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quinta-feira, 26 de março de 2015

Conheça os sintomas da hantavirose, doença de difícil diagnóstico

Vem aumentando a preocupação com a hantavirose no Brasil. Dona da maior taxa de letalidade entre as doenças causadas por vírus no país, a doença é difícil de ser diagnosticada pelos médicos, já que inicialmente os sintomas são a febre, dor no corpo e dor de cabeça, que podem ser comuns a outras doenças. Contudo, a hantavirose, transmitida por roedores silvestres, está associada à Síndrome Cardiopulmonar pelo Hantavírus (SCPH) e à Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR). Em 2014 foram confirmados 74 casos da doença no Brasil - o maior problema, contudo, é que ocorreram 26 óbitos, uma altíssima taxa de letalidade, com uma média de 46,5%. Progressão da hantavirose Após os primeiros sintomas, que podem durar de 3 a 6 dias, a doença pode ir para a segunda fase, chamada de cardiopulmonar, que é caracterizada pelo início da tosse, acompanhada por taquicardia, podendo evoluir para edema pulmonar. Na terceira fase da doença, chamada de diurética, ocorre a reabsorção do líquido do edema pulmonar, e a resolução da febre e do choque. A quarta fase, de convalescença, pode durar de duas semanas a dois meses nos casos mais graves, caracterizada pela prostração.. Infelizmente, cerca de metade dos pacientes não consegue vencer todas essas etapas. Os que sobrevivem devem ser acompanhados pelo profissional de saúde para avaliação de futuras sequelas como hipertensão, insuficiência renal crônica e outras. Como se pega hantavirose A hantavirose é transmitida por meio da inalação de pequenas partículas do ar formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores silvestres infectados. Os roedores silvestres também se contaminam pela inalação das partículas de poeira contaminadas por excreções e também por mordeduras de outros roedores. As infecções ocorrem principalmente em áreas rurais, em situações ocupacionais relacionadas à agricultura, sendo o sexo masculino com faixa etária de 20 a 39 anos o grupo mais acometido. Locais fechados, ou a poeira gerada pela atividade humana ao lavrar a terra, limpeza de paióis, casas ou porões contaminados, quando infestados de roedores, são ambientes de risco para a transmissão. Prevenção Para se prevenir é preciso garantir práticas de higiene, saneamento básico e evitar contato com ambientes contaminados por roedores, além da cautela com o manejo ambiental, fatores que impedem a aproximação desses animais no dia a dia das pessoas. Algumas ações de combate, como roçar o terreno em volta da casa, dar destino adequado aos entulhos existentes, manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores, ajudam a manter a área livre da presença dos roedores e evita sua interação com o homem, principalmente em locais onde é conhecida a presença desses animais. Ministério da Saúde

Unesco: mundo precisará mudar padrão de consumo de água

Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo, "mas não sem uma mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento". Segundo o documento, a crise global de água é de governança, muito mais do que de disponibilidade de recurso, e um padrão de consumo mundial sustentável ainda está distante. De acordo com a organização, nas últimas décadas o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população e a estimativa é que a demanda cresça ainda 55% até 2050. Mantendo os atuais padrões de consumo, em 2030 o mundo enfrentará um déficit no abastecimento de água de 40%. Problemas urbanos e agrícolas O relatório atribui a vários fatores a possível falta de água, entre eles a intensa urbanização, as práticas agrícolas inadequadas e a poluição, que prejudica a oferta de água limpa no mundo. A organização estima que 20% dos aquíferos estejam explorados acima de sua capacidade. Os aquíferos, que concentram água no subterrâneo e abastecem nascentes e rios, são responsáveis atualmente por fornecer água potável à metade da população mundial e é de onde provêm 43% da água usada na irrigação. Os desafios futuros serão muitos. O crescimento da população está estimado em 80 milhões de pessoas por ano, com estimativa de chegar a 9,1 bilhões em 2050, sendo 6,3 bilhões em áreas urbanas. A agricultura deverá produzir 60% a mais no mundo e 100% a mais nos países em desenvolvimento até 2050. A demanda por água na indústria manufatureira deverá quadruplicar no período de 2000 a 2050. Agência Brasil

Após inverno mais quente da história, Ártico tem diminuição recorde na camada de gelo

Na última quinta-feira, 19 de março, o Ártico deu mais uma vez um alerta para os efeitos das mudanças climáticas, chegando ao menor índice de gelo já registrado durante o inverno. O anúncio vem depois de um fevereiro extremamente quente na Rússia e no Alasca e de notícias de que 2014 foi ano com temperatura mais alta desde o início das medições. De acordo com o americano Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo, a camada diminuiu 1,1 milhão de quilômetros quadrados em comparação à média máxima medida entre 1981 e 2010. Isso representa duas vezes o tamanho da Suécia. A situação é mais preocupante já que é durante o inverno escuro que as águas congelam até que o gelo marinho atinja seu ponto máximo em março. O crescimento pequeno e lento de gelo conforme anunciado faz com que haja menos gelo disponível para refletir o sol. Com isso, o mar absorve mais calor, agravando ainda mais as condições de gelo ao longo do tempo e ameaçando a biodiversidade da região e com reflexos em todo planeta. “A mudança climática não vai parar no Círculo Ártico. A menos que façamos cortes dramáticos em gases poluentes, vamos acabar com um clima que é irreconhecível, imprevisível, e prejudicial para os sistemas naturais e as pessoas”, disse Samantha Smith, Líder da Iniciativa Global em Clima e Energia do WWF. Um convite a pensar no planeta Para alertar a população para os efeitos das mudanças climáticas, o WWF promove anualmente a Hora do Planeta. O evento é um convite para as pessoas desligarem suas luzes por uma hora e pensarem em como podem contribuir para melhorar a situação do planeta. Participe! Esse ano, a Hora do Planeta acontece dia 28 de março, das 20h30 às 21h30. E, para quem estiver no Rio de Janeiro, esse ano acontecerá um grande evento com shows de Playing For Change, Hamilton de Holanda, Rodrigo Sha, Eduardo Neves e DJ Nado Leal na praia de Ipanema. O show acontece a partir das 16h e é gratuito. Veja os detalhes e confirme sua presença em http://on.fb.me/1BuEP88 * Publicado originalmente no site WWF Brasil.

Países amazônicos devem evitar que a água gere conflitos, segundo a OTCA

Os países amazônicos, que “guardam” 20% da água doce do mundo, devem continuar “atuando juntos” para impedir que essas reservas sejam motivo de futuros conflitos, afirma a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). “Na medida em que os países amazônicos continuem atuando juntos, isso poderá ser evitado”, disse em entrevista para a Agência Efe o diplomata boliviano Mauricio Dorfler, diretor-executivo da OTCA, a organização regional integrada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A ONU já alertou que a água pode ser objeto de grandes conflitos no século XXI e um relatório divulgado pela Unesco nesta semana, como parte das comemorações pelo Dia Internacional de Água neste domingo, reafirmou essa tese, ao advertir que o planeta pode ter um déficit hídrico de 40% em 2030 se não houver mudanças no atual modelo de consumo e preservação. Para Dorfler, há um consenso entre os países amazônicos de que a gestão da água é parte de uma “agenda comum”, que inclui outros fenômenos que podem afetar essas reservas, como o desmatamento e o mercúrio despejado nos rios pela mineração ilegal. Dorfler destacou que esse consenso dentro da OTCA foi alcançado “inclusive com as diferenças políticas” que existem entre os países da região amazônica, que souberam deixar de lado as divergências para trabalhar em favor da preservação. Nesse sentido, o diplomata boliviano citou como exemplo um projeto regional sobre o uso sustentável dos recursos hídricos além das fronteiras ao longo de toda a bacia amazônica, que nasce nos Andes e desagua no Atlântico, na região norte do Brasil. Esse projeto se complementa com um plano para fortalecer os marcos constitucionais nacionais em relação à gestão da água e ao desenvolvimento de iniciativas conjuntas para a criação de um ambiente de cooperação, nas áreas social e econômica, em toda a Amazônia. “Na região amazônica, vivem cerca de 40 milhões de pessoas que não podem permanecer à margem do desenvolvimento”, disse Dorfler, que acrescentou que essas populações já sentem os efeitos da mudança climática, que se expressa nas fortes inundações e secas registradas nos últimos anos em diversas regiões amazônicas. Nesse contexto, o diplomata relatou que a OTCA começou a colaborar com comunidades que residem na fronteira entre Brasil e Peru, onde se executa um projeto para a implantação de hortas em plataformas elevadas a cerca de dois metros do solo. Essas plataformas têm aproximadamente 100 metros quadrados e permitem manter o cultivo de diversos produtos agrícolas durante as inundações, com os quais as populações ribeirinhas podem continuar gerando receitas mesmo quando suas terras tenham se transformado em pântanos. Esse projeto demandou até agora um investimento aproximado de US$ 200 mil e favoreceu cerca de 22 mil pessoas das regiões de Nauta, no Peru, e de Tapará Grande, Urucurituba e Igarapé da Costa, no Brasil. No entanto, se trata somente de um projeto piloto que será ampliado no futuro para outras regiões amazônicas que sofrem a cada ano com as cheias dos rios. A OTCA também tem em seus planos a instalação de um Observatório Ambiental e quer fortalecer seus programas para a formação de profissionais nas ciências da natureza, que são escassos nos oito países da organização. Segundo dados da OTCA, a Amazônia abriga pelo menos 32 mil espécies diferentes de plantas vasculares e o país da região que mais possui doutores em botânica é o Brasil, onde não passam de uma dezena. Por outro lado, 70% dos estudos sobre a região são realizados por especialistas de Estados Unidos e Europa, e dos 30% restantes, 80% são feitos no Brasil, que possui quase dois terços do território amazônico. (Fonte: Terra)

Brasil celebra o dia de água submerso em uma severa crise hídrica

O Brasil se envolveu neste domingo nas celebrações do Dia Mundial da Água enquanto o sudeste do país atravessa uma das piores crises hídricas de sua história e que tem como principal foco o estado de São Paulo. Diferentes atos foram organizados durante o dia todo na capital paulista para conscientizar a população sobre a importância de água e reivindicar ao governo de São Paulo mais transparência frente à crise hídrica que o estado atravessa. Os atos marcados para este domingo acentuam a situação paradoxal que se apoderou da vida de milhões de brasileiros, alguns dos quais sofrem com racionamento de água, enquanto sentem os estragos das inundações causadas pelas chuvas de verão em São Paulo. “Neste momento em que o Brasil se mobiliza pelos escândalos de corrupção e os problemas na economia, é importante que a questão de água não seja posta em um segundo plano”, afirmou em comunicado Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água, grupo que reúne mais de 40 organizações da sociedade civil. Conferências com especialistas, exposições, debates, seminários e passeatas foram convocadas pela Aliança pela Água para aprofundar a compreensão dos cidadãos sobre a crise hídrica. Os especialistas atribuem a crise hídrica a uma falta de gestão por parte do governo regional, que começou a ser visível no ano passado, quando uma seca afetou São Paulo e outros estados do sudeste do país. A situação hídrica levou o governo de São Paulo a adotar medidas como benefícios para quem economize no consumo de água, multas por desperdício ou aumento não justificado de seu uso e redução na pressão. Esta conjuntura deixou alguns bairros com falta de abastecimento inclusive até por 19 horas por dia e provocou continuados protestos na sociedade, que denunciaram os descontos na conta de água dos que supostamente se beneficiaram mais de 500 grandes empresas. Mas além de São Paulo, os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde se concentra a maioria das indústrias brasileiras, também estão sentindo as consequências da crise hídrica. Dado que a principal fonte é a hidrelétrica, alguns setores da indústria brasileira mostraram preocupação perante o temor de um possível racionamento energético, uma hipótese que por enquanto é descartada pelas autoridades. As precipitações dos últimos meses deram um empurrão aos principais açudes do estado de São Paulo, mas apesar das intensas chuvas, os reservatórios seguem nos mínimos históricos. O sistema da Cantareira, o maior de São Paulo e responsável pela provisão de água para 6,5 milhões de pessoas – um terço da região metropolitana – registrou o verão mais chuvoso desde 2011, embora siga operando com 16,5% de sua reserva técnica, considerada como “volume morto”. Esta situação fez saltar os alarmes perante a entrada de outono e o fim da estação chuvosa, que não voltará até outubro. (Fonte: Terra)

Desmatamento na Amazônia cresce 215% em um ano, segundo o Imazon

Em um ano, o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 200%. O número foi calculado pela organização não-governamental Imazon. O instituto de pesquisa Imazon, em Belém, monitora o desmatamento na Amazônia há mais de 20 anos. No levantamento divulgado esta semana, foram derrubados 1.700 quilômetros quadrados de floresta nativa, entre agosto de 2014 e fevereiro deste ano. A área desmatada é maior que a cidade de São Paulo. Comparando essa derrubada com o período anterior, o desmatamento na Amazônia aumentou 215%. “A perspectiva é se continuar nessa tendência de aumento do desmatamento, a gente ainda vai detectar um crescimento nas estatísticas do desmatamento nos próximos meses”, diz Marcelo Justino, pesquisador do Imazon. Segundo o Imazon, quase a metade do desmatamento ocorreu em áreas particulares, onde a floresta veio abaixo para a expansão da pecuária, principalmente no Mato Grosso. No Pará, o desmatamento foi provocado em grande parte pela grilagem, que é a invasão de terras públicas. Já em Rondônia, segundo os ambientalistas, as árvores vêm sendo destruídas para dar lugar à agricultura. Do total desmatado nos últimos sete meses, o estado que mais destruiu a floresta foi Mato Grosso (35%), depois Pará (25%) e Rondônia (20%). Os analistas também fazem outro alerta: como os satélites do Imazon só detectam o desmatamento em áreas acima de dez hectares, os números da derrubada da floresta podem ser ainda mais altos. O Ministério do Meio Ambiente disse que não comenta os dados de desmatamento da Amazônia divulgados pelo Imazon por não considerá-los oficiais. (Fonte: G1)

Maior aquífero do mundo fica no Brasil e abasteceria o planeta por 250 anos

Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está localizada na parte brasileira da Amazônia e é praticamente subutilizada. Até dois anos atrás, o aquífero era conhecido como Alter do Chão. Em 2013, novos estudos feitos por pesquisadores da UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma área maior e nova definição. “A gente avançou bastante e passamos a chamar de SAGA, o Sistema Aquífero Grande Amazônia. Fizemos um estudo e vimos que aquilo que era o Alter do Chão é muito maior do que sempre se considerou, e criamos um novo nome para que não ficasse essa confusão”, explicou o professor de Instituto de Geociência da UFPA, Francisco Matos. Segundo a pesquisa, o aquífero possui reservas hídricas estimadas preliminarmente em 162.520 km³ – sendo a maior que se tem conhecimento no planeta. “Isso considerando a reserva até uma profundidade de 500 metros. O aquífero Guarani, que era ao maior, tem 39 mil km³ e já era considerado o maior do mundo”, explicou Matos. O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó (PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre – todas na região amazônica – chegando até a bacias sub-andinas. Para se ter ideia, a reserva de água equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. “Daria para abastecer o planeta por pelo menos 250 anos”, estimou Matos. O aquífero exemplifica a má distribuição do volume hídrico nacional com relação à concentração populacional. Na Amazônia, vive apenas 5% da população do país, mas é a região que concentra mais da metade de toda água doce existente no Brasil. Por conta disso, a água é subutilizada. Hoje, o aquífero serve apenas para fornecer água para cidades do vale amazônico, com cidades como Manaus e Santarém. “O que poderíamos fazer era aproveitar para termos outro ciclo, além do natural, para produção de alimentos, que ocorreria por meio da irrigação. Isso poderia ampliar a produção de vários tipos de cultivo na Amazônia”, afirmou Matos. Para o professor, o uso da água do aquífero deve adotar critérios específicos para evitar problemas ambientais. “Esse patrimônio tem de ser visto no ciclo hidrológico completo. As águas do sistema subterrâneo são as que alimentam o rio, que são abastecidos pelas chuvas. Está tudo interligado. É preciso planejamento para poder entender esse esquema para que o uso seja feito de forma equilibrada. Se fizer errado pode causar um desequilíbrio”, disse. Mesmo com a água em abundância, Matos tem pouca esperança de ver essa água abastecendo regiões secas, como o semiárido brasileiro. “O problema todo é que essa água não tem como ser transportada para Nordeste ou São Paulo. Para isso seriam necessárias obras faraônicas. Não dá para pensar hoje em transportar isso em distâncias tão grandes”, afirmou. (Fonte: UOL)

sábado, 21 de março de 2015

Alertas para nível de risco e segurança hídrica agitam Semana da Água em SP

Neste domingo, 22 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Água há pouco a celebrar. Especialmente quando se trata do Estado de São Paulo e da região Sudeste em geral, onde a grave crise hídrica continua e as perspectivas não são animadoras. Na sexta-feira, 13 de março, a Aliança pela Água de SP, coletivo que reúne mais de 40 organizações, o ISA entre elas, realizou um evento em parceria com a Rede Sesc, no qual 60 pessoas entre ativistas, jornalistas, especialistas e interessados foram informados da situação em que se encontram os mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo. A coordenadora da Aliança, Marussia Whately, atualizou os dados da crise mostrando que o cenário em março de 2015 é melhor se comparado ao colapso registrado em janeiro. “Entretanto, como as represas ainda estão com pouca água e temos um período de estiagem de seis meses pela frente, o risco de acabar a água continua sendo muito alto", alerta. Embora a seca prolongada tenha sido o estopim da crise hídrica em São Paulo, não foi o único fator que a desencadeou. É preciso acrescentar mais alguns ingredientes como a gestão baseada em fontes inesgotáveis, a degradação dos mananciais, e a falta de transparência e participação, agravada pelas eleições de 2014. Em 13 de março de 2015, constatava-se que a quantidade de água nas represas que abastecem a região metropolitana era menor do que há um ano e muito menor do que se registrava em fevereiro de 2013. Em 2014, o governo paulista negou que houvesse crise. As medidas adotadas não foram discutidas com a sociedade e resultaram em diminuição de 29% da retirada de água em relação ao final de 2013 – de 70 metros cúbicos por segundo para cerca de 50 metros cúbicos em fevereiro de 2015. Enquanto isso, obras de racionamento, planos de contingência, medidas para garantir a segurança hídrica e a saúde da população não estão sendo debatidas com clareza e transparência. A grave questão da degradação dos mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo e a recuperação florestal necessária, também é a situação em que se encontra a degradação do Sistema Cantareira. Menos de 30% da região ainda tem vegetação, enquanto que 70% APPs não já perderam toda a vegetação. A situação mais crítica é a da represa Jacareí, onde a vegetação está em 9%. No Cantareira, o saldo negativo é de 15% Embora os níveis de água dos dois sistemas tenham subido em função das chuvas de fevereiro e março, a situação do Cantareira, responsável pelo abastecimento de cerca de 6 milhões de pessoas, ainda é muito grave. Para se ter uma ideia, o sistema tinha um volume útil de 982,07 bilhões de litros (100%), que se esgotou em julho de 2014. Iniciou-se então a retirada de água do Volume morto I, de 182,5 bilhões de litros, que se esgotou em novembro de 2014. Começou então a retirada do Volume Morto II, de 105 bilhões de litros. Em 13 de março de 2015, o Cantareira estava com 140,70 bilhões de litros. Esse volume equivale a 100% do Volume II + 35,7 bilhões do Volume Morto I (ou 20%). Isto quer dizer que ainda é preciso encher 146,8 bilhões do Volume Morto I para chegar ao volume útil do sistema, o que significa um saldo negativo de 15%. A crise hídrica em São Paulo adquiriu tal proporção que foi objeto de uma denúncia levada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta sexta-feira, 20/3. http://www.socioambiental.org/

Berço das águas, cerrado precisa de proteção para garantir abastecimento no país

O bioma que ocupa um quarto do território brasileiro não tem rios de grande vazão, mas concentra nascentes que alimentam oito das 12 grandes regiões hidrográficas brasileiras. Especialistas consideram o cerrado como o berço das águas, já que nele estão localizados três grandes aquíferos – Guarani, Bambuí e Urucuia –, responsáveis pela formação e alimentação de importantes rios do continente. Para esses pesquisadores, a preservação da vegetação do cerrado é fundamental para a manutenção dos níveis de água em grande parte do país. “O cerrado é como uma floresta ao contrário, as raízes são profundas, maiores que as copas. Elas são responsáveis por absorver a água da chuva e depositá-la em reservas subterrâneas, os aquíferos”, explica o professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e diretor do Instituto do Trópico Subúmido, Altair Sales Barbosa. Segundo o especialista, com o desmatamento e a diminuição da vegetação nativa, responsável por levar a água para regiões mais profundas, os aquíferos chegaram ao nível de base, ou seja, deixaram de abastecer diversas nascentes. “A quantidade de água existente nesses aquíferos já chegou ao seu nível mínimo. É como se fosse uma caixa d’água com vários furos. Os furos são as nascentes. Quando ela está cheia, a água sai por muitos furos. Conforme vai esvaziando, vai saindo nos furos mais inferiores, até chegar ao último furo e há um momento em que não sai mais. Estamos em um momento em que [a água] está saindo, mas de maneira muito rudimentar, menor do que saía há 20, 40 anos”, diz o especialista. Segundo ele, cerca de dez rios desaparecem na região anualmente. O professor ressalta que, uma vez degradado, o cerrado não se recupera totalmente. Também é difícil cultivá-lo. Das 13 mil espécies vegetais catalogadas, apenas 180 são produzidas em viveiro. “O cerrado é diferente da Amazônia e da Mata Atlântica, por exemplo. Enquanto esses biomas têm 3 mil e 7 mil anos, o cerrado tem mais de 45 milhões de anos que se completou totalmente. Como ele é muito antigo, evolutivamente já chegou ao seu clímax. Uma vez degradado, não se recupera jamais na plenitude de sua biodiversidade”. De acordo com dados disponibilizados pela organização não governamental (ONG) WWF Brasil (sigla em inglês para Fundo Mundial para a Natureza), o cerrado é a segunda maior formação natural da América do Sul e concentra cerca de 5% da biodiversidade do planeta e 30% da biodiversidade do Brasil. Metade da vegetação nativa do cerrado foi eliminada e menos de 3% está protegida de forma integral. “A ocupação dessa região se deu de forma acelerada nos últimos 60 anos e isso trouxe problemas. Ambientes importantes foram perdidos ou estrangulados por cidades, plantações e hidrelétricas”, diz o coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF Brasil, o engenheiro florestal Julio Cesar Sampaio. Para agravar a questão da reserva de água, o regime de chuva tem mudado na região nos últimos 20 anos. Para o pesquisador da área de hidrologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados, Jorge Werneck, os períodos de chuva têm ficado mais curtos e os de seca, mais longos. A média pluviométrica em determinadas estações caiu de 1,5 mil milímetros para 1,2. “Isso muda bastante o ciclo hidrológico, faz com que nossos solos fiquem mais secos, os lençóis freáticos desçam, sejam rebaixados e isso afeta diretamente todo o regime de vazão dos nossos rios”, explica. A coordenadora de Monitoramento da Qualidade Ambiental do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Vandete Inês Maldaner, reforça os prejuízos com a mudança no regime de chuva. “Anteriormente, tínhamos uma estação chuvosa, com distribuição ao longo do dia nos meses de dezembro e janeiro, e tínhamos uma chuvinha bem distribuída. Hoje temos períodos grandes de veranico e chuvas torrenciais, que não contribuem para o abastecimento dos lençóis freáticos. Batem no solo e escorregam, causando o assoreamento dos rios”, diz. Para Werneck, não é possível dizer se a causa da diminuição da chuva é a ação do homem, nem se essa redução será permanente. Barbosa diz ser inegável a influência da ação do homem e da ocupação desordenada nos grandes centros urbanos, responsáveis pela formação de ilhas de calor que impedem a chegada de massas úmidas. O coordenador do curso de engenharia ambiental e sanitária da Universidade Católica de Brasília, Marcelo Gonçalves Resende, acredita que a ação do homem é a grande responsável pela diminuição da chuva. “A meu ver, tudo está relacionado. O grande problema é a má gestão do uso e da ocupação do solo, seja em áreas urbanas ou rurais. É possível que haja ocupação, desde que seja feita de forma sustentável, existem técnicas, claro que tem que ter agricultura, criação de gado, indústria, moradia. Mas isso tem que ser feito de forma sustentável. Existem técnicas, mas o ser humano esquece, pela ganância, pela vontade de obter lucro fácil. O último ponto que leva em consideração é a questão ambiental.” (Fonte: Agência Brasil)

40% das reservas hídricas do mundo podem encolher até 2030, diz ONU

Um novo relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira (20) afirma que, se nada for feito, as reservas hídricas do mundo podem encolher 40% até 2030 e, por isso, é preciso melhorar a gestão deste recurso para garantir o abastecimento da população mundial. O documento, elaborado pela agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, a Unesco, aponta ainda que 748 milhões de pessoas no planeta não têm acesso a fontes de água potável. Outra conclusão é que o Brasil está entre os países que mais registraram estresse ambiental após alterar o curso natural de rios. As mudanças nos fluxos naturais, segundo a análise feita entre o período de 1981 e 2010, mas que foi concluída em 2014, foram feitas para a construção de represas ou usinas hidrelétricas. Entre as consequências dos desvios estão uma maior degradação dos ecossistemas, com aumento do número de espécies invasoras, além do risco de assoreamento. Os autores do texto cobram do governo brasileiro e das demais nações da América Latina que priorizem a gestão da água para reduzir a poluição, principalmente em áreas urbanas, e evitar conflitos entre o desenvolvimento econômico e a preservação dos recursos naturais. Segundo a ONU, o gerenciamento dos mananciais deve ser vetor para o desenvolvimento sócio-econômico e redução da pobreza. Aquíferos ameaçados – De acordo com o documento, 20% dos aquíferos mundiais já são explorados excessivamente, o que pode gerar graves consequências como a erosão do solo e a invasão de água salgada nesses reservatórios. Os cientistas preveem ainda que em 2050, a agricultura e a indústria de alimentos vão precisar aumentar em 400% sua demanda por água para aumentar a produção. Angela Ortigara, doutora em engenharia ambiental e integrante da Unesco na Itália, disse ao G1 que o foco do relatório é dar subsídios aos países para o enfrentamento da crise hídrica. Segundo ela, a falta de acesso à água potável já melhorou muito – de 1990 até agora, 2,3 bilhões de pessoas deixaram de acessar recursos contaminados. No entanto, o número apresentado no relatório deste ano ainda é alto. Para melhorar a situação, o relatório apresenta quatro sugestões aos países: - É preciso conhecer seus recursos hídricos, melhorar o monitoramento para saber de onde vem a água, qual é a sua qualidade e como realizar uma distribuição melhor; - Definir estratégias para o futuro, com a previsão de cenários em torno da distribuição; - Integrar as decisões dos setores de energia, agricultura e recursos hídricos para que as ações atendam a todas as áreas e sejam feitas de forma sustentável; - promover a boa governança: as decisões em torno da água precisam ser transparentes e devem ter a participação da sociedade civil, para que a população se sinta obrigada a colaborar para atingir a sustentabilidade. Tais medidas podem, por exemplo, ajudar o Brasil a resolver o atual problema de desabastecimento que atinge várias regiões metropolitanas do país. A ausência de chuvas ao longo de 2014 baixou o nível de reservatórios importantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que tiveram que implantar políticas restritivas de acesso a água, como racionamento ou aplicação de multa para quem gasta mais recursos hídricos. Risco de escassez maior – Ary Mergulhão, coordenador de ciências naturais da Unesco no Brasil, explica que as políticas voltadas à água em grande parte do mundo ainda estão em formação, já que o tema “está em constante mutação e desafia a criatividade e o poder de gestão dos governos”. “Alguns países que acreditavam que tinham muita água enfrentam atualmente problemas de escassez, má distribuição e má preservação. A consciência [dos governos] atualmente está mais crítica que antes, mas precisamos trabalhar mais”, explicou. (Fonte: G1)

Crise da água: o pior ainda pode estar por vir

Temos o rio amazônico e outros rios poderosos, uma série de grandes barragens e um oitavo de toda a água doce do mundo. O Brasil é tão rico nesse recurso cobiçado que já foi chamado de “Arábia Saudita da água”. E, ainda assim, na maior e mais rica cidade do país, as torneiras estão começando a ficar secas. Como chegamos a esse ponto? Situação ainda crítica Apesar das chuvas recentes, a situação não parece melhorar, pelo menos não substancialmente. Um novo relatório da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) divulgado na última terça-feira (17) mostrou que apenas o volume morto do Cantareira, principal sistema da capital paulista, se recuperou um pouco. Considerando ambos o volume útil e o volume morto, o índice oficial do reservatório foi calculado em 11,9% (150,6 bilhões de litros divididos por 1,3 trilhão de litros). O sudeste enfrenta sua pior seca em quase um século. Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas, mas hoje produz água apenas para 5,6 milhões. De um ano para cá, o sistema teve um corte de 56% na vazão.Qual a solução proposta para essa crise? Para alguns, a questão não é se a água vai acabar, porque já acabou. Se, para a população, o governo do estado afirma que tudo vai ficar bem, atrás de portas fechadas o clima é mais tenso. Em uma reunião gravada secretamente que vazou para a imprensa cerca um mês atrás, Paulo Massato, um alto funcionário da Sabesp, disse que as pessoas deveriam sair de São Paulo “porque aqui não tem água, não vai ter água para banho, para limpeza da casa”. Os funcionários da companhia reconheceram uma diminuição na pressão da água na rede de distribuição, mas as autoridades frequentemente insistem que isso não é o mesmo que o racionamento, semeando confusão e raiva entre os que já não estão ficando sem água. As soluções prometidas para a crise são ambiciosas, mas ainda estão muito longe de se concretizar. Por exemplo, a Sabesp diz estar perseguindo um projeto grandioso para tirar água de uma bacia hidrográfica nas proximidades e construir novos reservatórios, mas esses esforços devem ser concluídos só em meados do próximo ano. “É um sistema de água que claramente não tem sido bem gerido”, disse Newsha Ajami, diretor de política da água urbana no Stanford Woods Institute for the Environment, da Universidade Stanford (EUA), que recentemente se reuniu com autoridades brasileiras. “Eles apostam nesses megaprojetos, que deveriam ser a última solução, quando deveriam ter sido tomadas medidas agressivas meses atrás para reduzir o consumo e vazamento”. Posicionamento absurdo Estima-se que mais de 30% da água tratada da cidade é perdida em vazamentos e desvios. Em um comunicado, a Sabesp disse que estava buscando reduzir esses vazamentos. Chegou a oferecer descontos para a população diminuir o consumo de água, enquanto implementa multas exorbitantes para o alto consumo. Racionamento “ainda está em discussão e estudo”, segundo a companhia, mas para as pessoas que já o experimentam, a posição das autoridades tem sido desconcertante, na melhor das hipóteses. “Eu sinto ódio, ódio do governador e da Sabesp”, disse Márcia Oliani, 54 anos, ao jornal americano The New York Times, gerente de finanças de uma galeria de arte que suportou seis dias sem água em seu apartamento. “Eles falharam completamente em nos avisar, e só continuaram a mentir sobre isso ao longo tempo”. A causa da crise Especialistas dizem que as origens da crise vão além da recente seca e incluem uma série de fatores interligados: a onda de crescimento da população da cidade no século 20; um sistema cronicamente com vazamento que espalha grandes quantidades de água antes que ela possa chegar as casas; poluição notória nos rios Tietê e Pinheiros que atravessam a cidade; e a destruição das matas circundantes e zonas úmidas que historicamente embebiam a chuva, lançando-a em reservatórios. O desmatamento na bacia do rio Amazonas, a centenas de quilômetros de distância, também pode ser adicionando à crise da água de São Paulo. Destruir a floresta reduz a sua capacidade de liberar umidade no ar, por sua vez diminuindo chuvas no sudeste do país, de acordo com um estudo recente. O governo também aponta para o aquecimento global. “A mudança climática chegou para ficar”, disse Geraldo Alckmin, o governador do Estado de São Paulo. “Quando chove, chove muito, e quando há seca, é muito seca”. E o pior ainda nem chegou Especialistas em água alertam que a crise ainda poderia estar em seus estágios iniciais, o que significa que o problema da falta em São Paulo, a capital econômica do Brasil, poderia prejudicar ainda mais os esforços para fortalecer a economia nacional. “Eles não atingiram o pior de tudo se não estão usando caminhões-pipa em grandes quantidades”, disse Steven Solomon, o autor de “Água: a luta épica para riqueza, poder e civilização”, comparando a crise com a situação nas cidades da Índia e Paquistão, onde moradores caçam água ou a compram no mercado negro. Em um país onde a água abundante é uma fonte de orgulho nacional, a crise traz questionamentos de uma como cidade global poderosa como essa chegou a este ponto. Ignácio de Loyola Brandão, um escritor cujo romance de 1981 “Não Verás País Nenhum” imaginou uma São Paulo às voltas com a degradação ecológica e escassez crônica de água, disse a repórteres que não se surpreende com os problemas atuais da cidade, citando a relutância de muitas famílias de reduzir o seu próprio consumo de água e o que ele chamou de indiferença com que muitas pessoas no Brasil tratam escândalos ou desastres naturais. “A maioria não fica indignado com qualquer coisa”, disse, “como se estivéssemos passeando confortavelmente em direção a nossa própria morte”. [NyTimes, G1, DCM]

O que é uma Floresta

A definição comum de floresta é qualquer grande área de terra coberta de árvores ou outra vegetação que produza madeira, onde as copas se tocam formando um "teto" verde. Mata, mato, bosque, capoeira e selva são alguns dos nomes populares dados à floresta. Elas podem ser classificadas como: naturais ou plantadas, homogêneas, primárias ou secundárias e ripárias. Serão naturais quando se encontrarem no seu estado original, sem intervenção humana. As plantadas são aquelas intencionalmente produzidas pelo ser humano para atingir um objetivo específico, seja produção ou conservação. Florestas primárias são aquelas que nunca sofreram derrubada ou corte, originais de uma região. Enquanto aquelas que estão em processo de regeneração natural após derrubadas ou alterações pela ação do homem ou de fatores naturais são chamadas secundárias. As florestas homogêneas são florestas plantadas constituídas por apenas uma ou poucas espécies de árvores. As florestas ripárias (ou matas ciliares) são as que orlam um ou os dois lados de um curso d'água. O problema da definição Para tratar de florestas nos meios acadêmico, científico e governamental, é necessária uma definição mais técnica e precisa. O problema em chegar a uma definição única é que definições são criadas para atender a objetivos específicos. Existem mais de 800 definições de floresta em uso no mundo e vários países adotam múltiplas destas definições ao mesmo tempo. Florestas são influenciadas por diversos fatores - como padrões de latitude, densidade de árvores, altura das árvores, temperatura, chuva, composição do solo e atividade humana. A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), por exemplo, considera os aspectos de uso e ocupação do solo, e define floresta como "terreno medindo mais de 0,5 hectare com árvores maiores do que 5 metros de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ [no local]. Isso exclui terra predominantemente sob uso agrícola ou urbano". A UNFCC (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), embora tenha uma definição similar, trata de florestas pelo aspecto de mudanças climáticas: "Floresta é uma área mínima de terra de 0,05-1,0 hectare com cobertura arbórea (ou densidade equivalente) superior a 10-30 por cento, com árvores com potencial para atingir uma altura mínima de 2-5 metros na maturidade in situ [no local]. Uma floresta pode consistir tato de formações florestais fechadas (densas) nas quais árvores de vários estratos e sub-bosque cobrem uma alta proporção do solo quanto de floresta abertas. Povoamentos naturais jovens e todas as plantações que têm capacidade de chegar a uma densidade de 10-30 por cento ou uma altura de 2-5 metros são incluídos como floresta, assim como os terrenos que fazem normalmente parte da área de floresta e são temporariamente desflorestadas, como resultado da intervenção humana, como a colheita ou de causas naturais, mas cuja reversão para floresta seja esperada." As florestas brasileiras Apesar de universais, as definições acima atendem aos propósitos para os quais foram criadas, mas não abrangem as peculiaridades de florestas locais. No Brasil, há vegetações consideradas florestas nos biomas Cerrado e Caatinga, por exemplo, que não preenchem as definições padrão: delas são extraídos recursos madeireiros, frutos, sementes e produtos medicinais. Por isso, com base na definição da FAO, no Brasil, as categorias a seguir também são florestas: Floresta Ombrófila Densa Antes era conhecida como Floresta Tropical Pluvial. O termo Floresta Ombrófila Densa, substitui Pluvial (de origem latina) por Ombrófila (de origem grega), ambos com o mesmo significado "amigo das chuvas". Uma mata sempre verde com dossel de até 50 metros, com árvores emergentes de até 40 m de altura. Possui densa vegetação arbustiva, composta por samambaias, bromélias, palmeiras e trepadeiras. Floresta Ombrófila Aberta É considerada uma área de transição entre a floresta amazônica e as regiões extra- amazônicas. Tem como principais características o maior espaçamento entre as árvores, daí a origem do nome. Chega a passar um período anual de mais de 60 dias sem chuvas. Floresta Ombrófila Mista Também conhecida como Mata-de-Araucária, Floresta com Araucária ou Pinheiral. Seu ecossistema é caracterizado por chuvas durante o ano todo, normalmente em altitudes elevadas, que contém espécies de angiospermas e coníferas. Floresta Estacional Semidecidual Classificadas anteriormente como florestas tropicais subcaducifólias, são resultado de ambientes menos úmidos do que aqueles onde se desenvolve a floresta ombrófila densa, com chuvas intensas de verão, seguidas por um período de estiagem. Floresta típica do ambiente entre a zona úmida costeira e o ambiente semiárido, apresenta como característica importante uma razoável perda de folhas (decídua) no período seco, em metade das árvores que a compõe. Floresta Estacional Decidual Também chamada Floresta Estacional Caducidófila, compreende grandes áreas descontínuas entre a Floresta Ombrófila Aberta e a Savana; a Savana-Estépica e a Floresta Estacional Semidecidual; e, entre a Mata-de-Araucária e a Estepe. Se assemelha à Floresta Estacional Semidecidual, mas a decídua no período seco supera 50% das árvores que a compõem. Campinarana Florestada A Campinarana Florestada é um tipo particular de vegetação presente em fragmentos florestais onde o solo é raso, pobre e rochoso e em áreas planas e alagadas. Apresenta formações de bambus e árvores de médio porte com troncos irregulares que atingem cerca de doze metros de altura. Savana A formação florestal típica do Cerrado, também conhecida como Cerradão e Campo-Cerrado. Suas árvores podem alcançar até 15 metros de altura e se agregam em linhas, formando galerias, daí o nome "Mata de Galeria". As árvores têm folhas reduzidas, muito absorventes e conservam bastante água para suportar períodos de seca. Savana Estépica A formação florestal típica da Caatinga é caracterizada por árvores de 5 a 7 metros de altura, com grossos troncos e galhos bastante ramificados, espinhosos. Elas perdem por completo suas folhas nas épocas secas. http://www.oeco.org.br/

Amazônia absorve menos carbono por morte precoce de árvores

A capacidade da Floresta Amazônica para absorver gases causadores do efeito estufa diminuiu drasticamente, possivelmente porque a mudança climática e as secas estão fazendo mais árvores morrerem, afirmou uma equipe internacional de cientistas nesta quarta-feira (18). A maior floresta tropical do mundo vem assimilando grandes quantidades de dióxido de carbono. As plantas usam o gás, que acumula calor, para crescer, e o eliminam quando apodrecem ou queimam, mas o relatório afirma que essa função de compensação do aquecimento global pode estar ameaçada. O estudo com 321 trechos de partes da Amazônia jamais afetadas por atividades humanas estimou que a quantidade de dióxido de carbono absorvida pela floresta caiu 30%, ou de 2 bilhões de toneladas por ano nos anos 1990 para 1,4 bilhão nos anos 2000. Crescimento e morte mais rápidos – “O crescimento florestal zerou ao longo da última década”, disse o principal autor do relatório, Roel Brienen, da Universidade de Leeds, à Reuters a respeito das descobertas reveladas no periódico científico Nature. Ao mesmo tempo, “a floresta toda está vivendo mais rápido – as árvores crescem mais rápido, morrem mais rápido”. “A absorção líquida de carbono de florestas se enfraqueceu significativamente”, comentou sobre o estudo de quase 100 especialistas. Pela primeira vez, as emissões humanas de carbono na América Latina estão superando as quantidades absorvidas pela Amazônia, informou a Universidade de Leeds em um comunicado à imprensa. Os cientistas disseram não estar claro se o declínio irá continuar e se a tendência se aplica a outras florestas tropicais, como a bacia do Congo ou a Indonésia. As descobertas são uma surpresa, já que alguns modelos de computador indicam que as florestas tropicais podem crescer melhor porque o dióxido de carbono emitido pelo uso humano de combustíveis fósseis age como um fertilizante que se dispersa no ar. Aumento das mortes de árvores – O estudo afirma que a morte acentuada de árvores pode estar ligada a secas severas como a de 2005. Outra possibilidade é que o dióxido de carbono gerado pelo homem esteja fazendo as árvores crescerem mais rápido e morrerem mais cedo, e que só agora o número maior de mortes está se tornando aparente. Se a tendência se mantiver, o panorama da Floresta Amazônica pode mudar. As lianas, da família dos cipós, podem ser algumas das beneficiadas, disse Brienen. Christof Bigler, especialista em florestas do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique, que não participou do estudo, disse que as árvores de crescimento rápido fora dos trópicos muitas vezes também têm um ciclo de vida mais curto. “As árvores de crescimento rápido tendem a ter uma densidade de raiz menor e podem ser mais vulneráveis a ataques de insetos e patógenos”, afirmou ele à Reuters sobre suas descobertas na Suíça e na América do Norte. (Fonte: G1)

Pesquisa com 111 rios brasileiros mostra que 23% têm água ruim ou péssima

Análise do grau de poluição de 111 rios brasileiros, divulgada nesta quarta-feira (18) pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, revela que 23,3% das águas é ruim ou péssima. De acordo com a legislação brasileira, as águas nessa situação não podem sequer receber tratamento para consumo humano ou ser usadas para irrigação de lavouras. Os pesquisadores coletaram água em 301 pontos de rios e mananciais do Rio de Janeiro, de São Paulo, Brasília, Santa Catarina, Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e Distrito Federal, entre março de 2014 e fevereiro de 2015. De acordo com a pesquisa, em 21,6% dos pontos de coleta, a água foi considerada ruim, e em 1,7%, péssima. Em 186 pontos (61,8%), os pesquisadores encontraram água considerada regular e 45 pontos (15%) mostraram boa qualidade. Nenhum dos rios analisados tem água totalmente limpa, segundo o levantamento. A classificação tem como base parâmetros do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Em São Paulo, o número de pontos de coleta com qualidade ruim ou péssima caiu de 74,9% para 44,3% na comparação com o levantamento anterior, feito entre março de 2013 e fevereiro de 2014 No mesmo período, o percentual de amostras com qualidade regular ou boa subiu de 25% para 55,4%. A coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, explica que a seca no estado diminuiu o escoamento para os rios, o que protegeu os cursos d’água da poluição. “Com a seca, os pontos monitorados deixaram de receber resíduos sólidos ou lixo, sedimentos com solos contaminados, fuligem de veículos e materiais particulados”, disse. No Rio de Janeiro, no entanto, a qualidade da água piorou em 2014/2015. O percentual de pontos com água de qualidade ruim subiu de 40% para 66,7% na comparação com o levantamento anterior. A SOS Mata Atlântica atribui a poluição dos rios à falta de investimento em saneamento e tratamento de água, ao desmatamento e à perda da mata ciliar – vegetação nas margens de rios – desses cursos d’água. Para Malu, a qualidade das águas está diretamente ligada à crise hídrica que atinge diversas regiões do país. “O problema não é falta de chuva, é que as águas que existem estão poluídas”, destacou. (Fonte: Agência Brasil)

Cerca de 750 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, mostra ONG

Cerca de 750 milhões de pessoas no mundo vivem sem acesso à água potável, o que resulta na morte de mais de 500 mil crianças por ano, informa comunicado divulgado na quarta-feira (18) pela organização Plan Internacional. Por ocasião do Dia Mundial da Água, que será comemorado domingo (22), a organização não governamental (ONG) de proteção aos direitos da infância lembrou que o recolhimento de água é um trabalho de mulheres e, sobretudo, de crianças, na maioria dos países em desenvolvimento da África, Ásia e América. A falta de água de qualidade e potável “agrava a pobreza dos países em desenvolvimento” e causa “subnutrição e morte”, comenta. “Uma criança morre por minuto devido à falta de acesso à água limpa”, destaca o comunicado. No ano passado, a Plan Internacional investiu mais de 42 milhões de euros em projetos de água e saneamento e na melhoria de instalações sanitárias de mais de 800 mil famílias. “Embora a meta fixada pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de 89% de cobertura de água potável em nível mundial, tenha sido alcançada em 2012, ainda há 45 países que não conseguiram chegar a esse objetivo e não deverão atingi-lo até 2026″, de acordo com os cálculos da ONG. A diretora-geral da Plan Internacional na Espanha, Concha Lopez, garantiu que “o acesso à água potável em uma comunidade melhora de forma decisiva aspectos como a educação e a igualdade de gênero”. Lopez acrescentou que ter um ponto de água próximo de casa “melhora os índices de presença na escola e contribui para o cumprimento de outro ODM: garantir a educação primária universal”. Os programas dessa organização estendem-se a projetos contra doenças como a malária ou a cólera em vários países, como a região de Kayes, no Mali, onde uma de suas iniciativas, financiada pela União Europeia, contribui atualmente para a distribuição de água de qualidade a cerca de 20 mil pessoas. (Fonte: Agência Brasil)

XIXI É USADO COMO COMBUSTÍVEL PARA ILUMINAR BANHEIROS PÚBLICOS

Pesquisadores da Universidade de West England, no Reino Unido, desenvolveram um banheiro que utiliza o xixi para gerar energia. Apesar de ser uma técnica já aplicada em circunstâncias semelhantes, o modelo criado por eles foi pensado, principalmente, para ajudar comunidades isoladas no continente africano. O mictório utiliza uma célula de combustível microbiana para transformar a urina em eletricidade. A tecnologia funciona a partir da utilização de micróbios vivos, que se alimentam da urina para o seu próprio crescimento e manutenção, transformando diretamente o xixi em energia. Além de ter um funcionamento simples, o banheiro ajudaria a levar luminosidade às regiões afastadas na África, ajudando a evitar os ataques a mulheres em campos de refugiados. Um protótipo do mictório já está em fase de testes na universidade e tem se mostrado bem sucedido. A energia produzida é suficiente para manter as luzes acesas sem o auxílio de tecnologias caras e complexas. A eletricidade também seria suficiente para abastecer um aparelho celular. O xixi já foi usado como combustível alternativo no Brasil também. Em 2013, o trio elétrico do AfroReggae, no Rio de Janeiro, instalou mictórios adaptados, onde a urina dos foliões era usada para movimentar um dínamo e gerar energia. Fonte: CicloVivo

Dengue ressurge com força em várias partes do país

Até o dia 7 de março, foram registrados 224 mil casos de dengue no país, um aumento de 162% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 85 mil casos. Embora tenha ocorrido aumento de casos, o número de óbitos caiu 32%, passando de 76 mortes, em 2014, para 52, neste ano. Também houve redução de 9,7% nos registros de casos graves. Em 2015, foram confirmados 102 casos de dengue grave, contra 113 em 2014. O estado do Acre apresenta a maior incidência de dengue, com 695,4 casos por 100 mil habitantes, seguido por Goiás, com 401 casos por 100 mil habitantes, e São Paulo, com incidência de 281 casos por 100 mil habitantes. Chamou a atenção o forte ressurgimento da dengue no município de São Paulo, que registrou 2.438 casos apenas nestes primeiros dois meses de 2015. São 1.883 casos autóctones - contraídos no próprio município - e 555 importados. A quantidade é aproximadamente três vezes maior à registrada no mesmo período do ano passado. Vale ressaltar que o período de maior transmissão da dengue no ano vai de março a maio, de forma que os números devem aumentar. Chikungunya O Ministério da Saúde registrou 1.049 casos autóctones confirmados de febre chikungunya no mesmo período, sendo 459 na Bahia e 590 no Amapá. Em 2014, foram confirmados 2.773 casos autóctones da doença, ou seja, de pessoas sem registro de viagem para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe. Os casos foram registrados nos estados do Amapá, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima. Entre 2014 e 2015, foram confirmados 100 casos importados da doença, de pessoas que viajaram para estes países. Diário da Saúde

Cientistas estão alterando DNA de embriões humanos

Uma série de reportagens e apelos assinados por cientistas de universidades e empresas de biotecnologia está chamando a atenção da imprensa do mundo todo. Nas reportagens, os próprios pesquisadores conclamam uma moratória total nas pesquisas com a manipulação genética de embriões humanos, taxadas por eles como perigosas e antiéticas. Edição genética humana Segundo as revistas Nature e Science, artigos científicos a serem publicados nos próximos dias relatam experimentos com "técnicas de edição genética de precisão", nos quais os cientistas modificaram o DNA de embriões humanos. O assunto foi denunciado pela revista Technology Review, do MIT (EUA), que cita "uma pesquisa ativa em torno de edição das células da linha germinativa, que está ocorrendo na China, na Universidade de Harvard e em uma empresa de biotecnologia de capital aberto chamada OvaScience." Os resultados devem ter assustado os próprios cientistas. Embora as revistas citem apenas "rumores" sobre os experimentos, o processo de publicação científica envolve a chamada "revisão pelos pares", por meio da qual outros cientistas da área avaliam a qualidade dos artigos e dos experimentos antes que os artigos sejam efetivamente publicados. Ou seja, os experimentos e seus resultados já são conhecidos de uma parte da comunidade científica - além, obviamente, dos próprios cientistas envolvidos - embora só devam chegar ao conhecimento público nos próximos dias. E, aparentemente temendo serem acusados de conivência pela opinião pública, esses cientistas e as duas revistas de ciência mais famosas do mundo lançaram o apelo pela moratória. Perigoso para as futuras gerações Em um dos textos publicados pela revista Nature, intitulado "Não editem a linha germinativa humana", cinco pesquisadores da área afirmam que "há graves preocupações com relação às implicações éticas e de segurança dessa pesquisa. Há também medo do impacto negativo que ela poderá ter sobre trabalhos importantes envolvendo o uso das técnicas de edição genômica em células somáticas (não reprodutivas)". Segundo eles, as tecnologias de edição do DNA - que envolvem a ativação ou o silenciamento de genes específicos - têm grande importância para a pesquisa de várias doenças humanas, e que essas técnicas não precisam lidar com as células reprodutoras humanas, que afetam diretamente o bebê a ser gerado e que podem visar aplicação não-terapêuticas, incluindo a "modelagem" de filhos com características específicas. "Em nossa visão, a edição genômica em embriões humanos usando as tecnologias atuais poderá ter efeitos imprevisíveis sobre as futuras gerações. Isto as torna perigosas e eticamente inaceitáveis," afirmam Edward Lanphier e seus colegas. Controle social da ciência O grande problema é que apenas poucos países - cerca de 40 - criaram legislações restringindo ou proibindo a manipulação genética dos embriões humanos. E, se não é proibido, pressupõem os cientistas que continuam com estas pesquisas, então deve ser permitido. Mas a parte da comunidade científica que agora decidiu se manifestar defende que a ética está sendo ferida, com graves riscos para a humanidade. Eles conclamam a sociedade a se manifestar para evitar que o impacto negativo atrapalhe as pesquisas que seguem as regras éticas e são feitas para benefício da raça humana. Um embargo voluntário dos cientistas parece não ser suficiente, a exemplo do que ocorreu em 2011, quando eles manipularam o vírus da gripe aviária para que ele afetasse humanos, uma pesquisa que foi duramente criticada pela Organização Mundial da Saúde - os artigos acabaram publicados. Diário da Saúde

“Alimentos ultraprocessados são ruins para as pessoas e para o ambiente”

Para quem deseja uma boa alimentação, não há saída que não envolva a preparação culinária, defende o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) Carlos Augusto Monteiro, coordenador técnico do novo Guia alimentar para a população brasileira. “Você não precisa cozinhar a própria comida, alguém pode prepará-la para você, mas ela não pode basicamente ser feita pela indústria de alimentos”, argumenta Monteiro. Resultado de parceria entre o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da FSP-USP e o Ministério da Saúde, o guia foi lançado em novembro de 2014, em substituição à edição de 2006. Em vez de trabalhar com grupos alimentares e porções recomendadas, a publicação sugere como base da alimentação os alimentos frescos – como frutas, carnes, legumes e ovos – ou minimamente processados – como arroz, feijão e frutas secas. Recomenda ainda evitar os alimentos ultraprocessados, como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes. Na época de seu lançamento, o guia teve repercussão discreta na imprensa brasileira, mas despertou atenção nos Estados Unidos, recebendo elogios de renomados especialistas na área de nutrição. Em seu blog Food Politics, Marion Nestle, professora da New York University – que, apesar do sobrenome, não tem nenhuma relação com a multinacional suíça –, afirmou que “as orientações são notáveis pelo fato de serem baseadas em alimentos que os brasileiros de todas as classes sociais comem todos os dias e considerarem as implicações sociais, culturais, econômicas e ambientais das escolhas alimentares”. Michael Pollan, professor da University of California em Berkeley, e autor de livros como Food Rules: An Eater’s Manual (2010) e In Defense of Food: An Eater’s Manifesto (2008), disse que “as novas diretrizes brasileiras são revolucionárias” por serem “organizadas em torno de comida (e refeições!), não em torno de nutrientes”. “Os Estados Unidos precisam seguir o exemplo do Brasil: parar de falar sobre nutrientes e começar a falar sobre comida! Este é um documento de referência”, disse o endocrinologista pediátrico Robert Lustig, professor da University of California em San Francisco, conforme reportado pela revista especializada World Nutrition. No mês passado, quando foi divulgada a versão mais atual das diretrizes nutricionais norte-americanas – um calhamaço de 571 páginas recheadas com revisões da literatura científica –, o guia brasileiro voltou a ser destaque nos Estados Unidos. Em uma reportagem no portal Vox, por exemplo, foi apontado como “as melhores diretrizes nutricionais do mundo”. Em entrevista concedida à Agência FAPESP, o pesquisador contou como foi o processo de levantamento das evidências científicas que dão o embasamento teórico ao guia, redigido por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, com a colaboração de especialistas de todo o Brasil. A grande preocupação, destacou Monteiro, foi criar um instrumento útil para qualquer cidadão e não apenas para os especialistas em nutrição. Além de criar uma classificação original para os alimentos com base no grau de processamento, o guia traz informações sobre os impactos ambientais das escolhas alimentares. Fala ainda sobre a importância de um ambiente adequado para as refeições e recomenda que as pessoas comam em boa companhia. A seguir, os principais trechos da entrevista com o pesquisador: Agência FAPESP – Como funciona a nova classificação dos alimentos proposta pelo Guia alimentar para a população brasileira? Carlos Augusto Monteiro – O entendimento de que alimentos processados podem acarretar problemas para a saúde é antigo, mas impreciso, pois não especifica os tipos de processamento e a natureza dos problemas. Para preencher essa lacuna, nosso núcleo de pesquisa na USP criou uma classificação de alimentos baseada no grau de processamento industrial e que contempla quatro grupos. No primeiro grupo, que deve ser a base da alimentação, estão os alimentos in natura, como frutas e hortaliças. São adquiridos para consumo sem qualquer alteração após deixarem a natureza. Também estão incluídos no primeiro grupo os alimentos minimamente processados, aqueles que antes de sua aquisição foram submetidos a alterações mínimas, como grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado. A segunda categoria corresponde a substâncias extraídas de alimentos in natura ou diretamente da natureza e usadas pelas pessoas em preparações culinárias, como óleos, gorduras, açúcar e sal. Essas substâncias, quando utilizadas, em pequenas quantidades, para temperar e cozinhar alimentos in natura ou minimamente processados, propiciam diversidade e sabor às preparações culinárias, sem comprometer sua composição nutricional. No terceiro grupo estão os produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães. O consumo desse grupo deve ser limitado a pequenas quantidades, como acompanhamento, e não em substituição a alimentos minimamente processados e preparações culinárias. A quarta categoria, que deve ser evitada, é a dos alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos e salgadinhos de pacote. Esses produtos são formulações criadas pela moderna indústria de alimentos, com pouco ou nenhum alimento verdadeiro e grandes quantidades de óleo, sal e açúcar, além de muitas outras substâncias. Essas substâncias são derivadas de constituintes de alimentos ou de outras matérias orgânicas e incluem amidos modificados, isolados de proteínas, soro de leite, gordura hidrogenada e todo o grupo dos aditivos químicos. Os aditivos usados na manufatura de alimentos ultraprocessados têm como função prolongar quase indefinidamente a duração dos produtos e torná-los tão ou mais atraentes do que os alimentos verdadeiros. Agência FAPESP – Por que devemos evitar os alimentos ultraprocessados? Monteiro – O ultraprocessamento permite fazer produtos de muito baixo custo e de grande aceitabilidade, durabilidade e conveniência. Isso é conseguido por meio de processos tecnológicos muito sofisticados e uso de ingredientes relativamente baratos, como açúcar, gorduras, sal e aditivos. Além de ter um perfil nutricional intrinsicamente desequilibrado (muito sódio, muito açúcar, muita gordura não saudável), os processos e os ingredientes utilizados no ultraprocessamento levam a produtos que confundem o controle natural da fome e saciedade e que, nesta medida, promovem a obesidade. Primeiro, porque são produtos que contêm grande quantidade de calorias por volume. Segundo, porque, sendo praticamente pré-digeridos e contendo pouca ou nenhuma fibra alimentar, são absorvidos muito rapidamente. Terceiro porque são hiperpalatáveis. De fato, alimentos ultraprocessados são manufaturados para que sejam “irresistíveis” e isso é comumente mencionado na propaganda desses produtos. Por último, há a questão da segurança dos aditivos alimentares. Agência FAPESP – Os aditivos alimentares não são seguros? Monteiro – Embora a indústria só utilize aditivos alimentares legalmente permitidos, as avaliações que geram essas permissões são muito limitadas, não levando em conta efeitos de longo prazo e efeitos de interações entre aditivos. Estudos recentes vêm mostrando, por exemplo, que adoçantes artificiais e emulsificantes, aditivos muito comuns em alimentos ultraprocessados, podem alterar a microflora intestinal e destruir a camada de muco que protege o epitélio intestinal, levando ao aumento do risco de colite, obesidade, diabetes e outras doenças crônicas. Por conta do crescimento exponencial das vendas de alimentos ultraprocessados, há centenas de novos aditivos entrando no mercado todos os anos. Mesmo que apenas uma proporção ínfima desses aditivos seja prejudicial à saúde, as consequências para a saúde pública podem ser muito graves. É urgente que haja uma regulação mais criteriosa dos aditivos alimentares. Agência FAPESP – O guia também aponta desvantagens ambientais do consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, certo? Monteiro – O ultraprocessamento de alimentos é muito ruim para o ambiente também, pois gera uma grande quantidade de resíduos sólidos e requer maior consumo de água e de energia em comparação aos alimentos minimamente processados. Também representa risco à diversidade de espécies. Como a lógica da indústria é reduzir custos, compram apenas um tipo de laranja, um tipo de milho ou de soja. Quando consumimos diretamente os alimentos, percebemos a diferença entre, por exemplo, variedades de laranjas, de feijões ou de batatas. A cultura culinária garante a perpetuação dessa variedade. Já quando consumimos formulações industriais feitas com base em substâncias extraídas dos alimentos, não conseguimos notar diferenças. Por exemplo, quando a formulação é feita com base em amido, não há diferença se este amido vem de um ou outro tipo de milho ou mesmo se vem do arroz ou da soja. Dentre os alimentos minimamente processados, o impacto ambiental não é homogêneo e, neste sentido, o guia recomenda que a alimentação esteja baseada em uma variedade de alimentos de origem vegetal, que são os de menor impacto ambiental, e que as carnes vermelhas, em particular, sejam consumidas em pequenas quantidades. Agência FAPESP – Por que julgaram importante incluir orientações sobre o ambiente onde se come e sobre o comer acompanhado? Monteiro – Quando comemos sozinho, é maior a probabilidade de ligar uma televisão ou pegar um jornal para ler. Há estudos que mostram que o comer sem prestar atenção na comida (mindless eating, no idioma inglês) prejudica os sensores naturais que nos indicam que a quantidade do que comemos já é suficiente. Quando se compartilha a refeição com mais pessoas, ampliamos naturalmente a variedade de alimentos, que é essencial para a boa alimentação. E também reduz custo. Se cada um come sozinho, a opção mais econômica pode ser comprar algo pronto e pôr no micro-ondas. Essas orientações não são comuns nos guias alimentares e por isso o guia brasileiro tem atraído tanta atenção. Agência FAPESP – Como foi o processo de elaboração do guia? Monteiro – O processo de elaboração levou três anos e envolveu uma interação contínua e profícua entre os técnicos do Ministério da Saúde e os pesquisadores do nosso núcleo na USP. Ao longo deste processo, pudemos contar com a colaboração de muitos especialistas em áreas como nutrição, antropologia, epidemiologia, ciência de alimentos e jornalismo. Caprichamos muito na comunicação, pois a ideia era alcançar diretamente as pessoas. Essa é outra característica que faz esse guia ser diferente dos demais. Ele não é feito para profissionais de saúde, mas para todas as pessoas. Claro que profissionais de saúde, em particular nutricionistas, serão fundamentais na disseminação do conteúdo do guia, mas a premissa que adotamos foi a de que as pessoas precisam aumentar sua autonomia no que se refere à escolha dos alimentos. O processo de construção do guia foi muito rico, envolvendo oficinas com a participação de especialistas de todo o Brasil, associações profissionais, associações de defesa dos consumidores, organizações não governamentais, além de uma consulta pública da qual emergiram mais de 3 mil comentários e sugestões, que foram intensamente utilizados na versão final do guia publicada pelo Ministério da Saúde. Agência FAPESP – Como foi a contribuição da FAPESP para a elaboração do guia? Monteiro – Muito importante. Por exemplo, nosso principal especialista em antropologia foi o canadense Jean Claude Moubarac, que veio ao Brasil com uma Bolsa de pós-doutorado da FAPESP. Como parte do projeto de doutorado de Maria Laura da Costa Louzada, avaliamos o impacto do consumo de alimentos ultraprocessados sobre a qualidade da dieta brasileira em macro e micronutrientes e os resultados dessa avaliação foram fundamentais para orientar as principais recomendações do guia. A colaboração de Carla Adriano Martins, outra bolsista de doutorado da FAPESP foi essencial em outro componente inovador do guia brasileiro: basear as recomendações em refeições reais efetivamente praticadas pela população brasileira, utilizando fotografias do desjejum, almoço e jantar dessa população. Durante a fase final de elaboração do guia, a FAPESP ainda concedeu uma bolsa de pós-doutorado à colombiana Diana Celmira Parra Perez, interessada em levar para o seu país a experiência brasileira. Agência FAPESP – O guia brasileiro tem sido apontado por jornalistas e especialistas norte-americanos como um exemplo. O que ele tem de diferente em relação ao guia recentemente lançado nos Estados Unidos? Monteiro – O guia norte-americano em vigência, que é de 2010, dá grande valor, ou às vezes valor exclusivo, às evidências científicas obtidas por ensaios clínicos totalmente controlados, como se faz quando as autoridades de saúde devem fazer recomendações sobre novos medicamentos, novas vacinas ou novas modalidades de técnicas cirúrgicas. Quando se faz isso com a comida, é preciso reduzir a alimentação aos nutrientes individuais que dela fazem parte, como proteínas, ferro, vitaminas, fibras. Vou exagerar para que fique mais claro. Quando o guia alimentar dos Estados Unidos orienta o consumo de uma certa quantidade de um determinado alimento é porque este consumo propicia uma certa quantidade de um determinado nutriente que se mostrou protetor de uma determinada doença em vários ensaios clínicos controlados. O problema é que este enfoque restringe muito as dimensões da alimentação e os mecanismos que a relacionam à saúde. A relação, por exemplo, entre alimentação e obesidade envolve o conteúdo de gordura na alimentação, mas também o de fibras, a densidade energética do alimento, o sabor, a textura, a atenção no comer etc. As dimensões culturais, sociais e ambientais da alimentação, que direta ou indiretamente também influenciam a saúde são esquecidas. A nova proposta do guia americano, recentemente colocada em consulta pública, traz vários avanços e admite que as dimensões culturais, sociais e ambientais da alimentação devem ser levadas em conta nas escolhas alimentares. Mas ainda não é um instrumento que seja útil para as pessoas em geral. Da forma como foi elaborado, fica restrito a estudiosos da nutrição, que terão de fazer a transmissão e a tradução do conhecimento. Já o guia brasileiro pretende informar as pessoas diretamente. Agência FAPESP – A pirâmide alimentar foi definitivamente abolida? Monteiro – A pirâmide já havia sido abolida na versão do guia norte-americano de 2010, que apresentava um modelo de prato ideal, com um quarto ocupado por frutas, um quarto por hortaliças, um quarto por grãos e o quarto final por alimentos fontes de proteína, como feijões, carne, peixes e ovos, além de um copo de leite ao lado do prato. O problema é que 60% das calorias consumidas pelos norte-americanos correspondem a produtos ultraprocessados e não há uma orientação clara sobre o consumo desses alimentos. A questão do processamento dos alimentos acaba ficando escamoteada no guia americano. Quando ele recomenda o consumo de grãos, admite o consumo de produtos ultraprocessados como “cereais matinais”, muitas vezes contendo mais açúcar do que qualquer cereal. Mesmo quando o guia americano refere a preferência por cereais integrais, ele acaba admitindo biscoitos feitos com farinha integral misturada a açúcar, gordura hidrogenada e outras substâncias e aditivos. Já o guia brasileiro deixa claro que é preciso evitar todo o tipo de alimento ultraprocessado e, para tanto, não se pode abrir mão da preparação caseira dos alimentos. Afinal, alimentos ultraprocessados são feitos para substituir preparações culinárias. Felizmente, no Brasil, diferentemente dos Estados Unidos, a maior parte das pessoas ainda se alimenta de alimentos minimamente processados e preparações culinárias feitas com esses alimentos. E o guia brasileiro quer contribuir para que isso não se modifique. Agência FAPESP – A dieta da população brasileira caminha no sentido de se parecer com a da população norte-americana? Monteiro – Estamos em um momento de transição. Nossos estudos populacionais sobre a dieta brasileira mostram que em 2009 a proporção de alimentos ultraprocessados consumidos no Brasil correspondia a 28% do total de calorias. Em 2003 era 23% e nos anos 1980 era menos do que 20%. Esse consumo está crescendo muito, mas ainda hoje 70% das calorias que o brasileiro consome vêm de alimentos minimamente processados e de preparações culinárias. Ainda estamos “do lado de cá” e por isso o guia alimentar é muito importante. É importante levar informação, pois muitas pessoas não têm ideia das implicações de suas escolhas alimentares. Talvez saibam em parte, no que se refere ao impacto sobre a saúde. O guia mostra porque o consumo de alimentos ultraprocessados é ruim também para a sociedade, para o ambiente e para a biodiversidade. Mas sabemos que não basta apenas informar a população. O guia deixa clara a importância de políticas públicas que amparem as escolhas alimentares saudáveis, como a taxação e o controle da publicidade dos produtos ultraprocessados. Mas essas medidas só vão ser aprovadas quando houver demanda da sociedade. Agência FAPESP – Que tipo de políticas públicas seriam necessárias? Monteiro – A primeira delas seria regular o marketing dos alimentos ultraprocessados. No Brasil, o fator que mais faz aumentar o consumo desses produtos nem é tanto o preço, pois o custo da caloria que vem dos alimentos ultraprocessados ainda é maior do que a caloria de um alimento in natura e das preparações culinárias. Na Inglaterra, por exemplo, é o oposto e por isso lá quem cozinha é a elite. No Brasil, o principal responsável pela ampliação no consumo de ultraprocessados é o marketing sofisticado, que é muito caro, mas muito eficiente e ao alcance das empresas transnacionais que dominam o lucrativo mercado dos ultraprocessados. Essas empresas investem, como a indústria do cigarro fez no passado, de forma a glamorizar o alimento ultraprocessado e as redes de fast-food. O alvo principal é o jovem. O jovem que não participa desse consumo sente-se mal, inferior. Vários países estão regulando o marketing de ultraprocessados: França, Suécia, Canadá. Se o alimento tem muito açúcar, muito sal ou muita gordura, não pode anunciar, sobretudo para criança e para adolescente. A segunda questão é a da oferta. São necessárias políticas para garantir o acesso, políticas de abastecimento, e o Brasil está fazendo bastante coisa nessa área, mas pode fazer mais. A alimentação escolar de qualidade e baseada em alimentos minimamente processados é um dos destaques mais festejados da política brasileira de alimentação e nutrição. O terceiro fator é a política fiscal. É preciso taxar sobretudo alguns alimentos ultraprocessados. Esse tipo de política funciona e reduz o consumo. O México, um dos países com maiores taxas de obesidade e de diabetes de todo o mundo, começou no ano passado a taxar todas as bebidas adoçadas e todos os snacks com alto teor de açúcar e gordura. Outro ponto possível é oferecer algum tipo de subsídio para alimentos naturais mais caros, como hortaliças. Talvez melhor ainda seja reforçar o apoio aos pequenos agricultores, dar assistência técnica. É importantíssimo proteger a agricultura familiar, pois é ela que produz a nossa comida e, nessa área, as políticas públicas brasileiras são também muito elogiadas. * Publicado originalmente no site Agência Fapesp.

Poluição do ar pode ter relação com aumento de casos de AVC, diz estudo

Um novo estudo divulgado nesta segunda-feira (16) sugere que a poluição do ar tem relação com um possível estreitamento das artérias carótidas, responsáveis por transportar o sangue arterial do coração para o cérebro. O entupimento delas pode provoca um acidente vascular cerebral (AVC). Pesquisadores do Centro Médico Langone, hospital da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisaram registros de mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut. Com os dados, eles descobriram que quem vivia em endereços com maior presença de poluição particulada ficou mais propenso ao estreitamento de suas artérias carótidas internas em relação a quem vivia em áreas menos poluídas. A análise foi feita entre os anos de 2003 e 2008, com a ajuda de índices de poluentes obtidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA). As principais fontes de emissões do material particulado são os veículos automotores, processos industriais e queima de biomassa. Esses agentes contaminantes causam danos graves à saúde, segundo cientistas. O material particulado (que tem a sigla em inglês PM2,5) é uma denominação para um conjunto de poluentes como poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que fica suspenso na atmosfera por causa do seu tamanho pequeno. As principais fontes de emissões desse tipo de material são os veículos automotores, processos industriais e queima de biomassa. Esses agentes contaminantes causam danos graves à saúde, segundo cientistas. Menos poluição, menos risco – De acordo com o pesquisador Jeffrey Berger, da Divisão de Cardiologia da Universidade de Nova York, os dados reforçam a possibilidade de que a poluição do ar diária pode representar um alto risco de AVC, além dos fatores de risco tradicionais como a pressão arterial alta, colesterol, diabetes e tabagismo. As duas artérias carótidas internas estão situadas em ambos os lados do pescoço e fornecem sangue ao cérebro. Normalmente, o AVC resulta do acúmulo de placas nessas artérias. Segundo Jonathan Newman, cardiologista que liderou a investigação científica, ainda não é possível estabelecer a influência direta da poluição, mas a análise sugere que a hipótese de que a redução dos níveis de contaminação do ar influencia na queda da incidência de problemas nas artérias carótidas e, consequentemente, possíveis episódios de AVC. (Fonte: G1)

Em busca dos felinos dos Pampas, tragédia e superação

O Pampa brasileiro se caracteriza por campos intermináveis em terreno ondulado, que se perdem no horizonte, e que nunca chamaram muito a atenção quando comparados a biomas de florestas exuberantes. Mas o Pampa não é somente uma planície extensa e monótona, como a maioria imagina: é um bioma cheio de vida, com características ricas e variadas. Existem serras, morros rupestres e coxilhas, entremeados com banhados, afloramentos rochosos com vegetação xerófita, butiazais, matas ciliares, matas de encosta, entre outras paisagens naturais. A biodiversidade da região é surpreendente. Um exemplo disso é o fato de que o Rio Grande do Sul é o estado de maior diversidade de felídeos do Brasil, e isto graças ao Pampa, única região onde o gato-do-mato grande (Leopardus geoffroyi) é encontrada. Foi no coração deste bioma brasileiro que eu – com muito orgulho – nasci, no município de Alegrete, no sudoeste do Rio Grande do Sul. Com mãe bióloga, pai agrônomo (e ambientalista) e uma propriedade familiar na Serra do Caverá, desde criança tive acesso à cultura regional, ao próprio Pampa e à literatura sobre ele. Os gatos sempre me fascinaram, desde os domésticos até os grandes felinos dos documentários. Mas quando descobri, aos oito anos – no livro do Flávio Silva, Mamíferos do Rio Grande do Sul, e pelas histórias de meus avós e dos peões da fazenda – que havia gatos-do-mato ali no campo, tão próximo de onde brincava. Isso me deixou muito curiosa. Fiz faculdade de Ciências Biológicas pensando que um dia poderia voltar às minhas raízes e estudar aqueles gatos que me intrigavam tanto. Durante a graduação, fiz minha Iniciação Científica com o Prof. Eduardo Eizirik e com a Dra. Tatiane Trigo. Foi ali que tive meu primeiro contato com Leopardus geoffroyi. E agora, no meu doutorado, com a ajuda de colaboradores e amigos como Peter Crawshaw, Fábio Mazim, Tatiane Trigo, José Bonifácio Soares, Caroline Espinosa, Fabiana Rocha, Diego Queirolo, Ana Paula Albano, Carlos Benhur Kasper, Felipe Peters e claro meu orientador, Eduardo Eizirik, estou realizando este sonho. Para completar, dentro das terras da minha família, na Fazenda Cerro dos Porongos. Mudei toda minha vida para isso: havia casado recentemente e, com meu marido, comprado um apartamento em Porto Alegre. No momento que soubemos que eu havia passado no doutorado e meu projeto aprovado para fazer o estudo em Alegrete, fechamos o apartamento, pegamos nossas gatas, fiz auto-escola e tirei a carteira de motorista, paguei a entrada de um carro com minhas economias e ele pediu transferência de trabalho para a cidade mais próxima. E aqui estamos, felizes na Fronteira Oeste.
É difícil começar algo do zero, quando pouco se sabe sobre a espécie-foco, a área nunca foi estudada, quando se pertence a um laboratório de genética e deve-se comprar equipamentos de ecologia, materiais para registros fotográficos, capturas, medicamentos, marcações, material para monitoramento, etc. E, claro, angariar recursos financeiros para tal. Além disso, arrumar acomodação, comida e transporte para a equipe, tudo isso com pouquíssima experiência em todos estes itens. Achei que o mais difícil neste estudo seria começar do zero e conseguir capturar os gatos. Engano meu. No 14° dia da primeira campanha, graças a um local maravilhoso encontrado pelo Fábio Mazim, capturamos o primeiro gato do estudo, a Bragadinha do Caverá. O nome é em homenagem a uma L. geoffroyi melânica que o Fábio e o José Bonifácio [Bona] monitoram há anos, em Arroio Grande. Bragadinha parecia um filhote, mas já era uma gata bem madura, porém pequenina, uma mini-gata. Foi um momento de êxtase, ela era linda e estava super bem. Comecei a monitorá-la e ela também aparecia nos vídeos das armadilhas-fotográficas. Um mês e meio depois começamos uma nova campanha de captura, no qual, logo no início pegamos o Porongo, um belo macho melânico. Poucos dias depois capturamos outro macho melânico, o Castelhano, um adulto-jovem, lindo como o Porongo, porém mais esbelto. Estava tudo dando certo. No dia seguinte fomos fazer nossa revisão nas câmeras e o Bona ligou o receptor para ouvir a Bragadinha. Foi o som da tristeza: sinal de mortalidade... Revisamos as armadilhas e partimos a procura da "nossa" pequenina. Ela estava morta, entocada numa cavidade entre as raízes de uma grande árvore. Ficamos tristes, doeu muito. Eu passava quase 24h dos meus dias a seguindo e de repente ela estava morta. Fomos então ouvir o Porongo, que havia demostrado problemas no sinal da coleira. Mas nada, sumiu. Pelo menos, captamos o sinal do Castelhano e com ele parecia estar tudo bem, pois encontramos o local onde estava. Voltamos tristes para a sede. Era Copa do Mundo, a televisão não funcionava bem e era branco e preto. Os peões da fazenda nos avisaram que era dia de jogo do Brasil. Os guris estavam se preparando para ver o jogo, quando me bateu uma má sensação. Disse que iria ao campo monitorar o Castelhano e eles, parceiros, desistiram do jogo e me acompanharam. Foi quando uma "bomba" nos atingiu: Castelhano apresentou sinal de mortalidade. Não era real, não podia! Tudo no mesmo dia. Sim, ele estava morto, encontramos seu corpo próximo à propriedade de um lavoreiro. O Fábio foi conversar com ele, pois eu não tinha condições. O lavoreiro contou que os cachorros de seu cunhado mataram o Castelhano. Eu não conseguia respirar, o Bona vomitava, e nos três chorávamos sem parar. Este, com certeza, foi o dia mais triste de minha vida. E me dói escrever sobre ele. Refleti, conversamos bastante, em alguns momentos concluímos que era melhor parar de trabalhar com os gatos, em meio a tamanha desgraça. Mas conversamos com a Tatiane, Eduardo e com a minha mãe. Eles falaram a mesma coisa. Não se sabe como é a vida destes gatos nesta região e em muitas outras. Agora, sabemos que não vivem bem e estão cercados de ameaças. A necessidade de levantar dados é imensa. Volta por cima Passados uns dias, chegaram mais membros da equipe, e a empolgação deles nos trouxe esperança, embora o clima ainda fosse de enterro. No último dia da campanha, a alegria começou a retornar com a captura da Parrilla, toda pintada! Esta gatinha está trazendo dados importantes para a conservação da sua espécie. Até o momento é a gata mais monitorada do estudo com 115 pontos registrados. Seu ambiente é alagado, cheio de banhados, onde há muitos roedores. Já a visualizei várias vezes. A Parilla já deu cria e parece estar com a barriga grandinha de novo. Foi ela quem me deu energias para continuar.
Agora aprendi, sei que posso passar por momentos de tristezas no futuro e que terei que enfrentar minhas ansiedades e decepções. Mas quem lida com vida tem que saber lidar com morte. Voltando aos gatos, depois da Parrilla veio o Carreteiro, um macho que já foi capturado quatro vezes. Ele é nervosinho e extremamente curioso. Aparece com frequência em registros de armadilhas-fotográficas. E a mais recente captura foi a de Coraçãozinho, uma gatinha com fenótipo bem característico de Leopardus geoffroyi. Parece que pegaram um pincel e fizeram pontinhos pretos na sua pelagem de fundo bem acinzentado. Ela parece fácil de monitorar e habita um ambiente de mata ciliar com afloramentos rochosos, bem distinto da Parrilla. Atualmente, visito áreas rurais e converso com proprietários sobre felinos. Também fui entrevistada na rádio da cidade sobre eles. Quando tem dúvidas, as pessoas da região me procuram e isso é muito bom, pois é educação ambiental para eles e rural para mim. Eles têm interesse e gostam dos felinos. Afinal, são espécies-bandeiras, que chamam atenção por sua beleza e ferocidade. Quero mais, quero criar cartilhas, fazer palestras e levar o encantamento do mundo dos gatos para a casa e coração das pessoas que fazem do Pampa este lugar incrível. http://www.oeco.org.br/

Estes seis alimentos podem causar overdose

Sempre que se ouve falar em overdose, a primeira associação que vem à lembrança é o abuso de drogas opiáceas, mas, surpreendentemente, dá para sofrer overdose de coisas mais triviais. Vale lembrar que “overdose” significa a ingestão de uma substância em uma quantidade superior à que é segura. Isso pode causar uma intoxicação leve ou mesmo levar à morte, dependendo da severidade da overdose. Alcaçuz Recentemente, um estudo de caso foi publicado no Pediatic Neurology descrevendo um menino italiano que foi internado com convulsões, dores de cabeça e pressão alta. Depois de uma semana no hospital, os médicos notaram que os dentes do menino estavam pretos, o que acabou revelando a causa dos sintomas: intoxicação por alcaçuz. O moleque havia comido 20 balas de alcaçuz, que são pretas, por dia, nos últimos quatro meses. A raiz do alcaçuz contém ácido glicirrízico, 50 vezes mais doce que o açúcar. Ela tem sido usada como remédio nos últimos 4.000 anos ou mais, no tratamento de hepatite crônica, inflamação, úlceras, lesões no fígado e até mesmo viroses. Só que, ao ingerir tanto alcaçuz, o menino sofreu uma intoxicação. Encerrado o consumo excessivo, ele voltou ao normal. Cafeína A cafeína é objeto do maior abuso no mundo. Muita gente bebe diariamente café ou chá, e não uma, mas várias vezes por dia. Só que a ingestão de mais de 600 a 900 miligramas diariamente resulta em overdose. Para se ter uma ideia, um café (350 ml) Blonde Roast do Starbucks contém 260 mg. E o que acontece se você sofrer uma overdose de café? Bom, você vai para o hospital com arritmia cardíaca, agitação, vômitos, tremores musculares, insonia, ansiedade e dores de cabeça. Se você não tomar cuidado, pode entrar em coma e até morrer. Peixe O peixe sempre foi considerado um alimento saudável, só que um estudo de 2010 descobriu que o atum contém metilmercúrio, um contaminante comum em regiões industrializadas.Se você acha que não tem nada de mais, saiba que a overdose de metilmercúrio pode causar danos cerebrais permanentes. Para saber se o consumo é excessivo, é preciso saber de onde o peixe veio, quanto dele você come e qual sua massa corporal. A recomendação geral, no entanto, é não mais que 170 gramas, ou um filé por semana. Tomates e batatas Este tipo de overdose é mais teórico que prático. O consumo excessivo de tomates e batatas pode causar envenenamento por solanina, só que para chegar a se intoxicar você precisa comer 67 batatas em uma sentada.Ou então comer a batata que contém aquela parte “verde”, que contém a maior parte da solanina, que por sua vez não é eliminada no cozimento. No tomate, as folhas e os galinhos são as partes que contém mais solanina, e devem ser retirados da fruta antes do consumo. Cenouras, laranjas, morangos Um dos elementos comuns a estes alimentos é a vitamina C, e esta também pode causar intoxicação. É muito fácil chegar a uma overdose, pois o corpo humano só é capaz de processar 2.000 miligramas por dia. Se você está tomando um suplemento vitamínico e também ingere estas frutas, pode acabar tendo uma overdose, que vai causar vômitos, azia, dor de cabeça, cálculos renais e problemas digestivos como cólicas e diarreia. 11,9 mg/kg de vitamina C pode te matar, mas é isso muita vitamina, mais um caso de dose letal teórica. Água Aparentemente, não tem nada mais inócuo que a água. No entanto, em 2007 uma mulher morreu de intoxicação por água durante um concurso promovido por uma rádio e, em 2005, um estudo mostrou que cerca de 13% dos maratonistas da Maratona de Boston tinham níveis extremamente baixos de sódio no sangue. O consumo excessivo de água causa uma condição conhecida como hiponatremia, que é o baixo nível de sódio no sangue, e os sintomas incluem cefaleia, apatia ou agitação, desorientação, náusea, vômito e cãibras. Como vimos, uma overdose de água pode facilmente matar alguém. [DNews]

Conferência da ONU pede atuação contra mudança climática

Representantes de todo o mundo reunidos na conferência da ONU sobre prevenção de desastres destacaram neste domingo a necessidade de abordar a questão da mudança climática para reduzir o impacto dos desastres e promover o crescimento sustentável. Durante a sessão plenária da conferência, que começou no sábado (14) na cidade japonesa de Sendai e irá até quarta-feira, a secretária francesa de Desenvolvimento e Francofonia, Annick Girardin, disse que a mudança climática é responsável por mais de 80% do prejuízo causado pelos desastres naturais. A conferência de Sendai é “sobretudo uma chamada à lucidez, porque já não é possível ignorar o caos climático”, assinalou Girardin. A situação piorará se a comunidade internacional não for capaz de chegar a um acordo sobre a redução da emissão de gases durante a conferência sobre mudança climática que acontecerá no final de ano em Paris, advertiu a secretária. “A redução do risco de desastres deve estar estreitamente integrada com o desenvolvimento”, destacou o ministro sul-coreano de segurança pública, Park In Yong. A conferência é também vista pela comunidade internacional como uma oportunidade importante para melhorar a solidariedade mundial meses antes da realização da cúpula que adotará a agenda de desenvolvimento a partir de 2015. Paralelamente à sessão plenária, neste segundo dia da conferência, houve uma sessão ministerial para discutir como melhorar a reconstrução das comunidades após os desastres. (Fonte: G1)

O que é a Economia Verde

A Economia Verde é definida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma ou UNEP, em inglês) como "uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica". Ela tem três características principais: baixa emissão de carbono, eficiência no uso de recursos e busca pela inclusão social. A expressão “economia verde” substituiu o conceito de “ecodesenvolvimento” usado pelo canadense Maurice Strong, primeiro diretor-executivo do Pnuma e secretário-geral da Conferência de Estocolmo (1972) e da Rio-92. Com base no Relatório Bruntland de 1987, a partir da Rio-92, a expressão “economia verde” foi aceita oficialmente pela comunidade internacional e popularizada no mundo. Depois da conferência, a expressão foi absorvida por governos, empresas e pela sociedade civil, e empregada na formulação e execução tanto de políticas públicas quanto de iniciativas privadas ligadas à responsabilidade socioambiental. A fórmula para uma economia verde inclui: oferta de empregos, consumo consciente, reciclagem, reutilização de bens, uso de energia limpa e valoração da biodiversidade. Espera-se que seus resultados sejam a melhoria qualidade de vida para todos, diminuição das desigualdades entre ricos e pobres, conservação da biodiversidade e preservação dos serviços ambientais. Críticas A ideia de valorar o meio ambiente através de mecanismos tradicionais de mercado tem críticos severos em ONGs e entre acadêmicos, que consideram a Economia Verde um outro nome para o chamado ambientalismo de mercado. Talvez a principal crítica seja a negação da possibilidade de se atribuir valores monetários a bens naturais, como árvores, fauna, água, ar. Se os bens naturais podem ser valorados em dólares ou reais, então, é possível fazer operações de compensação ambiental em que uma área natural ou recursos naturais destruídos podem ser compensados por outras áreas e recursos. Para os críticos, isso não é razoável, pois seria: impossível comparar com precisão o valor natural de um local com o valor natural de outro, pois cada um deles é único. Um exemplo que serve tanto de aplicação da Economia Verde como para os seus críticos é o caso das Cotas de Reserva Ambiental (CRA), que se baseia no conceito de compensação. http://www.oeco.org.br/

sábado, 14 de março de 2015

Brasil tem 340 cidades com risco de surto de dengue, informa ministério

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou nesta quarta-feira (12) que há 340 municípios brasileiros em situação de risco de surto dengue e outros 877 estão em situação de alerta para novas infecções. Segundo o governo, até 7 de março foram registrados 224,1 mil casos da doença no país, aumento de 162% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 85.401 ocorrências. O ministério informou ainda a queda de 31,5% no número de mortes entre 2014 e 2015. Entre 1 de janeiro e 7 de março do ano passado morreram 76 pessoas. No mesmo período de 2015, foram 52 óbitos. As informações integram o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e foram divulgadas em coletiva em Brasília. A pesquisa foi feita com base em 1.844 cidades que se voluntariaram a participar da coleta. Municípios que detectaram focos de dengue em 1 a cada grupo de 100 prédios são incluídos na categoria “satisfatório”. Acima de 1 até 3,9 foram enquadrados na categoria “alerta”. As cidades com índice acima de 4, entram no nível de “risco de surto de dengue”. Cuiabá (MT) é a única capital na última categoria. Outras 18 capitais foram incluídas na categoria de alerta: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Brasília foi considerada satisfatória, assim como João Pessoa (PB) e Teresina (PI). Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) Natal (RN) e Rio Branco (AC) não apresentaram dados. Chioro destacou ainda a redução de 9,7% no número de casos graves da doença em relação a 2014. “Houve [também] uma diminuição de internações nesse período por dengue de 44%. E, apesar de haver 31,5% a menos de óbitos, eles estão ocorrendo, e é fundamental reforçar o conjunto de ações que já constam no plano de contingência.” Recorde foi em 2013 – O coordenador-geral do Programa Nacional de Combate à Dengue, Giovanni Evelin Coelho, disse que, apesar do aumento detectado, os dados são positivos se comparados a 2013, ano considerado o mais epidêmico em relação à história de dengue no país. “Em relação a 2013, tivemos redução de 47%. Tudo leva a crer, embora tenhamos ainda abril e maio, é que a perspectiva de um cenário parecido com o de 2013 seja remota”, declarou. Já sobre chikungunya, foram 1.049 casos confirmados até 7 de março, contra 2.773 casos em 2014. A tendência, para o ministério, é de menos transmissão da doença. “É uma transmissão ainda muito localizada, no estado do Amapá no município de Oiapoque, e no estado da Bahia”, completou Coelho. Para reforçar o combate aos focos do mosquito vetor das doenças, o Ministério da Saúde repassou R$ 150 milhões para as secretarias de Saúde de todos os estados do país. Além disso, realizou capacitação à distância, disponibilizou um telefone 0800 para que profissionais de Atenção Básica pudessem tirar dúvidas e elaborou um plano de contingência nacional. O ministro falou sobre a importância de a população se envolver e adotar 15 minutos para erradicar os focos do mosquito em casa e dos profissionais de saúde estarem habilitados a reconhecer os sintomas das doenças. “A dengue não deve e não pode matar”, afirma. (Fonte: G1)

Gripe aviária H7N9 pode se transformar em pandemia, diz estudo

O segundo surto da gripe aviária H7N9 na China pode ter potencial para se transformar em uma pandemia, a menos que se estabeleçam as medidas de controle necessárias, indica estudo publicado nesta quarta-feira pela revista britânica “Nature”. A nova epidemia do vírus, que causou mais de 100 mortes entre humanos, se espalhou através dos mercados de aves vivas da China e, por isso, poderia se estender para outros países caso não haja iniciativas para combatê-la. O estudo, liderado por Yi Guan, da Universidade de Hong Kong, identificou um grande número de variantes genéticas nos frangos de criadouros em todo país, provavelmente devido ao movimento das aves nas rotas comerciais. “O H7N9 é um novo tipo da gripe aviária gerada por uma recombinação entre os vírus dos patos domésticos e os da gripe H9N2 que circulavam nos frangos”, explicou o cientista. O segundo surto do H7N9, que começou no final de 2013, registrou 310 contágios entre humanos e mais de 100 mortos, o que representa mais do que o dobro de vítimas em relação ao primeiro. Ressurgimento do vírus – A equipe de pesquisadores estudou a evolução e a propagação do H7N9 para entender como o vírus ressurgiu, como poderia se desenvolver e ameaçar à saúde pública. “Temos realizado uma vigilância da gripe aviária e da rotina das aves nos mercados de 15 cidades em cinco províncias da China”, explicou Guan, pedindo medidas de controle para conter a propagação. Para os cientistas, o comércio de aves vivas deveria ser interrompido na China. Além disso, eles propõem a proibição do transporte inter-regional de animais durante o surto. “Se deve evitar a exposição ou o contato com frangos vivos, já que o vírus não mostra sintomas nesse tipo de aves. Não dá para saber quando o animal está infectado”, disse Guan. Até o momento a gripe aviária H7N9 afeta somente a China, mas pode chegar em outros países caso as autoridades continuem permitindo a propagação. A Organização Mundial de Saúde define como “preocupante” a doença causada pelo vírus H7N9, considerado como grave na maioria dos casos de contágio registrado em humanos. Foram registrados no ano passado na China os primeiros contágios no mundo entre humanos de três variantes da gripe aviária: H10N8, H6N1 e H7N9, a mais mortífera entre elas. (Fonte: G1)

Fratura pode ser primeiro indício de osteoporose

Fraturas no punho e tornozelo são comumente associadas a pequenas quedas ocasionadas no dia-a-dia, entretanto, essa ocorrência pode ser um primeiro indício de que a saúde de seus ossos não está muito bem. O alerta é da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT, que inicia uma campanha nacional para mostrar que uma simples queda não deveria provocar a fratura de um osso, caso ocorra, deve-se buscar a causa e não apenas cuidar da fratura. A questão em debate não é apenas para os pacientes, mas também para os especialistas em traumas que, muitas vezes se preocupar em reparar o dano das fraturas, mas não realiza o encaminhamento do paciente para um especialista em osteoporose avaliar se existe algum problema a ser tratado. Nesse tipo de avaliação prévia do problema, medicação e algumas simples mudanças nos hábitos de vida podem ser eficazes no tratamento e recuperação dos pacientes. Na visão de Márcio Passini, do Comitê de Doenças Osteometabólicas da SBOT, o sedentarismo, a alimentação inadequada e falta do hábito de tomar sol têm prejudicado a qualidade de vida do jovem e favorecido a ocorrência prematura de problemas relacionados a fragilidade dos ossos. Ele ressalta ainda que uma fratura causada por uma queda da própria altura é um sinal de que a refratura e provavelmente a terceira e a quarta fratura se seguirão, e nesses casos o risco de morte existe e precisa ser levado em conta. O Brasil foi pioneiro no combate ao risco da refratura e as estatísticas internacionais mostram que, cuidando-se da osteoporose precoce e mesmo do idoso, em quase 70% dos casos se evita a segunda fratura. Para saber mais sobre a campanha nacional sobre o tema acesse o endereço www.prevrefrat.org. Fonte: Assessoria DOC Press. Release 26 de fevereiro de 2015.