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sexta-feira, 24 de julho de 2015

As grandes ameaças à humanidade

Nações Unidas, 21/7/2015 – Pode-se dizer que o mundo está dividido quanto qual seria a maior ameaça à humanidade, se a devastação causada pela mudança climática ou o desenfreado terror semeado pelo Estado Islâmico (EI). De acordo com um estudo do Centro de Pesquisa Pew, que mediu as percepções das pessoas sobre qual é a maior ameaça internacional, a mudança climática figura como a “maior preocupação” dos entrevistados em todo o mundo. “Porém, os entrevistados norte-americanos, europeus e do Oriente Médio costumam mencionar com mais frequência o EI como sendo a maior ameaça de todos os problemas internacionais apresentados, diz o estudo. Os consultados de 19 países, dos 40 onde a pesquisa foi realizada, mencionaram a mudança climática como sua maior preocupação, por isso é o principal problema entre todos os mencionados no estudo. Uma média de 61% dos latino-americanos ouvidos disseram estar muito preocupados com a mudança climática, a maior proporção em todas as regiões. O estudo do Centro Pew, que se descreve como independente, entrevistou 45.435 pessoas em 40 países entre 25 e 27 de março. Michael Dorsey, membro do Clube de Roma e especialista em governança global e sustentabilidade, disse à IPS que, “se as pessoas temem mais a mudança climática do que o terrorismo, temos que repensar os enfoques coletivos e reguladores para as entidades responsáveis pela contaminação “Se aceitamos o fato de que a contaminação do carbono é causa de mortalidade e morbidade, de ecossistemas comprometidos e de ameaça à sociedade, então as instituições e as empresas que contaminam, bem como os que optam por financiar os contaminadores, são semelhantes aos que trabalham com entidades vinculadas e/ou que financiam o terrorismo”, opinou Dorsey. Por isso não surpreende que em algumas jurisdições as autoridades avalizem leis que costumam ser aplicadas ao crime organizado contra os que negam a crise climática em curso, afirmou Dorsey, professor visitante e conferencista em várias universidades da África e Europa, além de diretor interino de energia e ambiente do Centro Conjunto para Estudos Políticos e Econômicos. “Um senador norte-americano (Sheldon Whitehouse, de Rhode Island) sugeriu que utilizássemos a lei sobre organizações influenciadas pela extorsão e corrupção, conhecida como lei Rico (sigla em inglês), contra a indústria de combustíveis fósseis, suas associações comerciais e os institutos de política conservadores, que negam abertamente a mudança climática e o exacerbam”, apontou Dorsey. A pesquisa indica que a instabilidade econômica também tem lugar de destaque entre as principais preocupações em vários países, e é o segundo motivo de preocupação para metade dos consultados. “Por outro lado, outros assuntos como o programa nuclear do Irã, bem como ciberataques contra governos, bancos ou corporações, se limitam a alguns poucos países. As tensões entre Rússia e seus vizinhos e as disputas territoriais na Ásia continuam sendo, em grande parte, preocupações regionais”, diz o estudo. Patrícia Lerner, assessora política do Greenpeace Internacional, afirmou à IPS que não se surpreende pelo fato de quase metade dos entrevistados dos países estudados mencionarem a mudança climática com sua maior preocupação. “Os que estão à frente da luta contra a mudança climática e seus resultados catastróficos costumam ser os primeiros a reconhecer a verdadeira ameaça que apresenta”, acrescentou. Para outros pode ser uma ameaça invisível e ainda não a reconhecem como um risco existencial que exacerbará seus outros temores, como o terrorismo, as tensões internacionais e a instabilidade econômica, quando as pessoas são obrigadas a abandonar suas casas por causa de secas, inundações e/ou aumento do nível do mar, acrescentou Lerner. Para essa ativista, “o círculo mortal de perfurar o Ártico em busca de petróleo para queimá-lo e criar dióxido de carbono – que depois derreterá o Ártico, elevará o nível do mar e deslocará as pessoas que vivem nas pequenas ilhas – é uma clara demonstração da miopia dos governos e das empresas que não conseguem reconhecer que a mudança climática é uma ameaça para todos, vivam onde viverem”. Doreen Stabinsky, professora de política ambiental do College of the Atlantic, no Maine, disse à IPS que “o que chama a atenção é a elevada preocupação que aparece nos países da América Latina e África”. Essas regiões estão à frente na luta contra a mudança climática, e os riscos nesses lugares se tornam uma triste realidade de mais tempestades extremas, secas e colheitas perdidas, acrescentou. “Espera-se que as grandes preocupações das pessoas se traduzam em resoluções práticas por parte dos governantes em Paris, em dezembro, onde será preciso convencer os países ricos responsáveis por essas consequências a reduzirem seriamente suas emissões contaminantes e oferecerem o necessário apoio econômico para que as nações em desenvolvimento façam o mesmo”, afirmou Stabinsky, professora visitante de mudança climática na Universidade de Uppsala, na Suécia. Ela se referia à 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, que acontecerá em dezembro na capital francesa. Mas o estudo também mostra que um importante número de entrevistados em 14 países se mostrou preocupados pelas atividades do Estado Islâmico. Na Europa, uma média de 70% dos consultados disse estar preocupada pela ameaça que representa o EI, enquanto uma maioria de norte-americanos (68%), canadenses (58%) e libaneses (84%) também se mostraram preocupados a esse respeito. Os entrevistados israelenses foram os únicos que qualificaram o Irã como sua principal fonte de preocupação entre todos os temas do âmbito internacional. Os norte-americanos também mencionaram o programa nuclear iraniano: cerca de seis em cada dez norte-americanos (62%) colocaram o Irã como segundo tema de maior preocupação entre os apresentados pelo estudo. A instabilidade econômica foi a maior preocupação em cinco países e a segunda em outros 20. Na Rússia, 43% dos entrevistados disseram estar muito preocupados com a economia, o maior motivo de preocupação de todos os assuntos apresentados. A ameaça de ciberataques contra governos, bancos ou corporações não figura entre os principais motivos de preocupação em escala mundial, embora em alguns lugares apareçam com destaque, como nos Estados Unidos (59%) e na Coreia do Sul (55%). Envolverde/IPS

Peru dá exemplo em plano de ação climática

Bonn, Alemanha, 21/7/2015 – O Peru se converteu no primeiro país sul-americano a anunciar publicamente seu plano de ação climática para reduzir a emissão de gases-estufa que provocam o aquecimento global. Na América Latina, o México foi o primeiro a apresentar as chamadas contribuições previstas e determinadas em nível nacional (INDC), que todos os países devem apresentar à Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC). O estabelecimento das INDC foi acordado na 19ª Conferência das Partes (COP 19), realizada em 2013, em Varsóvia, na qual se decidiu que cada Estado tem prazo até outubro deste ano para comunicar essas contribuições, a fim de serem analisadas na COP 21, que acontecerá em dezembro, em Paris. O plano do Peru, elaborado após 12 anos de planejamento coletivo para desenvolver um conjunto de estratégias regionais e nacionais em resposta à mudança climática, propõe uma ambiciosa redução de 31% em suas emissões. No caso do México, que apresentou as INDC em março, o compromisso é diminuir em 25% suas emissões totais até 2030, em relação às registradas em 2013. O mapa do caminho cuidadosamente elaborado para atingir esse objetivo revela a autêntica “liderança” do plano peruano, segundo Tania Guillén, da Climate Action Network Latino-Americana. Para ela, que também pertence à rede de organizações Suswatch, o projeto de plano de ação é “um exemplo para outros países latino-americanos que ainda estão desenvolvendo ou nem começaram seus processos de planejamento nacional”. A meta de 31% de redução nas emissões do Peru está apoiada por 58 projetos de mitigação que incluem energia, transporte, agricultura, silvicultura e gestão de resíduos. Embora dois desses projetos impliquem a passagem do carvão para o gás natural, e não para uma fonte de energia renovável, cada uma das opções foi cuidadosamente identificada, bem como quantificado seu potencial de redução de emissões. Isso facilitará o pedido de ajuda de Lima aos países industrializados para melhorar seus compromissos. De fato, o governo também descreveu a maneira como pode aumentar a redução de emissões em até 42%, com a incorporação de 18 projetos adicionais. Marcela Jaramillo, da organização E3G, acredita que este é um aspecto fundamental da proposta peruana que outros países devem imitar. É necessário que as INDC estejam “refletidas em planos de investimento que sejam atraentes para os recursos nacionais e internacionais”. Tais recursos “vão gerar ação sobre o terreno por parte do governo e do setor privado, e tudo isso com o apoio fundamental da participação ativa da cidadania”, destacou. O compromisso da cidadania pode ser fundamental para que o Peru concretize seus planos. Mas sua mais recente promessa também torna o país vulnerável. Alguns temem que, devido à sua deficiente aplicação no passado, o governo se exponha ao fracasso. Em 2014, organizações não governamentais reunidas na COP 20, realizada em Lima, criticaram a lei 30.230 porque “desvincula a proteção ambiental do crescimento econômico”, segundo afirmaram. A preocupação é que os órgãos que supervisionam o ambiente no Peru tenham a faculdade de “regular e supervisionar a atividade econômica como se fosse o desenvolvimento de energia e infraestrutura”. Outras preocupações se referem às projeções de Lima. Após anos de instabilidade política e conflitos na década de 1980, o Peru se transformou em um dos 20 países com maior liberdade econômica, além de ter um crescimento relativamente constante de 5,5% ao ano, segundo o informe anual de 2014 da organização Liberdade Econômica Mundial. Mas esse crescimento sofreu uma desaceleração nos últimos 12 meses, o que não está representado nas projeções das emissões apresentadas por Lima, baseadas em sua taxa de crescimento até 2013. Se o país não modificar sua atividade econômica, suas emissões anuais aumentarão para 216 milhões de toneladas de dióxido de carbono, as quais chegariam a 243 milhões em 2025 e a 269 milhões em 2030. Como apontou Guillén, “os processos de consulta includentes e participativos são cruciais para a definição das INDC no Peru, e também em todos os países da América Latina e do Caribe”. Bitia Chávez, da organização Generacion+1, afirmou que é fundamental os peruanos estarem “conscientes e plenamente comprometidos nesse processo para contribuir positivamente para o ambiente”. Entretanto, os peruanos não terão que decidir apenas sobre essa promessa de mitigação nas INDC, mas também sobre um amplo pacote de adaptação que Lima desenvolveu e que se concentra na redução da vulnerabilidade de sua população majoritariamente agrária, que inclusive tem indicadores diferentes para a forma de cumprir as metas. Isso inclui setores, objetivos e indicadores específicos de adaptação. Considerando que vários países em desenvolvimento propõem que o acordo de Paris inclua um objetivo global de adaptação, a inclusão de metas de adaptação que possam ser quantificadas dentro das INDC peruanas poderia ser um passo que outros países poderiam aplicar. É possível que esse seja um dos objetivos do Peru, como indicou a ativista argentina Tais Gadea Lara. As INDC peruanas podem ser uma chamada de atenção para alguns dos países vizinhos que “ainda não se deram conta do poder que têm em suas mãos para participar ativamente com a entrega de INDC ambiciosas”. No caso da Argentina, há uma defasagem entre a firme postura que apresenta nas negociações e a falta de ação em nível nacional, ressaltou Lara. Ela espera que “Argentina, Peru, Brasil e todos os países da região possam começar a fazer história com ambiciosos e quantificados planos de ação climática, que demonstrem a liderança do continente em matéria de mudança climática”. Envolverde/IPS

Cientistas da USP criam filme plástico que elimina bactérias dos alimentos

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram um filme plástico com efeito bactericida que aumenta a vida útil dos alimentos que nele forem embalados. Isso foi possível porque os pesquisadores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) desenvolveram o produto com nanopartículas de prata que demonstraram serem eficazes na eliminação de bactérias causadoras de infecções em seres humanos, sem serem tóxicas. A pesquisa utilizou o polipropileno, um tipo de plástico de valor relativamente baixo, o que favorece sua utilização nos filmes. A colocação das nanopartículas foi feita em uma máquina específica para isso. As nanopartículas interagem com componentes celulares vitais, como o DNA, impedindo a divisão celular e consequente morte da bactéria. Já a ação bactericida das nanopartículas de prata acontece no contato direto com os microorganismos, afirma o pesquisador Washington Oliani, que realizou o estudo no Laboratório de Polímeros do Centro de Química e Meio Ambiente do Ipen. “O polipropileno, a prata e outros componentes, no formato de grãos, são inseridos em uma máquina extrusora, aparelho que faz a fusão dessas substâncias por meio de aquecimento. A partir desse processo é obtido um material em forma de fios finos”, relata Oliani. Efeito bactericida – O efeito bactericida dos filmes com nanopartículas de prata foi comprovado em testes realizados no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Inicialmente, o material foi colocado em contato direto com culturas das bactérias Escherichia coli, que pode causar diarreia, e Staphylococcus aureus, que pode causar diversos tipos de complicações infecciosas, como uma infecção urinária. “Após ajustes na formulação, foi possível eliminar quase 100% de Staphylococcus”, diz Oliani. Experimentos posteriores com a bactéria Pseudomonas aeruginosa, que afeta os aparelhos respiratórios e urinário, também tiveram eficiência próxima de 100%. “Com o efeito bactericida das nanopartículas seria possível aumentar a vida útil dos produtos embalados, especialmente os de origem orgânica”, afirma Oliani. Outro possível emprego do material está na área hospitalar. “Futuramente, os filmes poderão ser colocados em divisórias e janelas de hospitais, além de serem utilizados em materiais cirúrgicos, como cateteres”, diz Duclerc Fernandes Parra, orientadora do projeto. (Fonte: UOL)

Junho bate recorde de calor no planeta desde fim do século 19

Junho de 2015 foi o mês mais quente no planeta desde que o registro de temperaturas começou a ser feito em 1880 – anunciou nesta segunda-feira (20) a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, em inglês). Os seis primeiros meses do ano também foram marcados por temperaturas recordes para o período, o que demonstra que o aquecimento global continua a não dar trégua. O ano passado já havia sido o mais quente desde que se tem registro. A temperatura média em junho na terra e nos oceanos foi 0,88°C superior à média do século 20, acrescenta a Noaa em um comunicado. O recorde anterior de temperatura em um mês de junho foi em 2014, e o do primeiro semestre do ano, em 2010. No primeiro semestre de 2015, a temperatura média foi 0,85°C superior à média do século 20, ainda de acordo com a Noaa. Em junho, a extensão dos gelos árticos chegou a 906.495 km2, 7,7% abaixo da média do período 1981-2015. Trata-se da terceira menor superfície de gelos árticos em um mês de junho desde 1979, quando começaram a ser feitas as observações por satélite. Na Antártida, a superfície gelada chegou a 984.195 km2, 7,2% a menos do que a média do período 1981-2010. (Fonte: G1)

É possível ser um consumidor consciente

Consumidor consciente é aquele que pensa antes de adquirir um produto para além das questões de preço e marca. Ele leva em conta o meio ambiente, a saúde humana e animal e as relações justas de trabalho. Esse tipo de atitude ainda pode parecer distante da realidade de muitos consumidores, mas o Ministério do Meio Ambiente (MMA) dá dicas simples que promovem mudanças significativas no dia a dia. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do portal de Educação Financeira “Meu Bolso Feliz”, realizada em todas as capitais brasileiras, mapeou o interesse do consumidor sobre consumo consciente, identificando o comportamento perante os desafios que o tema traz. Um dado relevante apontou que há uma parcela significativa de pessoas que não sabem “muito bem o que fazer” para praticar o consumo consciente (17%). Para auxiliar nesta questão, o MMA dá dicas de atitudes simples que têm impacto positivo. “Nossos hábitos de consumo têm impacto tanto sobre o nosso bem-estar como de toda a sociedade e o meio ambiente. É preciso alterar nossas velhas práticas e adotar padrões de consumo que contribuam para a construção de uma sociedade mais solidária e sustentável”, comenta a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Regina Gualda. Antes de comprar – A primeira dica é pensar antes de comprar, analisando a real necessidade de se adquirir um novo produto. Se optar pela compra, escolher sempre os produtos originais e solicitar a nota fiscal. A pesquisa apontou que 50,7% dos entrevistados dizem analisar produtos e marcas e desistir da compra se a empresa produtora adotar práticas prejudiciais ao meio ambiente ou à sociedade. “Cada vez mais, os consumidores procuram empresas que demonstrem consciência e responsabilidade, seu comprometimento com investidores, clientes, funcionários, as comunidades onde estão inseridas e a sociedade em geral, além de sua preocupação com o meio ambiente”, chama atenção a Diretora de Produção e Consumo Sustentáveis do MMA, Raquel Breda dos Santos. As dicas incluem dar preferência a produtos que possuam selos verdes ou similares, conferidos por auditorias independentes, pois garantem que o consumidor adquiriu um bem ecologicamente amigável. Outra dica é dar preferência aos produtos locais. Além de movimentar a economia da região, dar prioridade aos produtos locais gera benefícios para a comunidade como um todo, é mais barato e mais saudável para o organismo e o ambiente, e colabora para o desenvolvimento da região. Mais uma dica: privilegie produtos duráveis ao invés de descartáveis. Uso racional - Quando falamos de comida, a dica é evitar o desperdício de alimentos. A pesquisa relevou que 52,8% dos entrevistados indicaram que são contra o desperdício de alimentos por princípio. A dica é servir apenas o que for comer. Lembrando que o desperdício de alguns representa a falta de alimentos para muitos outros. Outra atitude ambientalmente adequada que ganhou destaque na pesquisa é a de evitar o uso indiscriminado da impressora (77,7%). O MMA reforça que, além de evitar a impressão desnecessária, as pessoas podem racionalizar a impressão usando a frente e o verso das folhas de papel, reaproveitando aquele que foi usado apenas de um lado. Outro dado relevante é que 76,4% dos entrevistados dizem não utilizar o carro para pequenos deslocamentos. Caminhar, optar pelo uso da bicicleta, utilizar o transporte coletivo e realizar carona solidária são atitudes complementares que beneficiam o meio ambiente e a qualidade de vida nas cidades. Descarte – Na hora do descarte de resíduos, é importante checar o que pode ser reutilizado e reciclado, praticando a coleta seletiva. Neste aspecto, dois pontos da pesquisa chamam a atenção: a atitude ambiental mais seguida pelos entrevistados (83,5%) foi a de verificar a possibilidade de troca ou doação de algum item antes de descartá-lo. Já quando se fala em descarte de resíduos, 53,2% dos entrevistados sempre separam o lixo doméstico para reciclagem. Para garantir as necessidades das pessoas sem comprometer aquelas das futuras gerações, além de aumentar esse percentual, o MMA alerta para a necessidade de se praticar os 3R’s: - Reduzir: comprando apenas o necessário, diminuindo o descarte e o desperdício; - Reutilizar: diminuindo o uso de energia, água e recursos naturais na produção de novos bens; e - Reciclar: transformando os bens usados em matérias primas, que retornam ao ciclo produtivo, gerando emprego e renda para pessoas que trabalham com a coleta, o transporte e a reciclagem. São os 3Rs da sustentabilidade, que vão muito além da simples separação do lixo. E, para o transporte das compras, a sugestão é evitar o uso de sacolas plásticas descartáveis e privilegiar as sacolas duráveis e retornáveis. Para nortear as ações do governo nessa área, o MMA implementa o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), documento que reúne políticas, programas e ações que promovem uma mudança para padrões mais sustentáveis de produção e de consumo no País. O PPCS priorizou seis temas em seu primeiro ciclo de implementação (2011-2014), dentre eles o de promover a educação para o consumo sustentável. (Fonte: MMA)

Consumo consciente ainda é frágil entre brasileiros

Consumo Responsável O brasileiro sabe a importância de consumir de forma consciente, mas, quando se analisa o cotidiano do consumidor, observa-se que ele não tem todas as atitudes necessárias à prática do consumo consciente. A conclusão é de uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da organização de educação financeira Meu Bolso Feliz. Segundo Marcela Kawauti, do SPC, só 21,8% dos brasileiros podem ser considerados consumidores plenamente conscientes. Dos entrevistados, 46,8% disseram evitar desperdício e compras desnecessárias, 33% refletem sobre as consequências de uma compra antes de concretizá-la e 9,7% manifestaram atitudes que têm como foco economizar dinheiro. A pesquisa mostra que o consumidor se ajusta ao consumo consciente quando vê o foco na questão financeira, quando dói no bolso, quando a conta está mais cara. Ele acaba se ajustando, não pelo bem comum, mas porque ele quer economizar dinheiro, disse Marcela. "Não deveríamos nos ajustar somente quando a situação já está crítica", recomendou Marcela. "O ideal é se ajustar antes, para que a situação não fique extrema, como vimos no apagão duplo no início deste ano." Economia de água e luz Quando se trata de economizar água e luz elétrica, as motivações mais citadas são não desperdiçar (32,7%), ter a conta mais baixa (21,5%), dar exemplo de redução de desperdícios de consumo e influenciar atitudes (17,1%) e sensação de fazer o certo (12%). Os fatores impeditivos são: falta de tempo (26,5%), distração e esquecimento (25,4%), não saber bem o que é preciso fazer (17%) e não acreditar que a atitude possa fazer diferença (16,2%). De acordo com a pesquisa, 74% dos entrevistados fazem as atividades consideradas adequadas para o uso racional da água. O principal hábito para 90,4% deles é fechar a torneira enquanto escovam os dentes, enquanto 88,3% dizem não lavar a casa ou calçada com mangueira. Quanto à economia de energia elétrica, 76% dos entrevistados têm ações conscientes. O hábito mais comum é apagar as luzes em ambientes vazios (97,1%). O levantamento também mostrou que os consumidores mais jovens são os menos conscientes. O percentual de atitudes corretas, que é de 69,3% para a população em geral, passa para 74,2% entre as pessoas com mais de 56 anos, e cai para 64,5% entre os consumidores de 18 a 29 anos. Agência Brasil

Surge nova esperança contra a psoríase

Um teste de uma nova droga para tratar a psoríase resultou na eliminação completa das placas típicas da doença em 40% dos voluntários tratados durante 12 semanas. No geral, apenas 10% dos voluntários não apresentaram qualquer melhoria com o novo medicamento. Menos coceira O teste incluiu 2.500 pacientes com a condição. Metade recebeu a nova droga - ixekizumab - uma vez a cada duas ou quatro semanas. A outra metade recebeu um placebo ou um fármaco amplamente utilizado para a psoríase, chamado etanercept. Os grupos que tomaram o ixekizumab apresentaram melhorias extensas, superando os grupos tratados com placebo ou etanercept. Cerca de metade desses pacientes apresentou melhora já a partir de quatro semanas, e até 71% mostraram um alto nível de melhoria. "O que nós vimos neste ensaio não foram apenas os aspectos físicos da doença desaparecendo, mas também as pessoas que tomaram a nova droga relatando uma melhoria significativa na sua qualidade de vida na medida em que se sentiam mais confiantes e sofriam menos de coceira - muito mais do que nos outros dois grupos," disse Chris Griffiths, da Universidade de Manchester (Inglaterra). Ixekizumab O ixekizumab é um anticorpo monoclonal - um anticorpo clonado - que neutraliza os efeitos inflamatórios de uma interleucina (IL), uma proteína da pele que leva sinais para as células - conhecida como IL-17. Há crescente concordância entre os cientistas de essa proteína é uma das causas das placas escamosas avermelhadas características da psoríase. Diário da Saúde

Tornados podem atingir velocidade de até 400 km/h; entenda o fenômeno

A Somar Meteorologia, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Sistema Tecnológico Simepar, este último que mantém parceria com o governo estadual do Paraná, confirmaram na manhã desta terça-feira (14) que um tornado foi responsável pela destruição que deixou mais de 20 pessoas feridas nesta segunda-feira (13) em cidades do sudoeste paranaense. Um boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual, às 8h30, indica que o número de pessoas atingidas pela chuva em todo o estado passa de 12 mil em 35 municípios do estado. Esse fenômeno natural é considerado como o que mais tem capacidade de destruição local, segundo os cientistas. Um tornado é uma coluna de ar que gira em redemoinho em uma velocidade que pode ultrapassar os 400 km/h. A escala de classificação dos ventos começa em 65 km/h e chega a mais de 500 km/h. O F0 é o mais fraco e o F5 é considerado o mais forte. Os cientistas ainda não conseguiram desvendar todos os mistérios por trás dos tornados, mas conhecem algumas das condições necessárias para que eles se formem. A principal delas é a presença de nuvens muito carregadas, o que ocorre quando essas massas de ar se encontram. Essas nuvens – chamadas de cumulonimbus – puxam ar de áreas mais baixas, como as planícies. Dentro delas, o ar circula muito, adquire grande velocidade e forma colunas de ar. Quando essa coluna desce até o solo, forma um tornado. Este ano, cidades de Santa Catarina como Xanxere e Ponte Serrada foram atingidas por este fenômeno. Outras regiões do país, como o Centro-Oeste, também já registraram episódios semelhantes. (Fonte: G1)

Gases de efeito estufa batem recordes

Em 2014 os oceanos do mundo incharam, os principais gases de efeito estufa que alimentam o aquecimento global bateram recordes e a temperatura da superfície do planeta atingiu seu ponto mais quente em 135 anos – informaram pesquisadores internacionais na quinta-feira, 16 de julho. Os resultados estão contidos no Relatório sobre o Estado da Temperatura de 2014, um estudo que examina temperatura, precipitação e eventos climáticos ao redor do mundo. Um total de 413 cientistas de 58 países de todo o mundo contribuíram para o relatório, o 25º de uma série que se baseia em dados coletados pelas estações de monitoramento ambiental e instrumentos em terra, água, gelo e no espaço. O calor atingiu profundamente os oceanos e a atmosfera, e os cientistas alertam que o clima continua a mudar rapidamente em comparação à era pré-industrial – mudança que ainda não tem um fim à vista. “Se fôssemos congelar os gases de efeito estufa em seus níveis atuais, os mares continuariam esquentando durante séculos, até milênios”, explicou à AFP o oceanógrafo Greg Johnson, do Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, ligado à Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). “E isso significa que quando eles aquecem, também se expandem e o nível do mar continuaria a subir”, afirmou Johnson em uma teleconferência para discutir o relatório. Muitas das mesmas tendências verificadas nas últimas duas décadas continuaram em 2014. “O dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – os principais gases de efeito estufa liberados na atmosfera da Terra – mais uma vez atingiram concentrações médias recordes para o ano de 2014″, afirmou. Em meio a registros recordes de calor em todo o mundo, o leste da América do Norte foi a única região principal do mundo que experimentou temperaturas abaixo da média anual. “A Europa teve seu ano mais quente já registrado por uma ampla margem, com cerca de duas dezenas de países batendo seus recordes de temperatura nacionais anteriores”, informou o documento. “Muitos países na Ásia tiveram temperaturas anuais entre as 10 mais quentes já registradas, a África teve temperaturas acima da média em quase todo o continente ao longo de 2014; a Austrália vivenciou seu terceiro ano mais quente já registrado, após o calor recorde de 2013″. Na América Latina, o México teve seu ano mais quente já registrado, enquanto Argentina e Uruguai tiveram, cada um, seu segundo ano mais quente já registrado. “É um quadro bastante consistente”, disse Thomas Karl, diretor dos centros nacionais da NOAA para Informação Ambiental. Aquecimento dos oceanos Os oceanos do mundo tiveram um recorde de calor no ano passado, e o nível do mar também esteve em seu nível mais alto nos tempos modernos. “Devido tanto ao aquecimento do oceano e quanto ao derretimento do gelo, o nível do mar global também bateu seu recorde em 201, 67 milímetros, maior do que a média anual de 1993″, quando as medições de satélite do nível dos oceanos começaram, disse o relatório. Johnson explicou que os oceanos são uma boa medida do aquecimento global porque absorvem grande parte do calor e dióxido de carbono emitido pela queima de combustíveis fósseis. Tendência irreversível Infelizmente, mesmo que a humanidade tome medidas fortes para reduzir o uso dos combustíveis fósseis, a tendência não se reverteria tão cedo, apontou o pesquisador. “Eu penso nisso mais como um volante ou um trem de carga. É preciso um grande esforço para fazer funcionar”, comparou Johnson. O relatório completo foi publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. Os dados do estudo reforçam a necessidade de que um acordo em nível global para a redução dos gases de efeito estufa – capaz de substituir o Protocolo de Kyoto – seja fechado em dezembro, quando representantes de 196 países estarão reunidos em Paris para a 21ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP21). (EcoD/ #Envolverde)

Sumiço de abelhas causaria 1 milhão de mortes no mundo, alerta estudo

O declínio mundial na quantidade de polinizadores – principalmente abelhas e outros insetos – pode causar até 1,4 milhão de mortes a mais por ano, um aumento de mortalidade mundial de quase 3%, segundo pesquisadores da Universidade de Harvard. Esse crescimento na mortalidade seria resultado da combinação de um aumento da deficiência de vitamina A e ácido fólico (vitamina B9), vitais para mulheres grávidas e crianças, e um aumento da incidência de doenças não transmissíveis, como problemas cardíacos, acidente vascular cerebral (AVC) e certos tipos de câncer. Estes são os fenômenos que um colapso da população de polinizadores provocaria, através de mudanças na dieta das pessoas. As deficiências em vitamina A e ácido fólico podem atingir os olhos, levando à cegueira, e causar malformação do sistema nervoso. Estes efeitos na saúde afetariam países desenvolvidos e em desenvolvimento. As informações fazem parte de uma análise publicada nesta quinta-feira (16) na revista médica “The Lancet”. Menos pólen, mais doenças – De acordo com um cenário de completa eliminação de polinizadores, 71 milhões de pessoas em países de baixa renda poderiam encontrar-se deficientes em vitamina A, e 2,2 bilhões que já têm consumo inadequado teriam suas contribuições reduzidas ainda mais. Para os folatos, seriam 173 milhões de pessoas que se tornariam deficientes e 1,23 bilhões de pessoas que veriam o seu consumo deficiente piorar. Uma redução de 100% dos “serviços de polinização” poderia reduzir os estoques globais de frutas em 22,9%, legumes em 16,3% e 22,9% em nozes e sementes – mas com diferenças entre países. Em suma, essas mudanças na dieta podem elevar as mortes anuais globais por doenças não-transmissíveis e aquelas relacionadas à desnutrição para 1,42 milhões de mortes por ano (2,7% da mortalidade total anual), de acordo com o estudo conduzido por Samuel Myers, da Universidade de Harvard. Uma perda dos serviços de polinização limitada a 50% equivaleria à metade (700.000) da mortalidade adicional que implicaria a eliminação completa dos polinizadores, segundo as estimativas. Zinco Outro estudo, publicado na “The Lancet Global Health”, quantifica uma ameaça específica, até agora nunca medida, para a saúde global de dióxido de carbono (CO2) devido à atividade humana. Neste estudo, a redução do teor de zinco de culturas alimentares importantes, relacionadas ao aumento nas concentrações de CO2 na atmosfera, vai expor 138 milhões de pessoas ao risco de deficiência de zinco (nanismo, problemas imunológicos, mortes prematuras) em todo o mundo até 2050. Além disso, com a Fundação Rockefeller, a revista “The Lancet” publicou um relatório sobre as mudanças ambientais “que vão além da mudança climática e ameaçam os progressos feitos em matéria de saúde nas últimas décadas”. (Fonte: G1)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Mapa aponta mudanças climáticas no litoral

O Brasil será o primeiro país da América Latina e Caribe a fazer o mapeamento doméstico de vulnerabilidade da zona costeira às mudanças climáticas. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou a iniciativa nesta terça-feira (7), em Brasília, com instituições espanholas e das Nações Unidas, parceiras na realização do trabalho. A medida começará pelo litoral de Santa Catarina e terá o objetivo de identificar as fragilidades da região ao aquecimento global. O foco é promover ações de adaptação às mudanças climáticas na costa brasileira. A iniciativa faz parte de um programa de cooperação do MMA com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas (CEPAL) e inclui um projeto com o Instituto de Hidráulica da Cantábria (IHC), cujo objetivo é criar bases de dados históricas, projeções e metodologias para analisar riscos no litoral catarinense. No âmbito nacional, a medida será realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Primeiro passo – A expectativa é que o mapeamento seja feito nos demais estados costeiros do país. “Esse é um ponto de partida, um primeiro passo”, afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Ney Maranhão. “Precisamos engajar os pesquisadores e estender a ação para todo o litoral. É fundamental discutir necessidades futuras e começar a fazer um inventário do nosso litoral no que se refere à vulnerabilidade às mudanças climáticas.” O mapeamento que será realizado em território brasileiro terá relevância para o restante da comunidade internacional. O conselheiro de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente da Embaixada da Espanha, Luís Benito Ruiz, classificou como positivo o início do levantamento no Brasil. “O trabalho será bastante útil para a troca de experiências e o desenvolvimento de políticas públicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, destacou. Saiba mais – As zonas costeiras são regiões bastante ameaçadas pelas mudanças do clima. Entre os riscos, há a elevação do nível do mar e o aumento da freqüência de eventos extremos, além da erosão e inundação, a intrusão salina e o comprometimento dos recursos naturais e da biodiversidade. A estimativa dos valores materiais potencialmente em risco na zona costeira é de R$ 136 bilhões, de acordo com o estudo realizado pela COPPE/UFRJ. Nesse cenário, as ações de adaptação se referem a iniciativas e medidas capazes de reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima. Ou seja, é uma forma de resposta para lidar com possíveis impactos e explorar eventuais oportunidades. A elaboração de uma estratégia de adaptação envolve, entre outras coisas, a identificação da exposição a esses impactos com base em projeções e cenários climáticos. (Fonte: MMA)

Desperdício de água no país equivale a seis Cantareiras, diz instituto

Além de despejar todo dia o equivalente a 5.000 piscinas de esgoto em seus rios, o Brasil desperdiça, por ano, um volume de água que corresponde a seis sistemas Cantareira. As comparações foram apresentadas, nesta quarta-feira (8), pelo presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. O instituto é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. “A situação do saneamento no Brasil não condiz com um país que é a sétima economia do mundo”, disse aos senadores. Édison Carlos acrescentou que o desperdício anual de água equivale a R$ 8 bilhões que deixam de retornar ao saneamento básico. Ele ressaltou que, se esses prejuízos financeiros e naturais fossem evitados, seria possível reduzir os impostos cobrados ao setor de saneamento. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participou da audiência pública e disse que independentemente dos desperdícios e da crise hídrica “as empresas de saneamento viraram arrecadadoras de impostos”. A seu ver, as campanhas de prevenção têm mostrado resultado no combate às perdas. Segundo Alckmin, em São Paulo, as campanhas foram responsáveis pela diminuição de gastos de água em 83% das unidades consumidoras (residências, empresas, indústrias, por exemplo). Para estimular a economia de água, o governo do Estado adotou a estratégia de dar bônus a quem passou a usá-la de forma racional e cobrar mais caro das unidades que mantiveram os gastos, afirmou o governador. (Fonte: Agência Brasil) Além de despejar todo dia o equivalente a 5.000 piscinas de esgoto em seus rios, o Brasil desperdiça, por ano, um volume de água que corresponde a seis sistemas Cantareira. As comparações foram apresentadas, nesta quarta-feira (8), pelo presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. O instituto é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. “A situação do saneamento no Brasil não condiz com um país que é a sétima economia do mundo”, disse aos senadores. Édison Carlos acrescentou que o desperdício anual de água equivale a R$ 8 bilhões que deixam de retornar ao saneamento básico. Ele ressaltou que, se esses prejuízos financeiros e naturais fossem evitados, seria possível reduzir os impostos cobrados ao setor de saneamento. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participou da audiência pública e disse que independentemente dos desperdícios e da crise hídrica “as empresas de saneamento viraram arrecadadoras de impostos”. A seu ver, as campanhas de prevenção têm mostrado resultado no combate às perdas. Segundo Alckmin, em São Paulo, as campanhas foram responsáveis pela diminuição de gastos de água em 83% das unidades consumidoras (residências, empresas, indústrias, por exemplo). Para estimular a economia de água, o governo do Estado adotou a estratégia de dar bônus a quem passou a usá-la de forma racional e cobrar mais caro das unidades que mantiveram os gastos, afirmou o governador. (Fonte: Agência Brasil)

Epidemia de ebola ainda não acabou, alerta OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que, apesar dos avanços obtidos nos últimos meses, a epidemia de ebola ainda não acabou. Segundo a entidade, novos casos da doença continuam sendo identificados, com destaque para registros recentes na Libéria. Pelo último balanço, mais 20 foram confirmados na última semana de junho. A atual incidência do ebola varia de 20 a 27 novos casos por semana. “No último ano, fizemos progresso ao estabelecer sistemas e ferramentas que nos permitem responder de forma rápida e efetiva. Graças à diligência e dedicação de milhares de cientistas, pesquisadores, voluntários e fabricantes, estamos numa situação melhor do que a que enfrentamos um ano atrás”, afirmou a organização. A OMS destacou que a epidemia de ebola permanece em curso e que melhorias nos métodos de trabalho estão sendo incorporadas à medida em que são desenvolvidas. “Mas precisaremos ainda de muitos outros meses de trabalho árduo para alcançarmos o fim da epidemia e para impedir que a doença se espalhe por outros países.” De acordo com a entidade, já existem quatro kits de diagnóstico rápido para o ebola, capazes de detectar a doença em poucas horas, além de 23 laboratórios habilitados para a testagem do vírus. A organização acredita que, em alguns meses, uma vacina segura contra o ebola estará disponível. Ao todo, 1,1 mil técnicos especialistas da Organização Mundial da Saúde trabalham atualmente nos três países mais atingidos pela doença: Serra Leoa, Libéria e Guiné. A epidemia foi formalmente reconhecida pela OMS em março do ano passado. Ao todo, 27.443 casos foram registrados até junho deste ano, além de 11.220 mortes provocadas pela doença. (Fonte: Agência Brasil)

Dois mil cientistas em Paris discutem soluções para mudança climática

Cientistas de uma centena de países estarão em Paris a partir desta terça-feira (7) para discutir formas de combater as mudanças climáticas, no âmbito de uma conferência intitulada “Nosso futuro comum sob as alterações climáticas”. A cinco meses da conferência de Paris onde se reunirão representantes dos 195 estados envolvidos na busca de um acordo global da ONU para limitar o aquecimento global Unidos, mais de 2.000 especialistas se reunirão esta semana para uma atualização sobre a situação da pesquisa climática. Ao todo, cerca de 160 sessões e painéis serão organizados na Unesco e no campus da universidade de Jussieu. O evento será inaugurado na terça-feira por dois franceses climatologistas membros do IPCC, grupo de peritos da ONU sobre o clima, Herve Le Treut e Jean Jouzel, entre outros organizadores desta conferência. Também falarão as ministras francesas da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, e Ecologia, Ségolène Royal, assim como a vice-diretora-geral da Unesco, Flavia Schlegel, e o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud. As discussões serão encerradas na sexta-feira à tarde pelo diretor interino do IPCC, o sudanês Ismail El Gizuli, os dois presidentes das negociações climáticas da ONU, o americano Daniel Reifsnyder e o argelino Ahmed Djoghlaf, e também com a participação do ministro francês das Relações Exteriores, Luarent Fabius, que será o presidente da COP em Paris. A comunidade internacional estabeleceu como objetivo limitar em 2°C o aumento do termômetro do aquecimento global, cujo fracasso implicaria impactos graves e irreversíveis segundo os pesquisadores. (Fonte: UOL)

Qual a melhor maneira de emagrecer

O problema de começar uma dieta é que ela vai ser uma solução temporária para perder peso. Se você não quiser ganhar o dobro de quilos em seguida, uma mudança de estilo de vida permanente será muito mais eficaz. E, de acordo com um novo estudo, a melhor mudança que você pode fazer para perder peso é se tornar um vegano. No entanto, este modo de vida não é para todos, afinal, exige alterações drásticas na dieta. A análise O pesquisador Ru-Yi Huang, do E-Da Hospital em Taiwan, analisou os resultados de 12 estudos sobre dietas, envolvendo 1.151 participantes ao longo de 9 a 74 semanas. Esse foi o primeiro estudo que combinou os resultados de vários projetos independentes e pesou os resultados de dietas vegetarianas e veganas contra outros planos alimentares. Huang descobriu que os participantes que passaram sem carne foram os melhores em se livrar dos quilinhos extras. Os vegetarianos perderam mais peso em comparação com os carnívoros (cerca de 2kg), e os veganos perderam ainda mais (cerca de 2,5kg). Vegetarianos que consumiam laticínios e ovos perderam cerca de 1,48 kg a mais do que aqueles em uma dieta não vegetariana. Só benefícios? As pessoas que seguem dietas vegetarianas têm uma menor ingestão de calorias do que o normal e perdem mais quilos sem quaisquer limitações em seus hábitos alimentares (visto que tudo que eles comem é saudável, praticamente). Huang observa que os grãos integrais, frutas e legumes criam uma espécie de ciclo harmonioso no corpo que permite a digestão mais lenta, além de levarem a menores valores de índice glicêmico, o que por sua vez evita os picos nos níveis de açúcar no sangue. As frutas e grãos integrais são ricos em fibras, além de muitas plantas conterem antioxidantes, minerais e outros produtos químicos naturais que protegem a saúde. As fibras ajudam a retardar a velocidade com que a comida deixa o estômago e garante a boa digestão. Também permite que nutrientes suficientes sejam absorvidos enquanto o alimento se move através dos intestinos. Várias pesquisas têm relatado que o consumo de fibras ajuda na perda de peso. O resultado da análise levou Huang a concluir que “as dietas vegetarianas são mais eficazes do que as dietas não vegetarianas para perda de peso”. [BigThink, EurekaAlert]

SUS oferece transplante de medula óssea para anemia falciforme

Considerado o único tratamento capaz de curar a anemia falciforme, o transplante de medula óssea acaba de ser incluído no rol de procedimentos coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A técnica, cujo nome científico é transplante de células-tronco hematopoéticas alogênico, consiste em destruir com o uso de drogas quimioterápicas a medula óssea do paciente, que produz células sanguíneas defeituosas. Em seguida, são infundidas células-tronco da medula de um doador compatível para que seja criada uma nova fábrica de células sanguíneas sadias. Parte das evidências científicas que contribuíram para a inclusão do tratamento na rede pública foi produzida em trabalhos realizados no âmbito do Centro de Terapia Celular (CTC), sediado na Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto. O CTC já realizou 27 dos 40 transplantes em portadores de anemia falciforme ocorridos no Brasil. "Essa experiência local foi muito importante para ajudar a mudar opiniões contrárias à inclusão do procedimento no SUS dentro do Ministério da Saúde. Havia apenas evidências sobre a segurança e a eficácia do método vindas da Europa ou dos Estados Unidos e nós mostramos que em nossos pacientes conseguíamos alcançar os mesmos índices de cura e sobrevida. Mostramos que muitos desses pacientes, que antes viviam sendo hospitalizados, passaram a levar uma vida normal e produtiva. Essa experiência local foi fundamental", afirmou a pesquisadora Belinda Simões. Segundo a pesquisadora, já foram transplantados cerca 600 pacientes falciformes na Europa e outros 600 nos Estados Unidos. Em ambos os casos o índice de cura é de 90%, quando o doador é um irmão compatível. A mortalidade está em torno de 5%. Os transplantes com doadores não aparentados ainda são considerados experimentais. Anemia falciforme A anemia falciforme é a doença hereditária mais prevalente no Brasil e estima-se que existam entre 25 mil e 50 mil afetados. Mais comum em populações afrodescendentes, é causada por uma alteração genética na hemoglobina, proteína que dá a coloração avermelhada ao sangue e ajuda no transporte do oxigênio pelo sistema circulatório. Essa alteração faz com que as hemácias - glóbulos vermelhos do sangue - assumam a forma de foice ou meia-lua depois que o oxigênio é liberado. As células deformadas se tornam rígidas e propensas a se polimerizar, ou seja, a formar grupos que aderem ao endotélio e dificultam a circulação sanguínea. Além de inflamação constante, esse processo vaso-oclusivo pode causar necrose em vários tecidos e crises de dor intensa. É comum o aparecimento de úlceras nas pernas, descolamento de retina, priapismo (ereções prolongadas e dolorosas), acidente vascular cerebral, infartos, insuficiência renal e pulmonar. A doença também compromete os ossos, as articulações e tende a se agravar com o passar dos anos, reduzindo em cerca de 25 a 30 anos a expectativa de vida. O paciente precisa de acompanhamento médico durante toda a vida e pode ser submetido a transfusões de sangue com frequência. Os tratamentos até então disponíveis no Brasil visavam somente a amenizar os sintomas. O transplante de células-tronco hematopoiéticas é o único método curativo, mas nem todos os portadores atendidos no SUS são elegíveis. Agência Fapesp

Maioria quer proibição do álcool em pó

O álcool em pó foi legalizado nos Estados Unidos no início deste ano, mas as contestações já começaram e alguns estados começam a proibir a venda do produto. Pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA) conduziram então uma pesquisa nacional para verificar como os adultos veem a questão, uma vez que a expectativa é que a droga lícita atinja sobretudo a população mais jovem. "Os fabricantes do produto alegam que o álcool em pó dará mais comodidade para as pessoas que gostam de estar ao ar livre e querem carregar menos peso ao viajar," relata o médico Matthew Davis, coordenador da pesquisa. Reação ao álcool em pó
Os resultados mostram que 60% dos adultos ouvidos são a favor da proibição total do álcool em pó, enquanto uma parcela ainda maior, 84%, quer a proibição das vendas on-line do produto. Além disso, 85% dos adultos concordam que o marketing para o álcool em pó deve ser restrito nas redes sociais, que alcançam mais os jovens. "Sabendo que vários estados estão considerando uma legislação sobre o álcool em pó, nossa pesquisa avaliou a opinião do público sobre este novo produto. A maioria dos adultos concorda que o álcool em pó pode significar problemas para os jovens," resumiu Davis. Contudo, apenas um terço dos adultos ouvidos na pesquisa já havia ouvido falar sobre o álcool em pó, o que exigiu que todos os participantes recebessem informações - prós e contras - sobre o produto antes de responderem as perguntas. Redação do Diário da Saúde

Altas temperaturas provocam incêndios, tempestades e mortes

A OMM prevê que as temperaturas anormais e o clima seco continuarão. O fato de acontecer tão cedo no início da estação e de maneira tão ampla gera comparações com os verões de 2003 e 2010, em que dezenas de milhares de pessoas morreram. Por Redação da ONU Brasil – Muitas regiões da Europa têm sido afetadas desde 27 de junho por uma onda de calor severa e incomum para a temporada, anunciou a Organização Meteorológica Mundial da ONU (OMM), nesta segunda-feira (06). Além do continente europeu, as temperaturas recordes já provocaram incêndios florestais na América do Norte, tempestades torrenciais e inundações no sul da China e mortes no Paquistão. “A onda de calor ainda continua e é prematuro dizer se isso pode ser atribuído às mudanças climáticas ou se é uma ocorrência natural da variabilidade climática”, afirmou Omar Baddour, que coordena o Programa de Dados e Monitoramento Climático do Mundo. Porém, os cenários da mudança climática projetam ondas de calor ainda mais intensas, mais frequentes e mais longas. “É notório que o tempo entre as principais ondas de calor – 2003, 2010 e 2015 – é cada vez mais curto”, disse. A OMM prevê que as temperaturas anormais e o clima seco continuarão. O fato de acontecer tão cedo no início da estação e de maneira tão ampla, gera comparações com os verões de 2003 e 2010, em que dezenas de milhares de pessoas morreram. Apenas no Paquistão, a onda de calor deste ano já provocou a morte de mais de 1.200 pessoas. (ONU Brasil/ #Envolverde)

Relatório propõe medidas para reduzir até 96% das emissões em 2030

Um conjunto de dez recomendações visando acelerar a transição para uma economia de baixo carbono nos próximos 15 anos é o que propõe o Relatório 2015 Nova Economia do Clima, divulgado pela Comissão Mundial sobre Economia e Clima. O documento “Aproveitando a Oportunidade Global: Parcerias para Crescer Melhor e um Clima Melhor” sugere que as propostas representam oportunidades para promover uma ação climática mais robusta, produzindo simultaneamente benefícios econômicos significantes, capazes de permitir uma ambição maior nas metas dos países que estão sendo anunciadas para a Conferência do Clima de dezembro em Paris. Adotadas em conjunto, diz o estudo, as recomendações têm a condição de alcançar ao menos 56% — e potencialmente até 96% — de redução das emissões necessária em 2030 para manter o aquecimento global abaixo dos 2°C. A Comissão Mundial foi criada em 2013 com o objetivo de fornecer aos governos, empresas e à sociedade informações capazes de ajudar a conduzir a economia na direção da prosperidade ao mesmo tempo que enfrentam a mudança climática. “Existem muitas maneiras de colocar as estruturas de incentivos no lugar certo” – comentou o economista Nicholas Stern, presidente da Academia Britânica e copresidente da Comissão, numa entrevista coletiva que antecedeu ao lançamento do relatório. Ele defendeu penalizações econômicas para emissores de gases de efeito-estufa em todos os níveis da sociedade, pois é preciso mostrar que todas as atividades podem ter consequências para a mudança climática. Disse ainda que é necessário acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, transferindo recursos para tecnologias que não produzem emissões de gases-estufa. “Você começa a ter um mercado de carbono quando todos esses incentivos estão disponíveis” – acrescentou, informando que o documento descreve como se pode implementar esses mecanismos em todos os níveis da sociedade. O ex-presidente do México Felipe Calderón, copresidente da Comissão, disse que os países da América Latina devem adotar mecanismos mencionadas no relatório para reduzir o desmatamento – principal causa das emissões regionais. Chamou atenção, ainda, para o fato de que “nos países em desenvolvimento é preciso superar a mentalidade de ficar culpando uns aos outros”, porque sem esforços de todos não será possível manter o aumento da temperatura média global abaixo dos 2°C. “E não estamos falando apenas dos benefícios climáticos, mas também das oportunidades econômicas para os países da região, que podem contribuir muito para melhorar da qualidade de vida dos nossos povos.” Em linhas gerais, as dez recomendações do Relatório (íntegra aqui) são: 1. Acelerar a descarbonização das grandes cidades; 2. Restaurar e proteger paisagens agrícolas e florestais, e aumentar a produtividade agrícola; 3. Investir ao menos US$ 1 trilhão ao ano em energia limpa; 4. Elevar os padrões da eficiência energética ao melhor nível possível; 5. Implementar efetivamente a precificação do mercado de carbono, e acabar com subsídios aos combustíveis fósseis; 6. Integrar os riscos climáticos no desenvolvimento de políticas e planos para uma nova infraestrutura; 7. Estimular a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono; 8. Aumentar a participação de investidores e negócios nas atividades de baixo carbono; 9. Ter maior ambição para reduzir a aviação internacional e as emissões marítimas; 10. Reduzir gradualmente o uso de HFCs (gases-estufa usados em refrigeração, entre outros fins). (#Envolverde)

Porto Alegre/RS tem três vezes mais casos de dengue do que em 2014

Porto Alegre tem 69 casos de dengue confirmados em 2015 até a primeira semana do mês de julho. O número é três vezes maior que o contabilizado em todo o ano de 2014, quando foram registradas 23 ocorrências da doença na capital. No total, são 52 ocorrências importadas da doença, ou seja, de pessoas infectadas fora do município, e 17 casos autóctones, contraídos na cidade. A doença é mais comum no verão, que é quando o desenvolvimento do mosquito é mais rápido, assim como a transmissão. No entanto, a Secretaria Municipal da Saúde recomenda que os cuidados no inverno sejam mantidos. A previsão dos meteorologistas é que a estação seja chuvosa e com temperatura um pouco mais elevada do que o normal para a época do ano, características que facilitam o desenvolvimento dos ovos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O Rio Grande do Sul tem mais de 1,1 mil casos de dengue confirmados em 2015. A maioria dos pacientes, cerca de 85%, foi infectada no estado. Duas pessoas foram vítimas da doença. A primeira morte ocorreu em março deste ano no município de Santo Ângelo. O segundo foi no mês seguintes, em Panambi. Ambas as cidades ficam na Região Noroeste do estado. (Fonte: G1)

Mudança climática reúne Brasil e 8 países

Gestores, especialistas e agentes financeiros do Brasil e de outros oito países discutiram, na última semana, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, os Planos Nacionais de Adaptação feitos ou em fase de elaboração em seus respectivos territórios. O encontro teve como objetivo a troca de experiências e políticas públicas propostas por cada um dos governos. Entre os destaques, temas como recursos hídricos e segurança alimentar. Essa foi a segunda reunião do Comitê da Rede Global para Planos Nacionais de Adaptação, criado, no fim do ano passado, na 20ª Conferência das Partes (COP 20) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), em Lima, capital peruana. Além do Brasil, o comitê é composto por especialistas da Alemanha, Malawi, Jamaica, Filipinas, África do Sul, Togo, Reino Unido e Estados Unidos. Três áreas - As discussões se concentraram em três diferentes áreas: planejamento de infraestrutura e transporte, segurança alimentar, incluindo agricultura e atividade pesqueira, e um terceiro eixo que inclui energia, turismo e água. As equipes dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e das Cidades e a Agência Nacional de Águas (ANA) representaram o governo federal na reunião. Além disso, o encontro contou com a participação da Cooperação Técnica Alemã (GIZ), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Agência Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAid). No Brasil, o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças do Clima está em fase de elaboração, sob a coordenação do MMA. O documento deverá ser colocado em consulta pública em breve e deverá prever ações capazes de frear os prejuízos causados pelas mudanças climáticas. A expectativa é que as contribuições enviadas pela sociedade sejam analisadas para posterior publicação. Ações de adaptação se referem a iniciativas e medidas capazes de reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima. Ou seja, é uma forma de resposta para lidar com possíveis impactos e explorar eventuais oportunidades. A elaboração de uma estratégia de adaptação envolve, entre outras coisas, a identificação da exposição a esses impactos com base em projeções e cenários climáticos. Saiba mais – Apesar de considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sido intensificado nas últimas décadas e, com isso, gerado mudanças climáticas. Essas alterações resultam do aumento descontrolado das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias é consequência de diversas atividades humanas, entre elas o transporte urbano, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia. (Fonte: MMA)

Não comeu tudo? Saiba o impacto de jogar comida fora

Todos nós passamos por isso. Vemos aquele monte de opções ou aquele nosso prato preferido e acabamos pegando mais do que realmente conseguimos comer. Mas aquela meia porção que sobrou no seu prato e vai para o lixo não é um problema tão grande assim, certo? Errado. Nossos pais e mães que insistiam para que comêssemos tudo porque existe gente passando fome no mundo estavam mais certos do que eles mesmos podem imaginar. Todos os anos, de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), desperdiçamos quantidades de alimentos que valem aproximadamente US$ 750 bilhões (mais de R$ 2,3 trilhões, no câmbio atual). Isso mesmo, enquanto estimativas apontam que 870 milhões de pessoas estão passando fome, o resto do mundo está jogando fora cerca de um terço de todos os alimentos que são produzidos. Apenas nos Estados Unidos, de 30 a 40% do fornecimento de alimentos pós-colheita acaba no lixo. O Brasil também está na lista dos dez países que mais desperdiçam comida, com cerca de 30% da produção praticamente jogados fora na fase pós-colheita. E pode ir tirando seu cavalinho da chuva se você acha que tudo isso é culpa das crianças que não querem terminar seu jantar. Nesta conta está o alimento que é jogado fora em casa, assim como resíduos de unidades de produção, lixo de restaurantes e comida jogada fora por mercearias. Números surpreendentes Todos os anos, cerca de 1,4 bilhões de hectares de terra são usados para produzir alimentos que serão desperdiçados. Como um número tão grande tende a ser difícil de visualizar, isso é mais do que 25% de toda a terra agrícola do mundo. É também o equivalente a 200 Irlandas. Esse desperdício de solo é um problema ainda maior quando você analisa quanta terra é desmatada para campos agrícolas, quantas espécies são invadidas e quantas plantas e animais estão ameaçados de extinção devido à perda de habitat. E isso é só terra – a água que é usada para produzir comida desperdiçada é três vezes o volume do Lago Léman, ou três vezes o que flui pelo rio Volga, os maiores da Europa. Em outras palavras, cerca de 35% do nosso consumo de água doce é jogado no lixo. Outros 30% desperdiçados são os fertilizantes aplicados aos terrenos agrícolas, o que também tem um impacto significativo sobre o meio ambiente. Outra coisa que impacta a natureza são os gases de efeito estufa que são produzidos por esses alimentos jogados fora: aproximadamente 3,3 bilhões de toneladas destes gases vão direto para nossa atmosfera já sobrecarregada. Um problema de todos Nós tendemos a implicar com os Estados Unidos, mas pesquisadores do Programa Ambiental das Nações Unidas e da FAO descobriram que eles definitivamente não são os únicos culpados. As taxas de resíduos alimentares também são incrivelmente altas na Ásia, especialmente quando se trata de cereais e grãos. Não surpreendentemente, áreas (e famílias) de alta renda são os que mais desperdiçam. Aqui na América Latina, somos extraordinariamente ruins quando se trata de resíduos de carne. Os estudos da ONU descobriram onde a maior parte do desperdício de alimentos estava acontecendo e os principais culpados incluem o que é jogado fora no processo de preparação entre a colheita e o supermercado. Quando se trata do que jogamos fora em nossas casas, a média é de cerca de 9,2% do orçamento anual de alimentos de cada residência. oluções propostas incluem educação, opções para diferentes tipos de embalagens em recipientes reutilizáveis ​​e porções menores. Mas a maior delas é uma mudança de atitude. Segundo pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, de Baltimore, nos Estados Unidos, grande parte do problema vem de um padrão regular observado nas pessoas: muitas responderam que jogam comida fora simplesmente querem alimentos mais frescos. Jogar fora comida que não está podre, mas não está “aceitavelmente fresca” é parte de um enorme problema que está paralisando o fornecimento e os recursos alimentares do mundo. E aí, você “raspou o prato”? [PLOS One, Knowledge Nuts, UNEP, Jornal do Brasil, UOL]

Como um organismo unicelular pode ter evoluído uma estrutura semelhante ao olho humano?

De acordo com uma pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), um plâncton marinho unicelular evoluiu uma versão em miniatura de um olho multicelular, possivelmente para ajudá-lo a ver melhor suas presas. O chamado “oceloide” parece muito com um olho complexo, a ponto de ter sido originalmente confundido com o olho de um animal que tinha comido o plâncton. “É uma estrutura incrivelmente complexa para ter sido evoluída em um organismo unicelular”, disse Greg Gavelis, doutorando de zoologia na Universidade da Colúmbia Britânica. “Ele contém uma coleção de organelas subcelulares que se parecem muito com as lentes, córnea, íris e retina dos olhos multicelulares encontrados em humanos e outros animais de grande porte”. Propósito do olho Os cientistas ainda não sabem exatamente como esse plâncton marinho, chamado em inglês de “warnowiids”, usa esse “olho”. Como o predador possui estruturas do tipo arpão usadas para caçar células, geralmente transparentes, que ficam presas no plâncton, os pesquisadores especulam que o olho ajuda os warnowiids a detectar mudanças na luz que passa através de suas presas transparentes. O olho poderia, então, enviar mensagens químicas para outras partes da célula, mostrando-lhes em que direção caçar. Evolução convergente Os pesquisadores, incluindo o zoólogo Brian Leander, principal autor do estudo, o microbiologista Patrick Keeling e o virologista Curtis Suttle, coletaram amostras de warnowiids ao largo das costas da Colúmbia Britânica e do Japão. A equipe analisou o oceloide usando microscopia de alta tecnologia, o que permitiu a reconstrução de estruturas tridimensionais a nível subcelular. O trabalho lança nova luz sobre como organismos muito diferentes podem evoluir características semelhantes em resposta a seus ambientes, um processo conhecido como evolução convergente. “Quando vemos uma complexidade estrutural similar em organismos com níveis fundamentalmente diferentes de organização e em linhagens que são parentes muito distantes, então você obtém uma compreensão mais profunda da convergência”, explica Leander. [Phys]

Sabe onde estão cultivando morangos? No fundo do MAR

Ao largo da costa de Noli, na Itália, cerca de seis metros abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo, há cinco biosferas bulbosas cheias de plantas, luz e ar quente e úmido. Essas estufas subaquáticas compõem o Jardim de Nemo, um projeto agrícola experimental em seu quarto ano, operado por uma empresa especializada em equipamentos de mergulho, a Ocean Reef Group. Local propício As biosferas tiram proveito das propriedades naturais do mar para cultivar plantas. As temperaturas subaquáticas são constantes, e a forma das estufas permite que a água evapore invariavelmente. Além disso, as grandes quantidades de dióxido de carbono atuam como esteroides para as plantas, permitindo que elas cresçam a taxas muito rápidas. Uma série de plantas, como manjericão, alface, morangos e feijão, está sendo cultivada nos cinco balões. O Ocean Reef Group tem a patente das estruturas e planeja construir mais para experimentar com outras culturas, como cogumelos, que devem prosperar no ambiente úmido. Experiência original Sergio Gamberini, presidente da Ocean Reef Group, teve a ideia “maluca” de cultivar plantas sob o mar durante suas férias de verão na Itália. Ele imediatamente começou a experimentar, afundando as biosferas transparentes no oceano e enchendo-as de ar. Um vídeo lançado no início deste ano mostra membros da equipe de Gamberini dentro dos habitats subaquáticos cuidando das culturas: Sensores dentro das biosferas fornecem dados em tempo real sobre a umidade, níveis de pH, temperatura do ar e níveis de dióxido de carbono nas estruturas. Espera-se que o sucesso da empresa até agora lance as bases para uma nova forma de produção agrícola que não prejudica o ambiente. Mesmo se falhar, o projeto de Gamberini provavelmente irá fornecer dados úteis incríveis sobre culturas em um ambiente agrícola duro, estéril ou não convencional, seja o fundo do oceano ou outro planeta, por exemplo. [io9

Biomimética – a inovação inspirada na natureza

Conceito e etimologia A etimologia do termo biomimética está relacionada diretamente com a conjugação dos termos gregos bios: vida; e mimesis: imitação, denominando um novo corpo de conhecimentos que encontra em alguma característica dos seres vivos seu modelo, seu mentor e/ou uma fonte de inspiração. É evidente que boa parte de nossa tecnologia seria no fundo biomimética, haja vista que não é muito difícil encontrarmos seu similar na natureza, como por exemplo, a criação do avião que se inspirou na habilidade dos pássaros ou a do submarino que tem sua fagulha criadora na realidade da vida subaquática. Importância Pesquisadores da envergadura de Stephen Wainwright afirmam que a biomimética em breve ultrapassará a biologia molecular e a substituirá “como a mais desafiadora e importante ciência biológica do Século XXI” Na opinião do professor Mehmet Sarikaya: “Estamos no limiar de uma revolução de materiais equivalente à que houve na Idade do Ferro e na Revolução Industrial e a biomimética será o mais importante agente que modificará profundamente a forma de como nos relacionamos com a natureza e com nós mesmos. Algumas de suas aplicações Velcro Desenvolvido pelo engenheiro George de Mestral a partir da observação de que sementes de algumas gramíneas são dotadas de espinhos e ganchos que as habilitam de se prender nos pelos dos animais. Superfícies de baixo atrito São desenvolvidas aplicações inovadoras, como trajes de natação e mergulho mais hidrodinâmicos, inspirados na pele dos tubarões ou mesmo carenagens mais aerodinâmicas para os mais variados veículos, de trens a aviões, valendo-se do estudo da biomecânica do voo dos pássaros. Telas “asa-de-borboleta” Novas superfícies de visualização de baixíssimo consumo de energia, fundamentada nas propriedades reflexivas das asas de algumas espécies de borboletas. Turbina “WhalePower” O design das pás de turbinas eólicas inspirado na geometria das barbatanas da baleia jubarte produzem 32% menos atrito e 8% menos arrasto que as lâminas convencionais. Carro biônico Desenvolvido pela Mercedes-Benz a partir da geometria hidrodinâmica do peixe cofre, o “Bionic car” atinge um coeficiente aerodinâmico de 0,19 e consome até 20% menos combustível que um veículo convencional de potência equivalente. Efeito lótus Fundamentado no design e textura das folhas do lótus que repele a água e a poeira, diversas dessas soluções estão sendo desenvolvidas pela indústria para sua aplicação em tecidos, carenagens metálicas, para-brisas de aviões e faróis de automóveis. Abrangência A célebre pesquisadora norte americana em Ciências da Natureza Janine Benyus conceitua a biomimética exatamente por esses três vieses: A natureza como modelo A natureza como mentora A natureza como medida No primeiro caso, tendo a natureza como modelo, está se tornando possível, no design o desenvolvimento de aplicações inovadoras, como os já citados trajes de natação e mergulho e as carenagens mais aerodinâmicas. Muitos especialistas garantem que, nessa área, a investigação está apenas começando. Em sua segunda dimensão, tomando-se a natureza como mentora, a tecnologia inovadora deve contemplar inevitavelmente a sustentabilidade e a usabilidade. Muito mais do que simplesmente extrair da natureza a matéria-prima até o seu esgotamento, há que se aprender com a natureza a importância de seus ciclos e metodologia na construção de uma verdadeira política de consciência ambiental, imprescindível para sustentar a vida em sua diversidade e em seu delicado equilíbrio. Esse aprendizado, notadamente, aponta para a terceira dimensão da biomimética, que é a de tomar a natureza como medida. Ora, nesses 3,8 bilhões de anos de evolução os processos naturais testaram, por tentativa e erro, o que funciona e o que não funciona na preservação de uma espécie e de seu habitat. E é nesse viés, de fato, que se reafirma: — Quem não aprende a lição com a história, identificando seus erros, está fadado a repeti-los. Na esteira de suas mais recentes conclusões ecológicas — que inevitavelmente passa pela avaliação de que a extinção em massa é uma realidade — seria oportuno do ponto de vista da biomimética, nessa altura, antever o que funcionará e o que não funcionará amanhã para garantir, por exemplo, a nossa sobrevivência enquanto espécie. Artigo de Mustafá Ali Kanso [Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso publicado semanalmente aqui no Hypescience. Comente também no FACEBOOK – Mustafá Ibn Ali Kanso ]

sábado, 4 de julho de 2015

Sustentabilidade em creche começa na construção

Escola infantil catarinense foi projetada para economizar água e luz e proporcionar educação voltada para a preservação do ambiente – A mais nova creche de Florianópolis trouxe uma alegria extra para a comunidade do bairro Costeira do Pirajubaé, que lutava por um novo prédio desde 2006. Tornou-se também motivo de orgulho para os moradores de toda a cidade. Localizada próxima ao mar, no Centro-Sul da ilha, a creche Hassis foi projetada e construída seguindo os preceitos da sustentabilidade e busca certificação internacional para ser considerada a primeira creche sustentável do país. O espaço, inaugurado em abril deste ano, já começou a tornar a realidade de 200 crianças de zero a cinco anos, de seus pais e dos funcionários mais ligada à preservação do ambiente. A creche seguiu, desde o projeto, os conceitos da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida em vários países pela entidade norte-americana U.S. Green Building Council (USGBC). O projeto foi registrado na organização em fevereiro de 2014 e aguarda uma resposta sobre a certificação, que deve sair nos próximos meses após a análise das informações documentadas antes, durante e após a obra. A creche foi construída em um terreno de cerca de 12 mil metros quadrados, doado pela União. Tem dez salas de aula, uma sala multiuso, parque, quadra, bosque, horta, cozinha, refeitório e estacionamento. Durante a obra, a empreiteira responsável teve de adotar procedimentos sustentáveis, como armazenar a água da construção e da chuva para reuso e para evitar enchentes e contaminações do terreno, limpar os caminhões para que não sujassem as ruas, manter o ambiente livre do fumo e outras ações. Entre os materiais usados estão tintas, adesivos, selantes, revestimentos, pisos, rejuntes e placas de forro acústico com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, substâncias químicas tóxicas conhecidas pelas siglas COV ou VOC. A madeira usada é certificada. O edifício tem ventilação cruzada, para permitir que os ambientes fiquem mais arejados e necessitem menos do uso de ar-condicionado. Há várias aberturas no alto das paredes para permitir a iluminação natural. Um sistema inteligente desliga as luminárias quando não há ocupantes no espaço e diminui ou aumenta a intensidade da luz das lâmpadas de acordo com a necessidade do horário. Placas solares aquecem o chuveiro e geram energia elétrica para o prédio. Com isso, a economia estimada na conta de luz é de cerca de 50% em relação ao um edifício comum. O uso eficiente da água é feito com o reuso da água da chuva em descargas e no jardim e com torneiras e chuveiros com controle de vazão, além de torneiras com fechamento automático. Isso deve contribuir para a diminuição de 80% no consumo de água potável. A maior parte do telhado é pintada de branco para refletir menos a luz do sol e diminuir a temperatura interna. Outra parte, sobre uma sala e o pórtico de entrada, tem cobertura de vegetação. Na área externa, foi criado um bosque com árvores nativas e frutíferas, como a pitanga, além de uma horta em formato de mandala. O estacionamento, que está sendo finalizado, tem piso drenante, para facilitar a entrada da água. O piso do estacionamento é feito com uma mistura de concreto com cascas de ostras trituradas, restos da cultura do fruto do mar feita em Florianópolis e que seria jogada no lixo. Há vagas especiais para quem pratica a carona solidária e para veículos que têm baixa emissão de poluentes. O bicicletário é coberto. Nas salas de aula, os móveis foram projetados de acordo com as necessidades das professoras e das crianças. Há cabanas para brincadeiras, mesas circulares, quadradas e retangulares, cadeiras baixas, estantes para livros, brinquedos e circuitos com escada e escorregador. Um dos brinquedos, em forma de pirâmide, tem espelhos por dentro, que funcionam como um caleidoscópio para as crianças. Vidro entre os banheiros e as salas permitem que os educadores acompanhem o que acontece na sala enquanto ajudam uma criança a ir ao banheiro. Vidro na parte de baixo das portas também permite que as crianças expiem o que acontece lá fora. Uma sala multiuso, que está em fase de finalização, poderá ser usada como ateliê de arte, sala de leitura e teatro. Nesta sala, os móveis são de acrílico, para facilitar a visão do que está dentro das gavetas e dos armários. Algumas mesas são espelhadas, para refletir objetos. Um pátio coberto já é usado para atividades como canto, coral e teatro. Uma varanda ao lado do refeitório permite que as crianças comam na área externa, quando a temperatura está agradável. Ao lado da sala das crianças mais novas, há uma sala de amamentação. “Nos primeiros dias, as famílias entravam com muita alegria. Sinto isso até hoje, porque o espaço é acolhedor dos direitos da infância. A arquitetura é muito bonita e acolhe tudo que viemos lutando para conseguir, que era um espaço pensado para a educação infantil. Tomara que sejam construídos mais espaços como este”, diz a diretora da creche, Claudia Maidana, que é professora de educação infantil em Florianópolis há 17 anos, atua no bairro da Costeira do Pirajubaé desde 2006 e foi eleita para o cargo de diretora. A decisão para começar a usar o espaço em abril, mesmo sem que estivesse totalmente finalizado, foi tomada junto com a comunidade, segundo Claudia, com a constatação de que a creche estava 100% segura para as crianças. Alguns itens, como o pórtico de entrada, portões, a parte eletrônica, a sala multiuso e o estacionamento só devem ficar prontos em julho. Conquistar um espaço tão rico como a creche Hassis não foi fácil para a comunidade atendida, que inclui os moradores do bairro Costeira de Pirajubaé e de bairros próximos, como Rio Tavares, Campeche e Carianos. A luta por um prédio que pudesse atender as crianças em tempo integral começou em 2006, quando a creche local só aceitava crianças em meio período. Desta época até 2013, quando a obra começou, houve idas e vindas, perda de outro terreno doado pelo governo federal para uma praça, muita burocracia e dificuldades para conseguir uma empreiteira disposta a se responsabilizar pela obra. A ideia inicial da secretaria de Educação da cidade era construir um prédio capaz de economizar energia elétrica e água, uma preocupação já existente em outras creches e escolas, que procuravam fazer essas melhorias. Durante discussões para o desenvolvimento do projeto, de autoria da arquiteta da prefeitura Rachel Braga, os participantes, que incluíam a secretaria de Educação, engenheiros, representantes da comunidade e funcionários da antiga creche do bairro, chegaram à conclusão de que deveriam buscar construir um espaço inteiramente pautado pela sustentabilidade, do início ao fim. O financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo federal ajudou a tirar a ideia do papel. O custo total da obra deve chegar a cerca de R$ 4,7 milhões, segundo a prefeitura. Deste total, R$ 4,4 milhões vieram do BID e do governo federal. O banco investiu R$ 1,9 milhão e o Ministério da Educação, R$ 2,5 milhões, sendo R$ 1,8 milhões do FNDE e R$ 695 mil do salário-educação. Pipa e carrinho Desde que chegaram ao espaço, as crianças já começaram a entrar em contato com suas várias possibilidades. Plantaram mudas de temperos, verduras, girassóis e tomatinhos na horta. Andam de bicicleta, de patins e de motoca, brincam de carrinho e empinam pipa na área externa. Mesmo sem entenderem exatamente como funcionam, veem as placas solares no telhado e podem acessar o espaço do teto verde, onde têm uma visão maravilhosa do mar e do bairro. No dia a dia, as crianças têm contato com o tema da sustentabilidade em projetos de literatura infantil relacionados ao meio ambiente. Fazem atividades com materiais recicláveis e com elementos da natureza. As professoras procuram usar menos papel branco e colorido e mais papel reciclado. Trabalham nas aulas a história do artista Hassis, homenageado no nome da creche. Nascido em Curitiba em 1926, ele viveu em Florianópolis desde os dois anos de idade, onde se dedicou a resgatar temas da cultura da ilha catarinense, incluindo o universo infantil e as brincadeiras da infância na ilha, como cabra cega, bolinha de gude e boi de mamão. Morto em 2001, ele usava materiais como papelão e elementos da natureza em suas obras. “Não existe mais como não falar sobre a sustentabilidade. Temos que incorporar uma nova maneira de interagir com o planeta desde a primeira infância, nos enxergando como parte da natureza”, diz Claudia. Além de alunos, professores, funcionários e pais, a creche recebe visitantes desde a inauguração. São estudantes, profissionais da área de arquitetura e construção e até uma representante da Organização das Nações Unidas (ONU). “Espero que este projeto inspire outros órgãos públicos e secretarias de Educação a adotar estes princípios. Encarece um pouco a execução da obra, mas os efeitos futuros são bons, inclusive economicamente”, afirma o secretário de Educação de Florianópolis, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz. Novo projeto Além da creche Hassis, a prefeitura de Florianópolis trabalha em um novo projeto de creche sustentável na região continental da cidade. Estas e outras obras na área da educação fazem parte de um programa de expansão e qualificação do ensino da rede municipal em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que teve os estudos iniciados em 2010, segundo o diretor de infraestrutura da secretaria de Educação, Mauricio Amorim Efe. O convênio foi firmado em 2014 e prevê a construção de creches e escolas, reformas de unidades, qualificação de professores e acesso à tecnologia. Pelo convênio, o BID financia US$ 59 milhões (cerca de R$ 183 milhões) e a prefeitura investe o mesmo valor. A administração pública tem cinco anos para executar o programa. * Publicado originalmente no site Porvir.

Governo brasileiro abriu mão de combater desmatamento, diz Greenpeace

A organização não governamental Greenpeace criticou na terça-feira (30) os termos do compromisso assumido pelo governo brasileiro, em acordo bilateral com os Estados Unidos, para acabar com o desmatamento ilegal de florestas e mitigar as causas das mudanças no clima. O documento informa que o Brasil pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Não foi definido, no entanto, um prazo para zerar o desmatamento. “É inaceitável que o compromisso mais ambicioso que Dilma assume para proteção das florestas e combate às mudanças climáticas seja tentar cumprir a lei. Mas foi exatamente isso o que ela fez em aguardada reunião com [o presidente Barack] Obama na terça-feira (30) pela manhã, em Washington (EUA): prometeu fazer o possível para combater o desmatamento ilegal no Brasil, sem dar prazo ou garantia concreta”, diz a nota do Greenpeace. “Dilma também prometeu restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, mas isso é cerca de metade do exigido pelo atual Código Florestal para zerar nosso passivo ambiental”, acrescenta a nota. Para o Greenpeace, o governo brasileiro, em vez de defender o desmatamento zero, propõe desmatamento ilegal zero ou o desmatamento líquido zero, o que abriria grande margem aos desmatadores. Enquanto dezenas de governos se comprometeram a zerar suas perdas florestais até 2030, como consta na Declaração de Nova York sobre Florestas, no ano passado – que o governo brasileiro se recusou a assinar –, a ONG ressalta ser “vergonhoso que o nível do debate e do compromisso no país ainda sejam tão baixos”. No acordo assinado na terça-feira pelos dois países, os presidentes destacaram que vão trabalhar em cooperação na geração de energia nuclear segura e sustentável, além de reconhecer a necessidade de acelerar o emprego de energia renovável para ajudar a mover as economias. Os países propuseram a adoção de “ações ambiciosas”, no sentido de atingir, individualmente, 20% de participação de fontes renováveis em suas respectivas matrizes elétricas, até 2030 – além, naturalmente, da geração hidráulica. “[O governo brasileiro] na verdade, poderia alcançar pouco mais que o dobro disso, segundo dados do Observatório do Clima”, ressalta o Greenpeace. A nota do Greenpeace menciona ainda o “assustador anúncio de uma cooperação nuclear para compartilhar tecnologias de geração ‘seguras e sustentáveis’ entre os dois países”. (Fonte: Agência Brasil)

Ondas de calor serão mais intensas no mundo, alertam organizações

As ondas de calor que atingem parte da Europa nesta semana são normais, mas incomuns. Mas devido aos efeitos do aquecimento global – que têm como consequência a mudança climática – a frequência, intensidade e alcance destes fenômenos extremos aumentarão a curto prazo. Perante esta realidade, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram nesta quarta-feira (1), de forma conjunta, novas orientações para poder fazer frente aos riscos para a saúde por essas situações. “As ondas de calor são um fenômeno natural perigoso que cada vez requer mais atenção”, manifestaram o diretor do Escritório de Prognóstico do Clima e de Adaptação à Mudança Climática da OMM, Maxx Dilley, e a diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, María Neira. “Não têm o caráter espetacular e nem a violência repentina de outros perigos, como os ciclones tropicais e as enchentes repentinas, mas suas repercussões podem ser severas”, agregam. Durante os últimos 50 anos, as ondas de calor ficaram cada vez mais frequentes. A duração, a frequência e a intensidade das mesmas provavelmente aumentarão na maioria das zonas terrestres ao longo deste século, segundo o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC). Nas últimas semanas, tanto a Índia como o Paquistão foram afetados por ondas de calor que deixaram 700 vítimas mortais (veja vídeo). No entanto, este caso é paradigmático da importância que tem o contexto no qual o fenômeno ocorre. As altas temperaturas no subcontinente indiano, apesar de terem sido extremas, não foram as máxima já observadas. O problema foi que, por exemplo, em cidades como Karachi, normalmente refrescadas pela brisa marinha, desta vez este fenômeno não ocorreu, ao contrário, recebeu rajadas de ar do interior que ainda aqueciam mais uma cidade imensa em pleno mês do jejum muçulmano, o Ramadã. Isto provocou que muitas pessoas seguissem o preceito de não beber água durante o dia, o que contribuiu para desidratação. Alerta à população – Atualmente, a Europa sofre uma onda de calor por uma combinação natural e normal de fatores meteorológicos, mas o continente conta com sistemas de alarme para que os governantes e a população estejam prontos. A maioria dos sistemas europeus surgiram após o verão de 2003, quando uma onda de calor causou a morte de 70 mil pessoas. O problema recai no fato de que a maioria das nações em desenvolvimento não contam com estes sistemas, e deveriam desenvolvê-los, porque os relatórios do IPCC são nítidos. “A mudança climática não só acarretará em alterações na frequência e duração das ondas de calor em regiões onde tradicionalmente ocorreram, mas também uma alteração da distribuição geográfica dos desastres”. Isto faz com que possam aparecer em lugares onde nunca antes ocorreram. O calor excessivo pode causar desde desidratação, insolação e enjoo momentâneo a acidentes cardiovasculares e tromboses. Perante esta realidade, devem ser criados sistemas adaptados ao lugar e que sejam, sobretudo, eficazes. O mais importante é saber quando este sistema deve ser colocado em andamento. Na Espanha, considera-se que há uma onda de calor quando a temperatura em alguns lugares do país supera os 41ºC de máxima e os 25ºC de mínima, enquanto na Grã-Bretanha é de 28ºC e 15ºC respectivamente. Além disso, apesar de toda a população estar informada, é preciso ter especial cuidado em prestar assistência aos mais vulneráveis: as crianças, os idosos e os doentes. Os menores, sobretudo, porque não são conscientes de suas necessidades e nem da mudança de seu estado, e os idosos porque têm uma resposta termo-reguladora reduzida, problemas renais frequentes, e são mais suscetíveis às alterações pelos remédios ingeridos. Sobretudo, as ondas de calor exacerbam qualquer doença preexistente. Finalmente, o relatório reitera as palavras de ordem de bom senso para evitar uma insolação: estar na sombra, beber muita água, lavar-se com mais assiduidade, e não se isolar. (Fonte: G1)

Por que Nova York declarou guerra ao isopor?

Nova York se juntou às cidades que declararam guerra contra as embalagens, pratos e copos de isopor, material que é tão atraente para os negócios quanto tóxico ao meio ambiente. A partir desta quarta-feira (1), está proibido vender, oferecer ou possuir qualquer produto feito de isopor na metrópole americana. Empresas e comerciantes têm seis meses para se adaptar. Depois desse prazo, serão multadas. “Produtos feitos de isopor causam um grande prejuízo ao meio ambiente e não há mais lugar para eles em Nova York”, disse o prefeito da cidade, Bill de Blasio. Mas por que o isopor está sob fogo cerrado? Aliás, de que exatamente é formado o material? Por que não é possível reciclá-lo? Confira alguns detalhes sobre um dos maiores inimigos dos ambientalistas. O que é isopor? – Comercializado nos Estado Unidos com o nome de Styrofoam, o isopor foi inventado pelo cientista da empresa Dow Chemical Otis Ray McIntire em 1941. Para fazê-lo, pequenas quantidades do polímero poliestireno são misturadas com produtos químicos para se expandiram 50 vezes do seu tamanho original. Após o resfriamento, essa massa é então colocada em moldes – seja de um copo ou de uma embalagem – e passa por um novo processo para expandi-la ainda mais, até que o molde seja totalmente preenchido e as contas se fundirem. O produto final é leve, barato – 95% de sua composição é ar. Suas propriedades isolantes e seu custo barato tornaram o isopor uma escolha atraente nos negócios. Por que ele é tão prejudicial ao meio ambiente? – Há uma estimativa de que apenas nos Estados Unidos 25 bilhões de copos de café de isopor são jogados no lixo em um ano – para efeito de comparação, 100 bilhões de sacolas plásticas são descartadas anualmente. Em 2006, por exemplo, 135 toneladas de produtos de isopor foram despejadas em lixões em Hong Kong – menos de 5% de todo o lixo plástico descartado no país. Mas mesmo o isopor representando uma parcela pequena do lixo, ambientalistas afirmam que o problema ganha outras dimensões quando ele chega no mar. Segundo Douglas McCauley, professor de biologia marinha da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, há dois problemas causados pelo isopor para os animais marinhos, um químico e o outro, mecânico. “O mecânico é bem fácil de se ver. Encontramos espuma de isopor no intestino de animais – e isso pode ser letal”, diz. Já o aspecto químico tem a ver com a propriedade absorvente do material. “O isopor age como uma pequena esponja poluente, capturando todos os compostos que mais contaminam o oceano. E então um animal engole isso, pensando ser uma água-viva”. E isso não é perigoso apenas para os animais marinhos para o oceano como um todo. Pode também ser prejudicial para os humanos. “É preocupante que um peixe que ingeriu tudo isso acabe nas nossas mesas”, afirma. Por que não é possível reciclá-lo? – A dificuldade em reciclar o material é uma das principais razões para Nova York banir o material. Kathryn Garcia, responsável pelo sistema sanitário da cidade, afirmou: “Ninguém conseguiu até agora provar que seja possível reciclá-lo em larga escala, e tampouco há mercado para isso.” Devido ao processo químico usado em sua confecção, é quase impossível transformar, por exemplo, um prato de isopor em uma embalagem feita do mesmo material. Há, no entanto, alguns métodos sendo testados, como reciclagem térmica. Mas sua viabilidade em termos de custo e logística de transporte ainda é um problema. Quais as alternativas? – O McDonalds começou a deixar de usar embalagens de isopor nos anos 90 – e em 2013 abandonou totalmente o material, o substituindo por alternativas feitas com papel. Já o Dunkin’Donuts agora faz seus copos com um composto mais fácil de ser reciclado, o polipropileno – um tipo de plástico bastante usado para embalagens para levar comida para casa. No entanto, o produto é mais caro que o isopor. Astrid Portillo, dona do restaurante Mi Pequeno El Salvador, no bairro nova-iorquino de Queens, disse ao jornal New York Daily: “Eu vou ter de aumentar os preços no meu cardápio com essa nova lei.” O prefeito de Blasio, no entanto, acredita que há meios para evitar aumentos como esse. “Se mais cidades no país seguirem nosso exemplo e criarem vetos semelhantes, isso pode aumentar a demanda por esse produtos alternativos e baratear seus custo.” (Fonte: G1)

Nós sobreviveremos a esta extinção em massa?

No último meio bilhão de anos, a vida na Terra foi quase dizimada cinco vezes por coisas como mudança climática, uma intensa idade do gelo, vulcões e aquela enorme pedra espacial que atingiu o Golfo do México há 65 milhões de anos, sumindo com os dinossauros e um monte de outras espécies. Estes eventos são conhecidos como as cinco grandes extinções em massa e todos os sinais indicam que estamos à beira de uma sexta. Só que, desta vez, não temos ninguém além de nós mesmos para culpar. De acordo com um estudo publicado no último dia 19 na revista “Science Advances”, a taxa de extinção atual seria mais de 100 vezes maior do que a normal – e isso levando em conta apenas os tipos de animais que mais conhecemos, os vertebrados. Os oceanos e florestas da Terra hospedam um número incontável de espécies, muitas das quais provavelmente irão desaparecer antes mesmo de nós as conhecermos. Mas quem são os mais vulneráveis a este processo? Será que nós corremos o risco de desaparecer também? A jornalista Elizabeth Kolbert, autora do livro “The Sixth Extinction”, vencedor do Prêmio Pulitzer deste ano para não ficção em geral, abordou essas e outras questões em entrevista ao portal da revista “National Geographic”. O papel do ser humano Ela explica que populações de ilhas, espécies endêmicas de determinadas regiões e que vivem isoladas são especialmente vulneráveis ​​à extinção. Um dos problemas que criamos foi remover barreiras que costumavam manter espécies destes locais isoladas. “A Nova Zelândia não tinha mamíferos terrestres. Espécies que evoluíram na ausência de tais predadores eram incrivelmente vulneráveis”, exemplifica. “Um número impressionante de espécies de aves já foram perdidas na Nova Zelândia e várias daquelas que permanecem estão com sérios problemas”. Para a escritora, não há dúvidas de que nós somos os responsáveis por estarmos vendo taxas de extinção tão elevadas. “Há muito poucas, se houver, extinções que conhecemos nos últimos 100 anos que teriam ocorrido sem atividade humana”, afirma, acrescentando que nunca ouviu alguém defender que este fenômeno é algo natural que teria acontecido “com ou sem seres humanos”. Nós contribuímos para isso de várias maneiras, desde a caça indevida passando pela introdução de espécies invasoras e chegando até as mudanças muito aceleradas do clima. “Estamos mudando a química de todos os oceanos. Estamos mudando a superfície do planeta. Nós derrubamos florestas, plantamos agricultura de monocultura, que não é boa para um monte de espécies. Estamos praticando a sobrepesca. A lista continua e continua”, enumera. Também vamos entrar nessa roda? Elizabeth conta ainda que, depois que a Terra passa pelo tipo de extinção em massa que estamos enfrentando, chegar ao nível anterior de biodiversidade parece levar vários milhões de anos. Por isso, é possível que, a partir de agora, a raça humana não viva mais nenhum momento em que não esteja ou em meio a uma grande extinção, ou se recuperando dela. “Se dermos às espécies de vertebrados (e nós somos uma espécie de vertebrados) uma vida média de um milhão de anos, e dizermos que os seres humanos já estão nos 200 mil anos de seu milhão, e houver uma extinção em massa – mesmo deixando de lado a questão de se os humanos serão vítimas de sua própria extinção em massa -, não se pode esperar que aquela mesma espécie esteja por aí quando o planeta se recuperar”. Quanto à questão de se nós, enquanto espécie, resistiremos à sexta extinção em massa do planeta, a jornalista tenta não ser categórica e aponta uma outra linha de reflexão. “Não quero afirmar que nós não podemos sobreviver à perda de muitas, muitas espécies. Nós já provamos que podemos. Somos muito adaptáveis. Mas eu acho que o ponto é que você não gostaria de descobrir isso”. Segundo ela, temos que pensar em duas outras questões, extremamente sérias. “Uma é: ‘Ok, só porque nós sobrevivemos a perda de um número X de espécies, podemos manter essa mesma trajetória, ou nós vamos, eventualmente, pôr em perigo os sistemas que mantêm as pessoas vivas?'”, diz. “E depois há uma outra questão: ‘Mesmo se conseguirmos sobreviver, é este o mundo no qual você quer viver? É neste mundo que você quer que todas as futuras gerações de seres humanos vivam?’ Essa é uma pergunta diferente”. [National Geographic]

Você está engordando por isto?

Uma pesquisa publicada recentemente aponta que comer quando não se está com fome pode ser uma das principais razões para o aumento de peso. Os resultados são bastante elucidatórios, ainda que apenas 50 voluntários tenham participado da experiência. “O tamanho da porção e a alta densidade energética dos alimentos são frequentemente acusados quando as pessoas vêm a engordar, mas a frequência do ato de comer é um contribuinte significativo também. Algumas pessoas estão mais inclinadas a ser suscetíveis a recompensa obtida através dos alimentos”, diz Stephanie Fay, autora da pesquisa. O estudo investigou o que aconteceria quando oferecia-se para voluntários uma porção de chocolate logo depois que eles comessem quanto quisessem de chocolate. “Exploramos também o que pode diferenciar as pessoas que aceitaram o lanche adicional, apesar de não estarem com fome, dos que recusaram”, explica Fay. “Três quartos das pessoas envolvidas que receberam uma oferta inesperada de uma segunda porção de chocolate imediatamente depois de terem comido quanto quisessem aceitaram”. Contrariamente às expectativas, aqueles que aceitaram o lanche eram melhores em controle inibitório, indicando que eles estavam fazendo uma decisão consciente. No entanto, aqueles que comeram mais do chocolate extra foram mais impulsivos, e mais responsivos a recompensa alimentar. Eles eram também mais pesados ​​(com um IMC superior), o que sugere que lanches repetidos na ausência de fome seja um fator de risco para o aumento de peso. [Medical Xpress]

O que torna uma cidade sustentável?

A cidade de Essen, no oeste da Alemanha, foi escolhida a “capital verde” da Europa para o ano de 2017 – um prêmio dado anualmente pela Comissão Europeia para exemplos de ações ambientalmente importantes, incluindo esforços locais para melhorar o meio ambiente no perímetro urbano e promover o crescimento sustentável. Desde 2010, o título é concedido a cidades europeias com população superior a 100 mil habitantes. A premiação é dada sempre dois anos antes do período proposto. Para 2016, a vencedora foi Liubliana, na Eslovênia. A inglesa Bristol ganhou o título para 2015, e a capital dinamarquesa Copenhague, no ano passado. Antigo centro de mineração de carvão, no coração do Vale do Ruhr, Essen foi reconhecida por superar o desafio da sua história industrial e reinventar-se de maneira ambientalmente sustentável. Depois, tornou-se exemplo para outras cidades. Mas o que, afinal, faz uma cidade ser considerada “verde”? Para o concurso, um grupo independente de especialistas analisou as cidades com base em fatores como qualidade do ar, transporte, áreas verdes urbanas e medidas para lidar com as mudanças climáticas. George Ferguson, prefeito de Bristol, na Inglaterra, descreve as mudanças climáticas como “o maior desafio” que as cidades europeias precisam encarar. Segundo ele, enfrentar isso depende de inovação – e muitas vezes com bom humor. Exemplo disso é o que ficou popularmente conhecido como “poo bus”, ônibus movido a fezes. “É o ônibus número dois, e funciona por meio de dejetos humanos. Mas não cheira mal”, brinca Ferguson. O “poo bus” faz parte da campanha de Bristol para reduzir a emissão de carbono em 40% até 2020. Outras medidas rumo a esse objetivo são apoiadas por projetos que incentivam o aumento da energia renovável e a redução no consumo de energia. Antecessora de Bristol como “capital verde” da Europa, Copenhague tem ambições ainda maiores quando o assunto é mudança climática. A mais ousada é extinguir a emissão de carbono até 2025. Na última década, a cidade já conseguiu reduzir o índice em 40%. Há ainda mais esforços dos dinamarqueses para aumentar as estruturas construídas com energia renovável e fomentar o uso adequado das bicicletas, com programas como o “bike-butler” (“mordomo de bicicleta”). Quando as pessoas estacionam as bicicletas em locais inconvenientes, os “mordomos” as removem. Mas quando os ciclistas chegam para pegá-las de volta, eles não são punidos com multa, mas sim cumprimentados de forma amigável. Pode soar quase inacreditável, mas, além disso, a bicicleta ainda recebe um banho de óleo nas correias e tem os pneus cheios. “Criando soluções aprazíveis e elegantes para quem pedala, tornamos a atividade ainda mais atrativa”, diz Lykke Leonardsen, chefe da agência municipal que tenta “livrar” Copenhague do carbono. Aparentemente, funciona. Hoje, em Copenhague, 45% de todos os deslocamentos para o trabalho e para a escola são feitos de bicicleta. Além de reduzir a emissão de carbono, uma “cidade verde” deve ser também literalmente verde. Isso, porém, não significa apenas ter parques. A expressão da moda em termos de planejamento urbano é “infraestrutura verde”, definida como áreas naturais projetadas para desempenhar uma série de funções. Ronan Uhel, da agência europeia de meio ambiente, conceitua a infraestrutura verde como “uma solução de base natural” que também pode contribuir para a preservação da biodiversidade. “Pode estar relacionado à eficiência energética de prédios, pode suavizar as divisões das nossas paisagens, pode ser útil para regenerar a acessibilidade aos rios”, diz Uhel. Um grande projeto em Copenhague envolveu a criação de uma rede de áreas verdes que pode absorver a água das chuvas – resultado de um replanejamento devido a uma tempestade, em 2011, que causou grandes danos à infraestrutura da cidade e ameaçou risco de vida a várias pessoas. Agora, essas áreas desviam a água da chuva, ajudam a limpar o ar e atuam como espaços conjuntos para a comunidade. “Isso está esverdeando a cidade, deixando-a mais saudável e atrativa”, afirma Leonardsen. Martin Powell, chefe de desenvolvimento urbano da empresa alemã Siemens no Reino Unido, salienta o quão isso é importante: “Uma cidade verde é absolutamente essencial para atrair o capital humano que você quer ver trabalhando e vivendo no local”, diz. Powell afirma que os municípios e a iniciativa privada podem “pegar carona” e colocar a infraestrutura verde para investimentos. Ele sugere que, quando grandes edifícios passam por uma renovação energética, podem incluir algumas características. “Por que não integrar com um telhado verde um lugar permeável, no lado de fora, para ajudar no escoamento da água vinda da superfície, uma drenagem sustentável e outras infraestruturas verdes?”, sugere Powell. Ferguson, prefeito de Bristol, finaliza dizendo que as cidades são, ao mesmo tempo, fontes de muitos problemas, mas também de muitas soluções. “Se as cidades podem se tornar um laboratório de mudanças, os benefícios podem ser espalhados por toda a Europa. Uma cidade, sozinha, não vai mudar o mundo. Mas se compartilharmos ideias, e também os problemas, vamos compartilhar as respostas, e aí poderemos mudar o mundo”, conclui. * Publicado originalmente pela Deutsche Welle e retirado do site Carta Capital.