão definir metas nacionais voluntárias de emissões para o ano de 2030 (INDC – Intended Nationally Determined Contributions). Este documento, que o governo Brasileiro irá submeter às Nações Unidas nos próximos meses, deverá esclarecer, dentre outras coisas, como a meta Brasileira vai contribuir para alcançar o objetivo acordado na Convenção do Clima em Copenhague de manter o manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC. O Observatório do Clima, junto com o Climate Reality Project Brasil, realiza esta pesquisa para saber sua opinião sobre a meta que o Brasil deveria adotar. Nossa intenção é compilar as opiniões em um documento que apresente uma visão da sociedade brasileira sobre a contribuição do nosso país para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. Acreditamos que é necessário demonstrar para o governo Brasileiro que diversos atores da sociedade brasileira estão acompanhando esta agenda e desejam participar do processo de definição da contribuição nacional a ser oferecida pelo Brasil no âmbito das negociações das Nações Unidas sobre Mudança Climática a ser realizada em Paris em dezembro deste ano. Gostaríamos de solicitar 10 (dez) minutos do seu tempo para o preenchimento deste questionário. Divulgaremos os resultados desta pesquisa no nosso site até o final deste mês. A autoria das respostas não será divulgada. Por favor, compartilhem esta pesquisa com seus parceiros ou indivíduos interessados, basta usar este link http://goo.gl/forms/4eKUP393p9. Agradecemos por sua opinião e qualquer dúvida nos contate através do e-mail comunicação@observatoriodoclima.eco.br Obrigado pela sua colaboração! Equipe do Observatório do Clima e Climate Reality Project Brasil Apoio: GiP – Gestão de Interesse Público Pesquisa e Consultoria (Observatório do Clima/ #Envolverde) * Publicado originalmente no site Observatório do Clima.

Senado aprova texto base da lei da biodiversidade

Foi aprovado pelo Plenário do Senado o texto base do novo marco legal da biodiversidade, fruto de entendimento promovido pelo relator, senador Jorge Viana (PT-AC), que obteve consenso em torno da maior parte da proposta. Três pontos ainda divergentes serão analisados separadamente na próxima semana. A proposta de nova Lei da Biodiversidade (PLC 2/2015) é um substitutivo da Câmara dos Deputados a projeto enviado pelo Executivo, que tem por objetivo modernizar a lei em vigor e conferir maior agilidade às normas que regulamentam a pesquisa e a exploração econômica da biodiversidade brasileira. O projeto simplifica as regras para pesquisa de plantas e animais nativos, de forma a incentivar a produção de novos fármacos, cosméticos e insumos agrícolas. Busca ainda ampliar as possibilidades de compensação a comunidades tradicionais que venham a disponibilizar à indústria seu conhecimento sobre o uso de recursos do patrimônio genético. — Todos os 17 países megadiversos, que guardam 70% da biodiversidade do planeta, estão de olho no Parlamento brasileiro, para que possam fazer a adequação de suas legislações. [A nova lei] será a mais avançada, moderna e ousada legislação de acesso a biodiversidade. Seremos uma espécie de farol a esses países na relação com sua biodiversidade, com o respeito e o reconhecimento das populações tradicionais — disse Jorge Viana. O texto base aprovado pelo Plenário contempla diversas emendas apresentadas pelos senadores, em especial para garantir proteção aos provedores de conhecimento tradicional, como indígenas, quilombolas e agricultores familiares. Entre as mudanças aprovadas está a que assegura às comunidades tradicionais o direito de uso dos recursos da flora e fauna nativas, sem a obrigação de repartição de benefícios. O projeto também foi alterado para explicitar que o conceito de agricultor tradicional inclui o agricultor familiar e para excluir a possibilidade de empresa estrangeira sem associação com instituição nacional acessar o patrimônio genético ou receber amostra desse patrimônio. Destaques Serão analisados separadamente três aspectos ainda sem entendimento: o que prevê repartição de benefício obrigatória apenas quando o componente do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado for um dos elementos principais de agregação de valor do produto final; o que isenta de repartição de benefícios quando o produto acabado resultar de acesso ao patrimônio genético realizado antes de 29 de junho de 2000; e o pedido de substituição do termo “populações indígenas”, usado no projeto, pelo termo “povos indígenas”. Após a conclusão da votação no Senado, o projeto retornará à Câmara dos Deputados, por conta das alterações aprovadas. Veja as principais mudanças aprovadas no Plenário: – Estabelecer que será por decreto do Executivo a definição da Lista de Classificação de Repartição de Benefícios, com base na Nomenclatura Comum do Mercosul. Dessa forma, sai da nova lei a previsão se será lista positiva – de produtos passíveis de repartição de benefícios – ou lista negativa – de produtos isentos da repartição. – Assegurar que, em caso de acesso a conhecimento tradicional associado de origem não identificável, os órgãos de defesa dos direitos de populações indígenas e de comunidades tradicionais deverão ser ouvidos, para definição de acordo setorial. O texto original previa que esses órgãos poderiam ser consultados. – Determinar que, nas infrações que envolverem acesso a patrimônio genético ou a conhecimento tradicional associado em atividades agrícolas, a competência de fiscalização será de forma articulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). – Estabelecer que repartição de benefícios prevista em acordo internacional não se aplica à exploração econômica de material reprodutivo para fins de atividade agrícola de espécie introduzida no país pela ação humana até a entrada em vigor desta Lei, ressalvada a obrigação prevista no Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura. – Explicitar no conceito de agricultor tradicional que inclui o agricultor familiar; – Excluir a vinculação da definição de sementes crioulas à Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/1997) e ao Sistema Nacional de Sementes e Mudas (Lei 10.711/2003). – Excluir dispositivo que permite a empresa estrangeira sem associação com instituição nacional acessar o patrimônio genético ou receber amostra desse patrimônio genético. – Estender a povos indígenas e comunidades tradicionais a isenção da obrigação de repartição de benefícios, já prevista no projeto para microempresas, empresas de pequeno porte, microempreendedores individuais, agricultores tradicionais e suas cooperativas. – Destinar para unidades de conservação, terras indígenas, territórios quilombolas e áreas prioritárias para a conservação de biodiversidade a repartição de benefícios na modalidade não monetária. O substitutivo deixa a cargo do fabricante do produto oriundo de acesso ao patrimônio genético a indicação do beneficiário da repartição. – Determinar que seja por decreto do Executivo a escolha da forma de repartição de benefícios na modalidade não monetária, e não por ato de ministérios, como previsto no substitutivo. A modalidade de repartição não monetária inclui, entre outras, transferência de tecnologia, isenção de taxas de licenciamento de produto e apoio à proteção da biodiversidade. (Agência Senado/ # Envolverde) * Publicado originalmente no site Agência Senado.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Floresta Amazônica perde importância no combate ao aquecimento global

A capacidade da floresta amazônica de absorver o excesso de dióxido de carbono na atmosfera está diminuindo com o tempo, segundo divulgaram pesquisadores na semana passada. Essa descoberta sugere que limitar as mudanças climáticas pode ser mais difícil do que se esperava. Por décadas, as florestas e mares da Terra têm absorvido cerca de metade da poluição causada pelo carbono que as pessoas jogam na atmosfera. Assim, conseguiram limitar o aquecimento do planeta causado por essas emissões. Em grande parte, as florestas e oceanos se mantiveram constantes enquanto as emissões aumentaram muito. Isso surpreendeu muitos cientistas, mas também foi um aviso de que esse grande “reservatório de carbono” pode não durar para sempre. Em um amplo estudo, realizado ao longo de 30 anos, que analisou 189 mil árvores distribuídas em 321 terrenos na bacia Amazônica, pesquisadores liderados por um grupo da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriram que a absorção de dióxido de carbono no local teve seu auge nos anos 90, com cerca de 2 bilhões de toneladas por ano, e desde então caiu pela metade. Inicialmente, disseram os pesquisadores, a Amazônia respondeu bem aos níveis cada vez maiores de dióxido de carbono, que tem a capacidade de aumentar o crescimento das plantas, mas esse fenômeno parece estar diminuindo. Entre os motivos talvez estejam as secas e outros causadores de estresse, mas o fator principal parece ser o fato de que a aceleração inicial do crescimento agilizou o metabolismo das árvores. “Com o tempo, o estímulo ao crescimento alimentado por esse sistema faz com que as árvores vivam mais depressa e, assim, morram mais jovens”, explica Oliver L. Phillips, ecologista tropical da Universidade de Leeds e um dos líderes da pesquisa. Serão necessárias mais pesquisas, mas os cientistas dizem que os modelos de previsão do clima que assumem que a Amazônia é um reservatório de carbono contínuo e robusto podem ser otimistas demais. Em uma escala global, estudos sugerem que as florestas ainda estão absorvendo muito mais carbono do que soltam na atmosfera, mesmo que estresses como incêndios e ataques de besouros aumentem por causa das mudanças climáticas. Na essência, a ascensão das forças de crescimento ultrapassava a das forças de morte nas florestas do mundo. A maior questão agora é se isso vai mudar. Será que outras florestas além da Amazônia, como a floresta boreal que circunda o hemisfério Norte, vão eventualmente fazer o mesmo e diminuir seu potencial de absorção de carbono? Isso significaria que a civilização humana terá menos ajuda das árvores, e que, para limitar o aquecimento global a níveis toleráveis, os corte nas emissões de carbono precisariam ser ainda mais agudos do que o pensado anteriormente. “As florestas estão nos fazendo um imenso favor, mas não podemos contar com elas para resolver o problema do carbono. Ao invés disso, será necessário aumentar o corte das emissões para estabilizar nosso clima”, avisa Phillips. (Fonte: UOL)

Ecossistemas marinhos podem levar milênios para se recuperar do aquecimento global

Os ecossistemas oceânicos alterados pelas rápidas mudanças climáticas podem exigir milhares de anos para se recuperar, de acordo com um estudo realizado por cientistas norte-americanos em conchas fossilizadas no fundo do mar divulgado nesta segunda-feira (30). Os trabalhos, liderados pela ecologista marinha Sarah Moffitt, da Universidade da Califórnia, mostram que o aquecimento global e a desoxigenação das águas do oceano provocada pela elevação das temperaturas podem modificar muito rapidamente a ecologia do meio. A recuperação pode levar milhares de anos e não séculos como se pensava anteriormente, concluíram os pesquisadores, cujo estudo foi publicado nos anais da Academia Americana de Ciências (PNAS). Os cientistas analisaram mais de 5.400 fósseis de invertebrados, de ouriços a moluscos, em uma amostra de sedimentos marinhos ao longo de Santa Barbara, Califórnia (oeste). Os sedimentos extraídos a dez metros de profundidade do fundo do mar remontam a 3.400 e 16.100 anos atrás, e permitem começar a entender o que aconteceu com estes ecossistemas durante e após o último grande período de glaciação, há 110.000 e 10.000 anos atrás. Os cientistas estimam que os níveis de oxigênio nos oceanos diminuíram em proporções limitadas — de 0,5 a 1,5 mililitro por litro de água em menos de um século. Isso mostra que mesmo pequenas mudanças podem ter efeitos drásticos sobre os ecossistemas do fundo do mar. Os resultados sugerem que a mudança climática global pode causar efeitos semelhantes sobre os ecossistemas, que precisariam de milhares de anos para se recuperar. “Este fenômeno observado no passado nos mostra o quão sensíveis são os ecossistemas às mudanças climáticas na Terra, com consequências que duram milênios”, avaliou Moffitt. (Fonte: Terra)

Refrigerante zero nunca mais: pesquisadores descobrem mais um problema para a saúde que eles causam

Pessoas mais velhas que bebem refrigerante diet podem ter maiores aumentos no tamanho da cintura do que aqueles que não têm esse hábito, é o que diz um novo estudo feito nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que o aumento médio da circunferência da cintura entre as pessoas do estudo que beberam refrigerante diet todos os dias foi mais do que o triplo das pessoas que não bebem refrigerante diet. Entre as pessoas que bebiam refrigerante diet apenas ocasionalmente, o aumento foi mais que o dobro dos que não bebiam. “Quanto mais as pessoas bebiam refrigerantes diet, mais suas cinturas expandiam”, alerta a autora do estudo, Sharon Fowler, pesquisadora do Centro de Ciëncias da Sa[ude da Universidade do Texas. Durante o estudo, que durou nove anos, o tamanho da cintura das pessoas que não bebiam qualquer tipo de refrigerante aumentou uma média de 2,18 centímetros. O aumento médio foi de 4,65 centímetros entre aqueles que bebiam refrigerante diet ocasionalmente, e 8,03 centímetros entre aqueles que bebiam diariamente. Os pesquisadores acompanharam um total de 749 americanos com origens mexicanas ou europeias que tinham 65 anos ou mais quando o estudo começou. Eles perguntaram sobre sua ingestão de refrigerante diet e mediram a circunferência da cintura, altura e peso quando o estudo começou e em três outros momentos. O aumento da gordura na barriga, que geralmente é a causa do aumento da circunferência da cintura, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde. O novo estudo se junta a um grande número de pesquisas sobre os efeitos potencialmente prejudiciais do refrigerante diet para a saúde humana. Em um estudo apresentado em 2011 na Conferência Internacional do Derrame, da Associação Americana de Derrame, em Los Angeles, os pesquisadores descobriram que as pessoas que bebem refrigerante diet todos os dias podem ter um risco aumentado de acidente vascular cerebral e ataque cardíaco. Em outro estudo, publicado em 2012, os pesquisadores também encontraram uma ligação entre o consumo diário de refrigerante diet e acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos. Além disso, os autores de um estudo apresentado na Academia Americana de Neurologia em 2013 encontraram uma ligação entre o consumo de refrigerante diet diariamente e um risco maior de depressão. No novo estudo, os pesquisadores disseram que não está claro exatamente por que beber refrigerante diet pode estar ligado a um aumento na circunferência da cintura. Mas pode ter algo a ver com os adoçantes usados ​​em refrigerantes diet, e a forma como eles podem afetar a regulação do consumo de alimentos, afirma Fowler. Por exemplo, em um estudo com ratos que foram expostos no útero a níveis elevados de um destes adoçantes, o aspartame, os investigadores descobriram que ele causou lesões nas regiões do cérebro que normalmente recebem o sinal para “parar de comer”. Como resultado, os ratos tiveram mais gordura abdominal quando cresceram. Adoçantes utilizados em refrigerantes diet podem ter um efeito semelhante nas pessoas, embora mais pesquisas sejam necessárias para verificar se este é o caso. Fowler sugeriu que as pessoas usem estratégias para reduzir ou parar de beber refrigerante diet, considerando seus potenciais efeitos negativos na saúde. “Quanto mais as pessoas puderem tentar imitar algumas das coisas que amam em refrigerantes diet com outras coisas que sejam saudáveis, melhor”, sugere Fowler. Por exemplo, se alguém gosta da doçura de um refrigerante diet, comer algumas frutas doces junto com um pouco de água normal ou com gás pode ser um bom substituto, diz Fowler. Para os amantes da cafeína, substituir o refrigerante diet por café ou chá pode funcionar. [Live Science]