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sábado, 31 de outubro de 2015

Cuidados no reaproveitamento da água da chuva

Coleta de água da chuva Apesar de ser uma técnica relativamente simples, o aproveitamento de água da chuva possui requisitos mínimos que devem ser respeitados para garantir o funcionamento do sistema e, principalmente, para assegurar a qualidade dos volumes coletados. O telhado ou a laje de cobertura da edificação funcionam como área de captação. "Jamais deve-se fazer a captação a partir de pisos", explica o pesquisador Luciano Zanella, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). Calhas e tubos direcionam facilmente as águas até um reservatório, mas é preciso prever um sistema de tratamento, cuja complexidade vai depender dos usos pretendidos. Em alguns casos, pode-se pensar em uma rede de distribuição da água para pontos de consumo de água não potável, caso das bacias sanitárias. Em edificações já construídas, entretanto, é indicado optar por sistemas simplificados, uma vez que o custo de novas instalações hidráulicas prejudicará a viabilidade financeira do projeto. Dois aspectos não podem ser ignorados: o espaço disponível para a instalação do reservatório e, quando a intenção for instalá-lo sobre a laje de cobertura, a capacidade da estrutura para suportar o peso adicional. "A carga extra de um reservatório cheio de água pode não ser suportada por alguns tipos de construção", ressalta Zanella. A capacidade de reservação deve levar em conta a demanda por água não potável. O número de usuários e seus hábitos de consumo, além das diversas aplicações que essa água pode ter na edificação, como limpeza de pisos e rega de jardins, também precisam ser levados em conta. Tratamento da água de chuva É imprescindível, alertam os pesquisadores do IPT, desprezar as primeiras chuvas. São elas que vão arrastar os poluentes presentes no ar e lavar a sujeira acumulada na área de captação. As recomendações técnicas indicam um descarte em torno de um a dois litros de água da primeira chuva para cada metro quadrado de telhado. Assim, se a cobertura tem 20 metros quadrados, é necessário desconsiderar um volume entre 20 e 40 litros. Um sistema mínimo de tratamento das águas pluviais envolve não somente o descarte das primeiras águas, mas a remoção dos sólidos, como folhas, galhos e areia, por meio da utilização de filtro ou tela. "É recomendada a desinfecção com compostos de cloro, quando existir a possibilidade de contato da água com a pele do usuário ou quando o tempo de armazenamento for longo," esclarece o pesquisador Wolney Castilho Alves. Sistemas permanentes de aproveitamento da água da chuva, instalados com o objetivo de suplementar o abastecimento para fins não potáveis, demandam sistemas mais complexos de tratamento. É possível encontrar no mercado filtros e componentes de desinfecção que devem ser empregados nesses casos. É exigido, para sistemas de uso integrados à edificação, um projeto elaborado por profissional devidamente habilitado. Armazenamento de água A qualidade da água está diretamente relacionada com o seu armazenamento. Por isso, é fundamental manter o reservatório com tampa e com quaisquer aberturas fechadas para evitar a proliferação de mosquitos ou mesmo a contaminação da água pela entrada de ratos ou insetos. Além disso, o reservatório deve ser protegido de impactos e da luz solar, e também se deve prever uma saída de fundo no reservatório que propicie sua limpeza, quando for necessária. Os pesquisadores do IPT alertam ainda para a importância de manter o reservatório longe do acesso de crianças para evitar acidentes. O mais comum é utilizar a água de chuva para a rega de jardins e plantações, lavagem de carros e pisos e também em descargas de bacias sanitárias. Em condições anormais de abastecimento, desde que se mantenha a forma adequada de coleta, tratamento e armazenamento, é possível considerar o uso para lavagem de roupas, louças e para o banho. Com informações do IPT

Como diminuir o ruído das turbinas eólicas

Barulho dos geradores eólicos Quem já visitou um parque de geração de energia eólica sabe o quanto a paisagem de aparência bucólica é na verdade dominada por um ruído assombroso. Sim, turbinas eólicas giram lentamente, mas fazem muito barulho, o que tem impedido a adoção da tecnologia em regiões mais próximas a áreas residenciais. Engenheiros europeus, reunidos no Projeto Windtrust, acreditam ter encontrado, se não a solução definitiva, pelo menos uma forma de minimizar essa poluição sonora. A saída consiste em instalar painéis plásticos em formato de serra no bordo de fuga das pás dos geradores, com os dentes apontando na direção oposta ao movimento. "Estes serrilhados funcionam como dispositivos de controle de fluxo, com foco na diminuição da emissão de ruído das pás. Seu design leve e processo de montagem simples os torna uma opção atraente não só para novas turbinas, mas também para as que já estão instaladas," disse Jasper Madsen, membro do consórcio. Configuração ideal Hoje, para minimizar o ruído as pás precisam ser desligadas quando o vento está em determinadas direções, já que o barulho se afunila na sua parte traseira, ou a turbina deve ser configurada em modo silencioso - ou seja, duas medidas que reduzem a capacidade de geração de energia da turbina. "Em parques eólicos em áreas com restrição de ruído, as turbinas equipadas com esta tecnologia poderão trabalhar em uma configuração ideal, com a maior geração anual de energia," disse Madsen. Redação do Site Inovação Tecnológica

Planeta em destruição mostra como será o fim da Terra

Morte de um sistema planetário A destruição de um sistema planetário, captada pela primeira vez pelo telescópio Kepler, pode dar uma resposta para uma questão que muita gente se pergunta: o que vai acontecer com a Terra quando o Sol apagar? Por ora, não é algo com o qual devamos nos preocupar - ainda faltam cerca de 5 bilhões de anos para isso. Mas pesquisadores descobriram os restos de um planeta rochoso em vias de decomposição girando em torno de uma anã branca (o núcleo ardente que permanece de uma estrela quando ela já consumiu todo seu combustível nuclear), que pode fornecer pistas interessantes sobre esse possível cenário do "fim do mundo". A estrela moribunda, do mesmo tipo que nosso Sol e batizada de WD1145+017, fica na constelação de Virgem, a 570 anos-luz da Terra. Segundo um estudo publicado esta semana pela revista Nature, a diminuição regular da intensidade de seu brilho - uma queda de 40% que se repete a cada 4,5 horas - indica que há vários pedaços de rocha de um planeta em decomposição orbitando em espiral a seu redor. "Isso é algo que nenhum ser humano tinha visto antes", afirmou Andrew Vanderburg, pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e principal autor do estudo. "Estamos vendo a destruição de um sistema solar." Evaporação planetária O planeta observado pelo Kepler parecer ser menor do que a Terra, com um tamanho semelhante ao de Ceres - o maior objeto do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter -, ainda que, no passado, possa ter sido maior. As imagens de Kepler, corroboradas por observações e medições de outros telescópios, mostram um total de seis ou mais fragmentos rochosos e poeira. Isso indica que o planeta está em processo de decomposição, impulsionado pela gravidade da estrela que o atrai em direção a ela. Os restos estão "evaporando" e, nesse processo, deixam uma "cauda de moléculas", o que que explica a presença de poeira. Os astrônomos acreditam que a morte da estrela possa ter desestabilizado a órbita de um planeta maciço vizinho a ponto de empurrar outros planetas rochosos menores em direção à estrela. "Acreditamos que descobrimos o processo em seu início", disse Patrick Dufour, físico da Universidade de Montreal, no Canadá, e coautor do estudo. "Isso é muito raro e muito interessante", acrescentou. Fim da vida do Sol Quando chegar a vez do nosso Sol, que ainda vive em plenitude, o mais provável é que este processo se repita. Assim como o WD1145+017, quando o hidrogênio acabar o Sol começará a queimar elementos mais pesados, como hélio, carbono e oxigênio, e se expandirá até se desfazer de suas camadas externas, tornando-se uma anã branca de tamanho semelhante ao núcleo de nosso planeta. Ao fazer isso, consumirá provavelmente a Terra, Vênus e Mercúrio. E, na eventual hipótese de a Terra sobreviver a esta convulsão, ela acabará destruída em pedaços à medida que a gravidade do "Sol branco" atraí-la para si. Informações da BBC

Cientistas avistam baleia de até 12 m viva pela primeira vez

Uma espécie de baleia que até então nunca havia sido vista viva (apenas seus fósseis eram conhecidos por pesquisadores) foi finalmente observada na costa do Madagascar. O primeiro vislumbre da baleia de Omura foi feito enquanto cientistas analisavam uma população de golfinhos na região, informou O Globo . Catalogada em 2003 com base em exemplares mortos, a baleia que pode chegar até 12 metros de comprimento inicialmente foi confundida com uma Baleia-de-Bryde, mas os cientistas observaram que havia algumas diferenças entre o exemplar avistado e essa espécie do mamífero. O estudo publicado na revista da Royal Society Open Science relata que esses primeiros exemplares vivos da baleia de Omura foram identificados em 2011, durante uma pesquisa sobre golfinhos na região de Madagascar, quando os biólogos avistaram duas baleias adultas e um filhote, que pensaram ser Baleias-de-Bryde. No ano seguinte, voltaram a ver mais quatro baleias e perceberam que elas possuíam características um pouco diferentes. Primeira população – Foi em 2013 que resolveram explorar áreas mais afastadas da costa e viram membros da espécie cerca de 13 vezes. Em 2014, o número de avistamentos chegou a 44 e então os cientistas constataram por meio de testes de DNA que haviam encontrado a primeira população viva da baleia de Omura. “Alguns colegas pensaram que se tratava de uma espécie nova e começaram a pensar em nomes. São animais espetaculares, com corpos longos e estreitos”, afirmou o biólogo Salvatore Cerchio, que coordenou o estudo. O avistamento da população de baleias de Omura nas águas do Madagascar revelou que a espécie circula em uma área maior que a esperada, extrapolando a parte oriental do Oceano Índico e chegando à sua parte ocidental. (Fonte: Terra)

Influência do El Niño em SC tende a diminuir nos próximos 3 meses

O El Niño deve ter uma influência menor durante o verão catarinense do que a registrada nesta primavera. De acordo com Leandro Puchalski, da Central RBS de Meteorologia, o fenômeno deve diminuir de intensidade gradativamente nos próximos meses. Segundo o meteorologista, a temperatura tende a ser acima do normal no início da próxima estação. O assunto foi tema de debate durante o Fórum Climático Catarinense, nesta quinta-feira (29), que reuniu meteorologistas de todo estado para elaborar a previsão climática para o próximo trimestre. “Nos últimos meses, o El Niño tem influenciado o clima com chuva em excesso, mas deve ter diminuição gradativa de intensidade ao longo dos primeiros meses do ano que vem. A temperatura deve ser acima do normal, ou seja, o final da primavera e o início do verão devem ser mais quentes”, esclarece Puchalski. A conclusão do fórum aponta para chuvas acima do normal ainda para os próximos três meses, principalmente, por causa da característica do mês de novembro, tradicionalmente o que mais recebe influência do El Niño. “Entre dezembro e janeiro devemos começar a ter condições típicas de verão, com chuvas de final de tarde ou início de noite, associadas ao aquecimento do período”, diz Puchalski. De acordo com o especialista da Central RBS de Meteorologia, a distribuição da chuva tende a ser irregular pelas regiões de Santa Catarina. “Apesar de continuar ativo durante o verão, o fenômeno pode impactar o próximo inverno”, antecipa Puchalski. “Mas é cedo para falar disso”. (Fonte: G1)

O que há debaixo do gelo na Antártida

O continente da Antártida, que se expande por 14 milhões de quilômetros quadrados cobertos de gelo no Pólo Sul, ainda esconde mistérios fascinantes. Na história, poucos achados intrigaram tanto os geógrafos quanto a Cordilheira subglacial de Gamburtsev, situada abaixo da superfície de gelo. Descoberta por exploradores soviéticos nos anos 1950, a Cordilheira de Gamburtsev é exatamente isso: uma cadeia de gigantescas montanhas que se estende por um comprimento de 800 quilômetros, o que a torna comparável aos Alpes, na Europa. Não se pode vê-la, na Antártida, porque está soterrada por uma camada de 4 mil metros de neve. Ao observar todo o gelo que há na superfície, nem todo mundo lembra-se disso, mas a Antártida é uma área primariamente feita de terra firme. E a riqueza geológica desse continente chamou a atenção de um grupo internacional de pesquisadores, que decidiram mapear exatamente o relevo que há por baixo de tanta neve. Munidos de potentes radares cujo sinal penetra no gelo, os cientistas puderam mapear exatamente qual o desenho geográfico do chamado “continente branco”. E o resultado, que aparece ilustrado por computação gráfica, é uma maciça sequência de montanhas, lagos e geleiras, muito mais complexas do que se imaginava. Essa complexidade, segundo os cientistas, tem muito a contar sobre a história geológica da Terra. Essa narrativa começa há cerca de 1,1 bilhão de anos, quando grandes porções de terra do planeta se uniram para formar um ex-supercontinente, chamado Rodínia. O que aconteceu a seguir foi uma série de dobramentos geológicos, nos quais o pico das montanhas erodia, mas a base das cordilheiras permanecia firme. Esse processo se repetiu ainda algumas vezes. A cada novo dobramento, o ponto mais alto da Antártida (que hoje é a Cordilheira de Gamburtsev) ia ficando um pouco mais elevado. A configuração atual, que teria sido originada há cerca de apenas 35 milhões de anos, surgiu com a criação de geleiras, que soterraram paulatinamente a cadeia de montanhas nascida ali. Esse foi o grande mistério solucionado: até antes dessa pesquisa, não se sabia o motivo de haver montanhas “jovens” instaladas no coração da Antártida. Isso ainda está apenas no campo da teoria, mas as providências para comprová-la já foram tomadas: os cientistas planejam um projeto para retirar amostras de rocha de Gamburtsev. Um mapeamento mais detalhado da região, conforme explicam os pesquisadores, pode fornecer respostas geológicas que a ciência ainda desconhece. Para obter essas informações, um batalhão de cientistas está instalado em Gamburtsev, equipado com o melhor que a tecnologia tem a oferecer. [BBC]

Deserto mais árido do mundo, Atacama floresce graças ao El Niño

Um gigantesco tapete de flores multicolorido cobre o deserto do Atacama, o mais árido do mundo, localizado no norte do Chile, com uma intensidade nunca vista em décadas, um efeito maravilhoso do fenômeno “El Niño”. Nas imensas ladeiras desérticas, floresceram milhares de espécies de flores nas cores amarela, vermelha, branca e violeta, que encheram de cores este imenso espaço vazio que nesta época atinge temperaturas superiores aos 40 graus Celsius. Milhares de flores “Nolana paradoxa” em tons de violeta e branco e “Rhodophiala rhodocirion” emergem para vestir de cor a habitual palidez de suas terras. Somam-se a esta festa colorida milhares de ‘leontochires’ (“Bomarea ovallei“), espécie endêmica no Chile de cor avermelhada, e “Calandrinia Longiscapa“, de diferentes tonalidades, que aportam todo o seu espetáculo da natureza, que costuma produzir a cada quatro ou cinco anos e que nesta ocasião atingiu uma intensidade nunca vista em décadas. “Este ano foi particularmente especial porque a quantidade de água que caiu fez com que seja talvez o mais espetacular dos últimos 40 ou 50 anos”, disse à AFP Raúl Céspedes, museólogo e acadêmico da Universidade do Atacama. Outro efeito do El NiñoO fenômeno climático El Niño, que impactou com maior força este ano, trouxe as chuvas necessárias para que germinem os bulbos e os rizomas (talos subterrâneos que crescem de forma horizontal), que se mantêm latentes neste local árido. “Quando a gente pensa no deserto, pensa em absoluta secura, mas há um ecossistema que está latente e esperando para que certas condições ocorram”, como a queda d’água, altas temperaturas e umidade, explicou Céspedes. O fenômeno da floração foi particularmente extenso este ano. Após um primeiro florescimento no inverno, depois das incomuns chuvas que caíram em março e provocaram enxurradas que deixaram mais de 30 mortos na região do Atacama, uma segunda foi registrada no começo da primavera austral. “O caso de agora foi um fenômeno muito incomum, já que devido às enxurradas em março, ocorreu uma floração especial na época do inverno, situação da qual não havia registro (…) e depois houve outra floração na primavera”, disse à AFP Daniel Díaz, diretor regional do Serviço Nacional de Turismo da Região do Atacama. “Duas florações ao ano é algo muito incomum no deserto mais árido do mundo e isto é algo que pudemos desfrutar na nossa primavera, junto com pessoas de todo o mundo. Há muita expectativa e interesse por conhecê-lo”, acrescentou. O fenômeno foi muito benéfico para a região, que registra um aumento de 40% na visitação de turistas. “É muito incomum. Viemos tomar café da manhã com as flores. Viemos da Inglaterra dirigindo ao redor do mundo”, contou à AFP Edward Zannahand, turista inglês, enquanto contemplava a paisagem. (Fonte: UOL)

Número de registros de genéricos inéditos bate recorde

Genéricos inéditos A Anvisa concedeu o registro para o medicamento dicloridrato de trimetazidina, indicado para o tratamento da cardiopatia isquêmica. Este é o 29º medicamento genérico inédito que teve pedido de registro deferido neste ano. Com esta publicação, a Anvisa ultrapassa o número de registros inéditos publicados desde 2011. Com o novo registro, pacientes cardiopatas que sofrem de déficit de circulação nas artérias e insuficiência cardíaca de causa isquêmica terão uma nova opção de tratamento, a preço reduzido. Isso porque os genéricos chegam ao mercado com um preço menor que o valor de tabela dos medicamentos de referência. Novos medicamentos inéditos A Anvisa concedeu ainda os registros de quatro outros medicamentos inéditos no País. Os produtos são indicados para o tratamento de transtorno depressivo, diabetes, mielofibrose e fibrose pulmonar. Uma das novidades é o Brintellix (bromidrato de vortioxetina), indicado no tratamento de pacientes adultos com transtorno depressivo maior (TDM). Outra nova associação é o Xigduo XR (dapagliflozina + cloridrato de metformina), indicada para ajudar a melhorar o controle glicêmico em adultos com diabetes. A Agência também concedeu o registro para dois antineoplásicos: o Jakavi (fosfato de ruxolitinibe) e o Ofev (esilato de nintedanibe). O primeiro é indicado no tratamento de pacientes adultos com mielofibrose de risco intermediário ou alto. O segundo é voltado para o tratamento e retardo da progressão da fibrose pulmonar idiopática (FPI). Informações da Anvisa

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Bebidas alcoólicas combinadas com energéticos aumentam o risco de lesões cerebrais entre adolescentes

O consumo de álcool misturado com bebidas energéticas aumenta as chances de lesão cerebral traumática entre os adolescentes, de acordo com um estudo publicado na revista PLOS ONE. Pesquisadores do Hospital St. Michael em Toronto, e colegas analisaram dados do Centre for Addiction and Mental Health's 2013 Ontario Student Drug Use and Health Survey que analisou 10.272 jovens do sétimo ao 12º ano de escolaridade (com idades entre 11 a 20 anos) para determinar a prevalência de lesão cerebral traumática na adolescência, e suas associações com bebidas energéticas, álcool e bebidas energéticas misturadas com álcool. Os pesquisadores descobriram que 22,4% de todos os estudantes relataram uma história de traumatismo crânio encefálico (TCE), com lesões esportivas representando a maioria das lesões no ano anterior (45,5%). No entanto, com base em regressão logística, em relação aos adolescentes que nunca sofreram um TCE, as chances de ocorrência de uma recente lesão cerebral traumática foram maiores para aqueles que consomem álcool, bebidas energéticas e bebidas energéticas misturadas com álcool, quando comparadas com os abstêmios. As razões de chance para esses comportamentos foram maiores para os alunos que sofreram um TCE recente do que para aqueles que sofreram um TCE antigo. Assim, o estudo concluiu que o consumo de álcool, bebidas energéticas e álcool misturado com bebidas energéticas aumenta ainda mais as chances de lesão cerebral traumática entre os adolescentes. http://www.boasaude.com.br/

Estudo: mais da metade do planeta pode ficar árido em 2100

Mais da metade da superfície terrestre poderia se transformar em uma zona árida em, aproximadamente, 85 anos, ou seja, no ano 2100, se as emissões de gases poluentes continuarem no ritmo atual, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Climate Change . Cientistas da Universidade de Lanzhou, na China, indicaram que esse processo terá um especial impacto nos países em vias de desenvolvimento, onde será registrada grande parte da expansão dessas regiões áridas, onde as chuvas são escassas e seus efeitos são compensados pela evaporação de água que provoca o calor. A mudança climática, o crescimento da população humana e a extensão das cidades são os fatores que o estudo cita como responsáveis desse processo de desertificação. A partir da comparação de dados recolhidos entre 1948 e 2005, Jianping Huang e seu grupo concluíram que a maioria de modelos subestima a tendência a expandir-se das terras áridas, que na atualidade cobrem 40% da superfície da Terra. Os cientistas elaboraram novos prognósticos que apontam a que a aridez aumentará em até 56% caso as emissões de gases se mantenham altas dentro de 85 anos. Em outro estudo divulgado na mesma publicação, pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) alertaram sobre as extremas condições de temperatura e a umidade que se alcançarão na região do Golfo Pérsico durante este século. Se as emissões de gases do efeito estufa continuarem com a atual trajetória ascendente, os cientistas colocam em dúvida a “condição para a habitação humana” dessas regiões no futuro. Segundo os cientistas, o corpo humano só é capaz de manter sua temperatura graças à transpiração abaixo dos 35 graus centígrados. “Acima disso, o corpo não pode se esfriar e a sobrevivência de um indivíduo no ambiente externo fica em sério risco”, disse o estudo. O trabalho se baseou em simulações de modelos climáticos de alta resolução para prever a incidência de ondas de calor extremas no Golfo Pérsico entre 2071 e 2100. Em um cenário no qual as emissões continuem aumentando, as temperaturas extremas que se alcançarão ocasionalmente em cidades como Abu Dhabi, Dubai e Doha representação um desafio para a “sobrevivência humana”, segundo o estudo. (Fonte: Terra)

Como é o asteroide que está se aproximando da Terra

O Dia das Bruxas, data bastante popular nos países de língua inglesa, está chegando. E, a exemplo dessa celebração em que crianças se disfarçam para pedir doces, se aproxima também o momento da visita da “Grande Abóbora”. Não se trata, porém, de mais um personagem dessa festa pagã de origem celta, mas sim de um asteroide gigantesco que, segundo a Nasa (agência espacial americana) descobriu recentemente, passará relativamente perto da Terra às 19h05 (horário de Brasília) de 31 de outubro. Conhecido tecnicamente como TB145, esse objeto tem uma largura aproximada de 400 metros. Isso faz com que ele seja 20 vezes maior que o meteorito que explodiu sobre o céu de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, destruindo centenas de janelas e deixando mais de mil feridos por causa de seus detritos. Sua velocidade também é maior: enquanto o meteorito entrou na atmosfera a uma velocidade de 19 km por segundo, a “Grande Abóbora” se movimenta a 35 km/s. No entanto, o asteroide felizmente passará a uma distância que, se é bem próxima em termos espaciais, é considerada segura para o nosso planeta. Oportunidade – Quando estiver mais perto, o TB145 estará a 480 mil quilômetros da Terra. Isso representa 1,3 vez a distância entre a Lua e a Terra. O asteroide não será visto facilmente. “Será preciso ao menos um pequeno telescópio para vê-lo”, afirmou Paul Chodas, diretor do Centro para Estudo dos Objetos Próximos da Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. Para a agência espacial americana, essa será uma excelente oportunidade para estudar o asteroide. A próxima vez em que um objeto tão grande passará tão perto do nosso planeta deve ser apenas em agosto de 2027. A Nasa planeja obter imagens de radar para analisar sua superfície e para detectar se ele está ou não acompanhado de uma lua, o que pode apontar pistas sobre sua massa e densidade. “A influência gravitacional do TB145 é tão pequena que não terá efeitos detectáveis na Lua, nas placas tectônicas ou nas marés da Terra”, explicou a Nasa em um comunicado. Consequências catastróficas No entanto, não haveria tempo hábil para evitar uma colisão se a Terra estivesse em seu caminho. “Um asteroide deste tamanho é muito difícil de desviar com um alerta de apenas 20 dias”, afirmou Chodas à revista Popular Science. Em caso de um choque com a Terra, um pedaço gigante de rocha ou gelo como o TB145 poderia causar uma devastação catastrófica, avaliou o pesquisador. Cientistas estão trabalhando atualmente em planos para desviar e destruir esse tipo de objeto – nosso planeta é alvo do impacto de asteroides medianos a cada 100 mil anos, em média. A Nasa assegura que não temos com o que nos preocupar. Ao menos desta vez. (Fonte: G1)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Nanopartículas destroem bactérias resistentes a antibióticos

Lipídeos e polímeros Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram nanopartículas com uma potente ação contra bactérias multirresistentes aos antibióticos atuais. As nanopartículas - partículas com dimensões na faixa dos nanômetros (bilionésimos de metro) - foram produzidas a partir de fragmentos lipídicos e depois recobertas com polímeros especiais. "Em estudos anteriores havíamos mostrado que tanto o lípide catiônico (com carga positiva) quanto o polímero catiônico têm ação contra microrganismos. Quando se combinam esses dois elementos ou se combina um deles com um antibiótico ou com um peptídeo antimicrobiano, conseguimos uma ação de maior espectro", explicou a professora Ana Maria Carmona Ribeiro. O tamanho das partículas varia entre 50 e 100 nanômetros (nm) - como parâmetro de comparação, um fio de cabelo tem espessura aproximada de 80 mil nm. As diferentes camadas das nanopartículas são montadas por atração eletrostática. Nanopartículas contra bactérias Coube à pesquisadora Letícia de Melo Carrasco testar as nanopartículas em culturas de bactérias normalmente encontradas em ambientes hospitalares e que já desenvolveram resistência aos antibióticos mais usados, como a Pseudomonas aeruginosa multirresistente (MDR), Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase (KPC) e Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). De acordo com os resultados publicados no International Journal of Molecular Science, as nanopartículas conseguiram matar entre 92% e 99% das células bacterianas em cultura. "Observamos que, ao interagir com a bactéria, a partícula se dissocia. Os polímeros aniônicos e catiônicos são liberados e interagem com a parede externa da bactéria formando feixes. Isso causa a desagregação da parede celular", detalha a professora Ana Maria. Agência Fapesp

Carnes industrializadas são cancerígenas, diz OMS

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o consumo de carne processada - como bacon, salsichas e presunto - causa câncer. Segundo o documento, 50 gramas de carne processada por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumentam a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%. De forma mais branda, pela falta de provas mais contundentes, a OMS também reforçou o alerta em relação à carne vermelha, dizendo que ela seria "provavelmente cancerígena". No tocante à carne vermelha, os dados não são estatisticamente tão significativos quanto os das carnes industrializadas, com indícios de que comer carne bovina, carne de porco ou cordeiro "podem causar câncer". A OMS destaca que um consumo baixo de carne traz benefícios à saúde, mas os consumidores precisam saber que também existem riscos e, assim, comer carne com moderação. A carne vermelha é uma grande fonte de ferro, zinco e vitamina B12. Há também indícios de que carnes preparadas em altas temperaturas, ou grelhadas como churrasco, podem trazer riscos à saúde, incluindo o risco de demência. Aditivos da carne industrializada Carne processada é a carne que foi modificada para aumentar seu prazo de validade ou manipular o gosto. São as carnes defumadas, curadas ou que recebem aditivos como sal ou conservantes. Essa categoria inclui bacon, salsichas, linguiças, salame, carnes curadas ou salgadas e presunto, além de carnes enlatadas e molhos à base de carne. Segundo a OMS, são os aditivos colocados nesses produtos que podem aumentar o risco de desenvolver câncer. A OMS chegou a essas conclusões baseada em estudos da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, que avalia os melhores dados científicos disponíveis. Com a decisão, a carne processada passa a estar na mesma categoria - o chamado Grupo 1 - que o cigarro e as bebidas alcoólicas, substâncias que comprovadamente causam câncer. No entanto, isso não significa que consumir bacon, por exemplo, seja tão ruim quanto fumar. "Para um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal (no intestino) por causa do consumo de carne processada continua pequeno, mas este risco aumenta com a quantidade de carne consumida", disse Kurt Straif, da OMS. Moderação Para o professor da Universidade de Oxford Tim Key, que também é membro da organização beneficente britânica voltada para pesquisa do câncer Cancer Research UK, é uma questão de moderação. "Esta decisão não significa que você precisa parar de comer qualquer tipo de carne vermelha ou processada, mas se você come muito, há boas razões para pensar em diminuir. Comer bacon de vez em quando não vai causar muito dano - uma dieta saudável é baseada na moderação," afirmou. http://www.diariodasaude.com.br/

Calor deixará economia global 23% menos produtiva em 2100, diz estudo

Um único aspecto da mudança climática, o aumento de temperatura, tem o potencial de reduzir as projeções de crescimento econômico do planeta em 23% até 2100, independentemente de como desastres climáticos como secas e inundações. Quando a temperatura média anual de um país fica muito distante de 13°C, para cima ou para baixo, sua produtividade começa a cair, aponta um novo estudo. O trabalho, publicado na revista “Nature” tenta simular o efeito de diversos aspectos da mudança climática na economia, desde ondas de calor em áreas industriais e de serviço até temperaturas inadequadas em áreas de agropecuária. Para tal, Marshal Burke, da Univesidade Stanford, na Califórnia, analisou dados econômicos e climáticos de 166 países entre os anos de 1960 e 2010. A evolução do PIB (Produto Interno Bruto) de cada um dos países foi analisada. Se a tendência de aquecimento observada durante esse meio século se mantiver a mesma durante outro período igual, afirma o cientista, 77% dos países do mundo terão uma perda de PIB, enquanto outros terão ganho, considerada apenas isso como variável. A maior parte dos países desfavorecidos são nações em desenvolvimento, que já estão mais concentradas entre os trópicos. O potencial ganho de produtividade econômica dos países que terão a temperatura aproximada da média ótima, porém, provavelmente não compensaria perdas impostas por outros aspectos da mudança climática. Relação “não linear” – A motivação para fazer o estudo, afirmam os autores, foi a constatação de que a temperatura parecia influenciar a produtividade de muitos países, mas não de forma “linear” ou direta. “Nós mostramos que a produtividade econômica geral não segue temperaturas linearmente em todos os países, com a produtividade atingindo um pico sob temperatura média anual de 13°C, reduzindo-se fortemente a altas temperaturas”, afirmam Burke e seus coautores no estudo. “Essa relação é generalizável para o globo, inalterada desde 1960 e aparente em atividades ligadas ou não à agricultura, em países ricos e pobres.” Segundo os autores, a conclusão do estudo não tem relação com teorias econômicas antigas que viam países tropicais quentes como nações condenadas ao subdesenvolvimento. Apesar de identificar os 13°C como o ponto ótimo de temperatura para produtividade econômica, intenção do trabalho é entender como cada país pode ser afetado pela mudança climática, e não as nações se saem em relação umas às outras. Num mundo com aquecimento global desenfreado, porém, o desequilíbrio no PIB dos países pode se tornar maior. Enquanto na América do Norte a projeção de perdas econômicas para 2100 em função da temperatura seria em torno de 5% do PIB, por exemplo, na América Latina a perda seria de 75%. “Se as sociedades continuarem a funcionar como no passado recente, espera-se que a mudança climática altere a economia global, reduzindo substancialmente a produtividade econômica e, possivelmente, ampliando desigualdades econômicas existentes”, afirmam Burke e seus coautores. Custo social – Relatórios sobre impacto econômico do aquecimento global já vinham sendo feito antes. O mais conhecido é a “Revisão Stern”, liderado pelo ex-chefe do Banco Mundial Nicholas Stern. O trabalho apontava que o planeta sofrerá perdas de 5% do PIB por ano com o aquecimento global, apesar de custos de mitigar o problema serem da ordem de 1% do PIB. Outros modelos de computador para simular a economia futura vem sendo desenvolvidos, com a ideia de entender qual é o “custo social” associado à emissão de gases do efeito estuga. Nenhum deles, porém, havia isolado o problema da relação mais direta entre temperatura e produtividade, como fez Burke agora. “Os melhores modelos de agora, conhecidos como IAMs (Modelos de Avaliação Integrada), já estão sendo usados como base para formular políticas”, diz o economista Thomas Sterner, da Universidade de Gotemburgo, que comentou o trabalho de Burke em outro artigo na “Nature”. “O resultados de Burke e seus colegas sugerem que essas previsões de danos, e portanto também o custo social do carbono, precisam ser elevados em várias centenas de pontos percentuais.” (Fonte: G1)

Mudança climática ameaça alimentos

Mulheres trabalhando em suas hortas no Polo Agroindustrial de Capanda, em Angola. Foto: Mario Osava/IPS Mulheres trabalhando em suas hortas no Polo Agroindustrial de Capanda, em Angola. Foto: Mario Osava/IPS Por Sipho Mthathi* Pretoria, África do Sul, 20/10/2015 – A mudança climática está transformando o mundo que conhecemos e queremos. Nossas terras, moradias e alimentos estão em risco. Com cerca de um bilhão de pessoas vivendo na pobreza, é a maior ameaça para a luta contra a fome. Os chefes de Estado e de governo se reunirão em Paris em dezembro para a 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC). Nessa oportunidade, quando será decidido um novo tratado climático, os representantes africanos terão que adotar uma postura audaciosa. As comunidades de pastores e comunidades originárias da África são muito vulneráveis à mudança climática. Em dezembro, a África deverá permanecer unida e negociar para que os fundos para a adaptação sejam mais adequados, previsíveis e maiores do que os recebidos até agora. Em toda a África já vemos as ameaças ao nosso fornecimento de alimentos, devido à menor fiabilidade dos padrões de chuva, ao aumento das temperaturas e maior número de fenômenos meteorológicos extremos. Milhões de africanos já vivem na pobreza extrema, e nosso futuro como continente depende de sua sobrevivência. Uma dessas pessoas é Mary Matupi, uma agricultora do distrito de Rumphi, no norte do Malawi. Ela cultiva milho em um pequeno pedaço de terra, e normalmente colhe cerca de 80 sacas de 50 quilos cada. Porém, na última safra conseguiu apenas 15 sacas devido ao atraso nas chuvas. “Se não agirmos para deter a mudança climática, virão tempos mais difíceis e vamos sofrer”, afirmou. As mulheres como Matupi são a maioria dos pequenos produtores africanos. São o rosto de 60% a 80% da mão de obra na produção de alimentos na África subsaariana. As chuvas irregulares prejudicam sensivelmente sua capacidade para manterem suas famílias e comunidades. Como milhões de outras pessoas, Matupi simplesmente tenta alimentar sua família, sua comunidade e, em última instância, seu país. Muitos lugares na África poderiam sofrer um aquecimento maior do que a média mundial. Se as temperaturas subirem quatro graus Celsius no mundo, em alguns países africanos essa alta poderia chegar aos seis graus. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), as mudanças na disponibilidade e temperatura da água terão um grande efeito na agricultura africana, já que 97% da produção se localiza em terreno seco e 60% da força de trabalho do continente atua no setor. Como o nível do mar está subindo, muitos países africanos de baixa altitude correm o risco de perder suas terras cultiváveis. as perdas econômicas poderiam ser consideráveis nas zonas costeiras de Marrocos, Moçambique e Senegal. De acordo com a CMNUCC, se o aquecimento superar os três graus em nível mundial, as áreas de cultivo de milho e de sorgo serão inviáveis em grande parte da África. Também podemos esperar fenômenos climáticos extremos mais frequentes e mais graves, com enormes custos socioeconômicos. Além disso, as condições climáticas extremas afetarão nossa dieta, e provavelmente causarão mais desnutrição e enfermidades, um fato que os governos não podem ignorar. Portanto, os fundos para a tecnologia – novos cultivos resistentes à seca, novas técnicas de cultivo, sistemas de alerta, programas de armazenamento de sementes, etc. – que possa ajudar os agricultores africanos devem ser uma prioridade na agenda da reunião de Paris. Kabugho Ruth, de Uganda, é um exemplo de como a tecnologia e os novos métodos ajudam os agricultores. A adoção de novos métodos de cultivo “fez maravilhas” para Ruth, segundo afirmou. Ao construir degraus para café e bananas em seu jardim, a agricultora conseguiu triplicar sua produção. Imaginem o que o financiamento pode fazer por outros pequenos agricultores de todo o continente. Os agricultores africanos demonstram sua capacidade de resistência e seu compromisso com a ação climática e merecem nosso apoio. E não estão sozinhos. Em todo o continente, a Petição do Povo da África procura reunir um milhão de assinaturas antes da COP 21, para demonstrar o apoio africano à prioridade da luta contra a mudança climática. Em todo o continente, organizações sociais se mobilizaram no Dia Mundial da Alimentação, celebrado no dia 16, como parte da campanha Mulheres, Alimentos, Clima, que destaca o papel das pequenas produtoras na provisão de alimentos, bem como sua luta contra os efeitos da mudança climática. Agricultoras como Matupi e Ruth necessitam que seus governos façam sua parte na luta pelos fundos que possam ajudar a mitigar o impacto da mudança climática. Cálculos conservadores indicam que a África vai precisar de aproximadamente US$ 95 bilhões ao ano até 2050 para essa finalidade. Os líderes africanos devem evitar o mesmo caminho de desenvolvimento destrutivo, guiado pelo lucro e com alto consumo em dióxido de carbono – que anteriormente os países ricos já seguiam –, que nos levou à crise atual. Para isso necessitamos de líderes visionários, que cheguem às negociações em Paris defendendo uma mudança global para o uso da energia renovável. E devem ser implacáveis em reclamar os fundos e a tecnologia necessária para enfrentar a mudança climática. A agricultura em pequena escala proporciona a maior parte dos alimentos produzidos na África e é a fonte de emprego para 70% da força de trabalho. Um acordo de financiamento para a adaptação climática alcançado na capital francesa poderia mudar para sempre a vida de agricultoras como Matupi e Ruth, e garantir que o continente possa alimentar a si mesmo. Não podemos ignorar esta oportunidade. Envolverde/IPS * Sipho Mthathi é diretora-executiva da Oxfam África do Sul. Postado em: 1.1-Canais, COP21, Inter Press Service

Cientistas querem colocar carne artificial à venda em 5 anos

A equipe de pesquisadores holandeses que conseguiu sintetizar o primeiro hambúrguer de laboratório afirma que espera começar a vender o produto dentro de cinco anos. Os cientistas da Universidade de Maastricht, na Holanda, montaram uma nova companhia para transformar a carne artificial em um hambúrguer que seja, segundo eles, mais saboroso e barato. Dois anos atrás, a equipe de pesquisadores mostrou um protótipo em Londres. Mas o custo para a produção desse hambúrguer era altíssimo: cerca de 215 mil libras (mais de R$ 1,2 milhão). “Estou confiante que, quando for oferecido como uma alternativa à carne, um número cada vez maior de pessoas vai achar difícil não comprar nosso produto por razões éticas”, disse à BBC o diretor da nova empresa, Peter Verstrate. “Acredito que vamos colocar (o produto) no mercado em cinco anos”, disse o professor Mark Post, que desenvolveu a carne artificial nos laboratórios da Universidade de Maastricht. Post acrescentou que, inicialmente, o produto estaria disponível apenas sob encomenda mas, quando a demanda pela carne artificial se estabelecer e o preço cair, ela deve chegar às prateleiras de supermercados. Células-tronco – O hambúrguer artificial é feito a partir de células-tronco, aquelas que podem se desenvolver em tecidos em diversas formas, tais como nervos e pele. A maioria dos pesquisadores que trabalham com células-tronco tenta cultivar tecido humano para transplantes ou para substituir tecido muscular doente, células nervosas ou cartilagem. Mark Post, no entanto, usa essas células para cultivar músculo e gordura para a fabricação dos hambúrgueres artificiais. O processo começa com células-tronco retiradas do músculo de uma vaca. No laboratório, essas células são colocadas em uma cultura – uma solução – com nutrientes e elementos químicos que promovem seu aumento para ajudá-las a crescerem e se multiplicarem. Três semanas depois os cientistas já estão com mais de um milhão de células-tronco, que são divididas e colocadas em recipientes menores. As células já crescidas se transformam em pequenas tiras de músculo de aproximadamente um centímetro de comprimento e apenas alguns milímetros de espessura. As pequenas tiras são então coletadas e juntadas em pequenos montes, coloridas e misturadas com gordura. O hambúrguer resultante deste processo foi preparado e provado em uma entrevista coletiva em Londres, há dois anos. Um especialista gastronômico que provou a iguaria disse que o gosto estava “próximo da carne, mas não era tão suculento”, mas outro disse que tinha gosto de um hambúrguer de verdade. Provando um princípio – Peter Verstrate disse à BBC que o hambúrguer servido em 2013 ainda não era o produto finalizado. “Era proteína, fibra muscular. Mas carne é muito mais que isso – é sangue, é gordura, tecido de ligação, e tudo isso soma ao gosto e à textura.” “Se você quer imitar a carne, precisa fazer todas estas coisas também – e você pode usar tecnologias de engenharia de tecido –, mas ainda não tínhamos feito isso naquele momento”, acrescentou. Mosa Meat, a empresa que Verstrate estabeleceu com Post e a Universidade de Maastricht, quer sintetizar carne moída no laboratório de forma que ela seja tão saborosa quanto a carne real e a um custo igual ao da carne moída vendida hoje. Nos últimos dois anos, Post e sua equipe progrediram nas pesquisas, mas o cientista percebeu que, para colocar o produto no mercado em um prazo de cinco anos, terá que acelerar os estudos. A Mosa Meat vai empregar 25 cientistas, técnicos de laboratórios e gerentes. Um dos objetivos principais é descobrir como iniciar a produção em massa dessa carne. Os pesquisadores também vão analisar formas de fazer costelas usando impressoras 3D. Mas vai demorar um pouco mais para comercializar esses produtos. (Fonte: Terra)

Horário de verão vai gerar economia de R$ 7 bilhões, diz governo

O governo federal estima que irá economizar cerca de R$ 7 bilhões com a adoção do horário de verão. O valor diz respeito aos investimentos que precisariam ser feitos no sistema elétrico caso a mudança de horário não fosse adotada. Neste caso, seria necessário atender a uma demanda adicional de 2,6 mil megawatts (MW) no período, segundo o Ministério de Minas e Energia. O horário de verão começa no domingo (18) e vai durar até o dia 21 de fevereiro de 2016. Isso significa que à 0h (meia-noite) de sábado para domingo, os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão que adiantar os relógios em uma hora. O horário diferenciado abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Entre os objetivos está a redução da demanda durante o horário de pico, que vai normalmente das 18h às 21h. Com o horário de verão, a iluminação pública, por exemplo, é acionada mais tarde, deixando de coincidir com o horário de consumo da indústria e do comércio. O governo explica que o horário de verão possibilita a ampliação do período de maior consumo, reduzindo o volume de carga de energia nas linhas de transmissão, nas subestações e nos sistemas de distribuição num mesmo momento, o que reduz os riscos de apagões. Expectativa de redução do consumo – A expectativa é chegar a uma redução média de 4,5% na demanda de energia no país no horário de maior consumo, com economia de 0,5% durante todo o período do horário de verão. Os patamares são os mesmos do que os registrados em anos anteriores. Conforme o Ministério de Minas e Energia, a economia equivale, aproximadamente, ao consumo mensal de energia de Brasília (DF), que tem 2,8 milhões de habitantes, ou à metade do consumo mensal de uma cidade como Curitiba (PR), cuja população é de 1,7 milhão de pessoas. Esta será a 40ª edição do horário de verão no país. A primeira vez ocorreu no verão de 1931/1932. Consumo de energia – O ano de 2015 tem sido marcado pela queda do consumo de energia no país, em meio a uma atividade econômica em recessão e também à forte alta das tarifas de energia. Conforme o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, as projeções do governo já levam em conta este cenário. Por conta da escassez de chuvas, que prejudicou o armazenamento nas represas das principais hidrelétricas do país, o governo vinha mantendo ligadas, até agosto, todas as térmicas disponíveis desde o final de 2012. Como essa energia é mais cara, a medida contribuiu para a elevação do valor das contas de luz. Também ajudou a aumentar os custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo no final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%. É que, para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, e o custo tem sido repassado ao consumidor final por meio da elevação das tarifas. (Fonte: G1)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Crise climática pode levar 720 milhões à miséria

Se não agirmos agora para reduzir o risco de efeitos mais severos das mudanças climáticas, 720 milhões de pessoas podem ficar em situação de pobreza extrema. A conclusão é de um relatório do Overseas Development Institute (ODI), que afirma que erradicar a miséria é possível, mas depende de ações efetivas contra o aquecimento do planeta. Isto porque, se não controladas, as mudanças climáticas levarão ao aumento do que chamamos de eventos climáticos extremos – secas severas, mudanças no regime de chuvas, enchentes, aumento do nível do mar –, que por sua vez levam a deslocamentos populacionais, redução da produtividade no campo, escassez e aumento do preço de alimentos e a um consequente problema de nutrição. Os dados se baseiam nas estimativas de emissões no cenário business-as-usual – ou seja, se nada for feito em relação ao atual nível de emissões de gases causadores do efeito estufa –, em que a estimativa é de um aquecimento global próximo a 4ºC. O estudo afirma que, para que as medidas de erradicação da miséria se concretizem, o pico de emissões deve ocorrer em 2030, e que em 2100 as emissões devem ser próximas a zero. O documento “Pobreza Zero, Emissões Zero” aponta que acabar com a pobreza extrema em tempos de crise climática é necessário e compatível. “A erradicação da pobreza não pode ser mantida sem profundos cortes dos grandes emissores de gases de efeito estufa”, sugerem os autores. “É incoerente para os grandes países emissores, especialmente os industrializados, apoiar a erradicação da pobreza como prioridade de desenvolvimento enquanto não mudarem a sua própria economia em direção a uma via de emissões líquidas zero.” Isto porque, diz o estudo, os custos de adaptação tornam-se implausíveis em um cenário de aquecimento global acima de 2ºC até o fim do século. Figura mostra número de pessoas que podem ser afetadas por eventos climáticos extremos. Fonte: ODI Figura mostra número de pessoas que podem ser afetadas por eventos climáticos extremos. Fonte: ODI Um mundo dois graus mais quente em relação ao período pré-industrial é o limite considerado seguro pelos cientistas para que os efeitos das mudanças climáticas sejam menos graves. A COP 21 (Conferência do Clima das Nações Unidas em dezembro deste ano) tem o objetivo de gerar um acordo entre os países para limitar as emissões dos gases causadores do efeito estufa, além de mecanismos para auxiliar a adaptação dos países mais vulneráveis às consequências das mudanças climáticas. A análise indica ainda que sustentar o crescimento econômico nos países em desenvolvimento é crucial para a erradicação da pobreza, mas é provável que o crescimento seja mais moderado e menos eficaz na redução da pobreza extrema nas próximas décadas do que tem sido atualmente. Alcançar este objetivo depende, além de frear as mudanças climáticas, de acesso a boa nutrição, educação e melhores condições de trabalho. Além disso, o relatório também exemplifica a influência de ações de mitigação (ou seja, ações para atenuar as mudanças climáticas) em benefícios econômicos. Por exemplo, práticas agrícolas com baixas emissões de gases de efeito estufa podem levar ao incremento de produção; investimentos em energias renováveis e geração de energia distribuída ampliariam acesso à energia a custos mais baixos; melhorias em transportes públicos levariam à redução de doenças relacionadas à poluição, além de aumentar a produtividade nos grandes centros e reduzir custos com deslocamento. (Observatório do Clima/ #Envolverde)

Pimenta ajuda a viver mais

Quem gosta de uma comidinha caprichada na pimenta tem mais chances de ter uma vida longa, é o que sugere estudo da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos. A pesquisa confirma o que já foi apontado por estudos anteriores, realizados com tipos específicos de pimentas, como a malagueta. O estudo analisou mais de 500.000 adultos chineses por sete anos e constatou que aqueles que consumiam alimentos temperados com pimenta todos os dias tinham risco de morte prematura reduzido em 14% quando comparados com aqueles que consumiam o tempero apenas uma vez por semana. Os pesquisadores acreditam que os princípios ativos presentes nas pimentas podem ajudar a proteger o corpo contra doenças, como a capsaicina, principal composto ativo dessas plantas. Essa substância tem a capacidade de diminuir o apetite, sendo um potencial redutor do risco de obesidade, além de suas propriedades antibacterianas. Os cientistas destacam, também, o potencial que a pimenta tem mostrado em estudos para diabetes, cânceres, doenças cardiovasculares, hipertensão, inflamações e estresse oxidativo. Contudo, os pesquisadores alertam que o consumo excessivo de pimenta pode resultar em problemas gástricos e hemorroidas. O estudo foi publicado no British Medical Journal

Brasil se prepara para um verão de extremos

Brasil se prepara para um verão de extremos CLIPPINGO próximo verão promete ser um dos mais insuportáveis de todos os tempos no Brasil, com as temperaturas ultrapassando facilmente os 40ºC por vários dias seguidos nos locais tradicionalmente mais quentes, como Rio de Janeiro, Piauí e Tocantins. Segundo meteorologistas, os termômetros podem registrar calor até 4ºC acima da média. E, diante de uma primavera que já teve dias de calor intenso em algumas regiões, muita gente já se prepara para o pior. É que, pela primeira vez, se registra uma combinação inédita: a elevação da temperatura média do planeta por conta do aquecimento global e um fenômeno El Niño muito intenso. De acordo com especialistas, o mundo já está 0,8ºC mais quente por conta do aquecimento global provocado pela ação humana. E tudo indica que 2015 deverá ser o ano mais quente já registrado. Para piorar, a previsão para este ano é de que tenhamos um super El Niño, ou mesmo um El Niño monstro, como já vem sendo chamado; dos mais intensos já registrados. O fenômeno está relacionado ao aquecimento das águas do Pacífico Sul e, em geral, à elevação das temperaturas globais. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o EL Niño deste ano pode ser tornar um dos quatro mais quentes dos últimos 65 anos. “Podemos esperar um verão mais quente, com temperaturas até quatro graus Celsius acima da média”, diz o meteorologista José Antonio Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). “Isso ocorre por uma combinação de fatores: o aumento da temperatura por conta do aquecimento, as ilhas de calor das cidades e um El Niño intenso que estará em sua atividade máxima justamente em novembro, dezembro e janeiro.” O climatologista Carlos Nobre, atualmente na presidência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), diz que já é possível saber que o próximo verão será seco em várias partes da Amazônia e também registrará menos chuvas do que a média no Nordeste. O Sul do país, por sua vez, será castigado por chuvas mais intensas. A grande incógnita para os especialistas é o que acontecerá no Sudeste. “O verão terá temperaturas mais altas no Sudeste, isso podemos dizer, por conta da influência do El Niño. Mas não dá para saber ainda como será o regime de chuvas”, diz Nobre. A estiagem registrada nos últimos dois anos – com graves consequências para os níveis dos reservatórios de água – pode agravar ainda mais o problema, se voltar a se repetir. Setembro foi de chuvas na região, mas, novamente, não há ainda como prever como será o próximo mês. O Rio de Janeiro está entre as cidades com o verão mais quente do país, ao lado de Teresina, no Piauí, e Palmas, no Tocantins. E mesmo São Paulo, tradicionalmente mais frio, terá temperaturas mais altas. “Na Europa, na onda de calor de 2003, mais de 30 mil mortes foram atribuídas ao calor”, lembra Nobre. “E as temperaturas foram de três graus acima da média. Claro, eles lá não tinham muitos locais com ar-condicionado, nem estão adaptados ao calor, mas, ainda assim.” No Sul e no Sudeste, as cidades têm planos apenas para enchentes. No Nordeste, para a seca. Mas, até agora, por incrível que pareça, nenhuma cidade brasileira tinha um plano emergencial para lidar com o calor. Pela primeira vez, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio – que reúne diferentes secretarias e órgãos municipais com o objetivo de responder à emergências de forma integrada – elabora um plano para ondas de calor intenso, como as que atingiram recentemente a Índia e o Paquistão, deixando milhares de mortos. “A falta de previsão é motivo para estarmos ainda mais preparados. Não podemos correr riscos, não podemos esperar duzentas pessoas morrerem para começarmos a agir”, afirma o diretor do Instituto Pereira Passos, Sérgio Besserman, que integra a força-tarefa da Prefeitura. Leitos extras em hospitais, atendimento de emergência e campanhas públicas educativas incentivando a hidratação são algumas das medidas que fazem parte do plano de ação. As pessoas mais vulneráveis ao calor são os idosos e os bebês, cujos organismos têm menos capacidade de adaptação e defesa. Segundo os especialistas, o maior problema do calor para a saúde não é o pico de temperatura mais elevada, mesmo que acima dos 40ºC. O grande risco é quando, ao longo de pelo menos três dias consecutivos, a temperatura máxima passa dos 36ºC e a mínima não cai abaixo dos 21ºC. Quando isso ocorre, o corpo não consegue se resfriar e tende ao superaquecimento, o que pode levar a paradas cardíacas e derrames. (Fonte: G1)

Brasileira é eleita vice-presidente de Painel sobre Mudança Climática

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) elegeu nesta quarta-feira seus três vice-presidentes, entre eles a renomada acadêmica e pesquisadora brasileira Thelma Krug. A cientista brasileira dirige o escritório de relações internacionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e desde 2002 foi vice-presidente de um grupo de trabalho sobre gases que causam o efeito estufa no IPCC. Os outros dois novos vice-presidentes do principal órgão mundial sobre a ciência do aquecimento da Terra são Ko Barret, dos Estados Unidos, e Youba Sokona, do Mali. O sul-coreano Hoesung Lee foi eleito ontem novo presidente do IPCC, organismo agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Outros seis cientistas latino-americanos concorrem para ocupar algum dos cargos de diretores do painel que serão decididos na 42ª reunião do IPCC, realizado esta semana em Dubrovnik, na Croácia. (Fonte: Terra)

sábado, 10 de outubro de 2015

El Niño pode levar a epidemias de dengue em grande escala, diz estudo

O fenômeno climático conhecido como El Niño pode desatar uma epidemia de dengue em grande escala no sudeste da Ásia – informaram pesquisadores internacionais nesta segunda-feira (5). Verificou-se que os casos de dengue aumentaram no mesmo passo que a tendência de aquecimento dos oceanos, o que ocorre em alguns anos, mas não todos. Espera-se que a corrente do El Niño, que já começou e vai durar até o próximo ano, seja uma das mais intensas dos últimos 20 anos. “As grandes epidemias de dengue ocorrem sem aviso prévio, o que pode sobrecarregar os sistemas de saúde pública”, disse o principal autor do estudo, Willem Van Panhuis, professor assistente de epidemiologia da escola de saúde pública da universidade de Pittsburgh. “Nossas análises mostraram que as temperaturas elevadas podem criar as condições ideais para que uma epidemia de dengue de larga escala se propague”. Os pesquisadores analisaram 18 anos de relatórios sobre a dengue no sudeste asiático, segundo o estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). A tendência foi observada no total de 3,5 milhões de casos reportados em oito países. Altas temperaturas e proliferação do mosquito – Durante a última temporada particularmente forte do El Niño, que foi de 1997 a 1998, “a transmissão da dengue foi muito alta e coincidiu perfeitamente com as altas temperaturas, que permitiram que os mosquitos se reproduzissem mais rápido e propagassem o vírus da dengue com mais eficácia”, afirmou o estudo. As altas temperaturas nas regiões tropicais e subtropicais foram provocadas pelo El Niño. A dengue, causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, é responsável por cerca de 400 milhões de infecções ao ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevalência mundial da dengue aumentou dramaticamente nas últimas décadas e agora metade da população mundial está em risco. (Fonte: G1)

Gráficos mostram de onde vem e para onde vai a comida do mundo

[Gizmodo]

Mundo caminha para um aquecimento de 2,7º C

O planeta se encaminha para um aquecimento de 2,7º C até o fim do século, segundo os compromissos de redução de gases de efeito estufa anunciados pelos vários países, assinalou nesta quinta-feira (1º) um painel de analistas. Apesar de exceder a meta fixada pela ONU de 2º C de aquecimento em relação ao nível pré-industrial, estes compromissos constituem um avanço em relação à previsão anterior de 3º C antecipada em setembro pelo mesmo painel, o Climate Action Tracker (CAT). “A combinação dos planos climáticos nacionais, se aplicados, limitariam o aquecimento global a 2,7º C para o horizonte de 2100″, indicou o organismo, que reúne quatro centros de pesquisa. É a primeira vez desde 2009, ano em que o CAT começou a avaliar as temperaturas com base nos compromissos climáticos nacionais, que o aquecimento previsível passar abaixo dos 3º C. A ONU havia fixado a data de 1º de outubro para apresentar os compromissos visando à conferência sobre o clima (COP21) prevista em dezembro em Paris, apesar de isso não impedir que os países continuem apresentando compromissos. No momento, um total de 140 países – entre 195 Estados membros da convenção da ONU sobre mudanças climáticas – apresentaram compromissos de redução de gases para 2025-2030. Representam 80% das atuais emissões de gases de efeito estufa. O CAT analisou em detalhe até o momento 19 contribuições. As prometidas por Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul e Rússia foram consideradas “inadequadas”. As de Etiópia e Marrocos foram, ao contrário, qualificadas como “suficientes”. As de Brasil, China, União Europeia, Indonésia, México, Noruega e Estados Unidos apresentaram propostas qualificadas como “intermediárias” pelo CAT. Nenhum país qualificou até o momento para a categoria “modelo” prevista pelos analistas. O aquecimento atinge atualmente 0,8º C, quase a metade do caminho para o limite de 2º C. As previsões do CAT incluem estimativas sobre a Índia, extrapoladas a partir de declarações oficiais, em vista de que este país ainda não apresentou uma contribuição formal. Para atingir a meta de 2º C, as emissões de gases com efeito estufa deverão ser de 11 e 13 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 (GtCO2e) a menos que as prometidas para 2025, diz o CAT, e de 15 a 17 GtCO2 a menos em 2030. Com base nas contribuições atuais, as emissões totalizaram entre 52 e 54 GtCO2 em 2025, e entre 53 e 55 GtCO2e em 2030, além das quais 48 GtCO2e anuais. É “pouco provável” que os compromissos dos países que ainda não apresentaram suas propostas consigam alcançar a meta dos 2º C, advertiu à AFP Bill Hare, analista da Climate Analytics, contribuinte do CAT. (Fonte: UOL)

Estudo aponta que nível do mar deve subir 36 cm no litoral de SP até 2050

Uma pesquisa internacional apontou que o nível do mar na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, deverá aumentar 36 centímetros até 2050. Além do volume de água, a principal mudança de cenário já ocorre na região da Ponta da Praia, onde a faixa de areia é cada vez menor por conta da erosão. A sensação de que o trecho está ‘encolhendo’ faz parte das mudanças climáticas que se intensificaram ao longo das últimas décadas e são alvo do estudo. A projeção, considerada alarmante por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, pode ter os impactos ambientais, sociais e econômicos reduzidos com ações bem planejadas. Caso contrário, os danos podem chegar a mais de R$ 500 milhões. Os fenômenos climáticos por conta do aquecimento global também estão sendo avaliados e detalhados nas cidades de Broward, nos Estados Unidos, e em Selsey, na Inglaterra. Segundo os pesquisadores, o município do litoral paulista foi escolhido para representar o Brasil porque possui uma maior base de dados sobre o tema, inclusive com registros fotográficos ao longo dos anos. Batizado de projeto Metrópole, as pesquisas em solo brasileiro tiveram início há cerca de dois anos. A previsão é que em 10 anos (2025) sejam 18 centímetros a mais e, em 35 anos (2050), o nível do mar esteja em torno de 35 ou 36 centímetros acima do nível médio dos anos 2000. “Nada catastrófico ou complicado, mas medidas devem ser tomadas para evitar problemas para a população”, afirma o Joseph Harari, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Mapeamento preciso – O trabalho no Brasil recebeu investimentos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), após uma chamada pública do Fórum Belmont, um grupo internacional formado por agências e organizações que financiam investigações sobre alterações do meio ambiente. O mapeamento das áreas críticas e projeções foram feitas com base em variações climáticas, levando também em conta as particularidades de cada região. Na tarde da última quarta-feira (30), grupos formado por autoridades públicas, professores universitários e especialistas se reuniram na Associação Comercial de Santos para apresentarem possíveis soluções, além de conter o agravamento da erosão na Ponta da Praia. A viabilidade das propostas será avaliada e divulgada em um Fórum em dezembro deste ano. Ondas são problema – Segundo o oceanógrafo Harari, além da elevação do nível do mar, o que preocupa é a junção de vários fatores que podem intensificar o volume em grandes temporais, por exemplo. “O que compõe o nível do mar é a maré e a ressaca. Hoje já temos efeitos extremos, mas daqui dez anos acrescente mais 18 centímetros e, depois, mais 36 centímetros acima do nível médio atual e podem haver inundações de água”, explica. Zona Noroeste e Sudeste – Para facilitar o estudo, o grupo escolheu dois setores da cidade de Santos que eles consideram ‘contrastantes’. Um deles é a região da Zona Noroeste, onde os problemas com enchentes são frequentes e há uma grande quantidade de palafitas (moradias construídas sobre água do rio ou mar). Já o contraponto analisado é a região Sudeste do município, que vai desde o bairro Gonzaga, no Canal 3, até a Ponta da Praia. É justamente a área da cidade que tem sido afetada por constantes erosões e desperta ainda mais atenção pela ausência da faixa de areia. “Os danos que estamos avaliando pela altura da onda seriam piores na região Sudeste, pois lá estão as maiores propriedades. Na região da Zona Noroeste também podem existir danos, mas o tipo do perfil de construção e população são diferentes. São áreas de contraste, por isso escolhemos as duas”, aponta o coordenador do projeto Metrópole e pesquisador do Cemaden/Inpe, José Antonio Marengo. Planejamento – O modelo de pesquisa adotado com base em programas americanos pretende evitar grandes danos. De acordo com Marengo, se as soluções forem bem planejadas e antecipadas, é possível, por exemplo, evitar um prejuízo de R$ 500 milhões na faixa Sudeste. “Nós usamos um modelo para estudar as elevações do nível do mar e os impactos econômicos associados. O modelo é desenvolvido nos Estados Unidos e os modelos aplicados em Santos mostram projeções de elevação do nível do mar. Os danos associados na região Sudeste, que é a Ponta da Praia, estamos estimando em R$ 500 milhões. Mas o modelo não identifica se são propriedades particulares, casas ou hospitais”, acrescenta. Da tempo de resolver – Já o responsável pelo oceanógrafo da USP, Joseph Harari, é mais comedido. Ele não acredita em catástrofes e prefere evitar um alarde desnecessário. “Temos tempo mais que suficiente para tomar todas as providências necessárias para minimizar o efeito danoso, mas não há nenhum problema de catástrofe eminente. De jeito nenhum. Isso nós temos pelo menos de 10 a 20 anos com muita tranquilidade de ver várias alternativas, como construção de quebra mares, engorda de praias (reposição com areia), que a ciência tem todas as condições de resolver esses problemas com muita eficiência. Não há alarmismo”, enfatiza o oceanógrafo. Ressaca – Além do nível do mar, as ressacas também têm sido registradas com maior frequência e danos nos últimos anos e devem aumentar. Célia Regina de Gouveia Souza, do Instituto de Geologia da USP, defende medidas que não tragam tantos prejuízos ao meio ambiente para conter o avanço do mar já que a função da praia, além do lazer, é proteger o continente contra erosão das ondas. “Não é só jogar areia. A praia entra em erosão por algum desequilíbrio. Quanto menos você mexer, quanto menos você impactar, por exemplo, a colocação de um anteparo, seja lá um quebra-mar, enfim, tudo isso tem que ser muito bem avaliado, porque essas estruturas rígidas de proteção de costa, elas vão causar algum tipo de impacto no ambiente natural: seja na praia, seja no manguezal”, explica. (Fonte: G1)

O que você faz pelo meio ambiente?

Apesar das aparências, São Paulo também é Mata Atlântica e existe uma espécie que se esforça para proteger o seu habitat. A Carolina Tarrio e a Cecília Lotufo são dois ótimos exemplos dessa espécie conhecida como “Boa Praça”. Juntas ao seu bando, contribuem com a manutenção das praças das regiões da Lapa e Pinheiros. Elas são facilmente encontradas no último domingo do mês em algum piquenique comunitário. Descobertas há 6 anos, as duas mamães-corujas mostraram muita criatividade na hora de cuidar da sua prole”. O texto que começa esse artigo abre também o novo episódio da série “Espécies da Mata Atlântica”, campanha da Fundação SOS Mata Atlântica que narra histórias reais de cidadãos que se mobilizam, cada um à sua maneira, em favor da preservação do meio ambiente e da Mata Atlântica. No vídeo, conhecemos a história da Carolina e da Cecília, idealizadoras do Movimento Boa Praça, que promove piqueniques comunitários, a ocupação e revitalização dos espaços públicos, e é definido por elas como uma iniciativa de pessoas que querem viver em uma cidade mais humana. A proposta é a seguinte: todo último domingo do mês, o movimento organiza um piquenique em uma praça. Assim, os vizinhos se conhecem e conversam sobre o que desejam para o bairro e a cidade, fazendo da praça o local ideal para um encontro de debate, lazer e inclusão. E todos assumem um compromisso: encerrar o dia com a praça melhor do que quando começou, ou seja, cada um, com suas habilidades, contribui um pouco com a revitalização do espaço, que pode ser uma coleta de lixo, pintura, instalação de equipamentos e reparos ou um mutirão de plantio, entre outras ações. No vídeo da campanha, que vocês podem conferir aqui, a Carolina conta como é possível fazer coisas e transformar realidades, mesmo sem muitos recursos. “Muitas vezes bastam duas, três, quatro pessoas com vontade de mudar e começar fazendo. Não quero deixar isto para os meus filhos fazerem. Se eu quero que eles vivam num lugar melhor eu preciso agir agora. Não é pro futuro, é pra já”. E a Cecília completa: “A gente quer atuar no sentido de transformar não só a praça, mas transformar também o próprio cidadão na relação dele com o mundo”. O caso inspirador do Boa Praça faz a gente refletir como existem inúmeras formas simples de fazer a diferença e de contribuir com a preservação e recuperação do meio ambiente, principalmente se pensarmos naquele local onde vivemos e que pode ser mais sadio. É aquela velha história que estamos acostumados a ouvir, e também a repetir, de que não basta ficar sentado no sofá esperando que o mundo se transforme num lugar melhor, o que a gente precisa é agir, propor, empreender e participar dessa mudança. Afinal, não dá mais para assistir à destruição da biodiversidade e da natureza seguir em frente, mesmo que ainda nem todos tenham se dado conta do que está acontecendo. Nós acreditamos que cada um pode fazer algo, individual ou coletivamente, seja da forma que for. A sociedade civil organizada, formada por ONGs como a SOS Mata Atlântica e muitas outras organizações e iniciativas que desenvolvem atividades sem fins lucrativos nas diferentes áreas, faz parte de um movimento que sempre buscou contribuir nos processos de mudança para um Brasil melhor. Há vários bons exemplos e conquistas, mas ainda há muito por fazer para a construção de um futuro mais sustentável. O trabalho de instituições profissionalizadas, que conta com um corpo técnico e recursos para desenvolver atividades, continua sendo fundamental, assim como também são as ações que você desenvolve. Todos ganham se somarmos esforços para defender e valorizar o meio ambiente, seja o que restou das nossas grandes florestas, como a Mata Atlântica, ou revitalizar aquele parque ou área verde próximos da nossa casa, que podem até parecer pequenos, mas que também são fundamentais para o bem estar e qualidade de vida na nossa cidade. Você já parou para pensar como seria sua vida, sua rua e sua cidade se vivesse num local onde cuidar do meio ambiente fosse uma prioridade? Melhor: além de imaginar, você já faz algo para promover essa mudança? Se você já luta pelo meio ambiente, cuidando de uma parque, monitoramento a qualidade da água de um rio, participando de algum mutirão, sendo voluntário em alguma ação ou até mesmo com atitudes mais simples como economizando água e o consumo de energia, você já faz parte desse movimento. Então, que tal fazer como a Carolina e a Cecília e dividir a sua história com a gente? Certamente sua história pode tocar pessoas que se identificarão com você e, assim, engajar ainda mais gente para essa causa. Acesse www.gpsmataatlantica.org.br e compartilhe o que você já faz pelo meio ambiente e pela Mata Atlântica. Sua causa é a nossa! * Marcia Hirota é diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica; Fernando Meirelles é cineasta, produtor e ambientalista. A SOS Mata Atlântica é uma ONG brasileira que desenvolve projetos e campanhas em defesa das Florestas, do Mar e da qualidade de vida nas Cidades. Saiba como apoiar as ações da Fundação. ** Publicado originalmente no site SOS Mata Atlântica.

Comer pimenta ajuda a viver mais

Comer pimenta e outros alimentos com gosto "quente" e picante pode ajudar a viver mais. Dados da equipe do Dr. Lu Qi, um epidemiologista da Universidade de Tulane (EUA) vêm dar suporte a estudos anteriores, que mostraram que pimentas específicas, como a malagueta, podem ajudar a viver mais. Acredita-se que alguns ingredientes ativos nas pimentas, como a capsaicina, ajudam a proteger o corpo humano contra doenças, ainda que haja riscos no consumo excessivo de pimenta. Efeitos benéficos "Mesmo entre aquelas [pessoas] que consumiram alimentos picantes com menos frequência, os efeitos benéficos podem ser observados," garante o Dr. Qi, que estudou mais de 500.000 adultos chineses ao longo de sete anos. Os resultados indicaram que os participantes que ingerem alimentos condimentados com pimenta todos os dias reduzem seu risco de morte prematura em 14% em comparação com as pessoas que comem pimenta menos de uma vez por semana. "Mesmo entre aquelas [pessoas] que consumiram alimentos picantes com menos frequência [um ou dois dias por semana], os efeitos benéficos podem ser observados. De fato, um aumento moderado dos alimentos picantes pode beneficiar" a saúde, disse Qi. Capsaicina O principal ingrediente ativo das pimentas identificado até agora pelos cientistas é a capsaicina. Estudos mostram que capsaicina diminui o apetite, podendo reduzir o risco de obesidade e oferecer propriedades antibacterianas - a pimenta malagueta é a fonte de uma nova geração de analgésicos, por exemplo. A substância parece também ajudar a proteger contra diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e outras condições, além de reduzir as inflamações, a pressão arterial e o estresse oxidativo. O estudo foi publicado no British Medical Journal. Diário da Saúde

Esmalte dos dentes é herança dos peixes, diz estudo

O esmalte de nossos dentes, responsável pelo sorriso brilhante das estrelas, provém das escamas dos peixes – é o que diz um estudo publicado nesta quarta-feira (23) pela revista britânica Nature. O esmalte é um tecido dentário presente exclusivamente nos vertebrados. Mas a ganoína, tecido que lembra o esmalte, está presente nas escamas de inúmeros peixes fósseis e alguns peixes primitivos que vivem até hoje. Mas quem veio primeiro: a ganoína ou o esmalte? Para responder a esta questão, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, e do Instituto de Paleontologia dos Vertebrados e de Paleontologia (IVPP) de Pequim, avaliaram os dados provenientes de dois campos de pesquisa bastante diferentes: a paleontologia e a genômica. O estudo genético do Lépisostés (Lepisosteus), um dos raros peixes ainda vivos que apresentam ganoína, revelou a presença de dois dos três genes que codificam as proteínas do esmalte. “Isso nos permite concluir que a ganoína é um tipo de esmalte”, explicou à AFP Per Ahlberg, da Universidade de Uppsala. Por outro lado, os pesquisadores estudaram dois peixes fósseis, o Psarolepis e o Andreolepis, com mais de 400 milhões de anos, e descobriram a presença de esmalte em suas escamas. Mas não em seus dentes. Resulto: originalmente, o esmalte estava presente na superfície do corpo, mas não nos dentes. “O esmalte, que para nós é sinônimo de tecido dentário, não é originado nos dentes”, garante Ahlberg. “Ele evoluiu sobre a superfície do corpo dos vertebrados, provavelmente de suas escamas, e colonizou os dentes bem mais tarde”. O estudo informa que outras análises de peixes primitivos serão necessárias para confirmar a época e o mecanismo que permitiu ao esmalte colonizar os dentes. (Fonte: UOL)

Metas para ingestão de potássio e sal estão fora de compasso, diz estudo

As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para consumo de sódio e potássio estão fora de compasso, indica um estudo realizado em quatro países. Como há muitos alimentos nos quais ambos os elementos estão presentes, atingir as recomendações tem sido difícil, porque a tendência geral das dietas modernas é consumir sal demais e potássio de menos. O nível recomendados de consumo diário de potássio é de um mínimo de 3.510 mg, equivalente a seis batatas ou nove xícaras de leite. Já o nível máximo de consumo de potássio é de 2000 mg, menos de uma colher de chá de sal. Após fazer uma sondagem em pacientes nos EUA, Reino Unido, México e França, pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que mais de 99% das pessoas falham em cumprir ao menos umas das duas recomendações. Os franceses, que tiveram o melhor índice, têm apenas 0,5% de sua população ingerindo níveis adequados de sódio e potássio. Os americanos, os piores, têm 0,1%. Um dos problemas é regular, por exemplo, o consumo de leite, que é uma boa fonte de potássio, mas também tem sódio. Elevar o consumo de batata também é um problema, porque muitas pessoas têm o hábito de comê-las com muito sal. Uma maneira de ajutsar o consumo de potássio, então, seria comendo frutos cítricos e raízes como beterraba. Em países mais pobres, porém, isso é difícil de implementar em políticas de saúde pública, porque esses alimentos adicionam um custo extra na dieta. No plano individual, porém, não é difícil construir uma dieta adequada. A nutricionista da Sociedade Brasileira de Hipertensão Márcia Simas explica no vídeo abaixo como obter os níveis adequados de sódio e potássio. Adam Drewnowski, médico que liderou o estudo, afirma que as diretrizes da OMS não são praticáveis hoje e precisam ser mais razoáveis. Mas ele afirma que o número de pessoas que cumprem as recomendações pode subir um pouco com uma política mais rigorosa de controle do sódio. A quantidade de sal em comida processada, por exemplo, precisa ser mais bem regulamentada, porque o custo de fazer isso é menor que o de elevar o conteúdo de potássio dos alimentos. As conclusões da pesquisa foram descritas em estudo na revista médica inglesa “BMJ Open”. (Fonte: G1)

Adivinhe qual será o ano mais quente da história

2015 está na pole position para levar o título de ano mais quente já registrado – e não mostra sinais de que irá diminuir o ritmo na reta final. Agosto foi o sexto mês do ano a estabelecer um recorde de calor, de acordo com novos dados do Centro Nacional de Informação Ambiental (NCEI) dos EUA, divulgados no dia 17. Como agosto é verão no hemisfério norte, cinco destes meses também apareceram entre os 10 meses mais quentes que o NCEI já registrou. De acordo com cálculos realizados usando temperaturas até julho, este ano tem uma chance de 97% de ser o ano quente já registrado, roubando o título de 2014. Esse percentual deverá ser revisto com o novo recorde de agosto. “Isto continua uma tendência que temos visto desde a última parte de 2014, uma tendência de temperatura muito quente em relação à história”, afirma Deke Arndt, o chefe da divisão de monitoramento do clima do NCEI. A razão para o recorde deste ano ser tão certo é porque têm sido registrados meses ultraquentes desde janeiro, e as temperaturas não têm mostrado sinais de abrandamento. Em um gráfico que mostra os seis anos mais quentes no registro que Arndt compara a uma corrida de cavalos, fica claro que 2015 é o garanhão favorito do aquecimento global. O planeta teria que presenciar uma onda gigantesca de frio em 2015 não ser o ano mais quente já registrado. “Nós teríamos que ver algum comportamento de resfriamento realmente incomum”, diz Arndt. Águas quentes são culpa do aquecimento global Este ano superou todos os outros anos do início ao fim por ter o calor recorde dos oceanos a seu favor. Agosto estabeleceu o recorde de temperaturas mais quentes já registradas no mar, embora as áreas de terra também estejam mais quentes. Os oceanos são muito lentos para responder às mudanças de temperatura. É em parte por isso que é tão improvável que 2015 perca o título de ano mais quente da história. Décadas de aquecimento induzido pelo homem levaram o planeta a este ponto. São 368 meses seguidos de calor acima do normal e já fazem mais de 100 anos desde que o planeta teve um ano com recorde de frio. Arndt afirma que o fenômeno El Niño está essencialmente ajudando o planeta a estabelecer o recorde. Como o El Niño deve persistir até pelo menos o início de 2016 e continuar sua influência sobre o aquecimento global, é possível que 2015 também tenha um curto reinado como o mais quente já registrado. [Live Science]

Cirurgia inédita combate sequelas do AVC

Estimulação cerebral elétrica Pesquisadores e médicos de Medicina da USP realizaram uma intervenção cirúrgica inédita em termos mundiais para amenizar as sequelas do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi). A cirurgia foi feita na região do cerebelo, responsável pela coordenação dos movimentos e da marcha. A técnica envolve a estimulação cerebral elétrica por intermédio de eletrodos implantados sobre a região afetada pelo derrame. "Uma paciente de 52 anos de idade, submetida ao procedimento em abril de 2014, apresenta melhora significativa na marcha, escrita e manipulação de objetos", explica o professor Manoel Jacobsen Teixeira. Neuroestimulador Na cirurgia, um cabo-eletrodo, constituído de fios condutores com eletrodos em suas pontas, foi implantado no cérebro da paciente. Uma extensão, conectada ao cabo-eletrodo, passou sob a pele desde a cabeça, pescoço até a parte superior do peito, onde foi implantado o neuroestimulador, que produz os pulsos elétricos necessários à estimulação. Esses pulsos elétricos, de baixa intensidade, são transportados para a região alvo do cerebelo, com ajustes feitos pelo médico por intermédio de um programador externo. A estimulação dessa região por pulsos elétricos bloqueia os sinais que causam os sintomas motores incapacitantes da doença e o paciente consegue ter maior controle sobre seus movimentos corporais e coordenação, com melhora na qualidade de vida. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico O AVCi, conhecido popularmente como derrame, é uma das principais causas de morte e de incapacidade no mundo e no Brasil. A técnica cirúrgica adotada pelos neurocirurgiões do Hospital das Clínicas deverá revolucionar o tratamento, que ainda está longe de ser satisfatório, incluindo medicamentos e reabilitação física. Conhecida como estimulação cerebral profunda, a cirurgia é semelhante ao procedimento realizado na doença de Parkinson, porém a estimulação é feita em local diferente, no núcleo subtalâmico, estrutura do cérebro envolvida no programa motor e na velocidade dos movimentos - no AVC é estimulado o núcleo denteado, estrutura envolvida na coordenação dos movimentos. Informações da USP

Cidades brasileiras com melhores índices de saneamento são premiadas

As cidades brasileiras com melhores indicadores na coleta, no tratamento de esgoto e na redução de perdas no abastecimento foram premiadas na quarta-feira (30), durante seminário promovido pelo Instituto Trata Brasil. Os resultados dos municípios basearam-se no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Foram selecionadas 16 cidades consideradas exemplos de sucesso para o restante do país no saneamento. Nelas, o tratamento do esgoto atinge a média de 76,1%, enquanto a média nacional é 39%. No topo do ranking está a cidade de Maringá (PR), com 94% do esgoto tratado. A coleta de esgoto nas 16 localidades chega a 95,11%, muito superior à média nacional, que é 48,6%. Cidades do interior paulista, como Franca e Limeira, e a capital mineira Belo Horizonte têm 100% do esgoto coletado. O secretário nacional de Saneamento Ambiental, Paulo Ferreira, destaca a disparidade entre esses municípios exemplares e aqueles mais isolados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Ele diz que ficou chocado ao perceber que ainda existem cidades brasileiras onde não há um banheiro sequer. “São situações dramáticas que ocorrem no saneamento, que pensávamos que só existiam na África”, acrescentou. Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édsion Carlos, não é correto justificar a falta de banheiros entre essa população simplesmente por estar afastada dos grandes centros, em regiões do semiárido. “Nós temos que encontrar uma forma de atender a essas pessoas, porque sabemos que isso acarreta muitos problemas de saúde e ao meio ambiente”. Perdas na distribuição – As perdas nas redes de distribuição de água, em razão de fraudes no sistema, erros de leitura dos hidrômetros e vazamentos, são, em média, 37% no país. O percentual é ainda mais elevado nos estados do Amapá (76%) e Amazonas (72%). Umas das cidades consideradas modelo na redução de perdas é Campinas, no interior paulista, onde o percentual é 15%. Lina Adani, gerente de Controle de Perdas e Sistemas da Sanasa, empresa municipal responsável pela distribuição de água, explica que a boa gestão levou à eficiência. De acordo com ela, os investimentos começaram há 21 anos, após um financiamento feito pela Sanasa com o Bando Mundial, em que uma das exigências era justamente reduzir as perdas. “Entre as ações que mais causaram impacto está o trabalho em hidrômetros, que é a caixa registradora”. Os hidrômetros com submedição ou com vida útil ultrapassada geravam prejuízo para a Sanasa. A cidade passou a instalar hidrômetros em uma caixa lacrada e diminuiu as perdas físicas de água, reduzindo também a pressão na rede, principalmente durante a noite. Lina lembra que havia 1,4 mil quilômetros de rede que se rompiam constantemente por estar com tubulações velhas. Com a diminuição da pressão, inclusive durante o dia, a tubulação passou a romper menos. “Com a queda nas perdas, pudemos investir na troca dessa rede”. (Fonte: Agência Brasil)

Crise econômica paralisa ciência brasileira, diz revista ‘Nature’

A “Nature”, uma das revistas científicas mais renomadas do mundo, publicou artigo em sua edição desta semana abordando os efeitos da crise econômica brasileira na produção científica do país. O artigo, intitulado “Brazilian Science paralysed by economic slump” (a ciência brasileira paralisada pela crise econômica), traz entrevistas com pesquisadores e coordenadores de laboratórios e instituições em várias cidades do Brasil, que relatam dificuldades para lançar novos projetos, cortes de verbas nos projetos existentes e até problemas para pagar despesas básicas como contas de luz e limpeza. O texto cita como pano de fundo a desaceleração do crescimento em 2013 e a estagnação em 2014. “No último ano, cortes federais e estaduais nas verbas científicas paralisaram as pesquisas”, afirma. Segundo a revista, o orçamento para 2016 apresentado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso em setembro piora a situação, pois propõe 24% menos verba para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em relação a 2015 e congela as bolsas do programa de intercâmbio internacional Ciência sem Fronteiras. “As instituições batalham para manter o funcionamento de seus laboratórios, comprar equipamentos e pagar despesas de viagem para pesquisas de campo e congressos”, afirma o artigo, citando também que a depreciação do real subiu o preço dos importados, como reagentes e equipamentos. Outras fontes de financiamento – A “Nature” escreve ainda, com base em relatos de pesquisadores, a menor participação em congressos, como o encontro da Sociedade Brasileira de Genética em Águas de Lindoia, que teve menos da metade dos frequentadores que o normal. O artigo reproduz declarações do MCTI de que o ministro Aldo Rebelo tenta buscar novas fontes de financiamento. Como exemplo, cita um pedido de financiamento de US$ 2 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em um esforço para reavivar os gastos com ciência brasileira. Mas mostra também a preocupação dos pesquisadores entrevistados de que “o pior ainda esteja por vir”. “Temos que fazer tudo o que pudermos para salvar a ciência brasileira”, disse um deles à revista. (Fonte: G1)

multa para quem jogar lixo na rua pode ser adotada em todo o país

Para os parlamentares, o projeto contribuirá para educar a população com relação ao correto descarte dos resíduos sólidos. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Para os parlamentares, o projeto contribuirá para educar a população com relação ao correto descarte dos resíduos sólidos. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado A cobrança de multa de quem jogar lixo em via pública, já adotada em algumas cidades, como no Rio de Janeiro, pode passar a valer em todos os municípios e no Distrito Federal. A prática está prevista no Projeto de Lei do Senado (PLS) 523/2013, que integrou pauta da reunião de terça-feira, 29 de setembro, da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Segundo informações da Agência Senado, o projeto modifica a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) para explicitar a proibição de descarte irregular de lixo em via pública e para determinar que os municípios e o Distrito Federal devem fixar multas para quem descumprir a regra, além de regulamentar a forma correta de descarte de resíduos sólidos. O relator na CMA, senador Jorge Viana (PT-AC), apresentou voto favorável à proposta, apresentada pelo ex-senador Pedro Taques. Para Jorge Viana, “sanções pecuniárias ainda são ações pedagógicas e preventivas necessárias para se evitar condutas indesejadas”. Ele considera que o projeto contribuirá para educar a população com relação ao correto descarte dos resíduos sólidos. A matéria será votada em decisão terminativa na CMA. * Publicado originalmente no site EcoD.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Mulheres, na verdade, não precisam menstruar

Para muitas mulheres, a eliminação do sangue menstrual é um efeito colateral bem-vindo de vários contraceptivos hormonais disponíveis no mercado. No entanto, há um monte de confusão e desinformação sobre a parada da menstruação – se isso pode ter consequências negativas para a saúde da mulher, ou não. De acordo com especialistas em saúde, não há nada de errado em não menstruar. O design da pílula A pílula combinada, o típico contraceptivo oral, contém estrogênio e progesterona, hormônios que trabalham principalmente para parar a ovulação, posteriormente impedindo que o revestimento do útero engrosse da maneira que faria se o corpo estivesse sendo preparando para um potencial bebê. No entanto, um ciclo típico de pílula também inclui alguns dias sem comprimidos. A queda nos níveis de hormônio faz com que o útero se forre, alertando a mulher com o que é conhecido como uma “hemorragia de privação” – embora normalmente ainda seja referida como menstruação. Assim, não é de se admirar que muitas mulheres prefiram ignorar a pausa, evitando, assim, esta “falsa menstruação”. O especialista em ciência reprodutiva James Segars, da Universidade Johns Hopkins, disse que a única razão pela qual mulheres sangram enquanto tomam a pílula é por design, não por necessidade. Segundo ele, os fabricantes de pílula perguntaram às mulheres o que elas queriam quando as estavam desenvolvendo, e as mulheres disseram que queriam ter um período para confirmar que não estavam grávidas. Pode parar a menstruação Ou seja: se você quiser não menstruar mais, tudo bem. Não há nenhuma razão médica para se preocupar com o sangramento mensal, exceto, claro, a paz de espírito. De acordo com Segars, para a maioria das mulheres, ter um período mensal é reconfortante, mas certamente não é necessário. Pelos padrões evolutivos, as fêmeas humanas sofrem demais, porque a maioria dos outros mamíferos não menstrua, e quando o fazem, é algo muito menos frequente. A razão pela qual o útero de uma mulher derrama todo o seu forro mês após mês é impedir que um embrião se grude em sua parede. Longe de oferecer um abraço carinhoso, o endométrio é um solo letal, onde apenas os embriões mais fortes sobrevivem. Mas esses interesses concorrentes (entre o útero e embrião) significam que o corpo precisa de uma maneira de se livrar de quaisquer embriões que morram ou fiquem presos. A solução, para primatas superiores, foi liberar todo o endométrio superficial depois de cada ovulação que não resultou em uma gravidez saudável. Mas, como outras adaptações evolutivas, essa solução não é perfeita. Para algumas mulheres, a menstruação vêm com cólicas excruciantes e enxaquecas, endometriose e outras dificuldades. Por todas estas razões, bem como pela simples conveniência, parar a menstruação é ótimo. “Não há nenhuma razão médica para uma mulher ter que menstruar todos os meses” Esta é uma afirmação da especialista em saúde da mulher, Alyssa Dweck, mas poderia muito bem ser música para os ouvidos. Então, se você optar por soluções hormonais para parar a menstruação, de uma perspectiva científica, provavelmente vai ficar bem. [sciencealert]

Do papel ao lixo eletrônico, tudo se recicla

Quem passa em frente à Rua Nova Pátria, em Cotia (SP), não imagina o que acontece no galpão que fica ao lado de uma quadra de esportes. Parte do que é descartado pela população da cidade ganha o destino certo: a reciclagem. No local funciona a Coopernova Cotia Recicla, cooperativa fundada em 2008 que reúne 32 participantes (22 mulheres e dez homens). No galpão, com o apoio de apenas duas prensas e uma empilhadeira, eles reciclam, por mês, cerca de 40 toneladas de papelão; 30 toneladas de papel misto; 10 toneladas de vidro; três toneladas de embalagens cartonadas (caixas de leite, sucos e molhos), 1.500 quilos de latas de alumínio, e centenas de componentes de lixo eletrônico (monitores, computadores, impressoras e mouses). Referência EducaRES – A Coopernova foi uma das cooperativas contempladas pelo projeto “Lixo Eletrônico e Responsabilidade Socioambiental”, apoiado pelo Fundo Socioambiental Caixa e realizado pelo Instituto GEA – Ética e Meio Ambiente, reconhecido como prática de referência EducaRES, ferramenta digital do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Desde a sua criação, em 2013, a EducaRES vem divulgando ações que ajudem a enfrentar os desafios da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei 12.305/10) proporcionando aos gestores, catadores de material reciclável e cidadãos em geral, a oportunidade de buscar boas iniciativas de todas as regiões do País. Atualmente existem 200 iniciativas cadastradas na plataforma. Objetivos - O projeto, que foi iniciado em julho de 2013 e terminou em julho deste ano, teve como objetivo principal gerar renda para cooperativas de catadores, a partir da capacitação técnica dos cooperados e estruturação física das cooperativas para processamento adequado de resíduos eletrônicos (computadores, impressoras e mouses). Além disso, a iniciativa teve como meta colocar à disposição da população uma forma ambientalmente segura e socialmente justa de destinar seus equipamentos eletrônicos sem uso; facilitar a inserção das cooperativas na logística reversa dos resíduos eletroeletrônicos (REE), uma diretriz da PNRS e do Decreto 7.404/10; e reduzir o risco de contaminação do meio ambiente por resíduos tóxicos. Inspiração - De acordo com estudo desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ONU), o Brasil apresenta-se como maior produtor per capita de lixo eletrônico entre países emergentes e em desenvolvimento, resultando em 96,8 mil toneladas de lixo eletrônico ao ano – sendo o setor bancário um grande consumidor de equipamentos eletroeletrônicos. Tendo em vista a abrangência nacional da Caixa, a sua ampla rede de atendimento e os avanços tecnológicos, a instituição identificou que o estoque de equipamentos eletroeletrônicos sem uso era elevado, o que demandava uma solução ambientalmente correta. Paralelamente, também constatou que as cooperativas não estavam preparadas para executar essa atividade. Somando a isso, havia a necessidade de atender ao marco regulatório de resíduos sólidos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece a responsabilidade compartilhada na destinação final dos REE (fabricantes, distribuidores e consumidores), além do estímulo à participação de catadores no processo de gestão resíduos sólidos. A partir de todas essas questões, a Caixa resolveu desenvolver o projeto em parceria com o GEA. Capacitações – O projeto apresentou resultados em todos os aspectos da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Foram estruturadas e capacitadas sete cooperativas (localizadas em São Paulo, Salvador, Recife e no Distrito Federal) para coletar, processar e comercializar resíduos eletrônicos, utilizando parte de resíduos da Caixa. Foram capacitados 79 catadores pelo Instituto GEA, apoiado pelo Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (Lassu). As capacitações abordaram os seguintes temas: riscos de contaminação durante a manipulação de resíduos eletrônicos, gestão administrativa do negócio e internalização de informações sobre toda a documentação necessária para comercializar esse material com empresas certificadas. Segundo a presidente da Coopernova, Marli Monteiro, a partir das capacitações os cooperados passaram a trabalhar com mais segurança e mais higiene. “O descarte e o manuseio corretos das embalagens proporcionam mais saúde e mais renda ao trabalhador”, afirmou. “Ao higienizar as embalagens antes de descartá-las, a população mostra uma preocupação com quem vai trabalhar com elas”. Lixo eletrônico - Após as capacitações técnicas, as cooperativas foram equipadas com ferramentas, mobiliário e equipamentos de segurança, para que pudessem atuar com os resíduos eletrônicos de forma profissionalizada e segura. Foi só a partir desse momento que a Caixa passou a destinar os seus resíduos eletrônicos a essas cooperativas, que fizeram sua desmontagem e venderam os componentes para empresas especializadas, que fornecem documento comprovando a destinação final adequada. Segundo Marli Monteiro, durante a vigência do projeto a cooperativa passou a receber cerca de 300 monitores e 300 CPUs por mês da instituição. Todos os cooperados que integram as cooperativas tiveram um aumento da renda proveniente da reciclagem do lixo eletrônico. Marli conta que os cooperados da Coopernova recebem, em média, renda de R$ 1.500,00 e que boa parte do valor vem desse tipo de material, normalmente muito procurado pelo mercado. “Não é só uma questão de valor”, enfatizou. “O lixo eletrônico é um dos que mais traz danos ao meio ambiente.” Foram também colocadas à disposição do público 26 caixas coletoras nas regiões contempladas para resíduos eletrônicos provenientes da população, em condomínios residenciais e comerciais, mercados, aeroportos, empresas públicas e privadas. Resultados - No total, 17.965 equipamentos eletrônicos foram destinados pela Caixa às cooperativas e 300 doados pela população. A comercialização desses equipamentos, após tratamento adequado, gerou um total de R$ 220 mil para as cooperativas. O descarte adequado desses equipamentos permitiu que pelo menos duas toneladas de chumbo fossem recicladas, evitando a contaminação do meio ambiente. Segundo a presidente do Instituto GEA, Ana Maria Luz, o projeto só teve resultados positivos e serviu como exemplo a outras empresas, pois demonstrou, na prática, que é viável considerar as cooperativas de catadores como destinatários dos seus resíduos eletrônicos. Essa ação socioambiental tem um grande alcance e beneficia não só os catadores, mas a população em geral. “Adotando esse mesmo procedimento, as empresas podem ainda antecipar-se à entrada em vigor da política nacional de resíduos sólidos, implementando a logística reversa de eletrônicos com viés social”, destacou. Considerando os resultados exitosos do projeto, a Caixa iniciará uma segunda fase, que consistirá na expansão para Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Goiânia, além de Brasília, Recife, Salvador e São Paulo. Serão tratados, além de eletroeletrônicos, mobiliários, equipamentos de uso, de segurança e de tecnologia da informação (TI). Outras 22 cooperativas participarão, sendo capacitados e instrumentalizados 420 cooperados. As cooperativas e cooperados da primeira fase também receberão capacitação. O outro diferencial dessa próxima fase consistirá na estruturação de uma rede apoio para que a comercialização seja realizada de forma integrada com outras cooperativas locais. Saiba mais – Mais de 200 experiências sobre educação ambiental e comunicação social com resíduos sólidos estão disponíveis na plataforma virtual EducaRES. Essa ferramenta digital tem o objetivo de divulgar ações que ajudem a enfrentar os desafios da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) proporcionando aos gestores, catadores de material reciclável e cidadãos em geral, a oportunidade de buscar boas iniciativas de todas as regiões do país. Em 2014, o Ministério do Meio Ambiente lançou edital público que selecionou 84 ações de referência. Foram escolhidas até 30 experiências de cada segmento (sociedade civil, poder público e setor privado). As propostas selecionadas foram reconhecidas como “Práticas de Referência EducaRES” e aparecerem de forma diferenciada na plataforma. As experiências também serão recomendadas pelo Ministério do Meio Ambiente como referência para compor materiais pedagógicos e técnicos de publicações e processos formativos, presenciais ou a distância, produzidos pelos governos no âmbito federal, distrital, estadual e municipal. (Fonte: MMA)