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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Crise da água é principal risco para 2015, revela pesquisa

Qual é o item que pode gerar maior impacto no mundo em 2015? A crise da água aparece em primeiro lugar em pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial com cerca de 900 especialistas. Foi a primeira vez, desde 2007, que a economia não apareceu como principal risco para o planeta. Anualmente, os principais líderes do mundo se reúnem na cidade suíça de Davos para debater os grandes temas mundiais. Antes do encontro – que será realizado na próxima semana –, os organizadores realizam pesquisa com os temas que mais preocupam a elite econômica, política e social do planeta. Nos últimos anos, a economia apareceu isolada como principal preocupação em termos de impacto: colapso do preço dos ativos entre 2007 e 2010, crise fiscal em 2011, problema sistêmico nas finanças globais em 2012 e 2013 e crise fiscal em 2014. Neste ano, porém, a pesquisa mostra que a crise da água é o tema com maior probabilidade impactar o planeta. A saída dos temas econômicos da lista de preocupações acontece em período em que os Estados Unidos deixam o pior da crise e se preparam para retomar o crescimento mais vigoroso e a normalidade da economia. A crise, contudo, ainda é viva na zona do euro e dá cada vez mais sinais em países emergentes. Outros temas Depois da água, os entrevistados citaram como outros temas preocupantes a rápida disseminação de doenças infecciosas e as armas de destruição em massa. A pesquisa também questiona sobre o problema mais provável para os próximos dez anos. Para os entrevistados, os problemas que têm maior probabilidade de acontecer são: conflito internacional com impacto regional, eventos climáticos extremos, problema de governança nacional, crise ou colapso de Estados e, em quinto na lista, o único item econômico: elevado desemprego estrutural. “O risco geopolítico aparece em destaque em 2015 após período de ausência do panorama de riscos principais durante a última meia década. Com a geopolítica influenciando cada vez mais a economia global, estes riscos são três dos cinco mais prováveis e dois dos que apresentam maior impacto potencial para 2015”, diz a pesquisa divulgada pela organização do Fórum Econômico Mundial. * Publicado originalmente no site EcoD.

Em 2050 mundo precisará de 60% mais alimentos e 40% mais água

Para responder a demanda dos 9 bilhões de habitantes do planeta em 2050, a eficiência do uso dos recursos naturais – principalmente a água, energia e terra – deverá ser aumentada. Os sistemas de alimentação devem ser mais inteligentes e mais eficientes para alimentar o futuro, afirmou o diretor-geral da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, durante sua participação no Fórum Global para a Alimentação e a Agricultura, parte da “Semana Verde” em Berlim (Alemanha), na última sexta-feira (16). Uma mudança de paradigma é necessária para substituir o modelo agrícola dos últimos 40 anos, em um mundo que enfrenta alterações provocadas pelas mudanças climáticas e uma disputa acirrada pelos recursos naturais, disse Graziano. Se o atual ritmo de consumo continuar, em 2050 será necessário 60% a mais de comida, 50% a mais de energia e 40% a mais de água. Para responder a demanda dos 9 bilhões de habitantes do planeta em 2050, são necessários esforços concertados e investimentos que promovam essa transição global para sistemas de agricultura e gestão de terra sustentáveis. Estas medidas implicam no aumento de eficiência do uso dos recursos naturais – principalmente a água, energia e terra – mas também na redução considerável de desperdício de alimentos. Ao abordar o uso de terras para a produção de biocombustíveis, o chefe da FAO ressaltou que é preciso deixar para trás o debate de “comida versus combustível” para alimentar o debate “comida e combustível”. Para ele, graças a experiência angariada nos últimos anos com a tecnologia de produção, os países possuem hoje mais conhecimento para avaliar as oportunidades e riscos do desenvolvimento dessa forma de combustível e, portanto, podem decidir melhor se o seu uso compensa no âmbito social, econômico e em questões ambientais. * Publicado originalmente no site ONU Brasil.

Crise hídrica: Alarme!

Diante da crise da água em São Paulo, o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis faz um apelo às autoridades e aos cidadãos para que assumam as devidas responsabilidades. Confira: A cidade de São Paulo está diante de uma catástrofe social, econômica e ambiental sem precedentes. O nível do sistema Cantareira está em cerca de 6% e segue baixando por volta de 0,1% ao dia. O que significa que, em aproximadamente 60 dias, o sistema pode secar COMPLETAMENTE! O presidente da Sabesp declarou que o sistema pode ZERAR em março ou, na melhor das hipóteses, em junho deste ano. E NÃO HÁ UM PLANO B em curto prazo. Isto significa que seis milhões de pessoas ficarão praticamente SEM UMA GOTA DE ÁGUA ou com enorme escassez. Não é que haverá apenas racionamento ou restrição. Poderá haver ZERO de água, NEM UMA GOTA. Você já se deu conta do que isto significa em termos sociais, econômicos (milhares de estabelecimentos inviabilizados e enorme desemprego) e ambientais? Você já se deu conta de que no primeiro momento a catástrofe atingirá os mais vulneráveis (pobres, crianças e idosos) e depois todos nós? O que nos espanta é a passividade da sociedade e das autoridades diante da iminência desta monumental catástrofe. Todas as medidas tomadas pelas autoridades e o comportamento da sociedade são absolutamente insuficientes para enfrentar este verdadeiro cataclismo. Parece que estamos todos anestesiados e impotentes para agir, para reagir, para pressionar, para alertar, para se mobilizar em torno de propostas e, principalmente, em ações e planos de emergência de curto prazo e políticas e comportamentos que levem a uma drástica transformação da nossa relação com o meio ambiente e os recursos hídricos. Há uma unanimidade de que esta é uma crise de LONGUÍSSIMA DURAÇÃO por termos deixado, permitido, que se chegasse a esta dramática situação. Agora, o que mais parece é que estamos acomodados e tranquilos num Titanic sem nos dar conta do iceberg que está se aproximando. Nosso intuito, nosso apelo, nosso objetivo com este alarme é conclamar as autoridades, os formadores de opinião, as lideranças e os cidadãos a se conscientizarem urgentemente da gravíssima situação que vive a cidade, da dimensão da catástrofe que se aproxima a passos largos. Precisamos parar de nos enganar. É fundamental que haja uma grande mobilização de todos para que se tomem ações e medidas à altura da dramática situação que vivemos. Deixar de lado rivalidades e interesses políticos, eleitorais, desavenças ideológicas. Não faltam conhecimentos, não faltam ideias, não faltam propostas (o Conselho da Cidade de São Paulo aprovou um grande conjunto delas). Mas faltam mobilização e liderança para enfrentar este imenso desafio. Todos precisamos assumir nossa responsabilidade à altura do nosso poder, de nossa competência e de nossa consciência. O tempo está se esgotando a cada dia. * Oded Grajew é empresário, coordenador da secretaria executiva da Rede Nossa São Paulo, presidente emérito do Instituto Ethos e idealizador do Fórum Social Mundial. ** Publicado originalmente no site Rede Nossa São Paulo.

O calor e a seca que continuará: que fazer?

Acendem-se muitos sinais de alerta diante de notícias como a de que 2014 foi o ano mais quente desde quando se registram temperaturas no planeta (1880), diz a National Oceanic and Atmospheric Administration, a agência meteorológica dos Estados Unidos. Os dez anos mais quentes aconteceram após 2000, com uma única exceção: 2015 tende a ser ainda mais quente, pois neste ano teremos o fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico e influi na atmosfera continental – o que não se verificou em 2014. O aumento das emissões de poluentes para a atmosfera foi muito forte e ao lado da formação de “ilhas de calor” em áreas urbanas muito adensadas já é causa bem estudada de eventos problemáticos, dizem os cientistas do Instituto Climatempo. Assim como o aumento do desmatamento no País, principalmente na Amazônia, e a ocupação de novas áreas pela pecuária e pela agricultura. E tudo isso nos coloca entre os países que mais contribuem para mudanças no clima. Outro estudo, de 18 cientistas respeitados (ScienceXpress, 15/1), adverte que mudanças no clima e perdas na biodiversidade podem “levar o planeta Terra a um novo estágio, se a ultrapassagem de limites continuar ocorrendo”, afetando mesmo a camada de ozônio e intensificando a acidificação dos oceanos. Na verdade, dizem eles, deveríamos até, ao calcular a evolução do produto econômico no mundo, incorporar o que acontece em terra, na água, no ar. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) dá-lhes razão, ao lembrar que, como a população terrestre vai chegar a 9 bilhões até 2050, nas próximas décadas precisaremos aumentar a produção de alimentos em 60% (para atender inclusive aos 40% da população que vive abaixo do nível de pobreza fixado pela ONU), aumentar a produção de energia em 50% e a utilização de recursos hídricos em 40%. E tudo sem aumentar a degradação – o que exigirá modos de viver adequados às possibilidades do planeta. Deveríamos também, todos, ler o relatório O Futuro Climático da Amazônia, do professor Antônio Donato Nobre, pesquisador no Inpe, MCT e Inpa, produzido para a Articulação Regional Amazônica. Ele chama a atenção para os efeitos devastadores do desmatamento na Amazônia e sua influência muito forte em todo o País, inclusive para quem vive nas áreas urbanas. E destaca alguns ângulos da questão: 1) A capacidade da Floresta Amazônica de contribuir decisivamente para manter a umidade do ar naquele bioma e em outras partes distantes; as árvores extraem água pelas raízes, levam-na para as folhas, que jogam o líquido, evaporado, para a atmosfera; isso leva a que uma árvore de grande porte contribua a cada dia com o equivalente a mil litros de água – o que se traduz em quase 20 bilhões de toneladas de ar diárias evaporadas pela floresta, mais que o aporte diário de água para o Rio Amazonas; e que equivale, em energia solar, a mais do que toda a energia gerada por uma usina como Itaipu. 2) Esse processo leva a um rebaixamento da pressão atmosférica sobre a floresta, que suga o ar úmido que está sobre o oceano para dentro do continente, mantendo as chuvas “em quaisquer circunstâncias”. 3) No processo a Amazônia também exporta “rios aéreos de vapor”, que transformam a água transportada em “chuvas fartas que irrigam regiões distantes no verão hemisférico”; o processo florestal também distribui e dissipa a energia transportada nos ventos que chegam e impede a formação de “eventos climáticos extremos”, como furacões e similares. Mas todo esse processo está em risco. Até 2013 o desmatamento na Amazônia chegou a quase 763 mil km2. Se forem somadas as áreas onde ocorreu a “degradação florestal”, serão mais 1,2 milhão de km2 – chegando o total final a quase 2 milhões de km2. A tudo isso ainda se podem somar as perdas no Cerrado (mais de 50% da área já desmatada), na Mata Atlântica e em outros biomas. A impermeabilização do solo do Cerrado com o desmatamento impede que a água se infiltre – e se reduz a capacidade de geração de fluxos para as três grandes bacias brasileiras. Cinco passos essenciais são apontados por Antônio Nobre e outros cientistas: 1) Ter uma estratégia de “guerra à ignorância” quanto às questões das chuvas e da Amazônia; 2) conseguir, com políticas competentes e obrigatórias, chegar ao desmatamento zero na Amazônia; 3) abolição do uso do fogo; 4) estratégias de recomposição de espaços das florestas; 5) conscientizar as “elites” de seu papel decisivo no processo. Se o Brasil tivesse cumprido o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, aprovado em 2009, dizem os estudos, estaríamos chegando já em 2015 ao desejado desmatamento zero. Mas, como diz o dirigente do Instituto SocioAmbiental, Beto Ricardo, todos os projetos multilaterais para a Amazônia são “ridículos”. Então, será decisivo impedir que o desmatamento propicie a expansão de pastagens (com o aumento das emissões de metano), é preciso mudar os caminhos da pecuária. Repensar nossos formatos de mobilidade urbana, para reduzir as emissões de poluentes por veículos. Tratar com competência a área de energia e não utilizar fontes térmicas, altamente poluentes, como o carvão. Sempre lembrando o que é conclusão quase unânime na Convenção do Clima: teremos de reduzir em 80% o uso dos chamados “combustíveis fósseis”. Nas cidades, onde as “ilhas de calor” causadas pelo adensamento atraem chuvas problemáticas, vale a pena enfatizar o recente “apelo à população” feito pelo diretor executivo da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew: “A cidade de São Paulo está diante de uma catástrofe social, econômica e ambiental sem precedentes (…). A Cantareira pode secar em 60 dias (…). Estamos acomodados e tranquilos num Titanic, sem nos dar conta do iceberg que está se aproximando”. É tempo de juízo. * Washington Novaes é jornalista. ** Publicado originalmente no site O Estado de S. Paulo.

Jogar lixo na rua dá multa em Salvador

Quem for flagrado jogando lixo na rua em Salvador a partir desta quarta-feira, 28 de janeiro, pode ser obrigado a pagar uma multa de até R$ 1.008,45. A medida está de acordo com a Lei Municipal 8.512/13, conhecida como Lei do Lixo. As sanções para pessoas físicas variam de 67,23 a R$ 1.008,45. Já para pessoa jurídica, o valor da multa varia de R$ 268,92 a R$ 2.016,90. A punição também inclui quem descartar entulho indevidamente ou urinar na rua. Na manhã de quarta-feira, agentes da Limpurb (Empresa de Limpeza Urbana de Salvador) realizaram fiscalização nas regiões das avenidas Sete de Setembro e Joana Angélica, no centro da cidade. Ao todo, 40 fiscais vão atuar em parceria com a Guarda Municipal de Salvador na aplicação das multas, com base nos números do CPF ou CNPJ do infrator. Conforme a prefeitura da capital baiana, Salvador gasta por dia, aproximadamente, R$ 1 milhão com limpeza urbana. Segundo a Limpurb, foram emitidas 612 notificações após os 60 dias do decreto de lei, publicada no Diário Oficial do Município no dia 28 de novembro do ano passado. Aplicação de multas – Conforme a prefeitura da capital baiana, Salvador gasta por dia, aproximadamente, R$ 1 milhão com limpeza urbana. A proposta, de acordo com o prefeito ACM Neto, em coletiva no mesmo dia da assinatura do decreto, é educar e orientar as pessoas. Com a aplicação das multas, o objetivo é dividir os custos com a população, afirmou o gestor municipal. De acordo com a prefeitura, quem se recusar a fornecer os números será encaminhado à delegacia mais próxima para registro de ocorrência. O não pagamento da multa resultará na inscrição do responsável no Serasa, SPC e no Cadastro Informativo Municipal (Cadin). O pagamento das multas (que é passível de recurso) poderá ser feito em qualquer agência bancária. Uma campanha publicitária “Aquele lixinho pode virar um problemão” também está sendo realizada pela prefeitura na mídia tradicional e redes sociais, para alertar a todos sobre as consequências de jogar o lixo na rua, a exemplo dos casos de alagamentos e de proliferação de doenças. (Fonte: Eco Desenvolvimento)

Como escovar os dentes

Os conselhos das associações dentárias e empresas de pasta de dentes sobre como devemos escovar os dentes são “inaceitavelmente inconsistentes”. É o que diz uma nova pesquisa da UCL (University College London, do Reino Unido). Se você tirar um tempo para analisar comerciais de marcas diferentes, cartilhas de dentistas e conselhos do seu próprio médico, não vai precisar de muito tempo para perceber uma série de desacordos. O estudo, publicado no British Dental Journal (Jornal dental britânico, em tradução livre), pesquisou e analisou os conselhos para escovação dental dados por associações dentárias, marcas de cremes dentais e escovas de dente e livros didáticos dentários de dez países. Com isso, eles descobriram uma vasta gama de recomendações sobre o método de escovação “correto” que uma pessoa deve usar, quantas vezes escovar os dentes por dias e por quanto tempo esse ato deve durar. Os pesquisadores não encontraram um consenso claro entre essas diversas fontes, o que foi considerado “preocupante”. E agora, quem poderá nos ensinar a escovar os dentes? Como muito bem disse o professor de Saúde Pública Dental da UCL, Aubrey Sheiham, a população geral precisa ter uma boa informação sobre o melhor método para escovar os dentes, principalmente porque “se as pessoas ouvem uma coisa a partir de uma associação dental, outra coisa de uma empresa de escovas de dente e uma terceira coisa de seu dentista, não admira que fiquem confusos sobre como fazer isso”. “Associações odontológicas precisam ser consistentes sobre o método que recomendam, tendo como base o quão eficaz esse método de fato é”, defende. Para o professor, o que é ainda mais preocupante é que não há nenhuma evidência científica para sugerir que técnicas complicadas sejam melhores do que uma esfoliação suave simples. Como escovar os dentes A técnica mais recomendada geralmente envolve um movimento suave com a escova para trás e para frente em pequenos movimentos, que tem como objetivo soltar quaisquer partículas de alimentos, placa bacteriana e bactérias. No entanto, não há estudos em escala suficiente para comprovar que este método seja mais eficaz do que um bochecho básico. Para evitar uma escovação muito forte, segure a escova com os dedos indicador e polegar, ao invés de fechar os cinco dedos envolta do cabo. De acordo com o professor, “este método simples é perfeitamente eficaz em manter a gengiva saudável”. Devemos escovar os dentes depois de comer doces? O professor explica que há poucas evidências e argumentos sobre o hábito de escovar os dentes depois de comer doces ou bebidas açucaradas para prevenir a cárie dentária. As bactérias de alimentos precisam de cerca de dois minutos para começar a produzir ácido, “por isso, se você escova os dentes alguns minutos após a ingestão de alimentos açucarados, o ácido vai ter danificado o esmalte”, esclarece. “A ampla gama de recomendações que encontramos se dá provavelmente devido à falta de fortes evidências sugerindo que um método seja melhor do que outro”, diz o Dr. John Wainwright, que realizou o estudo da UCL e é agora dentista. “Eu aconselho meus pacientes a centrar a sua escovação em áreas onde a placa é mais provável de se concentrar: as superfícies de mastigação e onde os dentes e as gengivas se encontram”. “O que eu sinto que precisamos é de uma melhor investigação sobre o que é mais fácil de aprender, mais eficaz e mais seguro para escovar os dentes. A situação atual, em que não apenas os dentistas individuais, mas diferentes organizações odontológicas em todo o mundo, emitem diferentes orientações de escovação acaba com a confiança na profissão como um todo”. [medicalxpress]

Pesquisa inédita na América Latina busca baratear tratamento de água

Um professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está desenvolvendo uma pesquisa inédita na América Latina para a dessalinização da água. Estudos baseados na ‘deionização capacitiva’ já existem nos Estados Unidos e na Europa, mas são uma novidade por aqui, onde a intenção é desenvolver um processo mais barato para a transformação da água salobra em potável, auxiliando regiões como o semiárido nordestino. Luis Augusto Martins Ruotolo pesquisa tratamentos da água desde o mestrado. Começou estudando a remoção de metais pesados, depois remoção de poluentes orgânicos e, em um pós-doutorado nos Estados Unidos, foi convidado e estudar a dessalinização (retirada do sal para produzir água potável). Ele explicou que o processo consiste no uso de placas (eletrodos) de carbono que, mediante a aplicação de uma baixa voltagem (1,2V), removem o sal (NaCl), retendo-o sobre a superfície dos eletrodos. Eletrodos positivos atraem o cloreto – Cl (íon de carga negativa), eletrodos negativos atraem o sódio – Na (íon de carga positiva) e a água sai dessalinizada. “O processo remove os íons (partículas eletricamente carregadas) da água e ela fica limpa”, afirmou. A diferença do procedimento, desenvolvido em parceria com o professor Marc Anderson, da University of Wisconsin-Madison (EUA), o mestrando Rafael Linzmeyer Zornitta e com o pesquisador espanhol Julio Jose Lado Garrido está nos custos. “A deionização capacitiva é mais simples do que a osmose reversa, sua maior concorrente, não requer muita manutenção e consome pouca energia, o que permitiria o uso de painéis solares fotovoltáicos. E a luz solar é abundante no semiárido”, comentou Ruotolo. Segundo o professor, o governo já instalou equipamentos de osmose reversa para dessalinização da água salobra no semiárido, mas muitos estão parados devido à dificuldade de manutenção. “A gente espera que empresas e que o governo se interessem pela tecnologia. Nos EUA, por exemplo, a Marinha financia pesquisas para ter água potável nos navios”. Processos – Na osmose reversa ocorre uma espécie de filtração por membranas. O problema é que, com o tempo, essas membranas, além de possuírem um custo relativamente elevado, vão entupindo e precisam de manutenção adequada ou então ser trocadas. Além disso, para que a água permeie o sistema, o mesmo tem que trabalhar com pressões muito altas, o que exige maior gasto de energia. Outra forma de retirar o sal da água é a destilação, baseada nos diferentes pontos de ebulição das substâncias – uma evapora e a outra fica armazenada, por exemplo. “É um processo que consome muita energia. É feito, por exemplo, em alguns países do Oriente Médio, onde há abundância de petróleo e, portanto, energia barata”, explicou Ruotolo. Consciência – O pesquisador enfatizou que os processos devem ser condizentes com a realidade de cada país e de cada região, mas que, por mais barata que seja a tecnologia desenvolvida, ela nunca vai ter custos mais baixos do que o tratamento convencional, de transformar a água limpa e abundante em potável. E isso reforça a necessidade de cuidar desse recurso. “Nenhum processo é mais barato do que o convencional. Se há água, vamos cuidar e não poluir, porque daqui a pouco não vai adiantar ter água e não poder usar”, afirmou, indicando ainda que a água pode ficar mais cara e que é fundamental repensar o consumo. “A visão de que tratamento de resíduos industriais é custo tem que acabar. Reuso e reciclagem de água é investimento. Por que não tratar, reutilizar e ao mesmo tempo evitar o desperdício? Uma coisa não anula a outra. Elas têm que caminhar juntas e o conhecimento deve ser usado para isso”. Entre os pontos que deveriam ser combatidos, Ruotolo citou os vazamentos na rede de distribuição e o uso de água tratada para atividades como lavar a calçada e dar descarga. “Como nunca faltou, não sentimos na pele. Se há um ponto positivo na estiagem é começar a repensar a questão do uso da água, como no apagão. Rever nossa postura. A gente nunca se antecipa ao problema. Espero que as indústrias e o governo comecem a repensar suas responsabilidades, assim como a população”. (Fonte: G1)

Anvisa autoriza cinco novos genéricos inéditos no Brasil

Cinco novos medicamentos genéricos ainda inéditos no País obtiveram registro da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Genéricos inéditos são medicamentos que substituem os produtos de referência em um mercado onde até então não havia concorrentes deste tipo. Com isso, médicos e pacientes passam a contar com opções terapêuticas a um custo reduzido, já que os medicamentos entrarão no mercado com preço pelo menos 35% inferior ao valor da tabela de referência. Genéricos inéditos Os produtos são cloridrato de moxifloxacino, ciclesonida, baclofeno, dienogeste e pitavastatina. O cloridrato de moxifloxacino é um antibiótico com ação bactericida em infecções respiratórias, pneumonia, sinusite, bronquite crônica e doença inflamatória pélvica. O ciclesonida é utilizado para o tratamento de sintomas de rinite alérgica, incluindo congestão ou entupimento do nariz, coriza, coceira e espirros. O baclofeno é um relaxante muscular usado para reduzir e aliviar a rigidez excessiva e espasmos nos músculos que podem ocorrer em várias condições, tais como a esclerose múltipla, doenças ou lesões na medula óssea e certas doenças cerebrais. O dienogeste é indicado no tratamento dos sintomas dolorosos das lesões da endometriose (migração e crescimento do tecido da parede interna do útero fora da cavidade uterina). A ingestão de um comprimido por dia leva à redução do tecido afetado (endométrio) e diminui os sintomas associados, como por exemplo, dor pélvica. Já a pitavastatina é utilizada como terapia adjunta à dieta para reduzir os níveis elevados de colesterol total, lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol), apolipoproteína B (Apo B) e triglicérides, além de possuir indicação para aumentar os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) em pacientes adultos com hiperlipidemia primária ou dislipidemia mista. Anvisa

sábado, 24 de janeiro de 2015

mais da metade das cidades pode ficar sem água em 2015

Dono do maior potencial hídrico do planeta, o Brasil corre o risco de chegar a 2015 com problemas de abastecimento de água em mais da metade dos municípios. O diagnóstico está no Atlas Brasil - Abastecimento Urbano de Água, lançado ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento mapeou as tendências de demanda e oferta de água nos 5.565 municípios brasileiros e estimou em R$ 22 bilhões o total de investimentos necessários para evitar a escassez. O dinheiro deverá financiar um conjunto de obras para o aproveitamento de novos mananciais e para adequações no sistema de produção de água. Considerando a disponibilidade hídrica e as condições de infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, os dados revelam que, em 2015, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit no abastecimento de água, entre eles grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal. O percentual representa 71% da população urbana do país, 125 milhões de pessoas, já considerado o aumento demográfico. "A maior parte dos problemas de abastecimento urbano do país está relacionada com a capacidade dos sistemas de produção, impondo alternativas técnicas para a ampliação das unidades de captação, adução e tratamento", aponta o relatório. O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que o atlas foi elaborado para orientar o planejamento da gestão de águas no país. Segundo ele, como atualmente mais de 90% dos domicílios brasileiros têm acesso à rede de abastecimento de água, a escassez parece uma ameaça distante, como se não fosse possível haver problemas no futuro. "Existe uma cultura da abundância de água que não é verdadeira, porque a distribuição é absolutamente desigual. O atlas mostra que é preciso se antecipar a uma situação para evitar que o quadro apresentado venha a ser consolidado", avalia. A maior parcela dos investimentos deverá ser direcionada para capitais, grandes regiões metropolitanas e para o semiárido nordestino. "Em função do maior número de aglomerados urbanos e da existência da região do semiárido, que demandam grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de água, o Rio de Janeiro, São Paulo, a Bahia e Pernambuco reúnem 51% dos investimentos, concentrados em 730 cidades", detalha o atlas. Além do dinheiro para a captação de água, o levantamento também aponta necessidade de investimentos significativos em coleta e tratamento de esgotos. O volume de recursos não seria suficiente para universalizar os serviços de saneamento no país, mas poderia reduzir a poluição de águas que são utilizadas como fonte de captação para abastecimento urbano. FOTO: Sang Tan/ap Vegetarianas. As modelos da Playboy Victoria Eisermann (esq) e Monica Harris posam para campanha pelo uso consciente da água na Trafalgar Square, em LondresSang Tan/ap Vegetarianas. As modelos da Playboy Victoria Eisermann (esq) e Monica Harris posam para campanha pelo uso consciente da água na Trafalgar Square, em Londres Estudo Demanda na península árabe excede 500% Londres, Reino Unido. Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) identificou os países nos quais a demanda por água excede a oferta natural do recurso. No topo da lista dos que mais utilizam o recurso está a península árabe, onde a demanda por água doce excede em 500% a disponibilidade na região. Isso significa custos adicionais para que a água seja trazida de fora - por caminhões-pipa ou aquedutos, ou através da dessalinização. Países como o Paquistão, o Uzbequistão e o Tadjiquistão também estão muito próximos de utilizar 100% de sua oferta de água doce, assim como o Irã, que usa 70% de seus recursos hídricos. De acordo com a FAO, o norte da África é outra área sob pressão. A região possui somente metade da água doce que os países consomem. Mas a maior pressão sobre as fontes de água doce não está necessariamente nos lugares mais secos, mas nas regiões com o maior percentual da população global. O sul da Ásia consome quase 57% de sua água doce, mas abriga quase um terço da população mundial. No leste da Ásia, os países usam em média apenas 20% das suas reservas hídricas. No entanto, um terço da população do mundo vive ali. Futuro da indústria A água deverá ser, no futuro, fator determinante para a localização das empresas, avalia o professor Raul Govêa, da Universidade do Novo México (EUA). Segundo ele, atualmente, a maior parte do parque industrial está localizada no Sudeste, que sofre um "forte estresse hídrico". A região concentra 43% da população brasileira, mas apenas 6% da água doce disponível no país. Sem contaminação O Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) criou uma fórmula matemática que permite aos produtores rurais reduzirem em até 42,7% os riscos de contaminação da água por causa do uso de pesticidas. A aplicação da equação é útil, por exemplo, para a avaliar o perigo de contaminação do lençol freático que irriga as bacias de abastecimento das cidades. Água perdida O cientista holandês Arjen Hoekstra criou a Pegada Hídrica, indicador que mede o uso direto e indireto da água doce para se obter um produto alimentício ou bem consumível. Para comer uma maçã, em média, foram gastos 70 l de água. Em um copo (250 ml) de cerveja, 75 l. Em uma xícara de café, 140 l e em 1 kg de carne, 15,5 mil litros de água. Uma camisa de algodão exige 2.700 l de água. Jornal O Tempo

Brasil pode enfrentar falta de água

Mais da metade dos municípios brasileiros podem ficar sem água em 2015, segundo a Agência Nacional Brasília - Dono do maior potencial hídrico do planeta, o Brasil corre o risco de chegar a 2015 com problemas de abastecimento de água em mais da metade dos municípios. O diagnóstico está no Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, lançado ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento mapeou as tendências de demanda e oferta de água nos 5.565 municípios brasileiros e estimou em R$ 22 bilhões o total de investimentos necessários para evitar a escassez. Considerando a disponibilidade hídrica e as condições de infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, os dados revelam que em 2015, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit no abastecimento de água, entre eles grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal. O percentual representa 71% da população urbana do país, 125 milhões de pessoas, já considerado o aumento demográfico. “A maior parte dos problemas de abastecimento urbano do país está relacionada com a capacidade dos sistemas de produção, impondo alternativas técnicas para a ampliação das unidades de captação, adução e tratamento”, aponta o relatório. O diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que o atlas foi elaborado para orientar o planejamento da gestão de águas no país. Segundo ele, como atualmente mais de 90% dos domicílios brasileiros têm acesso à rede de abastecimento de água, a escassez parece uma ameaça distante, como se não fosse possível haver problemas no futuro. “Existe uma cultura da abundância de água que não é verdadeira, porque a distribuição é absolutamente desigual. O atlas mostra que é preciso se antecipar a uma situação para evitar que o quadro apresentado [de déficit] venha a ser consolidado”, avalia.
De acordo com o levantamento, as regiões Norte e Nordeste são as que têm, relativamente, os maiores problemas nos sistemas produtores de água. Apesar de a Amazônia concentrar 81% do potencial hídrico do país, na Região Norte menos de 14% da população urbana é atendida por sistemas de abastecimento satisfatórios. No Nordeste, esse percentual é de 18% e a região também concentra os maiores problemas com disponibilidade de mananciais, por conta da escassez de chuvas. O documento da ANA calcula em R$ 22,2 bilhões o investimento necessário para evitar que o desabastecimento atinja mais da metade das cidades brasileiras. O dinheiro deverá financiar um conjunto de obras para o aproveitamento de novos mananciais e para adequações no sistema de produção de água. A maior parcelas dos investimentos deverá ser direcionada para capitais, grandes regiões metropolitanas e para o semi-árido nordestino. “Em função do maior número de aglomerados urbanos e da existência da região do semi-árido, que demandam grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de água, o Rio de Janeiro, São Paulo, a Bahia e Pernambuco reúnem 51% dos investimentos, concentrados em 730 cidades”, detalha o atlas. “Esperamos que os órgãos executores assumam o atlas como referência para os projetos. Ele é um instrumento de planejamento qualificado, dá a dimensão de onde o problema é grande e precisa de grandes investimentos e onde é pequeno, mas igualmente relevante”, pondera Andreu. Além do dinheiro para produção de água, o levantamento também aponta necessidade de investimentos significativos em coleta e tratamento de esgotos. O volume de recursos não seria suficiente para universalizar os serviços de saneamento no país, mas poderia reduzir a poluição de águas que são utilizadas como fonte de captação para abastecimento urbano. Andreu espera que o diagnóstico subsidie a elaboração de projetos integrados, compartilhados entre os órgão executores. “Ao longo do tempo, o planejamento acabou se dando apenas no âmbito do município, que busca uma solução isolada, como se as cidades fossem ilhas. É preciso buscar uma forma de integração, de planejamento mais amplo, preferencialmente por bacia hidrográfica”, sugere o diretor-presidente da agência reguladora. “Ainda não estamos no padrão de culturas que já assumiram mais cuidado com a água. Mas estamos no caminho, e o atlas pode ser um instrumento dessa mudança”. (Agência Brasil).

Sociedade civil contribui na consulta pública do Plano Nacional de Adaptação

Os impactos negativos, já observados em vários cantos do planeta em decorrência das mudanças climáticas, geram enorme prejuízo social e econômico. Invernos e verões rigorosos, catástrofes e fenômenos climáticos severos, antes considerados raros e atípicos, estão se tornando a regra. Isso coloca as mudanças climáticas no patamar de maior problema ambiental da atualidade, e certamente das próximas décadas. A temática ganha cada vez mais espaço na agenda política, sendo urgente a necessidade dos países de especificar metas nacionais e planos estratégicos de mitigação e adaptação (infográfico 1), conforme tem sido debatido e decidido nas últimas Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC)¹ ². O objetivo dessas decisões é que possamos mitigar os impactos e adaptar nosso meio de vida e produção às novas realidades climáticas em nível global. O Brasil, sendo um dos países signatários da UNFCCC, tem promovido medidas e políticas para encarar o desafio de estabilizar as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa a níveis toleráveis pelo sistema climático. Em 2007, o governo brasileiro instituiu o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima – CIM e o seu Grupo Executivo – Gex (Decreto n° 6.263). O CIM surgiu com a finalidade de orientar e elaborar o Plano Nacional sobre Mudança do Clima – apresentado em 2008 – e, consequentemente, lançar as diretrizes para a Política Nacional sobre Mudança do Clima, instituída pela Lei nº 12.187/2009 e regulamentada pelo Decreto 7.390 de 2010. Apesar dos planos setoriais estabelecidos (infográfico 2), muito ainda precisa ser feito para que eles de fato se tornem estratégias de mitigação e de adaptação às mudanças do clima no país. A contradição entre as políticas de desenvolvimento, expansão de infraestrutura e energia não dialogam com esses planos setoriais, e muitos deles ainda precisam estabelecer metas e estratégias claras para sua implementação. Além disso, esses planos têm demonstrado forte caráter de mitigação às mudanças do clima, não abarcando ações efetivas de adaptação. Em 2012, durante reunião do Grupo Executivo (GEX), surge a proposta da criação do Grupo de Trabalho Adaptação, tendo como uma das funções a elaboração do Plano Nacional de Adaptação em Mudanças Climáticas, que tem prazo de conclusão para este ano, 2015. Recentemente, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) coordenou uma chamada pública, encerrada em 21 de dezembro de 2014, para coletar contribuições à construção do Plano Nacional de Adaptação (PNA). O Observatório do Clima (OC), rede brasileira de organizações não governamentais (ONGs) e movimentos sociais com atuação no tema das mudanças climáticas, participou desta chamada pública unindo informações coletadas junto a seus membros e observadores. Dentre vários elementos, o OC propõe que o PNA deve conter a definição de um arranjo de governança claro e legitimado, que facilite a articulação política nos diversos setores, instituições e políticas correlatas já existentes. Outro ponto é colocar a vulnerabilidade climática como um componente em análises de viabilidade de empreendimentos e iniciativas governamentais, priorizando planejamentos municipais que visem à redução das vulnerabilidades climáticas e à proteção dos ecossistemas. A criação de incentivos financeiros ou fiscais, como o ICMS Ecológico, para municípios que implantem medidas de Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE), é outra proposta importante para viabilizar medidas de adaptação. Além disso, é preciso financiar e valorizar os processos de coleta, análise e disseminação de informação, fundamentais para desenvolver e institucionalizar políticas e ações de adaptação. A contribuição do OC sugere ainda a promoção de intercâmbio entre instituições brasileiras e internacionais no desenvolvimento de pesquisas relevantes, o que é fundamental para o escopo e implementação do PNA. Segundo consenso científico, mesmo que cessássemos hoje todas as emissões de GEE, ainda teríamos um aumento na temperatura média global da ordem de 1º C em decorrência do que já foi emitido na atmosfera. Pelo infográfico 2 consegue-se observar a previsão da temperatura média no Brasil por região até 2100, segundo o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Portanto, a elaboração do PNA é fundamental, e pode colocar o Brasil em uma posição de referência no cenário mundial. O IPAM, o Observatório do Clima e a sociedade civil que atuam no campo das mudanças do clima, seguirão acompanhando a construção do plano e sua futura implementação. * Publicado originalmante pelo Ipam e retirado do site Observatório do Clima.

País terá “problema grave” se reservatórios chegarem a 10%, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quinta-feira (22) que, se os reservatórios das hidrelétricas chegarem a níveis menores que 10% da capacidade máxima, o país poderá ter “problemas graves”, e o governo tomará as “medidas necessárias”, que podem incluir o racionamento de energia. Atualmente, os reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste estão em 17,43% de sua capacidade máxima e os da região Norte estão em 17,18%. “Mantido o nível que temos hoje nos reservatórios, temos energia para abastecer o Brasil. É óbvio que se tivermos mais falta de água, se passarmos do limite prudencial de 10% nos nossos reservatórios, estamos diante de um cenário que nunca foi previsto em nenhuma modelagem”, disse Braga. Segundo o ministro, esse é o limite estabelecido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) para o funcionamento das usinas hidrelétricas. “A partir daí, teríamos problemas graves, mas estamos longe disso”, ressaltou. Segundo o ministro, o país enfrenta atualmente uma situação hidrológica pior do que a verificada em 2001, quando foi decretado um racionamento de energia no país. Ele informou que o governo está monitorando o consumo de energia, e que não há previsão de outro pico de demanda, porque a temperatura está amenizando, o que reduz gastos com equipamentos como ar-condicionado. Para o ministro, o consumidor brasileiro tem capacidade de administrar o gasto de energia. “Esperamos que, de forma inteligente, o povo brasileiro, que sempre soube cuidar da sua economia, possa definir qual o consumo ele quer, porque tem um preço a pagar por esse consumo, e ele está sendo informado sobre isso”, disse. Braga minimizou a importação de energia da Argentina nos últimos dois dias. Ele explicou que a importação não foi feita por falta de energia no Brasil, e que havia energia sobrando no Nordeste, mas que, por limitações de transmissões, não tinha como ser levada para as outras regiões do país naquele momento. “Temos um intercâmbio desde 2006, é normal nós usarmos energia deles e eles a nossa. Isso sequer é tratado como compra de energia, é uma compensação de energia”. Na última terça-feira (20), o Brasil importou um total de 165 megawatts (MW) médios da Argentina para contribuir no atendimento do Sistema Interligado Nacional. Na quarta-feira (21), foram importados 90 MW médios. (Fonte: Agência Brasil)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Quais países sobreviverão ao aquecimento global

A ONU (Organização das Nações Unidas) já avisou e a gente vive falando aqui também: quando o assunto é meio ambiente, as perspectivas para o nosso planeta não são nada boas. As 4 maneiras pelas quais a mudança climática está criando um filme (real) de terror são só o começo de uma grande sequência de tragédias. Mas, para variar um pouco, hoje trazemos uma boa notícia: a maioria dos países tem chances de sobreviver a essa cada vez mais provável mudança climática. Quem pode sobreviver a uma mudança climática? O mapa abaixo mostra quem são os países mais ameaçados pelas mudanças climáticas, bem como os países com maior probabilidade de sobreviver a ela. Ele foi feito com base em dados divulgados pelo ND-Gain Index, um projeto da Universidade de Notre Dame que mede e classifica a vulnerabilidade e prontidão de um país para se adaptar às mudanças climáticas. Como você pode imaginar, muito dessa “vulnerabilidade” tem a ver com poder econômico. Então não é de se estranhar que os países considerados mais vulneráveis estão na África e na Ásia. O mapa também mostra que os países do Ocidente, que são sem dúvida os mais responsáveis por causar a mudança climática, são menos vulneráveis e mais bem preparados, o que faz com que sejam mais propensos a sobreviver aos graves impactos da mudança climática. O mapa abaixo mostra os países ameaçados em uma escala que vai de vermelho escuro a verde escuro. Os em vermelho escuro são os mais ameaçados, enquanto que os em verde escuro são os que podem dormir mais tranquilos.
O que isso tudo significa? A mudança climática é descrita como um dos maiores desafios do nosso tempo. Os impactos da mudança de temperatura são destrutivos e cruéis, especialmente se pensarmos que uma chuva cada vez mais ácida afetará a agricultura de todos os países. Esses efeitos evidenciam uma necessidade das nações tecnologicamente mais avançadas em ajudar os países menos desenvolvidos. Em última análise, não haverá vencedores dos efeitos das mudanças climáticas. Todos os países serão afetados de alguma forma. O quanto depende das decisões tomadas pelos líderes de cada governo.[theecoexperts]

Você sabia que a maior parte das células do seu corpo não é humana?

É de deixar qualquer um espantado: 90% das células presentes no nosso corpo não são humanas. Em outras palavras, você é muito mais micróbios do que você mesmo. Esses “invasores”, embora “invisíveis”, são fundamentais para o nosso equilíbrio. Mas qualquer deslize nesse ecossistema pode causar doenças, muitas delas graves. Por isso, não se descuide: o perigo mora dentro de você e também fora, na superfície da sua pele. Especialista no tema, o pesquisador Luis Caetano Antunes, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz, explica que os seres humanos são colonizados por mais de 35 mil espécies diferentes de bactérias, segundo algumas estimativas. “Lembrando que esse número não leva em conta vírus, protozoários etc”, esclarece. Considerando apenas um indivíduo, a estimativa é de mais de mil espécies diferentes. “Já se você considerar cepas (que são indivíduos pertencentes à mesma espécie, mas com características peculiares), esse número sobe para mais de 7 mil”, diz. Se você pudesse colocar todas elas numa balança, os ponteiros marcariam aproximadamente 1 kg. Essa microbiota (flora e fauna microscópica de uma região) é formada assim que chegamos ao mundo. Antunes afirma, inclusive, que bebês nascidos por parto normal têm micróbios diferentes daqueles que nascem por cesariana, pois o contato com o canal vaginal da mãe funciona como um “primeiro banho” de micro-organismos. Intestino é albergue Apesar de se estabilizar depois que a pessoa completa 1 ano de idade, a população de micro-organismos está sempre em evolução, graças ao contato com o ambiente externo. Assim, a variedade e a quantidade são maiores em locais mais expostos, como boca, pele, olhos, estômago, intestino, tratos respiratórios, genitais e urinários. A parte do nosso corpo mais colonizada é de longe o intestino, com 70% do total de bactérias, segundo o pesquisador. “Um dos motivos é que o intestino possui uma quantidade grande de nutrientes para as bactérias. Além disso, ainda existem secreções, células humanas mortas etc”, diz Luis Caetano Antunes. O especialista também chama atenção para o tamanho desse órgão, que é cheio de vilosidades (dobras, basicamente). “O intestino humano, quando esticado, tem área equivalente a uma quadra de tênis, ou cerca de 200 metros quadrados”, informa. Médicos, cientistas e nutricionistas têm alertado para a importância da microbiota intestinal. Não é à toa que produtos com lactobacilos se tornaram mais comuns nas prateleiras dos supermercados. Antunes descreve três funções principais desse exército de micróbios. A primeira é a nutrição: “Os micro-organismos intestinais auxiliam na degradação de nutrientes que o ser humano, sozinho, não conseguiria degradar”, diz. Além disso, eles produzem substâncias, como vitaminas, que nós não produzimos, e afetam as células para que elas consigam extrair mais energia da dieta. A segunda é treinar o sistema imunológico, fazendo-o identificar o que representa ou não uma ameaça ao nosso organismo. “Um exemplo dessa função vem da observação de que hoje em dia as taxas de doenças relacionadas ao sistema imune (doenças alérgicas, principalmente) está muito mais alta, e isso tem sido associado ao uso indiscriminado de antibióticos, aumento no número de partos por cesariana e excesso de limpeza”, comenta o pesquisador. A terceira (e não menos importante) missão da microbiota é nos defender contra agentes nocivos. “Sem as bactérias naturais do nosso corpo ficamos muito mais vulneráveis aos ataques de bactérias perigosas”, garante Luis Caetano Antunes, lembrando que há uma série de infecções que são mais comuns em pessoas com histórico de uso recente de antibióticos. “Eles matam as bactérias inofensivas, abrindo espaço para que outras bactérias invadam o nosso organismo e causem doenças.” noticias.ambientebrasil.

Vida marinha está à beira da extinção em massa

Um grupo de cientistas concluiu que os humanos estão prestes a causar um dano sem precedentes aos oceanos e os animais que vivem neles. “Podemos estar sentados à beira do precipício de uma grande extinção”, afirmou Douglas McCauley, ecologista da Universidade da Califórnia e autor do estudo, publicado na revista Science na quinta-feira (15). Segundo McCauley, ainda há tempo para evitar uma catástrofe maior. Isso porque, comparados com os continentes, os oceanos estão quase intactos. “Os impactos estão aumentando, mas não estão tão graves a ponto de não podermos reverte-los”, afirmou Martin Pinsky, biólogo marinho da universidade Rutgers e coautor do estudo. A pesquisa de McCauley e Pinsky é sem precedentes, pois cruzou dados de diversas fontes, desde relatórios sobre a exploração de combustíveis fosseis até estatísticas sobre remessas de containers, pesca e mineração oceânica. Os cientistas detectaram sinais claros que os seres humanos afetaram os oceanos e a vida marinha de forma grave. Enquanto algumas espécies sofrem com a superpopulação, outras estão ameaçadas de extinção, devido a destruição seus habitats naturais, geralmente causada pela intervenção humana. A população de recifes de corais, por exemplo, diminuiu 40% no século passado, principalmente pelas consequências do aquecimento global. Algumas espécies de peixes estão migrando para águas mais frias. Outras espécies, com a locomoção reduzida, não irão conseguir encontrar novos lares. Ao mesmo tempo, as emissões de gases do efeito estufa estão alterando a química da água do mar, tornando-a mais ácida. Ainda assim, a pesquisa afirma que há tempo para reduzir os estragos, com a implantação de programas que limitem a exploração dos oceanos. Os autores alegam que a limitação da industrialização dos oceanos em algumas regiões permitiria que espécies ameaçadas migrassem para outras partes ainda preservadas. “Acredito que nosso melhor parceiro para salvar o oceano é ele próprio”, afirma McCauley. (Fonte: Planeta Sustentável)

Substitua o sal por temperos frescos e saudáveis

crescente gosto sem sal Temperos industrializados, como caldos em cubos e molhos prontos são considerados alimentos ultraprocessados. No geral, esses produtos possuem quantidades excessivas de sal, gordura e açúcares, que contribuem para o maior risco de desenvolvimento de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer. O sal é uma das principais fontes de sódio da alimentação e seu consumo exagerado pode resultar no aumento da hipertensão arterial - estima-se que a doença atinja cerca de 33 milhões de brasileiros. Ervas frescas, como alecrim, manjericão, salsa, cebolinha, tomilho, hortelã e orégano são fontes de vitaminas, minerais e compostos bioativos e possuem valor calórico muito baixo. E esses temperos frescos podem e devem ser utilizados em preparações culinárias para dar sabor e aroma às receitas, respeitando o tradicional "acrescente [muito] sal a gosto". Feijão e saladas Uma das dicas mais simples é reduzir a quantidade de óleo e sal no preparo do feijão, por exemplo, evitando o cozimento conjunto de carnes salgadas e optando pelo acréscimo de cebola, alho, louro, salsinha, cebolinha, pimenta, coentro e outros temperos naturais, bem como outros alimentos, como cenoura e vagem, que acrescentam sabor, aroma e mais nutrientes à preparação. Ervas frescas ou secas, assim como pimenta, gergelim e outros, também ajudam na redução do uso do sal. Em saladas, o uso do limão reduz a necessidade de adição de sal e óleo. Outras combinações podem ser feitas, como o louro em sopas, alecrim em carnes, salsa na macarronada, manjericão no molho de tomate e tomilho na batata. Equilíbrio Mas, é claro, isso não quer dizer que devamos dar adeus ao sal ou mesmo ao açúcar - é importante lembrar que não se deve comer sal demais... e nem de menos. Desde que utilizados com moderação em receitas com base em alimentos in natura ou minimamente processados, os óleos, as gorduras, o sal e o açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem que ela fique nutricionalmente desbalanceada. Outras dicas podem ser obtidas no Guia Alimentar para a População Brasileira, uma publicação gratuita elaborada pelo Ministério da Saúde. Consumo regrado de sal De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade indicada de sódio na alimentação é de, no máximo, 2g (dois gramas) por dia (o que equivale a 5g de sal de cozinha). No Brasil, estima-se o consumo médio diário de quase 12g de sal por pessoa, mais do que o dobro do recomendado pela OMS. O Ministério da Saúde firmou um contrato com a Associação Brasileira das Indústrias Alimentares (ABIA), em 2011, para reduzir o teor de sódio em alimentos processados no Brasil. A expectativa é retirar, até 2020, mais de 28 mil toneladas de sódio do mercado brasileiro. Ministério da Saúde

Dieta ou exercícios: o que é melhor para perder peso?

A receita para ser saudável parece muito simples para ser verdade: coma menos, se mexa mais. Todo mundo sabe que, independente de qualquer dieta maluca, a essência de qualquer plano é essa. O problema é que esse é exatamente o tipo de coisa que é fácil falar, difícil fazer. Então, vamos supor que você tenha uma vida extremamente corrida e não tem muito tempo para se dedicar a esse projeto verão. Se você tivesse que escolher uma atitude para ser saudável, qual seria a mais importante: focar na dieta ou no exercício físico? Sinuca de bico Sim, todos nós devemos comer alimentos mais saudáveis. Sim, devemos fazer exercícios todos os dias também. Há infinitas coisas que podemos fazer a fim de sermos mais saudáveis, como ficar menos tempo sentados, comer mais legumes, comer menos alimentos processados ou beber menos álcool. Mas essas atitudes tem um problema muito sensível em comum: elas não levam em conta a realidade da vida. Todos nós somos limitados por uma quantidade finita de recursos, tais como tempo, energia, força de vontade e dinheiro. Recomendações que não levam isso em conta podem facilmente fazer com que a gente sinta que estamos falhando em nossas metas de fitness e saúde. Praticidade é tudo nessa vida Para te dar uma ideia da importância da praticidade no sucesso de um plano de vida saudável, vamos considerar um estudo recente publicado no Journal of the American Medical Association (Jornal da Associação Médica Americana, em tradução livre), que procurou descobrir qual dieta funciona melhor tendo como base a análise de resultados de 59 estudos individuais. Estes estudos incluíram várias recomendações nutricionais, como baixo teor de gordura, baixo teor de carboidratos, e assim por diante. Qual destas recomendações foi unanimidade entre os estudos? Nenhuma. Não houve grandes diferenças entre as dietas, e o sucesso foi completamente dependente do que uma pessoa poderia incorporar a sua rotina. Em outras palavras: a praticidade foi unânime. Primeiro passo: vamos aprender mais sobre calorias Em um nível fisiológico, a perda e o ganho de peso giram em torno do consumo e do gasto calórico. Simplificando: podemos perder peso quando gastamos mais do que consumimos. Por outro lado, ganhamos peso quando comemos mais calorias do que gastamos. Para perder um quilo de gordura, devemos criar um déficit de 3.500 calorias, o que pode ser conseguido tanto através de exercícios quanto de dieta. Vamos supor que um homem de 90 kg quer perder um quilo em uma semana. Por meio de apenas exercícios físicos, ele precisa andar cerca de 6 quilômetros por dia (ou algo em torno de 42 km no total), se considerarmos que a sua dieta permanecerá a mesma. Mas se ele escolher fazer apenas uma dieta mais rigorosa, ele precisa cortar 500 calorias por dia, dado que sua rotina de exercícios permanecerá a mesma. Teoricamente, os dois planos devem levar aos mesmos resultados. Mas… No mundo fitness, a teoria e a realidade não são a mesma coisa, porque a teoria não leva em conta a adesão. Nós não vivemos em uma casa mágica que contém uma academia completa (pelo menos não a maioria de nós), comidas saudáveis prontas sempre que quisermos e uma equipe pessoal de nutricionistas e treinadores. Nós ficamos por conta da nossa própria rotina e das coisas que temos disponíveis em nosso cotidiano. O que acontece então? O Dr. John Briffa analisou um estudo sobre a perda de peso sem intervenção dietética. Neste estudo, 320 mulheres pós-menopáusicas cujo peso variava de normal a obesa ou praticaram exercícios, ou ficaram em um grupo que não praticou nada. Ambos os grupos foram instruídos a não mudarem suas dietas. No final do ano, verificou-se que o grupo de exercício tinha perdido uma média de 2 kg de gordura a mais que o outro. Mas o que exatamente estas mulheres tiveram que fazer para alcançar este resultado? O grupo de exercício foi instruído a praticar atividade física 5 vezes por semana por 45 minutos, porém, na prática, isso não aconteceu. O que elas realmente fizeram foi uma média de 3,6 dias de exercício na semana. O tempo médio total de exercício foi de 178,5 minutos por semana. Podemos multiplicar isso por 52 para obter o número total de minutos de exercício ao longo do ano, e dividir isso por 60 para convertê-lo em horas. Assim, chegamos a um total de pouco menos de 155 horas. Isso é cerca de 77 horas de exercício para cada kg de gordura perdido. A maioria das pessoas recusa a ideia de se exercitarem por 77 horas para perder 1 kg de gordura. Eu não as julgo. Mas antes de você desistir de tudo, vamos analisar mais uma coisa. que acontece quando uma rotina de exercício físico é acompanhada por uma dieta balanceada? Um estudo publicado no International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders (Jornal Internacional de Obesidade e desordens metabólicas associadas, em tradução livre) relacionou pessoas que foram orientadas a fazer uma dieta e seguir uma rotina de exercícios físicos. No papel, nem preciso dizer que de acordo com as anotações de cada um, houve um déficit calórico – o que levaria a perda de peso. No entanto, quando os pesquisadores examinaram mudanças empíricas, nenhuma massa havia sido de fato perdida. Ou seja: as pessoas envolvidas nesse estudo superestimaram o gasto calórico. O que, convenhamos, acontece bastante. Por que regimes focados em exercício físico geralmente são ineficientes para perda de peso? Motivo 1: o gasto calórico através de atividades físicas é relativamente pequeno no cômpito geral Para entender isso, é importante saber a lógica da contabilidade por trás do nosso gasto calórico diário. A maior parte das calorias que gastamos é usada para uma função bastante nobre: manter-nos vivos. É o que se chama “taxa metabólica de repouso”. A fórmula de Katch-McArdle, que leva em conta o percentual de gordura corporal, é a forma mais precisa para calcular esse número, que é equivalente a: 9,81 x a sua quantidade de massa isenta de gordura + 370 calorias por dia Vamos supor que um homem tenha 90 quilos, e que 30% do seu peso é gordura. Ele, de acordo com essa fórmula, gasta 1.252,9 calorias por dia apenas para se manter vivo. Ele também vai gastar cerca de 10% em cima disso com o que é conhecido como o efeito térmico dos alimentos, que corresponde a quantidade de calorias que uma pessoa gasta para digerir e absorver as coisas que come. Adicione mais 10% em cima disso para a quantidade de calorias perdidas por coisas tais como inquietação. Esse valor, óbvia e infelizmente, pode variar MUITO de indivíduo para indivíduo. Isto significa que, sem sequer sair da cama, o nosso corpo já gasta algo em torno de 2.100 calorias. Agora, adicione mais 10% para sair da cama e ir seguir sua rotina diária e ele já queimou 2.300 calorias. Adicionar o gasto calórico de exercício a essa equação mal faz diferença no gasto calórico total; isso porque a maior parte do trabalho é feita antes que a gente coloque o tênis de corrida. Eu não estou dizendo que você não deve se exercitar. Mas sim, é importante perceber de onde vem a maior parte do seu gasto calórico. Motivo 2: As pessoas são horríveis em estimar calorias que comem vs. calorias que gastam É uma coisa muito nossa. Faça o teste com qualquer pessoa que você conhece que faz dieta, ou pelo menos fala muito nesse assunto, e você vai começar a ouvir um monte de absurdos e contas que simplesmente não fecham. Nem sempre a gente pode confiar no que vem escrito nas embalagens. E nem sempre os alimentos vem em embalagens. Então, o que devemos fazer? Encontrar um jeito de incorporar uma dieta e uma rotina de exercícios físicos. Esse é o combo perfeito. O problema é: como? O Dr. Yoni Freedhoff, especialista em obesidade a frente de uma das maiores clínicas de obesidade no Canadá, explica que a nossa grande batalha é com a nossa própria cozinha. De acordo com a experiência dele, as pessoas não têm grandes dificuldades em começar a fazer caminhadas, trocar elevadores por escadas ou simplesmente estacionar o carro mais longe para andar um pouquinho mais. O problema é na hora de fazer a marmita. De separar o lanchinho. De cozinhar com menos óleo ou trocar os ingredientes. Isso talvez aconteça porque atividade física libera endorfina, mas colocar comida nos potinhos não desperta prazer no organismo. Segundo ele, a solução não é abandonar seu tempo na cozinha para se exercitar. Em vez disso, pegue a quantidade total de tempo que você está disposto a gastar em uma academia e dedique, formalmente, pelo menos um terço disso para cozinhar comidas mais saudáveis. De acordo com a experiência diária do Dr. Yoni, as pessoas que são mais bem sucedidas na luta contra a balança são aquelas que abraçam tanto a coerência quanto a imperfeição. Pense em começar uma dieta ou programa de vida saudável como se fosse começar a praticar uma arte marcial. Você nunca esperaria ter uma faixa preta logo no primeiro dia, certo? Essa é uma conquista que leva tempo. O natural é começar com movimentos muito básicos que você pratica uma, duas, três e mais um monte de vezes. E essa prática gera uma expectativa, não uma decepção. E, lenta e certamente, você ficará melhor e melhor no que faz. A mesma coisa acontece quando você decide encarar o desafio de levar um estilo de vida saudável. Trata-se de um processo quase que dolorido. Mas com dedicação, empenho e constância, você chega lá. O que fazer agora? Beleza. Você recebeu um monte de informações que sugerem que o exercício físico para perda de peso é relativamente ineficaz ou até mesmo contraproducente. Então resolvi listar algumas coisas que você pode fazer para ter sucesso na batalha contra a balança. 1. Determine quantas calorias que você gasta a cada dia; 2. Reduza a ingestão de calorias diárias em 20%. Toda vez que você diminuir a sua ingestão calórica, é bom aumentar a quantidade de proteínas que você come, para ter aquela sensação agradável de saciedade; 3. Nunca almoce fora, a não ser que seja um evento social ou algo assim; 4. Faça menos exercícios, mas de forma mais consistente; 5. Gaste de 2 a 3 minutos por dia fazendo um diário alimentar. Isso pode ter um impacto maior sobre o seu peso do que 30 minutos por dia na academia. [lifehacker]

Remédio milagroso contra a obesidade: estamos cada vez mais perto

Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, identificaram um remédio promissor em seus ensaios clínicos capaz de ser a solução para uma grande quantidade de problemas do mundo. O chamado amlexanox se mostrou eficiente para o tratamento de obesidade, diabetes e doença hepática gordurosa. É praticamente um milagre em forma de pílula. Amlexanox não é uma descoberta tão recente Os pesquisadores já sabiam que ele existia, mas o usavam apenas no tratamento da asma. A novidade, na verdade, é que o amlexanox também se mostrou altamente capaz de causar a perda de peso e melhorar a diabetes em ratinhos obesos. Nos experimentos feitos, os pesquisadores descobriram que o amlexanox exerce os seus efeitos através de um tipo especializado de células de gordura, aumentando o nível de uma segunda molécula mensageira chamada cAMP. O aumento destas células provoca, por sua vez, um aumento na “queima” de gordura, o que fez os roedores emagrecerem. Os resultados dos testes também mostraram que o amlexanox desencadeia a liberação do hormônio interleucina-6 a partir destas células de gordura que, em seguida, viaja no sangue até o fígado. E no fígado dos ratos diabéticos, o interleucina-6 foi o responsável pela redução da produção de glicose, de modo que foi verificada uma redução no açúcar de todo o sangue. “Sabemos que o amlexanox trabalha para reverter a obesidade e resistência à insulina, em parte, através da resolução de inflamação crônica e aumentando o gasto energético, mas isso não é tudo que o medicamento é capaz de fazer”, disse Shannon Reilly, principal autora do estudo. Reilly acrescenta que entender como o remédio também permite interferência entre as células de gordura e do fígado em camundongos obesos nos permite ver mais efeitos do amlexanox, bem como dá toda uma nova luz sobre como acontece a comunicação entre os diferentes tecidos do corpo. Quebra-cabeça A descoberta é a última peça do complexo quebra-cabeça que envolve inflamação, obesidade e diabetes, que os pesquisadores têm buscado entender com o objetivo de encontrar novos tratamentos para distúrbios metabólicos. A obesidade leva a um estado de inflamação crônica no fígado e no tecido de gordura, que por sua vez, aumenta os níveis de um par de quinases: a IKK-ε e TBK1. Em 2009, os pesquisadores descobriram que essas quinases têm um papel fundamental no desenvolvimento da obesidade. E já em 2013, descobriram o amlexanox como salvador da pátria para curar não só a obesidade, como diabetes e esteatose hepática também, em ratos. Na pesquisa publicada em dezembro de 2013, os pesquisadores descobriram que altos níveis de IKK-ε e TBK1 significavam que certos receptores nas células de gordura de ratos obesos eram incapazes de responder a neurotransmissores chamados catecolaminas, que são gerados pelo sistema nervoso simpático e promovem a tão maravilhosa queima de gordura. Altos níveis de IKK-ε e TBK1 também resultaram em níveis mais baixos de cAMP, eles verificaram. Em resumo, o amlexanox leva a redução de IKK-ε e TBK1, a um aumento de cAMP e da sensibilidade às catecolaminas, e por fim ao aumento do gasto energético pelas células de gordura. Agora nos resta esperar para ver como o medicamento se comportará no organismo humano. [medicalxpress]

Crise da água é principal risco para 2015, revela pesquisa

Qual é o item que pode gerar maior impacto no mundo em 2015? A crise da água aparece em primeiro lugar em pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial com cerca de 900 especialistas. Foi a primeira vez, desde 2007, que a economia não apareceu como principal risco para o planeta. Anualmente, os principais líderes do mundo se reúnem na cidade suíça de Davos para debater os grandes temas mundiais. Antes do encontro – que será realizado na próxima semana –, os organizadores realizam pesquisa com os temas que mais preocupam a elite econômica, política e social do planeta. Nos últimos anos, a economia apareceu isolada como principal preocupação em termos de impacto: colapso do preço dos ativos entre 2007 e 2010, crise fiscal em 2011, problema sistêmico nas finanças globais em 2012 e 2013 e crise fiscal em 2014. Neste ano, porém, a pesquisa mostra que a crise da água é o tema com maior probabilidade impactar o planeta. A pesquisa também questiona sobre o problema mais provável para os próximos dez anos. A saída dos temas econômicos da lista de preocupações acontece em período em que os Estados Unidos deixam o pior da crise e se preparam para retomar o crescimento mais vigoroso e a normalidade da economia. A crise, contudo, ainda é viva na zona do euro e dá cada vez mais sinais em países emergentes. Outros temas – Depois da água, os entrevistados citaram como outros temas preocupantes a rápida disseminação de doenças infecciosas e as armas de destruição em massa. A pesquisa também questiona sobre o problema mais provável para os próximos dez anos. Para os entrevistados, os problemas que têm maior probabilidade de acontecer são: conflito internacional com impacto regional, eventos climáticos extremos, problema de governança nacional, crise ou colapso de Estados e, em quinto na lista, o único item econômico: elevado desemprego estrutural. “O risco geopolítico aparece em destaque em 2015 após período de ausência do panorama de riscos principais durante a última meia década. Com a geopolítica influenciando cada vez mais a economia global, estes riscos são três dos cinco mais prováveis e dois dos que apresentam maior impacto potencial para 2015”, diz a pesquisa divulgada pela organização do Fórum Econômico Mundial. (Fonte: Eco Desenvolvimento)

sábado, 17 de janeiro de 2015

Anote os telefones úteis de Saúde

Telefones para pedir ajuda Você sabe a quem solicitar ajuda no caso de uma emergência de saúde, seja ela pessoal ou coletiva? Saiba que há também opções quando as situações não são tão graves, como apontar irregularidades ou fazer reclamações. Veja abaixo os principais canais disponíveis ao cidadão. SAMU (192) Serviço de Atendimento Móvel - é um programa que tem como finalidade prestar o socorro à população em casos de emergência. Ele funciona 24 horas, todos os dias da semana. A ligação é gratuita. Anvisa (0800-642-9782) - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, além da atribuição regulatória, também é responsável pela coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), de forma integrada com outros órgãos públicos relacionados direta ou indiretamente ao setor saúde. Corpo de Bombeiros (193) O Corpo de Bombeiros tem a missão de proteção de vidas, patrimônio e meio ambiente, e deve ser chamado sempre que houver acidentes ou risco de vida. Disque Intoxicação (0800-722-6001) A Anvisa criou o canal para tirar dúvidas e fazer denúncias relacionadas a intoxicações. A ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica. CIEVS (0800-644-6645) Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde é o órgão coordenador das situações de crise, sendo responsável pelo acompanhamento dos agravos que, pelo seu elevado potencial de disseminação e/ou riscos à saúde pública, necessitam de acompanhamento. O CIEVS está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. CVE (0800-555-466) Centro de Vigilância Epidemiológica: Informações sobre doenças de notificação compulsória (sarampo, rubéola, dengue, leptospirose, leishmaniose, tuberculose, febre amarela, e outras). Disque Saúde (136) É um canal de articulação entre o cidadão que exerce o seu papel no controle social e na gestão pública de Saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo SUS. Use o Disque Saúde para: Denúncia Indicar irregularidade ou indício de irregularidade na administração ou no atendimento por entidade pública ou privada de Saúde. Exemplos: Cobrança de procedimento, negligência médica. Reclamação Relatar insatisfação em relação às ações e aos serviços de saúde, sem conteúdo de requerimento. Exemplos: Demora no atendimento, falta de medicamentos. Solicitação Acesso a atendimento ou a ações e/ou a serviços de saúde. Exemplos: Necessidade de consulta, tratamento, cirurgias. Pedido de informação Buscar instrução, orientação, esclarecimento ou ensinamento relacionado à saúde. Exemplos: Informações sobre doenças, programas e campanhas do Ministério da Saúde. Elogio Demonstrar satisfação ou agradecer por algum serviço prestado pelo SUS. Exemplos: Bom atendimento. Sugestão Propor ou recomendar ação considerada útil à melhoria do SUS. Exemplos: Melhoria no serviço de saúde, programas e ações de saúde. Ministério da Saúde

Exuberância da Amazônia só tem 4 mil anos

Floresta Amazônica mais jovem Qual o impacto das oscilações naturais de longa e média durações na configuração climática? Como evoluiu, nos últimos 50 mil anos, aquela que é atualmente a maior floresta do mundo? Em que medida os dados do passado validam as projeções para o futuro? Procurando respostas para estas perguntas, e para surpresa geral, pesquisadores brasileiros concluíram que a Floresta Amazônica adquiriu a exuberância que a caracteriza hoje em uma época extremamente recente, nos últimos 4 mil anos. A pesquisa fez reconstituições do clima e do ambiente de milhares de anos atrás, no território que hoje é o Brasil, investigando o fundo de lagos e cavernas. Segundo o pesquisador Francisco William da Cruz Júnior, da USP, esse tipo de pesquisa, que investiga o chamado "paleoclima", poderá ajudar os climatologistas atuais em suas previsões das atuais mudanças climáticas. "Hoje em dia, são bem conhecidos os ciclos de alta frequência, como os do El Niño e La Niña, que se repetem em intervalos de dois a sete anos. Mas existem ciclos naturais mais longos, que duram várias décadas, séculos ou até mesmo milênios, e há uma limitação estatística para detectá-los, pois nossas séries temporais não são extensas o suficiente, uma vez que dependem da idade das estações de coleta", explicou Francisco. O trabalho de Francisco consistiu em analisar amostras de cavernas (espeleotemas), mais especificamente de estalagmites, que foram datadas pelo método de decaimento radioativo do urânio para o tório e depois submetidas a análises geoquímicas. Já seu colega Renato Campello Cordeiro, da Universidade Federal Fluminense, utilizou perfis sedimentares lacustres - o lodo parcialmente endurecido dos fundos dos lagos - e fez a datação das diversas seções dessas colunas mediante o método do carbono 14. Mudanças climáticas passadas De acordo com Cordeiro, o nível dos lagos existentes na Amazônia apresentou um movimento descendente no período que vai de 50 mil a 18 mil anos atrás. E muitos lagos secaram entre 25 mil e 18 mil anos, em função da última era glacial, quando o regime hidrológico global diminuiu com a retenção de água nas geleiras. Depois, entre 15 mil e 8 mil anos atrás, o clima voltou a ficar mais úmido. E, entre 8 mil e 4 mil anos, ocorreu novamente um período de diminuição da umidade, chamado de "fase seca do Holoceno Médio". "Nessa fase, o clima foi extremamente variável, com épocas nas quais a floresta cresceu e outras em que sofreu intensos distúrbios, com a ocorrência de muitos incêndios. A partir de 4 mil anos - com períodos secos intercalados menos intensos que o do Holoceno Médio -, o clima tornou-se consistentemente mais úmido. Em especial nos últimos 400 anos, a floresta registrou um aumento expressivo em sua biomassa. Nas amostras mais recentes, percebemos o impacto da presença humana pelo grande aumento de partículas carbonizadas", disse Cordeiro. Passado desvendando o futuro Tanto no caso dos espeleotemas de Francisco como dos perfis lacustres de Cordeiro, é a integração de uma grande massa de dados que possibilita construir cenários sobre o clima do passado. E, com base nisso, fornecer aportes valiosos para os modelos atuais. "Nossa expectativa é determinar padrões naturais, para que aqueles que trabalham com modelos possam diferenciar tais ocorrências daquelas causadas por fatores antrópicos e entender o acoplamento de uma coisa com a outra," resumiu Francisco. "Começamos estudando os efeitos de fenômenos de longa duração, como os Ciclos de Milankovich, já bem descritos na literatura, que resultam de diferentes processos astronômicos [como a variação da distância Terra-Sol causada pelas interações gravitacionais da Terra com outros planetas e o Sol, gerando ciclos de precessão de 23 mil e 19 mil anos ]", afirmou o pesquisador. "Depois, transitamos para ciclos de variação climática mais curtos, de poucos milhares de anos, de séculos e de décadas, como a Oscilação Multidecadal do Atlântico, gerada por mudanças na circulação oceânica. O desafio é chegar a ciclos cada vez mais curtos, com alta recorrência na atualidade", continuou. "Em uma série temporal muito curta, a atual seca que aflige a região Sudeste do país tende a ser considerada um evento singular. Mas, com a incorporação de dados paleoclimáticos e a composição de séries mais longas, talvez possam ser detectados outros períodos de seca severa há centenas de anos. E, a partir disso, estimar o quanto a intervenção humana está magnificando os eventuais ciclos naturais." Agência Fapesp

Incentivos vão ampliar transplantes de medula óssea

Até 2016, os pacientes que precisam de um transplante de medula óssea poderão contar com um número maior de leitos para a realização do procedimento. A expectativa do Ministério da Saúde é triplicar o número de leitos existentes, passando de 88 para 250. O ministério vai investir R$ 240 mil para abertura de cada novo leito ou ampliação dos já existentes, destinados a transplantes entre doadores e receptores sem ligação familiar. O objetivo é ampliar a capacidade de realização de transplante de medula óssea não aparentado (alogênico) no país. Os recursos garantirão ainda a criação e a melhoria da qualificação da equipe de atendimento, a aquisição de equipamentos e materiais, além de permitir a reforma e/ou construção dos Centros de Transplantes, que hoje somam 27 unidades. Em 2003, eram apenas quatro serviços. O transplante de medula óssea é um procedimento de alta complexidade. O paciente transplantado praticamente zera toda a sua capacidade de resposta imunológica, e, por isso, requer infraestrutura hospitalar que atenda requisitos de segurança, como isolamento, e uma equipe multidisciplinar qualificada para garantir o sucesso do procedimento. Doadores de medula No Brasil, 78 hospitais oferecem transplante de medula do tipo autólogo (quando o paciente é seu próprio doador), e 27 unidades são credenciadas para transplantes alogênicos, entre pessoas que não são parentes. O candidato a doador de medula óssea, com idade entre 18 e 54 anos, deve procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações. Em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para identificar a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Se o doador for compatível com algum paciente, outros exames de sangue serão necessários. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é um procedimento seguro. Os doadores retornam às suas atividades habituais, em geral, dois dias após a doação, e a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias. Ministério da Saúde

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Férias sempre sustentáveis

Com a chegada das férias de verão, os brasileiros procuram destinos de praia e sol. Neste período, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) alerta para a importância de desfrutar dos destinos naturais de forma consciente. As dicas vão além do turismo: estimulam um comportamento que respeita o meio ambiente, favorece a economia local e o desenvolvimento social e econômico das comunidades. A pesquisa mensal Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, do Ministério do Turismo (MTur), divulgada em dezembro, aponta que oito em cada dez entrevistados que pretendem viajar planejam visitar destinos brasileiros nos próximos seis meses. Quase metade deles (46%) indica a região Nordeste como local favorito. Região que se destaca pela diversidade de praias e áreas verdes. Em parceria com o projeto Passaporte Verde, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o MMA dá algumas sugestões de como fazer uma viagem consciente e ajudar a preservar esses destinos, mesmo neste período de visitação intensa. Antes de viajar – Antes mesmo de viajar, a dica é procurar saber mais sobre o destino interessado e buscar roteiros que permitam conhecer a cultura e as belezas naturais e vivenciar o ritmo local. Em casa, desligue tudo da tomada antes de partir: cafeteiras, computadores, celulares, secadores de cabelo e outros equipamentos eletrônicos ligados na tomada, mesmo em estado de “stand by”, continuam consumindo energia. Outra dica é montar uma mala inteligente: levar roupas que combinem entre si e dar preferência àquelas que não precisam ser passadas, assim a quantidade de malas é reduzida e o consumo de energia também. Local ideal - Prefira hotéis que fiquem próximos aos locais que deseja conhecer. Assim você economiza em transporte e diminui a emissão de poluentes. Tente não levar de casa nada que possa comprar no local em que visitará. Isso contribui com a geração de empregos, aumenta a renda dos moradores e valoriza os talentos locais. Cada turista consome quase três vezes mais água do que a média dos residentes. 60% de consumo de água nos hotéis são ligados à hospedagem. Peça para trocar toalhas e enxoval no hotel se for realmente necessário, pois essa medida simples já economiza uma quantidade boa de água. Limpeza – O primeiro cuidado na praia está em recolher o lixo que é gerado durante o passeio. Se não tiver lixeiras por perto, o ideal é guardar os restos em uma sacola que pode ser usada como lixinho. É preciso ter cuidado para que as sacolas não voem, pois elas podem ser ingeridas pela fauna marinha. Outra sugestão é usar sacolas retornáveis. Um alerta é para não queimar nem enterrar o lixo produzido, trazendo-o de volta. Lixo na praia, além de poluir, pode machucar alguém ou prejudicar algum animal. Outra sugestão é levar uma garrafa reutilizável, evitando comprar garrafinhas de água, que geram mais resíduos. Escolhas saudáveis – Opte por restaurantes que possuem práticas sustentáveis como medidas para reduzir o desperdício de alimentos, que ofereçam pratos preparados com produtos locais e sazonais. Outra dica é fazer o prato evitando desperdícios de alimentos. Desfrute do local: aproveite as frutas da estação, pois são mais gostosas e têm o melhor preço. Também experimente sucos das frutas típicas da região. Algumas cidades brasileiras já têm sistema de aluguel de bicicleta. Também aproveite o transporte coletivo para vivenciar mais a cidade. As escolhas feitas pelos turistas influenciam diretamente a sustentabilidade de seu destino. (Fonte: MMA)

SUS oferecerá novo medicamento para hepatite C

Os pacientes com hepatite C deverão ter acesso, ainda este ano, a novos medicamentos, mais modernos e eficientes, para o combate à doença. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acatou o registro do medicamento daclatasvir, o primeiro de uma série de três considerados inovadores no tratamento da doença. Os outros dois - sofosbuvir, e simeprevir - também tramitam em regime de prioridade na Agência, a pedido do Ministério da Saúde. Os estudos científicos apontam que os novos medicamentos apresentam um percentual maior de cura (até 90%), tempo reduzido de tratamento (passa das 48 semanas atuais para 12 semanas de tratamento) e a vantagem do uso oral. Os três medicamentos também podem ser utilizados em pacientes que aguardam ou já realizaram transplante, sendo produtos de menor toxicidade e com menos efeitos colaterais. O Brasil será um dos primeiros a adotar essa nova tecnologia na rede pública de saúde pública. Antes de ser disponibilizados aos pacientes, os medicamentos devem ser analisados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). A comissão garante a proteção do cidadão com relação ao uso e eficácia do medicamento, por meio da comprovação da evidência clínica consolidada e o custo-efetividade dos produtos. Hepatite C A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV). A transmissão se dá, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para uso de drogas, objetos de higiene pessoal, como lâminas de barbear e depilar, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam na confecção de tatuagem e colocação de piercings. Agência Saúde

Descoberto novo antibiótico sem resistência

Pesquisadores norte-americanos descobriram um novo tipo de antibiótico que não induz a resistência nas bactérias. A descoberta traz uma nova esperança em um campo que não via novidades significativas há quase 30 anos. Desde então, tem crescido a preocupação com o surgimento das bactérias resistentes aos antibióticos atuais, a ponto de a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar que a humanidade está perdendo a batalha contra as superbactérias. "Agora, nós podemos começar a mudar nossa forma de pensar sobre estratégias para a descoberta de antibióticos. Até agora, a estratégia vinha sendo baseada no desenvolvimento de antibióticos mais rápido do que os patógenos adquirem resistência. A teixobactina apresenta uma nova oportunidade para desenvolver componentes que são essencialmente livres de resistência - uma abordagem mais inteligente," disse o Dr. Kim Lewis, da Universidade Northeastern (EUA), líder da equipe. Teixobactina Teixobactina é o nome do novo antibiótico, que se mostrou capaz de destruir as superbactérias - bactérias resistentes aos antibióticos atuais - sem apresentar nenhuma nova resistência detectável. Segundo a equipe, a teixobactina representa um novo mecanismo de combate a infecções causadas pela temida SARM (Staphylococcus aureus resistente à meticilina - ou MRSA, na sigla em inglês). O novo antibiótico também representa uma nova opção de tratamento da tuberculose, que hoje usa uma combinação de remédios com vários efeitos colaterais negativos. A equipe descobriu a teixobactina usando um biochip, um microlaboratório que permite cultivar as chamadas "bactérias não cultiváveis", que normalmente não crescem em condições de laboratório. Em 2013, a mesma equipe já havia usado a técnica para descobrir um primeiro tratamento promissor contra as superbactérias SARM. Diário da Saúde

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A importância de conhecer a origem dos alimentos

Origem dos alimentos Os consumidores no Brasil têm muito pouco acesso a informações como a região onde o alimento foi produzido, em que condições isso foi feito e quais substâncias foram usadas durante a cadeia produtiva, até chegar ao supermercado. A prática de rastrear e informar ao consumidor dados sobre a origem dos alimentos já existe em diversos países, sobretudo na Europa. Por isto, o IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) está lançando uma campanha nacional para mostrar a importância de que as pessoas conheçam a origem dos alimentos que compram e consomem - e cobrem isso dos supermercados e produtores. "Saber de onde vêm os alimentos significa saber informações sobre como o alimento foi plantado, se foi ou não usado agrotóxico e se a quantidade usada está dentro do limite estabelecido por lei, saber a distância entre onde o alimento foi produzido e onde está sendo vendido, pois quanto mais próximo, mais fresco e menos poluentes são emitidos no transporte", explica a nutricionista Ana Paula Bortoletto. De onde vem? A campanha De onde vem? visa promover a rastreabilidade dos alimentos, uma questão que ainda não foi regulada no Brasil. Algumas redes de supermercados e produtores têm iniciativas próprias para fornecer essas informações. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está discutindo uma regulação desse tipo para o Brasil, mas ainda sem definição das medidas que serão adotadas. Enquanto isso, o próprio consumidor pode tomar suas precauções. "O consumidor pode buscar informação no próprio supermercado, pois ele tem que controlar a origem do alimento para, no caso de haver alguma contaminação, identificar facilmente onde está o problema e tirar o produto de circulação. O consumidor pode também cobrar mais informações do supermercado. Além disso, quando vier a público a discussão sobre a regulamentação pela Anvisa, o consumidor poderá apoiar a iniciativa", acrescenta Ana Paula. O ideal, segundo o IDEC, é que as gôndolas dos supermercados indiquem o produto, a variedade, o centro de distribuição e o produtor, incluindo dados como CPF/CNPJ, endereço, data de produção, lote e se houve uso ou não de agrotóxicos. Os alimentos orgânicos estão em vantagem nesse quesito, e 56,5% deles já apresentam informações de origem e condições de produção, contra 28,7% dos convencionais. Agência Brasil

Estudo questiona eficácia de protetores solares

Luz ultravioleta e luz visível Já se sabia que os protetores solares não oferecem proteção total contra o câncer de pele e até que alguns componentes nesses e em outros cremes de higiene pessoal podem causar doenças como a endometriose. Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) podem ter descoberto agora uma das explicações pelas quais os protetores solares podem não ser a garantia total de proteção contra o câncer de pele. "Criou-se um mito de que a luz visível é segura, o que não é verdade," explica o professor Maurício Baptista, cuja equipe demonstrou que a exposição à luz visível, e não apenas à luz ultravioleta, também pode ser prejudicial à pele mesmo com o uso de protetores solares. Baptista e seus colegas do Redoxoma (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Processos Redox em Biomedicina) mostraram como a melanina, ao ser estimulada pela luz visível, gera moléculas altamente reativas que causam danos ao DNA das células. "Este resultado tem impacto importante para a saúde pública, pois demonstra que a estratégia de passar filtro solar e se expor por longos períodos ao Sol pode causar danos irreparáveis na saúde da pele, incluindo o fotoenvelhecimento e possivelmente a formação de tumores", alerta o cientista. Ele explica que a irradiação solar tem vários componentes, ou comprimentos de onda: o que enxergamos (luz visível), e uma série de componentes que nossos olhos não captam, como os ultravioletas. "Os bons filtros solares encontrados hoje no mercado nos protegem contra radiação solar ultravioleta (UVA e UVB), mas não contra a radiação visível. É um equívoco considerar que a exposição à luz visível seja segura para a saúde da pele," adverte Baptista. Sol na medida certa Segundo o pesquisador, proteger a pele humana da exposição ao Sol é uma questão complexa que envolve aspectos ainda pouco claros da interação entre a luz e o tecido biológico. "O ideal parece ser a velha receita de se expor ao Sol por pouco tempo sem proteção externa, pois nesse caso obtemos os benefícios do Sol, por exemplo, ativação da vitamina D, sem sofrermos os riscos que a exposição prolongada oferece, mesmo com a utilização dos filtros solares atuais", afirmou. Fotossensibilização O mecanismo de fotossensibilização e geração de espécies reativas por radiação UVA, com efeitos como fotoenvelhecimento e desenvolvimento de vários tipos de câncer de pele, já era conhecido. Agora, os pesquisadores avaliaram a toxicidade da luz visível em melanócitos humanos e de murinos, tanto com nível basal quanto com superexpressão de melanina, e demonstraram que a presença de melanina aumenta a fototoxicidade da luz visível. Eles também quantificaram a formação de oxigênio singlete, que seria um dos mecanismos pelos quais ocorrem danos às células. Esse mecanismo, como explica Baptista, envolve uma reação de transferência de energia da melanina excitada por absorção luminosa para o oxigênio, formando o oxigênio singlete, que ataca principalmente a base nitrogenada guanina, formando derivados potencialmente mutagênicos do DNA. Além da formação do oxigênio singlete, os resultados obtidos pelo grupo também indicam a ocorrência de reações diretas da melanina em estado excitado com o DNA. Os melanócitos são células localizadas na barreira entre a epiderme e a derme, fundamentais para manter a saúde da pele. Eles produzem a melanina, um pigmento na forma de grânulos responsável pela coloração da pele e pela proteção contra a radiação ultravioleta B (UVB). Na presença de raios UVA e da luz visível, no entanto, a melanina passa a causar danos às células epiteliais. Agência USP

Medicamento de marca, genérico e similar: qual a diferença?

Com milhares de fórmulas de princípios ativos disponíveis no mercado para o tratamento das mais variadas doenças, muitas pessoas ficam na dúvida na hora de comprar medicamentos. Seja pela marca do laboratório, pelo preço, por aconselhamento do médico ou do farmacêutico, ou ainda pelo receio de consumir medicamentos genéricos ou pela falta de conhecimento sobre o assunto, muitas pessoas acabam por pagar mais caro nos chamados “medicamentos de marca”. Um medicamento é um produto farmacêutico composto por uma ou mais moléculas, o que é chamado de princípio ativo. O objetivo primário de todo medicamento é atingir um alvo específico no corpo, promovendo benefícios a quem o toma. Existem diferenças entre medicamentos sintéticos e biológicos. Esses últimos são produzidos a partir de seres vivos, por meio da combinação de DNA humano com sistemas celulares não-humanos. Dessa forma, os medicamentos biológicos possuem moléculas grandes e em seu processo de manufatura devem ser controlados para não ocorrerem variações em sua estrutura durante a fabricação. Os medicamentos biológicos são difíceis de serem digeridos pelo intestino, sendo administrados por injeção para chegar diretamente ao sangue. Os medicamentos sintéticos, por sua vez, são aqueles obtidos através da combinação de substâncias químicas, sendo que seu princípio ativo tem moléculas pequenas e mais estáveis no organismo, o que faz com que sejam absorvidas rapidamente pelo corpo. Conhecer as semelhanças e diferenças entre os medicamentos é fundamental para medir o melhor custo-benefício na hora de comprar. Veja abaixo o que é cada tipo de medicamento. Medicamento de Marca O medicamento de marca, também chamado de inovador, é aquele cujo princípio ativo tenha sido o primeiro a obter registro no país. Isso só ocorre após a realização de pesquisas e testes que validem seus efeitos e que mostrem sua segurança para consumo humano. Sua formulação é protegida por uma patente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) analisa os dados das pesquisas e, através da Gerência Geral de Medicamentos (GGMED), libera ou não a patente do princípio ativo para o laboratório. O processo de liberação é longo, sendo necessário que o laboratório apresente os resultados das três fases de estudos clínicos que foram realizados, informações técnicas sobre a droga e sua toxidade, estudos que comprovem seu prazo de validade, o texto da bula, a estimativa de preço de venda e um certificado emitido pela própria ANVISA que garanta que a fábrica onde o medicamento será produzido segue os padrões estabelecidos por lei. Um medicamento inovador leva de 9 a 14 meses para ser aprovado pela Agência. Medicamento Genérico Quando a patente expira, a legislação brasileira permite que outros laboratórios passem a fabricar o medicamento inovador, desde que comercializados pelo nome de seu principio ativo. Para lançar um medicamento genérico, a empresa deve provar à ANVISA que seu produto é uma cópia do medicamento inovador, e que atende às normas dos órgãos regulatórios. Dessa forma, o genérico deve ter o mesmo fármaco, na mesma quantidade e forma farmacêutica do medicamento de referência. O genérico possui a mesma eficácia do medicamento inovador, mas, como não houve gastos com pesquisas, eles custam, no mínimo, 35% a menos do que os remédios de marca. Isso não quer dizer não são realizados estudos, pois é necessário garantir a bioequivalência do genérico em relação ao medicamento de referência. Bioequivalência é a demonstração de equivalência farmacêutica entre os medicamentos apresentados sob a mesma forma farmacológica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípios ativos e que tenham biodisponibilidade (velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma farmacêutica, a partir de sua curva concentração / tempo na circulação sistêmica ou sua secreção na urina) quando estudados sob experimentos similares. Os medicamentos genéricos possuem regras de venda: não podem ser vendidos sob nome comercial, sendo que em sua caixa deve constar a denominação química do princípio ativo, além da tarja amarela com a frase “Medicamento genérico – Lei 9.787/99”. A política de genéricos no Brasil foi criada a fim de ampliar o acesso da população aos medicamentos. O foco principal dos genéricos vendidos hoje são as doenças crônicas, como a hipertensão e o diabetes. Hoje, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genérico), é possível comprar medicamentos com valores até 65% menores do que antes da que permite a venda de genéricos e similares. Medicamento Similar Assim como ocorre com o medicamento genérico, o similar tem o mesmo principio ativo, concentração, forma farmacêutica, administração e indicação terapêutica do medicamento inovador, mas é vendido com outro nome comercial. Contudo, de acordo com a legislação vigente, parte dos medicamentos similares podem não possuir comprovação de bioequivalência com a droga inovadora, mas todos devem ser submetidos a testes pela ANVISA. A obrigatoriedade de estudos de equivalência farmacêutica surgiu através da RDC 134/03, em 2003. Foi determinado que 21 princípios ativos específicos apresentassem comprovação de bioequivalência naquele ano, e os demais têm até 2014 para apresentar seus resultados à ANVISA. Da mesma forma que um medicamento de marca, a droga similar é vendida com um nome fantasia, que vem estampado em sua embalagem seguido de seu princípio ativo. Como sua fabricação exige custos menores do que a de um medicamento inovador, o similar tende a ser mais barato. Dos 11 mil medicamentos registrados na ANVISA, estima-se que cerca de oito mil são similares. http://www.boasaude.com.br/

Nitritos: quando o risco vira tratamento

Em 2003, Daniel Kim-Shapiro e Mark Gladwin, da Universidade Wake Forest (EUA), mostraram que o nitrito, um composto químico usado na industrialização das carnes processadas, não é biologicamente inerte, como se pensava anteriormente. O nitrito pode ser convertido na molécula sinalizadora óxido nítrico, e assim aumentar o fluxo sanguíneo. Isso tem implicações em condições que incluem hipertensão, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, que têm sido objeto de estudos em todo o mundo. Os nitritos - sua fórmula química é NO2- - são utilizados para conservar a carne, mantendo a cor e inibindo o crescimento de microrganismos. No entanto os nitritos podem formar nitrosaminas, que são cancerígenas. Óxido nítrico Para definir melhor os objetos de estudo, a equipe precisava determinar como as células vermelhas do sangue usam as duas substâncias para executar as funções de sinalização que conduzem a um aumento do fluxo sanguíneo. Eles usaram várias técnicas biofísicas para medir a produção de óxido nítrico a partir do nitrito e dos glóbulos vermelhos e examinaram o mecanismo de produção do óxido nítrico. O resultado é que a equipe demonstrou agora que a hemoglobina desoxigenada é de fato responsável por desencadear a conversão de nitrito em óxido nítrico, um processo que afeta o fluxo sanguíneo e a coagulação do sangue. "Nós mostramos que a conversão do nitrito em óxido nítrico pela hemoglobina desoxigenada nos glóbulos vermelhos reduz a ativação plaquetária," explica o Dr. Kim-Shapiro. "Esta ação tem implicações em tratamentos para reduzir a coagulação em condições patológicas, incluindo a doença falciforme e o derrame." "É importante ressaltar que esta ação foi ampliada em condições de baixa oxigenação, de forma que o nitrito age para aumentar o fluxo de sangue no corpo exatamente quando ele é necessário," acrescenta o pesquisador. Uso terapêutico Assim, o que antes era meramente uma preocupação, passou a oferecer possibilidades de atuação em condições nas quais é necessário ativar as funções envolvidas na ampliação do fluxo sanguíneo. Por exemplo, a mesma equipe já conduziu estudos para examinar como o nitrito e o seu precursor biológico, o nitrato (encontrado no suco de beterraba), podem ser utilizados em tratamentos para uma variedade de condições. Eles foram os primeiros a identificar uma ligação entre o consumo do suco de beterraba rico em nitrato e um aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro. Kim-Shapiro afirma que os próximos passos na investigação incluem analisar se todas as células vermelhas do sangue têm essa função de ativação e se esta função é diminuída em doenças que envolvem os glóbulos vermelhos, como anemia falciforme e outras doenças do sangue, ou na transfusão de sangue mais velho. Diário da Saúde