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sábado, 10 de outubro de 2015

Esmalte dos dentes é herança dos peixes, diz estudo

O esmalte de nossos dentes, responsável pelo sorriso brilhante das estrelas, provém das escamas dos peixes – é o que diz um estudo publicado nesta quarta-feira (23) pela revista britânica Nature. O esmalte é um tecido dentário presente exclusivamente nos vertebrados. Mas a ganoína, tecido que lembra o esmalte, está presente nas escamas de inúmeros peixes fósseis e alguns peixes primitivos que vivem até hoje. Mas quem veio primeiro: a ganoína ou o esmalte? Para responder a esta questão, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, e do Instituto de Paleontologia dos Vertebrados e de Paleontologia (IVPP) de Pequim, avaliaram os dados provenientes de dois campos de pesquisa bastante diferentes: a paleontologia e a genômica. O estudo genético do Lépisostés (Lepisosteus), um dos raros peixes ainda vivos que apresentam ganoína, revelou a presença de dois dos três genes que codificam as proteínas do esmalte. “Isso nos permite concluir que a ganoína é um tipo de esmalte”, explicou à AFP Per Ahlberg, da Universidade de Uppsala. Por outro lado, os pesquisadores estudaram dois peixes fósseis, o Psarolepis e o Andreolepis, com mais de 400 milhões de anos, e descobriram a presença de esmalte em suas escamas. Mas não em seus dentes. Resulto: originalmente, o esmalte estava presente na superfície do corpo, mas não nos dentes. “O esmalte, que para nós é sinônimo de tecido dentário, não é originado nos dentes”, garante Ahlberg. “Ele evoluiu sobre a superfície do corpo dos vertebrados, provavelmente de suas escamas, e colonizou os dentes bem mais tarde”. O estudo informa que outras análises de peixes primitivos serão necessárias para confirmar a época e o mecanismo que permitiu ao esmalte colonizar os dentes. (Fonte: UOL)

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