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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Nível dos mares subiu 8 centímetros desde 1992, mostra pesquisa da Nasa

O nível dos mares subiu uma média de 8 centímetros desde 1992 como resultado do aquecimento das águas e o derretimento de gelo, afirmou um grupo de cientistas da Nasa nesta quarta-feira (26). Em 2013, um painel da Organização das Nações Unidas previu que o nível dos mares subiria de 30 a 90 centímetros até o fim do século. A nova pesquisa mostra que a elevação dos mares ficará provavelmente no limite mais alto dessa projeção, disse o geofísico da Universidade do Colorado, Steve Nerem. A elevação dos níveis dos mares está sendo mais rápida do que há 50 anos e “é muito provável que piore no futuro”, afirmou ele. As mudanças não são uniformes. Algumas áreas mostraram uma elevação do nível do mar de mais de 25 centímetros, e em outras regiões, tais como a costa oeste dos Estados Unidos, o nível do mar na verdade caiu, de acordo com análises de 23 anos de dados coletados por satélite. Os cientistas acreditam que correntes oceânicas e ciclos naturais estão compensando temporariamente um aumento no nível do oceano Pacífico, e a costa oeste norte-americana pode observar uma significativa escalada no nível do mar nos próximos 20 anos. “As pessoas precisam entender que o planeta não está somente mudando, já mudou”, disse o cientista da Nasa, Tom Wagner, a jornalistas em teleconferência. (Fonte: G1)

Vacina universal contra a gripe está mais perto de ser desenvolvida

O vírus da gripe muda a cada ano e a vacina deve, portanto, se adaptar, mas dois estudos importantes publicados nesta segunda-feira (24) podem acelerar o desenvolvimento de uma vacina antigripal universal. Verdadeiro “Graal” da pesquisa sobre o vírus Influenza, o desenvolvimento de uma única vacina que proteja contra todas as cepas do vírus da gripe, está sendo estudado há muitos anos, mas nenhuma vacina foi até agora testada em humanos. Dois estudos distintos, publicados na revista científica britânica “Nature” e na americana “Science”, relatam ter demonstrado “a prova de conceito” de vacina universal em ratos, furões e macacos, um resultado muito bem recebido por vários especialistas que enfatizam, no entanto, que uma chegada nas farmácias da nova vacina não é para amanhã. As duas equipes de pesquisadores concentraram sua pesquisa sobre a parte do vírus que é o principal alvo dos anticorpos: a hemaglutinina. Esta proteína, presente na superfície do vírus da gripe, permite a sua fixação às células do corpo. No estudo publicado na revista “Nature”, os pesquisadores do Instituto Americano de Alergia e Doenças Infecciosas indicam que testaram com sucesso as suas vacinas em ratos e furões, animais que apresentam os mesmos sintomas que os seres humanos. As vacinas tradicionais contra a gripe utilizam vírus inativos (injetáveis) ou atenuados (spray nasal) e, portanto, devem ser atualizadas a cada ano com base nas cepas circulantes no outro hemisfério. Vírus que evoluem – Os vírus da gripe evoluem constantemente, graças a fenômenos de deriva antigênica (mutações genéticas que levam a pequenas modificações) e quebras (que causam alterações maiores). Mas em vez de atacar a cabeça da hemaglutinina, em constante mutação, os estudiosos se concentraram no tronco desta proteína, muito mais estável. Ao ligar esta base proveniente de um vírus A (H1N1) a nanopartículas e combinando-a com um adjuvante, eles conseguiram imunizar camundongos e furões antes de injetar neles doses letais do vírus A (H5N1). Embora a vacinação não tenha conseguido neutralizar completamente o vírus H5N1, ela protegeu totalmente os ratos e parcialmente os furões. “Esta descoberta é um passo importante para o desenvolvimento de uma vacina universal contra a gripe”, indicou à AFP Gary Nabel, responsável pelo estudo, que acredita que os componentes da vacina não devem inicialmente substituir as vacinas tradicionais, mas apenas “completá-las”. Resposta imunológica ampla e protetora – Em outro estudo publicado na revista “Science”, um grupo de pesquisadores liderados por Antoinette Impagliazzo do Instituto de Vacinas Crucell, um Instituto de Pesquisas do laboratório Janssen, relatou ter testado uma vacina que confere proteção completa para ratos e uma resposta imunológica considerável em macacos. Eles também trabalham com base na hemaglutinina, esforçando-se para encontrar configurações capazes de se ligar aos anticorpos monoclonais de amplo espectro, atingindo várias cepas virais. “O candidato final, chamado mini-HA, tem demonstrado uma capacidade única de induzir uma resposta imunológica ampla e protetora em camundongos e primatas não humanos”, ressaltam os pesquisadores, que estimam ter avançado em direção a uma vacina universal contra a gripe. “Este é um avanço excitante”, considerou Sarah Gilbert, professora de imunologia da Universidade de Oxford. “Mas as novas vacinas ainda deverão passar por testes clínicos para ver como funcionam em seres humanos (…), o que poderá levar vários anos”, acrescentou. “Para uma verdadeira proteção universal, será necessário garantir a proteção conferida por outras cepas virais”, afirmou, por sua vez, Garry Lynch, um especialista australiano. Para o professor Bruno Lina, professor de virologia em Lyon e diretor do centro de referência francês para a gripe, “esta é uma interessante linha de trabalho”. Mas ele também observou que os ratos têm resposta imune muito diferentes do humanos e que “não se pode dizer que seremos capazes de fazer rapidamente uma vacina para proteger os seres humanos.” (Fonte: G1)

Radicais livres podem não ser responsáveis pelo envelhecimento

Proteínas e radicais livres Mais um estudo científico vem-se somar ao grande corpo de evidências obtidas nos últimos anos que ajuda a desmistificar o papel excessivamente negativo atribuído aos radicais livres - e, por decorrência, no exagero nos benefícios dos antioxidantes. Por muito tempo os cientistas acreditaram que os radicais livres causassem estragos por danificar as proteínas e prejudicar o desempenho de suas funções. Mas agora se demonstrou que as proteínas podem sobreviver incólumes aos radicais livres, contestando a teoria mais popular sobre o porquê de os nossos corpos se deteriorarem com a idade. "Claramente, a célula pode lidar com a presença dos radicais livres," explica Helena Cochemé, do Conselho de Pesquisas Médicas do Reino Unido. "Nossos resultados são surpreendentes, e vão contra [a ideia predominante neste campo]." Teoria dos radicais livres A ideia de que o acúmulo de radicais livres ao longo do tempo está por trás dos efeitos do envelhecimento foi sugerida pela primeira vez na década de 1950, e recebeu muita atenção desde então. A teoria propõe que os radicais livres causam danos porque eles têm muita energia ou, algumas vezes, muito pouca energia. Dentro das nossas células, eles tentam equilibrar seus níveis de energia capturando energia extra, ou despejando seu excesso de energia, nas desavisadas proteínas. Os radicais livres tentam chegar ao equilíbrio movendo elétrons, que têm cargas elétricas negativas. Se uma proteína perde um elétron - diz-se então que ela foi oxidada -, ela pode se tornar incapaz de desempenhar a sua função habitual. Embora nossas células possam inicialmente reparar esse dano, pensava-se que elas perdiam a batalha com o aumento de radicais livres à medida que envelhecemos. Por que envelhecemos? Cochemé e seus colegas analisaram centenas de proteínas em animais de laboratório, do nascimento ao fim da vida, para identificar quais dessas proteínas passariam pelo processo de oxidação conforme a idade avança. "O que é realmente surpreendente é que o estado de oxidação das proteínas foi o mesmo, tanto nas moscas jovens, quanto nas velhas. Isto sugere que as células têm um sistema de proteção incorporado," defende Cochemé. As moscas-da-fruta e outros animais de vida curta são preferidos nesse tipo de estudo por permitir o acompanhamento de várias gerações em pouco tempo. O estudo dá mais peso ao argumento de que os radicais livres não são inteiramente responsáveis pelo envelhecimento. "Nós temos que voltar à prancheta para descobrir o mecanismo subjacente ao envelhecimento," finalizou a pesquisadora, cujo trabalho foi publicado na revista Cell. Redação do Diário da Saúde

Quais exames preventivos realmente vale a pena fazer?

O número de exames médicos a que uma pessoa pode se submeter parece ter se multiplicado nos últimos anos. Os preços destes exames, para quem faz pela rede privada de saúde, são altos e, no caso de quem usa a rede pública, a espera pode ser longa. Além disso, multiplicam-se as campanhas para que todos façam exames preventivos. Mas quais exames realmente vale a pena fazer? O médico e apresentador da rede britânica BBC, Michael Mosley, resolveu submeter-se ele próprio a uma série destes exames para enfrentar essa questão: será que estamos indo longe demais na busca de ficar bem? Exames cardíacos Comecei com exames para detectar problemas cardíacos, pois é a principal causa de morte prematura na Grã-Bretanha. Os exames básicos são grátis no NHS (serviço público de saúde britânico) e relativamente simples. Primeiro, fiz um exame de sangue para medir coisas como colesterol. Então fui à minha médica clínica geral, Sally Jenkins, que mediu minha altura, peso e pressão arterial. Ela colocou todos estes dados em um calculador online chamado qrisk e a resposta que obteve foi de que tenho 10% de risco de ter um ataque cardíaco ou derrame nos próximos dez anos. Isto não me pareceu ótimo, mas é um pouco melhor do que a média para alguém da minha idade. De qualquer forma, segundo Sally, os regulamentos para procedimentos neste caso sugerem que eu deveria fazer um tratamento com estatinas. Tenho uma atitude ambivalente em relação às estatinas. Por um lado elas podem reduzir o risco de morte se você tem doença cardíaca, mas os benefícios para os que aparentemente são saudáveis são menos claros. As estatinas também têm efeitos colaterais, como o aumento do risco de diabetes tipo 2. Preocupações como resultado Sem ter certeza do que fazer, me submeti a outro exame - uma tomografia computadorizada cardíaca. Em uma clínica particular da Grã-Bretanha, ela pode custar entre 600 e mil libras (entre R$ 3,2 mil e R$ 5,4 mil) e envolve também uma pequena dose de radiação. Após passar por esta máquina, o cardiologista Duncan Dymon examinou meus exames e começou falando sobre uma sombra agourenta em uma das minhas principais artérias coronárias, a descendente esquerda. "A razão de estar escura é devido a um depósito de placa macia, rica em colesterol na parede da artéria", disse o médico. "É grave?", perguntei ansioso. "Sim. Não quero parecer muito dramático, mas estas são as perigosas devido à propensão e imprevisibilidade para causar ataques cardíacos em alguém que está totalmente bem, não tem sintomas, vive uma vida normal. Você sai de manhã para trabalhar e não volta para casa", afirmou. Por esta razão, elas são conhecidas entre os médicos como "fazedoras de viúvas". O médico não conseguiu me dizer quais eram as chances deste episódio acontecer, "se fizéssemos isto, seria medicina (ao estilo da série de ficção científica) Star Trek", mas ele me aconselhou a tomar a estatina "pois as placas moles (tratadas) com estatinas, metaforicamente falando, têm o colesterol chupado para fora delas". Entrei no consultório bem alegre e saí de lá com a expressão "fazedora de viúva" no meu cérebro. E este é o problema com alguns destes exames particulares - eles podem não dar mais detalhes sobre o risco de problema cardíaco que um simples exame da rede pública, e podem te deixar muito mais preocupado. Exames para o câncer O câncer é a doença que apresenta o segundo maior risco de morte para as pessoas, mas os exames para detectar a doença geram polêmica. Muitos críticos afirmam que estes exames podem prejudicar mais do que ajudar. Um exemplo é o exame para detectar câncer de mama, que está disponível na rede pública de saúde da Grã-Bretanha para todas as mulheres entre 50 e 70 anos de idade - e este limite de idade deve aumentar para 73 em 2016. Um relatório feito no país, chamado de Marmot Report, analisou as provas de eficácia deste programa e concluiu que o exame salvou 1,4 mil vidas por ano. O Nordic Cochrane Centre, em Copenhague, na Dinamarca, é um centro respeitado de colaboração internacional entre cientistas e instituições. E discorda do relatório. Segundo o centro dinamarquês, pelo fato de termos melhores tratamentos para câncer de mama, a defesa da mamografia ficou prejudicada e, estudos recentes "mostram pouca ou nenhuma redução da incidência de cânceres avançados com a mamografia". Iona Heath, ex-presidente do Royal College de Clínicos Gerais, já critica o exame há muito tempo e diz que não escolheria fazê-lo. "Minha decisão pessoal é esperar até detectar um caroço no seio e então conseguir o melhor tratamento que tiver", afirmou. Robin Wilson, presidente da Diretoria de Aconselhamento sobre Exames de Mamas da Grã-Bretanha, acredita que o exame salva vidas, mas reconhece que há riscos. "As mulheres precisam saber o que são estes riscos e como eles se equilibram com os benefícios para fazer uma escolha bem informada - o que nós na profissão de médicos precisamos fazer é melhorar na descoberta de qual (caso de) câncer não precisamos tratar", disse. Próstata O câncer de próstata mata 10 mil homens a cada ano na Grã-Bretanha, mas seu exame é ainda mais polêmico que a mamografia. E isto se deve à já conhecida falta de precisão do PSA (o exame antígeno prostático específico). Assim como no caso do câncer de mama, o problema é que você não sabe qual tumor detectado vai crescer de forma agressiva e qual não vai. Se um tumor é detectado, existem várias opções, desde cirurgia até radioterapia (os efeitos colaterais incluem incontinência e impotência). Ou simplesmente esperar, observando de forma mais atenta a saúde do paciente - a chamada vigilância ativa. O médico aguarda para saber se o tumor é agressivo e cresce rapidamente ou se é relativamente benigno. "Houve um estudo que envolveu homens com todos os tipos de câncer de próstata e, de forma aleatória, escolheu uns para passar por uma cirurgia radical enquanto outros não fizeram nada e, depois de dez anos, não havia nenhuma diferença real na sobrevivência geral," disse Vincent Gnanapragasam, que dirige um programa de monitoramento no hospital Addenbrokes, em Cambridge. "Mais importante, os homens com baixo risco de câncer não apresentaram nenhuma prova de benefício depois do tratamento radical." Em uma coisa todos os especialistas que consultei concordaram: vale a pena fazer um exame para detectar câncer no intestino. E os médicos disseram que até eles passariam por este exame. Não é o exame mais glamoroso, mas este pode salvar sua vida. informações da BBC

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Plantas medicinais: saiba como usar de forma segura

Medicamentos históricos Em termos da história humana, a medicina moderna e seus fármacos são muito recentes. Mas, desde a Idade da Pedra, os seres humanos têm-se tratado com uma multiplicidade de plantas, folhas, cascas, raízes e flores. Na verdade, a origem da maioria dos medicamentos modernos pode ser traçada nos trabalhos dos acadêmicos para isolar componentes desses tratamentos naturais e potencializar sua ação. Por isso, todo esse conhecimento milenar, unindo ciência e tradição, tem sido sistematicamente incorporado à prática médica e adotado e recomendado pelas autoridades de saúde em todo o mundo. No Brasil, a Anvisa estabelece regras para a comercialização dos medicamentos naturais, os fitoterápicos e das plantas medicinais. A agência dá algumas dicas sobre quando e como os medicamentos vegetais devem ser usados para se alcançar efeitos benéficos. Cuidados no preparo de plantas medicinais Ao seguir uma indicação de planta medicinal ou medicamento natural para algum problema de saúde ou prevenção, tome sempre os seguintes cuidados para garantir sua segurança e os melhores resultados: Utilize sempre plantas que você conhece bem. Nunca colete plantas medicinais junto a locais que possam ter recebido agrotóxicos, ou perto a estradas, estacionamento de veículos, lixo ou locais poluídos. As plantas medicinais devem ser secas à sombra, até se tornarem quebradiças antes de serem utilizadas. Evite o uso de plantas medicinais murchas, mofadas e antigas. Procure conhecer a parte correta da planta medicinal a ser utilizada... o guaco, por exemplo, devem ser utilizadas as folhas, enquanto o gengibre são as raízes. Não armazenar as plantas medicinais por um longo período, pois podem perder os seus efeitos. Evite misturas de plantas medicinais. A combinação entre elas pode resultar em efeitos imprevisíveis. Não utilize durante a gravidez, ou na amamentação, a não ser sob orientação médica. Evite utilizar chás laxantes ou diuréticos para emagrecer. Tome o chá logo depois de prepará-lo, evite fazer grandes quantidades e armazenar, mesmo que em geladeira. Modo de preparo das plantas medicinais Inaladas, ingeridas, usadas em gargarejos ou em banhos de assento, as plantas medicinais têm formas específicas de uso, e sua ação terapêutica é totalmente influenciada pela forma de preparo. Algumas possuem substâncias que se degradam em altas temperaturas e por isso devem ser maceradas. Já as cascas, raízes, sementes, alguns tipos de folhas e caules devem ser preparados em água quente. Frutos, flores e grande parte das folhas devem ser preparadas por meio de infusão, caso em que se joga água fervente sobre o produto, tampando e aguardando um tempo determinado para a ingestão. Veja instruções detalhadas sobre o preparo de cada planta medicinal neste documento preparado pela Anvisa, com base em testes científicos realizados com cada uma delas. Anvisa

Embrapa desenvolve sensores que evitam desperdício de água

Sensores para irrigação A Embrapa desenvolveu dois tipos de sensores para determinar a umidade do solo e, assim, evitar irrigação desnecessária, o excesso ou a falta de água. São sensores que podem ser produzidos com diferentes especificações, adaptados a diferentes necessidades e a um custo competitivo - empresas brasileiras e norte-americanas já estão se preparando para colocar os sensores no mercado. Os sensores contarão com versões para a agricultura e também para jardins e hortas domésticas. Os dispositivos têm a vantagem de não sofrerem alterações com a salinidade, o que ocorre com a maioria das tecnologias convencionais. Os instrumentos podem ser produzidos com materiais de baixo custo, como vidro e cerâmica. Sensores de umidade no solo Um dos sensores é denominado sensor diédrico e é formado por duas placas, de vidro ou cerâmica. Esse sensor pode ser de leitura visual, pneumática ou elétrica e tem um funcionamento similar ao de um termômetro, com a diferença de que, em vez de temperatura, mede a tensão de capilaridade, a força com que a umidade é retida no solo e nos substratos. O segundo instrumento, batizado de sensor IG, é formado por um bloco de cerâmica poroso contendo, em seu interior, partículas de dimensões adequadas, que podem ser esferas de vidro, por exemplo. O diâmetro das esferas de vidro determina a faixa de umidade do solo medida em uma escala de tensão ou força com que a água está retida. "Quando o solo está seco, o ar atravessa o sensor e isto pode ser utilizado para acionar a irrigação. Caso o solo esteja úmido, a água retida entre as esferas interrompe a passagem do ar e, consequentemente, a irrigação", explica o pesquisador Adonai Gimenez Calbo. "Com quatro empresas licenciadas para o sensor IG no Brasil e uma nos Estados Unidos, esperamos que o esforço da Embrapa e seus parceiros chegue efetivamente aos usuários que necessitam de tecnologia, num momento em que a discussão sobre o uso da água é tão premente", avalia o chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime.http://www.inovacaotecnologica.com.br/

O Universo está morrendo?

Geração de energia no Universo Uma equipe internacional de astrônomos completou uma análise de mais de 200.000 galáxias, medindo a energia gerada numa enorme região do espaço com a maior precisão já obtida até hoje. Com os dados, eles fizeram a melhor estimativa da produção de energia no Universo - ao menos na parte do Universo mais próxima de nós. E concluíram que a energia produzida nesta região do Universo é hoje apenas cerca da metade da energia produzida há dois bilhões de anos. E como este enfraquecimento ocorre em todos os comprimentos de onda medidos - 21 ao todo, do ultravioleta ao infravermelho longínquo -, a equipe concluiu que o Universo está morrendo lentamente. Morte do Universo O modelo cosmológico mais aceito estabelece que toda a energia do Universo foi criada durante o Big Bang, sendo que uma parte foi criada como massa. E as estrelas brilham ao converter massa em energia, tal como descrito na famosa equação de Einstein E=mc2. "Enquanto a maior parte da energia espalhada pelo Universo surgiu no seguimento do Big Bang, energia adicional está sendo constantemente criada pelas estrelas à medida que estas fusionam elementos como o hidrogênio e o hélio," disse Simon Driver, coordenador do projeto GAMA (Galaxy And Mass Assembly). "Esta nova energia, ou é absorvida pela poeira à medida que viaja pela sua galáxia hospedeira, ou escapa para o espaço intergaláctico e viaja até atingir alguma coisa, como por exemplo outra estrela, um planeta ou, muito ocasionalmente, um espelho de telescópio," detalha Driver. Destino do Universo O fato de o Universo estar em declínio lento é uma ideia defendida desde o final da década de 1990, e este novo esforço observacional ilustra como este processo estaria acontecendo em todos os comprimentos de onda - ainda que muitos astrônomos não concordem com a tese. A equipe de pesquisadores espera poder expandir este trabalho mapeando a produção de energia ao longo de toda a história do Universo, utilizando para isso uma quantidade de novos observatórios, incluindo o maior radiotelescópio do mundo, o SKA (Square Kilometre Array), que será construído na Austrália e na África do Sul durante a próxima década.http://www.inovacaotecnologica.com.br/

sábado, 22 de agosto de 2015

Anvisa detecta níveis elevados de agrotóxicos nos alimentos

Resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Anvisa, mostram que ainda é preciso investir na educação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso de agrotóxicos. O programa avalia continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos que chegam à mesa do consumidor. Os dados do último levantamento mostram que 36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 apresentaram resultados insatisfatórios. Contaminação por agrotóxicos Existem dois tipos de irregularidades, uma quando a amostra contém agrotóxico acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido, e outra quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado. Das amostras insatisfatórias, cerca de 30% se referem a agrotóxicos que estão sendo reavaliados pela Anvisa. Brasil mantém título de "Campeão Mundial dos Agrotóxicos" "A Anvisa tem-se esforçado para eliminar ou diminuir os riscos no consumo de alimentos. Isto se aplica também aos vegetais. Por esta razão a agência monitora os índices de agrotóxicos presentes nas culturas. Nós precisamos ampliar a capacidade do SNVS de monitorar o risco tanto para o consumidor como para o produtor para preservar a saúde da população." disse o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Agrotóxicos nos alimentos O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze alimentos monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, tomate, dentre outros. A escolha dos alimentos baseou-se nos dados de consumo obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na disponibilidade destes alimentos nos supermercados das diferentes unidades da federação e no perfil de uso de agrotóxicos nestes alimentos. Um dado que chama a atenção é a presença de pelo menos dois agrotóxicos que nunca foram registrados no Brasil: o azaconazol e o tebufempirade. Isto indica que os produtos entraram no Brasil por contrabando. Anvisa

Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal

Conheça dez bactérias que usam truques dignos da ficção científica para atingir seus objetivos - que muitas vezes é nos infectar. Photorhabdus luminescens Em uma cena do clássico da ficção científica Alien, o 8º Passageiro, um bebê alienígena irrompe do peito do personagem vivido pelo ator John Hurt. A bactéria Photorhabdus luminescens faz algo semelhante com suas vítimas - e ainda emite uma luz verde de tom sobrenatural. Felizmente, suas vítimas não somos nós, humanos, mas sim alguns insetos. A bactéria age como cúmplice de um minúsculo verme chamado nematódeo. Este carrega o microrganismo em seu intestino até encontrar um hospedeiro, entrando em sua corrente sanguínea e despejando ali a bactéria. A P. luminescens "vomita" toxinas que podem matar o inseto e produz antibióticos que impedem que outros micróbios participem do banquete. Tanto os nematódeos quanto a bactéria se reproduzem dentro da carcaça até que novos vermes nasçam. A P. luminescens pode entrar no corpo humano por meio de feridas expostas, mas normalmente não causa doenças. Pelo contrário, um ferimento que emite uma estranha cor esverdeada é um bom sinal de recuperação, já que os antibióticos que a bactéria produz ajudam a manter o local limpo. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Michelle Rengarajan] Listeria monocytogenes Uma infecção por esses bacilos já não é tão desejável. Esse microrganismo pode ser encontrado na terra e na água, ou ainda em plantas, mas só mostra a que veio quando invade um organismo animal - incluindo nós, humanos. Ao penetrar em uma célula, a Listeria começa imediatamente a coletar pedaços do "esqueleto celular" para montar uma espécie de "escada" e se movimentar dentro da unidade. Quando chega à membrana da célula, a bactéria a empurra, fazendo com que uma longa e fina ponta se forme. Essa ponta é ingerida por outra célula, e a Listeria é então capaz de contaminá-la também. Diferentemente de outras bactérias que vivem em alimentos, a Listeria se reproduz muito bem em ambientes gelados. Sua presença em alimentos como o leite cru e queijos não pasteurizados pode causar uma intoxicação alimentar. A listeriose geralmente não é grave, mas pode provocar aborto espontâneo e ser perigosa para pessoas cujo sistema imunológico está enfraquecido. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Eye of Science/SPL] Myxococcus xanthus Bactérias são organismos unicelulares, mas isso não significa que elas vivam ou ajam sozinhas. As Myxococcus xanthus transitam em um agrupamento ao qual alguns cientistas se referem como "alcateia". Cada bactéria se desloca individualmente, criando uma fina estrutura que se parece com um pelo e que se conecta a outra bactéria ou à superfície sobre a qual se move. Depois, ela retrai o pelo e se arrasta para a frente. O gesto não é puramente um exercício. A alcateia se une para "caçar" outros micróbios. Assim como a criatura do filme de horror A Bolha Assassina, o grupo mata e se alimenta de qualquer coisa que cruzar seu caminho. As Myxococcus liberam antibióticos e enzimas para paralisar e destroçar suas vítimas. E todos as outras Myxococcus que estão em volta se aproveitam da refeição. E, se de repente ficarem sem comida, esses microrganismos se ajudam mais, empilhando-se uns sobre os outros, camada por camada. Cerca de 100 mil bactérias se aglomeram em um corpo amarelado. Algumas delas desenvolvem esporos arredondados que não precisam de alimentos ou água e podem esperar até que haja uma abundância de comida novamente. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Michael J. Daly/SPL] Deinococcus radiodurans Esse é um micróbio duro na queda, que tem até uma citação no Livro Guinness dos Recordes: o microrganismo detém o título de "forma de vida mais resistente à radiação", sendo capaz de aguentar uma quantidade de raios gamas 3 mil vezes maior do que aquela suficiente para matar um ser humano. Essa bactéria foi descoberta em 1956 por cientistas que tentavam esterilizar alimentos em conserva com radiação. Como ela é capaz de fazer isso? Para começar, trata-se de um aglomerado de antioxidantes, como os carotenoides que lhe conferem cor. Eles neutralizam substâncias químicas chamadas radicais livres. Mas o principal problema da radiação é que ela destroça o DNA. A D. radiodurans resolve esse problema mantendo quatro ou mais cópias de seu genoma separados em quatro compartimentos. Mesmo que a radiação destrua seu DNA, a bactéria pode colar os pedaços de volta ou copiar sequências a partir de seu back-up. A incrível capacidade de resistência da D. Radiodurans levou alguns cientistas a sugerirem que essa bactéria viria do espaço, onde a radiação cósmica é alta. Mas o mais aceito é que suas defesas tenham evoluído a partir de uma ameaça mais terrena: a falta de água, que fatia o DNA da mesma maneira. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Thierry Berrod, Mona Lisa production/SPL] Acidithiobacillus O lar dessa bactéria viscosa é qualquer caverna escura e profunda, rica em ácidos. Esses microrganismos vivem juntos em uma mistura gosmenta que escorrega pelas paredes desses locais. A Acidithiobacillus ferrooxidans e a Acidothiobacillus thiooxidans se alimentam de minerais contendo enxofre ou ferro, como a pirita (ou "ouro de tolo"). Elas sobrevivem até mesmo quando cercadas por substâncias tóxicas como arsênico e mercúrio. Os bacilos também fazem as cavernas brilharem. Ao digerirem esses metais, excretam ácido sulfúrico, que dissolve o calcário, criando minúsculos cristais de gipsita. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Angel Fitor/SPL] Aliivibrio Se uma caverna gosmenta não parece ser um local tão acolhedor, o que dizer das entranhas de uma lula? As bactérias Aliivibrio adoram esse tipo de ambiente. E as lulas também gostam dos microrganismos porque eles oferecem uma camuflagem que lhes permite vagar à noite pelo oceano sem serem notadas por predadores. Uma lula recém-nascida coleta a bactéria das águas marinhas à sua volta dentro de cavidades especiais. A Aliivibrio é particularmente boa em nadar pelo muco da lula. Ela também resiste aos químicos antimicrobianos, como o peróxido de hidrogênio, que o molusco produz para eliminar parasitas indesejáveis. Em troca do abrigo e de todo o açúcar e proteínas oferecidos pelas lulas, a bactéria as protege. Normalmente, uma pequena lula faria sombra para qualquer organismo à espreita no fundo do mar. Mas, por causa da bactéria, emite uma luz azul esverdeada, disfarçando-se bem sob a luz da lua enquanto navega em busca dos camarões que lhe servem de alimento. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Martin Oeggerli/SPL] Caulobacter crescentus No filme Uma Aventura Lego, os heróis temem uma superarma chamada Kragle, que nada mais é do que um tubo de cola. Esses personagens detestariam a Caulobacter: essa bactéria aquática produz uma secreção açucarada que é incrivelmente grudenta. A Caulobacter crescentus, que tem formato de meia-lua, usa sua cola para aderir a superfícies em ambientes aquáticos. Uma equipe de biólogos e físicos mediu que a força necessária para descolá-la seria de cinco toneladas por polegada quadrada. Mas a C. crescentus não passa a vida inteira presa. Uma bactéria recém-nascida é capaz de nadar por seu habitat com a ajuda de uma cauda giratória chamada flagelo. Quando encontra um lugar para se instalar, como uma planta ou uma pedra, ela perde o flagelo e cria uma haste, em cuja ponta acumula os açúcares. A seguir, a bactéria começa a se reproduzir, dividindo-se ao meio. A C. crescentus pode viver em águas doces ou salgadas, e até na água da torneira (mas não causa doenças). Ela é capaz de se desenvolver e se reproduzir até em lugares sem quase nada para comer. Os cientistas acreditam que a haste funciona muito bem para recolher nutrientes. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Derek Lovley/SPL] Geobacter metallireducens Sob as águas infestadas de Caulobacter, a terra molhada vibra com eletricidade. Nesses sedimentos, onde o oxigênio é escasso, a Geobacter usa energia elétrica para respirar. Quando as células vivas produzem energia, elas geram elétrons que precisam ser despejados em algum lugar. Nós, que respiramos de maneira aeróbica, usamos o oxigênio para varrê-los para longe, mas a Geobacter e outras bactérias subterrâneas jogam seus elétrons em metais. Seu "ar fresco" é, portanto, um local com muitos metais dissolvidos, como o ferro e o manganês, ou até o urânio e o plutônio. Se ficarem sem esses metais, elas têm um plano B: desenvolver um flagelo e nadar em busca de qualquer outro metal, sólido ou em solução. Para transferir seus elétrons para os metais sólidos, elas desenvolvem minúsculos fios elétricos. Micróbios que respiram metais também são bons em dividir o que têm. Diferentes espécies de Geobacter podem formar uma rede que permite que eles troquem recursos. Um pode se alimentar dos nutrientes à sua volta, mas não tem como despejar elétrons, enquanto outro pode ter os fios necessários, mas nada para comer. Juntos, em uma rede que pulsa com a eletricidade, eles trabalham para sobreviver. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Terry Beveridge/Visuais Unlimited/SPL] Magnetospirillum magneticum Como uma bactéria nadadora é capaz de encontrar seu caminho na água? A Magnetospirillum carrega uma "bússola". Essa bactéria com um corpo em forma de saca-rolhas se alinha ao campo magnético da Terra. Elas tendem a viver nos sedimentos do fundo de um leito de água e preferem um nível de oxigênio bem específico: algum, mas não muito. A Magnetospirillum pode encontrar o melhor ambiente de oxigênio passeando aleatoriamente pela água, mas usa a abordagem do vilão Magneto, de X-Men, para aumentar sua eficiência: elas coletam ferro de seu ambiente e produzem nanocristais de magnetita em pequenas bolsas. Depois, usam seu esqueleto celular para arrumar os cristais em uma linha perfeita. O campo magnético da Terra atrai os cristais magnéticos e as bactérias se alinham apontando para o norte e para o sul. Ao sacudir o flagelo, o microrganismo viaja ao longo dessa linha magnética, buscando oxigênio para conseguir encontrar o melhor lugar para habitar. Ela não navega em três dimensões, mas sim apenas para a frente ou para trás. Dez bactérias com superpoderes - do bem e do mal [Imagem: Hildgund Schrempf] Actinomicetos Caminhe em uma manhã chuvosa e você deverá notar o cheiro de terra molhada. Mas não é exatamente a terra que produz o odor, mas sim os actinomicetos (Streptomyces) que vivem nela. Essas bactérias, que crescem em longos filamentos de terra em todo o mundo, exalam uma substância chamada geosmina. É isso o que reconhecemos em um campo que acaba de ser revolvido. A geosmina também é responsável pelo sabor particular de beterrabas e outros tubérculos, ou ainda o gosto barrento presente em alguns peixes, vinhos e água mineral. Seres humanos e outros animais são particularmente sensíveis ao odor da geosmina, capazes de detectá-la em concentrações extremamente baixas, como cinco partes por trilhão. Cientistas acreditam que o apreço por esse odor vem do fato de nossos ancestrais buscarem terras úmidas, onde haveria água para beber. Já moscas de frutas o detestam, porque sinaliza a presença de bactérias em seus alimentos. O actinomiceto também produz vários antibióticos, muitos dos quais fazem parte de nossos medicamentos. BBC

“Aranha voadora” é descoberta na Floresta Amazônica

Se aranhas já eram assustadoras apenas escalando paredes e se pendurando em teias, as coisas acabam de piorar para os aracnofóbicos. Segundo informações do IFL Science , pesquisadores descobriram na Floresta Amazônica uma espécie que também consegue “voar”. De acordo com a descoberta, publicada nesta semana pelo Journal of the Royal Society Interface , as aranhas da espécie Selenops , também apelidadas de “flatties” por causa de seus corpos planos, usam suas pernas estendidas para “manobrar” sua descida em troncos de árvores sem usar nenhum tipo de apoio, como sua seda, por exemplo. Ainda não havia nenhum registro que as aranhas tinham tal habilidade. Os pesquisadores acreditam que os aracnídeos usem a técnica porque os troncos são ambientes mais seguros que os solos. Por anos os cientistas procuraram insetos que fossem capazes de planar. Para testar a espécie Selenops , eles revestiam as aranhas de pó fluorescente e as jogavam do alto das árvores, monitorando sua descida. Das 59 “participantes”, 93% conseguiram manobrar sua “aterrissagem” até um tronco. Os aracnídeos parecem usar técnicas não muito diferentes dos paraquedistas em seus voos, colocando as cabeças à frente e usando seus membros para direcionar o pouso. Então melhor olhar por todas as direções caso decida se aventurar na Floresta Amazônica. (Fonte: Terra)

Brasil doa menos sangue do que o ideal

Apesar de coletar o maior volume de sangue da América Latina, a proporção de doadores de sangue em relação à população geral do Brasil ainda é menor do que em países como Argentina, Uruguai ou Cuba, indicam dados da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado entre 2012 e 2013, no Brasil 59,52% doadores são voluntários, ou seja, seis em cada dez pessoas doam sangue com frequência e sem um receptor específico. Já os outros 40,48% dos doadores são chamados de doadores de reposição, cuja doação se destina a um paciente específico. Segundo o Ministério da Saúde, em 2014 foram coletadas 3,7 milhões de bolsas de sangue e realizadas 3,3 milhões de transfusões. Apesar de o número parecer alto, apenas 1,8% da população brasileira com idade para doar sangue o faz. A taxa considerada ideal para a ONU é de 3% a 5%. A meta do Ministério é aumentar o número de doadores para 2,2% a 2,3% da população entre 16 e 69 anos em cinco anos. Para os pesquisadores, um conjunto de fatores contribui para o baixo índice de doação, sendo o principal deles a falta de conscientização da população sobre a importância da doação. Por isso, defendem que as campanhas de incentivo devem ser intensificadas e o tema abordado nas escolas desde a educação infantil. Confira os requisitos para doar sangue: Estar em boas condições de saúde e descanso; Ter entre 16 e 69 anos (menores, a partir dos 16 anos podem doar acompanhados de um dos pais ou responsável legal; maiores de 65 anos só podem doar se já doaram antes dos 60 anos); Pesar no mínimo 50 kg; Estar alimentado (evite ingerir alimentos gordurosos); Apresentar documento oficial de identidade com foto; Não ter tido hepatite após os 10 anos de idade; Não estar utilizando medicamentos; Não estar resfriado ou com gripe; Não ter tido doença de Chagas, Sífilis, Malária ou ser soropositivo de AIDS; Não ter feito tatuagem ou colocado piercing nos últimos 12 meses; Não estar grávida ou amamentando. Fonte: BBC

El Niño deve se estender além de 2015, diz instituto australiano

O Escritório Australiano de Meteorologia afirmou nesta terça-feira (18) que o fenômeno climático El Niño se fortaleceu nas últimas duas semanas, de acordo com a Reuters. A entidade diz ver agora apenas uma “pequena chance” de que o evento termine até o fim deste ano. As temperaturas do Oceano Pacífico nos trópicos estão bem acima dos patamares que definem o El Niño e os ventos enfraqueceram consistentemente, disse o escritório. A entidade disse que três dos cinco modelos monitorados indicam também um aquecimento da superfície do oeste do Oceano Índico, na comparação com o leste. A condição, em associação com o El Niño, amplia as áreas de seca na Austrália, geralmente também com maior intensidade, segundo a Reuters. O último El Niño associado com aquecimento do irregular do Oceano Índico foi registrado em 2006. Cientistas do governo americano já afirmaram que o El Niño, que começou este ano, pode ser dos mais fortes dos últimos 65 anos. A tendência continuará, disse Mike Halpert, diretor adjunto do centro de previsões climáticas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em conferência com jornalistas. (Fonte: G1)

Planeta Terra esgota recursos e ‘opera no vermelho’ em 2015

Em menos de oito meses, a humanidade usou o saldo de recursos naturais de um ano inteiro da Terra, segundo dados da Global Footprint Network, um organismo internacional de sustentabilidade com sedes na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. Desde 13 de agosto de 2015, o nosso planeta já está “no vermelho”. O Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day) marca a data em que a demanda da humanidade por recursos naturais em um ano excede a capacidade da Terra de regenerar tais recursos neste mesmo ano. Nós mantemos esse déficit liquidando estoques de recursos naturais e acumulando lixo e dióxido de carbono na atmosfera. Em 2000, o Dia da Sobrecarga da Terra ocorria no início de outubro. Ou seja, em 15 anos, os recursos passaram a se esgotar três meses antes. A Global Footprint Network calcula o número de dias do ano e a biocapacidade da Terra de prover recursos disponíveis para a pegada ecológica da humanidade Os custos desse déficit ecológico estão se tornando cada dia mais evidentes com o desmatamento, a escassez de água, a erosão do solo, a perda de biodiversidade e o crescimento de dióxido de carbono na atmosfera. E os problemas podem crescer ainda mais caso medidas importantes não sejam tomadas. Entenda o cálculo - Para determinar o Dia de Sobrecarga da Terra de cada ano, a Global Footprint Network calcula o número de dias do ano e a biocapacidade da Terra de prover recursos disponíveis para a pegada ecológica da humanidade. Desse modo, a conta se dá a partir da divisão dos recursos regeneráveis pela demanda total da humanidade – ao fim, multiplica-se o número por 365. A equação é a seguinte: (Biocapacidade do planeta / Pegada ecológica da humanidade) x 365 = Dia da Sobrecarga da Terra (Fonte: Terra)

Cinco maneiras pelas quais o El Niño pode alterar o clima do planeta

O Estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, vinha atravessando uma das maiores secas de sua história nos últimos quatro anos e a chegada do verão no Hemisfério Norte preocupava as autoridades, já que esta é normalmente uma estação com menos chuvas. Mas, para surpresa de muitos, o mês de julho foi o mais chuvoso já registrado em muitas partes do sul do Estado, com níveis de umidade altos. São muitos os especialistas que têm certeza que fenômenos como este estão sendo causados pelo El Niño, que se caracteriza por um aquecimento das águas do Oceano Pacífico na região equatorial e cuja atividade vem se fortalecendo nos últimos meses. Existe um consenso cada vez maior entre os cientistas de que o El Niño hoje poderia alcançar ou até superar a dimensão registrada entre 1997 e 1998, que causou inundações e secas do planeta todo. O Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos afirmou até que este pode ser o El Niño mais forte já registrado. “Os dados que temos indicam que é o El Niño mais forte desde 1997, mas, obviamente, os modelos climáticos só podem prever o que acontecerá nos próximos meses, por isso temos que ser cautelosos”, disse à BBC Mundo William Patzert, especialista em clima do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês) e um dos mais importantes estudiosos do El Niño dos EUA. “Para que alcance uma intensidade parecida com o período de 1997-1998, é preciso que ocorram duas coisas. Primeiro, nos próximos meses é preciso haver um abrandamento significativo dos ventos alísios de leste para oeste no Pacífico.” “Se isto acontecer, veremos uma transferência dramática de calor das águas do oeste do Pacífico para as do Pacífico central e oriental. É nestas condições que se podem alterar os padrões de temperatura e precipitações em todo o planeta”, disse Patzert, que garante que o fenômeno deste ano tem potencial para ser o “El Niño Godzilla”, devido à sua intensidade. A BBC Mundo pediu para o especialista da Nasa falar sobre alguns dos efeitos que o El Niño pode ter em algumas partes do mundo nos próximos meses, caso sua força seja confirmada. 1 – América do Norte – “O El Niño faz uma corrente em jato subtropical, que habitualmente se encontra no sul do México e América Central, se deslocar para o norte. Isto provoca invernos mais chuvosos do que o de hábito no sul dos Estados Unidos”, afirmou. “Contrastando com isso, a corrente em jato polar, que tem sito muito forte na América do Norte nos dois últimos invernos, enfraquece, por isso são registrados invernos mais suaves no norte dos Estados Unidos e sul do Canadá.” Segundo Patzert, mesmo que o aumento das chuvas possa ser uma boa notícia para o sudoeste dos EUA, devido à seca na região, também poderia causar grandes inundações e deslizamentos. 2 – América do Sul – “Na região que vai desde o norte do Chile até o Equador, nas quais se encontram as áreas mais áridas do planeta, o El Niño causa invernos muito chuvosos.” “Além disso, nesta região, que conta com os maiores navios de pesca comercial do mundo, se a temperatura da água continua mais alta do que o normal há um colapso na pesca, o que pode ter impacto nas economias destes países”, explicou o especialista da Nasa. “No nordeste do Brasil, o El Niño provoca seca enquanto que no sul do Brasil e norte da Argentina, são registradas inundações.” 3 – Ásia – De acordo com Patzert, “quando, no Pacífico equatorial, a água quente se move até a América do Sul, em lugares como Filipinas, Indonésia ou Tailândia são registradas secas extremas”. Em alguns destes países, nos quais a agricultura é responsável por uma grande porcentagem do PIB, pode ocorrer um grande aumento no preço dos alimentos, o que acaba afetando o preço das matérias-primas em escala global. “Ao mesmo tempo, em países como Japão e China, ocorrem invernos mais temperados”, acrescentou. 4 – Europa – “Na Europa, nos anos em que o El Niño é forte, ocorreram invernos muito frios no leste do continente e também no oeste da Rússia”, disse Patzert. Segundo o especialista, “um bom exemplo são dois dos Ninõs mais importantes registrados nos últimos dois séculos: o de 1812 e o de 1941″. “Estes foram precisamente os invernos em que as tropas de Napoleão e Hitler foram derrotadas. Por isso gosto de dizer que nenhum Exército os derrotou, foi o El Niño.” 5 – Outras regiões da Terra – Patzert explica que, nos anos em que ocorre o El Niño “há uma temporada de furacões mais fraca no Atlântico” já que os ventos que ocorrem não são favoráveis para a criação de sistemas tropicais. “Ao mesmo tempo, no Pacífico oriental, devido à elevada temperatura da água, é registrada uma temporada de furacões muito ativa, em regiões como a Baixa Califórnia.” “Enquanto que, o sul do continente africano e Madagascar tendem a ser afetados pela seca, e áreas da África subsaariana, que são muito secas, têm mais chuvas.” Por fim, o especialista da Nasa afirma que o El Niño faz com que o norte da Austrália, como no sudeste asiático, se veja afetado pela seca. (Fonte: G1)

Empresa cria fertilizante orgânico mais barato e potente a partir do esgoto

Uma empresa de Matão (SP) produz um fertilizante orgânico mais rico em nutrientes e mais barato do que os industrializados. A novidade é que o composto é feito a partir do esgoto. O produto se tornou um forte aliado dos agricultores, já que aumenta a produção e reduz os custos no campo. Reciclar a biomassa, material que sai do esgoto da cidade, é 50% mais barato do que aterrar os resíduos do esgoto. O fertilizante foi desenvolvido há quatro anos por uma empresa especializada em resíduos. A ideia é de reaproveitar o que era descartado em aterros sanitários. Atualmente, tudo é misturado com cal para higienizar e calcário para corrigir a acidez. “Ele é feito com aproveitamento da biomassa excedente do tratamento do esgoto sanitário. Tem cálcio e magnésio que são também muito importantes para os vegetais”, explicou a gerente da companhia de esgoto, Neusa Aparecia Monteira Renesto. Testes – Para comprovar que o produto não contamina o solo e nem a plantação, foram realizados diversos testes. O composto é reconhecido pelo Ministério da Agricultura e é recomendado pelos agrônomos. “Ele é um complemento de qualidade, porque ele condiciona o solo e melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas, além de fornecer nutrientes para as plantas. O número de cidades que tratam o esgoto, infelizmente, estão abaixo do desejado”, explicou o engenheiro agrônomo Fernando Carvalho Oliveira. Em um sítio de Matão, por exemplo, o composto foi aplicado na plantação de abacate, cana-de-açúcar e goiaba. Já se passaram 10 semanas e é possível perceber que o desenvolvimento das plantas foi grande. Algumas chegaram a dar frutos neste período. A economia chegou a R$ 30 mil e não se compra mais adubo industrial. Mensalmente, são produzidas 200 toneladas de fertilizante em Matão. Os caminhões são carregados e o material é enviado para as plantações sem custo para o produtor. Por enquanto, o processo ainda não é feito em muitas cidades no Estado de São Paulo. Além de Matão, Jundiaí (SP) é uma das poucas cidades que também produz o fertilizante biodegradável. (Fonte: G1)

Governo fará diagnóstico de hanseníase nas escolas

O Ministério da Saúde iniciou uma campanha para mapear casos de hanseníase, tracoma e verminose em crianças e adolescentes de até 14 anos. Agentes comunitários de saúde e equipes do Programa Saúde da Família farão uma busca ativa em 45 mil escolas de 2.290 municípios em todo o país. Para o diagnóstico da hanseníase, as escolas enviarão fichas com o desenho do corpo humano para que os pais ou responsáveis marquem onde as crianças têm qualquer tipo de manchas na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica. Caso uma criança seja diagnosticada com a doença, a equipe de saúde vai investigar se pessoas próximas a ela também estão doentes. A estimativa do governo é avaliar mais de oito milhões de crianças e adolescentes. Na edição do ano passado desta campanha, dos 5,6 milhões de estudantes que receberam as fichas, 4,1 milhões responderam. Destes alunos, 5,6% (231.247) foram encaminhados às unidades de saúde para esclarecimento do diagnóstico e 354 crianças foram diagnosticadas com hanseníase, representando 0,15%. Em 2014, o Ministério da Saúde registrou 31 mil casos novos da doença, com coeficiente de detecção de 15,32 casos para cada 100 mil habitantes. As áreas de maior número de casos estão concentradas em Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Verminoses A campanha também pretende reduzir a carga das verminoses, que causam anemia, dor abdominal e diarreia, com o uso de vermífugo preventivo. Esses parasitas podem prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança. A busca por casos de tracoma, doença inflamatória que pode causar problemas no olho, será em cerca de 580 municípios. Agência Brasil

Empresas brasileiras assinam carta sobre mudanças climáticas

Um grupo de empresários brasileiros lançou, nesta quinta-feira (13), um documento em que as companhias assumem compromissos para reduzir o impacto das mudanças climáticas nos próximos anos, além de fazer propostas sobre o que o governo brasileiro deve priorizar nas negociações internacionais da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 21 (COP 21), que acontece em dezembro em Paris. A ação é das empresas que fazem parte do Fórum Clima: Alcoa, Carrefour, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, Companhia Siderúrgica Nacional, CPFL Energia, Grupo Libra, InterCement, Natura, Odebrecht, Samarco Mineração, Shell e Walmart Brasil. Na “Carta aberta ao Brasil sobre mudança do clima – 2015″, os empresários se comprometem a definir uma meta de redução de emissões de gases de efeito estufa, buscar inovações que permitam reduzir as emissões de gases, publicar relatórios anuais de emissões e eliminar produtos que tenham origem no desmatamento ou outros tipos de exploração ilegal do meio ambiente. Os empresários sugerem que, nas negociações climáticas internacionais, o Brasil defenda o estabelecimento de um limite de emissões de gases de efeito estufa a longo prazo. Além disso, que o país defenda a criação de um mecanismo de precificação do carbono, o que significa adotar um sistema em que as empresas poluentes possam escolher se vão reduzir a emissão de carbono ou se vão continuar a emitir e pagar por isso. O grupo também sugere que o país defenda a criação de mecanismos de remuneração pela recuperação das florestas. O grupo propõe ainda que o país tenha uma meta de, até 2030, ter 50% das fontes de energia renováveis. Expectativas para COP 21 – A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participou do evento e falou sobre as expectativas da atuação do Brasil na COP 21. “Eu me mantenho otimista em relação a Paris poque vai ser a primeira vez que temos no conjunto de negociadores pessoas que realmente estão envolvidas com a questão do clima, o que não é trivial.Chegaremos a Paris certamente como o país que mais reduziu emissões no planeta voluntariamente”, disse a ministra. Segundo a Izabella, o Brasil deve definir até setembro os compromissos que o governo deve apresentar para a conferência do clima, documento chamado INDC (Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida, na sigla em inglês). Ela afirma que essas propostas estão sendo discutidas por seis ministérios: Economia, Agricultura, Minas e Energia, Planejamento e Relações Exteriores. (Fonte: G1)

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

ONGs lançam manifesto público sobre a Agenda Brasil

Na terça-feira (11/8), ONGs ambientalistas, entre elas a Fundação SOS Mata Atlântica, Greenpeace e Instituto Socioambiental, lançaram um manifesto público sobre a Agenda Brasil, documento proposto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com 27 medidas para combater a crise. O manifesto foi publicado algumas horas depois que o Governo Federal anunciou que analisará o documento. Dos 27 pontos apresentados, quatro dizem respeito a legislação ambiental, com potencial, segundo o manifesto, de serem desastrosos ao meio ambiente. São eles: – Revisão e implementação de marco jurídico do setor de mineração, como forma de atrair investimentos produtivos; – Revisão da legislação de licenciamento de investimentos na zona costeira, áreas naturais protegidas e cidades históricas, como forma de incentivar novos investimentos produtivos; – Revisão dos marcos jurídicos que regulam áreas indígenas, como forma de compatibilizá-las com as atividades produtivas; – PEC das Obras Estruturantes: estabelecer processo de fast-track para o licenciamento ambiental para obras estruturantes do PAC e dos programas de concessão, com prazos máximos para emissão de licenças. Simplificar procedimentos de licenciamento ambiental, com a consolidação ou codificação da legislação do setor, que é complexa e muito esparsa. No manifesto, as organizações alertam para o risco de as propostas promoverem violência e destruição de patrimônio das populações indígenas e o agravamento de catástrofes ambientais, como falta de água, inundações e enchentes, e de seus impactos negativos na economia, como redução de produção agrícola e energia. Confira o “Manifesto Público sobre a Agenda Brasil”. https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Carta-Manifesto-Agenda-Brasil.pdf (SOS Mata Atlântica/ #Envolverde) * Publicado originalmente no site SOS Mata Atlântica.

Campanha de vacinação contra pólio começa neste sábado em todo o país

A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite começa neste sábado (15) e vai até 31 de agosto em todo o país. Além da vacina contra pólio, a campanha também inclui as outras vacinas previstas para crianças de até 5 anos no calendário vacinal básico. Devem ser vacinadas contra pólio crianças com idade entre 6 meses e 5 anos incompletos. A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença provocada por vírus que afeta o sistema nervoso e pode levar à paralisia irreversível dos membros. Atualmente, o Brasil está livre da doença, mas a vacinação é fundamental para manter o vírus fora do país, segundo o Ministério da Saúde. Entre 2013 e 2014, 10 países registraram casos de poliomielite, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). As crianças que forem se vacinar contra pólio poderão receber outras vacinas para atualizar suas cadernetas de vacinação, entre elas a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba e é destinada a crianças com idade entre 1 e 5 anos incompletos. Postos de vacinação fixos e móveis em todo o país estarão disponíveis para aplicar as doses. O Ministério da Saúde deve apresentar mais detalhes sobre a campanha nacional na tarde desta terça-feira (11). (Fonte: G1)

Projetos de lei ameaçam futuro hídrico, climático e a biodiversidade do país

O Congresso Nacional retomou as atividades esta semana, e com isso voltam a tramitar pela Câmara e o Senado diversos projetos de lei que colocam em risco o patrimônio natural brasileiro. Mesmo com as evidências sobre o papel das áreas protegidas na manutenção das fontes de água, do equilíbrio climático e manutenção da biodiversidade, os parlamentares insistem em reduzir as áreas protegidas do país. Entre projetos novos, apensados e aqueles que esperam nos escaninhos das duas casas legislativas, somam-se cerca de 40 iniciativas que diminuem a proteção daquilo que – por lei – deveria ser intocável. A começar pela Constituição Federal, que diz que o meio ambiente saudável, íntegro e gerador de serviços para a população é um direito de todos e deve ser garantido pelo Estado. Outras tantas leis, decretos e regulamentos completam o que os especialistas chamam de marco legal de proteção da natureza. Entre essas leis está a que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o Snuc. Entenda o Snuc Depois de 15 anos de existência ajudando a garantir as Unidades de Conservação (UCs), o Snuc está sob fogo cruzado. Um projeto de lei do deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) quer alterar a lei. A proposta é modificar a metodologia que estabelece as zonas de amortecimento – faixas ao redor das UCs para aumentar a proteção de parques nacionais, reservas extrativistas e estações ecológicas –, além de limitar o tamanho desses espaços para, no máximo, dois mil metros. Hoje a faixa protetiva é determinada conforme o tamanho, a localização e a função das unidades, mas a recomendação geral é que fique em torno de 10 mil metros. Outro ponto preocupante embutido na proposta é que a zona de amortecimento “não poderá situar-se dentro de zona urbana sob pena de implicar em indenização ao proprietário”. Apesar de reduzir a proteção à natureza, o projeto 1299 recebeu parecer favorável do relator, deputado Josué Bengtson (PTB-PA), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS). No relatório, ele justifica que “a proposta vem em momento ideal, pois representa maior segurança jurídica e transparência na criação da chamada zona de amortecimento e corredores ecológicos quando da criação da unidade de conservação”. Desmonte Bengton é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), e um dos autores do Projeto de Lei Complementar (PLP) 227/2012, que visa regulamentar o artigo 231 da Constituição Federal – apontando exceções ao direito de uso exclusivo dos indígenas de suas terras tradicionais, em caso de “relevante interesse público da União”. Entre as exceções, está a exploração dos territórios protegidos pela rede do agronegócio, empresas de mineração, além da construção de empreendimentos ligados aos interesses das esferas de governo – federal, estadual e municipal. Com o argumento de que as faixas de proteção prejudicam a expansão da fronteira agrícola brasileira, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) defende a aprovação do PL 1299. “Precisamos discutir áreas antigas com zonas de 10 quilômetros de proteção. Isso é um transtorno e inviável para o desenvolvimento desse país”, justificou Colatto. O parlamentar, também ligado à bancada ruralista, lembrou que ele é autor de um projeto que altera a Lei do Snuc (PL 2110/2007) e que exige que as unidades de conservação sejam criadas por lei, limitando em até 500 metros a zona de amortecimento. A proposta de Colatto, apensada ao PL 5477/05, possibilita ainda o uso das áreas particulares localizadas no interior das UCs, enquanto não houver o pagamento da devida indenização. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apresentou nota técnica contrária a esta proposta. Segundo o órgão ambiental, o PL 1299/15 apresenta argumentos inconsistentes e equivocados quanto ao conceito e aos objetivos de uma zona de amortecimento (ZA) e de criação de uma unidade de conservação. Um ponto questionável é sobre a fixação de forma rígida da ZA, em dois mil metros (2 km) de raio no entorno da UC, sem levar em conta critérios ecológicos, sociais e econômicos. A Instrução Normativa 5/08 do ICMBio não especifica os tamanhos de zonas de amortecimento, visto que essas devem ser estabelecidas e dimensionadas caso a caso. Na avaliação do líder do Partido Verde, José Sarney Filho (MA), a proposta não deve ser aprovada da forma que está, uma vez que cada unidade de conservação tem características próprias, não sendo possível a padronização de tamanho e localização das zonas de amortecimento. “Não se pode prejudicar um dos poucos instrumentos de que ainda dispomos para a proteção do meio ambiente para atender a interesses localizados”. Outro alerta é do deputado Ricardo Tripoli (PSDB/SP), que destaca a importância dos cinturões verdes para o amortecimento de temperatura e proteção dos mananciais hídricos. “Precisamos de mais cobertura florestal para obter água e não impermeabilizar ainda mais as cidades”. Segundo ele, essa proposta vai gerar ainda mais dificuldades para o Brasil, que já sofre com a crise hídrica. “O que nos preocupa é que estes projetos de lei não vêm sozinhos, a esmo. Parecem estar vinculados a uma estratégia mais ampla para desmontar o SNUC. E isso é inadmissível, pois as áreas protegidas representam benefícios para toda a sociedade e não podem estar sujeitas a interesses setoriais”, adverte Aldem Bourscheit, especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil. Mina de interesses Além das leis ordinárias, caminham pelo Congresso propostas que querem alterar a Constituição Federal. É o caso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 215), que retira do Executivo e coloca nas mãos dos deputados e senadores o poder de criar Unidades de Conservação e Terras Indígenas – mesmo considerando que o Parlamento não tem a capacidade técnica dos órgãos públicos que têm esta missão. Os formuladores do novo Código da Mineração, em vias de ser votado na Câmara dos Deputados, querem embutir no texto a possibilidade de minerar em unidades de conservação de proteção integral, sob o argumento – pouco factível na prática – de que essas áreas seriam compensadas em outras de mesmo valor ambiental. Na prática, o que se vê são os interesses dos próprios parlamentares, que recebem da indústria da mineração o financiamento de suas campanhas. Segundo a publicação “Quem é quem nas discussões do Novo Código da Mineração”, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o deputado Leonardo Quintão (PMDB/MG), relator na Comissão Especial que cuida do texto do novo código minerário, teve sua campanha financiada por empresas do setor mineral como a Arcelor Mittal Inox Brasil, Ecosteel Indústria de Beneficiamento Ltda, Gerdau Comercial de Aços S/A, LGA Mineração e Siderurgia Ltda e Usiminas Mecânica S/A. A receita total declarada foi de cerca de R$ 2 milhões com quase 20% doado pelas indústrias de mineração. (WWF Brasil/ #Envolverde) * Com informações do Portal de Políticas Socioambientais. ** Publicado originalmente no site WWF Brasil.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Há 5 tipos diferentes de câncer de próstata

Tipos de câncer de próstata Não existe "o" câncer de próstata, mas sim cinco tipos diferentes da doença - pelo menos. Quem garante é a equipe do professor Alastair Lamb, do Instituto Cambridge de Pesquisas do Câncer (Inglaterra), que descobriu uma maneira de caracterizar e distinguir os diferentes tipos de câncer de próstata. A descoberta deverá ter implicações importantes para a forma como os médicos tratam o câncer de próstata no futuro, permitindo identificar os tumores que são mais propensos a crescer e se espalhar agressivamente através do corpo e que realmente exigem tratamento. Hoje, a vigilância ativa do câncer de próstata é largamente recomendada para muitos homens, já que grande parte dos tumores nunca se desenvolverá a ponto de representar risco de vida para o paciente. Impressão digital genética Observando cromossomos anormais e medindo a atividade de 100 genes diferentes, todos associados à doença, a equipe conseguiu agrupar os tumores em cinco tipos distintos, cada um com uma "impressão digital genética" característica. Esta análise mostrou melhor capacidade de prever quais cânceres eram susceptíveis de se tornarem mais agressivos do que os testes usados atualmente pelos médicos - incluindo o teste de PSA e a pontuação de Gleason. Terapia para câncer de próstata não é adequada para todos os casos "Nossos resultados entusiasmadores mostram que o câncer de próstata pode ser classificado em cinco tipos geneticamente diferentes. Esta descoberta pode ajudar os médicos a decidir sobre o melhor curso de tratamento para cada paciente, com base nas características do seu tumor," disse o pesquisador Alastair Lamb. Agora os resultados precisarão ser confirmados em estudos clínicos com grupos maiores de homens, para verificar a validade do novo exame em termos populacionais. Diário da Saúde

HPV apresenta associação também com câncer de mama

HPV e cânceres O HPV está associado não apenas ao câncer de colo de útero, mas também em cânceres de outros órgãos como pele, boca, faringe, laringe, esôfago, pulmão, cólon, reto e ovários. Agora, uma equipe internacional de cientistas demonstrou a presença do DNA do HPV em um grande número de cânceres da mama. A equipe multidisciplinar, que inclui médicos, biólogos e bioquímicos da Universidade Federal do Ceará (UFC), detectou a presença de DNA do Papilomavírus Humano (HPV) em 59% das 71 amostras de tecido mamário com câncer analisadas. Associação do HPV com o câncer O HPV tem sido associado ao câncer de colo de útero, embora uma conexão causal não tenha ainda sido demonstrada de forma inequívoca. Essa associação foi a principal fundamentadora da atual vacina contra o HPV, que tem dividido os especialistas. "Se, realmente, o HPV tiver, também, um papel importante na gênese do câncer mamário, se poderia esperar, dentro de 10 a 15 anos, uma significativa queda nas estatísticas de casos positivos para o câncer mamário - em razão justamente da vacinação," comenta José Roosevelt Cavalcante, um dos autores do trabalho. A vacina ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde protege contra os subtipos 16 e 18, associados com cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero, e contra os subtipos 6 e 11, associados com 90% das verrugas anogenitais. Orientação da pesquisa Este estudo representa um grande avanço na orientação da linha de investigação das causas do câncer de mama em nível mundial porque acrescenta uma dimensão da doença que não tinha sido vislumbrada em outras pesquisas. As amostras analisadas pela equipe provêm de biópsias mamárias, enquanto as amostras de mamas normais, os casos-controle de comparação, foram oriundas de mamoplastias redutoras estéticas. A faixa etária das mulheres era de 27 a 97 anos, para os casos de carcinoma, e de 24 a 84 anos para os casos de mamas normais. O câncer de mama é o que mais mata no Brasil. Entre os anos 2003 e 2013, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 130 mil pessoas tiveram a morte causada por ele. Ministério da Saúde

Qual é o óleo mais saudável para frituras?

Você pode pensar que é óbvio que frituras feitas com óleo vegetal são mais saudáveis do que se fossem feitas com óleo animal, como banha ou manteiga. Mas será mesmo? Para descobrir isso, moradores de Leicester, na Inglaterra, receberam uma variedade de gorduras e óleos, que deveria ser usado e depois devolvido para ser analisado pela equipe do professor Martin Grootveld, da Universidade de Leicester (Reino Unido). As gorduras e óleos usados foram: óleo de girassol, óleo vegetal, óleo de milho, óleo de canola, azeite, manteiga e banha animal. O resultado foi surpreendente. Óleos mais saudáveis Quando você está fritando ou cozinhando em uma alta temperatura (próximo de 180°C), as estruturas moleculares de gorduras e óleos mudam. Acontece o que chamamos de oxidação - elas reagem com o oxigênio do ar formando aldeídos e peróxidos de lipídio. Na temperatura ambiente, algo semelhante acontece, mas de maneira muito mais lenta. Quando lipídios se decompõem, eles se tornam oxidados. O consumo de aldeídos, mesmo que em pequenas quantidades, tem sido relacionado a um risco de doenças do coração e câncer. Então o que a equipe descobriu? "Descobrimos que os óleos que eram ricos em poli-insaturados - o de milho e o de girassol - geravam altos níveis de aldeídos." Isto é surpreendente porque até agora os cientistas afirmavam que o óleo de girassol era o mais "saudável". Mas vários aldeídos identificados na análise das amostras enviadas para a universidade ainda não haviam aparecido em outros experimentos com óleos. "Óleo de girassol e de milho são bons," ressalta o professor Grootveld, "desde que você não submeta eles ao calor, como ao fritar alimentos ou ao cozinhar algo. É um fator químico simples que faz com que algo que é visto como saudável para nós se converta em algo que faz mal quando é submetido a temperaturas mais altas." Banha e azeite O azeite e o óleo de canola produziram muito menos aldeídos, assim como a manteiga e a banha animal. O motivo é que esses óleos são ricos em ácidos graxos monoinsaturados e saturados, que são muito mais estáveis quando submetidos ao calor. Na verdade, gorduras saturadas raramente passam pelo processo de oxidação. A pesquisa sugere que, quando o assunto é cozinhar ou fritar, manteiga ou banha animal são mais indicadas do que óleo de girassol e de milho. "Se eu tivesse escolha entre banha e poli-insaturados, eu optaria pela banha sempre," afirma o pesquisador. A banha animal, apesar de ter uma reputação de "não saudável", é, na verdade, rica em gorduras monoinsaturadas. O conselho final de Grootveld é, primeiramente, evitar frituras, especialmente aquelas em temperaturas muito altas. Se você estiver fritando algo, tente usar o mínimo possível de óleo e tente remover todo o óleo do alimento após a fritura usando uma toalha de papel, por exemplo. Para reduzir a produção de aldeídos, opte por um óleo ou gordura que sejam ricos em lipídios monoinsaturados ou saturados (preferencialmente 60% para um ou outro) e mais de 80% para os dois juntos), e que sejam pobres em polinsaturados (menos de 20%). O professor acredita que o "óleo ideal" para cozinhar seja o azeite, porque "tem 76% de lipídios monoinsaturados, 14% saturados e apenas 10% polinsaturados". E, nesse caso, o azeite não importa se o azeite é "extra virgem" ou não. "Os níveis antioxidantes presentes em produtos extra virgem são insuficientes para proteger contra a oxidação induzida pelo calor." Sobre as gorduras Gorduras poli-insaturadas: contêm duas ou mais ligações carbono-carbono. Em alimentos como sementes, peixes, folhas verdes e nozes, podem trazer vários benefícios para a saúde. No entanto, os benefícios advindos do consumo de óleo de girassol e de milho, apesar de ricos em poli-insaturados, ainda não estão tão claros. Óleos monoinsaturados: contêm apenas uma ligação dupla carbono-carbono. São encontrados em abacates, azeitonas, azeite, amêndoas e avelãs e também em banha animal. O azeite, que tem aproximadamente 76% de monoinsaturados, é um dos principais elementos da dieta mediterrânea, que tem-se mostrado muito efetiva para reduzir o risco de doenças do coração. Gorduras saturadas: não têm ligação dupla de átomos de carbono. Apesar de especialistas indicarem o consumo desse tipo de gordura, recentemente os benefícios dela e de outras gorduras derivadas de animais têm sido questionados. Com informações da BBC

Adoçantes artificiais são melhores do que açúcar?

Nos últimos anos, todos assistimos uma batalha contínua sobre o que é pior para você: adoçantes artificiais ou açúcar. A menos que você queira abrir mão de todas as bebidas que são doces, vai acabar se deparando com o dilema. Ao invés de confiar em instinto ou em algum mito, podemos levar pesquisas em conta nessa discussão. Evidências apontam para o fato de que parece haver uma correlação entre o consumo de açúcar e problemas de saúde e, segundo o professor de pediatria da Faculdade de Medicina da Indiana University, Aaron E. Carroll, estes não podem ser detectados com adoçantes artificiais.Em um artigo publicado no jornal “The New York Times”, o professor explica as diferenças entre as duas opções, começando pelos adoçantes artificiais – atacados por décadas, acusados de serem substâncias químicas nocivas. “Mas tudo é ‘química’ e nem todas são ruins para nós”, explica. Um dos mais antigos adoçantes artificiais é a sacarina. Na década de 1980, o Congresso dos Estados Unidos determinou que qualquer produto que a contenha deveria ser acompanhado por um aviso de que aquele produto poderia ser perigoso para a saúde e que tinha causado câncer em animais de laboratório. Relação com câncer de bexiga Um artigo publicado na revista “Annals of Oncology”, em 2004, observou que mais de 50 estudos haviam sido publicados analisando a sacarina em ratos. Vinte deles eram estudos de “uma geração”, o que significa que não analisavam a prole dos ratos. Em apenas um desses estudos enormes quantidades de sacarina produziram câncer, e foi em um tipo de rato que é frequentemente infectado com um parasita da bexiga que iria deixá-lo suscetível a câncer de bexiga induzido por sacarina. Mas “estudos de duas gerações”, em que os ratos foram alimentados com muita sacarina e seus descendentes também, descobriram que o câncer de bexiga era significativamente mais comum em ratos de segunda geração. Isso levou muitos países a agir. No entanto, segundo Carroll, havia um problema: esta ligação não foi confirmada em seres humanos. Além disso, verifica-se que alguns ratos são simplesmente mais propensos a ter câncer de bexiga, inclusive quando recebem grandes quantidades de vitamina C. Estudos em humanos na Grã-Bretanha, Dinamarca, Canadá e nos Estados Unidos não conseguiram encontrar associação alguma entre o consumo de sacarina e o câncer de bexiga quando o tabagismo, que pode causá-lo, foi tirado da equação. E o aspartame? Com base nesses estudos mais recentes, a sacarina foi removida da lista de cancerígenos em 2000. Mas, a essa altura, as opiniões já estavam definidas e isso não ajudou as pessoas a se sentirem mais seguras. Outros adoçantes artificiais não têm se saído melhor. O aspartame foi introduzido nos Estados Unidos mais ou menos na mesma época em que a sacarina começou a apanhar. Os estudos iniciais mostraram que o aspartame não causa câncer em animais, por isso foi considerado mais seguro do que a sacarina. Porém, em 1996, um estudo publicado no “The Journal of Neuropathology and Experimental Neurology” questionou a ligação entre o aspartame e o aumento no número de tumores no cérebro entre 1975 e 1992, quando mais pessoas tinham começado a consumi-lo. Para Carroll, há vários problemas com essa relação simplista. “A maior parte do aumento de câncer era em pessoas com 70 anos ou mais, que não eram os principais consumidores de aspartame. E como aspartame foi aprovado em 1981, culpá-lo por um aumento nos tumores na década de 1970 parece impossível”, diz. “Por fim, estudos muito mais abrangentes não conseguiram encontrar ligações. Estes incluíram um estudo de caso-controle de crianças publicado no The Journal of the National Cancer Institute e um estudo de grupo de mais de 450 mil adultos do Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention”. Alguns estudos posteriores sobre o aspartame feitos com ratos são usados como justificativa para o receio em consumir a substância, mas são contestados por organizações como o Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Além disso, como acontece com a sacarina, também existem grandes diferenças entre ratos e seres humanos. Um estudo controlado randomizado de 1998 não detectou nenhum efeito neuropsicológico, neurofisiológico ou comportamental causado pelo aspartame. Mesmo uma dose 10 vezes superior ao consumo normal não teve efeito sobre crianças com transtorno de déficit de atenção. Uma revisão de segurança de 2007, publicada na revista “Critical Reviews in Toxicology”, descobriu que o aspartame tinha sido estudado extensivamente e que as evidências mostravam que ele era seguro. Pessoas com fenilcetonúria, um distúrbio genético raro, precisam limitar o seu consumo de aspartame porque a fenilalanina é um dos seus componentes. Entretanto, para a maioria das pessoas, o aspartame não é uma preocupação. Também é verdade que alguns dos adoçantes açúcares alcoólicos, como sorbitol ou manitol, podem ter um efeito laxante ou causar inchaço quando consumidos em grandes quantidades por algumas pessoas. Contudo, em condições normais, a maioria das pessoas pode aproveitar com segurança todos os adoçantes artificiais aprovados. Mas e o açúcar? Os açúcares ou carboidratos que ocorrem naturalmente, como os encontrados em frutas, por exemplo, na sua maior parte, não são um problema. Açúcares adicionados (que não são provenientes de alimentos) é que são. Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA relatam que as crianças norte-americanas estão consumindo entre 282 calorias (para meninas) e 362 calorias (para meninos) de açúcares adicionados por dia em média. Isto significa que mais de 15% da sua ingestão calórica é a partir de açúcares adicionados. Adultos se saem um pouco melhor, mas não muito. Este consumo não é distribuído igualmente, no entanto. Por exemplo, cerca de metade das pessoas não consomem bebidas açucaradas, enquanto outras 25% consomem cerca de 200 calorias por dia. Os 5% do topo, assim, consome mais de 560 calorias por dia, ou mais de quatro latas de refrigerante.Estudos epidemiológicos descobriram que, mesmo após o controle de outros fatores, a ingestão de açúcares adicionados de uma população está associada com o desenvolvimento de diabetes tipo 2, com um aumento de 1,1% em prevalência para cada lata de refrigerante adoçado com açúcar consumido em média por dia. No ano passado foi publicado no “JAMA Internal Medicine” um estudo que acompanhou pessoas por 14 anos e descobriu que aqueles entre os cinco com o mais alto consumo de açúcar adicionado tinham mais do que o dobro do risco de morrer de doenças cardiovasculares do que aqueles entre os cinco com o consumo mais baixo. O editorial que o acompanhava observou que o aumento do risco de morte começava quando uma pessoa consumia o equivalente a 590 ml de refrigerante em uma dieta de 2 mil calorias e chegava a um aumento de mais de quatro vezes para as pessoas que consumiam mais de um terço de sua dieta em açúcares adicionados. Açúcar engorda Não é surpresa alguma que a ingestão de açúcares adicionados é significativamente associada com o peso corporal. Uma revisão sistemática e meta-análise de estudos randomizados controlados, publicada no “British Medical Journal”, em 2012, descobriu que o consumo de açúcar aumenta tanto a gordura quanto o peso total. Outra meta-análise de estudos randomizados controlados, publicada no “American Journal of Clinical Nutrition” em 2013, descobriu que bebidas adoçadas com açúcar por si só causam aumento no peso corporal em adultos. Em comparação, um estudo do mesmo tipo, publicado no ano passado na mesma revista, feito com adoçantes artificiais ou de baixa caloria descobriu que o seu uso levou à um peso corporal mais baixo e menos gordura total. “Minha esposa e eu limitamos o consumo de refrigerante de nossos filhos para cerca de quatro a cinco vezes por semana. Quando deixamos que tomem refrigerante, ele é quase sempre livre de cafeína, porque queremos que eles durmam. Também é quase sempre sem açúcar”, conta Carroll, explicando que aplica seu conhecimento ao cotidiano. “Há um dano potencial, e provavelmente verdadeiro, de consumir açúcares adicionados; e provavelmente não há dano algum nos adoçantes artificiais”. [The New York Times]

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Guerra síria faz outra vítima: a água potável

Nações Unidas, 31/7/2015 – Agoniado por uma onda de calor, em um verão boreal com temperaturas excepcionalmente altas, a população da atribulada cidade de Alepo, no norte da Síria, tem de enfrentar outro inimigo: a sede. O conflito, que começou em março de 2011 como um levante popular contra o regime do presidente Bashar al Assad, não dá sinais de cessar os combates entre os múltiplos grupos armados, com destaque para o Estado Islâmico. Presa em meio ao conflito, a população civil da Síria paga o preço mais alto, com milhões de pessoas obrigadas a fugir do país. Os que ficaram sofrem um pesadelo permanente, que piorou no começo de julho com a interrupção do fornecimento de água. Alguns serviços se recuperaram desde então, mas a situação ainda é muito precária, e as agências internacionais de saúde redobram esforços para evitar epidemias provocadas por água contaminada. “O corte de água veio no pior momento, quando os sírios sofrem uma intensa onda de calor”, advertiu Hanaa Singer, representante na Síria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em comunicado divulgado no dia 22 deste mês. “Alguns bairros estão há quase três semanas sem água e centenas de crianças estão sedentas, desidratadas e vulneráveis às enfermidades”, afirmou. Cerca de três mil crianças, 41% das que são atendidas nas clínicas de Alepo assistidas pelo Unicef desde começo de julho, apresentaram casos leves de diarreia. “Nos preocupa a possibilidade de o fornecimento de água em Alepo voltar a ser suspenso a qualquer momento, agravando o que já é uma grave crise de água em todo o país”, ressaltou Singer. O Unicef criticou as partes em conflito por visarem os encanamentos de fornecimento de água, uma ação claramente proibida pelas leis de guerra. Os fortes combates em zonas civis, e o consequente deslocamento de um grande número de pessoas em todo o país, enfraqueceram a frágil rede de fornecimento de água e saneamento do país. Houve 105.886 casos agudos de diarreia na primeira metade deste ano, bem como um rápido aumento dos casos de hepatite A. Em Deir-Ez-Sour, uma grande cidade do leste da Síria, o lançamento de esgoto no rio Eufrates gerou uma crise sanitária entre a população local que usa suas águas para cozinhar, lavar e beber. O Unicef registrou cerca de mil casos de febre tifoide na região. O Unicef distribuiu 18 mil caixas de medicamentos para atender casos de diarreia e ajudar meninas e meninos enfermos. Também trabalha com seus sócios no terreno para entregar pastilhas para tornar a água potável para cerca de um milhão de pessoas. Com o aumento do preço dos combustíveis, que chegou a US$ 2,60 por litro em julho, na cidade de Idleb, as famílias empobrecidas pelo conflito foram obrigadas a cortar seu consumo de água. As estações de bombeamento também reduziram drasticamente a quantidade por pessoa, limitando o fornecimento a 20 litros por dia. Os esforços do Unicef para distribuir dispositivos capazes de tornar a água potável sofreram um duro revés em abril, quando foi fechada a passagem fronteiriça com a Jordânia, uma rota que era usada habitualmente para levar meio milhão de litros mensais de produtos para tratar a água. Apesar das dificuldades, o Unicef triplicou o volume de fornecimento de emergência de 800 mil para 2,5 milhões de litros de água por dia, o que representa 15 litros por pessoa para cerca de 200 mil indivíduos. Organizações humanitárias como Oxfam, Meia-Lua Vermelha da Síria e Comitê Internacional da Cruz Vermelha ajudam a Organização das Nações Unidas (ONU) a sustentar o povo sirio. Além de transportar milhões e milhões de litros de água por mês, o Unicef ajudou a cavar 50 poços, dos quais são extraídos cerca de 16 milhões de litros por dia. Ainda há cerca de meio milhão de pessoas em Alepo que já não sabem o que fazer para encontrar água limpa para atender as necessidades diárias de suas famílias. Em todo o país, aproximadamente 15 milhões de pessoas dependem de uma limitada e vulnerável rede de fornecimento de água. Envolverde/IPS

Árvores necessitam de até 4 anos para se recuperar de uma seca, diz estudo

As árvores precisam, em média, de dois a quatro anos para recuperar suas taxas de crescimento após secas severas, um período maior do que o estabelecido pelos modelos globais que relacionam clima e vegetação, e que assumem uma recuperação quase imediata. O estudo, publicado nesta quinta-feira pela revista “Science”, sugere, portanto, que as florestas, como consequência de sua recuperação lenta após uma seca, são capazes de armazenar menos carbono do que se tinha calculado com os modelos de clima e vegetação e isto traz implicações para a mudança climática, que pode ser também mais rápida do que se pensava. Estas são algumas das conclusões de um artigo liderado por William R.L. Anderegg, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, e Jesús Julio Camarero, cientista do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) do Instituto Pirenaico de Ecologia, em Zaragoza, na Espanha. As florestas têm um papel muito importante no amortecimento da mudança climática provocado por ação do homem: as árvores retêm grande parte das emissões de CO2 através da fotossíntese e transformam e armazenam parte desse carbono sintetizado em forma de madeira. Esta regulação do ciclo global de carbono é fundamental para o planeta, comentou Camarero à Agência Efe, e a descoberta de que o estresse causado por períodos de seca atrasa o crescimento das árvores durante anos indica que as florestas são capazes de armazenar menos carbono que o calculado. “Se as florestas não são tão boas em reter o dióxido de carbono, isto significa que a mudança climática pode se acelerar”, disse Anderegg em uma nota de imprensa emitida pela Universidade de Utah. Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram uma base de dados global do crescimento de árvores (Internacional Tree Ring Data Bank), que foi elaborada a partir de medições dos anéis de crescimento fornecidos por cientistas do mundo todo. Concretamente, os especialistas estudaram a recuperação de árvores de mais de 1.300 florestas não tropicais depois de graves secas ocorridas na segunda metade do século XX, entre elas as de 1994 e 1995 na Espanha e a de 2003 no centro da Europa. A dendrocronologia é a ciência que estuda os anéis de crescimento nos troncos das árvores e através de técnicas dendrocronológicas os pesquisadores puderam reconstruir o crescimento após os períodos de seca e ter uma ideia de como as florestas transformam o carbono ao longo do tempo. Uma vez estabelecido os anos que as árvores levam para se recuperar, os pesquisadores compararam os dados com os cálculos dos modelos teóricos de clima e vegetação. Assim, segundo esse trabalho, o crescimento foi aproximadamente 9% menor que o esperado durante o primeiro ano de recuperação e 5% menor no segundo ano. Os efeitos da seca foram mais evidentes em famílias como a das pináceas, que compreendem pinheiros e outras árvores coníferas, e em zonas semiáridas. “As conclusões deste trabalho são muito importantes para as florestas espanholas, dominadas por pinheiros e submetidas a períodos frequentes de seca”, declarou Camarero. Segundo Anderegg, o impacto na capacidade de armazenamento de CO2 “não é insignificante: durante mais de um século, a capacidade de armazenamento de carbono nos ecossistemas semiáridos seria reduzida em 1,6 gigatoneladas, uma quantidade maior que o total de emissões de carbono, relacionadas com o consumo e a produção de energia, nos EUA em um ano”. (Fonte: Terra)

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Aliança pela proteção do pampa argentino

Buenos Aires, Argentina, 30/7/2015 – As tradições dos gaúchos (homens do campo) e a moderna tecnologia agropecuária se uniram na Argentina, em uma singular aliança entre pecuaristas e ambientalistas, que busca conservar a biodiversidade das pastagens e melhorar a produtividade e o sabor de sua famosa carne. “Os parques nacionais deixam o homem de fora. Quisemos pensar algo que integrasse o homem, mas também a atividade humana como mais um componente do bioma”, afirmou à IPS Gustavo Marino, da organização Aves Argentinas. Essa entidade ecológica e a Fundação Vida Silvestre Argentina (FVSA) executam o projeto Pastagens e Savanas do Cone Sul-Americano: Iniciativas Para Sua Conservação na Argentina. “Também vimos que a pastagem do pampa quase não tem terras públicas. Eram todas privadas e necessariamente tínhamos que trabalhar com os produtores”, explicou. O projeto conta com financiamento do Fundo para o Meio Ambiente Mundial, administrado pelo Banco Mundial, e tem apoio do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária e da Administração de Parques Nacionais, ambos governamentais. A iniciativa argentina faz parte da Aliança da Pastagem para o Cone Sul, também integrada por Brasil, Paraguai e Uruguai. As pastagens “são o berço de uma cultura representada pelo gaúcho, mas que permeia toda nossa sociedade com comidas como o assado e essa necessidade que têm os argentinos de olhar espaços abertos, o horizonte e o céu”, apontou Marino. E também são o coração econômico argentino. “As pastagens proporcionam ampla gama de bens e serviços ambientais, além do fornecimento habitual de carne, leite, lã e couro que os sistemas de pastoreio produzem”, observou à IPS o ambientalista Fernando Miñarro, coordenador da FVSA do Programa Pampas e Grande Chaco. Esse bioma, formado por mais de 370 espécies de gramíneas, 400 de aves e uma centena de mamíferos (alguns em extinção, como o veado dos pampas) é fundamental para o equilíbrio ecológico. “Contribuem para a manutenção da composição de gases na atmosfera, mediante o sequestro de CO2 (dióxido de carbono), e com o controle da erosão dos solos, além de serem fonte de material genético para uma grande quantidade de espécies vegetais e animais que atualmente são a base da alimentação mundial”, detalhou Miñarro. Além disso, têm uma função fundamental como provedores de insetos polinizadores, e de inimigos naturais de numerosas pragas que atacam cultivos, acrescentou. Segundo Marino, a Argentina perdeu 60% de suas pastagens pelo avanço da agricultura intensiva (soja e arroz, entre outros cultivos), pela expansão do florestamento comercial e pela urbanização em suas partes mais valiosas, por não serem inundáveis, entre outras causas. A iniciativa envolve 70 produtores e 200 mil hectares, e resgata tradições de pecuária do pampa, aperfeiçoadas com novas técnicas agrárias e conhecimentos ecológicos. Entre elas, Marino citou a rotação do pastoreio para descansar a terra, zoneamento dos potreiros de acordo com o crescimento da pastagem ou a queima “bem praticada”. Essas práticas estimulam espécies de alta qualidade forrageira, explicou. Também aproveitam quando há inundações, construindo pequenos montes para reter a água por mais tempo. Com isso controlam as plantas exóticas e fazem proliferar pastos macios, de boa qualidade para o gado que, por sua vez, atraem as aves, como a tarambola-dourada-pequena (Pluvialis dominica). “É nosso exemplo mais completo. De um lado pensamos na produção de carne e, por outro, na qualidade do habitat para a tarambola-dourada-pequena”, pontuou Marino sobre o que definiu como “pecuária de precisão”, adaptada a cada tipo de pastagem. Marino, agrônomo e observador de pássaros, recordou que há oito anos, quando começou o projeto, os pecuaristas os viam como “bicho raro”. Mas, atualmente, cada vez mais buscam sua assessoria porque “lhes propomos encontrar um ponto médio que gere riqueza e ao mesmo tempo mantenha a biodiversidade”, acrescentou. “Ao perder a biodiversidade, o pecuarista tem que comprar forragem ou nutrientes para melhorar a resposta. Os insumos são caros e estão atados aos preços de mercado. Conservar as pastagens naturais beneficia o produtor porque é o capital natural no qual se baseia sua atividade”, destacou Miñarro. Também se beneficiam com o maior preço que obtêm contando agora, graças às mudanças introduzidas em seus processos produtivos, com o selo ecológico Carne de Pastagem, que lhes abre também mercados de exportação. “O consumidor quer saber cada vez mais como é o sistema de produção e esse selo lhes conta isso: que é carne de pastagem, ecológica, que respeita a biodiversidade e tem o sabor da carne tradicional argentina, que nos fez famosos mundialmente”, afirmou Marino.Outra renda é obtida com o ecoturismo de observação de pássaros. O programa promove essa atividade, assessora e capacita guias. É o caso de Tiziana Prada, dona da fazenda San Antonio, de 4.918 hectares com cerca de dois mil animais, nos Esteros del Iberá na província de Corrientes, onde é praticada a pecuária sustentável. “Começamos reconstituindo o que eram velhas roças, que passaram a ser novamente campos naturais de pastagens. A fauna começou a aparecer mais, há muitos cervos, voltaram os macacos bugios, os jacarés e muitas espécies de aves” detalhou à IPS. Isso foi resultado das novas técnicas utilizadas. “Conhecendo os ciclos dos pastos de boa qualidade, estes podem ser manejados segundo os ciclos de crescimento, sempre pensando nos momentos de migração das aves e dos animais que os habitam”, disse Prada. Para essa pecuarista, o cuidado ambiental e manter a produtividade “seguem de mãos dadas”. Segundo Prada, “o produtor, especialmente agora que a pecuária se move para zonas marginais, onde o ecossistema é muito mais frágil, tem que produzir conservando, porque do contrário seu recurso é destruído. Não seria sustentável no tempo e também acreditamos firmemente que se pode produzir de forma sustentável sem baixar a eficiência”. Prada entende que o interesse dos pecuaristas cresce porque veem “que há um mercado urbano cada vez maior que exige a conservação do ambiente para que seus filhos tenham um mundo melhor no futuro”. Além disso, por não ser apenas um negócio. “O amor pela natureza é algo que as pessoas do campo têm dentro de si”, ressaltou. Marino resume esse espírito com uma estrofe da canção El payador perseguido, de Atahualpa Yupanqui, intérprete folclórico argentino: “Estoy con los de mi lao cinchando tuitos parejos, pa hacer nuevo lo que es viejo y verlo al mundo cambiao”, dice l. “É voltar à pecuária tradicional, mas ampliando a tecnologia de hoje”, enfatizou Marino. Pastagens ameaçadas A ecorregião do pampa tem 750 mil quilômetros quadrados, que fazem parte de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A maior parte fica na Argentina, com 460 mil quilômetros quadrados espalhados por várias províncias. Só entre 2002 e 2004, essas províncias perderam nove mil quilômetros quadrados de pastagens, a uma taxa anual superior a 0,5%. Além disso, a taxa de substituição das pastagens por cultivos agrícolas superava 5% em algumas áreas. Somente um terço dos pampas argentinos estavam cobertos por pastagens naturais ou seminaturais, e uma importante porcentagem deles eram usados para atividade pecuária. No Uruguai e no Estado brasileiro do Rio Grande do Sul apenas 71% e 48%, respectivamente, eram áreas de pastagens. No Paraguai indica-se que 44% desse bioma permanece em estado natural ou seminatural. Fonte FVSA. Envolverde/IPS

Captação de água da chuva em prédios novos poderá ser obrigatória

Proposta em análise na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) determina que novas construções residenciais, comerciais e industriais, públicas ou privadas, tenham em seu projeto técnico item referente à captação de água da chuva para uso não potável. O PLS 324/2015, de iniciativa do senador Donizeti Nogueira (PT-TO). A emissão de cartas de habite-se das edificações será condicionada ao atendimento dessa exigência. O projeto estabelece também que as construções já existentes sejam adaptadas sempre que for técnica e financeiramente viável. O autor do projeto argumenta que o objetivo é impedir o desperdício de água limpa, reduzindo seu consumo, por meio da substituição por água da chuva em atividades que não exijam consumo direto, como as de limpeza. Relator da matéria na CDR, o senador Gladson Cameli (PP-AC) concordou com a importância do projeto, afirmando que o aproveitamento da água das chuvas é uma alternativa viável e eficiente para economia desse recurso natural. A maior parte dos usos da água, argumenta o relator, não exige sua potabilidade, que é o grau de qualidade fornecido pelas distribuidoras às edificações urbanas. Assim sendo, o reuso das águas pluviais deve ser estimulado, como forma de redução da água captada dos cursos d’água. O relator ressaltou, entretanto, que a inclusão de sistemas de captação de água da chuva pode não ser economicamente viável para proprietários de pequenos imóveis, que não teriam condições financeiras de arcar com os custos de instalação e de manutenção desses sistemas. Por isso, apresentou emenda ao projeto restringindo a obrigação do uso da água da chuva apenas para condomínios residenciais e edificações comerciais e residências com mais de 300 metros quadrados de área construída. Depois de analisada pela CDR, a proposta será apreciada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) em decisão terminativa. * Publicado originalmente no site Agência Senado.

Brasileiro tem pouca informação sobre como se contrai hepatite C, diz estudo

Os brasileiros têm poucos conhecimentos sobre as formas de contágio da hepatite C, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha. Apesar de 59% da população citar corretamente o sangue como uma das formas de contágio da doença, uma porcentagem grande incluiu em sua resposta formas de contágio que não estão relacionadas a essa hepatite. Cada entrevistado, podia citar mais de uma opção: 36% respondeu que ela é transmitida pelo ato sexual, o que raramente ocorre. Outras respostas equivocadas foram que a doença é transmitida pela saliva (20%), água (18%), picada de mosquito (15%) e animais domésticos (4%). Outros 18% responderam que não sabiam. As formas mais comuns de contágio por hepatite C são, na verdade, por compartilhamento de objetos pontiagudos, o que pode acontecer na manicure, no estúdio de tatuagem ou de colocação de piercing, por exemplo. O compartilhamento de seringas também pode levar à infecção. Os dados são de uma pesquisa feita pelo Datafolha a pedido da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). O levantamento ouviu 2.125 pessoas de 120 municípios e foi divulgado nesta terça-feira (28), que é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Entre os entrevistados, apenas 38% afirmaram que já realizaram algum exame para detectar a hepatite C. Isso é preocupante porque a doença pode levar anos até que comece a manifestar os sintomas. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia, há cerca de 2 milhões de brasileiros infectados com hepatite C, porém mais de 60% não sabe que tem a doença. O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira, a inclusão de um novo tratamento contra hepatite C pelo SUS, que inclui as drogas daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir. A nova opção, que estará disponível até dezembro, vai beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos disponíveis até então, entre eles aqueles que também têm HIV ou que não responderam bem às drogas convencionais. (Fonte: G1)

Cientistas afirmam que internet Wi-fi pode trazer riscos graves para a saúde

Um desequilíbrio metabólico causado pela radiação dos nossos dispositivos sem fio pode ter ligação com alguns riscos para a saúde, tais como várias doenças neurodegenerativas e até mesmo câncer, sugere um estudo publicado recentemente. Esse desequilíbrio, também conhecido como estresse oxidativo, é definido pelo coautor Igor Yakymenko como “um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e de defesa antioxidante”. Yakymenko explica que o estresse oxidativo devido a exposição à radiofrequência poderia explicar não só casos de câncer, mas também outras doenças menores, tais como dor de cabeça, fadiga e irritação da pele, o que pode ocorrer depois de uma exposição a longo prazo. “Estes dados são um sinal claro dos riscos reais que este tipo de radiação apresenta para a saúde humana”, alerta. Cuidado com o Wi-fi O artigo explica que as ROS, que são muitas vezes produzidas nas células devido a ambientes agressivos, também podem ser provocadas pela “radiação sem fio comum”. Pesquisas recentes demonstram possíveis efeitos cancerígenos da radiofrequência (RFR) e da radiação de microondas. Em 2011, a Agência Internacional de Investigação do Câncer classificou a RFR como um possível agente cancerígeno para os seres humanos. Mas a falta de explicação para mecanismos moleculares claros de tais efeitos de RFR não ajudaram na aceitação de uma realidade de risco. O artigo demonstra que os efeitos perigosos de RFR poderiam se desenvolver através dos “mecanismos clássicos” de imparidades oxidativas em células vivas. Yakymenko e seus colegas alertam para uma abordagem de precaução no uso de tecnologias sem fio, como telefones celulares e internet wireless. [Science Daily]